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RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

Dados de identificação

Nome: Maria Antônia de Carvalho Torres

Data de Nascimento: 15/10/2011 Idade: 11 anos e 11 meses

Escolaridade: 6° ano Instituição de Ensino: Colégio Salenianos

Filiação: Augusto Torres e Cinthya Torres End.: Rua Leite Ribeiro 83 Fonseca/Niterói

Tel.: 21 96708-6390; 21 971066714 Data de Avaliação: 01/09/2023

Descrição da Demanda
Encaminhada por seu neurologista e psicóloga, para avaliação neuropsicólogica pelos sinto-
mas de procrastinação, desatenção e dores de cabeça constantes, suspeita de TDAH.

Histórico
A paciente tem 11 anos, e a anamnese online foi realizada com os pais, os mesmos informa-
ram que a gestação da Maria Antônia foi planejada, e ambos receberam a notícia com muita
alegria. A mãe informou ter tido infecção urinária e diabetes gestacional, foi necessário anti-
bióticos para o quadro, fora isto, foi uma gravidez tranquila. O pai é empresário e a mãe pu-
blicitária, ambos muito presentes na educação da paciente. Relataram que há algum tempo
Maria Antônia vem apresentando comportamento desatento e esquece do que aprendeu com
muita facilidade. Os pais relatam também que na escola ela é super sociável, agitada e falante,
apresenta boa participação. Porém muitas vezes não corresponde nos estudos e tarefas.

Comportamento e Humor
Maria Antônia é um menina educada, simpática e sociável, demonstrou comportamento de
ansiedade para realizar os testes e desvio de foco em alguns momentos. O comportamento da
avaliada durante a execução das tarefas foi de total colaboração, não necessita muito de auxi-
lio para compreender o que é solicitado, porém foi observado em muitos momentos distração
e falta de concentração.
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Procedimento
Na avaliação foram aplicados protocolos fixos como EPQ-J - Questionário de Personalidade
para Crianças e Adolescentes; Escala de Inteligência Wechsler – WISC-IV, Teste de Atenção
Concentrada - D2, Testes cognitivos específicos complementares, escalas e inventários (Esca-
las funcionais das atividades básicas da vida diária (ABVD), Avaliação Clínica.

Funções Avaliadas
Cognição Geral, Orientação temporal e espacial, Atenção, Percepção, Memórias, Habilidades
Aritméticas, Linguagem, Habilidades visuconstrutivas-Praxias, Gnosias, Funções Executivas,
Velocidade de Processamento, Inteligência (QI), Humor e Comportamento.

Resultado e análise por domínios

Avaliação feita por meio de testes específicos para cada função cognitiva, conforme normas
éticas propostas pelo CFP (Conselho Federal de Psicologia). Além destes, foram usados ins-
trumentos com estudos preliminares na população brasileira, tarefas qualitativas para a com-
plementação da investigação, e junção destes resultados com os dados da história de vida do
paciente e comportamento em sessão. Utilizou-se neste laudo um sistema de classificação
qualitativa para descrever resultados de testes baseados no desempenho com distribuições
normais e não normais, conforme proposto por especialistas em avaliação neuropsicológica e
psicológica clínica e forense, em uma conferência de consenso na Reunião Anual de 2018, da
Academia Americana de Neuropsicologia Clínica (AACN), (Guilmette et al, 2020)12.

No que diz respeito ao seu desempenho geral no WISC-IV (Instrumento clínico de aplicação
individual que tem como objetivo avaliar a capacidade intelectual das crianças e o processo de
resolução de problemas), o nível de QI Total demonstrou que seu funcionamento intelectual,
suas habilidades cognitivas ligadas à capacidade de identificar e encontrar soluções para no-
vos problemas encontram-se dentro da média populacional, ou seja, sua capacidade conjunta
ou global de pensar racionalmente, de agir com finalidade e de lidar efetivamente com seu
meio ambiente estão adequadas à idade, conforme demonstrativo abaixo:
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Apresenta capacidade cognitiva global dentro da faixa de normalidade, quando comparado

com crianças de sua faixa etária, no WISC (QI total - 93). O QI na escala verbal foi de 115, o
que revela sua capacidade média superior para compreensão, conceitos, informação e vocabu-
lário. Na escala de execução, que envolve reter brevemente informações enquanto manipula e
opera outras, seu QI foi 100, revelando capacidade construcional, ou seja, em integrar estímu-
los perceptuais com respostas motoras pertinentes dentro da média. No fator organização per-
ceptual, seu QI foi de 94, rendimento encontra-se, numa posição média ligeiramente inferior
para raciocinar com estímulos visuais, construtos secundários envolvidos integração motora
visual dentro da média inferior para sua idade. Fator estímulos visuais e nos construtos secun-
dários envolvidos: atenção, memória de curto prazo, discriminação visual e coordenação visu-
al motora seu QI 121 um pouco superior a média.
Subtestes realizados:
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Demonstrou dificuldades nos subtestes Cubos indicando problemas com imageamento dos
objetos, diferenciação esquerdo/direito, manipulação mental e estimativa do tamanho dos ob-
jetos e padrões visuais; e Aritmética, indicando problemas com a atenção seletiva e concen-
trada, memória de curto e longo prazo, dificuldade com raciocínio matemático.
No Teste D2 (Instrumento que avalia a habilidade de atenção concentrada e sustentada. A tare-
fa consiste em selecionar símbolos alvo dentre símbolos similares, sob pressão do tempo. O
teste se destaca pela sua precisão de medida e existem várias evidências que asseguram que
ele mede os construtos de atenção e concentração), a avaliada teve resultado Médio Inferior
para sua faixa etária, no entanto a porcentagem de erros foi muito baixa, o que demonstra que
ela tende a produzir pouco em situações que demandam atenção concentrada, mas não comete
muitos erros.

D2- Teste de Atenção Concentrada

Resultado Total de Resultado Porcentagem de Amplitude de
Bruto Erros Líquido Erros Oscilação
Pontos 294 55 239 18,71 9
Percentil 40 - 20 10 95

Quanto aos testes de personalidade e comportamento não foram encontrados indícios de difi-
culdades importantes para os aspectos cognitivos e afetivos, autopercepção, relacionamentos
interpessoais. Porém a capacidade de lidar com o estresse requer atenção, mas não é sugestiva
de transtorno.
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Conclusão
Entre os componentes avaliados, evidencia-se que a paciente não apresenta indícios de limita-
ções cognitivas importantes, seu desempenho está dentro do esperado para sua idade e nível
de escolaridade. Não obstante, em alguns escores demonstrou baixo rendimento na velocidade
de processamento de informações e na a memória de curto prazo, apesar de no QI geral estar
dentro da média aceitável para sua faixa etária, com queixas relativas a desatenção e procras-
tinação, seu estado é mais compatível com um quadro relacionado à questões emocionais,
porém há uma necessidade de reavaliação periódica da situação.

Encaminhamento
Recomenda-se retorno à consulta médica para conclusão diagnóstica.
Recomenda-se psicopedagogia para auxílio e melhoria de habilidades educacionais.
Recomenda-se terapia cognitivo comportamental para melhora e auxilío com as questões só-
cio-emocionais.
Sugere-se reavaliação daqui a doze meses para acompanhamento da evolução do quadro.

Referências

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução no 06/2019.

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Reunião Anual de 2018, da Academia Americana de Neuropsicologia Clínica (AACN),

(Guilmette et al, 2020)12.

WECHSLER, David. Escala Wechsler de inteligência para crianças: WISC - IV: manual de
instruções para aplicação e avaliação. 4 1 v. São Paulo: Casa do Psicológo, 2018, 290.

Campbell, S. B., Mahoney, A. S., Northrup, J., Moore, E. L., Leezenbaum, N. B., & Brownell,
C. A. (2018). Developmental changes in pretend play from 22 to 34 months in younger sibl-
ings of children with autism spectrum disorder.

Journal of Abnormal Child Psychology, 46(3), 639- 654. https://doi.org/10.1007/s10802-017-

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Bateria de Teoria da Mente – BtoM, 2019. SCHOPLER, E; REICHLER, RJ & RENNER, BR.
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DO, 2023 BEE, H.; BOYD, D. A criança em desenvolvimento.12a ed. Porto Alegre: Artmed,
2011. COSTA, C.

Neurodesenvolvimento e os primeiros anos de vida: genética vs. ambiente. RELAdEI, Revista

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http://www.usc.es/revis?tas/index.php/reladei/index. Acesso em: 25 ago. 2023.

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KANDEL, E. Princípios de Neurociências. Porto Alegre: Artmed, 2014.

PAPALIA, D; FELDMAN, R. Desenvolvimento Humano. Tradução de Cristina Monteiro e

Mauro de Campos Silveira. 12a ed. Porto Alegre: AMGHT, 2013. WALLON, H.

A evolução psicológica da criança. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

Rio de Janeiro, 30 de setembro de 2023.

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Dayanne Barbosa
Tel: 21- 974592587
Psicóloga/ Neuropsicóloga
CRP 05/44137