4555-Texto Do Artigo-16311-14091-10-20230114
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Resumo: A adoção de certificações de qualidade configura-se como uma das medidas mais
requisitadas para o crescimento interno de empresas. Entretanto, este processo mostra-se árduo e
desafiador. Neste contexto, o presente trabalho buscou traçar um panorama de empresas brasileiras
nordestinas certificadas com a ISO 9001 no que tange às motivações, dificuldades e benefícios com a
implantação. A pesquisa norteou-se primeiro com um levantamento bibliográfico em livros, artigos e
periódicos sobre Engenharia da Qualidade, com foco na certificação ISO 9001. Aplicou-se
questionários a empresas para levantamento de dados. Elas estavam listadas no Certifiq/Inmetro e no
Comitê Brasileiro de Qualidade (ABNT/CB-25). Por suas características, a pesquisa classifica-se como
bibliográfica, quantitativa, aplicada, survey, descritiva. Para o tratamento dos dados, utilizou-se os
indicadores estatísticos de média ponderada, moda, mediana, Alfa de Cronbach e Coeficiente de
Correlação de Pearson, além da ferramenta MS Excel, versão 2013. Enviou-se questionários a 208
empresas, com uma taxa de retorno de 32,7%. Concluiu-se que as maiores motivações empresariais
para a certificação de qualidade foram: busca por melhoria de qualidade de produtos, melhorias na
gestão de processos e obtenção de vantagens de mercado. As principais dificuldades foram as
resistências dos funcionários às mudanças, excesso de burocracia e escassez de recursos. Em
contrapartida, os benefícios centraram-se em ganhos na gestão de qualidade, redução de
erros/defeitos/retrabalho e maior força nas ações de marketing e publicidade.
Abstract: The adoption of quality certifications is one of the most requested measures for the internal
growth of companies. However, this process proves to be arduous and challenging In this context, the
present work sought to outline a panorama of northeastern Brazilian companies certified with ISO 9001
regarding the motivations, difficulties and benefits with the implementation. The research was first
guided by a bibliographic survey of books, articles and journals on Quality Engineering, focusing on ISO
9001 certification. Questionnaires were applied to companies for data collection. They were listed on
Certifiq / Inmetro and on the Brazilian Quality Committee (ABNT / CB-25). Due to its characteristics, the
research is classified as bibliographic, quantitative, applied, survey, descriptive. For the treatment of the
data, we used the statistical indicators of weighted average, fashion, median, Cronbach's alpha and
Pearson's correlation coefficient, in addition to the MS Excel tool, version 2013. Questionnaires were
sent to 208 companies, with a rate return of 32.7%. It was concluded that the main business motivations
for quality certification were: seeking to improve the quality of products, improvements in process
management and obtaining market advantages. The main difficulties were the employees' resistance to
changes, excessive bureaucracy and scarcity of resources. On the other hand, the benefits were
centered on gains in quality management, reduction of errors / defects / rework and greater strength in
marketing and advertising.
2288
Keywords: Quality. ISO 9001 certification. Motivations. Difficulties. Benefits.
1 INTRODUÇÃO
As preocupações com a qualidade de produtos e serviços datam de muito
tempo. Paladini (2007) afirma que medidas direcionadas à qualidade existem há
séculos e passaram por diferentes áreas de enfoque, desde a fase da inspeção e
controle estatístico de processos, até chegar à gestão de qualidade total.
Maranhão (2005) afirma que no mundo competitivo em que vivem as empresas,
é indispensável um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) para o sucesso das
organizações. O autor complementa que a padronização de processos em empresas
é um fator que atenderá principalmente na colaboração voltada ao gerenciamento de
operações, prevenção de erros e garantir a qualidade.
Contudo, Depexe e Paladini (2012) lembram que apenas no final do Século XX
houve um melhor entendimento, por parte dos gestores, quanto à importância das
certificações empresariais de qualidade e isto acabou por suscitar um destaque e
findou por influenciar o aprimoramento da série ISO International Organization for
Standardization (ISO) no Brasil.
A ISO é uma organização não-governamental de abrangência internacional,
mas que reúne centenas de organismos nacionais, cujo objetivo é promover o
desenvolvimento da padronização e de atividades correlacionadas, de forma a
possibilitar o intercâmbio econômico, científico e tecnológico em níveis acessíveis aos
aludidos organismos interessados (MARSHALL JUNIOR et al., 2010).
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2017), para que
uma empresa possa certificar um produto, processo, serviço ou sistema, é necessário
atender aos requisitos de uma norma técnica de referência, bem como dispor de
instalações, pessoal, equipamentos e procedimentos documentados que permitam
evidenciar que ela controla as atividades relacionadas ao objeto de sua certificação.
Entretanto, a atividade deste tipo de implementação mostra-se intensa e
desafiadora em vários quesitos. Heras, Casadesús e Ochoa (2001), em estudo com
400 empresas espanholas de diversos ramos, afirmam que um aspeto prejudicial
encontrado, neste sentido, foi o aumento no custo relacionado à gestão da qualidade.
2289
Corbett, Montes-Sancho e Kirsch (2005) também destacam os problemas
financeiros nas atividades de certificação de qualidade. Embora os valores poupados
sejam difíceis de quantificar, alguns consultores estimam que o investimento
despendido com ações de certificação de qualidade pode ser recuperado em
aproximadamente três anos após a sua implementação.
Para Asif et al. (2009), outra problemática evidente neste processo está na
metodologia de internalização dos conceitos da certificação à cultura e à estrutura
empresarial. Além disso, Franceschini, Galleto, Cecconi (2006) comentam que são
necessários o envolvimento e o compromisso da alta gerência de uma organização
para o sucesso na implementação de sistemas de qualidade, contudo, isto nem
sempre é percebido na prática. Em resumo, são muitos os possíveis entraves
encontrados por empresários e gestores nas atividades de buscas por uma
certificação de qualidade.
Com isso, este estudo tem o objetivo de identificar as principais motivações,
dificuldades e benefícios encontrados por empresas nordestinas no processo de
implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), com certificação da ISO
9001.
A relevância deste estudo está em apresentar um cenário contendo pontos
essenciais para administradores que irão enfrentar o processo de certificação. Os
pontos nele contidos podem preparar, auxiliar e direcionar os gestores na conduta
desta atividade, antecipando-se a possíveis problemáticas e vislumbrando os ganhos
empresarias existentes com a certificação de qualidade.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2290
conjunto de características inerentes satisfazem uma necessidade ou expectativa, que
geralmente é expressa de forma implícita ou explícita.
Marshall Junior et al. (2006) afirmam que a norma ISO é uma síntese do
empenho de pessoas e entidades dos mais variados setores do mundo como forma
de estabelecer um padrão da gestão de processos no que diz respeito à qualidade.
As certificações deste tipo são tidas como fundamentais para o bom
desempenho operacional de uma empresa, independentemente de sua área de
atuação ou dimensões, como afirmam Douglas, Coleman, Oddy (2003), ao lembrarem
que os padrões técnicos são aplicáveis a diversos ramos de negócios e possuem
importância estratégica para o cumprimento de metas.
O Quadro 1 traz as abordagens gerais de cada série, segundo Paladini et al.
(2012).
2291
internacional ISO 9001 que propõe condições básicas para a adoção de um SGQ em
uma organização.
Juran e Godfrey (1998) colocam que o objetivo da ISO é intermediar práticas
internacionais entre países, cooperando nas mais diferentes áreas, pois o que
existiam antes eram tratados e acordos a nível nacional que não possuíam força, nem
padronização certificada para que fossem replicadas em outras regiões.
As etapas de certificação podem abranger diversas atividades. Marshall Junior
et al. (2010) colocam que entre essas ações, destacam-se a análise de
documentação; coleta e ensaio de produtos/serviços; acompanhamento e inspeções
periódicas; análise externa, tudo como o intuito de avaliar os pormenores das
conformidades e a sua manutenção.
O Comitê Brasileiro de Qualidade (CB-25, 2018) enfatiza que o fato de um
organismo de certificação ser acreditado (credenciado) por organismos oficiais,
reconhecidos nacional e/ou internacionalmente, proporciona uma confiança adicional,
já que a competência e a independência destes entes de certificação para conduzir o
processo de certificação serão verificadas.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
2292
O formulário foi construído com o auxílio da ferramenta Google Drive, através
do aplicativo Google Docs Forms. As questões postas foram elaboradas de forma que
não houvesse intervenção direta e influência do pesquisador sobre o pesquisado,
conforme preceituam Sampieri, Collado e Lucio (2006), havendo espaços livres para
colocações que fossem além do tema contido em cada questão. Apêndice A
apresenta uma cópia do questionário aplicado às empresas.
𝑝1 ∙ 𝑋1 + 𝑝2 ∙ 𝑋2 + … + 𝑝𝑛 ∙ 𝑋𝑛
𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝑃𝑜𝑛𝑑𝑒𝑟𝑎𝑑𝑎 (𝑀𝑃) = (1)
(𝑝1 + 𝑝2 + ∙∙∙ +𝑝𝑛 )
Onde:
𝑝𝑛 = Peso relacionado a uma variável qualquer;
𝑋𝑛 = Valor de frequência de uma variável qualquer
2293
a respeito. Para que esta “falta de conhecimento” não influenciasse os valores de
média extraídos dos questionários, decidiu-se pelo seu suprimento. Assim, apenas as
opções 1, 2, 3, 4 e 5, juntamente com suas respectivas frequências, foram
consideradas para fins de cálculo de médias.
Antes mesmo da utilização das respostas colhidas, calculou-se o Coeficiente
Alfa de Cronbach. Este procedimento é indicado quando se utiliza de questionários
em pesquisas para levantamento de dados e informações para a validação do
instrumento aplicado. A Equação (2) mostra as variáveis necessárias para seu cálculo.
Onde:
𝛼 = Índice final do Alfa de Cronbach;
𝑘 = Número de itens do questionário;
𝜎𝑡2 = A variância total do questionário (soma das variâncias);
𝜎𝑖2 = Variância de cada coluna de X, ou seja, a variância de cada item.
Como critério geral, George e Mallery (2003) entendem que existe uma escala
numérica avaliativa para a classificação dos valores obtidos após o cálculo do
coeficiente.
• se α > 9,0; então, o instrumento é classificado como “Excelente”;
• se 8,0 < α < 9,0; então, o instrumento é classificado como “Bom”;
• se 7,0 < α < 8,0; então, o instrumento é classificado como “Aceitável”;
• se 6,0 < α < 7,0; então, o instrumento é classificado como “Questionável”;
• se 5,0 < α < 6,0; então, o instrumento é classificado como “Pobre”;
• se α < 5,0; então, o instrumento é classificado como “Inaceitável”.
2294
3.3 Classificação da pesquisa
2295
Gráfico 1 - Características da amostra: a) Ramo de atuação da empresa; b) Setor ou
departamento do respondente.
a)
b)
2296
atuado, direta ou indiretamente, no processo de implantação da certificação de
qualidade. Isso foi fundamental para que as repostas de alguns questionários fossem
validadas e outras fossem descartadas.
Outras informações sobre o perfil das empresas participantes destacam suas
abrangências: 56% disseram possuir atuações a nível estadual, 26% operam a nível
regional e 18% de forma nacional. Todas afirmaram possuir a ISO 9001; 70,6%
informaram que tinham, também, a NBR OHSA 18001 (Occupational Health and
Safety Assessment Series/Saúde e Segurança Ocupacional); 42,6% tinham a NBR
ISO 14001 (Sistema de Gestão Ambiental); 26,4% afirmaram possuir outros tipos de
certificações. O somatório deste quesito é superior a 100%, porque os respondentes
podiam assinalar mais de uma opção de certificação.
Percebe-se, assim, que a maioria das empresas consultadas entendem o
processo de normalização como um conjunto de práticas integradas de melhoria e
que juntas, certificações de vários tipos (qualidade, ambiente, segurança), agregam
valor aos processos de trabalhos e à empresa como toda. Este cenário confirma as
colocações de Carvalho e Miguel (2012) e Avila e Paiva (2006) ao destacarem haver
uma forte ligação entre a norma ISO e as outras, sendo comum a implantação de duas
ou mais certificações.
Outro ponto relevante constatado foi em relação aos custos de implantação da
norma. Os resultados revelaram que aproximadamente 85% dos participantes
acreditam que a empresa acabou gastando mais do que previu na etapa de
planejamento com todos os requisitos impostos pela certificação.
Também se indagou sobre o reconhecimento, interno e externo, que a empresa
tem por ser certificada com a ISO 9001. O resultado mostrou que 79% apostam na
consideração do público de suas certificações legais de controle e qualidade junto a
clientes e colaboradores.
Xavier (1995) cita que um dos principais motivos para as empresas buscarem
a certificação de qualidade está no fato de elas desejarem reconhecimento, em
especial, o do mercado estrangeiro. As normas ISO 9000 são reconhecidas
internacionalmente e, em alguns nichos de mercado, têm forte apelo comercial,
incentivando vendas e estabelecendo parcerias comerciais (VALLS, 2005).
2297
4.2 Análise de validade dos questionários distribuídos às empresas
2298
A partir dos resultados colocados, concluiu-se estatisticamente que os
resultados colhidos juntos às empresas participantes possuem respostas aceitáveis,
sem vícios matemáticos e com boa aplicabilidade.
2299
ao comentarem sobre as contribuições que a certificação entrega no sentido de
organização de métodos e processos. Já a Q3 (Vantagens de mercado) é também
citada, neste sentido, como fator motivacional por Lagrosen, Backstron e Lagrosen
(2007) e Sampaio, Saraiva e Rodrigues (2009), que as chamam de motivações
externas à empresa.
A partir dos dados das frequências de cada resposta, utilizou-se o Coeficiente
de Correlação de Pearson para verificar a existência de interdependência entre
questões, de acordo com as respostas das empresas pesquisadas. A Tabela 3
apresenta a matriz de correlação entre os itens presentes nesta parte do questionário.
2300
tópico. O Gráfico 3 apresenta as médias dos valores de respostas referentes à Parte
IV do questionário.
2301
também é um desafio apontado por gestores. Pinto, Carvalho e Ho (2006) seguem a
mesma linha de pensamento.
Com os dados separados por quesitos, construiu-se a Tabela 4 contendo
valores alusivos ao nível de correlação existente entre as variáveis.
2302
implantação da ISO. Esta conclusão é amplamente colocada pela bibliografia vigente
e por pesquisas análogas já realizadas, como os autores Sampaio et al. (2012),
Terziovski e Sohal (2000), Lo e Chang (2007), além de pontos já divulgados pelo
Inmetro (2005).
Outra conclusão do foi percebida pelos resultados de Q24 que trata de “Redução
de erros/defeitos/retrabalho”. Ou seja, grande parte dos participantes observaram que,
após a implantação da ISO, houve considerável diminuição falhas de produto e
serviços.
Em estudo realizado na China, Jang e Lin (2008) chegaram à conclusão de que a
certificação de qualidade influencia de forma positiva o desempenho operacional das
empresas. A consequência disto é a apreciável diminuição do número de não-
conformidades registradas nos anos seguintes à implantação.
Já a Q21 que se refere a “Maior força nas ações de marketing e publicidade”
apresenta-se com notoriedade e importância para as empresas analisadas. Segundo
os autores Xavier (1995), Singh e Smith (2006), esta é uma das maiores motivações
e, posteriormente, benefícios alcançados pelas empresas certificadas. Neste caso, há
uma forte ligação entre a motivação e a expectativa do benefício. Silva (2013) afirma
que a presença da ISO 9001 na organização torna-se um enorme diferencial
competitivo, sobressaindo-se ante as concorrentes, ajudando-a na inserção de novos
mercados.
Construiu-se a matriz de correlação para as questões dispostas na Parte V do
questionário. A Tabela 5 mostra a distribuição dos valores representando o grau de
interdependência existente entre as variáveis analisadas.
2303
Tabela 5 - Matriz de correlação - Parte V (Benefícios).
Questões Q17 Q18 Q19 Q20 Q21 Q22 Q23 Q24 Q25 Q26
Q17 1 - - - - - - - - -
Q18 0,46 1 - - - - - - - -
Q19 0,17 0,14 1 - - - - - - -
Q20 0,07 0,05 0,00 1 - - - - - -
- -
Q21 -0,23 0,18 0,15 0,74 1 - - - - -
-
Q22 -0,04 0,04 0,26 0,05 0,14 1 - - - -
- - -
Q23 -0,12 0,10 0,05 0,16 0,14 0,07 1 - - -
-
Q24 0,01 0,05 0,21 0,03 0,34 0,22 0,18 1 - -
-
Q25 0,18 0,26 0,52 0,02 0,26 0,21 0,07 0,10 1 -
- - - - - -
Q26 -0,15 0,36 0,14 0,02 0,07 0,06 0,31 0,28 0,20 1
Fonte: Autoria própria (2018).
2304
A Tabela 6 mostra um resumo de indicadores estatísticos a partir dos valores
levantados junto às empresas participantes. Foram considerados valores de média
ponderada, desvio padrão, moda e mediana.
Com a maioria dos valores dos desvios padrões inferiores a um, ou próximos a
ele, percebe-se que houve uma uniformidade de comportamento amostral em torno
da média geral de cada quesito. Isso é importante, pois mostra que há uma forte
inclinação para os resultados já expostos.
Vale destacar as questões 20 e 26 que apresentaram moda e mediana iguais
a 6, ou seja, grande parte dos respondentes demonstraram falta de conhecimento do
assunto e, portanto, a pesquisa não tem força estatística suficiente para apontar
percepções empresarias sobre esses dois assuntos, em particular.
A Tabela 7 apresenta, de forma compacta, os principais resultados e
conclusões para o estudo, acompanhados de autores que já discutiram os pontos
citados em outras pesquisas sobre o tema.
2305
Tabela 7 - Resumo dos principais resultados da pesquisa.
Questionári
Coeficiente
Correlação
Ponderada
correlação
Principais
Conbrach
Partes do
Nível de
Autores que corroboram
Alfa de
pontos
Média
o os resultados
observados
α = 0,7222
(aceitável)
PARTE III
14%
Souza e Tanabe (2006),
Q7 4,47 Q2 e Q 7 (Positiva
Ferreira e Salgado (2007)
fraca)
32%
Lagrosen, Backstron e
Q3 4,40 Q3 e Q 6 (Positiva
Lagrosen (2007)
fraca)
37% Tarawneh (2000),
Q12 4,46 Q9 e Q10 (Positiva Sampaio et al. (2012),
fraca) Souza e Tanabe (2006),
(Dificuldades)
α = 0,7185
(aceitável)
PARTE IV
Q21 4,30
(bom)
2306
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
2307
haver dificuldades de ordem material e financeira durante a implantação, uma vez que
quase sempre se exige esforços adicionais para a certificação de qualidade.
Reportando-se aos benefícios obtidos com a implantação, destacou-se os
seguintes aspectos: Ganhos na gestão de qualidade (Q23 = 4,59); Redução de
erros/defeitos/retrabalho (Q24 = 4,25); Maior força nas ações de marketing e
publicidade (Q21 = 4,30). Essas vantagens confirmam os observados pelos autores
Pinto et al. (2006), Jang e Lin (2008), Leite (2005), Xavier (1995).
Portanto, conclui-se que o panorama nordestino de certificação aponta que as
motivações diagnosticadas estão intimamente ligadas aos benefícios alcançados,
onde destacam-se fatores internos e externos à organização, como melhoria de
gestão, expectativa de clientes, busca por vantagem de mercado e ações de
publicidade. Já os problemas presentes relacionam-se a dificuldades internas como
cultura organizacional, organização de procedimentos e supervisão de métodos e
processos.
Entende-se a importância deste estudo como um ponto de referência para
gestores, administradores e empresários que desejam adquirir uma certificação de
qualidade. Este levantamento de dados e informações, bem como o direcionamento
de barreiras e benefícios existentes, pode auxiliá-los no processo de tomada de
decisão, tornando-a mais acurada, segura e consciente.
Para o aprofundamento dos resultados, recomenda-se a expansão da pesquisa
para outras regiões do Brasil, em especial àquelas mais desenvolvidas e que têm um
maior número de empresas certificadas, afim de estabelecer um paralelo entre as
realidades de regiões e/ou estados distintos.
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2311
APÊNDICE A – Questionário aplicado na pesquisa para levantamento de dados.
2312
Revista Produção Online. Florianópolis, SC, v. 22, n. 1, p. 2288-2315, 2022
2313
Revista Produção Online. Florianópolis, SC, v. 22, n. 1, p. 2288-2315, 2022
2314
Artigo recebido em: 21/01/2022 e aceito para publicação em: 30/08/2022
DOI: http://doi.org/10.14488/1676-1901.v22i1.4555
2315