Educação Ambiental: Reuso de Materiais Alternativos
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Capítulo 2
Educação Ambiental: Reuso de materiais alternativos
como ação sustentável em uma instituição de ensino
fundamental em São Luís
Jhovanna Teixeira Reis
Osmar Luis Silva Vasconcelos
Roberta Almeida Muniz
Ellen Cristine Nogueira Nojosa
Georgiana Eurides de Carvalho Marques
Djanira Rubim dos Santos
José Ghabriel de Pinho Soares
Kathlen Haryf dos Santos Nunes
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Meio Ambiente, Sustentabilidade e Tecnologia - Volume 15
1. INTRODUÇÃO
O contínuo desenvolvimento populacional, científico e tecnológico levou a sociedade a
repensar sobre os seus impactos negativos causado ao ambiente, neste contexto de
reflexão surge a Educação Ambiental (EA) em 1970 com intuito de discutir os modelos de
produção na expectativa de transformá-los em modelos sustentáveis que causem
menores impactos negativos e que não ameacem a própria vida humana na terra
(Rodrigues et al, 2013). A associação entre o meio ambiente, os recursos naturais e a
sustentabilidade sempre esteve presente na percepção humana e nas formas de vida,
mesmo sem estar necessariamente ligados ao conhecimento científico ou a conceitos
específicos (Rosa; Silva; Flach, 2021).
De acordo com Ferroli, Librelotto e Koerich (2017) educação ambiental pode se conectar
com projetos de extensão no qual o objetivo é buscar dar ênfase à sustentabilidade, tendo
por principal objetivo a educação e a conscientização ambiental das futuras gerações.
Consoante Kolcenti, Médici e Leão (2020), a escola tem primordial relevância durante o
processo de educação, em virtude de ser um ambiente social que visa criar indivíduos
críticos e reativos dentro da sociedade, sendo necessário que a Educação Ambiental seja
tratada de maneira interdisciplinar e não meramente repassada em conceitos biológicos.
A forma de conhecimento que é estendida de uma realidade para outra completamente
diferente, mostra o quanto as universidades têm se posicionado de maneira ímpar em
relação ao desenvolvimento dos cidadãos, com intervenções que promovam o senso de
responsabilidade para os indivíduos, dando ênfase às questões sociais e ambientais. Isto
posto, o objetivo deste artigo foi apresentar a educação ambiental por meio de reuso de
materiais como ação sustentável e ferramenta de auxílio no ensino prático em uma escola
de ensino fundamental em São Luís.
2. METODOLOGIA
A presente pesquisa foi realizada em parceria entre o Núcleo de Estudos em Agroecologia
(NEA), vinculado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão
(IFMA – Campus São Luís - Monte Castelo), e o Instituto Farina do Brasil, ambos
localizados na zona urbana do município de São Luís/MA.
A intervenção escolar foi promovida por discentes do curso de Licenciatura em Química
do IFMA, com um total de 9 (nove) alunos matriculados na 6ª série do ensino fundamental,
que participaram das palestras e oficinas realizadas durante os horários cedidos para o
programa de reforço escolar promovido pela própria escola. O parecer do Comitê de
Pesquisa nº 978.585 emitido pelo Centro Universitário do Maranhão (CEUMA) aprova as
diretrizes desta pesquisa.
Através deste projeto buscou-se alternativas como uso de jogos didáticos aliados aos
conceitos trabalhados em sala de aula, para que os alunos fossem apresentados ao
universo da ciência, conhecendo o planeta terra e suas características, além de facilitar a
compreensão do que seria proposto ao longo do projeto. Dividiu-se então o projeto em
três momentos, que contemplaram a apresentação de conteúdo teórico, atividade lúdica
e oficinas de reciclagem de materiais encontrados no cotidiano dos próprios alunos.
No primeiro momento, apresentou-se aos alunos o tema sobre resíduos, por meio de uma
aula teórica, sendo está associada a uma roda de conversas para que os alunos
manifestassem suas opiniões e assim, se debatesse sobre o tema proposto, buscando
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despertar nos alunos o interesse para a preservação do meio ambiente. Para melhor
fixação do conteúdo, prosseguiu-se com a aplicação de atividade na forma de um jogo de
palavras cruzadas sobre o planeta terra e a importância da reciclagem e reuso dos
resíduos gerados.
Em um segundo momento, realizou-se a primeira oficina de produção de jogos com
resíduos inorgânicos, que também teve o intuito de fortalecer nos alunos o trabalho em
equipe. A vista disso, os alunos foram divididos em grupos e juntos produziram com um
papelão, tampas de garrafa pet e tinta guache, jogos de dama para que brincassem.
Por fim, o terceiro momento contou com a realização da segunda oficina na qual foram
confeccionados estojos personalizados utilizando cola e materiais reutilizáveis como
embalagens Tetra Pak e retalhos de tecidos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
De maneira geral, foi observado que a maioria das crianças não tinha conhecimento sobre
a importância da reciclagem e do reuso de materiais, tendo apenas duas delas
demonstrado familiaridade com essas práticas por já terem realizado em suas próprias
casas. Essa constatação foi evidenciada durante uma conversa com a turma no primeiro
encontro. Esse resultado está em consonância com o estudo de Cabral, Ribeiro e Hrycyk
(2015), que observaram que muitos alunos do ensino fundamental não possuem uma
percepção ambiental bem definida em relação aos resíduos e ao meio ambiente.
Foi observado que é fundamental fornecer informações claras e concisas sobre a
importância da reciclagem e do reuso de materiais, a fim de reduzir o descarte inadequado
de embalagens e outros materiais. Dessa forma, as crianças podem adquirir novos hábitos
de conscientização e internalizá-los, tornando-se protagonistas na transformação da
comunidade. A reciclagem transforma resíduos em matéria-prima para a fabricação de
novos produtos, o que contribui para a redução do desperdício e do impacto ambiental.
Durante as atividades práticas com jogos de tabuleiro feitos com materiais alternativos
reutilizados, foi observado que os alunos interagiram em equipe na produção dos jogos
(Figura 1). A interação promovida pelos jogos de tabuleiro foi apontada por Santos,
Carneiro e Brito (2021) como uma metodologia pedagógica capaz de fomentar
competências como cooperação e competição, além de estimular o aprendizado de
conteúdos escolares.
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4. CONCLUSÃO
De forma prática, demonstrou-se o reuso de materiais alternativos com abordagem clara,
natural e simples, proporcionando uma aprendizagem direcionada às situações propostas
no ambiente escolar e no cotidiano por meio da Educação Ambiental.
A implementação do ensino de forma lúdica nessas ações se mostrou extremamente eficaz
para facilitar a interação entre as crianças e os discentes do IFMA. Isso foi fundamental
para que o público-alvo pudesse entender o tema proposto, estimulando a curiosidade, o
fazer pedagógico e a conexão entre a prática e a teoria. É importante destacar a relevância
de projetos de extensão que promovem o engajamento entre a comunidade acadêmica de
ensino superior e a comunidade local. Projetos que transcendem os muros da academia e
envolvem a sociedade oferecem uma oportunidade de aprendizagem significativa e,
portanto, devem ser incentivados.
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REFERÊNCIAS
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[3] CASTILHO, G. C. S.; SCHROEDER, S. M. Z.; MATOS, T. V. F. de. A EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS
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[4] FERROLI, P. C. M.; LIBRELOTTO, L. I.; KOERICH, J. Extensão universitária aplicada em
sustentabilidade com foco em projeto de produtos: materioteca de produtos sustentável. 2017.
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[7] ROSA, G. M. da; SILVA, F. R. da; FLACH, K. A. Educação Ambiental na educação escolar e a
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Development, v. 7, n. 1, p. 2484-2491, 2021.
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