Monografia - Fluxos de Caixa
Monografia - Fluxos de Caixa
Monografia - Fluxos de Caixa
Maputo
2023
Tânia Viriato Dengo
Maputo
2023
ÍNDICE
Lista de Tabelas................................................................................................................................i
Lista de Siglas e Abreviaturas.........................................................................................................ii
Declaração de Honra......................................................................................................................iii
Dedicatória......................................................................................................................................iv
Agradecimentos...............................................................................................................................v
Resumo...........................................................................................................................................vi
Abstract..........................................................................................................................................vii
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO.....................................................................................................1
1. Contextualização......................................................................................................................1
1.1. Delimitação do estudo.......................................................................................................2
1.1.2. Espacial......................................................................................................................2
1.2. Identificação do problema.................................................................................................2
1.3. Objectivos.........................................................................................................................3
1.3.1. Objectivo geral...........................................................................................................3
1.3.2. Objectivos Específicos...............................................................................................3
1.4. Justificativa.......................................................................................................................3
1.5. Estrutura do Trabalho........................................................................................................4
CAPÍTULO II – REVISÃO DA LITERATURA............................................................................5
2.1. Empresa.............................................................................................................................5
2.2. Decisões Financeiras.........................................................................................................5
2.3. Tomada de Decisão...........................................................................................................6
2.3.1. Instrumentos ou elementos de tomada de decisão.....................................................6
2.3.2. Níveis de tomada de decisão......................................................................................7
2.4. Demonstrações Financeiras...............................................................................................7
2.4.1. Objectivo das demonstrações financeiras..................................................................7
2.4.2. Importância das demonstrações financeiras..............................................................8
2.4.3. Principais demonstrações financeiras........................................................................8
2.4.4. Características qualitativas das Demonstrações Financeiras.....................................9
2.5. Fluxo de caixa.................................................................................................................11
2.5.1. Objectivos do Fluxo de Caixa..................................................................................12
2.5.2. A importância do fluxo de caixa..............................................................................13
2.5.3. Abrangência do Fluxo de Caixa..............................................................................13
2.5.4. Etapas para a elaboração do Fluxo de Caixa...........................................................14
2.5.5. Fontes de informação, fases e métodos da elaboração das DFC.............................15
2.5.6. Método para elaboração do fluxo de caixa..............................................................15
2.5.6.1. Método directo.....................................................................................................15
2.5.6.1.1. Vantagens e desvantagens do método directo......................................................16
2.5.6.2. Método indirecto..................................................................................................16
2.5.6.2.1. Vantagens e desvantagens do método indirecto..................................................16
2.5.7. Estrutura de uma demonstração de fluxo de caixa..................................................17
2.5.8. Vantagens e desvantagens do Fluxo De Caixa........................................................18
2.5.9. Rácios obtidos através da DFC que auxiliam na tomada de decisão.......................19
CAPÍTULO III – METODOLOGIA.............................................................................................20
3.1. Método................................................................................................................................20
3.1. Tipo de pesquisa..............................................................................................................20
3.1.1. Quanto ao objectivo.................................................................................................20
3.1.2. Quanto à abordagem................................................................................................21
3.1.3. Quanto aos procedimentos.......................................................................................21
3.3. Pesquisa documental...................................................................................................22
3.4. Procedimento para análise de dados...............................................................................22
3.5. Limitações da Pesquisa...................................................................................................22
CAPÍTULO IV – ESTUDO DE CASO.........................................................................................23
4.1. Arco Investimentos S.A..................................................................................................23
4.2. Apresentação de dados....................................................................................................27
4.3. Análise e Interpretação dos resultados............................................................................30
CAPÍTULO V – CONCLUSÕES E SUGESTÕES......................................................................33
5.1. Conclusões......................................................................................................................33
5.2. Sugestões.........................................................................................................................35
6. Referências Bibliográficas.....................................................................................................36
Anexos...........................................................................................................................................38
i
Lista de Tabelas
Tabela 1:Demonstrações de fluxo de caixa da Arco Investimentos SA........................................27
Tabela 2:Fluxo de caixa gerado pelas actividades operacionais de 2018 a 2020..........................30
Tabela 3.Fluxo de caixa das actividades de investimentos de 2018 a 2020..................................31
Tabela 4: Fluxo de caixa das actividades de financiamento de 2018 a 2020................................31
Tabela 5: Variação de caixa 2018 a 2020......................................................................................32
ii
Declaração de Honra
Declaro que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu
supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.
________________________________
(Tânia Viriato)
iv
Dedicatória
Dedico a esta monografia à minha família pela fé e confiança demonstrada e aos meus amigos
pelo apoio incondicional.
Aos professores, pelo simples fato de estarem dispostos a ensinar.
Ao meu orientador, pela paciência demonstrada no decorrer deste trabalho.
Em fim, a todos que de alguma forma tornam este caminho mais fácil de ser percorrido.
v
Agradecimentos
Agradeço a Deus em primeiro lugar pela força e pela coragem que a cada dia me proporciona e
por estar sempre em minha vida.
Vai um Agradecimento especial ao meu mentor, líder, pai espiritual pelos seu ensinamentos e
encorajamento.
Aos meus preciosos país, em especial a minha mãe que acompanharam cada dia dessa trajetória.
O incentivo constante da minha mãe Helena da Graça Zandamela e da minha querida irmã Judite
Viriato Dengo.
A minha tia querida Rabeca zandamela que plantou amor incondicional em mim de modo a viver
a vida com alegria.
Ao meu orientador Silva Macaringue que dedicou muito do seu tempo me orientando, embora
tivesse outros interesses a resolver. Obrigado pelos ensinamentos, atenção, amizade e dedicação
ao longo da realização desta monografia.
A minha amada família no geral, avó, tios, primos, sobrinhos etc
A colaboração de irmãos na fé vai o meu muito obrigada aos meus eternos amigos da faculdade.
A colaboração de vocês foi fundamental para a concretização deste sonho.
Todos vocês são responsáveis por mais essa vitória em mim vida que Deus os abençoe hoje e
sempre.
vi
Resumo
O presente trabalho de pesquisa foi desenvolvido com o objectivo geral de analisar o fluxo de
caixa da Arco Investimentos, SA. como instrumento de gestão financeira. Este, partiu do
pressuposto de que os gestores devem se actualizar e buscar alternativas capazes de fazer que a
empresa prospere e obtenha lucros, o gestor financeiro deve estar preparado para os novos
desafios do mercado. O fluxo de caixa como ferramenta de gestão fornece a empresa o volume
de capital necessário para suprir os compromissos do dia-a-dia e como alocar os recursos para
superar o caixa. Contudo, na prática, tem se verificado que certas empresas não recorrem ao
fluxo do caixa no âmbito da determinação estratégica do instrumento de gestão financeira com
intuito de tomada de decisões de natureza financeira. Com a adopção da abordagem qualitativa,
com recurso à análise documental, ou seja, análise dos relatórios e contas da empresa Arco
Investimentos, SA, constatou-se que o método usado para a sua elaboração é o directo e que a
empresa, no ano de 2018, apresentou um fluxo de caixa operacional positivo, envolvendo apenas
as actividades relacionadas à sua funcionalidade, ou seja, suas operações comuns, sendo que no
ano de 2018 apresentava um fluxo de caixa superior aos anos de 2019 e 2020 devido a uma boa
gestão dos fluxos de caixa das actividades operacionais. Neste caso, mediante à pergunta,
inicialmente estabelecida, ou seja, Será que o fluxo de caixa da Arco Investimentos, SA
contribuiu como instrumento de gestão Financeira? Feita a pesquisa, concluiu-se que, para o ano
em análise, o fluxo de caixa da Arco Investimentos, SA contribuiu como instrumento de gestão
Financeira.
Abstract
The present research work was developed with the general objective of analyzing the cash flow
of Arco Investimentos, SA. as a financial management tool. This, based on the assumption that
managers must update themselves and seek alternatives capable of making the company prosper
and earn profits, the financial manager must be prepared for the new challenges of the market.
Cash flow as a management tool provides the company with the volume of capital necessary to
meet day-to-day commitments and how to allocate resources to overcome cash flow. However,
in practice, it has been verified that certain companies do not resort to cash flow in the context of
the strategic determination of the financial management instrument in order to make decisions of
a financial nature. By adopting the qualitative approach, it was found that the method used for its
elaboration is the direct one and that the company, in the year 2018, presented a positive
operating cash flow, involving only the activities related to its functionality, that is, its common
operations, being that in 2018 it had a higher cash flow than in 2019 and 2020 due to good
management of cash flows from operating activities. In this case, through the question, initially
established, that is, Did Arco Investimentos, SA's cash flow contribute as a financial
management tool? After carrying out the research, it was concluded that, for the year under
analysis, the cash flow of Arco Investimentos, SA contributed as a financial management
instrument.
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1. Contextualização
Actualmente, tem se observado como as pequenas e médias empresas tem sido competitivas no
mercado, onde cada empresa trabalha em se diferenciar para obter sucesso em seus negócios e
consequentemente atingir os resultados esperados. Há uma necessidade de não se ignorar a
existência do instrumento chamado fluxo de caixa, que é de grande auxílio aos que buscam se
destacar no mercado, este instrumento permite que o empresário tenha o controlo de seus
recursos financeiros.
É impossível imaginar uma empresa alcançando seu sucesso sem manter um controlo das
finanças da mesma, é partindo dai que se nota a importância do fluxo de caixa, pois, é através
dele que o gestor avalia a real situação financeira da empresa. O fluxo de caixa é uma ferramenta
que ajuda a e identificar as potencialidades assim como as fragilidades relativas à área financeira
em determinados períodos.
Para Neto (2002), o fluxo de caixa pode ser definido como um instrumento que relaciona
entradas e saídas de recursos financeiros da empresa em um período de tempo, e a partir da sua
elaboração, pode-se prever sobra ou falta de recursos no caixa da empresa, permitindo assim a
tomada de medidas para mantê-lo em equilíbrio.
A empresa que não utiliza o fluxo de caixa fica vulnerável a possíveis mudanças que o mercado
pode apresentar. Isso porque, a empresa não tem a previsão de quanto e quando precisará de um
financiamento.
Numa empresa tomam-se decisões a todo momento, que precisam ser eficientes e eficazes, por
isso, ê necessário que a empresa tenha todo tipo de informação para que os gestores possam usar
no processo de tomada de decisão. Uma empresa que tem dentre os seus instrumentos de gestão
financeira um fluxo de caixa torna-se mais competitiva e preparada para novos desafios que o
mercado apresentar.
2
As tomadas de decisões são geralmente baseadas na visão de objectivo final, que é o lucro. O
fluxo de caixa e sua gestão não são uma preocupação apenas das grandes empresas, e sim de uma
maneira geral em todas organizações ter seu fluxo de caixa gerenciado, que é um instrumento de
auxílio na tomada de decisão.
1.1.1. Temporal
O presente trabalho de pesquisa limitou a sua abordagem no período de 2018 a 2020.
1.1.2. Espacial
Ainda mais, os gestores buscam novos instrumentos que os auxiliem a interpretar a realidade do
empreendimento, dentre eles encontra-se o fluxo de caixa. No entanto, o fluxo de caixa tem sido
usado, quase que exclusivamente, como instrumento de avaliação de investimentos. Pouco se
tem escrito acerca do fluxo de caixa como um instrumento imprescindível na gestão financeira,
por isso de um modo geral as empresas tem um uso limitado de suas possibilidades. O objectivo
básico da função financeira é prover a empresa de recursos de caixa suficiente de modo a
respeitar os vários compromissos assumidos e prover a maximização de seus lucros.
Os gestores devem se actualizar e buscar alternativas capazes de fazer que a empresa prospere e
obtenha lucros, o gestor financeiro deve estar preparado para os novos desafios do mercado. O
fluxo de caixa como ferramenta de gestão fornece a empresa o volume de capital necessário para
suprir os compromissos do dia-a-dia e como alocar os recursos para superar o caixa.
3
Na prática tem se verificado que certas empresas não recorrem ao fluxo do caixa no âmbito da
determinação estratégica do instrumento de gestão financeira com intuito de tomada de decisões
de natureza financeira, é neste contexto que surge a seguinte questão: Será que o fluxo de caixa
da Arco Investimentos, SA contribuiu como instrumento de gestão Financeira?
1.3. Objectivos
1.4. Justificativa
Fluxo de caixa bem utilizado numa empresa, pode gerar produtividade, redução de custos e
manutenção de capital para investimentos, estes são os factores que elevam a possibilidade do
negócio tornar-se economicamente favorável longo.
Com o fluxo de caixa é possível conhecer a situação financeira da empresa e com isso saber
como e quando investir assim como permite que o administrador saiba onde deve aplicar o
capital. É através do fluxo de caixa que a empresa tem conhecimento de quanto gasta com
despesas e quanto recebe com as receitas, e é possível melhorar o gerenciamento financeiro do
empreendimento assim como tomar decisões na empresa.
Para empresas pequenas o fluxo de caixa tende a ser a principal fonte instrumentalizada que tem
forte contribuição ao administrador ou gestor quanto a tomada de decisão, isto devido a sua
simplicidade na estrutura sem departamentos definidos assim como funções bem definidas.
O presente material será relevante para estruturar conceitos que irão indicar às empresas a
importância de buscar aperfeiçoar a elaboração de suas demonstrações de fluxos de caixa,
levando a um planeamento mais confiável que traga benefícios económicos futuros para a
entidade.
Os resultados desta pesquisa poderão também despertar nos gestores das organizações o maior
interesse de analisar as demonstrações financeiras para saber qual é a posição da empresa, o seu
desempenho e, como e quando alocar os recursos financeiros.
4) Estratégia: direcção ou caminho que o tomador de decisão sugere para melhor atingir
os objectivos e que depende dos recursos que se dispõe;
5) Situação: aspectos ambientais dos quais envolve o tomador de decisão, muitos dos
quais fora do controlo, conhecimento ou compreensão e que afectam a opção;
6) Resultado: é a decorrência ou resultante de uma dada estratégia definida pelo
responsável à decisão.
2.3.2. Níveis de tomada de decisão
Segundo Neves (2005), o processo de tomada de decisão é baseado numa análise da
Demonstração do Fluxo de Caixa e só se justifica ao diagnosticar um ou vários problemas.
As decisões podem ser tomadas em três níveis a saber:
1) Estratégicas: são decisões normalmente de médio e longo prazo que movem todos os
recursos de uma entidade, correspondem às decisões de investimento e de
financiamento a médio e longo prazo em (termos financeiros);
2) Operacionais: são decisões que dizem respeito à actividade corrente, tal como o
aprovisionamento, fabricação e a comercialização, correspondendo ao volume de
clientes, existências e fornecedores;
3) Decisões de tesouraria: são decisões de financiamento de curto prazo, o que permite
que a empresa mantenha a curto prazo um nível mínimo de liquidez.
A comparabilidade
Os utentes têm de ser capazes de comparar as DF’s de uma entidade ao longo do tempo a fim de
identificar tendências na sua posição financeira, no seu desempenho e das alterações na posição
financeira. Os utentes têm também de ser capazes de comparar as DF’s de diferentes entidades a
fim de avaliar de forma relativa a sua posição financeira, o seu desempenho e as alterações na
posição financeira.
Uma implicação importante da característica qualitativa da comparabilidade é a de que os utentes
sejam informados das políticas contabilísticas usadas na preparação das DF’s, de quaisquer
alterações nessas políticas e dos efeitos de tais alterações. Os utentes necessitam ser capazes de
identificar diferenças entre as políticas contabilísticas para transacções e outros acontecimentos
semelhantes usados pela mesma entidade de período para período e entre diferentes entidades.
Silva (2006), diz que o fluxo de caixa é o principal instrumento da gestão financeira que planeia,
controla e analisa as receitas, as despesas e os investimentos, considerando determinado período
projectado.
Para pequenas empresas o fluxo de caixa tende a ser a principal fonte instrumentalizada que tem
forte contribuição ao administrador ou gestor quanto a tomada de decisão, isto devido a sua
simplicidade na estrutura sem departamentos definidos assim como funções bem definidas.
A contribuição do fluxo de caixa para entendimento dessas decisões, é importante, uma vez que
nas pequenas empresas as decisões geralmente são concentradas pelo próprio empreendedor.
Devido a escassez de caixa, há uma necessidade de controlar o fluxo de caixa de pequenas
empresas, para evitar fracassos independentemente de estar a lucrar.
O fluxo de caixa tem sido uma ferramenta valiosa no que concerne ao planeamento financeiro de
uma empresa, pois estabelece projecções através de informações sobre as entradas e saídas de
recursos financeiros, trazendo um auxílio pertinente às necessidades financeiras de curto e longo
prazo, ilustrando com antecedência a real situação financeira da empresa e facilitando o controlo
dos custos e despesas de um determinado período.
De acordo com Neto (2022), o fluxo de caixa é de vital importância para as empresas, é o fluxo
que indicará o rumo financeiro dos negócios.
Ainda para Neto (2002), problema com fluxo de caixa não acontece somente com empresas que
não são lucrativas, isso acontece devido ao comportamento de seu ciclo operacional.
A geração de caixa é mais importante do que a geração de lucro, já que o que quebra uma
empresa não é a falta de lucro, é a falta de caixa (SÀ, 2006).
Para Dornelas (2005), o fluxo de caixa é a principal ferramenta de planeamento financeiro do
empreendedor. O período de tempo coberto pelo fluxo de caixa é normalmente dividido em
intervalos. O número de intervalos depende da natureza do negócio.
Empresas que enfrentam sazonalidades devem, em princípio, trabalhar com fluxos semanais,
mensais e trimestrais. De qualquer maneira, o horizonte coberto pelo fluxo de caixa é
estabelecido em função dos objectivos e metas definidos pela administração.
Segundo Zdanowicz (2000), também fazem parte dos objectivos do Fluxo de Caixa:
Buscar o equilíbrio financeiro entre os fluxos de entradas e saídas de recursos;
Proporcionar ao gestor financeiro uma visão estratégica da situação da empresa;
Demonstrar em que período a empresa precisa captar recursos ou aplica-los quando
existir excedente de caixa;
Análise da situação de inadiplência dos clientes.
2.5.2. A importância do fluxo de caixa
O fluxo de caixa é um instrumento que permite ao administrador financeiro: planear, organizar,
coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa num determinado período”
(Zdanowicz, 2000).
Matarazzo (1995) a demonstração do fluxo líquido de caixa permite extrair importantes
informações sobre o comportamento financeiro da empresa.
Segundo Matarazzo (1995), podem ser extraídas informações como:
Amortizar dívidas bancárias de curto e de longo prazo;
Gerar recursos para manter e expandir o nível de investimentos;
Independência do sistema bancário de curto prazo;
Autofinanciamento das operações (compra, produção e vendas).
Com base nisso, é notória a importância da demonstração do fluxo de caixa nas empresas pois
O fluxo de caixa é uma ferramenta que uma análise sobre a situação financeira da empresa, e
auxilia o gestor no controlo financeiro do negocio como um todo, isto é, ao organizar todas a
receitas e despesas é possível ter uma visão clara de todas as movimentações que ocorrem no
período em questão.
Auxilia na tomada de decisões: as informações contidas no fluxo de caixa podem ser utilizadas
para verificar quais fontes de receita tem mais destaque e, além disso é possível identificar
despesas desnecessárias ou que podem ser reduzidas, isto é, saber a origem e aplicação de fundos
auxilia na tomada de decisão.
A boa utilização da ferramenta Fluxo de Caixa possibilita o conhecimento do grau de
independência financeira da empresa, com base na avaliação do seu potencial para geração de
recursos no futuro, para saldar seus compromissos e para pagar a remuneração dos seus
empreendedores.
14
Segundo Neves (2005) a demonstração do fluxo de caixa pelo método indirecto, é muito similar
a Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos, com a diferença que as variações do
Activo Circulante (excepto o disponível) e o Passivo Circulante passam a integrar as origens e
aplicações de recursos da demonstração.
Imposto;
Pagamento de fornecedores.
Exemplos:
a) Recebimentos da caixa provenientes da venda de bens e da prestação de serviços;
b) Pagamento de caixa a favor de empregados;
c) Pagamento de caixa ou restituições de impostos sobre o rendimento a menos que
possam ser especificamente identificados com as actividades de financiamento e
de investimento.
2. Actividades de investimento: são ligadas a investimentos realizados pela empresa
relativos a patrimónios de longo prazo. Refere-se a recebimentos e pagamentos relacionados com
aquisição e venda de activos fixos, bem como investimentos e recebimentos de subsídios para a
apoio ao investimento.
Essas actividades podem ser:
Compra de imóveis;
Compra de móveis;
Recebimentos de valores;
Aquisição de veículos.
Exemplos de actividades de investimento:
a) Recebimento de caixa de vendas de instrumentos de capital próprio ou de divida
de outras entidades;
b) Pagamento de caixa para aquisição de activos fixos tangíveis, intangíveis, e outros
activos de longo prazo.
3. Actividades de financiamento: são o passivo circulante e não circulante juntamente do
património líquido. Referem-se a recebimentos e pagamentos de empréstimos de
financiamento e juros de empréstimos.
Exemplos:
a) Reembolso de caixa de quantias de empréstimos obtidos;
b) Pagamento de caixa por um locatário para a redução de uma dívida em aberto
relacionada com uma locação financeira.
2.5.8.1. Vantagens
Segundo Caiado e Gil (2004), mostra a capacidade da empresa gerar fluxos monetários, bem
como a qualidade dos resultados, essas informações são de grande relevância para as partes
interessadas na empresa;
Em conjunto com as restantes demonstrações financeiras a DFC permite melhor
compreensão da situação financeira, nomeadamente a liquidez e a solvabilidade;
Possibilita ainda o cálculo do valor actual dos fluxos de caixa futuros;
Trata-se de uma demonstração bastante intuitiva, que devido a sua simplicidade pode ser
analisada por utentes que não sejam especialistas em análise financeira;
Fornece informação útil para o planeamento financeiro nas projecções de resultados/
objectivos futuros;
Permite á administração da empresa decidir com antecedência se a empresa deve tomar
recursos ou aplicá-los, e ainda, avalia e controla ao longo do tempo as decisões
importantes que são tomadas na empresa e seus reflexos monetários.
2.5.8.2. Desvantagens
Segundo Caiado e Gil (2004) – apresenta limitações, no sentido que é um complemento ao
conjunto de demonstrações financeiras, pelo que para uma informação mais clarificada é
necessário aos utentes analisar em conjunto com o balanço, demonstração de resultados etc.;
Sendo uma metodologia baseada nos movimentos de caixa, não traduz a complexidade
dos aspectos da gestão financeira das empresas, designadamente os que estão próximos
de caixa ou da liquidez.
Rácio de qualidade dos fluxos: indica as divergências entre resultados e fluxos de caixa
em consequências dos critérios contabilísticos do acréscimo, da eficiência em gerir as
necessidades em fundo maneio ou em controlar o crescimento;
Rácio de financiamento do investimento: este rácio de intensidade de investimento,
ajudam a avaliar em que medida a empresa consegue autofinanciar o crescimento;
Rácio de rendibilidade financeira: mostra a capacidade de gerar fluxos de caixa
passada e futura da entidade;
Rácio de capacidade de reembolso e de endividamento: mostra a capacidade da
empresa em reembolsar as suas dívidas de médio e longo prazo e de curto prazo.
Richardson (2007), define método, como sendo o conjunto de procedimentos, estratégias e regras
estabelecidas e utilizadas para se chegar a um determinado objectivo. Método consiste em
estudar e avaliar os métodos disponíveis, também examina e avalia as técnicas de pesquisa bem
como a geração ou a verificação de novos métodos que conduzem à captação e processamento de
informações com vista à resolução de problemas de investigação.
De acordo com Gil (2008), pode se definir método como caminho para chegar-se a um
determinado fim. Método científico como um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos
adoptados para se atingir o conhecimento.
Para esta pesquisa usou-se o método hipotético-dedutivo que consistiu em iniciar pela percepção
de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e pelo processo de inferência
dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenómenos abrangidos pela hipótese (Marconi &
Lakatos 2009).
Segundo o mesmo autor, as pesquisas exploratórias têm como objectivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Podendo assim se dizer que estas pesquisas têm como objectivo principal o aprimoramento das
ideias ou a descoberta de intuições. Seu planeamento é, portanto, bastante flexível, de modo que
possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao facto estudado.
Por outro lado, a pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a
identificação dos factores que determinam um fenómeno exige que este esteja suficientemente
descrito e detalhado.
Para esta pesquisa, adoptou-se a pesquisa exploratória porque segundo Selltiz, Wrightsman e
Cook (1965), este tipo de pesquisa busca descobrir ideias e intuições, na tentativa de adquirir
maior familiaridade com o fenómeno pesquisado.
A técnica de recolha de dados foi efectuada por meio da revisão bibliográfica. Segundo Martins
(2006), é a que se efectua para resolver problema ou adquirir conhecimento a partir de consultas
22
a livros, artigos, jornais, entre outros. Tem como objectivo recolher, seleccionar, analisar e
interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre determinado assunto.
Desenvolveu-se, tentando explicar o problema, através de teorias publicadas em livros, artigos,
etc. Segundo Gil (2002), o objectivo deste tipo de pesquisa é de conhecer e analisar as principais
contribuições teóricas existentes sobre um determinado assunto ou problema, tornando-se um
instrumento indispensável para qualquer pesquisa.
Marconi e Lakatos (2008) defendem que pesquisa bibliográfica abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema em estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, monografias até mesmo meios de comunicação orais: gravações em fita
magnética, rádio, televisão.
A pesquisa ou recolha bibliográfica consistiu na consulta de livros e artigos que falam sobre a
demonstração de fluxo de caixa. O trabalho usou a pesquisa bibliográfica porque fornece
informações mais confiáveis em relação aos outros instrumentos de recolha de dados.
Para o presente trabalho, foi priorizada a pesquisa documental, que permitiu a recolha de dados a
partir de alguns relatórios da empresa em estudo, que ajudaram na interpretação dos resultados
23
obtidos. A escolha deste instrumento deve-se a sua facilidade em atender aos objectivos da
pesquisa assim como comparar e confrontar dados e provas.
A análise de dados foi feita mediante a descrição e comparação da informação apresentada pelas
Demostrações Financeiras em função do pronunciamento de especialistas (autores).
Outra limitação prendeu-se ao facto de ter tido acesso apenas às demostrações financeiras
respeitantes ao período mais recente de 2018 a 2020, embora queria ter desenvolvido a pesquisa
para o período de 2021, de forma abrangente.
24
d) Moeda de relato
A moeda de relato é o Metical. As transacções em moeda estrangeira são convertidas, no
momento do seu reconhecimento inicial, à taxa de câmbio existente na data da transacção. Os
activos monetários expressos em moeda estrangeira são convertidos à taxa de câmbio
prevalecente na data da sua liquidação ou do Balanço, entre elas a que ocorrer primeiro. As
diferenças cambiais resultantes da liquidação ou conversão de activos ou passivos monetários
são incluídas nos resultados do período em que ocorram e divulgados. As diferenças cambiais
resultantes da liquidação ou conversão de activos e passivos monetários são incluídas nos
resultados do período em que ocorram, e divulgados como ajustamento de instrumentos
financeiros.
e) Imposto
A despesa do imposto inclui apenas o imposto corrente. Impostos correntes são reconhecidos
como uma despesa ou receita na demonstração de resultados excepto quando se referem a itens
directamente creditados ou debitados ao capital próprio, caso em que o imposto é reconhecido
directamente no capital próprio. O encargo do imposto corrente é baseado nos resultados dos
períodos ajustados pelos itens que não ARCO INVESTIMENTOS, SA Notas às Demonstrações
Financeiras referentes ao ano findo a 31 de Dezembro de 2019 Valores expressos em Meticais
(MZN) 14 são tributáveis ou dedutíveis. O imposto corrente é mensurado pela quantia que se
espera ser paga usando as taxas fiscais, que tenham sido decretadas ou substantivamente
decretadas a data do balanço.
26
respeito das unidades geradoras de caixa são atribuídas para reduzir o valor contabilístico dos
activos na unidade geradora de caixa numa base pro rata.
a) Actividades operacionais
30
Uma empresa que consegue manter suas actividades operacionais com seus próprios recursos
significa que ela terá um retorno financeiro com menor tempo e que, provavelmente, continuará
em funcionamento por um longo período. Este fato poderá atrair mais investidores, maiores
benefícios e facilidades para empresa perante o mercado.
No presente estudo, pode se constatar que nos três (03) anos em análise a Arco Investimentos
S.A apresentou fluxos de caixa negativo, demonstrando que a empresa não teve uma gestão
operacional muito boa, sendo o ano 2018 que apresentou resultados superiores aos anos 2019 e
2020. Os fluxos de caixa das actividades operacionais em 2019 decresceram.
b) Actividades de investimento
Segundo a NIRF 2, o fluxo de caixa das actividades de investimento representam a extensão pela
qual os dispêndios foram feitos relativamente a recursos destinados a gerar rendimento e fluxos
de caixa futuros.
Nos três anos em análise a empresa teve não a capacidade de gerar fluxos operacionais positivos,
o que pode impossibilitar a realização de alguns investimentos que geram retorno para a mesma.
No período de 2018 fizeram investimentos no montante de 909.000,00 MZN, e nos períodos de
2019 e 2021 não houve investimentos.
Em relação aos anos 2019 e 2020 a empresa deixou de investir, transformando assim seus
investimentos em caixa e equivalentes de caixa.
A empresa apresentou resultado positivo no fluxo de caixa de 2018 o que
demonstra que neste exercício poderia investir com recursos gerados internamente
(recursos próprios) sem recorrer a capital alheio para realizar tal investimento.
c) Actividades de financiamento
Segundo a NIRF 2, o fluxo de caixa das actividades de financiamento são importantes porque é
útil na predição de reivindicações futuras de fluxos de caixa pelos fornecedores de capitais á
entidade.
31
Notou-se que para o ano de 2018 para 2019 uma das causas, dentre as diversas, da redução do
valor foi a variação (aumento) de outros activos correntes, ou seja, para o ano de 2018 foi
registado valor de 2.084.097,00 (Dois Milhões e Oitenta e Quatro Mil e Noventa e Sete Meticais)
negativo o que aumentou variou no ano 2019 para 680.628,00 (Seiscentos e Oitenta Mil e
Seiscentos e Vinte e Oito Meticais) positivos.
Em geral, a empresa mostrou que não conseguiu gerar lucros a partir das suas actividades
principais uma vez que o fluxo de caixa das actividades operacionais em todos os anos foi
negativo.
32
Relativamente ao fluxo de caixa das actividades de Investimento, a tabela abaixo indica a sua
variação:
Em geral, nota-se que apenas houve investimento no ano de 2018, o que pode ter ocorrido devido
a certas políticas internas.
Relativamente ao Fluxo de caixa das actividades de Financiamento, a tabela abaixo indica a sua
variação:
No que tange aos recebimentos respeitantes às actividades de financiamento assim como aos
pagamentos respeitantes às actividades de financiamento, ou simplesmente Fluxo de Caixa das
actividades de Financiamento, a Arco Investimentos não arrolou nenhum registo.
Olhando para o caixa e equivalentes de caixa no início e no fim do exercício, pode-se constatar
que o registo do valor vem decrescendo durante o desenvolvimento das actividades. No ano
2018, a empresa havia registado um montante inicial de 1.280.515,00 (Um Milhão e Duzentos e
Oitenta Mil e Quinhentos e Quinze Meticais) e que no fim reduziu em aproximadamente 82%
passando para saldo final de 231.351,00 ( Trezentos e Trinta e Um Mil e Trezentos e Cinquenta e
Um Meticais).
Para o ano de 2019 registou-se um montante inicial de 231.351,00 ( Trezentos e Trinta e Um Mil
e Trezentos e Cinquenta e Um Meticais) e que no fim reduziu em aproximadamente 21%
passando para saldo final de 183.512,00 (Cento e Oitenta e Três Mil e Quinhentos e Doze
Meticais).
34
E por fim para o ano de 2020 registou-se um montante inicial de 183.512,00 (Cento e Oitenta e
Três Mil e Quinhentos e Doze Meticais), tendo sido reduzido em aproximadamente 14%
passando para saldo final de 157.432,00 (Cento e Cinquenta e Sete Mil e Quatrocentos e Trinta e
Dois.
Notou-se que, mesmo apresentando saldos negativos, o índice da utilização dos recursos de caixa
e equivalentes de caixa foi reduzindo ao longo do período de 2018, 2019 e 2020 tendo os
montantes negativos de 1.049.164,00, 47.839,00 e 26.081,00 respectivamente.
35
5.2. Sugestões
Neste contexto, sugere-se:
Aos gestores da Arco que adoptem continuamente o fluxo de caixa como instrumento de
gestão financeira;
Aos gestores da Arco que optem sempre pela actualização e na busca de alternativas
capazes de fazer que a empresa atinha os seus objectivos.
A quem possa se interessar que analise outros itens das demonstrações financeiras a fim
de verificar se estão em conformidade com o pronunciamento recomendado pelos
especialistas, bem como outros elementos da gestão financeira.
38
6. Referências Bibliográficas
ANDRADE, et al. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na
graduação. 4. ed. Atlas. São Paulo. 2007.
BEUREN, I. Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e práctica.
3.ed.Atlas. São Paulo. 2009.
CERTO. Samuel C. Tomada de decisões. Administração moderna. 9. ed. São Paulo: Pearson,
2005.
o
Decreto n. 70/2009 de 22 de Dezembro. Sistema de contabilidade para o sector empresarial
em Moçambique. 1. ed. Minerva Press. Maputo. 2014.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. Atlas. São Paulo. 2008.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 12ᵃ Ed. São Paulo: Pearson Pientice
Hall, 2010.
MARTINS, Gilberto de Andrade. Manual para elaboração de monografias. São Paulo: Atlas,
2006.
NEVES, S. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 14. ed. São
Paulo: Frase Editora, 2005.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social – Métodos e Técnicas. São Paulo: Atlas. 2007.
SÁ. C. A. Fluxo de caixa: a visão da tesouraria e de controladoria. 1ᵃ.ed. São Paulo; Atlas, 2006.
SILVA, José P. Análise financeira das empresas. 7ª. ed. São Paulo: Altas, 2006.
ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planeamento e controle
financeiros. 5.ed. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto, 2000.
40
Anexos