LT Aonpp Prof. Eva Mendes Versão 2019
LT Aonpp Prof. Eva Mendes Versão 2019
LT Aonpp Prof. Eva Mendes Versão 2019
AVALIAÇÃO E ORIENTAÇÃO
NEUROPSICOPEDAGÓGICA
1
MENDES, Eva Cristina de Carvalho Souza
GENGHINI, Edna Barberato
92 p. il.
APRESENTAÇÃO DO PROFESSOR-AUTOR
Professora Colaboradora/coordenadora:
EDNA BARBERATO GENGHINI, Professora Universitária desde 2002.
Atualmente no exercício da função de Coordenadora para todo o Brasil de cinco
cursos ao nível de Pós Graduação Lato Sensu: em PSICOPEDAGOGIA E
NEUROCIÊNCIAS, PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL, DOCÊNCIA PARA O
ENSINO SUPERIOR, FORMAÇÃO E GESTÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA e em
FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, pela UNIP - UNIVERSIDADE
PAULISTA – UNIP/EaD, onde também atua como Professora Adjunta, nas
modalidades SEI e SEPI. É Diretora e Psicopedagoga da MENTOR ORIENTAÇÃO
PSICOPEDAGÓGICA LTDA. ME desde 1991. Possui graduação em Economia
Doméstica - Faculdades Integradas Teresa D'Ávila de Santo André (1980), graduação
em Pedagogia pela Universidade Guarulhos (1985), Pós-graduação em
Psicopedagogia pela Universidade São Judas (1987), Mestrado em Ciências
Humanas pela Universidade Guarulhos (2002) e pós-graduação Lato Sensu em
Formação em Educação a Distância pela UNIP - Universidade Paulista (2011).
Membro efetivo do NAAP – Núcleo de Acessibilidade e Atendimento Psicopedagógico
da UNIP EAD. É autora e coautora de livros Textos para os cursos de Pós-Graduação
Lato Sensu em Psicopedagogia Institucional, Psicopedagogia e Neurociências,
Docência para o Ensino Superior, Formação e Gestão em Educação a Distância e
Formação em Educação a Distância da UNIP - EaD. Áreas de Interesse:
Neurociências - Educação Inclusiva - Psicopedagogia Clínica e Institucional -
Formação e Gestão em Educação a Distância - Formação de Docentes para o Ensino
Superior.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 05
REFERÊNCIAS 90
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
Deixo para sua reflexão sobre a atividade a ser exercida pelo psicopedagogo,
os pensamentos de Paulo Freire:
E o de Alícia Fernandes:
Vamos lá?
Preparado(a)?
5
I. AVALIAÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA
6
contínuo, iniciado com a primeira tratativa, anamnese e sequencial da aplicação de
testes, avaliações, observações.
7
O processo do aprender é formulado em termos de aquisição e construção
de novas informações acrescidas ao conjunto de conhecimentos existentes.
Portanto, a aprendizagem não é limitada à aquisição de novas informações e não
está limitada e independente de outros processos mentais de percepção, atenção,
memória, planejamento, raciocínio, é resultado da organização coordenada dos
vários processos cognitivos.
de processamento de informação
Fonseca V. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem: uma abordagem
neuropsicopedagógica. Ver. Psicopedagogia 2014;31(96):236-253
8
Ressaltamos que apontamos o processo de aprendizagem do homem como
objeto de estudo da Psicopedagogia, mas não se trata apenas da aprendizagem
escolar. Pautados em Visca (2008), partimos do princípio que o processo de
aprendizagem consiste na produção e estabilização de condutas e, portanto, serão
consideradas aprendizagens tanto as que se produzem no contexto escolar como
as que se elaboram no meio familiar e social, sem que necessariamente esteja
implicada a escola.
9
MAIA, H. (org). Neurociências e desenvolvimento cognitivo. Rio de Janeiro:
Wak Editora, 2011.
10
Na avaliação psicopedagógica é necessário investigar as possibilidades e
capacidades do indivíduo em situação de aprendizagem, muito mais do que
somente apontar suas deficiências ou inabilidades.
https://www.google.com.br/search?q=avalia%C3%A7%C3%A3o+educacional&biw=1518&bi
h=734&source=lnms&tbm=isch&sa=X&sqi=2&ved=0CAcQ_AUoAmoVChMIvNaZ09q_yAIVh
oyQCh0fJAzP&dpr=0.9, acessadas em 13/10/2015.
11
Dá o que pensar, não é mesmo? Faça, então, um exercício de reflexão:
Atividade de Aplicação
A partir das figuras acima, escreva uma introdução com texto dissertativo-
argumentativo para um artigo de um periódico, colocando o que significa para um
indivíduo ser submetido a um processo de avaliação e “como”, a seu ver, deve ser
efetuada uma avaliação psicopedagógica para um indivíduo que chega ao consultório
tido com dificuldades de aprendizagem. Qual é a melhor forma de comunicação,
dentre as expostas nas imagens, para promover uma avaliação psicopedagógica do
processo de aprendizagem mais eficaz? Pesquise! Compare!
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
12
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
[...] busca pistas, procurando selecioná-las, pois algumas podem ser falsas,
outras irrelevantes, mas a sua meta fundamentalmente é investigar todo o
processo de aprendizagem levando em consideração a totalidade dos fatores
nele envolvidos, para, valendo-se desta investigação, entender a constituição
da dificuldade de aprendizagem.
13
De tal sorte que a avaliação psicopedagógica é complexa e deve ser constante
para que as informações colhidas tenham validade e possibilitem um plano de
intervenção adequado.
14
refletir sobre seu campo de atuação e a relação com as mais diversas áreas do
conhecimento.
Quando temos por objetivo avaliar o organismo da pessoa, devemos nos deter
aos seus movimentos, à sua possibilidade de se movimentar ou de ficar imóvel por
certo tempo. Observamos como se aproxima do objeto/situação de aprendizagem e
os movimentos que realiza ao explorar um objeto, desde os movimentos amplos até
os findos. Por fim, avaliamos sua destreza, habilidades motoras e o controle que tem
sobre seus movimentos.
15
Às vezes, uma pessoa pode ser considerada desinteressada, não participativa,
incompetente para uma atividade e o caso trata-se de um déficit cognitivo, muitas
vezes, mínimo, mas que compromete o desempenho do indivíduo em suas atividades.
Esse conceito deve ser expandido além das competências acadêmicas formais
(linguísticas e lógico-matemática), incluindo as competências no campo artístico e do
relacionamento social, bem como o autoconhecimento e o gerenciamento dos desejos
e dos objetivos de vida (MAIA, 2011).
Assim, não se pode perder de vista o composto do sujeito como ser biológico
com suas características cognitivas, afetivas, socioculturais que influenciam e
recebem influências.
16
De acordo com Fonseca (2014) as funções cognitivas emergem do cérebro
como resultado da interação do conjunto de funções mentais. Assim, o afetivo, o
cognitivo e o executivo estão em interação constante no processo de aprendizagem.
Segundo Maia (2011, p. 32) o indivíduo realiza quatro etapas cognitivas durante
o processo de aprendizagem:
A PROCESSAMENTO
OA
17
O córtex cerebral, nas áreas do lobo temporal, recebe, integra e organiza
as percepções auditivas.
Nas áreas do lobo occipital, o córtex recebe, integra e organiza as
percepções visuais.
As áreas temporais e occipital se ligam às áreas do lobo frontal, situadas
na terceira circunvolução frontal, responsável pela articulação das
palavras. A articulação frontal ascendente é responsável pela expressão
da escrita (grafia).
A área parietotemporoccipital é responsável pela integração gnósica, e
as áreas pré-frontais, pela integração práxica, desde que essas funções
sejam moduladas pelo afeto e pelas condições cognitivas de cada um.
Nesse processo, são ativadas as funções perceptivas e motoras, além
das funções cognitivas do ato de aprender, produzindo modificações no
SNC. [...] define o ato de aprender como um “ato de plasticidade
cerebral”, modulado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos
(experiências).
Para obter mais informações, leia em: FONSECA, Vitor da. Papel das funções
cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem neuropsicopedagógica. Ver.
Psicopdag., São Paulo, v 31, n. 96, 2014 . Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84862014000300002&lng=pt&nrm=iso>.
18
Bonals e Gonzalez (in SÁNCHEZ-CANO E BONALS, 2008, p. 24) ressaltam
que:
Devemos diferenciar uma queixa de uma demanda, sendo a primeira mais uma
reclamação do que uma necessidade. A queixa caracteriza-se por uma reclamação
que, muitas vezes, não implica em um pedido de ajuda ou mudança. Já na demanda,
há desejo e interesse de mudar o que está incomodando, de melhorar uma situação.
19
Como podemos observar, uma demanda pode ser apresentada pelo
demandante de forma clara contribuindo positivamente para o trabalho do
psicopedagogo que a escuta, ou então, confundindo, não deixando clara a real
necessidade de quem a formula.
Agora, para você pensar um pouco a respeito de tudo o que tratamos nesta
unidade, caro(a) aluno(a), vamos propor uma atividade prática. Responda a ela
utilizando-se de todo conhecimento teórico adquirido até o momento e, depois, discuta
no fórum os resultados/conclusões a que você chegou, OK? Bom trabalho!
Atividade de Aplicação
III – O psicopedagogo deve ter sua atenção voltada para remoção das barreiras que
existem quanto ao processo de ensino e aprendizagem.
20
______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
21
II. TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA
22
2.1 Observação direta, organizada e sistemática, entrevista aberta ou
conversa informal
23
procura seguir um roteiro preparado antecipadamente, bem como pode ser
assistemática ou ocasional, quando o observador registra ocorrências que vão
acontecendo, assim, são apreendidos fatos significativos não previstos anteriormente.
24
Portanto, uma observação bem elaborada é um instrumento eficaz para que se
estabeleçam critérios sedimentares do conhecimento, do comportamento, do diálogo,
das relações entre avaliado e avaliador, do desenvolvimento biopsicossocial e
cognitivo, para, então, traçar estratégias interventivas para propiciar o suprimento das
necessidades.
25
A observação pode ser sistemática, quando decorre de uma intencionalidade
definida, ou assistemática ou ocasional, quando o observador registra ocorrências que
vão acontecendo. A observação consiste em um melhor entendimento de uma
situação-problema, queixa ou demanda.
Data da observação:
Professor:
Identificação do Aluno:
Nome:
Série/Ano atual:
1. Motivos da observação:
26
- Organização para o trabalho – iniciativa, cooperação, trabalho em grupo,
cumprimento das regras:
27
devem ser objetivas, sucintas, claras e retratem os pontos mais relevantes nas
reações e atitudes do entrevistado (gestos, expressões, alteração de voz, lacunas...).
REGISTRO DE ENTREVISTA
Identificação:
Nome:
Série/Ano atual:
Assunto Principal:
Observações:
28
Fonte: própria autoria
III – Ambiente familiar: são perguntas sobre a relação com família (entre irmãos,
pais, demais familiares), questiona-se como são as relações no espaço familiar como
um todo, sobre antecedentes patológicos da família.
29
Segundo Visca (1987, p. 72, apud WEISS, 2008, p. 57) na entrevista individual,
interessa-nos “observar seus conhecimentos (do indivíduo), atitudes, destrezas,
mecanismos de defesa, ansiedade”, etc. Para isso, devemos observar não somente
ao que é dito explicitamente, mas também e principalmente, aos conteúdos latentes
presentes nas respostas e indagações.
Uma entrevista aberta não tem um modelo fixo e deve ser estruturada e
conduzida de acordo com as hipóteses inicialmente levantadas pelo psicopedagogo.
Por conteúdo latente entende-se aquilo que não aparece explicitamente, mas
que pode ser reconhecido por meio da interpretação. O conteúdo latente vais se
revelando ao longo da dinâmica aos olhos do psicopedagogo atento na observação
feita. Ambos, aspecto manifesto e latente, devem ser considerados e sua soma
oferece informações importantes para o entendimento da dinâmica que se estabelece
no processo.
Observação lúdica;
Jogos Operativos;
30
Atividade de Aplicação
Você, aluno, conhece algum desses instrumentos? O que você sabe sobre
eles?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
31
Neste modelo de entrevista, proposto por Visca (1987), são apresentados
materiais como papel sulfite, papel pautado, folhas coloridas, lápis preto novo e sem
ponta, bem como lápis colorido, apontador, borracha, régua, canetas coloridas,
tesoura sem ponta, cola, revistas, jornais etc.
o início do falar
se fica paralisado.
[...] numa leitura sutil, diz muito sobre o sujeito. [...] a intenção é permitir ao
sujeito construir a entrevista de forma mais espontânea, porém dirigida de
forma experimental. Interessa observar seus conhecimentos, atitudes,
destrezas, mecanismos de defesa, ansiedades, áreas de expressão da
conduta, níveis de operatividade [...] (VISCA, 1987, p. 73).
Encerrada esta primeira tarefa, a EOCA continua com uma segunda proposta,
feita ao entrevistado: “Já me mostrou como desenha; agora, gostaria que me
mostrasse qualquer coisa que não seja desenhar”. E assim, por diante.
As justificativas verbais;
32
Como na observação espontânea, também durante a EOCA, observamos:
33
Dando continuidade aos estudos sobre o processo de avaliação
psicopedagógica, iniciamos a seguir, a utilização das técnicas projetivas
psicopedagógicas. Vamos lá, avançando no conhecimento!!!
34
Retomamos a ideia inicial exposta nesta unidade: o processo de aprendizagem
consiste na produção e estabilização de condutas. A possibilidade desta produção e
estabilização de condutas depende diretamente dos vínculos que a pessoa estabelece
com ensinantes significativos ao longo de sua vida e que, seguramente, ela
reproduzirá em suas relações familiares, escolares ou de trabalho.
Uma prova projetiva pode ser aplicada por meio de um desenho, de um relato
verbal ou escrito ou mesmo de uma dramatização.
Não se pode esquecer que o desenho é uma das formas de expressão na qual
o sujeito tem a possibilidade de exprimir sentimentos e revelar atitudes pertinentes ao
seu desenvolvimento cognitivo. Para tanto, na avaliação psicopedagógica a utilização
do desenho é significativa para o psicopedagogo.
Assim, Visca (2013) prevê três provas, de tal modo que para aplicação são
utilizados materiais como: folhas de papel sulfite, lápis preto e borracha. O profissional
solicita que o avaliado desenhe nas provas:
35
Quadro 3: Posição do desenho na folha e seu significado geral
Superior Exigente
Inferior Impulsivo
Direita Progressivo
Esquerda Regressivo
Central Equilibrado
36
Quadro 4: Posição do desenho representada na folha
SUPERIOR SUPERIOR
SUPERIOR
ESQUERDA DIREITA
INFERIOR
INFERIOR
INFERIOR
DIREITA
ESQUERDA
A. Detalhes no desenho:
37
grandes demais implicam em supervalorização que no caso de quem ensina
pode denotar características persecutórias e de quem aprende, uma
negação das dificuldades.
38
Também é possível a utilização de gravuras significativas para cada situação e
solicitar que os participantes do processo avaliativo desenvolvam uma história sobre
a figura apresentada. Neste caso, ao utilizarmos um relato verbal como instrumento
de avaliação, devemos nos ater não somente ao que é explicitado na palavra, mas
também e principalmente aos não ditos, às paradas, aos implícitos, ao que é
comunicado nas entrelinhas.
39
Fonte: Silva (2006)
Atividade de Aplicação
40
desenho representativo do par educativo. Em seguida, analise e justifique sua análise
à luz dos estudos realizados por Jorge Visca, expostos nesta Unidade.
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
O brincar deve ser natural e espontâneo, visto que enquanto brinca a criança
estabelece um espaço entre o interno e o externo, um espaço de criatividade.
Segundo Winnicott (1975, p. 80), “é no brincar, e somente no brincar, que o indivídua,
criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente
sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (self)”.
41
Já vimos que, para a Psicopedagogia é importante a constituição do sujeito
autor de pensamento que é aquele que pode mostrar/guardar sue conhecimento.
Fernández (2001b, p. 127) é enfático ao afirmar que brincar é a primeira experiência
de autoria, pois é:
42
pode projetar sentimentos e fantasias nos brinquedos (mordendo,
amassando, acariciando, abandonando); joga brinquedos para que o adulto
os pegue; brinca de aparecer e desaparecer, o que possibilita que elabore
situações de perda; nesta fase a criança brinca com os sons que emite pela
boca (e assim, exercita sua fala).
43
prevalecem o uso de roupas, sapatos e maquiagem da mãe; as crianças
buscam imitar os adultos com os quais se identificam; aceitam as
explicações que o adulto lhes dá para os diferentes fatos da vida; consegue
elaborar suas próprias hipóteses para situações que as intrigam; a
coordenação motora fina desenvolvida e sua percepção de corpo e do
espaço permitem que seus desenhos estejam mais elaborados.
44
Atividade de Aplicação
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
45
2.3.1 Uso do jogo no processo de avaliação psicopedagógica
Assim, a hora do jogo como afirma Caieirão (2013, p. 51), “é uma técnica que
se propõe diagnosticar o problema de aprendizagem, já que o interesse é prestar
atenção especial ao processo de construção do simbólico”.
Jogar bem um jogo não significa apenar jogar certo. Jogar certo envolve o
conhecimento de regras que regem determinado jogo e de seus objetivos, além da
capacidade de saber ganhar e/ou perder. No jogar certo há predomínio da
acomodação (GRASSI, 2008).
Jogar bem via além do jogar certo, pois supõe colocar em prática o pensamento
antecipatório, pensar jogadas, construir estratégias, criar e recriar, a todo momento,
possibilidades para chegar a um resultado positivo. A antecipação é uma
característica do bom jogador, pois significa “regular o momento presente em junção
daquilo que queremos evitar ou favorecer no futuro. Trata-se, portanto, de pré-corrigir
erros, de favorecer uma direção” (MACEDO e MACHADO, 2006, p. 40).
46
dificuldades de aprendizagem apresenta-se como uma alternativa
interessante, pois pode despertar o interesse e o desejo de aprender e, ao
mesmo tempo, pode possibilitar o desenvolvimento de estruturas de
pensamento mais elaboradas, a apropriação e a construção de
conhecimentos, enfim a aprendizagem.
47
objetivo a resolução de problema e, para isso, necessitam da elaboração de
estratégias, da elaboração de erros e acertos.
Atividade de Aplicação
Analise a questão...
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
48
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
49
III. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E
NEUROPSICOPEDAGÓGICA
50
Daí a importância da eficácia de uma avaliação psicopedagógica para que seja
produzido atendimento à demanda/queixa apresentada.
51
Quadro 5: Provas Projetivas Psicopedagógicas - domínio escolar
Desenhe alguém
Investigar o vínculo
Par educativo ensinando e alguém 6/7 anos
de aprendizagem
aprendendo
Investigar o vínculo
Eu com meus Desenhe você com
com os colegas de 7/8 anos
colegas seus colegas
classe
Conhecer a
Desenhe a planta da representação do
Planta da sala de sua sala de aula e campo geográfico da
8/9 anos
aula aponte aonde se sala de aula e as
senta localizações, real e
desejada, na mesma
Conhecer a
representação do
A planta da minha Desenhe a planta da campo geográfico do
8/9 anos
casa sua casa lugar onde se mora e
a localização real
dentro de si
Desenhe quatro
momentos de seu Investigar os
As quatro partes do
dia, desde que vínculos ao longo do 6/7 anos
dia
acorda até a hora dia
em que vai dormir
52
Desenhe sua Estudar o vínculo de
Família educativa família, cada um aprendizagem com o 6/7 anos
fazendo o que sabe grupo familiar
Avaliar o vínculo de
Desenhe uma
aprendizagem
história sobre uma
consigo mesmo;
criança que tem o
Desenho em observar alguns
dia livre, desde 4 anos
episódios indicadores gráficos
quando acorda até o
vinculados ao tempo,
momento que vai
ao espaço e à
dormir
casualidade
Conhecer a
representação que
Desenhe o dia do se tem de si mesmo
O dia do meu
aniversário de uma e do contexto físico e 4 anos
aniversário
criança sócio-dinâmico
durante transição de
uma idade à outra
Estudar as
Desenhe uma
atividades escolhidas
Nas minhas férias atividade que 6/7 anos
durante o período de
realizou nas férias
férias
Investigar o tipo de
Fazendo o que mais Desenhe-se fazendo
atividade que mais 6/7 anos
gosto o que mais gosta
gosta
53
Ressalta-se que na aplicação juntamente com cada desenho, solicita-se uma
história sobre o mesmo e um título para a história relatada.
Para tanto, oferece-se ao aprendiz, uma caixa com material não figurativo, com
o qual ela possa construir coisas. As características desta atividade são:
54
Inventário: observação de como a criança classifica (e se classifica) o
que tem dentro da caixa, seja por meio de manipulação, experimentação
ou pelo olhar. Observar como se dá a aproximação e a relação com o
objeto de conhecimento.
Noção de conservação.
55
Espera-se, nesta fase, que a criança já tenha adquirido as noções de:
seriação,
ordenação,
classificação,
tempo e
casualidade.
56
Adequação de atividades com o desenvolvimento do indivíduo: (verificação
das atividades relacionando conteúdo/ano de escolaridade/idade).
A partir daqui, serão apresentados instrumentos que podem ser utilizados por
psicopedagogos em suas sessões de atendimento avaliativo.
Cada uma das partes o avaliado terá o tempo máximo um minuto para realizar
a tarefa solicitada. A pontuação será obtida pelo número de cancelamentos realizados
em cada uma das partes. Chega-se à pontuação padrão e em seguida, verifica-se a
classificação obtida no teste.
57
Lembrando que a pontuação padrão e a classificação servem de parâmetro
para condução da avaliação e, posteriormente contribuir para um possível diagnóstico.
58
TESTE DE TRILHAS PARA PRÉ-ESCOLARES (Trevisan e Seabra, 2012)
Na parte inicial A é dada ao avaliado uma folha instrutiva com figuras de cinco
cachorrinhos que devem ser ligados por ordem de tamanho, iniciando-se pelo menor
cachorrinho (bebê) até o cachorrinho maior (papai). Na parte B, além das figuras de
cachorrinhos, são apresentadas figuras de ossinhos de tamanhos equivalente aos
tamanhos dos cachorrinhos. A tarefa é ligar os cachorrinhos aos ossinhos, seguindo
a ordem de tamanho e alternando entre os estímulos. São computados o número de
itens ligados no tempo de um minuto e verificado o número de ligações realizadas nas
duas partes para se verificar a classificação a partir da referência da pontuação-
padrão.
59
TESTE TAREFA SPAN DE BLOCOS – CORSI (Dias e Mecca, 2019)
60
SEABRA, A. G e DIAS, N. (org.). Avaliação neuropsicológica cognitiva:
atenção e funções executivas, volume 1. São Paulo: Memnon, 2012.
61
O instrumento objetiva avaliar a consciência fonológica de forma abrangente e
sequencial, possibilitando a investigação das capacidades fonológicas, considerando
a relação com as hipóteses de escrita elaboradas por Ferreiro e Teberosky (1991).
Tem como público alvo crianças a partir de 4 anos.
62
PROVAS PARA AVALIAÇÃO DE COMPREENSÃO DE LEITURA DE
PALAVRAS E FRASES PARA ESCOLARES EM INÍCIO DE
ALFABETIZAÇÃO – CLPF (Oliveira e Capellini, 2014)
63
O teste pode ser aplicado em grupo ou individualmente. A aplicação do teste
deve seguir a ordem de aplicação com intervalo de uma semana, pelo menos. Primeiro
aplica-se o Subteste de Compreensão de Sentenças Escritas e depois do intervalo
aplica-se o Subteste de Compreensão de Sentenças Faladas.
Esta prova pode ser aplicada nas séries iniciais do ensino fundamental.
64
FONSECA, R. P.; PRANDO, M. e ZIMMERMANN, N. (org.). Tarefas para avaliação
neuropsicológica, vol. 1. Avaliação de linguagem e funções executivas em crianças.
São Paulo: Memnon, 2016.
65
aquedadas para aplicação nos anos iniciais (1º a 4º) e anos finais (5º a 9º) do ensino
fundamental. O TDE II poderá ser aplicado individual ou coletivamente.
Poderá ser aplicada dos 7 aos 12 anos de acordo com as orientações das
normas do instrumento.
66
Este instrumento avalia, por meio de um conjunto de questões, as estratégias
de aprendizagem relatadas e empregadas por indivíduos matriculados no ensino
fundamental. Realiza a identificação de estratégias cognitivas e metacognitivas, bem
como a ausência ou não de estratégias metacognitivas disfuncionais. Poderá ser
aplicado a indivíduos de 7 a 16 anos, individual ou coletivamente.
67
Este momento de conversa sobre a avaliação deve constar uma comparação
entre a demanda/queixa inicial e os resultados obtidos durante o processo avaliativo,
apontando os pontos convergentes e os divergentes entre os dois momentos. É o
momento de rever, junto a quem trouxe a necessidade inicial, o motivo do
encaminhamento. Apontar necessidade de intervenção, avaliações com outras áreas
etc.
1 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Nome:
Período de Avaliação:
Filiação:
Série/Ano atual:
Escola:
Motivo da avaliação:
2. CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
68
5. CONSIDERAÇÕES
6. ENCAMINHAMENTO
Data
Assinatura
Nome do Profissional
Atividade de Aplicação
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
69
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Para tanto, em cada uma das técnicas e instrumentos apresentados, você pode
verificar quais objetivos são propostos por eles, bem como a faixa etária, descrição
geral do teste e aplicação.
Preparado(a)?
Vamos lá!
70
IV. ORIENTAÇÃO E INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA E
NEUROPSICOPEDAGÓGICA
71
No processo de intervenção psicopedagógica e neuropsicopedagógica é
necessário conhecermos os tipos de atuação/intervenção, quais sejam:
72
que sua maior importância está no conhecimento de como se processa a
aprendizagem humana sob a ótica da neurociência e da psicologia.
73
desenvolver harmoniosa e equilibradamente em todos os aspectos: intelectual, físico,
social, moral, estético, político, educacional e profissional.
Beltrán (1998, apud Sanchez, 2008) apresenta três âmbitos básicos que
aparecem os problemas estratégicos dos indivíduos com dificuldades de
aprendizagem:
o âmbito da memória;
o âmbito da atenção e
o âmbito metacognitivo
74
Bossa (2000, p. 31) citando Lino de Macedo (1990), a atividade
psicopedagógica dar-se-á por:
75
Quadro 9: Plano de Intervenção considerando as modalidades de
aprendizagem
MODALIDADE DE OBJETIVOS A
PRINCIPAIS
APRENDIZAGEM SEREM TIPO DE ATIVIDADE
CARACTERÍSTICAS
PATOLÓGICA TRABALHADOS
Trabalhos manuais de
Dificuldade de Proporcionar o
contato com materiais
contato com o contato com o
HIPOASSIMILAÇÃO diversos. Ex: argila,
objeto de objeto de
massinha caseira,
conhecimento conhecimento
pintura a dedo
Trabalhos de
Proporcionar o esquema corporal e
Esquemas mentais
aprimoramento de de percepção de
empobrecidos e
seus esquemas detalhes, bem como
repetitivos, pobreza
HIPOACOMODAÇÃO mentais e o trabalhos manuais.
de contato com o
contato com o Ex: boneco do corpo,
objeto do
objeto de histórias com
conhecimento
conhecimento pictogramas, argila,
massinha
Trabalhos emocionais
e de autoconhecimento.
Dificuldade de Proporcionar o
Ex: história de vida,
HIPERACOMODAÇÃO contato com a contato com a
painel do
subjetividade subjetividade
crescimento, leque de
emoções
76
do processamento da informação: sua aquisição, seu armazenamento e sua utilização
(BORUCHOVITCH, 2007).
77
conteúdo (perguntas), repetir o conteúdo estudado para memoriza-lo, organizar
estruturas e mapas.
Nome: ______________________________________
Monitoramento
Resultado Resultado
Objetivo/Meta Passos/atividades
esperado Alcançado
/Evolução
78
1. Massinha
Fonte: A autora
2. Empilhar peças
Fonte: A autora
79
3. Trenzinho
Figura 7: Trenzinho
Fonte: A autora
4. Colorir desenho
Fonte: A autora
80
5. Peças de encaixe
Fonte: A autora
Fonte: A autora
81
7. Livro
Fonte: A autora
Fonte: A autora
82
9. Jogo de encaixe
Fonte: A autora
Fonte: A autora
83
Figura 15: Montando Estruturas com Blocos de espuma
Fonte: A autora
Fonte: A autora
13. Tangram
84
Fonte: A autora
Fonte: A autora
85
Fonte: A autora
16. Escrita
Fonte: A autora
86
aliterações (estímulos com imagens, oral), completar palavras F/V; T/D; P/B;
sequenciação de histórias, dentre outras.
87
Atividade de Aplicação
PORQUE
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
88
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
89
REFERÊNCIAS
90
COSTA, Elis Regina da; BORUCHOVITCH, Evely. O ensino de estratégias de
aprendizagem no contexto da escrita. Psicol. educ., São Paulo, n. 41, p. 21-35, dez.
2015 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
69752015000200002&lng=pt&nrm=iso>.. http://dx.doi.org/10.5935/2175-
3520.20150012.
91
https://periodicos.pucpr.br/index.php/dialogoeducacional/article/view/6413/6317>..
doi: http://dx.doi.org/10.7213/rde.v4i10.6413.
92
SISTO, H. F et al. Atuação psicopedagógica e aprendizagem escolar. 11ª ed.
Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2008.
93