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Adjetivar a Psicologia?
Sofia Favero*
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5179-1154
Daniel Boianovsky Kveller**
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-9158-0220
RESUMO
Este artigo analisa recentes iniciativas que têm interpelado o campo da psicologia clínica
desde a perspectiva dos marcadores sociais da diferença, especialmente aquelas que se
“adjetivaram” para fazer frente à suposta neutralidade da psicologia tradicional (psicologia
feminista, psicologia preta, psicoterapias afirmativas etc.). Inicialmente, mapeia algumas
dessas iniciativas, identifica seus objetivos e aponta suas estratégias de oposicionalidade. A
seguir, a partir de um compilado de críticas lançadas a políticas de identidade em diferentes
momentos históricos, elenca possíveis desafios, limites e riscos envolvidos nessas novas
propostas: seriam as psicologias adjetivadas uma nova forma de essencialismo? Poderiam
realmente evitar a reprodução acrítica de normatividades no espaço clínico? Que tipo de
promessa terapêutica é veiculado por essas psicologias ao se adjetivarem? Em busca de evitar
vícios analíticos, que saúdam prematuramente o aparecimento dessas perspectivas ou as
rechaçam sob acusações de essencialismo, procura-se considerar o efeito que tais abordagens
provocam na saúde mental enquanto um espaço de subjetivação. Por último, os autores
oferecem sua visão sobre esse recente debate e sugerem algumas direções para novas
pesquisas.
ISSN 1808-4281
Dossiê Psicologia,
Estudos e Pesquisas em Psicologia Rio de Janeiro v. 22 n. spe p. 1499-1517
Política e Sexualidades
Sofia Favero, Daniel Boianovsky Kveller
ABSTRACT
This article analyzes recent initiatives that have challenged the field of clinical psychology
from the perspective of social markers of difference, especially those that have “incorporated
adjectives” to oppose the supposed neutrality of conventional psychology (feminist
psychology, black psychology, affirmative psychotherapies, etc.). First, the article describes
some of these initiatives, identifies their objectives, and points out their oppositional
strategies. Then, building on a compilation of criticisms targeted at identity politics in
different historical moments, it lists possible challenges, limits, and risks involved in these
new proposals: are “adjectivated psychologies” a new form of essentialism? Can they avoid
the uncritical reproduction of normativities in clinical practices? What kind of therapeutic
promises are conveyed by these psychologies when they incorporate adjectives? In an attempt
to avoid paranoid readings, which either prematurely welcome these initiatives or reject them
under accusations of essentialism, this article seeks to consider their effects as new
technologies of subjectivation in the field on mental health. Finally, the authors offer their
own opinion on the subject and suggest directions for further investigations.
¿Adjetivar la Psicología?
RESUMEN
Este artículo analiza iniciativas recientes que han cuestionado el campo de la psicología
clínica desde la perspectiva de los marcadores sociales de la diferencia, especialmente
aquellas que se han “adjetivado” para enfrentar la supuesta neutralidad de la psicología
tradicional (psicología feminista, psicología negra, psicoterapias afirmativas, etc.). Primero, el
artículo describe algunas de estas iniciativas, identifica sus objetivos y señala sus estrategias
de oposición. Luego, a partir de una recopilación de las críticas lanzadas a las políticas de
identidad en distintos momentos históricos, enumera los posibles desafíos, límites y riesgos
que implican estas nuevas propuestas: ¿Acaso las “psicologías adjetivadas” son una nueva
forma de esencialismo? ¿Pueden realmente evitar la reproducción acrítica de normatividades
en el espacio clínico? ¿Qué tipo de promesa terapéutica transmiten estas psicologías cuando
incorporan adjetivos? Buscando evitar vicios analíticos, que acogen prematuramente el
surgimiento de estas perspectivas o las rechazan bajo acusaciones de esencialismo, se busca
considerar el efecto que tales enfoques tienen sobre la salud mental como espacio de
subjetivación. Finalmente, los autores ofrecen sus puntos de vista sobre este debate reciente y
sugieren algunas direcciones para futuras investigaciones.
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Psicologias Adjetivadas
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Postulando sobre os expoentes do campo crítico a essa saúde mental pálida, as pesquisadoras
dialogam com os trabalhos de Neusa Santos Souza, Maria Aparecida Bento e Isildinha
Nogueira, na busca por uma leitura sociológica e analítica dos fenômenos racismo e
negritude. Gouveia e Zanello (2019) abordam ainda outros aspectos, como o currículo e a
formação psicológica, que permanecem indiferentes às distintas posições sociais ocupadas por
negros e brancos.
Percebe-se como a alienação racial, comumente associada a um estado de
incompreensão da própria experiência, não se reduz à subjetividade, mas pode ser uma crítica
aplicada à psicologia enquanto uma instituição que, apesar de racializada, não se reconhece
como tal. A incipiência de processos pedagógicos que sejam capazes de nos guiar para uma
reparação civilizatória, em termos raciais, faz com que o impacto do racismo no Brasil
permaneça ecoando efeitos nocivos à vida dos descendentes de africanos (Alves et al., 2015).
Diante da privação de instrumentos técnicos que enfrentem as relações de poder entre brancos
e negros, o que se observa é uma psicologia que naturaliza a desigualdade.
Com o foco em desnaturalizar essa assimetria, a psicologia preta, associada,
sobretudo, aos trabalhos de Veiga (2019), corresponde a uma prática de recusa: rejeita-se o
inconsciente colonial que é apresentado como superior, mais saudável, mais adaptável, mais
desenvolvido. A psicologia preta deposita parte de suas críticas à importação acrítica das
ciências psíquicas no território brasileiro, que vieram acompanhadas por questões filosóficas,
políticas e econômicas coloniais. Cenário encarregado de fazer com que Veiga (2019) postule
que a psicologia brasileira é branca por permanecer operando conceitos criados para o manejo
das subjetividades brancas.
Na construção da psicologia preta, aponta-se que a nosologia que guia a escuta do
profissional está fundamentada na dinâmica do colonizador, ou seja, um estudo baseado na
branquitude-patriarcal-europeia (Veiga, 2019). Uma área que busca visibilidade na saúde
mental pelo menos desde a década de 1940, quando a psicanalista e cientista social Virgínia
Bicudo defendeu sua pesquisa de mestrado intitulada Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos em
São Paulo. Sobre seu trabalho, o cientista social Silva (2011) lembra que Bicudo se deparou
com um contexto pós-abolição em que negros e mulatos possuíam lugares e identidades pré-
estabelecidos: “são o negro e o mestiço quem têm que se haver com a criação das categorias
do branco, quem têm de lidar com seus destinos e operar social e mentalmente com os
processos e categorias coletivas que lhes foram impostas” (p. 441).
O racismo deixa de ser lido como algo das relações, passando a ser interpretado
conforme algo que cria as relações. Dito de um modo simples, o racismo produz uma cultura
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(Silva, 2011). Não estaria a psicologia inserida nela? Bicudo (1945) examina o cotidiano de
pessoas negras, os processos educacionais, familiares, culturais, dando foco à vida pública das
relações raciais, para entender o que faz com que esses sujeitos sejam entendidos como “fora
de lugar” – em outras palavras, desprovidos da condição de agência. O racismo, portanto,
extrapola qualquer domínio, tanto psíquico quanto social, em seu objetivo de produzir
subalternidade.
Ao lado da psicologia preta, a psicologia africana se ocupa dos significados que damos
aos fenômenos culturais (Alves et al., 2015), relacionados em particular às categorias
"sujeito” e “epistemologia”. Quem produz o conhecimento que acessamos? O que esse
conhecimento produzido faz com a vida? Tornamo-nos sujeitos a partir de quais saberes? É
por sermos produzidos no meio desse caldo que a psicologia africana vai depositar parte do
seu entendimento de saúde na potência do simbolismo e da espiritualidade (Nascimento,
2009), dois paradigmas acionados para ressignificar a linguagem que aprendemos para falar
sobre o mundo. Trata-se de afetos e representações compartilhados culturalmente e que, na
perspectiva da psicologia africana, criam a realidade anti-negra em que vivemos, sobre a qual
o campo da saúde mental deveria manifestar interesse.
Rompendo a tradição de intervenções um-a-um, onde o setting terapêutico poderia ser
encarado como o principal veículo de cuidado, as psicologias adjetivadas recusam saídas
simples. Assumem a mudança dos valores civilizatórios como um complexo exercício de
oposição aos assujeitamentos conservados por diferentes saberes brutalizantes. Um dos
grandes agentes da psicologia africana, Nobles (2009), preconiza que tal campo ganha vida
justamente no processo de entender e interrogar a categoria do humano. Uma sofisticada
estratégia para atravessar o compromisso mortífero que a saúde mental instaurou com a
conformação de corpos e subjetividades. Afinal, o que a existência de psicologias
racializadas, engendradas e aleijadas (Mello & Nuernberg, 2012) dizem sobre a ciência que
temos? A “verdadeira” psicologia é a que desconsidera o terreno da identidade?
Na proposição de um câmbio discursivo, onde os enfrentamentos aos velhos modos de
aculturamento também podem ser encontrados, surge a psicologia feminista. Saldanha (2018),
figura atuante neste amplo campo, estimula a discussão voltada ao Brasil, trazendo-a
enquanto uma crítica a postulados que produzem hierarquia. A violência contra mulheres, em
uma cultura receosa com um possível declínio da imagem do provedor, da “autoridade”
religiosa e científica do homem, exige de nós o treino de uma escuta atenta ao gênero e à
sexualidade, que precisam ser flexionados de modo crítico.
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Dar-se conta desses dispositivos não seria, todavia, uma tarefa fácil, dado que o grande
propósito de um dispositivo é exatamente ocultar a própria origem, dando a si mesmo um
caráter natural. A psicologia feminista, na perspectiva de Saldanha (2018), torna-se
imperativa num contexto brasileiro caracterizado por altos índices de feminicídio. Por isso,
precisa ser uma prática atenta a postulados que produzem hierarquias, como é o caso do
sexismo. Tem como proposta central a recuperação da saúde de mulheres adoecidas,
relacionado ao que Saldanha (2018) sistematiza como adoecimentos causados por um sistema
patriarcal. Entretanto, para que isso aconteça, seria preciso atravessar o conservadorismo
acadêmico, que consideraria alienígena a participação do feminismo em processos de saúde
mental. Seria a prática feminista um desafio aos aculturamentos tradicionais?
Com leituras célebres de intelectuais como Judith Butler, Simone de Beauvoir, Hélène
Cixous, Elisabeth Badinter, Joan Scott, Eve Sedwick, Gayle Rubin, Deleuze e Guattari,
Michel Foucault e Paul Preciado, a psicologia feminista se lança em direção a uma
perturbação epistêmica, na busca por posicionar um saber até então apresentado como neutro.
Assim é que o currículo passa a ser objeto de intervenção para esse campo, devido ao
entendimento de que a leitura exclusiva de pesquisadores homens não é espontânea, mas fruto
de uma profunda negociação com o que compõe o paradigma da intelectualidade:
eurocêntrico, branco, masculino.
A psicologia feminista, portanto, busca atuar através de múltiplas frentes, dentre as
quais três possuem especial destaque: 1) subjetivo-psicológica, 2) social-jurídica e 3) cultural-
simbólica. Essa tríade pretende incorporar a dimensão pessoal, com intervenções voltadas a
um reposicionamento subjetivo face ao sofrimento psíquico, a dimensão coletiva, a respeito
das garantias sociais e legais da cidadania da mulher, e também a dimensão dos significantes
de dado contexto, atuando na desconstrução de estereótipos e representações que sustentam a
desigualdade sexual. Esse é o triângulo que a obra de Saldanha (2018) rastreia, ao analisar
como a atuação de profissionais de psicologia engajados com o feminismo não é restrita a um
olhar individualizante, mas a uma leitura complexa da sua existência.
O campo do feminismo na saúde mental buscou indagar o lugar da mulher que, até
então, era referida na literatura falocêntrica como alguém de baixa complexidade subjetiva,
sem intelectualidade, sem futuro, frígida ou histericamente insatisfeita. Havia um interesse em
questionar o conhecimento androcentrado, explicitado na forma violenta como considerava a
subjetividade feminina inferior e as mulheres, de maneira geral, inaptas ao exercício do
pensamento complexo. Tendo suas condições de agência limitadas, mulheres estavam à mercê
de teorizações arbitrárias e especulativas sobre seus processos psíquicos (Horney, 1967).
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Últimas Considerações
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indagações. Ao invés de prematuramente corrermos para julgar se essas novas terapias, novas
psicologias são boas ou ruins, carregadoras de uma promessa de redenção, ou mensageiras do
apocalipse, parece-nos mais importante, por ora, entender o que tem motivado suas criações,
o que elas de fato produzem, tanto clinicamente, quanto institucionalmente, e como o campo
da psicologia clínica tem sido perturbado por seus discursos e práticas.
Entendemos que esse processo não é simples. As psicologias adjetivadas tocam em
pontos sensíveis dos estudos culturais e das políticas relacionadas aos marcadores sociais.
Diante de um longo histórico de pesquisas sobre o tema, e de um cenário político
convulsionado, é tentador que se resolvam as angústias envolvidas no tema com uma
qualificação apressada sobre seu valor político e técnico. Além disso, como argumentou
Sedgwick (2020), a consagração da “hermenêutica da suspeita” como método privilegiado de
investigação nas ciências humanas nos acostumou a nos colocarmos em uma posição de
desconfiança em relação ao significado político dos objetivos de pesquisa. Chegamos a um
ponto em que parece que não há um caminho possível de análise que não passe por
categorizar nosso objeto como progressista ou conservador, liberador ou repressor,
emancipatório ou reificador.
Em contraposição a esse método, identificado como paranoide, Sedgwick propõe um
modo de leitura reparador, baseado na aceitação da ambiguidade, da fragmentariedade e da
abertura às surpresas que o percurso investigativo pode fornecer. Mais do que oferecer
esquemas de interpretação profundos e totalizantes, a leitura reparadora se foca na descrição
densa, nas conexões, na ênfase à dimensão afetiva da pesquisa, na compreensão matizada dos
fenômenos analisados, e na recusa de encaixá-los em esquemas avaliativos pré-estabelecidos.
A nosso ver, esse nos parece um caminho mais produtivo para pensarmos as psicologias
adjetivadas, pelo menos nesse momento. Nossa sugestão é de que foquemos menos em avaliá-
las e mais em conhecê-las com maior proximidade e detalhe. Quem está propondo? O que
está propondo? Como? Para quem? Quem acessa? Que efeitos se produzem? Como a
psicologia tradicional tem sido desafiada nesse processo? Como os adjetivos transformam a
psicologia? Como diferentes adjetivos se sobrepõem?
É claro que não se pode pensar em uma pesquisa puramente reparadora. A própria
Sedgwick (2020) admitia que não há ciência sem uma dose de suspeita, inquietação e
ansiedade. O importante é não deixar que o ímpeto paranoico solape as ambiguidades, as
nuances e as multiplicidades, da mesma maneira com que precisamos evitar que a angústia do
contexto atual nos impeça de nos surpreender – inclusive positivamente – com o que há de
novo nessas psicologias adjetivadas.
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Notas
* Doutoranda em Psicologia Social e Institucional (UFRGS).
** Professor substituto no Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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