Livro Final - Dean.2010
Livro Final - Dean.2010
Livro Final - Dean.2010
— Conceitos e Experiências —
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
REITOR
Josué Modesto dos Passos Subrinho
VICE-REITOR
Angelo Roberto Antoniolli
APOIO
Norcon - Sociedade Nordestina de Construções Ltda.
Dean Lee Hansen
Olívio Alberto Teixeira
José Ricardo de Santana
(ORGANIZADORES)
Autores
Alcione Fonseca Rodrigues
Carlos Alberto da Silva
Cláudio Salvadori Dedecca
Dean Lee Hansen
Edison Rodrigues Barreto Junior
Elmer Nascimento Matos
Fernando Cézar de Macedo
Gabriel Rodrigues Lopes
Jair do Amaral Filho
Jenny Dantas Barbosa
Jerônimo Rodrigues Souza
José Ricardo de Santana
José Roberto de Lima Andrade
Luiz Carlos de Santana Ribeiro
Luiz Marcos de Oliveira Silva
Marco Antonio Jorge
Michele Santos Oliveira
Neilson Santos Meneses
Nilson Maciel de Paula
Olívio Alberto Teixeira
Osíris Ashton Vital Brazil
Paulo Mário Machado de Araújo
Rosalvo Ferreira Santos
Aracaju/SE, 2010 Silvério Luiz Carvalho de Souza
Copyrigth by Editora Universidade Federal de Sergipe
Cidade Universitária “Prof. José Aloísio de Campos”
Av. Mal. Cândido Rondon, s/nº - CEP.: 49.100-00
São Cristóvão/SE
Coordenação Gráfica
Giselda Santos Barros
ISBN: 987-85-7822-137-9
CDU. 330.34
Estratégias de Desenvolvimento Regional Regio
Apresentação
5
Sumário
Apresentação ..................................................................................... 5
Parte I Conceitos
1. DINÂMICAS REGIONAIS, TRANSFORMAÇÕES GLOBAIS ..................................... 11
Jair do Amaral Filho
CONCEITOS
1
Dinâmicas regionais,
Transformações globais*
1 Introdução
*
Artigo apresentado no Seminário “Estratégias Territoriais de Desenvolvi-
mento Local”, promovido pela Universidade Federal de Sergipe, 04 de
Agosto de 2008, Aracaju.
**
Pós-Doutor e Doutor em Economia pela Université de Paris XIII, Profes-
sor Titular em Desenvolvimento Econômico no Departamento de Teoria
Econômica-DTE, Professor e Pesquisador do CAEN da Universidade Fede-
ral do Ceará-UFC; Coordenador do Grupo de Pesquisa “Região, Indús-
tria e Competitividade-RIC” (CNPq-UFC) e membro da REDESIST. E-mail:
amarelo@fortalnet.com.br ou amarelo@netbandalarga.com.br
Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
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Estratégias de Desenvolvimento Regional
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Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
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Estratégias de Desenvolvimento Regional
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Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
1
A propósito da descentralização das atividades das grandes empresas,
ou “das novas fronteiras da economia mundial”, recomenda-se ler o
importante trabalho de Berger (2005).
16
Estratégias de Desenvolvimento Regional
tos, tudo leva a crer que a estabilidade desse novo padrão estará sob
suspeita, ou seja, em risco permanente. Esta tensão permanente, pare-
ce se apresentar como parte constituinte do “padrão” da nova dinâmica
regional, que, sendo assim, contaminará a estabilidade do pensamento
regional bem como das intervenções públicas (e privadas) voltadas para
o desenvolvimento regional e local.
É difícil a tarefa de classificar ou sintetizar essas transformações
estruturais em algumas poucas frases ou em algum esquema básico de
explicação. Uma tentativa dessa natureza, e de grande envergadura, foi
realizada pela chamada Escola da Regulação francesa [na área regional
trabalhada por D. Le Borgne, A. Lipietz & G. Benko] e por economistas
do MIT [M. J. Piore & C. F. Sabel] chamando-as de um processo de
passagem entre um sistema de produção de massa, do tipo fordista,
para um sistema de produção flexível, pós-fordista.2 Do ponto de vista
das empresas, regiões e territórios qual é o significado dessa passagem?
Significa que, presumivelmente, o capitalismo passaria a premiar agora
as micro, pequenas e médias empresas, principalmente flexíveis e inova-
doras e, também, as regiões e territórios, principalmente os flexíveis e
inovadores e mais aqueles conectados nas redes de comunicação, for-
mando assim a Nova Economia Regional.3
Em síntese, passariam a ganhar dentro desse processo as regiões e
territórios que estivessem, de certa maneira, afastados da espinha dorsal
das regiões desenvolvidas, mas também, e principalmente, descompro-
missados com o “velho” padrão de acumulação e desenvolvimento regio-
nal. Abririam-se assim novas janelas de oportunidades para as regiões
2
As contribuições desses autores, respectivamente, podem ser conheci-
das através das seguintes referências: Benko & Lipietz (1992) e Piore &
Sabel (1984).
3
Não significa que, ao construirem esse esquema, os regulacionistas con-
cordaram ou se alinharam teoricamente com os “localistas marshallianos”
que procuram associar a produção flexível com o novo regime chamado
pós-fordista. Há que notar que os regulacionistas franceses, mesmos os
espacialistas, se mantiveram fiéis aos fundamentos macroeconômicos,
fundadores da “escola”.
17
Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
4
Essas nuances sinalizam para o grande risco dos exercícios e dos mode-
los de raciocínio demasiadamente simplificadores e redutores da reali-
dade, porque se sabe também que, não é verdade que muitas empre-
sas e organizações abandonaram os métodos produtivos tayloristas. Um
exemplo disso são as empresas calçadistas que se deslocaram do Rio
Grande do Sul e de São Paulo para os estados do Nordeste brasileiro
(especialmente Bahia e Ceará). Essas empresas, ao se deslocarem, car-
regaram consigo os velhos métodos de produção e deixando para trás
modernos departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento-P&D.
5
Os sistemas produtivos locais das regiões de Silicon Valley e Route 128,
por exemplo, se beneficiaram das despesas militares do período do
pós-guerra [Ver Saxenian (1994)].
18
Estratégias de Desenvolvimento Regional
6
Interessante notar que a “especialização produtiva”, apesar de receber
votos favoráveis desde Adan Smith, e agora das novas correntes do
pensamento regional, ela é de certa forma atacada por alguns autores.
Jane Jacobs, por exemplo, alerta para o perigo de a especialização gerar
barreiras contra o aparecimento das chamadas “bifurcações” que, na opi-
nião da autora, são as responsáveis pela criação de situações virtuosas.
Diante desse questionamento, pertinente, é razoável se pensar numa es-
pecialização verdadeiramente flexível, como propuseram, muito provavel-
mente, Piore & Sabel. Sobre Jacobs, ver A natureza das economias (2001).
19
Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
7
Ver Amaral Filho (2001).
20
Estratégias de Desenvolvimento Regional
industrial, mesmo que com isso não esteja garantida a criação definiti-
va de raízes territoriais pelas empresas.8
Diante do que se viu até aqui, não é dificil concluir que, dentro do
pensamento regional, a corrente que sofreu maior impacto vindo da Gran-
de Transformação foi sem dúvida aquela associada à Teoria da Localiza-
ção, filiada à “escola alemã”, calcada nos (baixos) custos de transportes
(fretes) proporcionados pela distância [ao mercado, seja em relação à oferta
ou à demanda]. Não que esse argumento tenha perdido sua importância,
mas na Nova Economia Regional, ele passa a ser um argumento dentre
outros mais, já arrolados anteriormente.9 Isto quer dizer que, o território
que conseguir mobilizar aqueles elementos listados anteriormente, pode-
rá se candidatar a entrar numa trajetória de desenvolvimento, ou pelo
menos passar a ser um território atrativo do ponto de vista econômico. A
Teoria da Localização, núcleo central da Ciência Regional, foi portanto a
corrente mais abalada pela nova dinâmica regional.10
Por outro lado, a nova dinâmica regional passou a favorecer ele-
mentos, noções e conceitos que até então não estavam sendo muito
valorizados pela Ciência Regional. Referimos-nos ao conceito de divisão
8
Para um aprofundamento sobre essas questões, sugerem-se Rallet &
Torre (1995) e Pike; Rodriguez-Pose & Tomaney (2006).
9
Uma revisão das bases teóricas da economia regional pode ser vista em
Diniz & Crocco (2006).
10
A propósito desse abalo, é muito ilustrativo o depoimento dramático de
Pierr-Henri Derycke, presidente da A.S.R.D.L.F, em 1994, quando da
abertura do Colóquio internacional dessa associação na França. Em sua
conferência, Derycke compara os anos 1980, período em que a Ciência
Regional encontrava-se solidamente constituída, com os anos 1990, fase
de crise, incertezas e perda de identidade da mesma. Para ilustrar essa
crise o referido presidente cita o fechamento de cursos de Ciência Regi-
onal, a dificuldade das Revistas de Ciência Regional reter e encontrar
leitores, a perda de interesse de estudantes pelos cursos de Ciência
Regional. Ver Derycke(1995).
21
Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
13
Há um número considerável de autores que se enquadra nessa corrente, não
são apenas economistas, mas também sociólogos e geógrafos. Citá-los aqui,
mesmo os principais, seria optar pelo erro da injustiça, porque alguns ficariam
de fora. Mesmo assim poderíamos citar G. Becattini; S. Brusco; R.. Camagni;
G. Garofoli; H. Schmitz; J. Scott; M. Storper; D. Maillat; K. Nadvi; etc. etc. etc.
11
É oportuno lembrar que grande parte da literatura da Nova Economia Re-
gional tem dado um enfoque privilegiado para as economias de escala
externas, devido à aglomeração espacial de firmas, para explicar a gera-
ção de rendimentos crescentes e, consequentemente, o estabelecimento
de um processo de auto-reforço de acumulação e desenvolvimento numa
determinada região. Entretanto, há que observar o papel decisivo exerci-
do pela organização de redes de empresas nesse processo. Nesse senti-
do, A. Saxenian (op. cit.) mostra que a organização de redes entre as
empresas do Silicon Valley fizeram com que esta região produzisse um
desempenho bem maior do que a região Route 128, que concentrou
empresas que preferiram trabalhar isoladamente, ou verticalmente.
22
Estratégias de Desenvolvimento Regional
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Ver em especial Geography and Trade (1991).
23
Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
14
Mesmo assim os referidos autores apontam algumas deficiências, ou
insuficiências, das ações conjuntas promovidas pelos atores e empresas
locais (collective efficiency). Ilustrando essas insuficiências eles citam dois
exemplos: o primeiro, que esse conceito não captura as externalidades
provocadas por agentes externos ao sistema produtivo local, como os
compradores e, segundo, que a estratégia de resposta aos constrangi-
mentos externos nem sempre é suficiente quando permanece restrita
às ações dos atores e empresas locais.
24
Estratégias de Desenvolvimento Regional
a) distrito industrial;
b) milieu innovateur (ambiente inovador);
c) cluster.
15
Como, aliás, pretendem alguns autores. Ver, por exemplo, Ferreira (2001).
25
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Estratégias de Desenvolvimento Regional
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Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
16
Schmitz & Nadvi (1999) também chamam atenção para as mudanças
estruturais ocorridas na trajetória dos “distritos industriais” italianos. Por
isso, insistem em associar a imagem clássica do distrito marshalliano às
experiências vividas por aqueles distritos nas décadas de 1970 e 1980.
17
Para se ter uma idéia exata da Agenda de pesquisa do GREMI ver Maillat
(1995).
28
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Estratégias de Desenvolvimento Regional
5.1.3. Cluster
31
Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
nos títulos dos incontáveis artigos do autor, até 1998.18 Parece não ha-
ver dúvida de que a estrutura de um cluster como é veiculado, sobretudo
pelas empresas internacionais de consultoria, guarda íntima relação
com o “diamante” de Porter. 19
Ao que parece, a estratégia de cluster procura recuperar alguns con-
ceitos tradicionais, como “pólo de crescimento” e “efeitos concatena-
dos”, de Perroux e Hirschman respectivamente, notado principalmente
na idéia da indústria-chave ou indústria-motriz, conjugada com uma
cadeia de produção adicionando o máximo de valor possível. Não é
mera coincidência encontrar na bibliografia de The Competitive of Nations
(1990) de Porter dois autores clássicos do desenvolvimento econômico
regional, A. Hirschman [The Strategy of Economic Developmentt (1958)] e
F. Perroux [“L’effet d’entraînement: de l’analyse au repérage quantitatif”,
Economie appliquée (1973)].
Essa recuperação é processada através da incorporação de vários
elementos que aparecem naqueles exemplos exitosos de desenvolvimen-
to endógeno e que estavam ausentes naqueles conceitos e modelos tra-
dicionais, que, aliás, serviram para estes como pontos críticos, quais
sejam, (i) articulação sistêmica da indústria com ela mesma, com o
ambiente externo macroeconômico e infra-estrutural e com as institui-
ções públicas e privadas, tais como Universidades, Institutos de Pesqui-
sa, etc. a fim de maximizar a absorção de externalidades, principalmen-
te tecnológicas; (ii) plasticidade na ação conseguida por meio de uma
forte associação entre a indústria e os atores e agentes locais, que per-
mita processos rápidos de adaptações face às transformações do merca-
18
Ver do autor “Clusters and the new economics of competition”, Harvard
Business Review, nov-dec, 1998.
19
A solução do “diamante” é um esquema desenhado por Porter em forma
de uma pedra de diamante lapidado em que une alguns pontos ou
fatores responsáveis pela criação de vantagens competitivas para uma
indústria-nação/região: (i) estratégia, estrutura e rivalidade da empre-
sa; (ii) condições dos fatores; (iii) setores conexos e de apoio e (iv)
condições da demanda.
32
Estratégias de Desenvolvimento Regional
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Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
20
Aqui estamos nos referindo ao conceito de Sistemas e Arranjos Produti-
vos Locais-SPALs difundido e aplicado pela Redesist, segundo a qual
SAPLs são “conjuntos de atores econômicos, políticos e sociais, localiza-
dos em um mesmo território, atuando tanto nos setores primário e se-
cundário quanto no terciário, e que apresentam vínculos formais ou in-
formais ao desempenharem atividades de produção e inovação. Além
disso, incluem empresas produtoras de bens e serviços finais fornecedo-
ras de bens e serviços finais; equipamentos e outros insumos; distribui-
doras e comercializadoras; consumidoras; organizações voltadas à for-
mação e treinamento de recursos humanos, informação, pesquisa, de-
senvolvimento e engenharia, promoção e financiamento; cooperativas,
associações, sindicatos e demais órgãos de representação”.
34
Estratégias de Desenvolvimento Regional
21
Ver os Anais The Exchange Fair of the World Congress on Local Clusters,
resultado do Congresso realizado em Paris, França, 2001. Mas antes
disso, em 1996, a OCDE já havia organizado e publicado um conjunto
grande de artigos sobre sistema produtivo local, veiculado na publicação
Networks of enterprises and local development, já citada neste artigo.
22
Estão na liderança dessa Rede os Professores Helena Lastres e José
Eduardo Cassiolato, do Instituto de Economia da UFRJ.
23
A propósito, ver Torres (2000), Becker (2000) e Bandeira (2000).
35
Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
24
A falta de conhecimento desses resultados não está apenas em função
do tempo, da experiência, mas da própria dificuldade de se medir a
eficácia desse tipo de intervenção. Morvan & Marchand (1994) apontam
duas grandes dificuldades: a primeira é determinada pela impossibilida-
de de realizar simulações que levem em conta a ausência de interven-
ção, ou ajuda fiscal; a segunda dificuldade está relacionada à impossibi-
lidade de realização de estudos comparativos entre empresas que rece-
beram incentivos e empresas que não receberam incentivos.
36
Estratégias de Desenvolvimento Regional
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Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
25
Mas para isso necessitam-se urgentemente de um reexame e de uma
reflexão renovados dessa atuação.
38
Estratégias de Desenvolvimento Regional
26
O Professor Clélio Campolina Diniz pertence ao CEDEPLAR, da Universi-
dade Federal de Minas Gerais-UFMG.
27
Ver por exemplo algumas localidades do Norte da França [BENKO &
DEMAZIÈRE (2000)].
39
Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
7 Conclusões
40
Estratégias de Desenvolvimento Regional
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41
Dinâmicas Regionais, Transformações Globais
42
2
Do regional ao local:
aspectos conceituais
SILVÉRIO LUIZ *
1. Introdução
*
Mestre em Desenvolvimento Regional e Gestão em Empreendimentos Locais
pela Universidade Federal de Sergipe e Oficial da Marinha do Brasil.
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Do regional ao local
mento novo, este tenderia a auto alimentar-se por via das economias
internas e externas geradas à custa dos recursos das regiões considera-
das periféricas, ou com repercussões negativas sobre o desempenho so-
cioeconômico dessas regiões. A causação circular cumulativa pode ser
mais bem compreendida, por exemplo, pela análise da decisão de um
investimento privado: a decisão de instalar uma indústria numa deter-
minada localidade garante um impulso ao desenvolvimento, já que as
novas oportunidades de trabalho elevariam a renda, que causariam um
aumento de demanda e, como, conseqüência, surgiriam mais negócios.
Logo, trabalho, capital e empresas se sentiriam atraídos pelas oportuni-
dades. Assim, o aumento nos lucros elevaria a poupança, alcançando os
investimentos e, novamente, os lucros, de modo que seria um processo
em que as economias externas seriam favoráveis a sua continuação (Fe-
res e Lemos; 2005).
Os efeitos descritos acima foram denominados por Myrdal de “efei-
tos regressivos” (backwash effects), os quais agem centralizando o desen-
volvimento nas regiões mais ativas em detrimento das demais (Benitez,
2004); onde os movimentos migratórios de mão-de-obra, capital e bens e
serviços, não conseguem evitar a tendência à desigualdade regional.
Em oposição aos efeitos regressivos, Myrdal também identificou no
processo a presença dos “efeitos propulsores” (spread effects) centrífu-
gos, os quais são transmitidos do centro de expansão econômica para
outras regiões. A partir dos efeitos propulsores, a região que se encon-
trasse em torno de um centro nodal em expansão tenderia a beneficiar-
se de um mercado crescente para produtos agrícolas e sentiria os efeitos
do estímulo ao progresso técnico (Figueiredo, 2006).
Contudo, Myrdal afirma que os efeitos benéficos serão anulados
pelos efeitos regressivos ou de polarização. Acontece que o poder de com-
petição da região mais rica domina a região mais pobre, que é incapaz de
competir, além de começar a perder os melhores e mais capacitados
elementos de sua força de trabalho. Em função disso, ele supõe que a
passagem para uma situação de spread effects acaba por nunca se reali-
zar (Benitez, 2004).
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dk
K’ =
dt
e 0 ä 1.
L(t) = e’
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Do regional ao local
1
Separam-se as “economias externas” em duas partes: economias ex-
ternas pecuniárias e economias externas tecnológicas. A diferença entre
os dois tipos está no fato de a primeira ser transmitida via mercado,
mediante a intermediação de preços, e a segunda ser transmitida dire-
tamente pelas empresas, caracterizando essas últimas pela ausência de
controles sobre as quantidades recebidas dessas externalidades e sobre
a decisão do agente que as emite (Amaral Filho, 2001).
62
Estratégias de Desenvolvimento Regional
2
A confirmação da nova teoria no mainstrean ocorreu com a aula magna pro-
ferida pelo professor Robert Lucas (Universidade de Chicago) na Universida-
de de Cambridge, em 1985, e a tese de doutorado de P. Romer (1985)
(Amaral Filho, 1996). Uma análise profunda sobre a contribuição dos auto-
res a nova teoria do crescimento endógeno será efetuada posteriormente.
63
Do regional ao local
3
Chesnais (1995) não cita explicitamente o processo de especialização
flexível, mas menciona suas conseqüências (alto nível de desemprego
estrutural e marginalização de regiões inteiras) e faz uma análise do
processo ao longo do seu estudo.
64
Estratégias de Desenvolvimento Regional
4
“Medidas de cunho liberal, como privatizações, redução do papel do Esta-
do na economia, abertura econômica, entre outras, propostas a partir de
um seminário, realizado em Washington DC em 1990, que reuniu eco-
nomistas do governo norte-americano e de instituições internacionais
como o FMI e o Bird” (Sene, 2004, p. 35).
5
Esse movimento histórico cobre três etapas: A primeira, a internacionali-
zação, que está ligada ao desenvolvimento dos fluxos de exportação. A
segunda, a transnacionalização, liga-se aos fluxos de investimentos e
das implantações no estrangeiro. A terceira fase, ou globalização, corres-
ponde a instalação das sedes mundiais se produção e de informação
(Benko, 1999).
65
Do regional ao local
teve uma fase embrionária já no século XVI, mas que alcançou a partir
dos anos 1980 um estágio que muito se diferencia de todas as suas
outras fases.
Não há consenso entre os pesquisadores nem mesmo quanto a
melhor palavra a ser utilizada para se definir esse processo. Nos países
que falam a língua portuguesa, o termo globalização se enraizou. Se-
guindo o percurso semelhante de autores de língua espanhola que utili-
zam o termo globalization e os de fala alemã, globalisierung; já os países
de língua francesa resistem em utilizá-lo, para determinar o mesmo fe-
nômeno usam o termo mondialisation (mundialização).
Chesnais (1995) explica que o termo mundialização apresenta-se
como uma fase mais específica de um processo muito mais longo de
constituição do mercado mundial, ao contrário do termo globalização, o
qual é vago e cheio de conotações. Segundo o autor, o termo mundiali-
zação remete ao conceito de capital, sendo consistente em registrar o
fato de que parte dos segmentos mais decisivos dos mercados financei-
ros são mundializados, com modalidades e instrumentos variados.
Como o inglês é a língua internacional, em face da hegemonia nor-
te-americana, a língua da globalização ficou sendo o inglês. Sendo en-
tão utilizado para definir esse processo capitalista o vocábulo originário
nessa língua: globalization. No Brasil, devido à influência cultural e eco-
nômica dos Estados Unidos, o termo globalização acabou se dissemi-
nando.
Globalização ou mundialização? O que será importante para os
objetivos do trabalho será fazer um resumo desse processo em sua fase
atual, para que se possa compreendê-lo, e interpretar seus efeitos lo-
cais6.
Muitos autores afirmam que a globalização pode ser compreendida
como uma nova era econômica. Benko (1999) afirma que essa visão
6
Será utilizado ao longo do trabalho o termo globalização, devido este ter
se consolidado e mundialização, não.
66
Estratégias de Desenvolvimento Regional
pode ser justificada por três características desse fenômeno que são ele-
mentos essenciais: 1. Um mercado unificado, já que a economia mundial
vai transformando-se numa zona única de produção e de trocas; 2.
Empresas mundializadas, gerando sobre uma base planetária a concep-
ção, a produção e a distribuição de seus produtos e serviços; 3. Um
quadro regulamentar e institucional ainda muito inadequado, visto que
carece de um mecanismo de regulação que permita controlar em escala
planetária a interdependência econômica e política.
Coutinho (1995) vai mais longe que Benko e lista cinco processos
correspondentes à globalização e suas conseqüências, quais sejam re-
sumidas:
1) Aceleração intensa e desigual da mudança tecnológica entre as
economias centrais;
2) Reorganização dos padrões de gestão e de produção de tal for-
ma a combinar os movimentos de globalização e de
regionalização;
3) Difusão desigual da revolução tecnológica, reiterando os dese-
quilíbrios comerciais e de balanço de pagamentos, resultando
num policentrismo econômico que substitui a bipolaridade
nuclear do pós-guerra e se expressa na fragilização do dólar
vis-à-vis o fortalecimento do iene e do marco;
4) Significativo aumento do número de oligopólios globais, dos
fluxos de capitais e da interpenetração patrimonial (investi-
mentos “cruzados” e aplicações financeiras por não-residen-
tes) dentro da tríade (Estados Unidos, União Européia e Ja-
pão);
5) Ausência de um padrão monetário mundial estável, no contex-
to de Taxas cambiais flutuantes, especulação e os mecanismos
de neutralização (derivativos), os quais não são capazes de pre-
venir a possibilidade de rupturas sistêmicas.
67
Do regional ao local
7
A abertura da conta de capitais e a posterior movimentação de capitais cor-
respondem a uma das características do processo de intensificação da inter-
nacionalização financeira, o qual ficou conhecido como globalização financei-
ra. Chesnais (apud Carcanholo, 2001, p.3) aponta ainda as seguintes carac-
terísticas da globalização financeira: abertura e desregulamentação dos
mercados de ações, pela incorporação dos mercados emergentes dentro da
circulação internacional do capital, pelos choques financeiros e cambiais de
maior intensidade e surpreendente crescimento dos derivativos.
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8
As idéias de Gunnar Myrdal (1957), com a “Teoria da causação circular cumu-
lativa”, e Albert O. Hirschman (1958), com a “Teoria dos efeitos para frente
e para trás”, foram apresentadas nesse trabalho em páginas anteriores.
74
Estratégias de Desenvolvimento Regional
9
Ao referir-se a experiências com êxitos de desenvolvimento regional ou
local, a primeira caricatura que vem a mente é a da Silicon Valley nos
EUA. O Silicon Valley é um bom exemplo de Cluster de firmas de alta
tecnologia onde se tem uma ampla base de conhecimento local (Amaral
Filho, 2001; Giuliani, 2005).
75
Do regional ao local
10
Por deseconomias de aglomeração entende-se um conjunto de variáveis
entre as quais se destacam os maiores custos de transporte, de terre-
nos, de serviços e de infra-estrutura urbana, incluindo-se outras que
provocam alteração na organização da produção e na sua produtividade,
como maiores dispêndios de tempo com transporte, ampliação do poder
sindical da classe trabalhadora, questões ambientais, com deteriorização
das condições de vida nos grandes centros urbanos, queda na produtivi-
dade do trabalho, dentre outros (Pacheco, 1998).
76
Estratégias de Desenvolvimento Regional
77
Do regional ao local
Y = AK,
Yj = F (kj, K),
Onde Kj é o nível de capital por trabalhador na firma j e:
K = SjKj
Dada a função utilidade definida por:
F (k, K) = ka Kh,
Desde que a + h > 1 teremos uma função de produção com retornos
crescentes.
A principal suposição que está por trás do modelo AK é a ausência
da tendência de queda da produtividade marginal do capital per capita.
11
Contudo, o ano que se toma como o do surgimento das teorias de desen-
volvimento endógeno é o de 1985. Ano da aula magna proferida pelo
professor Robert Lucas (Universidade de Chicago) na Universidade de
Cambridge e da Tese de Doutorado de P. Romer (Amaral Filho, 1996).
78
Estratégias de Desenvolvimento Regional
79
Do regional ao local
Teoria das W. W. Os países passam por cinco Não Apresenta, mas ob-
etapas de Rostow etapas de desenvolvimento serva superposições das
crescimento (1959) econômico. etapas pela interação co-
mercial e tecnológica en-
tra as nações.
80
Estratégias de Desenvolvimento Regional
81
Do regional ao local
82
Estratégias de Desenvolvimento Regional
83
Do regional ao local
12
Para os objetivos aqui propostos serão feitos breves conceitos dos Distri-
tos industriais, Clusters e APL’s de forma transitória, pois o objetivo desta
seção não é diferenciar esses tipos de aglomerações em uma análise
profunda. Contudo, será dada uma maior atenção às características em
comum dessas aglomerações bem como seus benefícios.
84
Estratégias de Desenvolvimento Regional
85
Do regional ao local
86
Estratégias de Desenvolvimento Regional
87
Do regional ao local
88
Estratégias de Desenvolvimento Regional
89
Do regional ao local
90
Estratégias de Desenvolvimento Regional
laços. Onde o autor observa que laços fortes estão associados com tro-
cas de alta qualidade de informação e conhecimento tácito.
Com esses estudos entende-se que a noção de capital é a extensão
das noções de capital humano, de instituições ou de capital físico (Hansen
e Melo, 2004). Sendo então um dos principais instrumentos da nova
teoria de desenvolvimento regional.
5. Conclusão
91
Do regional ao local
Referências bibliográficas
AMARAL FILHO, Jair do. Desenvolvimento Endógeno em um Ambiente
Federalista. Planejamento e Políticas Públicas, IPEA, n.14, dez., p.35-73. 1996.
Disponível em: <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em: 20 out. 2007.
______. Endogenização no Desenvolvimento Econômico Regional e Local. Pla-
nejamento e Políticas Públicas, IPEA, n.23, jun., p.261-286. 2001. Disponível
em: <http://www.ipea.gov.br> . Acesso em: 20 out. 2007.
ANDRADE, Manuel Correia de. Espaço, polarização e desenvolvimento: uma
introdução à economia regional. São Paulo: Atlas. 1987.
ANDRADE, José Roberto de Lima. O papel do local no desenvolvimento regio-
nal. In: MELO, Ricardo Lacerda de, e HANSEN, Dean Lee (Org.) Desenvolvi-
mento regional e local: novas e velhas questões. São Cristóvão, Editora UFS, p.
183-200. 2007.
BENITEZ, Rogério Martin. Investimento público fixo, um catalisador de desen-
volvimento inerente à economia regional. Revista Econômica do Nordeste, For-
taleza. 2004.
BENKO, georges. Economia, Espaço e Globalização na Aurora do Século
XXI. Tradução de Antônio de Pádua Danesi. 2 ed., São Paulo, Hucitec.
1999.
CHESNAIS, François. A globalização e o curso do capitalismo de fim-de-sécu-
lo. Economia e Sociedade, Campinas, (5): 1-30, dez. 1995.
92
Estratégias de Desenvolvimento Regional
93
Do regional ao local
94
Estratégias de Desenvolvimento Regional
95
3
Mecanismos de coordenação
e concorrência: uma proposta
de integração teórica
1 Introdução
*
Professor do Departamento de Economia da UFS.
**
Professor do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Eco-
nômico da UFPR.
Mecanismos de coordenação e concorrência
O artigo The Nature of the Firm, publicado em 1937, por Ronald Coase,
lançou as bases da teoria dos custos de transação, desenvolvida mais
tarde por Williamson, construindo uma estrutura analítica baseada em
pressupostos radicalmente distintos daqueles predominantes na teoria
econômica convencional. A originalidade de Coase consistiu em levantar
questões aparentemente triviais1, mas que serviram de ponto de partida
para uma teoria da firma, que privilegia a lógica interna de funcionamen-
to das firmas, afastando-se da tradição neoclássica. Coase coloca em
dúvida um dos princípios fundamentais da teoria convencional, ao argu-
mentar que o mecanismo de preços não está presente no cotidiano da
atividade econômica, como sugere a teoria convencional, sobretudo no
que se refere à alocação de recursos por parte das empresas, na medida
em que o mercado não se constitui na única forma de coordenação das
relações econômicas. Coase chama atenção para aspectos negligenciados
pela teoria convencional como, por exemplo, o custo de se utilizar o pró-
prio mecanismo de preços. Ao colocar em dúvida a coordenação das tran-
sações via mercado, o autor argumenta que o contrato é a base que fun-
damenta, no mundo real, parte considerável das transações.
1
As questões formuladas por Coase que se tornaram célebres são: Por
que existem empresas? Por que uma única empresa não é capaz de
atender todo o mercado? A busca de resposta a estas duas questões
constitui o centro das novas abordagens contemporâneas da firma.
98
Estratégias de Desenvolvimento Regional
2
Coase não abandona as noções neoclássicas de maximização do lucro e
do equilíbrio de mercado, pois continua preso ao pressuposto de racio-
nalidade ilimitada. Nesse sentido, sua análise dos custos de transação
se propõe basicamente a cobrir lacunas da teoria ortodoxa. O mecanis-
mo de preço não perde sua importância, mas é desalojado de sua posi-
ção central, à medida que a coordenação via mercado cede lugar à coor-
denação por meio de firmas.
99
Mecanismos de coordenação e concorrência
100
Estratégias de Desenvolvimento Regional
101
Mecanismos de coordenação e concorrência
3
Tanto os autores filiados à Nova Economia Institucional como os evolucionis-
tas partem da noção desenvolvida por Herbet Simon de que a conduta
humana é intencionalmente racional, porém de modo limitado. Simon (1980)
aponta a busca e a satisfação como critérios que definem a racionalidade
limitada, de modo que o processo decisório não é orientado pelo princípio
da maximização, mas por uma satisfação passível de ser alcançada numa
determinada transação. Os agentes decidem, portanto, guiados por uma
intencionalidade de conteúdo psicológico, e não por hipóteses ad hoc.
102
Estratégias de Desenvolvimento Regional
4
A existência de incerteza, mesmo no sentido convencional de risco, com-
binada com racionalidade limitada, torna difícil definir e distinguir as
probabilidades associadas aos diferentes estados da natureza que po-
dem afetar a transação (Fiani, 2002).
103
Mecanismos de coordenação e concorrência
Pressupostos Comportamentais
Racionalidade Oportunismo Especificidade Processos
limitada dos ativos contratuais
0 + + Planejamento
+ 0 + Promessa
+ + 0 Concorrência
+ + + Governança
104
Estratégias de Desenvolvimento Regional
105
Mecanismos de coordenação e concorrência
106
Estratégias de Desenvolvimento Regional
5
Williamson reconhece que a estrutura de governança não funciona de
modo isolado e propõe um esquema analítico envolvendo três níveis:
um nível macro, correspondendo ao ambiente institucional, um nível micro,
relativo a características individuais e um nível intermediário, ocupado
pela governança, que refletiria tanto o comportamento dos indivíduos
como o ambiente institucional. O esquema é baseado num fluxo circular,
no qual a governança sintetiza as estratégias e as preferências dos indi-
víduos que são transmitidas, respectivamente, para o ambiente institu-
cional e indivíduos.
6
A teoria neoclássica da firma baseia-se na hipótese de racionalidade
completa e na condição de maximização dos lucros. A firma é definida
em termos da alocação de recursos, constituindo-se numa função de
produção cuja análise limita-se a estática comparativa.
107
Mecanismos de coordenação e concorrência
tidas tende a separar as mais lucrativas das menos, de tal modo que as
firmas mais lucrativas tendem a eliminar ou absorver as de menor
lucratividade, ou restringir ao máximo seu espaço de atuação.
O processo de concorrência7 constitui, nesse sentido, um processo
seletivo, no qual a disputa entre concorrentes gera assimetrias, condu-
zindo a mudanças mais ou menos intensas nas condições iniciais. A
disputa ao nível do mercado revela o caráter assimétrico que caracteriza
o movimento de valorização do capital, e que se manifesta na busca
incessante por parte das firmas por oportunidades econômicas que lhes
permitam expandir suas fronteiras e conquistar novos espaços, através
de esforços inovativos. Como assinala Dosi (1988, p. 230),
7
A noção de concorrência em Schumpeter está associada diretamente à
idéia de inovação, entendida como a aplicação de recursos produtivos
existentes em usos ainda não tentados, sendo este o princípio básico
responsável pelo progresso econômico. A concorrência que conta é a que
se dar através de novas mercadorias, novas tecnologias, novas fontes
de oferta, novos tipos de organização, funcionando como poderosa ala-
vanca no sentido da expansão da produção, por um lado, e da redução
de preços, por outro.
108
Estratégias de Desenvolvimento Regional
8
Mesmo nesses casos, duas condições importantes devem ser atendidas.
Primeiro que o indivíduo reúna capacidade e habilidade para assimilar o
novo conhecimento. Segundo, que este possa ser de fato transferível.
Pois em se tratando mesmo de uma prática aparentemente simples,
mas que é fruto de conhecimento tácito, dificilmente a imitação chega a
bom termo. Em síntese, as habilidades tácitas constituem um freio à
possibilidade total de imitação.
9
As heurísticas funcionam como ‘regras de bolso’, como princípio de busca
pela melhor solução para determinados problemas.
10
O ambiente de seleção corresponde ao lócus de confronto e de rivalidade
entre agentes, onde as rotinas e aptidões são defrontadas e as melho-
res selecionadas, de modo que ganhos e perdas são inevitáveis.
109
Mecanismos de coordenação e concorrência
11
Ressalte-se também que mecanismos de interação particulares, sob cer-
tas condições, apresentam fortes laços de correspondência cooperativa
e fazem com que certos grupos de firmas em ambientes específicos se
expandam. Um exemplo disto tem sido a atuação conjunta de super-
mercados de menor porte num sistema de compras e de trocas de expe-
riências tecnológicas e organizacionais, através de ‘redes de negócios’.
110
Estratégias de Desenvolvimento Regional
111
Mecanismos de coordenação e concorrência
112
Estratégias de Desenvolvimento Regional
113
Mecanismos de coordenação e concorrência
12
Esta visão foi expressa originalmente por Penrose [(1959) 2005], ao
considerar que a empresa não está presa a uma dada demanda, ao
contrário, seu crescimento decorre da capacidade de diversificação, cri-
ando novas demandas ou absorvendo a de outros concorrentes.
114
Estratégias de Desenvolvimento Regional
115
Mecanismos de coordenação e concorrência
4 Conclusão
13
O paradigma tecnológico, como definido por Dosi (1982), corresponde a
um padrão de resposta a problemas selecionados, a partir de práticas
tecnológicas ou organizacionais que se impõem como as mais eficien-
tes, tendo em conta as oportunidades econômicas que proporcionam.
116
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Referências Bibliográficas
BEST, H. Michael. (1990). The New Competition – Institutions of industrial
Restructuring. Cambridge, Massachusetts: Havard University Press.
COASE, Ronald H. (1937). “The Nature of the Firm”. Economica, New Series,
4: 387-405.
DOSI, Geovani (1988). “The nature of the innovative process”. In DOSI, G.,
FREMAN, C., NELSON, R., SILVERBERG, G., SOETE, L. (Ed.). Technical
change and economic theory. London: Pinter Publishers,.
FIANI, Ronaldo. (2002). Teoria dos custos de transação. In: KUPFER &
HASENCLEVER (Orgs.). Economia Industrial – fundamentos teóricos e práticas
no Brasil. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier.
117
Mecanismos de coordenação e concorrência
118
Estratégias de Desenvolvimento Regional
119
PARTE II
EXPERIÊNCIAS EM PLANEJAMENTO
4
O papel dos fundos constitucionais
de financiamento no
desenvolvimento regional brasileiro
*
Economista, Doutor pelo Instituto de Economia da UNICAMP (2002). Pro-
fessor da Universidade Estadual de Campinas. Email –
fcmacedo@eco.unicamp.br
**
Economista, Professor do Departamento de Economia da Universidade
Federal de Sergipe. Doutor pela Universidade Estadual de Campinas -
UNICAMP. Email – elmer@ufs.br
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
1.Introdução
124
Estratégias de Desenvolvimento Regional
125
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
1
Suzigan (1995) apresenta uma síntese dos instrumentos de apoio à
industria desde o Plano de Metas até o final dos anos setenta, inclusive
os articulados com a política regional.
126
Estratégias de Desenvolvimento Regional
2
Dentre os trabalhos que tratam do tema da desconcentração cabe citar:
Cano (1997 e 2006), Pacheco (1998 e 1999), Diniz (1991,1993 e 1995),
Azzoni (1986), Guimarães (1995a, 1995b e 1996), Sabóia (2002 e 2004)
e Diniz Filho (2005).
127
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
3
A crise do planejamento não é exclusiva das economias periféricas latino-
americanas que sucumbiram diante da avalanche neoliberal pós-1980.
Também nas economias avançadas, como descreveu Tavares (1987), o
planejamento entra em declínio, embora suas conseqüências tenham sido
muito mais perversas na América Latina, como demonstrou Cano (2000).
128
Estratégias de Desenvolvimento Regional
129
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
4
Sobre a região do semi-árido nordestino, ver artigo de Carvalho (2006).
130
Estratégias de Desenvolvimento Regional
5
Sobre a PNDR, ver resenha de Galvão (2006).
131
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
132
Tabela 1: Repasses* da STN aos Fundos (R$ mil) e taxa de crescimento anual (%)
133
Estratégias de Desenvolvimento Regional
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
134
Estratégias de Desenvolvimento Regional
135
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
136
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Número de
Número de
Número de
contratado
contratado
contratado
operações
operações
operações
Programas
Valor
Valor
Valor
Rural* 98,4 70,5 94,6 56,8 96,5 70,8
Industrial** 1,2 23,8 4,4 29,8 1,5 15,7
Tu r i s m o 0,04 1,3 0,5 1,5 0,1 0,5
Comércio e serviços 0,3 3,4 0,5 5,4 1,6 5,8
Infra-estrutura 0,01 1,0 0,0 6,5 0,1 4,5
Giro/custeio - - - - 0,2 2,7
137
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
Número de
Número de
contratado
contratado
contratado
operações
operações
operações
Porte do empreendimento
Valor
Valor
Valor
Cooperativas, mini/micro e
pequeno produtor/empresa 94,4 45,8 98,6 47,1 88,6 41,6
Médio produtor/empresa 4,0 24,1 0,9 10,1 9,0 28,4
Grande produtor/empresa 1,6 30,1 0,5 42,8 2,4 30,0
138
Estratégias de Desenvolvimento Regional
139
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
Tabela 6 FCO – Dez municípios com maior participação relativa por valores
e número de operações contratadas: 2000-05 (%)
Ano Municípios
Valor
Número de operações
do Parecis – MT
Campo Novo
Mozarlândia
Três Lagoas
Canedo GO
Sidrolândia
Rio Verde
Corumbá
Anápolis
Senador
Brasília
Colíder
GO
GO
GO
MS
MT
MS
MS
DF
2000 9,31 9,11 7,35 4,47 4,05 4,01 3,05 1,78 1,61 1,61
0,13 0,63 0,94 0,13 0,06 0,38 0,15 0,10 4,53 3,76
Campo Grande
Nova Mutum
Rio Verde
Anápolis
Catalão
Goiânia
Brasília
Cuiabá
Sorriso
Sinop
GO
GO
GO
GO
MT
MT
MT
MT
MS
DF
2001 8 , 1 0 6,62 4,39 4,27 3,64 3,17 2,96 2,54 2,05 1,95
0,82 0,47 0,88 0,18 0,72 0,50 0,32 0,81 3,55 0,08
Pontes e Lacerda
Campo Grande
Itumbiara
Rio Verde
Anápolis
Goiânia
Brasília
Cuiabá
Sorriso
Sinop
GO
MS
GO
GO
GO
MT
MT
MT
MT
DF
2002 4 , 5 0 4,29 3,79 3,35 2,35 2,01 2,00 1,97 1,86 1,61
1,45 0,89 1,65 1,11 0,43 0,95 0,40 1,07 1,08 0,76
140
Estratégias de Desenvolvimento Regional
continuação
Ano Municípios
Valor
Número de operações
Ponta Porã
Querência
Rio Verde
Dourados
Alexânia
Ouvidor
Goiânia
Itiquira
Brasília
Cuiabá
MT
MS
GO
GO
GO
GO
MT
MT
MS
DF
2003 6,29 4,89 3,12 3,09 2,76 2,35 2,23 2,23 2,21 1,67
0,45 0,30 0,53 0,45 0,49 3,06 0,02 21,22 0,00 0,16
Rio Verde – GO
Campo Grande
Primavera do
Rondonópolis
Serranópolis
Leste – MT
Luziânia
Mambaí
Goiânia
Brasília
Cuiabá
GO
GO
GO
GO
MT
MT
MS
DF
2004
4,35 3,15 2,95 2,76 2,71 2,35 2,21 1,72 1,69 1,59
1,21 0,23 0,46 0,75 0,04 0,46 0,47 0,02 0,02 0,04
do
Santa Carmem
Campo Verde
Rondonópolis
Ponta Porã
Norte – MT
Rio Verde
Guarantã
Formosa
Goiânia
Brasília
Sinop
MT
GO
GO
MS
GO
MT
MT
MT
DF
2005
5,95 5,05 4,16 3,17 2,35 1,96 1,88 1,84 1,47 1,45
0,93 0,51 0,70 0,76 0,44 0,29 1,72 0,57 0,01 0,29
141
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
Tabela 7 FNO – Dez municípios com maior participação relativa por valores
e número de operações contratadas: 2000-05
Ano Municípios
Valor
Número de operações
do
Figueiredo – AM
P r e s i d e n t e
do
Tocantins – TO
Barreiras - PA
Paragominas
Ananindeua
São Félix
Xingu - PA
Araguaína
Ji-Paraná
Miracema
Marabá
Belém
RO
TO
PA
PA
PA
PA
2000 6,97 5,66 2,43 2,13 2,11 2,09 1,89 1,78 1,76 1,59
0,23 2,10 1,39 0,21 0,59 0,08 0,11 0,98 0,60 1,39
Cumaru do Norte
Araguaia - PA
Conceição do
Paragominas
Ananindeua
Rondon do
Rio Branco
Pará - PA
Altamira
Manaus
Marabá
Belém
AM
AC
PA
PA
PA
PA
PA
PA
2001 9,40 5,31 4,27 3,06 2,92 2,68 2,07 1,85 1,63 1,44
1,53 0,45 0,60 2,55 1,38 0,59 0,26 0,71 2,35 1,48
142
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Continuação
Ano Municípios
Valor
Número de operações
Paragominas
Ananindeua
Ulianópolis
Rio Branco
Ariquemes
Barcarena
Manaus
Marabá
Vilhena
Belém
RO
RO
AM
AC
PA
PA
PA
PA
PA
PA
2002 1 5 , 7 5 7,43 5,33 3,88 2,77 2,20 1,94 1,75 1,65 1,62
0,96 1,62 0,67 0,44 0,35 1,96 0,41 2,62 1,41 0,69
Paragominas
Ananindeua
Rio Branco
Dianópolis
Benevides
Santarém
Ji-Paraná
Manaus
Marabá
Belém
RO
TO
AM
AC
PA
PA
PA
PA
PA
PA
2003 1 2 , 8 2 7,47 6,99 3,34 2,57 1,94 1,78 1,55 1,44 1,37
1,15 2,98 0,80 0,90 0,32 2,28 0,05 1,53 0,25 0,78
Rolim de Moura
Paragominas
São Félix do
Porto Velho
Rio Branco
Xingu - PA
Araguaína
Ji-Paraná
Manaus
Marabá
Belém
RO
RO
RO
TO
AM
AC
PA
PA
PA
2004 9,01 6,49 6,30 3,22 2,15 1,93 1,71 1,53 1,39 1,39
0,38 2,98 0,45 0,73 4,98 0,84 2,88 0,46 1,21 0,40
Tocantinópolis
Porto Velho
Capanema
Rio Branco
Barcarena
Boa Vista
Manaus
Vilhena
Marabá
Belém
RO
RO
TO
RR
AM
AC
PA
PA
PA
PA
2005 9,27 4,58 3,75 3,30 2,53 2,51 2,18 1,69 1,65 1,56
3,43 0,01 1,79 0,56 0,29 4,65 0,35 0,88 0,82 0,12
143
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
Tabela 8 FNE – Dez municípios com maior participação relativa por valores e
número de operações contratadas: 2000-05 (%)
Ano Municípios
Valor
Número de operações
–
Maracanaú - CE
Montes Claros -
João Pessoa –
-
Camaçari – BA
Fortaleza - CE
Petrolina – PE
Mateus
Glória – BA
Aracaju - SE
Parnamirim
São
MG
RN
PB
ES
2000 1 3 , 9 3 1,48 1,40 1,24 1,18 1,14 1,14 0,96 0,95 0,94
0,02 0,01 0,05 0,25 0,19 0,37 0,09 0,01 0,01 0,03
Nossa Sra do
Socorro – SE
São Mateus
Parnamirim
Horizonte
Camaçari
Petrolina
Linhares
Aracaju
Maceió
Refice
AL
RN
BA
CE
ES
SE
PE
PE
ES
2001 3 4 , 8 1 2,07 1,53 1,40 1,35 1,31 1,30 1,24 1,23 1,21
0,05 0,02 0,58 0,03 0,06 0,01 0,01 0,12 0,39 0,04
São Desidério
Porto Seguro
Pessoa
Maracanaú
Fortaleza
Espinosa
Salvador
Caucaia
Aracaju
Sobral
João
MG
CE
CE
BA
CE
BA
CE
BA
PB
SE
2002 2 , 8 7 2,60 2,03 1,94 1,75 1,72 1,64 1,41 1,17 0,98
0,08 0,04 0,05 0,18 0,05 0,21 0,17 0,04 0,07 0,24
144
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Ano Municípios
Valor
Número de operações
São Desidério –
Simões Filho -
dos
Guararapes - PE
Horizonte – CE
Cabedelo – PB
Fortaleza – CE
Cascavel – CE
Aracaju – SE
Aracati – CE
Sobral - CE
Jaboatão
BA
BA
2003 6,79 6,68 5,65 3,45 3,02 2,72 2,55 2,37 1,92 1,71
0,27 0,04 0,63 0,15 0,76 0,02 0,04 0,04 0,02 0,21
Fortaleza – CE
São Raimundo
Vitória de Sto
São Desidério
Nonato - PI
Antão - PE
Camaçari
Salvador
Aracaju
Maceió
Recife
Natal
RN
BA
BA
BA
AL
PE
SE
2004 6 , 6 3 4,97 4,20 3,86 3,50 3,27 2,84 2,69 2,36 2,09
0,08 0,03 0,03 0,03 0,15 0,02 0,03 0,08 0,01 0,14
Bonito de Minas
São Desidério
Porto Franco
Camaçari
Fortaleza
Barreiras
São Luís
Mucuri
Recife
Cairu
MG
MA
MA
BA
BA
BA
CE
BA
BA
PE
2005 8 , 1 8 5,87 4,71 3,16 3,12 2,83 2,34 1,75 1,64 1,34
0,15 0,01 0,02 0,03 0,12 0,05 0,02 0,04 0,08 0,08
145
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
146
Tabela 9: Fundos Constitucionais – Distribuição do número de operações e valores contratados por programa:
média do período 1989-2005 (%)
Valor O p e - Valor
Tamanho dos Pop. PIB PIB Pib per N o opera- ra- f i n a n -
População* financiado
municípios % R$ mil % capita ções** ções ciado
R$ mil
% %
Até 5 mil 1.909.937 2,4 9.425.194 1,9 4.935 89.433 1.100.161 7,8 5,1
>5mil e<10 mil 4.831.624 6,0 21.043.987 4,3 4.355 178.922 2.405.402 15,7 11,2
>10mil e <20mil 11.850.274 14,6 46.182.388 9,4 3.897 325.066 3.762.546 28,5 17,7
>20mil e <50mil 18.815.771 23,2 84.619.590 17,3 4.497 342.554 4.842.956 30,1 22,6
>50mil e <100mil 10.849.330 13,4 59.482.843 12,2 5.483 132.957 2.457.842 11,7 11,5
>100mil e <500mil 13.426.505 16,6 91.169.303 18,6 6.790 57.857 3.677.463 5,1 17,2
Acima de 500 mil 19.336.304 23,9 177.468.175 36,3 9.178 12.763 3.181.254 1,1 14,8
Total 81.019.745 100,0 489.391.480 100,0 6.040 1.139.552 21.427.623 100,0 100,0
147
Estratégias de Desenvolvimento Regional
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
148
Tabela 10 - Aplicação (R$ mil)* dos recursos, número e custo médio (R$) de empregos diretos criados pelos
fundos constitucionais de financiamento: 1990-2005
149
Estratégias de Desenvolvimento Regional
5. Conclusões
150
Estratégias de Desenvolvimento Regional
151
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
Referências bibliográficas
AZZONI, Carlos Roberto (1986). Indústria e reversão da polarização no Brasil.
São Paulo: IPE/USP.
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no Brasil: 1970/95. Economia e Sociedade, Campinas, IE/UNICAMP, nº 6, p.
101-141.
152
Estratégias de Desenvolvimento Regional
153
O papel dos fundos constitucionais de
financiamento no desenvolvimento regional brasileiro
154
5
Plano de Desenvolvimento
Territorial Participativo: novas
formas de planejamento do
turismo no nordeste brasileiro
JOSÉ ROBERTO DE LIMA ANDRADE *
*
Professor Doutor do Departamento de Economia da Universidade Fede-
ral de Sergipe.
Plano de Desenvolvimento Territorial Participativo
1. Introdução
156
Estratégias de Desenvolvimento Regional
157
Plano de Desenvolvimento Territorial Participativo
158
Estratégias de Desenvolvimento Regional
159
Plano de Desenvolvimento Territorial Participativo
1
IVARS (2004) denomina de pós-fordismo como contra ponto ao “velho”
turismo de massas. É importante destacar que o autor considera que
não há um processo direto de substituição entre as duas formas de
configuração da atividade do turismo.
160
Estratégias de Desenvolvimento Regional
161
Plano de Desenvolvimento Territorial Participativo
162
Estratégias de Desenvolvimento Regional
PARTICIPAÇÃO/ANO PARTICIPAÇÃO/ANO
ESTADO ESTADO
2002 RANK 2006 RANK
SP 22,97% 1 SP 27,30% 1
RJ 9,40% 2 MG 10,50% 2
BA 8,87% 3 RJ 9,30% 3
MG 8,73% 4 SC 7,60% 4
PR 6,90% 5 BA 7,30% 5
RS 5,90% 6 RS 7,10% 6
CE 5,86% 7 PR 5,90% 7
SC 5,59% 8 CE 3,60% 8
PE 3,57% 9 PE 3,40% 9
RN 3,38% 10 GO 3,40% 10
GO 3,09% 11 ES 3,10% 11
ES 2,43% 12 RN 1,40% 12
PB 2,02% 13 MT 1,30% 13
PA 1,61% 14 MS 1,30% 14
PI 1,57% 15 PB 1,10% 15
DF 1,49% 16 AL 1,10% 16
MA 1,43% 17 PA 1,00% 17
SE 1,22% 18 DF 1,00% 18
AL 1,16% 19 MA 0,90% 19
MT 0,90% 20 SE 0,70% 20
MS 0,79% 21 AM 0,50% 21
AM 0,38% 22 RO 0,40% 22
TO 0,33% 23 PI 0,40% 23
RO 0,14% 24 TO 0,30% 24
AP 0,14% 25 AP 0,30% 25
RR 0,08% 26 AC 0,10% 26
AC 0,04% 27 RR 0,00% 27
FONTE:FIPE EMBRATUR-2002/2006.
Com relação aos outros problemas que foram discutidos nas con-
ferências municipais, as demandas dos territórios em respeito a ativida-
de turística foram de 5% do total das demandas, como apresenta o qua-
dro 1 abaixo:
163
Plano de Desenvolvimento Territorial Participativo
BAIXO SÃO
FRANCISCO
SERGIPANO
SERGIPANO
ARACAJU
AGRESTE
CENTRAL
CENTRO
GRANDE
SERTÃO
SERTÃO
ÁREAS
MÉDIO
T O TA L
LESTE
TEMÁTICAS
A LT O
SUL
SUL
Administração
Pública 6 5 9 9 6 4 6 8 53
Agricultura 13 20 15 19 17 12 21 24 141
Cultura, Esporte
e Lazer 10 10 10 15 9 15 10 17 96
Desenv. Urbano
e Habitacional 5 4 5 7 6 4 5 6 42
Educação 15 11 10 12 14 10 9 13 94
Infra-Estrutura 20 9 9 8 17 10 4 12 89
Indústria, Comércio,
Serviços e Turismo 24 24 19 20 22 16 12 19 156
Assistência Social 10 6 6 9 5 5 4 9 54
Saúde 10 14 9 4 6 7 6 5 61
Segurança Pública 6 4 9 6 9 5 5 3 47
T O TA L 119 107 101 109 111 88 82 116 833
Tu r i s m o 6 7 5 4 8 5 3 5 43
Participação
Turismo Total (%) 5% 7% 5% 4% 7% 6% 4% 4% 5%
164
Estratégias de Desenvolvimento Regional
165
Plano de Desenvolvimento Territorial Participativo
5. Conclusão
A participação da comunidade no processo de planejamento da ati-
vidade turística é uma característica importante do turismo sustentá-
vel. Não obstante, é fundamental destacar que não é a participação da
população por si, o principal fator, mas o grau de possibilidades que esta
intervenção possa efetivamente contribuir no desenvolvimento da ati-
vidade turística.
O Plano de Desenvolvimento Territorial Participativo é um marco
no planejamento do turismo no nordeste brasileiro, não somente pelo
fato da população da região poder participar do processo, mas principal-
mente, pela possibilidade de uma desconcentração da atividade no lito-
ral, e utilizando o conceito de Barrado Timòn e Avila Barcial (2005), a
criação de uma consciência do destino.
Contudo, é importante considerar que o Plano de Desenvolvimento
Territorial Participativo tem que estar acompanhado de uma estratégia
que proporcione uma maior competitividade do destino turístico Sergipe,
para que as expectativas da população não sejam frustradas. Neste sen-
tido, é importante que os investimentos definidos no plano considerem:
a) Desenvolvimento de roteiros integrados que proporcionem a di-
ferenciação de Sergipe no mercado nordestino, caracterizado
principalmente pelo turismo de sol e praia;
b) Criação de estratégia de promoção coerente com os principais
produtos turísticos do Estado,possibilitando a transformação
de Sergipe em um destino turístico conhecido nacionalmente.
166
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Referências bibliográficas
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Local. Aracaju.Seplan
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VERGARA, PATRICIO, ARRAIS SOUZA, MYRTIS (2005):Planificación Turística
en Tiempos de Incertidumbre. Ciencias Sociales on line. Vol .II, nº 2, Viña Del
Mar.
167
6
The role of brazilian universities in the
generation of science and technology
1 Introduction
*
Masters Student, Economics Department at the Federal University of Bahia.
**
Professor, Economics Department at the Federal University of Sergipe.
The role of brazilian universities in the generation of science and technology
170
Estratégias de Desenvolvimento
2 Technological Dependence
1
Brazil’s dependence on importing more sophisticated technologies,
according to Erber (2004), continues today.
171
The role of brazilian universities in the generation of science and technology
3 University-Industry
172
Estratégias de Desenvolvimento
Brazil has the ambition to raise its public universities to the same
level as the best research universities in the world. However, first basic
problems must be resolved with regard to primary and secondary
education. This does not mean a postponement in the creation of excellent
universities until problems with basic education are resolved. However,
both must be improved simultaneously to maximize social returns
(Kawasaki, 1997).
The engine of development for developing countries is secondary
education because it is in that stage in which they learn the factors
173
The role of brazilian universities in the generation of science and technology
2
For more on University Centers, see Mamão and Santos (2004).
174
Estratégias de Desenvolvimento
175
The role of brazilian universities in the generation of science and technology
176
Table 2: R&D expenditures, selected countries, by financing sector
177
Estratégias de Desenvolvimento
Table 2: R&D expenditures, selected countries, by financing sector
178
Countries Sector 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Canadá Government 21,57% 22,20% 23,11% 24,36% 23,35% 23,91%
Industry 44,82% 50,25% 51,34% 49,54% 49,01% 47,85%
Higher Education 14,05% 12,64% 14,71% 14,75% 15,87% 16,55%
Private Nonprofit Organizations 2,16% 2,31% 2,67% 2,62% 2,80% 2,94%
Foreign 17,39% 12,59% 8,17% 8,73% 8,97% 8,74%
Estados Unidos Government 22,46% 23,62% 24,80% 26,10% 25,32% 26,11%
Industry 71,09% 69,46% 66,19% 66,47% 62,12% 64,94%
Higher Education 4,52% 4,76% 5,22% 5,27% 5,00% 5,01%
Private Nonprofit
Organizations 3,03% 3,45% 3,84% 4,00% 3,72% 3,95%
Foreign - - - - - -
The C, T & I system must fortify its relations with the productive
sector and become a permanent input in the productive chain for the
Brazilian economy. This may be done, according to Rangel (1995) in two
ways. First, by increasing the local absorption capacity of technology,
where the training of human resources is essential, but also a more
effective partnership between national and multinational industries. The
second way is to use C, T & I policies to approach improved social
development, and not to just benefit the productive sector.
179
The role of brazilian universities in the generation of science and technology
180
Estratégias de Desenvolvimento
181
Table 5: Patent requests deposited at the Office of Invention and Patents and Trademarks of the United States
182
of America - Diverse Countries, 1980-2004
183
Table 6: Patent applications, selected countries, 2000-2005
184
Countries Classification 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Argentina residents 1.062 691 718 792 786 1.054
not residents 5.574 5.088 4.143 3.765 3.816 4.215
To t a l 6.636 5.779 4.861 4.557 4.602 5.269
Brazil residents 8.878 9.440 10.002 10.672 10.879 -
not residents 15.239 14.180 13.993 14.081 10.863 -
To t a l 24.117 23.620 23.995 24.753 21.742 -
Canada residents 4.187 3.963 3.959 3.929 - -
not residents 35.435 35.753 35.782 33.298 - -
To t a l 39.622 39.716 39.741 37.227 - -
United States residents 164.795 177.511 184.245 188.941 189.536 207.867
not residents 131.131 148.997 150.200 153.500 167.407 182.866
To t a l 295.926 326.508 334.445 342.441 356.943 390.733
Source: RICYT, 2000-2005.
Elaborated by the author from data extracted from RICYT.
The role of brazilian universities in the generation of science and technology
Estratégias de Desenvolvimento
5 Final Considerations
185
Table 7: Accepted Patents, selected countries, 2000-2005
186
Countries Classification 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Argentina a residentes 145 115 96 156 108 306
a no residentes 1.442 1.118 815 1.211 732 1.492
To t a l 1.587 1.233 911 1.367 840 1.798
Brasil a residentes 3.025 3.619 3.724 5.151 4.066 -
a no residentes 6.234 3.957 5.140 5.034 2.981 -
To t a l 9.259 7.576 8.864 10.185 7.047 -
Canadá a residentes 1.117 1.210 1.253 1.226 1.425 -
a no residentes 11.008 10.809 7.657 10.355 11.635 -
To t a l 12.125 12.019 8.910 11.581 13.060 -
Estados Unidos a residentes 85.068 87.601 86.972 87.901 84.271 74.637
a no residentes 72.426 78.436 80.360 81.125 80.022 69.169
To t a l 157.494 166.037 167.332 169.026 164.293 143.806
Source: RICYT, 2000-2005.
Elaborated by the author from data extracted from RICYT.
The role of brazilian universities in the generation of science and technology
Estratégias de Desenvolvimento
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Brazil, Revista Brasileira de Inovação, Volume 3 N. 1, p. 35-54.
HANSEN, Dean Lee (2003) Educação e Desenvolvimento Local, In: Maria Lúcia
de Oliveira Falcón, Dean Lee Hansen, Edison Rodrigues Barreto Junior (Orgs)
Cenários de Desenvolvimento Local: Estudos Exploratórios, Aracaju: SEPLAN
187
The role of brazilian universities in the generation of science and technology
188
7
A participação do cooperativismo de
crédito no desenvolvimento regional:
o caso da Ascoob no semi-árido baiano
*
Agrônomo, Msc. em Agronomia, Professor da Universidade Estadual de
Feira de Santana, Assessor da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia
da Bahia. (jubiabah@yahoo.com.br)
**
Economista, Doutor em Sociologia, Professor da Universidade Federal de
Sergipe. (teixeira@ufs.br).
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
190
Estratégias de Desenvolvimento Regional
1
Há, segundo Irion (1997), um conceito mais amplo que envolve a eco-
nomia solidária: a economia social. Para ele, a economia social designa
o conjunto de instituições resultantes da organização dos trabalhadores,
que nelas investem suas economias para, através da auto-ajuda, pro-
mover o progresso social e a mais ampla participação na produção e nos
frutos da atividade econômica.
191
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
192
Estratégias de Desenvolvimento Regional
193
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
2
Segundo o Banco Central (2006), Spread é a margem bancária adiciona-
da à taxa aplicável a um crédito, sendo variável conforme a liquidez e as
garantias do tomador, o volume do empréstimo e o prazo de resgate.
194
Estratégias de Desenvolvimento Regional
195
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
3
Estamos nos referindo aos trabalhos de pesquisa de campo realizados
nos quadros de trabalho de conclusão do Curso de Especialização em
Desenvolvimento Rural Sustentável (CEDRUS), convênio MDA-UFCG, em
2006-2007. Veja maiores detalhes em Rodrigues (2007).
196
Estratégias de Desenvolvimento Regional
4
Para o conhecimento dos termos do acordo de Basiléia, recomendamos
o acesso aos documentos pertinentes existentes no site do Banco Cen-
tral do Brasil: www.bacen.gov.br.
197
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
198
Estratégias de Desenvolvimento Regional
199
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
200
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Nº Nº de % de
Ano de agências
Nome sócios Agr. Território
abertura + Sede
Famil.
CCR de Araci 1997 3 4.840 60 Sisal
CCR de Baixa
Grande 2001 1 1.152 40 Jacuípe
CCR de F. de
Santana CRESER 1998 5 5.410 70 Portal do Sertão
CCR de Inhambupe
COOPERA 1997 3 2.513 30 Alagoinhas
CCR do Vale do
Paraguaçu 2002 1 469 50 Recôncavo
CCR de Piemonte 2003 1 755 60 Piemonte
CCR do Recôncavo
COCRESUL 1999 2 1.215 10 Recôncavo
CCR de Pintadas –
Sertão 1998 3 1.843 100 Jacuípe
CCR de Itapicuru 2000 4 2.233 70 Sisal
CCR de Serrinha 2001 2 2.245 70 Sisal
CCR Valentense –
COOPERE 1993 6 8.043 40 Sisal
Total/Média - 31 30.718 54 5
Fonte: Búrigo (2004)
Adaptação: ASCOOB (2007)
201
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
202
Estratégias de Desenvolvimento Regional
203
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
204
Estratégias de Desenvolvimento Regional
205
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
4. Considerações Finais
206
Estratégias de Desenvolvimento Regional
207
A participação do cooperativismo de crédito no desenvolvimento regional
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208
Estratégias de Desenvolvimento Regional
209
8
Desenvolvimento sócio-econômico
local e homicídios no Estado de
Sergipe
1 Introdução
1
O dado revisto – oficial – para o ano de 2002 é de 49.695 homicídios,
contabilizados de acordo com os óbitos decorrentes de agressões.
212
Estratégias de Desenvolvimento Regional
“Este valor deve ser encarado como um limite inferior... uma vez
que vários outros fatores de custo da violência não foram calcu-
lados, como: os custos com o sistema de justiça; as perdas com
o desvio do turismo; as perdas de bem-estar provocadas por
retração nos mercados de bens e serviços; os custos intangíveis
motivados por dor, sofrimento e medo, a perda de produtivida-
de motivada por traumas e morbidade, etc” (p. 52).
2
A criminalidade já está afetando também o preço dos imóveis em deter-
minados municípios. Teixeira e Serra (2006), por exemplo, mostram
que na cidade de Curitiba as regiões com maiores taxas de furtos e
roubos são as que ostentam maior desvalorização imobiliária. A taxa de
homicídios também possui algum impacto, mas em menor grau.
213
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
3
Foram registrados no triênio 2003-2005, respectivamente, 473, 464 e
492 óbitos decorrentes de agressões no estado, o que corresponde a
uma taxa de homicídio de cerca de 25 por cem mil habitantes no perío-
do. Em que pese situar-se abaixo da média nacional de 25,8 em 2005,
o estado de Sergipe ocupa a 12ª posição entre as unidades da Federa-
ção e a 3ª posição em nível regional, tendo sido superado apenas por
Pernambuco e Alagoas em 2005. (http://www.datasus.gov.br).
214
Estratégias de Desenvolvimento Regional
2 Economia e Criminalidade
215
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
216
Estratégias de Desenvolvimento Regional
217
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
218
Estratégias de Desenvolvimento Regional
4
Para uma resenha da produção nacional acerca do tema no período 1998-
2006 vide o segundo capítulo de Jorge, Lemos e Santos Filho (2008).
219
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
220
Estratégias de Desenvolvimento Regional
CARACTERÍSTICA IMPACTO
Elevação da Renda per Capita (+/-)
Melhoria do Nível de Escolaridade (+/-)
Urbanização / Densidade Populacional (+)
Melhoria da Infra-Estrutura Urbana (+/-)
Envelhecimento Relativo da População (-)
221
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
5
Por razões de espaço a seção restringe-se à questão da mensuração do
desenvolvimento. Para uma discussão acerca do conceito de desenvolvi-
mento econômico, bem como de sua evolução, vide Souza (1995) ou
Colman e Nixson (1981), dentre outros.
222
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Sua construção utiliza três subíndices, cada qual com valores en-
tre 0 e 1, dos quais se extrai uma média aritmética. Os três subíndices
são os seguintes: longevidade, educação e renda. A partir de tal consta-
tação estabeleceu-se a seguinte metodologia para cada indicador:
Onde:
Ix,j,t é o índice do indicador x da unidade geográfica j no tempo t;
yx,j,t é o indicador x da unidade geográfica j no tempo t;
LIx é o limite inferior do indicador x;
LSx é o limite superior do indicador x.
223
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
224
Estratégias de Desenvolvimento Regional
225
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
6
Para uma descrição detalhada dos indicadores de distribuição de renda
mencionados, vide Hoffmann (2000).
226
Estratégias de Desenvolvimento Regional
3.2 A Criminalidade8
i. Boletins de Ocorrência:
Os boletins de ocorrência são lavrados pela polícia civil quando do
acontecimento de determinado evento julgado por parte da vítima, de
terceiros ou dos próprios policiais, como digno de registro policial. As-
sim, existe um julgamento pessoal que conduz ao registro do incidente
e que varia em função da importância que se atribui a um evento parti-
cular e/ou do constrangimento ou medo de denunciá-lo. Conseqüente-
mente, a freqüência de registro das ocorrências varia de crime para cri-
7
Por razões de espaço tais indicadores não serão discutidos. Para uma
descrição sucinta de indicadores internacionais desenvolvidos recente-
mente, vide Gadrey e Jany-Catrice (2006). Segundo os autores (ps. 17-
20), foram incluídos na obra os indicadores sintéticos e de maior reper-
cussão internacional.
8
Esta seção reproduz parcialmente a seção 3.4 de Jorge, Lemos e Santos
Filho (2008).
9
Na verdade, existem também as pesquisas de vitimização, mas o uso
de informações provenientes destas fontes é limitado, pois tais pesqui-
sas foram realizadas de forma bastante pontual no país, abrangendo
basicamente as regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte e
Rio de Janeiro (além de uma nacional, realizada pelo IBGE como suple-
mento especial da PNAD em 1988).
227
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
228
Estratégias de Desenvolvimento Regional
10
Em termos, já que procedeu-se a uma mudança no critério de classificação
das causas de óbitos: até 1995 esta seguia a CID-9 e, a partir de 1996,
passa a seguir a CID-10. Assim, dependendo do nível de agregação (gran-
de grupo, grupo ou subgrupo) podem de fato ocorrer quebras de série.
229
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
4 Metodologia
230
Estratégias de Desenvolvimento Regional
11
De acordo com “várias teorias, grande parte dos determinantes da criminali-
dade ocorre em nível local e a partir de interações comunitárias” (CERQUEIRA
e LOBÃO, 2004: 259). Assim, estudos muito agregados (internacionais ou
mesmo nacionais), ao misturar regiões por demais heterogêneas, poderiam
perder informações relevantes. Por outro lado, em estudos intramunicipais, a
mobilidade espacial pode ser prejudicial à análise, como enfatizado no texto.
Dessa forma, o emprego de dados municipais parece configurar-se como a
estratégia mais adequada a estudos empíricos sobre criminalidade.
231
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
232
Estratégias de Desenvolvimento Regional
TH = f ( IDH-M , IG , P , MCF, J , D )
Onde:
TH = taxa de homicídios
IDH-M = Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IG = Índice de Gini
P = percentual de pobres
12
A criminalidade é um fenômeno tipicamente jovem e masculino. Para
referências acerca de mortalidade por homicídios nos estratos
populacionais mais jovens, vide, dentre outros Andrade e Lisboa (2000),
Waiselfisz (1998) e (2005) e Britto et al (2004).
13
Para maiores informações a respeito da Teoria da Anomia vide, por exem-
plo, Baratta (2002) e Schecaria (2004).
233
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
14
O percentual de indigentes foi calculado da mesma maneira que o
percentual de pobres, mas considerando os indivíduos com renda domi-
ciliar per capita inferior a R$ 37,75 (um quarto do salário mínimo de
agosto/2000), ao invés dos indivíduos com renda domiciliar per capita
inferior a meio salário mínimo.
234
Tabela 1: Taxa de Homicídios e Variáveis Independentes - Municípios Sergipanos - 1991/2000
235
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Tabela 1: Taxa de Homicídios e Variáveis Independentes - Municípios Sergipanos - 1991/2000
236
Continuação
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
Tabela 1: Taxa de Homicídios e Variáveis Independentes - Municípios Sergipanos - 1991/2000
Continuação
237
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
4.2 Os resultados
OLS 1 OLS 2
r2 0,076 0,095
238
Estratégias de Desenvolvimento Regional
15
A existência de alguma inércia nas taxas de criminalidade é uma idéia
com boa aceitação na literatura especializada. Para algumas aborda-
gens acerca do tema vide Araújo Jr. e Fajnzylber (2001) e Jorge e Carva-
lho (2006).
239
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
240
Estratégias de Desenvolvimento Regional
16
O Teste de White consiste em regredir o quadrado do erro contra as
variáveis independentes do modelo, o quadrado destas e seus produtos
parciais tal que, para uma especificação linear originalmente com duas
variáveis explicativas, Yt = B 0 + B 1 X 1t + B 2 X 2t + ut, roda-se a seguinte
regressão: ut2 = f ( X 1, X 2, X 12, X 22, X 1.X 2). O r2 obtido é, então, multipli-
cado pelo tamanho da amostra e o produto gerado, comparado com
uma distribuição quiquadrado tabelada. Se nr2 > C 2tab, o Teste de White
indica a existência de heterocedasticidade. No caso dos modelos testa-
dos nr2 = 32,55 (OLS1) e nr2 = 22,5 (OLS2) ambos < 40,1133 2 tab
(5%, 27).
241
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
17
A demonstração não será explicitada aqui, mas pode ser encontrada de
maneira bastante didática em Wooldridge (2002: 270).
242
Estratégias de Desenvolvimento Regional
· Em que pese o baixo valor dos B’s, o sinal das variáveis menci-
onadas obedece ao previsto, mostrando relação positiva entre a
participação dos jovens no total da população, as variáveis de
aglomeração e a taxa de homicídios. A conclusão daí resultante
é que o direcionamento de medidas de política pública para
municípios de população mais jovem e de maior aglomeração
poderia resultar em alguma, ainda que tímida, redução da taxa
de homicídios nestas localidades;
· Novamente os indicadores do nível de desenvolvimento sócio-
econômico local não mostram correlação com as taxas de ho-
micídio verificadas nos municípios do estado;
· Infelizmente, os resultados obtidos pelo presente estudo não per-
mitem identificar qualquer relação bem definida de causalidade
para os homicídios ocorridos no espaço geográfico sergipano.
estima-se
243
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
FE 1 RE 1 FE 2 RE 2 FE 3 RE 3
r2 within 0,0285 0,0025 0,0364 0,0002 0,0333 0,0071
between 0,0000 0,0662 0,1759 0,2518 0,0257 0,0632
overall 0,0050 0,0320 0,0596 0,1124 0,0208 0,0345
18
Quando T = 2, as especificações de efeitos fixos e de primeiras diferen-
ças conduzem a resultados similares (WOOLDRIDGE, op. cit.: 284). Em
função disso, este último procedimento não foi adotado neste trabalho.
244
Estratégias de Desenvolvimento Regional
MODELO c2
Modelo 1 6,04
(0,4186)
Modelo 2 5,29
(0,5071)
Modelo 3 -9,49
-
Obs. p value entre parênteses
(*) significativo a 1%, (**) significativo a 5% e (***) significativo a 10%.
19
Para mais detalhes, vide a lista de discussão a respeito deste tópico em
http://www.stata.com/statalist/.
245
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
Considerações Finais
Em que pese o baixo valor dos B’s, o sinal das variáveis menciona-
das obedeceu ao previsto, mostrando relação positiva entre a participa-
ção dos jovens no total da população, as variáveis de aglomeração e a
taxa de homicídios. A conclusão daí resultante é que o direcionamento
de medidas de política pública para municípios de população jovem e
maior aglomeração poderia resultar em alguma, ainda que tímida, redu-
ção da taxa de homicídios nestas localidades.
Infelizmente, porém, os resultados obtidos pelo presente estudo
não permitem identificar qualquer relação bem definida de causalidade
para os homicídios ocorridos no espaço geográfico sergipano. O nível de
desenvolvimento municipal não parece influir na taxa de homicídios,
ou seja, a melhoria das condições sócio-econômicas em nível local não
tem acarretado o aumento da taxa de homicídios como um subproduto
indesejado, o que não deixa de ser uma boa notícia.
Quanto à distribuição da renda, os efeitos deletérios da desigual-
dade também não se manifestaram no presente trabalho. Há que se
registrar que volume significativo de estudos realizados em nosso país
constatou uma relação direta entre a má distribuição de renda e as
taxas de criminalidade, mas esta relação não aparece quando analisa-
mos os municípios sergipanos.
Como consequência, percebe-se a dificuldade para formulação de
políticas públicas de combate aos homicídios no estado de Sergipe, visto
que não parece existir um padrão de causalidade bem definido para o
fenômeno. Caso existisse, isto facilitaria o desenho de tais políticas
que, com melhor embasamento, teriam maior probabilidade de eficácia
e êxito.
246
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Referências bibliográficas
247
Desenvolvimento sócio-econômico local e homicídios no Estado de Sergipe
248
Estratégias de Desenvolvimento Regional
249
9
Gestão participativa e
desenvolvimento local: limites e
desafios a partir da experiência de
Nossa Senhora da Glória – SE
1 Introdução
252
Estratégias de Desenvolvimento Regional
253
Gestão participativa e desenvolvimento local
254
Estratégias de Desenvolvimento Regional
1
A Constituição de 1891, no seu artigo 68, estabelece apenas que “os
Estados organizar-se-ão de forma que fique assegurada a autonomia
dos Municípios em tudo quanto respeite ao seu peculiar interesse”, mas
não explicita como essa autonomia seria exercida.
2
Os municípios seriam responsáveis pelo imposto de licenças, o imposto
predial e territorial urbanos, o imposto sobre diversões públicas, o im-
posto cedular sobre a renda de imóveis rurais, as taxas sobre serviços
municipais. Também teriam direito à parcela de outros impostos, como
o de indústrias e profissões.
3
A constituição previa que o governo estadual poderia criar um órgão para
prestar assistência técnica ou fiscalizar as finanças municipais.
4
A autonomia política dos municípios havia sido reduzida na constituição
de 1937, quando foi retirado dos munícipes o direito de eleger seus pre-
feitos (no artigo 27 a constituição determinava que “o Prefeito será de
livre nomeação do Governador do Estado”), só voltando a ser restabelecida
na Constituição de 1946 (no seu artigo 28), muito embora os prefeitos
das capitais, das instâncias hidrominerais e das bases e portos militares
tenham permanecido sob a tutela estadual e/ou federal.
255
Gestão participativa e desenvolvimento local
5
Aos municípios, por exemplo, restou apenas a responsabilidade de tri-
butar a propriedade predial e territorial urbana e certos serviços não
compreendidos na competência tributária da União ou dos Estados.
6
Com a crise do Estado na década de 80 e a diminuição dos investimen-
tos federais, sobretudo nas áreas sociais, vários municípios passaram a
comprometer suas finanças na oferta de serviços sociais à população.
256
Estratégias de Desenvolvimento Regional
257
Gestão participativa e desenvolvimento local
7
O plano diretor foi tornado obrigatório não somente para cidades com
mais de vinte mil habitantes. O Estatuto da cidade incluiu aqueles muni-
cípios integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas,
de áreas de especial interesse turístico, aqueles inseridos na área de
influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto
ambiental de âmbito regional ou nacional e aqueles onde o poder públi-
co municipal viesse a utilizar os instrumentos previstos no § 4º do art.
182 da Constituição Federal (o parcelamento ou edificação compulsóri-
os, o imposto progressivo no tempo e a desapropriação).
8
No artigo 44 estabeleceu que “a gestão orçamentária participativa” se
efetivaria através da realização de debates, audiências e consultas pú-
blicas sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orça-
mentárias e do orçamento anual. Esses só poderiam ser aprovados pela
Câmara Municipal após apreciação popular.
258
Estratégias de Desenvolvimento Regional
9
Além disso, o Estatuto prevê a contribuição de melhoria e os incentivos e
benefícios fiscais e financeiros.
10
Os demais institutos são: a regularização fundiária, a concessão de di-
reito real de uso e de uso especial para fins de moradia, o parcelamen-
to, edificação ou utilização compulsórios, a instituição de unidades de
conservação e de zonas especiais de interesse social, o referendo popu-
lar e o plebiscito, a assistência técnica e jurídica gratuita para as comuni-
dades e grupos sociais menos favorecidos, a servidão administrativa, as
limitações administrativas, o tombamento de imóveis ou de mobiliário
urbano, o direito de superfície, a outorga onerosa do direito de construir
e de alteração de uso, a transferência do direito de construir e as opera-
ções urbanas consorciadas.
259
Gestão participativa e desenvolvimento local
260
Estratégias de Desenvolvimento Regional
261
Gestão participativa e desenvolvimento local
11
Inclusive a legislação de uso e ocupação do solo, que estabelece as
normas de edificações, os parâmetros acerca de todos os aspectos cons-
trutivos, indo desde a relação da edificação com seu entorno (recuos,
número de pavimentos, altura máxima) até a sua configuração interior
(insolação, ventilação, dimensão de cômodos). Ela estabelece ainda o
zoneamento da cidade, isto é, a definição de usos possíveis para deter-
minadas áreas da cidade, evitando convivências desagradáveis entre os
usos (Vaz, 1996).
12
A regularização fundiária contempla não apenas a regularização legal de
áreas, mas também as ações que inibem a retenção de terrenos naque-
las áreas estabelecidas como de adensamento prioritário e a ocupação
de áreas que se quer evitar por suas características físico-ambientais ou
por estarem distantes do núcleo central evitando a demanda por expan-
são de infra-estrutura nessas áreas.
262
Estratégias de Desenvolvimento Regional
263
Gestão participativa e desenvolvimento local
13
Conforme já observado anteriormente, antes dos anos 80, as experiên-
cias democráticas republicanas foram relativamente curtas. A primeira
delas foi demasiadamente marcada pela política “café com leite”, o que
não conferiu ao país uma verdadeira experiência de democracia. Após
esse período, o país viveu um regime populista e ditatorial (era Vargas),
seguido de uma breve experiência democrática e, novamente, por uma
nova ditadura, desta vez militar.
264
Estratégias de Desenvolvimento Regional
265
Gestão participativa e desenvolvimento local
266
Estratégias de Desenvolvimento Regional
14
As localidades consideradas povoados são as seguintes: Angico, Tanque
de Pedra, Mocambo, Lagoa Bonita, Aningas e São Clemente.
267
Gestão participativa e desenvolvimento local
Muito dessa deficiência, por sua vez, está associada à falta de es-
trutura e à passividade dos órgãos públicos municipais responsáveis
pela fiscalização e monitoramento. Se, por um lado, as secretarias mu-
nicipais se ressentem da ausência de pessoal capacitado ou em quanti-
dade suficiente dentro de suas estruturas15, por outro, as demais ins-
tâncias de poder, dentre elas a Câmara de Vereadores e a Promotoria de
Justiça, passam ao largo da responsabilidade de exigir da administra-
ção municipal medidas corretivas e definitivas. Da mesma forma, a po-
pulação reconhece a ausência de controle público na forma de uso e
ocupação do solo urbano, e, por sua conta e risco, assume a construção
de moradias sem o devido assessoramento técnico ou executa
loteamentos privados, na maioria das vezes clandestinos e absoluta-
mente ilegais quanto às normas básicas de parcelamento urbano.
Além dos parcelamentos clandestinos e/ou irregulares e da ausên-
cia de zoneamento urbano, também é muito recorrente a presença de
vazios urbanos (e sua retenção especulativa) e usos incompatíveis na
cidade. Aliados a esses problemas, é evidente a sobrecarga de equipa-
mentos e infra-estruturas urbanas, a distribuição desigual dos serviços
públicos de infra-estrutura nos bairros da cidade, a dificuldade de aces-
sibilidade intra-urbana, municipal e intermunicipal (o transporte pú-
blico é ineficaz, a malha viária é pouco conservada, inadequada e sem
hierarquias e existem muitas barreiras arquitetônicas).
O município de Nossa Senhora da Glória também enfrenta proble-
mas graves relativos às suas condições ambientais, com várias áreas de
risco ambiental. Dentre os principais deles o mais importante é, sem
dúvida, a degradação dos escassos recursos hídricos decorrentes da au-
sência de saneamento ambiental. Além disso, na zona urbana há uma
15
Além de pessoal reduzido ou incapacitado para a solução de problemas
relativos às questões urbanas e a inexistência de órgãos fundamentais
na estrutura administrativa (como uma procuradoria municipal para o
encaminhamento de litígios urbanos), não há um sistema de acompa-
nhamento e controle, nem tão pouco um cadastro imobiliário municipal.
268
Estratégias de Desenvolvimento Regional
16
O que explica os conflitos nas áreas onde estão localizados muitos dos
assentamentos rurais.
17
A área total do município é de 745,4 km2, cerca de 3,4% do estado de
Sergipe.
18
O município carece de uma política tributária mais eficiente (ausência ou
cobrança simbólica de IPTU, ITBI, ISS e a conseqüente dependência de
financiamento externo) e de uma política de saúde e educação mais arti-
culada com a política urbana. Além disso, não há políticas de geração de
emprego e renda, de lazer, de amparo às pessoas idosas e portadoras de
deficiência, de segurança pública, de conservação do patrimônio histórico
e artístico material e imaterial, de regularização fundiária e habitacional.
269
Gestão participativa e desenvolvimento local
19
No município de Nossa Senhora da Glória existe uma dezena de conselhos
a saber: Saúde, Assistência Social, FUNDEF, Merenda Escolar, Segurança
Alimentar e Nutricional, Desenvolvimento Sustentável, Tutelar, Erradicação
do Trabalho Infantil, Idoso e Comissão de Emprego e Renda.
20
Isso se refletiu, por exemplo, na baixa participação dos conselheiros
municipais nas discussões para a elaboração do Plano Diretor municipal.
270
Estratégias de Desenvolvimento Regional
6 Conclusões
21
Nos últimos anos, com a avalanche de recursos aportados pelos royalties do
petróleo, muitos gestores locais se depararam com a difícil missão de ad-
ministrar, subitamente, um aumento expressivo das receitas municipais.
271
Gestão participativa e desenvolvimento local
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Estratégias de Desenvolvimento Regional
273
PARTE III
*
Economista pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Mestre em De-
senvolvimento Econômico na área de Economia Social e do Trabalho pelo
IE/UNICAMP (lmarcosoliveira@gmail.com).
**
Professor Livre-Docente do Instituto de Economia da Universidade Esta-
dual de Campinas (claudio.dedecca@eco.unicamp.br).
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
1. Introdução
1
Deve-se ter em mente, portanto, a complexidade do macro-setor saú-
de, que agrega atividades econômicas bastante diversas, que funcio-
nam segundo lógicas próprias e que diferem significativamente entre si.
Para entender o funcionamento destes setores sugere-se a leitura de
Negri e Di Giovanni (2001).
278
Estratégias de Desenvolvimento Regional
279
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
2. Considerações metodológicas
280
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Quadro 1
Síntese das fontes de dados e informações sobre recursos humanos em saúde
281
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
282
Estratégias de Desenvolvimento Regional
2
Ver informações no endereço eletrônico a seguir: <http://
www.medicina.ufmg.br/nescon/pesquisas_sinais.htm>
283
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
Tendo isso em mente, fez-se a opção pela utilização dos dados dos
últimos Censos Demográficos e das Pesquisas Nacionais por Amostra de
Domicílios, que se dará apenas de forma marginal à discussão qualita-
tiva que se procura fazer ao longo do trabalho – e que está assentada em
amplo referencial teórico –, e terá, fundamentalmente, o objetivo de ex-
por os elementos básicos constitutivos do mercado de trabalho em saú-
de, tanto em sua dimensão setorial quanto ocupacional.
284
Estratégias de Desenvolvimento Regional
285
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
O Macro-Setor Saúde
286
Estratégias de Desenvolvimento Regional
287
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
288
Estratégias de Desenvolvimento Regional
3
Optou-se, neste trabalho, por não apresentar toda a discussão relacio-
nada às dificuldades de compatibilização dos dados entre o Censo
Demográfico e a Relação Anual de Informações Sociais. Para maiores
detalhes, consultar o capítulo 2 do documento elaborado por Dedecca et
al (2005b).
289
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
Tabela 1
População Economicamente Ativa (PEA), população ocupada e ocupados no
setor saúde
290
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Quadro 2
Estimativa do emprego gerado nas atividades de atendimento à saúde - 1991
291
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
Quadro 3
Estimativa do emprego gerado nas atividades de atendimento à saúde - 2000
292
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Quadro 4
Emprego formal em saúde - Relação Anual de Informações Sociais - 2000
293
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
294
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Gráfico 1
Níveis de Remuneração
295
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
Tabela 2
Diferenciais de rendimento hora entre grupos ocupacionais (1991 e 2000)
Brasil
Valores Diferença relativa de
Grupos ocupacionais Absolutos rendimento hora (%)
(em reais)
1991 2000 1991 2000
Graus de instrução
296
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Tabela 3
Distribuição da população ocupada e dos ocupados no setor de saúde se-
gundo o grau de instrução (censo 1991 e 2000)
297
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
298
Figura 1 - Número de médicos por mil habitantes – 1991
Fonte: Censo 1991. Elaborado a partir do Programa Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD).
299
Estratégias de Desenvolvimento Regional
300
no macro-complexo da saúde brasileiro
Dimensão e características do mercado de trabalho
Fonte: Censo 2000. Elaborado a partir do Programa Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil (PNUD).
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Gráfico 2
Fonte: IBGE, Censos Demográficos.
301
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
Gráfico 3
Ocupados em saúde no Brasil – 2000
Fonte: IBGE, Censo Demográfico.
302
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Tabela 4
Diferenciais de rendimento hora entre grupos ocupacionais por gênero (em
%) - Brasil - 1991 2000
Homens Mulheres
Valores Valores V. Absolutos V. Relativos
Absolutos Relativos (em reais)
1991 2000 1991 2000 1991 2000 1991 2000
(A) Saúde 10,84 11,83 (A)-(B) (A)-(B) 8,32 5,91 (A)-(B) (A)-(B)
= 12,7 = 97,8 = 22,2 = 31,6
(B) Urbano 9,92 5,98 (A)-(C) (A)-(C) 6,81 4,49 (A)-(C) (A)-(C)
= 186,8 =277,9 =276,4 =163
(C) Agrícola 3,78 3,13 (B)-(C) (B)-(C) 2,21 2,63 (B)-(C) (B)-(C)
= 154,4 = 91 =208,1 = 124,7
303
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
304
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Gráfico 4
305
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
Gráfico 5
306
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Gráfico 6
307
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
No ano 2000 a situação não era diferente (ver gráfico 7). Em rela-
ção aos demais ocupados, continuavam altos os rendimentos auferidos
pelos empregadores do setor de saúde (aproximadamente R$ 28,23 por
hora), assim como os rendimentos dos trabalhadores autônomos ou por
conta-própria (R$ 18,21 por hora).
Ademais, cabe ressaltar que os rendimentos médios (por hora) re-
cebidos pelos ocupados do setor de saúde foram maiores do que os rece-
bidos pelo total da população ocupada em praticamente todas as posi-
ções na estrutura ocupacional (a exceção fica por conta dos rendimen-
tos dos trabalhadores do setor público, que são praticamente iguais nos
dois cortes, com uma pequena vantagem para o conjunto dos ocupados
– que recebiam, em média, cerca de 6,05 reais por hora – em relação aos
ocupados em saúde – que auferiam R$ 5,98 por hora). Diante do exposto
até aqui, caberia então discutir, a partir dos dados existentes para as
principais ocupações que compõem o núcleo do setor de serviços de saú-
de brasileiro, alguns aspectos que são abordados de forma recorrente
pela literatura da área de trabalho em saúde.
Gráfico 7
308
Estratégias de Desenvolvimento Regional
4
Os dados para 1991 não são representativos, em função de problemas
metodológicos na construção da matriz que possibilitaria estimar o total
do emprego em saúde.
309
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
% da ocupação Estrutura de
Remuneração
Ocupação Censo Censo Pnad Censo Censo
1991 2000 2002 1991 2000
Médicos 3,8 7,0 6,8 6,82 6,66
Cirurgiões Dentistas 2,5 5,4 4,3 4,74 4,70
Enfermeiros 0,8 1,9 2,1 2,74 2,48
Psicólogos 0,5 2,2 1,0 3,83 3,85
Fisioterapeutas e
assemelhados 1,3 1,8 1,6 2,28 3,03
Técnico em Enfermagem 11,3 15,0 12,8 0,00 0,98
Auxiliares de Enfermagem n.d. 7,6 7,6 0,96 0,80
Técnicos em fisioterapia 3,2 0,7 0,8 0,74 1,98
Agentes de saúde 1,3 5,8 8,1 0,87 0,75
Supervisores dos serviços
de saúde 1,5 0,1 0,0 0,47 0,90
Farmacêuticos 0,4 1,6 0,8 3,03 2,80
Assistentes sociais 1,2 2,9 2,9 2,17 1,74
Atend de creches e
acomp de idosos 1,4 14,5 18,6 0,31 0,33
% no total das ocup.
principais 29,2 66,6 67,5 - -
Total – merc. de trab. nacional - - - 1,00 1,00
310
Estratégias de Desenvolvimento Regional
311
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
312
Estratégias de Desenvolvimento Regional
313
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
314
Estratégias de Desenvolvimento Regional
315
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
5. Considerações Finais
316
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Referências bibliográficas
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Marcelo Soares; BARBIERI, Carolina Veríssimo. A dimensão ocupacional do
317
Dimensão e características do mercado de trabalho
no macro-complexo da saúde brasileiro
318
11
A influência das ações ambientais
no comportamento estratégico
das empresas
*
Doutora em Estratégia Empresarial pela Universidad Complutense de
Madrid, Espanha. (2006). Especialista em Administração Hospitalar, São
Paulo (1988). E-mail: alcione.fonseca@yahoo.com.
**
Doutora em Estratégia Empresarial pela Universidad Complutense de
Madrid, Espanha (1996). Especialista em Gestão de Empresas de Turis-
mo (1997). Docente da UFS na graduação e nos Mestrado PRODEMA e
Desenvolvimento Regional. E-mail: jennyufs@gmail.com.
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
1 Introdução
320
Estratégias de Desenvolvimento
321
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
322
Estratégias de Desenvolvimento
323
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
4 Desenho da pesquisa
324
Estratégias de Desenvolvimento
325
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
DIMENSÃO/CONTEXTO VARIÁVEIS
Organizativo Setor atividade; antigüidade; nº. de emprega-
dos; faturamento; exportação; grau de forma-
ção do entrevistado; grau de formação da equi-
pe diretiva.
Econômico e Situação financeira da empresa; quota de par-
Político-Legal ticipação da empresa no mercado; incorpora-
ção de medidas ambientais; incremento do or-
çamento para fabricar-vender produtos e/ou
serviços; conhecimento da legislação
ambiental; cumprimento dos requisitos e
normativas ambientais impostas pelo gover-
no; sanção sofrida.
Estratégia Gestão ambiental intensa: quantidade de pes-
Meio Ambiental soas formadas na matéria ambiental; política
ou programa adotado para preservar o meio
ambiente; departamento/ pessoa responsável
para tratar as questões ambientais; medidas
adotadas pela empresa para preservar e con-
servar o meio ambiente; natureza dos resídu-
os eliminados; fontes de energia de maior con-
sumo; gasto de água; outras fontes de ener-
gia que pretende utilizar a empresa.
Adaptação do processo: tecnologia utilizada no
processo produtivo; estado das máquinas e
equipamentos.
Ações estratégicas: tipificação de estratégias
para implantar um sistema de gestão ambiental
a partir das variáveis que a compõe.
Benefícios e vantagens Objetivos e benefícios que percebe a empresa
percebidos pela empresa pela incorporação de ações ambientais em sua
atividade; vantagem percebida com relação a
adoção de medidas de preservação e conser-
vação do meio ambiente.
326
Estratégias de Desenvolvimento
327
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
328
Estratégias de Desenvolvimento
329
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
330
Estratégias de Desenvolvimento
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A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
332
Estratégias de Desenvolvimento
333
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
334
Estratégias de Desenvolvimento
335
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
6.1 Conclusões
336
Estratégias de Desenvolvimento
337
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
Referências bibliográficas
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338
Estratégias de Desenvolvimento
339
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
340
12
Tecnologias sociais, cozinha solar e
desenvolvimento local: realizando
“Ateliês de Capacitação” em
Comunidades Vulneráveis em Sergipe
*
Economista, Doutor em Sociologia. Professor da Universidade Federal
de Sergipe (UFS) (teixeira@ufs.br).
**
Administrador, Mestre em Regulação do Mercado Energético. Assessor
da SERGIPETEC.
***
Engenheiro, Doutor em Engenharia Mecânica. Professor da Universida-
de Federal de Sergipe (UFS).
Tecnologias sociais, cozinha
solar e desenvolvimento local
1 Introdução
1
No que se refere o problema da degradação ambiental, as estatísticas
recentes do nível e velocidade do avanço da devastação vegetal do pla-
neta são alarmantes. De acordo com a Organização das Nações Unidas
para a Agricultura e Alimentação (FAO), em 2000, entre 30 e 40% da
população mundial dependia de lenha para cozinhar seus alimentos,
fomentando uma devastação de mais 960 milhões de m 3 por ano.
(Goldemberg, 2001).
342
Estratégias de Desenvolvimento Regional
2
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, a
queima da biomassa, em ambientes fechados, está na origem de um
dos principais problemas de saúde pública. Mulheres, idosos e crianças
são as populações mais afetadas, adquirindo infecções respiratórias,
como pneumonias e outras enfermidades. A OMS sabe que combater
uma forte fonte de poluição doméstica pode ajudar a, por exemplo,
diminuir as mais de 4,3 milhões de crianças que morrem vítimas de
infecção respiratória todo ano no mundo (Influenza, 1994).
3
No tocante a gestão do trabalho familiar, é importante salientar que, em
diversas famílias de renda muito baixa, e notadamente nas regiões mais
interioranas e rurais do nordeste brasileiro, é comum observar-se uma
forte movimentação de pessoas, principalmente de mulheres e crianças,
para a realização da coleta diária de lenha e biomassa para realização
do cozimento de alimentos. Muitas vezes, sob um sol forte e diante de
uma vegetação cada vez mais escassa, tal tarefa consome horas de
trabalho de uma ou mais pessoas da família.
4
É importante mencionar que, segundo o Balanço Energético Estadual de
Sergipe, o consumo de Gás Liquefeito de Petróleo, no ano de 2006, em
Sergipe, foi equivalente a 55 mil TEP. Quanto à lenha, estima-se que foi
consumido 29 mil TEP ou 8,99 t para cocção de alimentos (BEE-SE, 2007).
343
Tecnologias sociais, cozinha
solar e desenvolvimento local
que se pode apropriar uma família com o equivalente a 170,4 kW/h por
mês de energia, o que equivaleria a pouco mais de 13 kg de GLP5.
São principalmente estas as questões que tem motivado o trabalho
da equipe de pesquisa até este momento. Ora, na medida em que se
percebe a energia solar como um “bem público” (Jannuzzi, 2000) e que a
apropriação desta energia pela população necessitará de mecanismos de
acesso e de difusão social que estão além dos normalmente disponíveis
no mercado, através de simples diferenciais de preços ou de oferta e
demanda de produtos, a equipe de pesquisa atua, desde 2003, em traba-
lhos de pesquisa-ação que tem significado, ao mesmo tempo, de um
lado construir e experimentar os modelos tecnologicamente mais corre-
tos e, de outro, promover e sensibilizar os atores sociais participantes
do processo à apropriação de conhecimentos e construção do seu
empoderamento na questão da energia solar.
Nesse sentido, no texto a seguir, os autores procuram relatar um
conjunto de ensinamentos proporcionados, neste processo de pesquisa-
ação, com a realização de ateliês de tecnologia social junto às popula-
ções consideradas socialmente vulneráveis, através da construção e uso
de fogão solar do tipo caixa. Tais ateliês acontecem de maneira não
regular desde 20036. No período recente, no entanto, foram realizadas,
no âmbito da Secretaria de Estado da Assistência, Inclusão e Desenvol-
vimento Social (SEIDES) do Governo de Sergipe, dez ateliês de capacitação
e formação, totalizando trezentos e treze participantes, realizados nos
municípios de Aracaju (22/11/2008, 24/11/2008 e 27/11/2008), de Nossa
Senhora do Socorro (22/11/2008, 04/12/2008 e 06/12/2008), de Brejo
Grande (09/12/2008), de Riachuelo (11/12/2008), de Santo Amaro das
5
Certamente, estas projeções podem variar totalmente na prática pelo
conjunto de variáveis incontroláveis e externas como as variações e in-
certezas climáticas, os problemas da tecnologia, os hábitos alimentares,
entre outros.
6
Alguns trabalhos anteriores da equipe relatam a evolução das pesqui-
sas. Veja especialmente Teixeira et al. (2006) e Vital Brazil et al. (2006).
344
Estratégias de Desenvolvimento Regional
7
Para uma panorâmica mundial da utilização da cocção solar, veja tam-
bém Knudson (2006).
345
Tecnologias sociais, cozinha
solar e desenvolvimento local
8
Além do cozimento de alimentos, autores do presente trabalho estão
envolvidos em pesquisas diversas do aproveitamento da energia solar:
aquecimento de água, tratamento da qualidade da água, tratamento da
qualidade dos solos e desidratação de frutas.
346
Estratégias de Desenvolvimento Regional
347
Tecnologias sociais, cozinha
solar e desenvolvimento local
348
Estratégias de Desenvolvimento Regional
349
A influência das ações ambientais no
comportamento estratégico das empresas
350
Estratégias de Desenvolvimento Regional
9
Atualmente, a equipe de pesquisa e a SEIDS estão finalizando colabora-
ção para a implementação de cozinha experimental escola, a base da
energia solar, com fornecimento previsto, para ao final do primeiro ano,
de cem refeições diárias, assim como de uma estrutura permanente
para a realização de Ateliês de formação, localizados no município de
Nossa Senhora do Socorro em Sergipe.
351
Tecnologias sociais, cozinha
solar e desenvolvimento local
10
Desde 2004, depois de responder ao Edital de Tecnologias Sociais do
FUNTEC – Fundo Estadual para o Desenvolvimento Científico e Tecnológi-
co, a equipe desenvolve o Projeto de Tecnologia Social Cozinhando com
o Sol na Comunidade Mudinho, no município de São Cristóvão em Sergipe.
352
Estratégias de Desenvolvimento Regional
Figura 3: Momentos dos “Ateliês de construção e uso de fogão solar do tipo caixa”
Fonte: Equipe de Pesquisa, 2007.
353
Tecnologias sociais, cozinha
solar e desenvolvimento local
354
Estratégias de Desenvolvimento Regional
5 Considerações finais
355
Tecnologias sociais, cozinha
solar e desenvolvimento local
356
Estratégias de Desenvolvimento Regional
357
Tecnologias sociais, cozinha
solar e desenvolvimento local
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359
13
O papel do Sistema Petrobras no
desenvolvimento local: o caso de
Sergipe
*
Economista. Doutor da Universidade Federal de Pernambuco. Professor
do Curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Sergipe.
carlos.ufs@gmail.com
**
Doutor em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas/São Paulo
(FGV/SP). Mestre em Economia pela Universidade Federal do Ceará (CAEN/
UFC). Bacharel em Economia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Atu-
almente vinculada ao Departamento de Economia e ao Núcleo de Pós-Gradua-
ção em Economia da UFS. e-mail: jrsantana@infonet.com.br; jrsantana@ufs.br.
O papel do Sistema Petrobras no desenvolvimento local
1 Introdução
362
Estratégias de Desenvolvimento Regional
1
Ver Fernandes (2005). Paradoxo estratégico na exploração de produção do
setor petróleo e gás no Brasil. Também serão utilizadas informações deste
autor no que se refere a produtos substitutos, poder de barganha dos
fornecedores e compradores no que se refere a exploração e produção
de petróleo e gás.
363
O papel do Sistema Petrobras no desenvolvimento local
364
Estratégias de Desenvolvimento Regional
365
O papel do Sistema Petrobras no desenvolvimento local
366
Estratégias de Desenvolvimento Regional
2
Segundo a Petroquisa (www.petroquisa.com.br).
367
O papel do Sistema Petrobras no desenvolvimento local
368
Estratégias de Desenvolvimento Regional
369
O papel do Sistema Petrobras no desenvolvimento local
370
Estratégias de Desenvolvimento Regional
371
O papel do Sistema Petrobras no desenvolvimento local
372
Estratégias de Desenvolvimento Regional
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Diz respeito, primeiramente não apenas a liberação do comércio e do
investimento direto estrangeiro, mas também pela expansão do fluxo
entre países de intangíveis – informação, conhecimento, contratos pes-
soais e acordos gerais -; a crescente competição internacional ancorada
na difusão de um sistema tecnológico centrado em torno das Tecnologi-
as da Informação e da comunicação (TICs) – microeletrônica,
microprocessador, computador, software e internet -; e por último, a ace-
lerada mudança tecnológica fortemente associada à reorganização dos
processos de aprendizagem exigindo dos países estável investimento
em ciência, tecnologia e em capital humano (Pascal Petit, 2005).
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Rio Doce (CVRD), Grupo Votarantim (Cimento Poty) e Grupo João San-
tos (Cimento Nassau). Tais unidades de negócios são especializadas na
produção de produtos homogêneos e, geralmente, poucos passíveis de
diferenciação, entre os quais: óleo bruto, gás natural, amônia, uréia,
gás carbônico, cloreto de potássio e de sódio, como também, na minera-
ção de calcário e fabricação de cimento.
A análise da Tabela 1 mostra a crescente importância assumida
pelas atividades mínero-químicas de Sergipe, ao longo do período 1996-
2003 e, em particular da UN-SEAL-Petrobras para a geração de parcela
do Valor da Transformação Industrial.
Fonte: CEPLAN/2005.
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Os componentes básicos na composição das misturas finais de fertili-
zantes são: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K).
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Laboratórios institucionais a serem construídos com os recursos do Con-
vênio Petrobras-UFS: Laboratório de automação, Controle e Simulação
(LACS); Laboratório de Caracterização e Processamento de Petróleo(LCPP);
Laboratório de Caracterização e Processamento de Biocombustíveis(LCPB);
Laboratório de Modelagem e Ciências Geológicas(LMCG); Laboratório de
Tecnologia de Cimentação de Poços(LTCP); Laboratório de Tecnologia e
Monitoramento Ambiental(LTMA).
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5 Conclusões
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Bibliografia consultada
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Gestão da propriedade intelectual
e transferência de tecnologia nas
Universidades Públicas Brasileiras
Introdução
*
Economista. Mestre em Economia pela Universidade Federal de Sergipe.
**
Professor Doutor do Departamento de Economia da Universidade Fede-
ral de Sergipe.
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Número de
depósitos
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Tabela 3 - Brasil - Setores de Atividades que mais realizam contratos de Tecnologia – 2000-2006
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4. Considerações Finais
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veis por maior parte desse quadro, chegando a representar mais de 70%
dos pedidos, em 2006.
Quanto à questão dos pedidos de patentes depositados pelas insti-
tuições acadêmicas, a UNICAMP lidera absolutamente com 35% do total
das dez maiores universidades públicas brasileira. Essa liderança é atri-
buída ao fato dessa universidade ter sido pioneira na procura da defesa
do conhecimento e no processo de transferência deste para a empresa.
Contudo, no que tange ao total geral dos depósitos efetuados, os dados
apontaram que as dez maiores universidades públicas brasileiras têm
uma participação muito baixa, o que comprova a noção teórica de que a
cultura de patentes ainda é pouco reconhecida no ambiente acadêmico.
Com relação aos setores que mais realizaram contratos de transfe-
rência de tecnologia em 2006, em primeiro lugar, tem-se o de “Fabrica-
ção de produtos químicos”; em segundo, o de “Fabricação de coque,
refino de petróleo”, o qual cresceu mais de 150%; e em terceiro
“Metalúrgica básica”. Tais setores, juntos, representaram 30% dos con-
tratos de tecnologia.
Por fim, o processo de transferência ocorre a partir da exploração
do elemento da patente pelo setor produtivo. Para dar partida ao proces-
so de transferência de tecnologia não basta que o resultado da pesquisa
seja eficiente, é imprescindível provar que ali existe uma inovação. Ou
seja, apesar da garantia de independência no processo de negociação está
vinculada ao patenteamento da tecnologia, esta não assegura eficiência
da transferência. Para que a transferência seja bem-sucedida, é preciso
que a empresa apreenda o conhecimento proveniente da academia.
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Este livro tem o formato 15 x 21, foram impressos 500 exemplares.
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