Assinado (3225) (3224)
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-ASSESSORIA JURÍDICA-
Ainda de acordo com a Mensagem do autor da proposta, item 1.2, fls. 2/3,
Assinado digitalmente por THIAGO
JOEL DE ALMEIDA:29998312850
logradouros públicos ficando evidente a necessidade da continuidade deste serviço, com uma atualização
tecnológica dos equipamentos de gestão do controle e a expansão para outras regiões da cidade”.
“Apesar de difícil conceituação, interesse local refere-se àqueles interesses que disserem
respeito mais diretamente às necessidades imediatas dos municípios, mesmo que acabem
gerando reflexos no interesse regional (Estados) ou geral (União), pois, como afirmado por
Fernanda Dias Menezes, ‘‘é inegável que mesmo atividade e serviços tradicionalmente
desempenhados pelos municípios, como transporte coletivo, polícia das edificações,
fiscalização das condições de higiene de restaurante e similares, coleta de lixo, ordenação do
uso do solo urbano, etc., dizem secundariamente com o interesse estadual e nacional.”
Hely Lopes Meirelles2, por sua vez, destaca que o que define e caracteriza
interesse local, inscrito como dogma constitucional, “é a preponderância do interesse do Município
sobre o do Estado ou da União”. Para o doutrinador, alcança o status de interesse local as
matérias que se sujeitam simultaneamente à regulamentação pelas três ordens estatais, dentre
as quais inclui-se o trânsito e tráfego:
O trânsito e o tráfego são daquelas matérias que admitem a tríplice regulamentação – federal, estadual e
municipal -, conforme a natureza e âmbito do assunto a prover.
(...)
De modo geral, pode-se dizer que cabe à União legislar sobre os assuntos nacionais de trânsito e
transporte, e ao Estado-Membro compete regular e prover os aspectos regionais e a circulação
intermunicipal em seu território, e ao Município cabe a ordenação de trânsito urbano, que é de
interesse local (CF, art. 30, I e V).
(...)
A circulação urbana e o tráfego local, abrangendo o transporte coletivo em todo o território municipal,
são atividades de estrita competência do Município, para o atendimento das necessidades específicas de
sua população, entre outras”.
(...)
Assim sendo, compete ao Município regulamentar o uso das vias sob sua jurisdição; (...) (Direito
Municipal Brasileiro. São Paulo; Malheiros, 2017, 18 ed., pp 473 e 474)
Art. 24. Compete aos órgãos e entidades executivos de trânsito dos Municípios, no âmbito de sua
circunscrição: (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
I - cumprir e fazer cumprir a legislação e as normas de trânsito, no âmbito de suas atribuições;
II - planejar, projetar, regulamentar e operar o trânsito de veículos, de pedestres e de animais, e
promover o desenvolvimento da circulação e da segurança de ciclistas;
III - implantar, manter e operar o sistema de sinalização, os dispositivos e os equipamentos de controle
viário;
IV - coletar dados estatísticos e elaborar estudos sobre os acidentes de trânsito e suas causas;
V - estabelecer, em conjunto com os órgãos de polícia ostensiva de trânsito, as diretrizes para o
policiamento ostensivo de trânsito;
VI - executar a fiscalização de trânsito em vias terrestres, edificações de uso público e edificações
privadas de uso coletivo, autuar e aplicar as medidas administrativas cabíveis e as penalidades de
advertência por escrito e multa, por infrações de circulação, estacionamento e parada previstas neste
Código, no exercício regular do poder de polícia de trânsito, notificando os infratores e arrecadando as
multas que aplicar, exercendo iguais atribuições no âmbito de edificações privadas de uso coletivo,
somente para infrações de uso de vagas reservadas em estacionamentos; (Redação dada pela Lei
nº 13.281, de 2016) (Vigência)
VII - aplicar as penalidades de advertência por escrito e multa, por infrações de circulação,
estacionamento e parada previstas neste Código, notificando os infratores e arrecadando as multas que
aplicar;
VIII - fiscalizar, autuar e aplicar as penalidades e medidas administrativas cabíveis relativas a infrações
por excesso de peso, dimensões e lotação dos veículos, bem como notificar e arrecadar as multas que
aplicar;
IX - fiscalizar o cumprimento da norma contida no art. 95, aplicando as penalidades e arrecadando as
multas nele previstas;
X - implantar, manter e operar sistema de estacionamento rotativo pago nas vias;
XI - arrecadar valores provenientes de estada e remoção de veículos e objetos, e escolta de veículos de
cargas superdimensionadas ou perigosas;
XII - credenciar os serviços de escolta, fiscalizar e adotar medidas de segurança relativas aos serviços
de remoção de veículos, escolta e transporte de carga indivisível;
XIII - integrar-se a outros órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito para fins de arrecadação
e compensação de multas impostas na área de sua competência, com vistas à unificação do
licenciamento, à simplificação e à celeridade das transferências de veículos e de prontuários dos
condutores de uma para outra unidade da Federação;
XIV - implantar as medidas da Política Nacional de Trânsito e do Programa Nacional de Trânsito;
XV - promover e participar de projetos e programas de educação e segurança de trânsito de acordo
com as diretrizes estabelecidas pelo CONTRAN;
XVI - planejar e implantar medidas para redução da circulação de veículos e reorientação do tráfego,
com o objetivo de diminuir a emissão global de poluentes;
XVII - registrar e licenciar, na forma da legislação, veículos de tração e propulsão humana e de tração
animal, fiscalizando, autuando, aplicando penalidades e arrecadando multas decorrentes de
infrações; (Redação dada pela Lei nº 13.154, de 2015)
XVIII - conceder autorização para conduzir veículos de propulsão humana e de tração animal;
XIX - articular-se com os demais órgãos do Sistema Nacional de Trânsito no Estado, sob coordenação
do respectivo CETRAN;
XX - fiscalizar o nível de emissão de poluentes e ruído produzidos pelos veículos automotores ou pela
sua carga, de acordo com o estabelecido no art. 66, além de dar apoio às ações específicas de órgão
ambiental local, quando solicitado;
XXI - vistoriar veículos que necessitem de autorização especial para transitar e estabelecer os requisitos
técnicos a serem observados para a circulação desses veículos.
Nessa esteira, uma vez que a propositura versa sobre atos típicos de
administração e gestão, a competência privativa do Chefe do Poder Executivo foi observada
no presente processo legislativo.
“O poder regulamentar não é poder legislativo, por conseguinte não pode criar
normatividade que inove a ordem jurídica. Seus limites naturais situam-se no âmbito da
competência executiva e administrativa, onde se insere. Ultrapassar esses limites importa
abuso de poder, usurpação de competências, tornando írrito o regulamento dele proveniente,
e sujeito a sustação pelo Congresso Nacional (art. 49, V).”
(...)
“... o regulamento não contém, originariamente, novidade modificativa da ordem jurídico-
formal; limita-se a precisar, pormenorizar, o conteúdo da lei. É, pois, norma jurídica
subordinada. O regulamento tem limites decorrentes do direito positivo. Deve respeitar os
textos constitucionais, a lei regulamentada e a legislação, em geral, e as fontes subsidiárias a
que ela se reporta.”3.
É o parecer.
Thiago Joel de Almeida Jani Maria dos Santos Sérgio Ricardo Sant’Ana
Assessor Jurídico Assessora Jurídica Consultor da Assessoria Jurídica