Atenção Domiciliar
Atenção Domiciliar
Atenção Domiciliar
INTRODUÇÃO E IMPORTÂNCIA
- Continuidade do cuidado: possibilita que não existam rupturas no cuidado prestado ao paciente ao
potencializar a construção de “pontes” entre os pontos de atenção e a pessoa, em seu próprio domicílio;
- Integrada às Redes de Atenção à Saúde: o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) deve ter
estabelecido e pactuado fluxos e protocolos com o conjunto dos pontos de atenção dessa rede. É uma
forma de otimização dos recursos
Dessa forma, a atenção domiciliar surge como alternativa ao cuidado hospitalar, provocando a
possibilidade de retomar o domicílio como espaço para produção de cuidado e despontando como
um “dispositivo para a produção de desinstitucionalização do cuidado e novos arranjos tecnológicos do
trabalho em saúde” e trazendo grande potencial de inovação.
A atenção domiciliar como extensão do hospital surgiu, propriamente dita, em 1947 para
“descongestionar” os hospitais. A partir de então, as experiências desse tipo multiplicaram-se na
América do Norte e Europa.
No Brasil, a atenção no domicílio contou inicialmente com os médicos de Família, os profissionais legais
de medicina que atendiam seus abastados clientes em casa, proporcionando assistência humanizada e
de qualidade. Aos menos favorecidos, cabia a filantropia, o curandeirismo e a medicina caseira.
Do ponto de vista normativo, têm-se a publicação da Portaria nº 2.416, em 1998, que estabelece
requisitos para credenciamento de hospitais e critérios para realização de internação domiciliar
no SUS.
Na década de 2000, no Brasil, existiam diversas experiências e projetos direcionados para a
atenção no âmbito do domicílio, com variadas características e modelos de atenção,
destacando-se, sob o aspecto normativo, o programa de Atenção Domiciliar Terapêutica para Aids
(ADT-Aids) e o programa direcionado à atenção dos idosos, que contam com portarias
específicas.
No entanto, a maioria das experiências brasileiras em atenção domiciliar, nessa época, foram
iniciativas das secretarias municipais de saúde ou de hospitais, nos três níveis de governo, e não
contavam com políticas de incentivo ou regulamentação de financiamento.
Em 2002, foi estabelecida a Lei nº 10.424, de 15 de abril de 2002 – DOU de 16/4/2002. Essa lei
acrescenta capítulo e artigo na Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as
condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento de
serviços correspondentes, e dá outras providências, regulamentando a assistência domiciliar no SUS.
Ainda em 2002, em 16 de abril, foi publicada a Portaria SAS/MS n° 249, estabelecendo a assistência
domiciliar como modalidade assistencial a ser desenvolvida pelo Centro de Referência em
Assistência à Saúde do Idoso.
Em 4 de setembro de 2001, foi instituída a Portaria GM/MS n° 1.531 para propiciar aos pacientes
portadores de distrofia muscular progressiva o uso de ventilação mecânica não invasiva em
domicílio, sob os cuidados de equipes específicas para tal, financiadas pelo SUS. Como os
beneficiados eram apenas os portadores dessa patologia, em junho de 2008, por meio da Portaria
GM/MS nº 1.370, regulamentada pela Portaria SAS/MS n° 370, de julho de 2008, o MS ampliou o rol das
patologias elegíveis para cadastramento no programa, porém de forma ainda insuficiente para a
demanda, pois persiste restrito a doenças neuromusculares (vide listagem completa na respectiva
Portaria SAS nº 370/2008), e excluiu causas frequentes de insuficiência respiratória permanente, como o
trauma raquimedular.
Em 2006, foi lançada a Resolução da Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (RDCANVISA) nº 11, datada de 26 de janeiro de 2006, que dispõe sobre o regulamento
técnico de funcionamento dos serviços que prestam atenção domiciliar. A estruturação dos
Serviços de Atenção Domiciliar (SAD) deve se dar com base às orientações dessa resolução. Em outubro
de 2006, o Ministério da Saúde (MS) publicou a Portaria n° 2.529, que institui, no âmbito do SUS, a
internação domiciliar como um conjunto de atividades prestadas no domicílio a pessoas
clinicamente estáveis que exijam intensidade de cuidados acima das modalidades ambulatoriais,
mas que possam ser mantidas em casa, por equipe exclusiva para esse fim.
• Estabelece que a organização dos SAD deve ser realizada a partir de uma base territorial com
uma população adscrita de 100 mil pessoas. Assim, qualquer usuário que venha a se beneficiar de
atenção domiciliar terá uma equipe de atenção domiciliar de referência, não precisando estar,
necessariamente, internado num hospital que possua serviço de internação domiciliar para se beneficiar
dessa modalidade de cuidado;
• Amplia o número de municípios elegíveis à proposta na medida em que propõe o recorte populacional
para aqueles que tenham população acima de 40.000 habitantes;
• Fortalece o conceito de que a AD integra uma Rede de Atenção à Saúde, contribuindo para a
continuidade do cuidado e a integralidade da atenção.
Na atenção domiciliar, a equipe deve respeitar o espaço da familiar, ser capaz de preservar os laços
afetivos das pessoas e fortalecer a autoestima, ajudando a construir ambientes mais favoráveis à
recuperação da saúde. Essa assistência prestada no ambiente privado das relações sociais contribui
para a humanização da atenção à saúde por envolver as pessoas no processo de cuidado,
potencializando a participação ativa do sujeito no processo saúde-doença.
O CUIDADOR
O cuidador é a pessoa que presta os cuidados diretamente, de maneira contínua e/ou regular,
podendo, ou não, ser alguém da família.
Na ausência da família, a equipe deverá localizar pessoas da comunidade para a realização do cuidado,
formando uma rede participativa no processo de cuidar.
As atribuições devem ser pactuadas entre equipe, família e cuidador, democratizando saberes,
poderes e responsabilidades.
★ Inclusão
• Ter tido alta da AD2/AD3;
• Ter, no domicílio, infraestrutura física compatível com a realização da AD;
• Ter o consentimento informado do usuário (se consciente) e/ou de seu representante legal;
• Estar impossibilitado de se deslocar até o serviço de saúde;
• Necessitar de cuidados numa frequência de visitas e atividades de competência da atenção
básica;
• Não se enquadrar nos critérios de inclusão nas modalidades AD2 e AD3
★ Desligamento
• Mudança de área de abrangência, devendo ser transferido para a equipe responsável pela área do
novo domicílio;
• Impossibilidade da permanência do cuidador no domicílio;
• Não aceitação do acompanhamento;
• Recuperação das condições de deslocamento até a unidade de saúde;
• Piora clínica que justifique AD2/AD3 ou internação hospitalar;
• Cura;
• Óbito.
Obs.: para desligamento, é necessário haver ampla discussão do caso com toda a equipe multidisciplinar.
Com vistas a organizar um modelo que dê conta das necessidades de saúde da população brasileira,
tem-se, nas Redes de Atenção à Saúde (RAS), estratégia para superar a fragmentação da gestão e da
atenção e assegurar ao usuário o conjunto de ações de saúde com efetividade, eficiência, segurança,
qualidade e equidade.
Com a criação do programa Melhor em Casa, representando uma priorização da atenção domiciliar
pelo governo federal e este sendo desenvolvido em parceria com Estados e municípios, essa
modalidade de atenção tem se deparado com um grande desafio: a integração da atenção domiciliar
com os outros pontos de atenção à saúde do sistema, especialmente com a atenção básica, na
perspectiva das RAS.
Serviços de Atenção Domiciliar (SAD), suas respectivas equipes multidisciplinares de atenção domiciliar
(EMAD) e equipes multidisciplinares de apoio (EMAP)
Cada equipe multidisciplinar de atenção domiciliar deverá ser responsável por todos os usuários que
necessitarem de cuidados no domicílio num território que abrange 100 mil habitantes. A equipe
multidisciplinar de atenção domiciliar de um município com população abaixo de 100 mil será referência
para todo o município, isto é, para a totalidade de sua população.
O processo de conhecimento do território pode ser construído com base nos seguintes eixos:
- Informação em saúde, que tem como objetivos: conhecer e caracterizar, a partir da coleta e da
produção de informações, o território usado e possibilitar um processo de apropriação sistemático e
permanente desse espaço geográfico pelos diferentes atores sociais envolvidos – gestores,
trabalhadores e usuários;
- Produção do cuidado à saúde, com o objetivo de utilizar a elaboração coletiva do conhecimento sobre
o território (equipamentos sociais, esportivos, educacionais etc.) como um disparador para a reflexão dos
processos de trabalho, pensado na sua dimensão micropolítica;
- Constituição das redes de cuidado, com a finalidade de compartilhar e construir redes de cuidado à
saúde nos territórios como um conjunto de ações que possibilitem os múltiplos entendimentos.
Formas de ação integradas e intersetoriais na saúde dizem respeito à interlocução entre as várias
partes da saúde (intrassetorial), setores (intersetorialidade) e instituições governamentais e/ou não
governamentais das diversas aéreas das políticas
A atenção domiciliar pode ser um mecanismo de articulação entre os pontos de atenção em saúde,
potencializando a rede a partir de um cuidado compartilhado, mais horizontal, com
corresponsabilização dos casos pelas equipes de saúde, envolvendo desde as equipes de atenção
básica, equipes dos hospitais e unidades de pronto-atendimento e equipes ambulatoriais especializadas.
O cuidado em saúde está baseado num encontro que busca o entendimento mútuo, em que as
tecnologias são contempladas, mas não se constituem no foco da ação. Dessa forma, incorporar as
fragilidades subjetivas do sujeito, da família e das redes sociais, para além dos riscos biológicos, como a
ampliação de seu repertório de ações, inclui a produção de maiores graus de autonomia e
autocuidado dos sujeitos.
★ Demanda espontânea
É possível que os próprios familiares acessem o SAD por meio do contato telefônico ou da procura
direto na sede. Essa forma de acesso pode ser comum, mas deve ser reconhecida como uma “situação
analisadora”, que indica, talvez, dificuldade no acesso do paciente a outros serviços de saúde (atenção
básica, por exemplo) ou falhas na comunicação desses serviços com o SAD.
★ Busca ativa
A busca ativa se configura num processo de educação permanente no qual os sucessivos contatos
entre o SAD e os profissionais dos serviços potencialmente “porta de entrada” da AD possibilitam a
divulgação e pactuação dos protocolos, além de sua reformulação, auxiliando que a busca ativa
se torne cada vez menos necessária.
Quando a solicitação for do primeiro tipo, será encaminhada ao SAD, mesmo se houver contato
telefônico ou pessoal, por meio de instrumento padronizado. A solicitação deve ser detalhada,
contendo as condições de saúde e doença do paciente com histórico, prescrições, exames e
intercorrências. O registro do pedido de inclusão em algum instrumento é importante e só será
substituído quando a solicitação puder ser feita de forma eletrônica (prontuário eletrônico, por exemplo).
A equipe receberá o encaminhamento do paciente e agendará a entrevista pré-admissional, prestando
esclarecimentos sempre que necessário quanto aos critérios de inclusão e exclusão dos pacientes. Nos
casos mais complexos, poderá ocorrer visita prévia ao paciente ainda em internação hospitalar, com a
elaboração da alta programada.
Após entrevista e visita pré-admissional, o membro da equipe aplicará os critérios de inclusão e exclusão
e em conjunto com a equipe, definindo se o paciente será admitido ou não.
Se o paciente não contemplar os critérios de admissão no SAD, deverá ser informada à família e ao
serviço solicitante a justificativa da não admissão e juntamente com encaminhamento pertinente a cada
caso.
Caso haja a decisão de incluir a pessoa na AD, será agendada a primeira visita para avaliação do
paciente e admissão no SAD. Essa primeira visita domiciliar preferencialmente deverá ser realizada pela
equipe completa, visando à avaliação conjunta para elaboração do plano terapêutico.
Além da assinatura do termo de consentimento livre esclarecido realizado pelo paciente ou pelo familiar
no momento da admissão na AD,
Para desligamento, é necessário haver ampla discussão do caso com toda a equipe multidisciplinar.
Importante destacar que nem todos os pacientes necessitam de cuidador, apesar de necessitarem
de AD. Um exemplo seria um paciente cadeirante que mora só e tem autonomia para as suas atividades,
necessitando de ajuda esporádica dos vizinhos. Mesmo não tendo cuidador, poderia ser acompanhado
pela equipe no domicílio por ser difícil seu deslocamento ate a UBS.
Assim, os profissionais que atuam na AD, sejam eles nas equipes de atenção básica ou nas equipes de
atenção domiciliar, devem oferecer suporte à família e ao cuidador, conhecer o domicílio e a família, os
recursos disponíveis da família e da comunidade, tendo em vista que não permanecem no domicílio em
tempo integral e que muitas dessas pessoas acabam assumindo o papel de cuidador de maneira
repentina e sem preparo para exercê-lo.
O cuidador formal é o profissional preparado em uma instituição de ensino para prestar cuidados no
domicílio, segundo as necessidades específicas do usuário; o cuidador informal é um membro da
família, ou da comunidade, que presta qualquer tipo de cuidado às pessoas dependentes, de acordo com
as necessidades específicas.
Entre os cuidadores formais e informais, existem aqueles que desempenham um papel principal e outros
que desempenham um papel secundário no auxílio. O cuidador principal assume total ou maior parte da
responsabilidade de cuidar e é ele quem realiza a maioria das atividades. Os secundários são aqueles
familiares, amigos, vizinhos, voluntários ou profissionais que complementam o auxílio, geralmente
exercendo menor apoio.
★ Acolhimento
O acolhimento expressa uma ação de aproximação, de inclusão, de estar em relação com algo ou
alguém. É uma tecnologia leve, de uso das equipes na sua relação com o usuário e que se propõe a
inverter a lógica de organização e funcionamento do serviço de Saúde, partindo dos seguintes
princípios: garantir acessibilidade universal, reorganizar o processo de trabalho com base em
uma equipe multiprofissional e qualificar a relação trabalhador-usuário.
Trata-se de uma diretriz ética, estética e política da Política Nacional de Humanização do SUS.
Ética, no compromisso com o outro, na atitude de acolhê-lo em suas diferenças, suas dores, suas
alegrias, seus modos de viver, sentir e estar na vida. Estética porque traz estratégias de dignificação da
vida e do viver para as relações e, assim, para a construção de nossa própria humanidade. Política
porque implica o compromisso coletivo de se envolver nesse “estar com”, potencializando protagonismos
e vida nos diferentes encontros.
★ Clínica Ampliada
A clínica ampliada representa também compromisso ético e intenso com o sujeito doente visto de modo
singular. Pauta-se por assumir a responsabilidade sobre os usuários dos serviços de Saúde, buscando a
intersetorialidade para ajudar a solucionar problemas, a minimizar a injustiça social e a reconhecer os
limites do conhecimento dos profissionais de Saúde e das tecnologias aplicadas.
O cuidado no domicílio naturalmente provoca ampliação da clínica, uma vez que a pessoa cuidada
demanda diversidades de olhares e necessita de múltiplos serviços.
Uma abordagem muito utilizada na prática clínica individual, útil na ampliação da clínica e que pode ser
utilizada no cuidado do paciente em AD é o método clínico centrado na pessoa (MCCP), caracterizado
por uma metodologia sistematizada para auxiliar o profissional de Saúde a realizar a abordagem
individual das pessoas. O MCCP visa encontrar a real necessidade da pessoa em atendimento,
ampliando o foco deste para todos os problemas dela – físicos, sociais ou psicológicos, investigando a
forma com que eles aparecem. São seis os componentes do MCCP: explorando a doença e a
experiência da doença; entendendo a pessoa como um todo; elaborando um plano conjunto dos
manejos dos problemas; incorporando prevenção e promoção de saúde; intensificando o
relacionamento entre pessoa e médico e sendo realista.
★ Apoio Matricial
O apoio matricial visa garantir a retaguarda especializada às equipes que realizam atenção à saúde,
tratando-se de metodologia de trabalho que complementa os mecanismos de referência e
contrarreferência, os protocolos e as centrais de regulação.
As equipes de referência têm composição multiprofissional de caráter transdisciplinar e são
responsáveis pela assistência à “saúde de um número de pacientes inscritos, segundo sua capacidade
de atendimento e gravidade dos casos”.
O projeto terapêutico pode ser elaborado também para grupos ou famílias e contempla as fases de
diagnóstico, definição das metas, definição das responsabilidades e reavaliação, apresentadas no
quadro abaixo de forma esquemática:
• Diagnóstico: momento de realizar uma avaliação completa, biopsicossocial. Tentar entender o
indivíduo de maneira singular, sua situação frente aos problemas e suas interações sociais e levantar
diagnósticos.
• Definição de metas: momento de traçar metas com o usuário e definir prazos.
• Divisão de responsabilidades: momento de dividir as responsabilidades entre os profissionais, de
forma clara e objetiva, assim como de acordar o que será responsabilidade do paciente e sua
família/cuidadores. Definir um coordenador do caso, que geralmente é o membro da equipe com maior
vínculo com o paciente e sua família.
• Reavaliação: momento de avaliação da evolução do caso e suas possíveis correções e sugestões de
novas propostas.
O PTS consiste em definir as demandas deste paciente sob cuidados domiciliares, ou desta família,
envolver este grupo de pessoas no próprio processo de tomada de decisões – o que o torna
realmente singular – seguido da definição, dentro dos recursos disponíveis, de um cardápio de
ofertas dentro da própria equipe – ou da rede de atenção, ou ainda da rede de apoio social – capaz de
oferecer a melhor resposta possível para cada situação, ou para o conjunto delas.
A dinâmica da vida familiar deve ser avaliada com respeito e valorização das características peculiares e
do convívio humano. Constituem instrumentos de registro da família o genograma e o ecomapa. Os
ciclos de vida permitem entender como a fase atual daquela família pode impactar na saúde e quais
seriam os desafios a superar.
GENOGRAMA
O genograma permite identificar, de maneira mais rápida, a dinâmica familiar e suas possíveis
implicações, com criação de vínculo entre o profissional e a família/indivíduo.
O genograma baseia-se no modelo do heredograma, mostrando, graficamente, a estrutura e o padrão de
repetição das relações familiares, as repetições de padrões de doenças, o relacionamento e os conflitos
resultantes do adoecer.
Na configuração proposta, o genograma reúne informações sobre a doença da pessoa identificada,
as doenças e os transtornos familiares, a rede de apoio psicossocial, os antecedentes genéticos,
as causas da morte de pessoas da família, além dos aspectos psicossociais apresentados, que,
com as informações colhidas na anamnese, enriquecem a análise a ser feita pelo profissional.
- Componentes de um genograma:
Indicação dos membros que vivem juntos na mesma casa;
Relações familiares e vitais mais significativas;
Desenho do casal com os filhos;
Fase do ciclo de vida;
Sistema familiar de origem;
Estressores;
Interpretações do problema;
ECOMAPA
Complementar ao genograma, o ecomapa consiste na representação gráfica dos contatos dos
membros da família com os outros sistemas sociais, das relações entre a família e a comunidade.
Ajuda a avaliar os apoios, os suportes disponíveis, sua utilização pela família, e pode apontar a
presença de recursos, sendo o retrato de um determinado momento da vida dos membros da
família, portanto, dinâmico.
Por ser um instrumento com importantes ganhos, tanto no aspecto relacional (de melhoria do vínculo)
quanto na programação do trabalho, pode ser aplicado a todas as famílias, sendo ideal para aquelas
com maiores dificuldades relacionais, tanto intrafamiliares quanto sociais, para o melhor estudo e
compreensão do sistema a ser trabalhado.
São características do ecomapa: registrar membros da família e suas idades no centro do círculo;
utilizar a mesma simbologia do genograma; registrar, em círculos externos, os contatos da família com
membros da comunidade ou com pessoas e grupos significativos; e linhas que indicam o tipo de conexão
Complicações:
FÍSICAS: Dor. Atrofia muscular. Piora de retrações tendíneas/articulares. Úlceras por pressão. Infecção
respiratória. Incontinências/infecções urinárias. Obstipação intestinal. Osteoporose. Insuficiência arterial
periférica. Tromboembolismo venoso (TEV).
PSICOSSOCIAIS: Isolamento social. Falta de acesso a serviços extradomiciliares. Depressão.
Sobrecarga do cuidador. Custo financeiro e social, absenteísmo.
São pacientes que não conseguem solicitar ajuda quando apresentam algum mal-estar ou agravo;
por isso, a comunicação não verbal e a observação de mudanças na funcionalidade são
essenciais na assistência a esses pacientes.
Complicações:
FÍSICAS: Risco de lesão corporal (acidentes). Síndrome da Imobilidade. Falta de autocuidado.
Acometimento de outras funções: disfagia, disfunções da marcha, esfincterianas e neurovegetativas.
PSICOSSOCIAIS: Alta dependência. Abuso e maus-tratos. Estresse do cuidador. Depressão. Custo
financeiro e social, absenteísmo.