Protocolo Adéssio Caetano
Protocolo Adéssio Caetano
Protocolo Adéssio Caetano
GWAZA MUTHINI
Protocolo de Pesquisa
i
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS
ii
Índice
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS ........................................................ ii
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
Contextualização ......................................................................................................................... 1
Delimitação do Tema................................................................................................................... 2
Justificativa.................................................................................................................................. 4
Objectivos.................................................................................................................................... 5
REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................................... 6
Conceitos chave........................................................................................................................... 6
METODOLOGIA ..................................................................................................................... 13
Conceito .................................................................................................................................... 13
Variáveis .................................................................................................................................... 15
iii
Critérios de inclusão e exclusão ................................................................................................ 16
Orçamentação ............................................................................................................................ 19
iv
1. INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
A gravidez é uma fase extremamente importante para a vida da maior parte das mulheres,
contudo não deixa de ser um período em que são múltiplos os factores que podem interferir de
forma directa ou indirecta no seu desfecho e por consequência influenciar no peso ao nascer da
criança. Dentro desses factores destacam-se os maternos, socioeconómicos, genéticos,
placentários, nutricionais, hormonais ou ambientais (MISAU, 2006).
O Baixo Peso ao Nascer (BPN), é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como
recém-nascidos (RNs) vivos com peso inferior à 2500 gramas (g). De acordo com a OMS,
estima-se que 15 à 20% dos recém-nascidos em todo o mundo apresentam baixo peso ao nascer,
o que representaria mais de 20 milhões de nascimentos por ano. Além disso, existem variações
nas proporções de BPN entre as regiões, sendo de 28% no sul da Ásia, 13% na África
subsaariana e de 9% na América Latina (OMS, 2014).
Mundialmente, entre os anos 2000-2009, a taxa média de BPN foi de 14%, sendo que Portugal
apresentou um percentual de 8%. Contudo é nos países em desenvolvimento que essa taxa
apresenta valores mais elevados (24% na região sudeste), onde a Restrição do Crescimento
Intrauterino (RCIU) se torna o principal causador desse acontecimento, ao invés do nascimento
pré-termo que é o principal responsável nos países desenvolvidos (OMS, 2009).
Em Moçambique, a Taxa de Baixo Peso a Nascença (TBPN) foi de 2,5%, apesar de ter reduzido
a TBPN em relação ao ano anterior, a Cidade de Maputo ainda se mantém acima da meta
estabelecida com uma percentagem de 5,9% (MISAU, 2021).
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De acordo com a UNICEF (2019), recém-nascidos com BPN apresentam maior risco de morrer
nos primeiros 28 dias de vida (mortalidade neonatal). Os que sobrevivem têm maior
probabilidade de sofrer de crescimento atrofiado e Quociente de Inteligência (QI) mais baixo. As
consequências do BPN continuam na idade adulta, aumentando o risco de doenças crônicas que
surgem na idade adulta, como obesidade e diabetes (WHO, 2019).
É neste enquadramento, justificado pela importância da detecção dos factores associados ao BPN
para o indivíduo, família e sociedade e pela relevância do papel preponderante que a Enfermeira
de Saúde Materna-Infantil e Obstetra poderá ter na sua prevenção, que se decidiu enveredar no
presente estudo, para a temática: “Percepção das puérperas sobre o BPN”. O principal objectivo
do atendimento pré-natal é a monitorização da gravidez, de modo a reduzir os riscos que
contribuem para a morbi-mortalidade materna e perinatal. No atendimento ou assistência ao
parto, a qualidade do atendimento é essencial para a diminuição da mortalidade materna e
perinatal. Deste modo, uma das estratégias prioritárias é a realização dos partos nas Unidades
Sanitárias (US’s), priorizando os partos de Alto Risco Obstétrico (ARO) e a realização de partos
higiénicos em casa, através da capacitação das Parteiras Tradicionais (PT’s), existentes nas
comunidades.
Esta pesquisa tem em vista estudar o nível de percepção das puérperas em relação BPN e de que
forma pode ser influenciada por determinadas variáveis, concretamente, as socioeconómicas,
obstétricas e de assistência pré-natal.
A pesquisa está prevista a ser realizada no Centro de Saúde (CS) de Albazine, localizado no
Distrito Municipal de KaMavota, com enfoque para a área de Saúde Materno-Infantil, sendo que
irá abranger as puérperas daquela Unidade Sanitária (grupo alvo). O estudo será desenvolvido
entre os meses de Setembro e Outubro (última semana de Setembro à primeira quinzena de
Outubro), no período de 3 semanas.
O Centro de Saúde de Albazine é uma Unidade Sanitária que presta os serviços de Cuidados de
Saúde Primários (CSP), assegurando que as pessoas recebam cuidados completos, desde a
promoção e prevenção ao tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, tão perto quanto
possível do seu ambiente diário.
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1.2. Definição do Problema e Justificativa
1.2.1. Definição do Problema
O BPN é uma questão de saúde pública com um impacto significativo individual, familiar e
social. Os recém-nascidos com esse peso apresentam alterações do vínculo, diminuição do
período de tempo de amamentação, maior risco de desenvolvimento de patologias crónicas
durante a sua vida adulta, uma maior propensão a atrasos de desenvolvimento e dificuldades de
aprendizagem, o que acarretará tanto para a família, como para a sociedade, onde estão inseridos
um custo elevado (Nogueira, 2010).
Mesmo com a promoção de políticas para expandir a capacidade de cobertura dos partos
institucionais e dos cuidados pré-natais, o BPN em Moçambique e suas complicações ainda é um
dos factores principais da morbimortalidade em recém-nascidos (MISAU. 2006).
A redução da prevalência do BPN não tem sido fácil, e apesar da extensiva pesquisa sobre a sua
etiologia, esta ainda permanece desconhecida em cerca de 30% dos casos clínicos (Nhatave,
2006).
Desta forma, o conhecimento das puérperas em relação aos factores de risco que contribuem para
baixo peso à nascença, é fundamental uma vez que poder-se tomar as medidas certas para evitar
o nascimento de recém-nascidos com baixo peso.
Com a pretensão de responder à algumas inquietações motivadas por esta temática, surge a
questão de investigação:
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1.2.2. Justificativa
A temática do BPN surge como de extrema importância, uma vez que entre ela e a mortalidade e
morbilidade infantil existem evidências de interligação. Efectivamente alguns estudos indicam
que a mortalidade neonatal é 20 vezes maior nos recém-nascidos de BPN e 200 vezes maior nos
que apresentam um muito baixo peso (≤1499g) quando comparados aos de peso normal.
No entanto, a escolha do local e da área de actuação, deveu-se ao facto de ser uma US que se
localiza na zona metropolitana da Cidade de Maputo (zona urbana), onde presume-se que a
comunidade residente (mães), tem mais acesso e com melhor qualidade os serviços de saúde,
comparativamente à da zona rural. Porém, segundo o SISMA, os casos de BPN mostram um
aumento recorrente de casos semestrais de baixo peso em 55.6% de 2021 para 2022, assim como
os dados anuais em 3.7%. Uma tendência crescente de casos que constitui um problema à Saúde
Pública, daí a necessidade de realizar-se o presente estudo nesta Unidade Sanitária por apresentar
taxas acima do padrão estimado pelo MISAU e o BPN está muitas vezes relacionado com
insuficiência de cuidados pré-natais e/ou espaçamento insuficiente entre uma gravidez e a
seguinte, alto grau de endemias, parasitoses intestinas ou a comunidade está desnutrida e
consequentemente tem um mau estado de saúde.
Nesta perspectiva, houve a necessidade de realizar-se o presente estudo, para avaliar o nível de
percepção das puérperas relativamente aos factores que favorecem o aparecimento do BPN, que
é fundamental para o planeamento e desenvolvimento de acções no âmbito da saúde materno-
infantil, visando melhorar a qualidade dos serviços de saúde prestados à população.
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1.3. Objectivos
1.3.1. Objectivos Geral
Compreender o nível de percepção das puérperas em relação ao Baixo Peso à Nascença
no Centro de Saúde de Albazine.
1.3.2. Objectivos Específicos
Descrever as características sociodemográficas, económicas, obstétricas e de
assistência pré-natal das puérperas;
Identificar as fontes utilizadas pelas parturientes para obter informações sobre o de
Baixo Peso ao Nascer;
Descrever o grau de conhecimento das puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença;
Descrever o nível de percepção das puérperas em relação aos cuidados a ter com
recém-nascido com baixo peso;
Propor algumas práticas para evitar casos de baixo peso.
H1: As puérperas atendidas no Centro de Saúde de Albazine, desconheciam sobre o Baixo Peso à
Nascença e dos cuidados a ter com recém-nascido com baixo peso, o que pode estar a associado
à baixos níveis de desenvolvimento socioeconómico, características maternas, de assistência
materno-infantil e a falta de informação.
5
2. REVISÃO DE LITERATURA
Para Prodanov & Freitas 2013, pontuam que a revisão da literatura irá contribuir para a obtenção
de informações sobre o real estado do objecto estudado; conhecer os aspectos que já foram
abordadas em outros estudos e discorrer sobre opiniões similares a diferentes e diferentes sobre o
problema de pesquisa.
Factores econômicos: estão principalmente relacionados com a pobreza uma vez que esta
contribui também para o fraco acesso aos serviços de saúde, à educação e a falta de capacidade
monetária para pagar os serviços e/ou medicamentos (MISAU, 2006).
Factores sócio-culturais: incluem a inequidade ao acesso dos serviços sociais, ao baixo nível de
educação das mães e as inadequadas práticas familiares no cuidado das crianças. Os factores
culturais principalmente ligados ao género têm uma grande influência na morbimortalidade
neonatal e infantil em Moçambique (MISAU, 2006).
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Factores nutricionais: O estado nutricional das mães está relacionado com o estado de saúde da
criança e tem repercussão sobre o parto e o baixo peso ao nascer. concorrendo para a malnutrição
infantil. 8.6% das mulheres apresentavam um IMC < 18.5 (IDS 2003). Ciclos viciosos de ciclo
vicioso de malnutrição-infecção influenciam o bom crescimento e desenvolvimento cognitivo da
criança (MISAU, 2006).
Factores de risco
Segundo Febroso (2017), os principais factores de risco para o desenvolvimento do BPN são
primigestação, história prévia ou familiar de baixo peso, raça, género feminino, entre outros.
Nestas pacientes, deve-se ter atenção especial no pré-natal para realizar o diagnóstico do BPN o
mais cedo possível.
Resultados de Martis (2017), concluíram que, o histórico dos antecedentes familiares e pessoais,
as condições socioeconómicas desfavoráveis, como baixa escolaridade e baixa renda familiar,
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têm levado mulheres à gestação de alto risco, visto que essas situações estão associadas, em
geral, ao estresse e a piores condições nutricionais.
Obstetrícia é a ciência da saúde e a profissão de saúde que lida com a gravidez, o parto e o
período pós-parto (incluindo os cuidados ao recém-nascido), além da saúde
sexual e reprodutiva das mulheres ao longo de suas vidas (MISAU, 2011).
Parto pré-termo, também denominado parto prematuro, é o parto de um bebé antes das 37
semanas de idade gestacional. Estes bebés são denominados prematuros (MISAU, 2011).
Parto ou nascimento é o termo de uma gravidez, em que um ou mais bebés deixam o útero da
mulher (MISAU, 2011).
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Recém-nascido, bebé (português europeu) ou bebê (português brasileiro), também designado
por lactente, é a denominação clínica usada em Pediatria dada à todas as crianças desde o 28º dia
após o nascimento até atingirem os 24 meses de idade. Até aos 28 dias de vida tem a designação
de recém-nascido e a partir dos 2 anos a designação é de criança (MISAU, 2011).
Saúde materna, refere-se ao “bem-estar físico de uma mulher que esteja grávida e inclui
cuidados pré-natais para a mulher e o bebé, cuidados durante o parto, e serviços pós-parto para a
mãe e o bebé” (UNICEF, 2009). A saúde materna são os cuidados médicos, nutrição e o bem
estar das mulheres antes, durante, e depois da gravidez
A Consulta Pré-Natal revela-se como um momento adequado para desenvolver acções educativas
utilizando ferramentas como o diálogo, o vínculo e a escuta das gestantes e seus acompanhantes.
Essa estratégia de trabalho permite aproximação entre os profissionais de saúde e gestantes,
fortalecendo o conhecimento e o esclarecimento de dúvidas (Gomes, et al., 2019).
Para Ministério de Saúde Brasil (2015), a realização da CPN representa um papel fundamental
na prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um
desenvolvimento saudável do bebé e reduzindo os factores de riscos da gestante e no momento
do parto.
Resultados de estudo feito em Malawi por Martins (2017), concluiu que, a consulta o pré-natal é
indicado pelas mulheres como sendo uma forma de esclarecer e informar as gestantes sobre o
risco do BPN, pois as formas tradicionais em relação a prevenção e tratamento da doença
entendem como factores de risco para a sua gravidade.
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Os conselhos nas CPN’s consistem em cuidados sobre a dieta alimentar; o conhecimento e
necessidade de evitar os diversos factores de risco que podem comprometer a gestação. Também
realizam análises que permitem diagnosticar doenças ou potenciais complicações; observar a
posição do feto; a campanha de imunização, entrega de rede mosquiteira para prevenir malária
durante o período prenatal e no puerpério, a disponibilização de fármacos e suplementação em
sal ferroso e ácido fólico entre outras actividades (Save the Children, 2011).
De salientar que a vigilância pré-natal está inevitavelmente vinculada à sua qualidade, facilidade
de acesso e, de extrema importância, ao cauteloso acompanhamento de cada grávida e não
unicamente ao total de consultas efectuadas.
De acordo com Every Preemie Scale, (OMS, 2019). Cerca de 17% de recém-nascidos nascem
com baixo peso em Moçambique, sendo um contributo para as mortes de recém-nascidos e
crianças, bem como no mau desenvolvimento.
Mundialmente, entre os anos 2000-2009, a taxa média de BPN foi de 14%, sendo que Portugal
apresentou um percentual de 8%. Contudo é nos países em desenvolvimento que essa taxa
apresenta valores mais elevados (24% na região sudeste), onde a Restrição do Crescimento
Intrauterino (RCIU) se torna o principal causador desse acontecimento, ao invés do nascimento
pré-termo que é o principal responsável nos países desenvolvidos.
Segundo o MISAU (2021) em Moçambique, a Taxa de Baixo Peso a Nascença (TBPN) foi de
2,5%, apesar de ter reduzido a TBPN em relação ao ano anterior, a Cidade de Maputo ainda se
mantém acima da meta estabelecida com uma percentagem de 5,9%.
De acordo com a UNICEF (2019), recém-nascidos com BPN apresentam maior risco de morrer
nos primeiros 28 dias de vida (mortalidade neonatal). Os que sobrevivem têm maior
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probabilidade de sofrer de crescimento atrofiado e Quociente de Inteligência (QI) mais baixo. As
consequências do BPN continuam na idade adulta, aumentando o risco de doenças crônicas que
surgem na idade adulta, como obesidade e diabetes (WHO, 2019).
Por conseguinte, o BPN pode ser atribuído aos dois fenómenos, ou combinação entre ambos: à
Restrição do Crescimento Intrauterino (RCIU) e ao parto pré-termo. Quando estes dois factores
se associam, tornam o BPN no mais importante indicador de mortalidade neonatal, perinatal e
infantil.
Vários estudos têm sido realizados na tentativa de identificar quais os factores desencadeantes
dos processos que levam ao aparecimento do baixo peso ao nascer. Das características mais
prevalentes surgem as: demográficas, socioeconómicas, maternas, obstétricas, de assistência pré-
natal e comportamentais. Estudos recentes têm referido a relação do BPN com as características
paternas, ambientais, nos casos de violência ou em situações de stress ou de depressão durante a
gravidez (Araújo, 2013).
A determinação dos factores associados ao BPN tem sido controversa, o que explica a
dificuldade em encontrar os que realmente poderão estar associados a este evento. Dos factores
que, demonstradamente, se encontram ligados ao aparecimento do BPN, serão aprofundados
nesta pesquisa os socioeconómicos (idade materna, estado civil, escolaridade, rendimento mensal
e situação profissional), obstétricos (número de filhos e gestações, nascimentos múltiplos,
intervalo interparto, peso do 1º filho e idade gestacional) e de assistência pré-natal (desejo,
planeamento e vigilância da gravidez, patologias prévias e da gravidez, hábitos tabágicos e
alcoólicos e o ganho ponderal) (Sass, 2011).
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2.4. Outras contribuições
A Saúde Materna constitui um dos maiores bens, qualquer que seja a cultura ou localização
geográfica da mulher, que no seu potencial reprodutivo-sexual, através da gravidez, parto e
puerpério, promete a continuidade da família, no suceder das gerações. Reconhecendo este bem,
a Organização das Nações Unidas (ONU) tem vindo a desenvolver políticas, tal como consta no
5º Objectivo de Desenvolvimento o Milénio, apontando atingir até 2015, o acesso universal à
Saúde Reprodutiva e a redução da Mortalidade Materna. Por outro lado, a Organização Mundial
de Saúde, no desenho de estratégias para o bem-estar materno, reconhece como intervenientes,
não só os líderes governamentais, as organizações internacionais, as empresas, as associações de
profissionais de saúde, a sociedade civil, mas também a academia (ue, 2010.).
De acordo com o MISAU (2006), a Política Nacional de Saúde Neonatal e Infantil (SNI), tem
como finalidade assegurar o direito à saúde e alcançar pleno potencial para todas as Crianças
Moçambicanas. Esta política foi definida tendo como princípio o respeito e cometimento com os
Direitos da Criança, o direito à saúde, a continuidade dos cuidados de saúde a todos os níveis, a
garantia da equidade, a integralidade e a base nas actuais evidências científicas e no perfil
epidemiológico da população.
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3. METODOLOGIA
3.1. Conceito
Existem várias definições para métodos, Lakatos & Marconi (1982), mencionam diversas
definições entre elas:
Método e o “caminho pelo qual se chega a um determinado resultado…” (Hegemberg,
1976: II-115);
Método é “um procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para
conseguirmos alguma coisa, seja material ou conceitual” (Bunge, 1980: 19).
Lakatos & Marconi (2007), afirmam que a utilização de métodos científicos não é exclusivo da
ciência, sendo possível usá-los para a resolução de problemas do quotidiano. Destacam que, por
outro lado, não há ciência sem o emprego de métodos científicos.
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3.3. Tipo de estudo quanto à/ao:
3.3.1. Natureza: Aplicada
Para o presente projecto vai usar-se a pesquisa aplicada, pois ela ajudará a responder a perguntas
dos objectivos específicos e a dar ênfase na resolução prática de problemas.
Gil (2019), pesquisa aplicada abrange estudos elaborados com a finalidade de resolver problemas
identificados no âmbito das sociedades em que os pesquisadores vivem.
Para Prodanov & Freitas (2013), defendem que com este método são formuladas hipóteses para
expressar as dificuldades do problema, de onde se deduzirão consequências que deverão ser
testadas ou falseadas.
Para o presente trabalho vai usar-se a pesquisa exploratória, pois permitirá ter uma visão
generalizada no que tange percepcao das mulheres sobre o conhecimento e cuidados a ter com
recém-nascidos com BPN a nível do Centro de Saúde de Albazine.
De acordo com Marconi & Lakatos (2011), a pesquisa qualitativa busca explicar o porquê das
coisas que são passadas por meio de relatos. Ela se preocupa em analisar e produzir aspectos
mais profundos e ilustrativos, fornecendo análise mais detalhada sobre o assunto.
Para o presente relatório usar-se-á a pesquisa qualitativa, pois vai ajudar a entender os fenómenos
de acordo com a perspectiva dos participantes do estudo e permitirá estudar as questões em
profundidade e mais detalhe.
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3.3.5. Procedimento técnico: Pesquisa bibliográfica e documental
A pesquisa bibliográfica de acordo com Bornstein & Stotz (2008), geralmente é o primeiro passo
de qualquer pesquisa científica. Ela procura explicar um problema a partir de referências já
publicadas. O empregue da pesquisa bibliográfica é sustentada através do uso de materiais já
publicados, que ajudará a explicar o problema a partir de referências já publicadas.
A pesquisa documental recorre a fontes mais diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico,
tais como: tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes,
fotografias, pinturas, relatórios de empresas, vídeos de programas de televisão, etc. (Fonseca,
2002).
Para o relatório usar-se-á a pesquisa documental, pois, permitiu fazer o exame de documentos de
naturezas diversos.
3.5. Variáveis
3.5.1. Variáveis sociodemográficas:
Idade;
Estado civil;
Nível de escolaridade.
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3.5.2. Variáveis do estudo:
Conhecimento das puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença;
Conhecimento das puérperas sobre os cuidados a ter com recém-nascido com baixo peso.
3.6.2. Amostra
A amostra vai ser de constituída por 293 parturientes. Este tamanho amostral foi calculado
considerando-se um nível de confiança de 95% e uma de margem de erro de 5%, tendo se
aplicado a seguinte fórmula:
Onde:
= Tamanho da amostra;
= Tamanho do universo;
= Percentagem com qual o fenómeno se verifica;
= Percentagem complementar;
= Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado;
= Margem de erro ou erro máximo de estimativa.
Aplicar-se-á amostragem não probabilística por conveniência, onde participarão parturientes que
na altura de recolha de dados se farão presentes.
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3.8. Procedimentos para recolha de dados
A recolha de dados iniciará após a aprovação do protocolo. Na primeira fase serão solicitadas as
parturientes uma autorização prévia para o acesso às informações necessárias para a realização
do estudo, respeitando a sua rotina de modo não interferir no fluxo de utentes no sector de Saúde
Materno-Infantil (SMI). Na segunda fase, vai ser realizada uma explanação quanto ao propósito
do estudo, e depois se fará entrevistas individualizadas às parturientes que preenchem os critérios
de selecção para a participação.
As técnicas para análise de dados que serão aplicadas para o estudo são: SPSS (v.25), para avaliar
o grau de homogeneidade ou comparabilidade entre as variáveis, através dos teste X2 (Qui-
Quadrado) de Pearson e de Fisher, com nível de significância de 5% e Intervalo de Confiança
(IC) de 95% (p <0.05); e o Microsoft Office Excel 13, para elaboração de tabelas e gráficos.
Antes da realização do estudo, o projecto será submetido ao Comité Cientifico do ISGEM para a
sua aprovação e realização. O pesquisador vai-se dirigir às parturientes onde explanará o
propósito do estudo. As parturientes que aceitarem fazer parte do estudo assinarão o
consentimento livre e informado (ver anexo III), que contem informações explícitas sobre o
estudo de forma a garantir que os envolvidos possam decidir em participar livremente e com
pleno conhecimento da causa. A participação no estudo vai ser de carácter voluntário. O
pesquisador preservará o sigilo, valores éticos e culturais dos envolvidos. Para garantir a
privacidade e o anonimato, se fará a codificação os questionários. Os resultados obtidos deste
estudo servirão exclusivamente para fins académicos.
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3.11. Resultados Esperados
O interesse pelo estudo surgiu no contexto da Saúde Materna e Infantil. Ela constitui um dos
maiores bens, qualquer que seja a cultura ou localização geográfica da mulher, que no seu
potencial reprodutivo-sexual, através da gravidez, parto e puerpério, promete a continuidade da
família, no suceder das gerações, bem como na cobertura de cuidados para mulheres e recém-
nascidos, da gravidez, trabalho de parto, e o período pré-natal.
Por um lado, espera-se que sejam alcançados satisfatoriamente os objectivos traçados, visando
ser um trabalho de referência e contribua como um suporte às outras pesquisas na esfera
estimulando a busca do conhecimento.
Por outro lado, com o tema espera-se que desperte interesse em realizar estudos relacionados a
problemática de BPN e suas complicações utilizando estatísticas multivariadas. Com os
resultados deste trabalho irá de certa forma, criar auxílio em estudos que reflecte fenômenos da
nossa realidade, enriquecer o leque de técnicas e estratégias para disseminação de informação e
sensibilização sobre a saúde e a mobilização das comunidades.
Período de execução
Etapas
Março Julho Agosto Setemb. Outubro Novemb.
Escolha do tema de pesquisa
Revisão de literatura (bibliográfica)
Definição dos capítulos (sumário
preliminar)
Justificativa, objetivos,
problematização, metodologia
Fundamentação teórica: redação dos
capítulos
Deslocação e apresentação no local de
pesquisa
Colecta e organização dos dados
Agregação, cruzamento e
processamento dos dados
Análise e interpretação de dados
Elaboração do relatório final
Publicação do relatório
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4.2. Orçamentação
Material Permanente
Material Quantidade Preço Unitário Total
Computador (laptop) Disponível N/A N/A
Subtotal (1)
Material de Consumo
Papel A4 2 300 600
Esferográficas 2 15 30
Lápis de carvão 2 10 20
Borracha 2 10 20
Régua 1 50 50
Bloco de notas 2 50 100
Agrafador 1 500 500
Caixa de agrafos 1 100 100
Flash (Pen drive) 1 500 500
Marcador 3 50 150
Furador 1 500 500
Pasta de arquivo 1 250 250
Imprevisto 2 2500 5.000
Subtotal (2) 7.820
Serviços de Terceiros
Formatação 1 2500 2.500
Revisão textual 1 2500 2.500
Encadernação 10 100 1.000
Subtotal (3) 6.000
Custo Total 13.820
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5. REFERÊNCIAS BIBILOGRÁFICAS
Araújo, L. M. C. R. S. (Janeiro de 2013). Factores associados com o Baixo Peso ao Nascer. São
Paulo, Brasil.
Gonzaga, I. C. A., et al., (2010). Atenção pré-natal e fatores de risco associados à prematuridade e
Baixo Peso ao Nascer em capital do nordeste brasileiro, Brasil.
Helena, G., et al.; (2009). Gravidez na adolescência e fatores associados com baixo peso ao nascer.
Lakatos, E. Maria. Marconi, M. A. (2007). Técnicas de pesquisa. 6 ed. São Paulo, Brasil: Atlas.
Nogueira, J.M.P. (2010). Factores Associados ao Baixo Peso a Nascença. Portugal: Porto.
Orlonski S, et al.. (2009). Estado nutricional e factores associados ao déficit de estatura em crianças
atendidas por uma unidade de ensino básico de tempo integral. Crescimento e
desenvolvimento humano. Rev. bras. 19(1): 54-62
Sass, A. (2011). Resultados Perinatais nos Extremos da Vida Reprodutiva e Factores Associados ao
Baixo Peso ao Nascer. (Dissertação).
Universidade Évora. (28, 29 e 30 de Outubro de 2010). I Jornadas Internacionais Saúde Materna. ue.
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APÊNDICES E ANEXOS
Nível Percepção das Puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença - Caso do Centro de Saúde de Albazine
Responda “sim ou não” as questões que se seguem e argumente aquelas que exigem respostas
abertas.
Código:_________ Data do preenchimento do questionário:______/_____/2023
I. Identificação da parturiente
1. Faixa etária (anos): 10 à 14 ( ); 15 à 19 ( ); 20 à 34 ( ); 35 à 39 ( ); 40 à 49 ( )
2. Estado civil: Solteira ( ) Casada ( ) Outros ( )
3. Escolaridade (anos): Nenhum ( ); 1 à 3 ( ); 4 à 6 ( ); 7 à 9 ( ); 10 à 12 ( );
> 12 ( ); Ignorado ( )
4. Zona de residência: Rural ( ); Urbana ( ); Ignorado ( )
5. Raça: Branca ( ); Negra ( )
6. Ocupação: Trabalha ( ); Não trabalha ( )
7. Renda: ≤ 1 salário mínimo ( ); > 1 salário mínimo
8. Características maternas: Primípara ( ) Multípara ( )
9. Espaçamento interparto (anos): ≤ 1 ano ( ) De 2 à 3 ( ) De 4 à 6 ( )>6( )
10. Duração da gestação (semanas): De 22 à 31 ( ) De 32 à 36 ( ) De 37 à 41 ( ) > 42 ( )
11. Número de consultas pré-natais: Nenhuma ( ) 1à 3 ( ) 4 à 6 ( ) 7 e mais ( )
12. Patologia durante a gravidez, parto ou pós-parto: Sim ( ) Não ( )
13. Parto gemelar: Sim ( ) Não ( )
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II. Noções que uma parturiente deve ter em relação ao Baixo Peso à Nascença
1. Já ouviu falar sobre o Baixo Peso à Nascença (Recém-nascido com baixo peso)?
Sim ( ) Não ( ), Se sim, com quem ouviu?
______________________________________________________________________
2. Sabia que doenças prévias à gravidez e durante à gravidez podem provocar casos de
Recém-nascidos com baixo peso? Sim ( ) Não ( ), Se sim, dê exemplos de algumas
doenças.
_________________________________________________________________________
3. Conhece alguns cuidados para evitar a ocorrência casos de Recém-nascidos com baixo
peso? ( ) Sim Não ( ), Se sim, que cuidados se devem ter?
_________________________________________________________________________
4. Qual é o local seguro para realizar as consultas pré-natais, dar o parto, ter consultas pós-
parto e consultas de planeamento familiar? No Hospital ( ); Em casa ( );
Na clínica ( ); Com a Parteira Tradicional ( ) No curandeiro ( ); Porquê?
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5. Já alguma vez recebeu rede mosquiteira quando este grávida? Sim ( ) Não ( ), Acha
que é importante receber?
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6. Já alguma vez teve um recém-nascido com peso abaixo de 2500 gramas?
Sim ( ) Não ( ), Por quê acha?
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8. Qual é o motivo que lhe leva/ou a ter consultas ou a dar parto nesta Unidade Sanitária?
_________________________________________________________________________
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9. Quais são os fatores sóciodemográficas estão associados ao baixo peso ao nascer:
a) Raça materna ( )
b) Estado civil ( )
c) Escolaridade ( )
d) Zona de residência ( )
e) Sexo do Recém-nascido ( )
f) Raça do Recém-nascido ( )
g) Violência contra a mulher grávida, stress materno ou fetal e depressão ( )
10. Quais dos fatores económicas têm a ver com baixo peso ao nascer:
a) Ocupação ( )
b) Renda ( )
c) Emprego com exigência a trabalhos forçados ( )
d) Mães sem ocupação fora do lar ( )
11. Quais são os fatores obstétricas e de assistência pré-natal contribuem para o baixo peso
ao nascer:
a) Idade materna na vida reprodutiva ( )
b) Prematuridade do Recém-nascido ( )
c) Planeamento da gravidez ( )
d) Má vigilância pré-natal ( )
e) Intervalo interparto ( )
f) Filhos anteriores com BPN ( )
g) Nascimento materno e paterno de BPN ( )
h) Hábitos alcoólicos, tabágicos e consumo de drogas ( )
i) Baixo peso da mulher antes de engravidar (menos de 50 quilos) ( )
j) Cuidados pré-natais insuficientes ( )
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Anexo I: Consentimento livre e informado
Nível de Percepção das Puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença - Caso do Centro de Saúde de
Albazine.
As informações contidas nesta folha, fornecidas por Adéssio Bernardo Caetano têm por
objectivo firmar acordo escrito com o (a) voluntário (a) para participação da pesquisa acima
referida, autorizando sua participação com pleno conhecimento da natureza dos procedimentos a
que ele (a) será submetido (a).
1. Objectivo da pesquisa
A pesquisa tem como objectivo compreender o nível de percepção das puérperas sobre o Baixo
Peso à Nascença - Caso do Centro de Saúde de Albazine..
3. Riscos
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4. Confidencialidade
5. Benefícios
Ao participar nesta pesquisa o Sr(a) não terá nenhum benefício directo. Entretanto, esperamos
que esta pesquisa traga informações importantes sobre a percepção das mulheres sobre o Baixo
Peso ao Nascer e os cuidados a ter, de forma que o conhecimento que será construído a partir
desta pesquisa possa contribuir na melhoria dos cuidados de saude.
Após estes esclarecimentos, solicita-se o seu consentimento de forma livre para participar desta
pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem.
Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto meu
consentimento em participar da pesquisa. Declaro que recebi cópia, e autorizo a realização da
pesquisa.
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Anexo III: carta de autorização do supervisor
Ao:
Eu, Alexandre Mulhanga, Mestre em Saúde Pública, supervisor do estudante Adéssio Bernardo
Caetano, do curso de Licenciatura em Saúde Publica com o tema “Nível de Percepção das
Puérperas sobre o Baixo Peso à Nascença - Caso do Centro de Saúde de Albazine”, declaro que
efectuei o acompanhamento e o mesmo está apto para a submissão ao Comité Científico do
Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini (ISGEGM), para obtenção do
grau de Licenciatura.
O Tutor
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(Mestre em Saúde Pública)
Melhores saudações!
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