Descolonizacao Afro Asiatica
Descolonizacao Afro Asiatica
Descolonizacao Afro Asiatica
62 – DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA.
CONCEITO
Até a primeira metade do Séc. XX, África, grande parte da Ásia e
Oceania estavam sob o domínio colonial das potências europeias. O
processo pelo qual essas regiões alcançaram sua independência é
chamado de DESCOLONIZAÇÃO AFRICANA E ASIÁTICA.
Até as primeiras décadas do
século XX, muitas pessoas, na
Europa, tinham orgulho de seu
país possuir impérios
coloniais, no entanto, pós
Segunda Guerra, essa situação
se torna constrangedora, pois
os governos “democráticos e
libertadores” não queriam ser Figura://acropolemg.blogspot.com/2014/09/descolonizacao-da-africa-e-da-
Figura://medium.com/afro-asian-visions/trending imperialistas.
1 ° - MOVIMENTOS especies-animales/
EMANCIPACIONISTAS
Após a Segunda Guerra, acelerou-se o processo de
descolonização, em que ganham força os MOVIMENTOS
EMANCIPACIONISTAS LOCAIS, que buscavam a independência e
a autonomia política e econômica de suas antigas metrópoles.
2° - ECONOMIA EUROPEIA DELICADA
A Segunda Guerra deixou boa parte da Europa destruída; os
países europeus ficaram em uma delicada situação econômica,
uma crise que dificultava a MANUTENÇÃO DO DOMÍNIO
COLONIAL por meio de forças militares.
Figura://www.portaldovestibulando.com/2015/01/descolonizacao-da-africa-e-da-asia.html
3° - CONSCIÊNCIA ANTICOLONIALISTA
O mundo ficou chocado com os horrores da Segunda Guerra Mundial. Sendo assim, a opinião pública
europeia desenvolveu uma CONSCIÊNCIA ANTICOLONIALISTA.
Surgiu uma grande contradição, pois os governos eram inimigos
da opressão nazifascista e mantinham oprimidas as colônias.
4°- GUERRA FRIA - NOVAS FORMAS DE INFLUÊNCIA
As duas grandes potências do pós-guerra (EUA e URSS)
assumiram posições favoráveis à descolonização.
ESTAVAM INTERESSADAS EM DESENVOLVER NOVAS FORMAS
DE INFLUÊNCIA NAS REGIÕES QUE BUSCAVAM A
INDEPENDÊNCIA. Desse modo, após a ruptura dos laços
coloniais, os processos de
independência desdobraram-se em Figura://aminoapps.com/c/fatos_militares/page/
uma série de lutas internas.
Figura://www.geledes.org.br/pan-africanismo/
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PARTICIPANTES
Afeganistão, Birmânia, Camboja, Ceilão, República Popular da
China, Filipinas, Índia, Indonésia, Japão, Laos, Nepal,
Paquistão, República Democrática do Vietnã, Vietnã do Sul e
Tailândia, TOTALIZANDO 15 DA ÁSIA.
Arábia Saudita, Iêmen, Irã, Iraque, Jordânia, Líbano, Sírio e
Turquia, TOTALIZANDO OITO DO ORIENTE MÉDIO; Costa do
Ouro – atualmente Gana –, Etiópia, Egito, Líbia, Libéria e
Sudão, totalizando apenas seis da África. ISSO ESTÁ
RELACIONADO AO FATO DE QUE MUITOS PAÍSES AINDA
ERAM COLÔNIAS DA EUROPA.
Figura://norteafricano.blogspot.com/2010/06/o-nao-alinhamento-da-conferencia-de.html
PRINCÍPIOS
Respeito aos direitos fundamentais;
Respeito à soberania e integridade territorial de todas as nações;
Reconhecimento da igualdade de todas as raças e nações, grandes e pequenas;
Não intervenção e não ingerência nos assuntos internos de outros países (autodeterminação dos povos);
Respeito pelo direito de cada nação defender-se individual e coletivamente;
Recusa na participação dos preparativos da defesa coletiva destinada para servir aos interesses
particulares das superpotências;
Abstenção de todo ato ou ameaça de agressão, ou do emprego da força, contra a integridade territorial ou
a independência política de outro país;
Solução de todos os conflitos internacionais por meios pacíficos (negociações e conciliações, arbitradas
por tribunais internacionais);
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62 – DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA.
O PROCESSO
RUPTURA PACÍFICA RUPTURA VIOLENTA
Foi alcançada mediante acordos firmados com a Alcançada por meio de conflitos envolvendo as forças da
metrópole, que reconhecia formalmente a metrópole e as “tropas de libertação” coloniais,
independência política colonial, mas procurando principalmente quando a luta pela independência política
preservar as relações econômicas (domínio). se transformava em luta contra a dominação
imperialista. Nesses processos, houve o envolvimento
direto das potências da Guerra Fria.
Figura://aulasonlinedehistoria.blogspot.com/2015/10/independenciada-india-aindia-passou-ser.html Figura://litci.org/es/menu/mundo/africa/angola/42-anos-la-independencia-angola/
paz com o Governo Provisório da Argélia, estabelecido no Cairo (Egito). A guerra arrastou-se por 8 anos e
deixou centenas de mortos dos dois lados. As negociações de paz se estendem até julho de 1962, quando
foi assinado o ACORDO DE EVIAN, reconhecendo a
independência da Argélia.
Figura://www.resistencia.cc/a-independencia-da-argelia-outubro-1917-nove
dien-bien-phu/
O CONGO BELGA
Foi um movimento marcado pela violência, devido a uma série
de conflitos internos entre os grupos
políticos locais e, também, os
interesses internacionais na disputa
pelas riquezas da região. A existência
de diferentes grupos étnicos, a falta de
preparo intelectual dos congoleses (os
belgas proibiam de estudar mais do
que quatro anos) e a violência empregada pelas autoridades coloniais
retardaram uma ação conjunta contra o colonialismo.
A revolta dos congoleses ganhou unidade e comando com PATRICE LUMUMBA,
que liderou o MOVIMENTO NACIONAL CONGOLÊS, fundado em 1957. A partir
daí, as manifestações de rua e as greves
Figura://br.depositphotos.com/40900995/stock-illustration-map-of-democratic-republic-
of.html sucederam-se e o movimento pela
independência ganhou corpos. Pressionados pela enorme resistência popular,
os belgas retiram-se do Congo em 30 de junho de 1960, data da independência
da REPÚBLICA DO CONGO. Mas o
projeto Figura://wa.wikipedia.org/wiki/Patrice_Lumumba
de LUMUMBA de unir os
congoleses não prosperou. Com apoio
dos Estados Unidos, a rica província de
KATANGA moveu guerra separatista
contra as forças de LUMUMBA que, por sua vez, recebiam ajuda
da UNIÃO SOVIÉTICA. Durante essa guerra civil com intervenção
externa, as forças do CORONEL MOBUTU, aliado dos norte-
americanos, venceram e assumiram o controle do país em 1961.
Lumumba foi preso e assassinado em fevereiro de 1961.
Mobuto tornou-se um ditador a partir de 1965, quando o Congo
passou a ser oficialmente chamado de Figura://kasaidirect.net/wordpress/?p=3138
REPÚBLICA DO ZAIRE, e dirigiu o país até 1997. Nesse ano, uma
rebelião liderada por LAURANT KABILA derrubou Mobutu do poder.
Kabila, ao assumir o governo, retornou o antigo nome do país:
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO. As disputas étnicas e
políticas continuaram e provocaram violentos confrontos pelo país.
português que, em 25 de abril de 1974, derrubou a ditadura salazarista que, nessa época, estava sob o
comando de MARCELO CAETANO. Defendendo a redemocratização do país e o fim do colonialismo, os
revolucionários portugueses conquistaram amplo apoio popular.
ATENÇÃO
ayworld.wordpress.com/
ANGOLA
Em 1956, foi fundado o Movimento
Popular pela Libertação da Angola,
MPLA, que, em 1961, desencadeou as
lutas pela independência, sob a liderança
do poeta AGOSTINHO NETO, que
também fazia parte da GERAÇÃO DOS
50. Na mesma época, outros dois
movimentos surgiram: União Nacional
para a Independência Total de Angola,
UNITA, e a Frente Nacional de
Libertação de Angola, FNLA.
Em 1974, foi assinado o ACORDO DE ALVOR, no qual os portugueses
reconheceriam a independência de Angola em 1975, ano em que seria formado
um governo de transição composto pelo MPLA, UNITA e FNLA. No entanto,
uma série de divergências
com/2009/09/antonio-
Figura://litci.org/es/menu/mundo/africa/angola/42-anos-la-independencia-angola/
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levou a uma guerra civil e à invasão do país por tropas do Zaire e da África do Sul
(apoiadas pela FNLA e UNITA), que recebiam ajuda dos EUA.
O MPLA, liderado por Agostinho Neto, solicitou, então, ajuda de Cuba e, em
1976, derrotou as forças da UNITA e da FNLA.
MOÇAMBIQUE
Figura://www.cubadebate.cu/opinion/2015/11/12/angola- Em 1962, foi criada a Frente de Libertação
independencia-y-paz-merecidas-para-su-pueblo/
de Moçambique, FRELIMO, por EDUARDO
MONDLANE, que iniciou as lutas pela
independência. Ele morreu em 3 de fevereiro de 1969 ao abrir uma
encomenda que continha uma bomba supostamente enviada pela
política secreta portuguesa, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa
do Estado). Com a morte do líder EDUARDO MONDLANE, em 1969,
SAMORA MACHEL, assumiu a direção do movimento, que passou a disputar o controle do território. Em
Figura://www.frelimo.org.mz/frelimo/index.php/a-
frelimo/
1975, Portugal reconheceu a independência da República Popular de
Moçambique, tendo como presidente o próprio SAMORA MACHEL.
Figura://zap.aeiou.pt/30-anos-ninguem-sabe-caiu-aviao-samora-machel-134100
DICA SALVADORA
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DE ANGOLA E
MOÇAMBIQUE FOI SEGUIDO POR UMA VIOLENTA GUERRA
CIVIL. OS GRUPOR POLÍTICOS QUE LUTARAM JUNTOS PELA
INDEPENDÊNCIA PASSAM A DISPUTAR O CONTROLE POLÍTICO
PELO PAÍS. SOMENTE NO FINAL DOS ANOS 90, OS DOIS
PAÍSES ALCANÇAM A PAZ.
Figura://www.dw.com/pt-002/a-hist%C3%B3ria-de-mo%C3%A7ambique-
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARRUDA, José Jobson de; PILETTI, Nelson. Toda a História: História geral e história do Brasil. 6.ed. São
Paulo: Ática, 1996.
COTRIM, Gilberto. História Global Brasil e Geral. 8.ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 1, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 2, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
JÚNIOR, Alfredo Boulos. 360° História sociedade & cidadania. Volume 3, 2.ed. São Paulo: Ftd, 2015.
WRIGHT, Edmund; LAW, Jonathan. Dicionário de História do Mundo. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
QUESTÕES
1-(UFSM) Analise as afirmações a respeito da descolonização da África e da Ásia e indique se são
verdadeiras (V) ou falsas (F).
( ) A descolonização da Ásia e da África só ocorreu após o término da Segunda Guerra Mundial; o declínio
dos países europeus depois da guerra e o avanço do nacionalismo estimularam os movimentos de
libertação.
( ) No processo de independência da Índia, o destaque coube ao líder Mahatma Gandhi. responsável pela
unidade política da ex-colónia inglesa.
( ) A independência da Argélia se consolidou em 1954, quando se formou a Frente de Libertação Nacional
(FLN), que usava a tática de guerrilha contra os franceses.
( ) No processo de descolonização da África, a primeira colônia inglesa a conquistar a independência foi
Costa do Ouro, que passou a se chamar Gana, em 1957.
A sequência correta é
a) V-F-F-V
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62 – DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA.
b) V-F-V-F
c) F-F-V-F
d) F-V-V-V
e) F-V-F-V
2-(UFAM) A luta contra o apartheid na África do Sul foi um esforço coletivo, protagonizada por ampla e
anônima maioria negra do país, orientada por vários dirigentes negros, apoiada por alguns líderes brancos
e acompanhada pela indignação internacional. Contudo foi um único homem, recluso na prisão por quase
três décadas, quem simbolizou a causa contra o regime segregacionista: Nelson Mandela ou,
carinhosamente, Madiba para seus conterrâneos. Falecido em 5 de dezembro de 2013, aos 95 anos, há
tempos ele lutava contra doenças recorrentes do período em que permaneceu preso por conta de sua luta
pela abolição do apartheid. Prêmio Nobel da Paz em 1993, o homem considerado o herói do século XX
deixou um legado de luta incomparável, tanto que ao anunciar sua morte, o atual presidente da África do
Sul, emocionado, disse: “Ele descansou e agora está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso
povo perdeu seu pai.”
No discurso proferido quando assumiu a presidência (1994), Mandela mais uma vez reforça o seu
comprometimento na busca de “construir uma sociedade na qual todos os sul africanos, brancos e negros
fossem capazes de caminhar com a cabeça erguida sem medo em seus corações [...], uma nação arco-íris,
em paz consigo mesma e com o mundo.”
Consoante aos seus conhecimentos sobre o tema exposto, você pode depreender que:
I. As primeiras manifestações contra o apartheid foram organizadas tanto pelo Congresso Nacional Africano
(CNA), partido político fundado em 1912 para defender tanto o direito dos negros, quanto dos homens
brancos de
mentalidade liberal.
II. Já como membro ativo do CNA, após o Massacre de Sharpeville em 1961, Mandela passou a defender
que o apartheid não deveria ser mais combatido com a nãoviolência, mas por outros meios, como a
sabotagem.
III. Em 1976 o Massacre de Soweto, com mais de 500 mortos, recorda ao mundo a brutalidade do regime
racista sul-africano.
IV. Libertado após 27 anos de cárcere, Mandela negocia o fim do apartheid com o presidente Frederik De
Klerc em 1993, sendo eleito o primeiro presidente negro da África do Sul no ano seguinte.
V. Tanto a insanidade do apartheid como a crucial capacidade de luta e atitude conciliadora de Nelson
Mandela em muito contribuiu para o mundo repensar o racismo e a segregação.
3-(ESPM) “Em 21 de dezembro de 1961, a Bélgica concedeu autonomia interna a Ruanda e, em 28 de junho
de 1962, a Assembleia Geral da ONU fixou para 1º de junho a supressão da tutela e a concessão da
independência à República Democrática de Ruanda, ressaltando que o governo independente não seria
mono étnico. Tal cuidado não foi suficiente, pois os acontecimentos posteriores acabaram culminando em
um dos mais violentos genocídios do século XX, estimando-se o número de mortos em 1.074.017, ou seja,
um sétimo da população de Ruanda.”
(Leila Hernandez. A África na sala de aula)
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62 – DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA.
Em abril de 2014, completaram-se 20 anos do que ficou conhecido como genocídio de Ruanda. Diferenças,
desigualdades, discriminações raciais, econômicas, sociais e políticas alimentaram o ódio. O assassinato do
presidente Juvenal Habyarimana, em atentado ao avião em que viajava, foi o estopim do genocídio.
Sobre o genocídio em Ruanda assinale a alternativa correta:
a) foi praticado por mercenários belgas interessados na recolonização de Ruanda e exploração de suas
riquezas;
b) foi praticado por ruandeses contra cidadãos europeus e norte-americanos acusados de responsabilidade
pela miséria em Ruanda;
c) refletiu o ódio religioso entre cristãos e muçulmanos;
d) refletiu o ódio dos ruandeses contra as Forças de Paz enviadas pela ONU para apaziguar as disputas
entre diferentes grupos políticos;
e) foi praticado pelo grupo étnico hutu contra a etnia tútsi e hutus moderados que formavam a oposição
política no país, sendo que entre os mortos eram tútsis.
5-(UERJ) Veja bem, este país, em seus dias de glória, parecia até um zoológico. Um zoológico limpinho e
bem arrumado. Todos tinham o seu lugar e viviam felizes. Quem era chamado de halwaifazia doces. Quem
era chamado de criador de gado criava gado. Os intocáveis limpavam latrina. Até que, em 1947, quando os
britânicos foram embora, todas as jaulas foram abertas. Aí a lei da selva substituiu a lei do zoológico. Os
mais ferozes devoraram os demais e ficaram barrigudos.
Resumindo: antigamente havia mil castas e destinos na Índia. Hoje só há duas castas: a dos homens
barrigudos e a dos homens sem barriga.
ARAVIND ADIGA. Adaptado de O tigre branco. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.
O fragmento de texto acima faz referência a uma das transformações ocorridas na Índia, a partir de 1947.
Essa transformação explicita a relação entre as seguintes características na sociedade indiana:
a) diversidade de etnias – liberdade de expressão
b) divisão do trabalho – hierarquização dos grupos
c) centralização do Estado – eliminação da censura
d) racionalização da produção – preservação das tradições
6-(PUC-RS) Em 1963, fundou-se, em Adis-Abeba, a Organização para a Unidade Africana (OUA), com o
objetivo de defender a soberania de seus membros e de auxiliar na completa erradicação do colonialismo
na África, logo após o reconhecimento da independência de 17 ex-colônias da França e da Inglaterra. Ficou
de fora da OUA, devido a seu regime político, então racista,
a) o Congo.
b) o Zaire.
c) a Argélia.
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d) a África do Sul.
e) o Marrocos.
7-(UFU) A partir de 1948, o Partido Nacional, no poder na África do Sul, entregou-se à tarefa de transformar
a separação em bases raciais – já existente na sociedade sul-africana – num complexo sistema legal e no
fundamento real do Estado. Essencialmente preocupado em frear e impedir a vinda dos negros para as
cidades, o governo branco iniciou a montagem do apartheid (apart-heid, ―"desenvolvimento separado").
LOPES, Marta Maria. O apartheid.São Paulo: Atual, 1990, p. 41. (Adaptado).
O apartheid, cujo desmantelamento contou com a histórica liderança de Nelson Mandela, estava
originalmente relacionado
a) à política expansionista da África do Sul, no início do século XX, o que levou as potências estrangeiras a
intervirem no país, instaurando o apartheid.
b) à luta dos escravos contra os senhores ingleses, que formavam a maioria da população sul-africana.
c) à divisão territorial da África do Sul, no pós-guerra, que foi apoiada pelas maiores potências capitalistas,
interessadas nos lucros da atividade mineradora.
d) às disputas imperialistas entre holandeses e ingleses, culminando na chamada Guerra dos Bôeres no
final do século XIX.
8-(UFT) "Permanecerá para sempre como uma mancha que não será apagada da história da humanidade o
mero fato de que o crime do Apartheid ocorreu. Sem dúvida, as gerações futuras perguntarão: 'Que erro se
cometeu para que esse sistema pudesse vigorar depois de ter sido aprovada a Declaração Universal dos
Direitos Humanos? Permanecerá para sempre como uma acusação e um desafio a todos os homens e
mulheres o fato de que demoramos tanto tempo para bater o pé e dizer 'já basta'".
Fonte: MANDELA, Nelson. Discurso ante o Comitê Especial das Nações Unidas contra o Apartheid, 22 de junho de
1990.
Nelson Mandela foi o principal líder negro que lutou contra a política do Apartheid na África do Sul. Um dos
principais fatores que determinaram a extinção daquele regime foi a
a) obrigação do registro de cor para todos.
b) determinação para a criação dos bantustões.
c) adoção de reformas democráticas e constitucionais.
d) revogação e supressão da Lei de Direitos sobre a Terra.
e) reforma política implantada pelo presidente Pieter Botha.
9-(FUVEST) Examine a seguinte imagem, que foi inspirada pela situação da Índia de 1946.
A leitura correta da imagem permite concluir que eIa constitui uma crítica
a) à passividade da ONU e dos países do chamado Terceiro Mundo diante do avanço do fundamentalismo
hindu no sudeste asiático.
b) à oficialização da religião muçulmana na Índia, diante da qual seria preferível sua manutenção como
Estado cristão.
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62 – DESCOLONIZAÇÃO AFRO-ASIÁTICA.
10-(UNEMAT) No ano de 1947, a Índia conquistou oficialmente sua independência política, separando-se da
Inglaterra. No entanto, ainda hoje, o país e alguns dos seus vizinhos protagonizam inúmeros conflitos de
origem religiosa e política.
11-(UFSM)
ATA DA INDEPENDÊNCIA DA ÍNDIA
18 de julho de 1947
1. A partir do dia 15 de agosto de 1947, dois Domínios independentes serão estabelecidos na Índia,
conhecidos sob os respectivos nomes de Índia e de Paquistão. No presente ato, os ditos domínios serão
chamados "novos domínios" e o mencionado quinze de agosto será chamado "dia designado". [...]
(CARVALHO, Delgado de. "História Documental Moderna e Contemporânea". Rio de Janeiro: Record Cultural, 1976. p.
323.)
Observa-se, através do texto, que a Índia foi dividida. Essa divisão ocorreu, principalmente, por motivos
a) religiosos.
b) geopolíticos.
c) econômicos.
d) diplomáticos.
e) sociais.
12-(UNIMONTES) O Quênia, país do leste africano que enfrenta uma crise política nos dias atuais,
permaneceu como colônia inglesa até 1963. O seu processo de descolonização foi marcado, entre outros
elementos, pela
a) adoção do Apartheid.
b) constituição de um Estado Teocrático.
c) ocorrência de conflitos inter étnicos.
d) liderança das classes médias urbanas e pelos operários.
a) I e III.
b) II e IV.
c) I, II e V.
d) I, III e V.
e) II, III, IV e V.
A citação acima é parte do documento final da Conferência de Bandung (1955), que reuniu na cidade com o
mesmo nome, na Indonésia, representantes de 29 países da África e da Ásia. Analisando o conteúdo do
documento e relacionando-o com o processo de descolonização afro-asiático e com a conjuntura
internacional após a Segunda Guerra Mundial, conclui-se que os países signatários
a) condicionaram a luta anticolonial a uma via pacífica e negociada, considerando a questão da paz mundial
e o risco de guerra nuclear.
b) delegaram às Nações Unidas a condução das suas independências, apoiados nos princípios e objetivos de
cooperação internacional.
c) concentraram seu foco nos ideais nacional-independentistas, colocando-se alheios aos assuntos e
conflitos mundiais.
d) vincularam seu anti colonialismo ao princípio terceiro mundista do “não alinhamento”, mantendo
equidistância das superpotências.
e) excluíram de seus projetos nacionais tanto a alternativa capitalista quanto a socialista, que reforçavam o
conflito Leste-Oeste.
I - O que os imperialistas europeus identificaram como defeitos inatos destes povos como, por exemplo, a
preguiça, as faltas constantes ao trabalho e ainda uma ausência de ambição podem ser vistos como formas
de resistência à exploração de que eram vítimas
II - As lutas e resistências dos povos colonizados foram importantes para os processos de descolonização.
Estas resistências assumiram a forma de greves, marchas de protesto, ataques violentos, mas também
expressaram-se nas lutas pela preservação e revalorização de tradições locais, da língua e da história destes
povos.
III - Com o imperialismo, os povos colonizados adotaram os chamados “valores ocidentais”, abandonando
suas tradições. Isto explica porque a descolonização assumiu a forma de luta armada, conduzida por grupos
minoritários com discursos em defesa do capitalismo ou do socialismo.
IV - A tomada de consciência dos povos submetidos ao imperialismo deve-se à polarização provocada pela
Guerra Fria, que criou condições propícias para a organização de movimentos de independência. Estes
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movimentos passaram a lutar contra as decadentes metrópoles europeias, contando com o apoio dos
Estados Unidos.
17-(UP) O Império Colonial Português foi um dos mais duradouros do mundo, perdurando do século XV ao
XX. Portugal resistiu o quanto pode para não ceder a independência a suas colônias, as quais, em sua
maioria, só conquistaram a emancipação mediante luta armada. Foi esse o caso de Angola, que só se
tornou independente depois de uma guerra contra Portugal.
18-(UNIPAM) O desencadeamento da descolonização fez surgir uma estratégia dos países que emergiam na
Ásia e na África. Em 1955, em Bandung (Indonésia), reuniram-se 29 desses países afro-asiáticos que se
apresentavam como um Terceiro Mundo. Pronunciaram-se sobre o socialismo e o neutralismo e contra o
Ocidente e a URSS e proclamaram o compromisso dos povos liberados de ajudar a libertação dos povos
dependentes.
(LINHARES, Maria Yedda. A luta contra a metrópole (Ásia e África). São Paulo: Brasiliense, 1985).
Assinale a alternativa que NÃO corresponde aos principais pontos defendidos na Conferência de Bandung.
a) Condenação do colonialismo, a discriminação racial e a corrida armamentista.
b) Afirmação de uma ‘política de não alinhamento’ para impedir a ingerência das superpotências nos
assuntos internos.
c) Difusão da industrialização nos continentes afro-asiáticos para eliminar as guerras intertribais no
processo de descolonização.
d) Solução de conflitos internacionais por meios de negociações, conciliações e arbitragens por tribunais
internacionais.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A E E E B D D C D E
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
A C A D D E C B A