RELATORIO Banco de Leite
RELATORIO Banco de Leite
RELATORIO Banco de Leite
TERESINA
2017
ÉLIDA MARIA DA SILVA MENDES
KATRINY BRITO
KELLY CRISTINA MONTE
MARIA DO SOCORRO
TERESINA
2017
1 INTRODUÇÃO
O aleitamento materno possui inúmeras vantagens, tanto para a criança,
quanto para a mãe, pois além de promover o desenvolvimento motor e cognitivo da
criança, protege contra doenças crônicas e infecciosas e favorece o vínculo mãe e
filho (OPAS, 2003). Na saúde da mulher, a amamentação protege contra o câncer
de mama e de ovário, diabetes tipo 2 e prolonga o espaçamento entre as gestações
(MARTINS et al., 2016).
Sendo que nos últimos anos, o reconhecimento sobre a importância do
aleitamento materno tem crescido consideravelmente, tendo em vista as evidências
epidemiológicas dos benefícios da amamentação tanto para o lactente quanto para a
nutriz (BINNS; LEE, 2014).
O leite humano não é simplesmente um conjunto de nutrientes espécie-
específicos facilmente absorvidos pelo organismo do bebê; sua alta complexidade
biológica resulta em atividade protetora e imunomoduladora (GENOVEZ, 2011). É
considerado o alimento ideal para recém nascidos a termo até o sexto mês de vida,
justificando o crescente uso do leite materno também para prematuros, por possuir
teores maiores de proteínas totais e imunoproteínas, lipídeos, cálcio, alguns
microminerais e vitaminas (BRAGA;PALHARES, 2007).
Além de ser uma excelente fonte nutricional para o crescimento e
desenvolvimento da criança, o leite materno está associado com a redução de risco
de diversas enfermidades (AGUIAR; SILVA, 2011). Por isso até os seis meses de
vida a criança deve estar em aleitamento materno exclusivo, uma vez que a
interrupção do aleitamento pode levar a ingestão energética inadequada (SILVA et
al., 2013).
Apesar da recomendação e da importância da amamentação natural, o
desmame precoce e suas consequências é uma realidade especialmente nos
grupos sociais menos favorecidos, assumindo características de um importante
problema de saúde pública (PAIVA; VENÂNCIO, 2008). Isso levou vários órgãos a
tomarem iniciativas de estímulo à amamentação, por meio da disseminação e
divulgação das informações sobre a importância e vantagens do aleitamento
materno (REIS, et al, 2008).
Nesse cenário, destaca-se a Rede Nacional de Banco de Leite Humano
(BLH), projeto do Ministério da Saúde e da Fundação Instituto Osvaldo Cruz, com a
missão de promover a saúde da mulher e da criança, com o objetivo de contribuir
para a redução da mortalidade neonatal e de melhorar os indicadores de aleitamento
materno no Brasil (BRASIL, 2008).
Os Bancos de Leite Humano (BLH) assumem fundamental importância por
constituírem solução de efetividade comprovada (LOURENÇO; BARDINI; CUNHA,
2012; O’HARE; WOOD; FISKE, 2013). São responsáveis por desempenhar ações
de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno, bem como oferta de leite
humano ordenhado pasteurizado, prioritariamente aos recém-nascidos prematuros
e/ou de baixo peso, que não sugam, infectados, dentre outros (BRASIL, 2008).
Os BLHs funcionam sem fins lucrativos, inexistindo comercialização de seus
produtos, assim participação da doadora torna-se fundamental para que os BLH
possam viabilizar a manutenção do aleitamento natural para os receptores
(ALENCAR; SEIDL, 2009) uma vez que a partir da doação são iniciadas todas as
ações que culminam na distribuição do leite humano pasteurizado aos RNs com
indicações clínicas deste consumo (GENOVEZ, 2011).
Diante dos inegáveis benefícios do aleitamento materno, aliados a um
ambiente acolhedor e profissionais capacitados, a MDER possui uma importância
significativa no cuidado à saúde da mulher, da gestação ao parto, bem como de sua
prole durantes os primeiros meses de vida. Desta forma, o seguinte trabalho teve
como intuito realizar atividades de educação, orientação e assistência nutricional às
puérperas e nutrizes, assistidos na MDER.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Geral
Realizar atividades de educação, orientação e incentivo ao aleitamento
materno, auxiliando os serviços prestados pelo Banco de Leite Humano na
Maternidade Dona Evangelina Rosa.
3.2 Específicos
5.3.8 Mastite
A amamentação cruzada é quando a mãe entrega seu bebê para outra mãe
amamentar, por achar que seu leite não é suficiente para seu filho. Esta prática é
proibida pelo Ministério da Saúde por aumentar o risco de o bebê adquirir infecções
que possa passar pelo leite e o bebê não tenha anticorpos específicos para protege-
lo. Esta prática foi observada na maternidade em questão e desaconselhada pela
equipe de saúde sendo esclarecido os riscos que essa atitude poderia trazer para o
bebê e que por mais que a (mãe-de-leite) tenha aparência saudável ela pode estar
com alguma doença assintomática.
O termo “confusão de bico” pode ser definido como a exposição aos bicos
artificiais quando a amamentação ainda não está estabelecida, o que pode contribuir
para o desmame precoce. Isso ocorre devido à dificuldade do bebê de obter uma
pega e padrão de sucção adequados para o sucesso do aleitamento materno após a
exposição a uma madeira ou chupeta, por exemplo (SANTIAGO, 2013).
Esse fenômeno ocorre em virtude de as formas de sucção no peito e nos
bicos artificiais serem distintas. Para que o bebê consiga fazer a retirada do leite do
seio, ele precisa utilizar diversos músculos da face para a ordenha, fazendo
movimentos mandibulares e posicionando a língua para frente. Entretanto, na
sucção do bico da chupeta ou mamadeira a criança precisa fazer pressão negativa
(aspiração) para manter o objeto na boca e posicionar a língua para trás. Nesse
último caso, a boca da criança precisa se adaptar ao bico artificial, ao contrário do
que ocorre com o bico do seio materno, que se adapta à boca da criança
(SANTANA, 2012).
As mamadeiras, chupetas, chucas e bicos intermediários podem ocasionar
maior risco de contaminar o leite e provocar doenças, devido uma limpeza
inadequada; podem atrapalhar o aleitamento materno; podem modificar a posição
dos dentes, prejudicar a fala e a respiração, tornando o bebê um respirador bucal;
além de seu uso ser mais caro e sua preparação mais trabalhosa; e diminuir o
contato entre mãe e filho (BRASIL, 2007).
O uso de bicos artificiais é desaconselhado tendo em vista que, além de
interferir negativamente na duração do aleitamento materno, a literatura científica
preconiza como norma para um hospital se tornar Amigo da Criança a
recomendação de não utilizar bicos, chupetas e mamadeiras e este deve seguir
todos os passos.
Preparação do Frasco:
Lavar com água e sabão um frasco de vidro (de café solúvel ou maionese)
com tampa de plástico e retirar o rótulo;
Em uma panela, cobrir o frasco e a tampa com água, esperar ferver e desligar
o fogo após 15 minutos;
Escorrer de boca para baixo sobre um pano limpo até secar. Não enxugar;
Fechar o frasco sem tocar com a mão na parte interna.
Armazenamento:
O auxílio na sala de coleta dá-se tanto para mães doadoras externas quanto
internas na MDER. Primeiramente se preenche um formulário de cadastro da mãe
doadora (Anexo A) no momento da primeira doação. Este formulário contém
informações sócio demográficas da mãe doadora – endereço, profissão, idade e
estado civil; dados sobre a gestação e o bebê (idade gestacional, data de
nascimento do bebê e peso ao nascer) e sobre a saúde da mãe (realização do pré-
natal, uso de medicação, álcool e drogas), além da motivação à doação.
Antes da coleta, na paramentação da doadora, é orientado a utilização da
touca para cobrir os cabelos, máscara sobre o nariz e a boca e avental, com retirada
de sutiã e blusa deixando as mamas livres para a ordenha. Também é realizada a
lavagem das mãos e braços até o cotovelo com bastante água e sabão e lavagem
das mamas apenas com água.
Após a adequada higienização, procede-se para a orientação de massagem
e esvaziamento da mama de forma manual, de acordo com os seguintes passos:
massageie a mama com a ponta dos dedos, fazendo movimentos circulares no
sentido da parte escura (aréola) para o corpo; coloque o polegar acima da linha
onde acaba a aréola; coloque os dedos indicador e médio abaixo da aréola; firme os
dedos e empurre para trás em direção ao corpo; aperte o polegar contra os outros
dedos até sair o leite; despreze as três primeiras gotas ou jatos; em seguida, abra o
frasco e colha o leite colocando o frasco debaixo da aréola.
Finalizada a ordenha do leite, realiza-se a identificação do frasco para após
ser armazenamento no freezer. Essa identificação é feita através de etiqueta
adesiva com as seguintes informações: nome completo da mãe doadora, data de
nascimento e idade gestacional do bebê, data da coleta e o volume de leite coletado.
Sabido o volume de leite coletado, preenche-se a ficha de controle de coleta
diário. Nela registra-se o nome da mãe doadora, sua localização (se em casa ou na
MDER, com dados da enfermaria e leito), a idade gestacional e a data de
nascimento do bebê, o volume e o tipo de leite coletado (colostro, leite de transição
ou leite maduro).
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
VARIÁVEIS N %
Fez pré-natal
Sim 41 100
Não 0 0
Local de realização do pré-natal
MDER 5 12
Hospitais Privados 4 8
UBS do bairro mais próximo a residência 32 80
Fonte: MDER: Maternidade Dona Evangelina Rosa; BLH: Banco de Leite Humano, 2016.
VARIÁVEIS n %
Motivo da doação ao BLH
Mama cheia e dolorida/esvaziar a mama 31 77
Ajudar outros bebês 4 10
Retirar leite para o bebê 1 2
Por conta de informações nos cartazes, folhetos e palestras sobre 1 2
doação de leite humano
Bebê internado 2 5
Verificar a produção de leite 1 2
Bico dos seios feridos e não consegue amamentar o bebê 1 2
Tipo de leite
Colostro 33 80
Transição 3 8
Maduro 5 12
Fonte: MDER: Maternidade Dona Evangelina Rosa; BLH: Banco de Leite Humano, 2016.
O segundo motivo mais relatado que levaram as mulheres a doarem seu leite
foi o altruísmo – assim definido: doação como expressão de ajuda aos recém-
nascidos e outras mães que estão impossibilitadas de amamentar, ato voluntário,
não remunerado (LOURENÇO; BARDINI; CUNHA, 2012). Apesar de ser a segunda
razão mais relatada, o percentual obtido (10%) é pequeno quando comparado ao
total de mães doadoras avaliadas.
Dentre os menores percentuais relatados como motivo de doação encontra-se
a sensibilização por meio de informativos, cartazes, folhetos e palestras sobre
doação de leite materno, o que reforça a necessidade de o tema do aleitamento
materno e da doação de leite seja abordado com mais frequência pela mídia e
campanhas públicas, de forma a contribuir para o aumento do índice de aleitamento
materno e captação de maior volume de leite ao BLH/MDER.
Pesquisa desenvolvida na Itália mostrou que 81% das mulheres doadoras não
fizeram doações anteriormente. As justificativas apontadas para a não doação
foram: desconhecimento da existência do BLH na cidade (62,5%); desconhecimento
dos procedimentos e fluxos para doação (25%) e ter pouco leite (12,5%). Estudo
realizado na região Centro-Oeste do país revelou que, dentre as multíparas
entrevistadas, 41,7% estavam doando leite materno pela primeira vez por vergonha,
ignorância quanto à possibilidade de doação, falta de orientação dos profissionais
nas maternidades e ausência de iniciativa própria. Diante disso, algumas dessas
mulheres poderiam ter sido doadoras e, no entanto, não tiveram a oportunidade de
fazê-lo, reforçando a importância do apoio institucional e do repasse de informações
a respeito da doação de leite humano (ALENCAR, 2009).
Em relação ao tipo de leite doado observa-se o predomínio do colostro (3-5
dias após o parto) evidenciando que o acesso das doadoras ao banco de leite tem
se mostrado eficaz, comparando-se os intervalos de tempo entre o nascimento do
bebe e doação do leite.
CONCLUSÃO
AGUIAR, H.; SILVA, A.I. Aleitamento materno a importância de intervir. Acta Med
Port. 2011; 24:(S4)889-96
BINNS, C. W.B.; LEE, M. K. Exclusive breastfeeding for six months: the WHO six
months recommendation in the Asia Pacific Region. Asia pac. J. clin. nutr.,
Melbourne, Austrália, v. 23, n. 3,p. 344-350, 2014.
GENOVEZ, C.B. Banco de leite humano: uma análise das diferenças entre doadoras
adultas e adolescentes. Acta Scientiarum. Health Sciences; Maringá, v. 33, n. 2, p.
211-218, 2011.
LOPES, S.S. et. al. Iniciativa Hospital Amigo da criança: avaliação dos dez passos
para o sucesso do aleitamento materno. Rev. Paul. de Ped. 31 (4), 488-493, 2013.
LOURENÇO, D.; BARDINI, G.; CUNHA L. Perfil das doadoras do banco de leite
humano do Hospital Nossa Senhora da Conceição, Tubarão/SC. Arq. Catarin. Med.
2012; 41(1): 22-27.
O’HARE, E.M.; WOOD, A.; FISKE, E. Human milk banking. Neonatal Netw.,
Petaluma, CA, v. 32, n. 3, p. 175-183, 2013.
SANTOS, D. T.; et al. Perfil das doadoras de leite do banco de leite humano de um
hospital universitário. Acta Scientiarum. Health Sciences Maringá, v. 31, n. 1, p. 15-
21, 2009.
SILVA, A.P. da; SOUZA, N. de. Prevalência do aleitamento materno. Rev. Nutr.,
Campinas, v. 18, n. 3, p. 301-310, June 2005
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Rev enferm UFPE on line., Recife, 7(7):4635-40, jul., 2013.
THOMAZ, A.C.P. et al. The human milk donation experience: motives, influencing
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UNICEF. Fundo das Nações Unidas para a Infância- Brasil. Lista dos Hospitais
Amigos da Criança. 2014. Disponível em:
https://www.unicef.org/brazil/pt/activities_9994.htm. Acesso em: 10/01/2017.
1- Nome __________________________________________________________________
Endereço: _________________________________________________________________
Ponto de referência: _________________________________________________________
Data de nascimento da mãe: ____/____/____ Data de nascimento do bebê: ___/____/____
Data de cadastro:____/____/_____ Profissão: _____________________________
2- Qual a sua idade?
Menor ou igual a 17 anos ( ) Entre 18 a 29 anos ( )
Entre 30 a 34 anos ( ) 35 ou mais anos ( )
3- Qual seu estado civil?
Casada ( ) Vive junto (união estável) ( ) Solteira ( ) Divorciada ( )
4- Quanto ao estudo você é?
Analfabeta ( ) Alfabetizada ( ) Ensino fundamental incompleto ( )
Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo ( )
Ensino superior ( ) Pós graduação ( )
5- Você trabalha fora?
Sim ( ) Não ( )
6- Qual a sua renda familiar?
Até 1 salário mínimo ( ) 2 a 3 salários mínimos ( ) Acima de 3 salários mínimos ( )
7- Quantos filhos você tem?
Até 2 filhos ( ) De 3 a 4 filhos ( ) Acima de 4 filhos ( )
8- Você fez pré-natal?
Não ( ) Sim ( ) Onde? _____________________________________________
9- Exames realizados no pré-natal:
VDRL (+) ( –) HbdAg (+) ( –) HIV (+) ( –) Hb __________ Ht __________
10-Você está fazendo uso de medicamentos?
Não ( ) Sim ( ) Se sim, qual? _____________________________________________
11-Você fez transfusão sanguínea nos últimos 5 anos?
Sim ( ) Não ( )
12-Você fuma?
Sim ( ) Não ( )
Para uso do Banco de Leite Humano
Doadora apta? Sim ( ) Não ( )
Responsável ____________________________________________________
13-O que a sensibilizou a doar leite ao BLH?
_________________________________________________________________________
APÊNDICE