Revista BenDIGA
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BenDiga!
É bendizendo que temos a grata alegria Ouvistes o que foi dito: “Homossexualidade
de apresentar a “Revista BenDiga! Pessoas e transgeneridade são pecados.”
LGBTQIAPN+ cristãs existem e resistem!”. Nós, porém, dizemos: “Homossexualidade
e transgeneridade são manifestação da
A tradição cristã nos ensina que “a fé é graça.”
pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus” Ouvistes o que foi dito: “Deus criou Adão
(Romanos 10, 17). Entretanto, quanto tem- e Eva.”
po nós, pessoas LGBTQIAPN+, passamos Nós, porém, dizemos: “Deus criou Adão,
ouvindo mentiras sobre nossa relação Ivo, Ana, João, Pedro...”
com Deus? O “pecado mortal” do qual nos Ouvistes o que foi dito: “Vocês são uma
acusam só denuncia a própria LGBTfobia abominação diante de Deus.”
do fundamentalismo religioso cristão. Por Nós, porém, dizemos: “Nós somos parte
isso, na busca por anunciar caminhos de da diversa e plural criação de Deus.”
reconciliação entre a experiência de fé e Ouvistes o que foi dito: “Deus odeia o
as nossas dissidências sexuais e de gêne- pecado, mas ama o pecador.”
ro, nós decidimos bendizer! Nós, porém, dizemos: “Deus é amor!”
Bendizemos os “textos de terror” usa-
dos contra as pessoas LGBTQIAPN+,
bendizemos o estigma contra o HIV/ Que esta revista, que orgulhosamente
AIDS, bendizemos as experiências dissi- apresentamos, nos capacite a desafiar a
dentes narradas na Bíblia, bendizemos violência sistêmica dos discursos de ódio
os coletivos que se organizam af irmati- contra as pessoas dissidentes sexuais e
vamente dentro e fora das igrejas. de gênero. Nós já ouvimos demais o que
foi dito. É tempo de ouvir, a partir de ex-
Foi o próprio Jesus quem nos ensinou periências encarnadas, que nós somos
o caminho que escolhemos para trilhar imagem e semelhança do Deus Vivo!
nesta publicação. Por diversas vezes,
Ele disse: “Ouvistes o que foi dito... Eu, Boa leitura!
porém, vos digo” (como em Mateus 5,
21-22). À semelhança dEle, nós, também,
dizemos:
Ana Ester
Clériga cristã, teóloga, mestra e doutora em
Ciências da Religião
ANA ESTER
Clériga cristã, teóloga, mestra e
doutora em Ciências da Religião
EQUIPE ESPERANÇAR
ANA MOURA
Designer
ANDRESSA OLIVEIRA
Assistente de Produção
e Conteúdo
GISELLY CANLLYA
Coordenação de Comunicação
MATHEUS FOSTER
Coordenação de produção
TALES FREITAS
Coordenação teológica
YANNI CURCELLI
Ilustrator
06
DE TERROR”
09 | Gênesis 19, 1-25, Judas vs. 7 e 1 Timóteo 1, 10 – Paulo Ueti
15 | Levítico 18, 22 e Levítico 20, 13 – Allie Terassi
18 | Romanos 1, 26-27 – Alexandre Feitosa
22 | 1 Coríntios 6, 9-10 – Keila Guedes
28
IMUNDÍCIA
André Musskopf
BÍBLIA E LIBERTAÇÃO:
38
ENCONTRANDO-SE NO
TEXTO SAGRADO
Cris Serra
44
E VIDA
André Musskopf
59
JESUS E A DIVERSIDADE SEXUAL E DE
GÊNERO: O SILÊNCIO QUE DIZ MUITO
Bob Luiz Botelho
53
CRISTÃS AFIRMATIVAS
55 | Evangelicxs pela Diversidade
59 | Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT
63 | MNE - Movimento Negro Evangélico
A modernidade e “pós-modernidade”
trouxeram à tona (fizeram mais visível)
este desafio da convivência humana, tão
O tema gerador desse capítulo é um
convite para revisitar e reler a vida, o mun-
antiga quanto o próprio mundo. Como
conviver com o que é diferente de mim
ou do que minha sociedade determinou
do e os textos bíblicwos. É um convite para como “norma” (normal)? Obviamente
reconhecer que lemos textos sagrados a quando essa pergunta surge como prob-
partir do Evangelho (com letra maiúscula). lema, entendemos que falta informação
Esse Evangelho não é nenhum livro, mas obvia de que normas mudam com o tem-
é uma pessoa – Jesus. Lemos os textos po, elas se adaptam. Como “harmonizar”
tendo muito cuidado em respeitar o que com a criação de Deus? As estatísticas
chamamos de critério de compatibilidade demonstram que ser diferente da “maio-
cristológica. Jesus e seu Evangelho são o ria” tem sido motivo de imputação de
critério pelo qual nossa leitura passa. atos violentos, incluindo assassinato. A
educação assediadora e violenta para a
É, portanto, um convite para interromper o normalidade (seja normal, seja como as
ciclo de violências espiritual, religiosa, intelec- outras pessoas) tem demonstrado noci-
tual e física para com gente “divergente” em va e adoentadora das pessoas como in-
todos os espectros. É um convite para agra- divíduos e das sociedades. O diferente e
decer informações sobre textos e interpre- o divergente (características espirituais
tações violentas que podem vir da Bíblia e fundamentais da espiritualidade cristã)
seguir a vida porque Deus é Amor incondi- se tornaram intoleráveis, hereges, impos-
cional e o Criador de TODO o mundo. É um síveis de conviver, precisam ser apaga-
convite para dizer “muito obrigada/o pela dos da existência. Isso é perverso e está
informação sobre o que o livro do Levítico tomando conta dos discursos religiosos
quis [talvez] dizer contra VÁRIAS práticas entre nossas comunidades cristãs.
qualificadas como abominações, mas eu
sou batizada/o em nome da Trindade que é Para muitas teologias, Deus revelou-se
a perfeita comunidade una e diversa”, “mui- aos seres humanos através de sua capaci-
to obrigada/o pela informação sobre certos dade (ou será sua essência?) de relação.
textos de Paulo apóstolo aos Coríntios ou a É Deus sempre que toma a iniciativa.
Timóteo sobre as sexualidades, mas eu sou Pela relação de Deus com o trabalho
uma pessoa cristã, justificada pela graça e manual e com os elementos básicos da
com a certeza de que nada me separa do natureza (solo, água e ar) o ser humano
amor de Cristo (Rom 8, 31-39)”. Ouvistes o foi feito (Gn 2, 7). Da não existência para
que foi dito, mas... eu vos digo diferente. a existência. Mais tarde um grupo (quem
PAULO UETI
É mestiço, nascido no Brasil, filósofo, teólogo e biblista, congregando na Catedral
da Ressurreição da Diocese Anglicana de Brasília. Atualmente trabalhando para
a Comunhão Anglicana na Anglican Alliance e como Consultor para Educação
Teológica na Comunhão Anglicana, membro da Comissão para a Unidade, Fé e
Ordem da Comunhão Anglicana, do CEBI - Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos,
membro fundador da Associação Brasileira de Pesquisa Bíblica - ABIB e sócio da
Society of Biblical Literature - SBL (Estados Unidos da América).
Bom, o que eu sinto lendo esses textos Nos dois trechos em Levítico utilizados
pouco importa para a teologia cisheter- para condenar a homossexualidade, a ex-
opatriarcal. Então, que façamos uma nova pressão “como se fosse mulher” se repete.
leitura, fria e cuidadosa, sem medos e E ao contrário do que se pensa e se diz por
calafrios. Antes disso, é preciso entender aí, a torto e direito, a expressão em hebra-
por que raios Levítico está na Bíblia, certo? ico mishk’vei ishah (deitar como se fosse
Segundo Nancy Cardoso (2013), o livro “se mulher, ou “na cama” de mulher) não diz
ocupa com a ordenação e a integridade respeito a identidade gay ou bissexual
dos corpos: o corpo pessoal, o corpo social (muito menos trans ou lésbica, né?). Até
e o corpo da terra”, apesar de ser utilizado porque, não havia na época uma com
¹ De acordo com o teólogo queer e biblista Bob Luiz Botelho (2021), as principais traduções bíblicas que traziam
termos relacionados à homossexualidade só começaram a ser globalmente divulgadas a partir de 1987, no
auge da epidemia de HIV/Aids.
IMAGEM / GOOGLE
ALLIE TERASSI
É travesti, bissexual e cristã de tradição evangélica. Graduanda em Relações
Internacionais e pesquisadora em Estudos de Gênero e Teoria Queer. Atual
coordenadora em Advocacy do Evangélicxs pela Diversidade em São Paulo.
REFERÊNCIAS
PEREIRA, N. C.; BOEHLER, G; Andre Musskopf. Corpora Fluida: contaminación y peligro en el imaginario
religioso. Lectura crítico-antropológica del Levítico bíblico. In: Lima, Silvia Regina; Boehler, Genilma; Lars
Bedurke. (Org.). Teorías queer y teologias: estar en otro lugar. 1ed San Jose: DEI Departamento Ecumenico de
Investigacion, 2013, p. 175-190.
HELMINIAK, D. O que a Bíblia realmente diz sobre a homossexualidade? Curitiba: Edições GLS, 1998, 143 p.
BRITO JR, Valdenor. A Estrela da Redenção. [56] Homossexualidade e Bíblia Hebraica 3 - O sentido literal
do Levítico. Disponível em: <https://aestreladaredencao.medium.com>; Acesso em 12 de junho de 2023.
ALEXANDRE FEITOSA
É brasiliense e professor da Secretaria de Educação de Brasília desde 2001. É
graduado em Letras Português (UnB), pós-graduado em Língua Portuguesa
(Universo) e pós-graduado em Metodologia Exegética (SEBI). Desde 2006,
dedica-se à pesquisa e ao estudo da Teologia Inclusiva. É autor de algumas
obras como: “Bíblia e Homossexualidade: verdade e mitos” (2010) e “Quem
está manipulando a Bíblia?” (2013). Sua obra mais conhecida é a “Bíblia de
Estudo Teologia Inclusiva” (2017).
REFERÊNCIAS
i Compreende-se homoerotismo como toda manifestação histórica a qual retrata envolvimento sexual entre pes-
soas do mesmo sexo, especialmente em arte ou textos antigos quando a compreensão da homossexualidade en-
quanto orientação sexual inexistia.
ii CUATRECASAS, Alfonso: Erotismo no Império Romano. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997, P. 68 e 69.
iii LÉON, Vick, O prazer do Sexo, São Paulo, Apicuri Editora, 2015, p. 195.
iv Idem, p. 201.
v LINGS, Renato: Um apóstolo homófobo? Releitura da Carta aos Romanos.
vi FEITOSA, Lourdes Conde. Gênero e sexualidade no mundo romano: a antiguidade em nossos dias.
Editora UFPR, 2008, p. 132.
vii CUATRECASAS, Alfonso: Erotismo no Império Romano, Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997, p. 15.
viii Idem, p.11.
Muitas vezes, os tradutores vão além do Nesse sentido, de todas as versões bíbli-
ato de traduzir e incorrem em interpre- cas que eu já li, a King James 1611 é a que
tações do texto original, fundamentados traz a melhor definição para arsenokoitai,
em seu próprio entendimento ou con- traduzindo o termo como “abusadores
cepção do assunto abordado pelo autor, de si mesmo com os do sexo masculino”.
afastando-se, assim, do que realmente o Note como o texto se apresenta:
texto original objetiva dizer.
“Não sabeis que os injustos não herdarão
Na busca do real propósito da passagem o reino de Deus? Não vos enganeis; nem
bíblica, a chave que abre a fechadura para os fornicadores, nem os idólatras, nem os
se alcançar a compreensão dos versículos
adúlteros, nem os efeminados, nem os abu-
da 1ª Carta de Paulo aos Coríntios 6, 9-10 é
o significado das palavras gregas malakoi sadores de si mesmo com os do sexo mas-
e arsenokoitai. culino, nem os ladrões, nem os cobiçosos,
nem os bêbados, nem os difamadores, nem
Uma das razões para a dificuldade em os extorquidores, herdarão o reino de Deus”
traduzir essas duas palavras é o fato de que
o grego koinè, ancestral do grego mod- Ora, uma coisa é um sexo com uma
erno, não é uma língua usada em nossos finalidade de abuso sexual. Coisa dis-
tempos. A segunda razão é que a palavra tinta é o envolvimento de pessoas que
arsenokoitai provavelmente foi cunhada vivenciam relações homoafetivas ou ho-
pelo apóstolo Paulo. O apóstolo fez uma mossexuais consensuais, decorrentes de
justaposição com os termos arseno e koitai. sua orientação sexual.
Na literalidade arsenokoitai poderia signific-
ar “homens que penetram outros homens”. Passagem similar ao texto de Sodoma
é descrita no Livro de Juízes 19. O texto
No entanto, essa relação sexual à qual o descreve um homem levita que viajava
texto se refere não diz respeito à orientação com sua concubina e seu servo. Ao che-
sexual, conforme entendida atualmente. A garem na cidade de Gibeá, buscaram
relação entre pessoas do mesmo gênero abrigo, o que lhes foi negado. Um senhor,
possui no sexo o fruto de um envolvimento também estrangeiro, que residia naquela
afetivo ou desejo sexual. Nos textos bíblicos cidade, resolveu acolhê-los. Os homens de
usados para condenar pessoas LGBTQIAP+, Gibeá, contudo, reprovando aquela hos-
o ato sexual descrito consistia no meio para pitalidade, se reuniram na frente da casa
se alcançar uma finalidade distinta de um do senhor exigindo que o levita visitante
prazer oriundo de um relacionamento con- fosse lançado fora da casa para ser abusa-
sensual. A finalidade, na verdade, em al- do. O levita, objetivando se livrar daquela
guns textos, era a idolatria e em outros o situação, lança sua mulher fora da casa,
abuso sexual. Explico. submetendo-a a um abuso sexual coletivo
durante toda a noite.
ANDRÉ MUSSKOPF
Doutor em Teologia. Professor do Departamento de Ciência da Religião da Universi-
dade Federal de Juiz de Fora. Integrante do Grupo de Pesquisa Religião, Educação e
Gênero – REDUGE.
asmusskopf@hotmail.com
REFERÊNCIAS
BASTOS, Francisco Inácio. AIDS na terceira década. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2006.
CARDOSO, Nancy. Corpora fluida: contaminación y peligro en el imaginario religioso – Lectura críti-
co-antropológica del Levítico bíblico. In: BOEHLER, Genilma; BEDURKE, Lars; SILVA, Silvia Regina de Lima
(ed.). Teorías queer y teologías: estar… en otro lugar. San José, Costa Rica: Editorial DEI, 2013. p 175-190.
GALVÃO, Jane. AIDS no Brasil: A agenda de construção de uma epidemia. Rio de Janeiro: ABIA; São Pau-
lo: Ed. 34, 2000.
GERSTENBERGER, Erhard S.; SCHRAGE, Wolfgang. Por que sofrer? O sofrimento na perspectiva bíblica. 3ª
ed. revista. São Leopoldo: EST, CEBI, Sinodal, 2007.
MUSSKOPF, André S. Nem Santo te protege – AIDS, teologia e religião de bolso. Série Ensaios Teológicos
Indecentes. Vol. 1. Belo Horizonte: Editora Senso, 2020.
NASCIMENTO, Dilene Raimundo do. As pestes do século XX – tuberculose e AIDS no Brasil, uma história
comparada. Coleção História e Saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2005.
PARKER, Richard; BASTOS, Cristiana; GALVÃO, Jane; PEDROSA, José Stalin (orgs.). AIDS no Brasil (1982-
1992). 2ª ed. História social da AIDS n. 2. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, ABIA; IMS-UERJ, 1994.
SAMPAIO, Tânia Mara. Aids e religião: aproximações ao tema. Impulso, Piracicaba, Editora Unimep, v. 13,
n. 32, set-dez, 2002.
SONTAG, Susan. Doença como metáfora – AIDS e suas metáforas. Tradução Rubens Figueiredo e Paulo
Henrique Britto. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
CRIS SERRA
É psicóloga e pesquisadora de gênero e religião. Atua no movimento brasileiro de
dissidentes de gênero e sexualidade cristãos desde 2008, tendo integrado a coorde-
nação da Rede Nacional de Grupos Católicos LGBT de 2018 a 2021 e o board da Global
Network of Rainbow Catholics entre 2020 e 2022. Publicou, pela Metanoia Editora,
“Viemos pra comungar: os grupos de católicos LGBT brasileiros e suas estratégias de
permanência na igreja” e “Para que tenhamos vida: saberes e fazeres de coletivos cris-
tãos de feministas e de dissidentes de gênero e sexualidade no Brasil” (no prelo). Faz
parte da rede de ativistas de Católicas pelo Direito de Decidir.
REFERÊNCIAS
Também nessa narrativa a questão está Há, sem dúvida, vários outros elemen-
menos nas informações específicas liga- tos a serem considerados em relação às
das à enfermidade e às relações e com- narrativas aqui brevemente apresentadas
portamentos dos personagens e mais na e que podem aprofundar a reflexão. Ain-
forma como Jesus age em relação a elas. da assim, a boa notícia presente nos dois
Da mesma forma que em Lucas 17, Jesus textos no contexto da epidemia de HIV/
respeita, acolhe e disponibiliza ajuda – ape- AIDS é de que, nos dois casos, as pessoas
sar das reticências de quem o procura. Não afetadas por enfermidades (ou alguém
há nenhum questionamento sobre a espe- em nome delas) buscam formas de alivi-
cificidade da doença ou como foi contraí- ar seus sofrimentos, afirmando seu direi-
da, sobre as particularidades do relaciona- to à vida digna. Nos dois casos, se trata de
mento entre os dois homens ou qualquer pessoas excluídas de suas comunidades,
outra questão a respeito de suas vidas. inclusive pelo fato de serem estrangeiras.
Pelo contrário, também aqui o interlocutor Além disso, nos dois casos os personagens
é apresentado como um exemplo de fé – são apresentados como exemplos de fé a
“nem mesmo em Israel achei fé como esta” serem seguidos, sem nenhum questiona-
(v. 10) – que produz efeitos na vida concreta mento em relação às condições específicas
da pessoa por quem ele intercede – “Vai- de suas enfermidades ou modos de vida.
te, e seja feito conforme a tua fé. E naquela
ANDRÉ MUSSKOPF
Doutor em Teologia. Professor do Departamento de Ciência da Religião da
Universidade Federal de Juiz de Fora. Integrante do Grupo de Pesquisa
Religião, Educação e Gênero – REDUGE.
asmusskopf@hotmail.com
REFERÊNCIAS
GEBARA, Ivone. As epistemologias teológicas e suas consequências. NEUENFELDT, Elaine G.; BERGESCH,
Karen; PARLOW, Mara (orgs.). Epistemologia, sexualidade e violência. São Leopoldo: Sinodal/EST, 2015. p. 31-
50.
GERSTENBERGER, Erhard S.; SCHRAGE, Wolfgang. Por que sofrer? O sofrimento na perspectiva bíblica. 3ª
ed. revista. São Leopoldo: EST, CEBI, Sinodal, 2007.
REIMER, Ivoni Richter. Milagre das Mãos - Curas e exorcismos de Jesus em seu contexto histórico-cultural.
São Leopoldo: Oikos, 2012.
MUSSKOPF, André S. Bíblia, cura e homossexualidade. Revista de Interpretação Bíblica Latino-Americana,
v. 49, 2004. p. 88-100.
¹ Informações sobre a rede: Sobre – Rede Nacional de Grupos Catolicos LGBT (redecatolicoslgbt.com.br);
² Evangelho de João Capítulo 10, versículo 10;
³ (Cf Mt 8,10; Lc 7,9)
4 (Cf Mt 15, 21-27; Mc 7, 24-30)
5 A Ruah que habita em nós — Católicas pelo Direito de Decidir (catolicas.org.br)
6 Serra, Cris. Viemos para comungar: os grupos católicos LGBT brasileiros e suas estratégias de permanên-
cia na igreja / Cris Serra. Rio de Janeiro, RJ: Metanoia, 2019.
CLEITON CHAGAS
É professor de História, poeta e escritor homossexual. Filiado ao Partido dos
Trabalhadores (PT), Cleiton é integrante do MNE (Movimento Negro Evangélico)
e leciona, atualmente, no Ensino Médio, em cursinhos preparatórios e em
pré-vestibulares sociais. É membro também da Igreja Batista do Caminho.
Seus temas de maior interessante são poesia, teologia, discurso, religião, in-
tolerância e sexualidade.
LUCAS ADENIRAN
Bixa preta afeminada, 27 anos, jornalista em formação, cria de São Gonçalo, membro
do MNE, Repórter (Estagiário) da TV PUC-RIO.
PHILLIPA SILVEIRA
É mulher trans, instrutora e tradutora de libras- língua brasileira de sinais. Bachare-
landa em Letras-Libras pela Uniasselvi. Empreendedora, proprietária da Ph Idiomas,
aspirante à escritora e roteirista, formada em roteiro pela AIC, audiovisual pela CA-
PACITRANS, e estudante de cinema de ficção pelo Cinema Nosso. Autista. Evangélica.
Membra dos coletivos MNE e Quilombo PCD.
SIL AZEVEDO
É uma profissional de 55 anos, lésbica e não binária, que atua há 30 anos nos
campos da fotografia e do cinema sócio-político. Em 2020, fundou o coletivo
“Espaço Carioca 70”, um estúdio de mentoria e produção audiovisual no Rio de
Janeiro, com foco na criação de conteúdo voltado para o empoderamento de
mulheres negras e da população LGBTQIA+.