Oduvaldo Vianna Filho - Manhãs de Sol
Oduvaldo Vianna Filho - Manhãs de Sol
Oduvaldo Vianna Filho - Manhãs de Sol
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
19 «(qb/657. f/1 22
; _AAUYAS _2€ Sou
O Loma
Carimbo do S. C. Autuação
rº—u—vw—ww—Twmr, remoto
1 (E". VR A - CRTR I
6fpyia
i A % O CENSURA DE
DIVERSÓES PL Bicas _ !
Kik/ PÉ ELCE
BIDO NA,T.OTC
.!
[ n?º/”
ª? teal. -|
%
;TEA.PTE.OÍ 60, /- A
r DEANBSB NSICPR
A FEDERAL, ea
ENVIADOS A CER$UR
rmeLação ps
s Rilini-
&urante a Fase
AS IL IA , qu e serão levados r-
BR Amader ds te
de VI Fe st ival de
natéri a 16 8a Agês-
de Sã o Pa ul o, a partir ds
no de Estado Cas-
ês 1968, a ão
19 68 , at é 31 és agêete
*e de
t.
tado de São faul
tame de Sul, Es
209
Ampecisção ée
Me nc rá ge ra * - é futas -
16/8/68 «A
Castano 3a 8ul.
Ansder és São
ação deo Teatre
fr is " - A Turra - Asseci
*FPe ge
17/68/68 a
otans ée 8810
Amador de São Ca Experi ge ntel
re um ge to na Chins" -
18/8/68 "Mer
atea *
", "Navio Regr
*a Construção
19/8/68 ©*Operáris
giline" - Jocrcâsªzb
na vida 4e Brae
ésie Estadusl 8e **
"Ya die
mio 14 de marçe- Gind E
R&F s Artis-
g Fa nt ac he s* " e "A ut o de 4a -. Produções f
20/8/68 "O
gicas Livr e. peuriis
br ux in ha qu e er a be a" - Regina Pacis - ce e
21/08/68 *A a Selete - CinÉsi
22/8/68 de Feme" - Grape Mari
na .
Estedusl1 Vil Barcaele st ro Amador 1a ds Maie
e" - Ta pr im - Pe
*Aptigen Usi-
2 3/8/68
ri bu te a Ab e* e "P ri meiro Herdia - featre
24/8/68 - "T
versidade és Pere. _____-comonema,
MQW' -vi Grudida
zaíB/sa téli
26/8/68 MAT e1a7- Ma menteSecial e" Ca“””"":zf
lis. __..... ,
- e Cami lÉpe atral Seale
27/8/68 segeu morre" - Grupo Te" - Expe
in ce nv en iê nc ia de se r eapbss
28/8/68 *A s
'
filaul “”.““o Assecieção de
ce e be m- am ad e" - à Turns -
"O de ri
29/8/68 ê 3u1.
de São Castaas
- Pentro Amedor ral inader Psas
-
en te de Pa rt id a" - Grepoe Peat
30/8/68 "P É
o
,
31/8/68 ENCERRAMENTO
Quão
MÍ— fre-
BR DFANBSB
NS;CPR.TEA pr
e 0460 p 4
ge sa
E 8
it!
B. 8 janslia (DM,)
lis toscos, de tijolopratica
veis, Nomeio de cêna,
enroladeira, Um caixão
a suis, de banço,
3 b M. MWWovo
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre, o"©O /: S
D Is IRREBU IG Ao
IEONOR....Ã/lg"Z......"......................a* e é a +
ae 4 e sa da L a a - a o o o
IrMK GA ,, ..ZÁNdaiane iara ea ee a da eae a ad dera e da Lea ea ida « . .
)míiâ ,,,ÃÚ, ,,,lã'Íf'l,,,,,.,EÍ
,“),,,, .iii,,,,'9,,,)9'.,,'9)|l',35
9,,,l,!l',3
wa;;;;oncooooocoo..-00000000...ooo-coocuco.-ooooo
o-uoooooc ..... é e e é e e a e é e e e * e a +
HILlªNÍÍO.........UÚ'C'.....
'....'......D.C...........D'
........OCIOIOO....OCCOÍQ
, de d , % dedo 36 3 Ode do _ de ao
BR DFANBSB NS;CPR.TEA.PTE, O
p» *-==w
se demere.0lhe nanãe !
ss (PAHA A IM que 3AI£)é Não
4 o
DrunTro) Já vou! *
(v] como o reste da
ssa tia Gabriela é bonita
EM #08 DE SURL A).E famflia?
RiNATO;:
tia Cabriclia!?
p-1l041-
_PEQUILTOTA:S
SINHL Não....
€ ! uso p
Fon Di CEMNA,DA R.M.)-Sinhora! Sinhorasa!
Vem cá ,Gondenado! &
)=Jé osto u aqui, sid CHIQUINEO % UM RAPA-
CEIQUINNO:-( ENTRANDO EB.M. RÁÍIDOS,
2INHO pó LOcAL,PENO E CRIA DA CASA,MIÚDO,DE SE AS PAX
DIABREYTE
oa vivo E RESPOSTA PROMTA,SERIA UM VERDADEIRO
O,ATITUDES DE ANJO....).
capas Não o FIZESISE ADOTAR, pr quampo Em QUAND é que você estavád meti-
EutxnR:- (ssmuras 8 ALTERADA ) , ONdo
E do? ,
cE14u - Zu estava R9 »»»» à venda do NhB
- Não quero respostas! Cala a boca,pêste!V4 ali l
ssa
Mito Brango o veja quantas horas são . Depre
(SAINDO COMO UMA BALA) - Sink Sinhê .
nÍNUuIi:- Venha of, Condenado!
iu ino: -(YOLTANDO) .-Sim, sinhê ! chegar.
se 8le sabe a hora certa do trem
Espere, bandido,
it :(VOLTANDO -Sim, einhê !
* Q Estado de São Ifaslo" já tiver chegado, que mo empreste
um isstantinho.,
IUINEO:- sal movamEnTE,COO UM PE-DE-VENTO),
' RNo Toro pA ESCADA).- Um pé 14,outro p'ra
sai( ENTRA PARA CABA,RESMUNGANDO).-V gabundo que nãoo serve FUNDO ,
nada:.... ( PAUSA,RÁrPiDA.A MEpo O roRTT DO
és PUNRO S XX
cniquINBO ENTRA, CAUTELOSO.ESPAEITA.CORRE à rota da o.CERRA
DE milva,çaGira08 NO AR NUMA AMEAÇA).
il guri O:-Jararata!l
%ÍVÉEEEE? (pa JANELA,CHAMA-0)- Chiquinho! ( 0 PRÍZINHO NO ASSUSTA-SE.VOLTA-SE
CEO) .Souen!
NUM "AIa AnGUÚSTioso E CAI SENTADO
as MOS AO
(voLuta 3 CASEÇA,VE ALVARO -que____suste | E( u#va
DESAT A A RIR,9EM
conação que quer saLTAR&LHE DO PEITO
FOLEGO ,MUMa Crise DE MERVOS).
0460, p.
BR DFANBSB NS.GCPR;TEA.PTE ,. 1
p-ll-ª“
P-1 417
6 mas e»*+
ALÇANDO Os PUNBÓS).- Abi
=Não,não passou,( COMPREENDENMDO,ENFIM 08 SIMAIS).Passa às
cisto é quarenta e dois.
= É o jornal?
CHIQUINNO:- O jornal? Pois é,., Abt NBS NKito masdô dizo que a casa »
empresta mais jorná.Quem quisê 18 que compre!
MutmnE:- (como uma Pdaia,posCENDO As com a InTEmÇÃO or in 19
mar DO VENDEIRO).-fle disse isso? You lá e dle..
0 Arifo 30 IR).
( os Dois puíurinos paa SAaLVAr 0 OLtimso E
sets por InNSTINTOo DE CUMSURVAÇÃO).-OQ tgem!
PARA CASA) Pequitota!
JÁ estão prontas? -(SAl D.E A SUA VOA SS PDRDE)-Pasonhas!
A NB acas-MNortas ! Dopressa !
RENATO: Se voco não me trouxer os ovos conto tudo já !
p-20.21
ao mesmo Tempo, EMPhEARINDO,O DO FUNDO APARECE A FIGURA ALQUEBRADA
pó Estr pominGos<s'omincos* como SLE gnóralo se cama.! um DEPEETOo VELHQG
Tre cento E abeums amos. CADUCO.,S80A CABEÇA r UM FLOCO ALGODÃO ;
SEMPRE TOADAM
quasi MTO AMDAÇARRASTA-SE.PEDE ESMOLASFALA SOZINEO,CANTAROLA
AFRO-BRASILBIRAS,ACOMPANHANDO-AS COX UMA SANPONA DB SONS
se vão quamto SEE x anpa semrar ACOMPANHADO OU EM COMPANHIA. DJ
SUM VOZ ViM 00 FUNDO).
E__DOMINGOS:;- Arimandolá,0u8
Arimando18, 08!
Eh,AR!
(Entra arokapo a UM Pahaçoe DE PAU)-"Suns Cristo!" (ENIJA 9
| (CAMT-
se.9B,VOLTA A 8.0 PORTO COmo SE MALABSE A ALGUÍU|= |
NRANDO EM DpIiRECXO DO P0Ç0).-Cangoetê Moanouami cundga!
UW LONGO ThAGO
mroa Aa sanpoma somar o Poço aPANHA O SaLDE ! SEBB.-Rek ,
Pe Aeuaçorerscas DEPOIS,A0 SE INVÍSIVEL COMPANNEIRO)
ALE 1%
- PAUA A no”. G 1a - A E ! CME&UI A NCGALR
COM Aa FRALDA DA C)
AÇO
8101
BANÇO 10
MISA Wanna
E canta TOCANDO SANPONA),
Azrimandol8 , !
Ao imandolá , ná!
Assacarila-assalkará !
Vó i !
s Eh 1AbBl
ha...- dençá, aci! ( COMO SE AEGURASSE ALAN COMEÇA A DAK-
car).(ouvuesE Os Gulãos Dos CAVALOS DO Inonl qUB 39% APRÓXI
careaLHapas Moças comssu a voz Do Paszs vELHO.ETN
ma e Loco prrois 841 DA CAS
CASA DO F.WHANDX
Té ABRE A JANELA,ALVARoO SURGE A PORTA DA AS GARGALHADAS DE
ps D.A conasr,amquasto cresce o LL Fora 8
- LonorR REDOBRAM) , O
(J4 ko ponsão po F.,ADKINDO-0)-Entrem!Entrom!( ENTHA LEOXOR;E 7]
801, *É1 11 , MOCIDAPE . ALEGRIA .SEDUÇÃO,TUDO SE REUNE NESSA
Pa são Um HINO
«emmm EMCANTADOAA DE AMOLESCENTE,CUJA VOZ,0 GBSTO,0 OLHar
ENTRA DENTRO DE UM UNIPORMB DE COLEGIAL.BBIJA ESTOUM
Cos PELA CENA 1004 , EN-
- pamENTE a vla no a PaZENDO CAIR E CORRE
cont.
#R DFANBSB NS;CPR;TEA.PTE. 0460, o.
13 .
cont.p- 21 p-!:%993
CHINDO-A COM A SUA JUVENTUDE,IRMÃ GABRIELA,ÇA VELKA,ABRAÇA E BEIJA
NERNEX AinDA maL Do susto que Ev com o ESTOUVAMENTO DA So mr)
NBA) .-
ABUISLA;- Deus te proteja, pinha irmã!
HiNpÁ;- ( COM os oOhhos Pebcapos em LEONOR MEXE sm 1" DO )-Amém !
©GKIquimno DEMaLAS Pára O INÍBRIOB DA CASA
ba D.AS DUAS estão JX ESTL SOBRE o P9g0,8A4
- JANDO,ALEGREMENTE,ENTRE SINOX S PeQUITOTa Que ENTRARAM A CcORAER),
ALOXOA;= Como tudo isto é bonito!Campo,Fl8res,cóu,pássaros e ...até e
a ta cazisha feia,como é bonita, Jesús! Deus,quando castigou Ad
esqueceu-se dêste pedaço de DA PORTA DA CASA , Q
LHASA COM MARCADO INTRABSSE),
NEXNHX:- (BSCANDALIZADA)-Que é isso, Leonor?
DOMINGOS: "Suns Cristo" ,
RUE Só AÚOHA 0 NOTA) (taem 8? a
f o mestre Domângos,não se lembra dole?
FABENDO FORÇA PAA RECORDA-#L)-O mestre Vomingos?-(SALYTA DO PH
O E TOMA-LUE A SANPONA )- Deisa-me tocar um pouco de saufona?
BEXTA-3E _ NO DANÇUINEO).
MINGO (NUM Caito ROVUFENHO)- NUmi
ASSUSTANDOSSE DUIXA CAIR A SANPONA E rO6rE)- (ABGAÇA-SE A
GABUIELA),
w
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.04GO, p .16 .
coat «(Mºz 5
e0a%,-28 p-26
NIUINLO:- "Desejamos".
Desejamos , Abn, ).
?”Ifhi'urn-rn
N 7 T NH!
Vou falar.
ba #%
Não lhe parece? O Firmimo está com de à se amarrar-s e"
é
queria que a s enhera fesse madrinha d#le nesse cons "matrimenialsyY
NHO FIRMINO
([ WTIM DAT Nm T A l b sa
LG UW. M A Xs du Nano DB IN LO L J « ºf?“ AN
va e 1 ima) No e 1 um A e vai da
rece uma cacnoelra: nasceu p'ra Cªput-adº
1
avra . Pois... eu sou noive há uns par
Há uns vinte...
FIRMINO
NHANHÃ
FIRMINO
Pelo contrárie: pranta que não é meiêa moiada 4 que nãos dá fruita...
NITINHO
fle a inda nãe se «asou por um caso de convicQãe pelítica, nãe lhe parsce?
FIRMINO f
NITINHO
A L
CONTINUAÇÃO.
' NITIRHO
Nite...
( PROCURANDO LEMBRAR-5E).
NITINHO
e---
farmÉécia e sacristão no tempo do padr
Nito. Nito Franco. O Nitinho da
GABRIELA
RITINESO
,não se lembra? Filho 42 Dona
Graças a Deus, nro lhe parece? Este éo
Maria, A yIÁVA , e o
FIRMIRO
do psi ter morrido, se
O que teve a desgraça és mascê dois anos depois
é
lembra?
GABRI FLA
Zesê? E s ua mas?
O RISO). Como vai você,
(conTtENDO DIsCRETAMENTE
NHADO DE 5Ua CLASSESA
PONDE COM UM *peu" ACOMPA
( Aa cara PrrouNTA 2EZ% RES
A);
APARECE A PORTA DA CAS
rmISADA DE BÓBO: LrONOL
R0 FIRMINO
SE). A benção.
GABRIELA
$ FIRKINO
R-e-s-sabe==
Rao sabe?
FIRMINO
são?
como é que eu vou sa ber quantos
*les ainda nãoo nasceram
HITINHO
LEONOR
008 A IMITAÇÃO).
TIA $.
' LRONOR
(AIEKDA A NITINHO);Estd sentindo frio"
AHIFINHO C
Não , senhorita. Por que? NS
LFONOR
(APONTANDO-LHE O PANO DO OLHO). Betá com uma janela
fechada, .. E
NITINHO
Jensla?
212%
JINELA ! tepa-oio, num é? Abn,ahn, aha abo
LFONOR
(IMITARNDO-=O)JIINPLA? Abr, aham, abana, ahnj... ! sim, senhor.
(2az€ rIcA SOBITAMENTE StrIO, CROCANDOSE Com O GRACEJO).
GABRITIA
(BAIXO A LPOROR, ENTRE-ZANGADA E RISONHA). Minha filha,
nossa gente é muito descofiade.,.(a eles) Na o levem a ma
Tle gosta mito de brincar.
CONTINUAÇÃO ) mess
i GABRI BIA
CHIQUINHO
SINFRA
| .. -
PRQUITOTA
ALVARO
Que é isse?
RFNAYO
RENATO
CUIQUIRHC
1MRONOR
Sou o Lampe
ao disfarçado,
ENATO
Disfarçada de a
mal-cris 2ida ?
TAB
mA
ON R
nao me co n fundirem
f com O Senhor,»,
Nr +
Al rLA DtO
aro Ed
Nao seria possível,
X Ele n 820
T.
AELÇINK M
RENATO
>* a 7 ; : a e a
tab bonitinho, nem tao 7
mal- educadênho.,
eanrl
, POr i Tr-“. A T 7 A TV A
KC LIA ANDA ds dd 24) LA
RQU
Er teg u
PRE ITOTA
gmVV N2/ e
Que é isse8
M Tmr
.]. deal
V
“Avª-TV A PM Ao
h
ZênCUlP
bichas e mor
cont.
ALVARO
L2QHOY
ALTVA RO
(PSTRANHANDO A Banho?
LEQYXOR
ALVARO
LEOXOR
RINDO B Voc...
ALVARO
--dvEPe9hhseem
Pina:
ati its *a
1a
RENATO
conosco"
AZQMOR
39
HTYUSTR! DOMINGOS
VRONOR
Togue| Toque
UI
LEQNOL
OHIGULRHHO
HFENAFO
au pr prom bm
At V Nuª)“
|)
:
UIQUINAO
Os Três sorRLEM DO DESESPE
( Eo E CHAZARDO
Sinhd?(Paka os Três FAZENDO UM
RO Pequitota?
Estão vendo?!-po
PausA no CHosO, COM CERTA IMPORTANCIA) .
Um.
LEONOR
Um sé?
ALVARO
Um só
doente?
Quem é então o módicos
ALVARO
Eae
LEORCRER
% o doente eo médico...
AUNTNA
R2 LA AN de 4. ACA
AA r A x.: 7 e nm (* 7 á ! a a . 17 rr er
00 v PF er ! Su G OuvaTY 4a SYLsS0oo SVN
"*ONTILNMUIHU ISSHUHLNI KHDN é ue 10WeMNM *(XSSYDSOTIONOW XS ONO
[ opueroweu '091)
=ISNVUL VHON' as-
|18P
***s tem souele311Iq
N *su exque epreeiseuyepee49e eo; onb eouerq eitepusd ª.w * no A
DMFHHPIÉÉ
te) nes o 3 ouooug
HONOHT
*(oaIvunO 0 O Ay UOI OINVE)
OUYVATY
9
pap ou somelod 9 en sou Ttuagossasp samae;asgemsep opueno 0€9)
LÁ
OV NHH
XA4ULSHWN
ATYNTM
[UE Zi.
VIYN a ANO
NMIAVHNOSIU
AMG M RU .:rfr > NYVHIOHUIMX
eM Y Ká ..rrsfr. A ddd aditado
ZS S3u7
sudo O
R5 CL AJ
uesuquy ** *wuog ** *uog** .Mãéo nqeuta
TMA y
(rfLulP'./Ll nrrlrrvnf lll
nee T
095 |
N TUMTIT
(r; v ad
WF | nA AW ty (T NWA
br./(L, RALA ATO MCA qkrnrl VAGA virª.!
UANA
rr/XbF/xí
* f um OTTT UVyULI
IEÍFII<E CL W Cá ALC
(A TR NY
R2 lado Vo Alada
A 7
,(ngth
COKT ;
CHIQUIRHO
ALVÁ RO
LROROR
Bois? F o senhor...?
ALVARO
LEONOR
ALVARO
LEONOR
Não | .. o
ALVARO
Nãe?
LEORNGKE
Não.
*LVARG
se
ALVARO
Heir*?
LFOROR
ALVARO
LEQROR
Te bom...
M1FARO
(SATISFRITO). Ah
4%
U[; "Thªtª; N
cont, CPR.TEA.PTE
ªuf 0lGo p.33.
LEONOR
ALVARO
Toãào louc
CADDTNTA
SORRINDO
a
se eu lhe s
disser que tenho juíz
LEONOR
ALVARO
Fugidoe por
perigosa do munde]|
Ros loucos?
LEONOR
& aa
4 a meinor gente 11“ CONhBEÇO ,as
conheçe muitos
Obrigado,
LEONOR
+
Não h% à
cont.
ALVARO
Eés de
LEONOR
2I.VARO
Da neus ou de vista?
UEZOROQKR
De viste e de nomes.
ALVAI©
De vista...?
IFGNGCA
ALVARO
Tem juízo?
A daRÃ
Ade LataA Ru! eRe
ALVARO
LEÇRNOZ
ALVARO
Perdoeu ;:
LSOQNQGR
Eentão então"...
ALVARO
Então... que?
AFONOL
ALVARO
LFEQNOR
( BATENDO ParMas ALFPGRIMBNIE), muito bem! mito beml!
ALVARO
Es. senhorita?
LEONOR
ALVARO
Bravo:
LFORNORK
LRORBR
- POR estar longe de mim,
E ALVARO
longe desi?
C leonor !
longe de tudo, Do mundo, entendeu?DO
meu irunêgo
ALVARO
E qual é eo seu mundo?
LEÇNOR
O RITO DE JaNEIRrC!
KJ
BR DFaNBSB 38
“ALVARO 44 2
o nio 3 8E0?
LEQGROR
simsenhor
13) eo aplico
t
1LYVARO E MEU TAYBTM
pr comum: O RIO
ALCUMA coIsa Bm
Bram vi quim MINHAMOS
LRONOR exa/39%
é de ninguem. TUDque
de todos e nao
seu , e
h MEU, e nosso
,g or al me nt e é do s ou tr os,nioe? anossa terra ,0 oSAº S0M-
da gente nosso bonde e a
a nossa ºâsaoo
que estápensando?
rua, O
bairro, - nossa
pre de outros , 34 xingou? (pausa1).......5FM
! LV ARO
"
TAL) .ãiªmeumomção...
(ENTRE JOGASO E SENTIMEN
leonor
, como o R1IO4 de janeiro?
(Anmmwm)..é de todos
ALVARO
Apenas não e "meu, .-.
os WEB?
e , E és nin gue m , com o as ruas,0os bairros, e
ée
ALVARO
inteirs-
.,N ÃOé meu , mas era .AI TN hz muité pouco tempo era
NRO O
ooo ( ouB aN- SE , LEI EEIRA PAUSA EMBaRAÇOSA;UM PRSSAR
SOBE,DE UM SALTO,PARA CIMA
tmn“ meu ...o-o
OCaHTA,EÉLA
RÉMA/ O
ÉEAGINDQ
Do POÇO
d
6%
- é seu nome?
3 " ALVARO
ALVARO
LEONOR
ALVARO
DE ALENCAR.
LEONOR
( ao INVISIVEL).DE ALENCAE
ALVARO
MAS com está falanio ?
LROBOR
NÃo voE ?
ALVARO
MÃO vejo ninuem.
LRONOR
LEOROE
- que o senhor É muito simpatieo.,
A ULFARO
56
a sc 1 APF)
nao º'naá%.(30kãíj no Vir q Sedinhe, ( RHOYAXEETE
A NB) está mol Ror?
LRONOH
estou , mas «ue tem?
ALVARO
1 ACARYOIARDO-LHB A F108INRA i---pÚTrgunte
ao PAÚSA,OS
OLHOS Ds amBOs sa MMOONRITEAM, DEH,
a val, NOM RrasTr),
LFORGS
5 15,
A :IVÃEÚ
59
A FABBLA jo Mestre Domingos , dis quo foi sosim que Sle começou "IRA
O DEDO Na TESTA, MOYARENTIREPARA INDICAR (OUVCURA)beatendo janelag, (RI
ALVARO BATE NOVAMENTE a JaNELA .0S PÁSSAROS PaRAE, 105 POUCOS SB CANTAR
BLA RI, PDIRICI-88 Para O POÇO, SUNTA-SU HJ, ATE CHORAR, INPANTITIMENPE
sam PrREOCUPAÇABD ns coMOTYER , UM PÃssgaroO CORGEIA ALTO 3 MAIS PERTO
ELA LEVANTA-A CABEÇA, AINDA CHORANDO,F RESPONDE COMO PAS-
#9 r r e 9 r pre ee ee r 4: ? 9 1 1 ?
59-60
a ATO"
à LEONOR
( A CADA PALAVRA QUE PRONUNCIA O DEDO INDICADOR NO PEITO ]
Você acaba
estám): 3a Esteiss viredas.,! melhor
apanhandçohode lMsm a
Olhe #t1%#%la *,
Oi “arme
(asSUSTADO, DR UK GRIYO,LPVABTA a MãO 1 ousa , COMô EscuDo 3 Dlos
SALTO Da JANDLA, PARA O QUINTAL SUPLICANDO ) ! não faço mais
(LBONOR rRi.as PmMqUEHaSs O PIãO , COM MNDO PARA JANELA
AS RIZADAaS REDOBRAM,RLE PRROEBEADO a BRINCADNIRA, SOBE NOVARENTE 1
, as PROUENAS COM O OLHAS.)
. (SMP
Talo
2001 OPa
Abriu o boryrasdor!
; LiDWGR
SINHK
Qxae%
( DF GHORAF) que tem você ,
LFOROS
(CHORARDO)
&
Entao par qua esté chorando?
LEOBRQAR a
[GHORANDO mostrar como você fica foia quando chora ( RI
OHTOURRHO | LEVaVaM a sStxlo o csoRO Dr LEOBOR rIaM
TARBRM ),
- TNPSB NS
.CPR; TEA p
64 e 0460 e
-49.
ÉÍRHA
( soRKX, oLEa Para "a
pos CUS RIFM F RoSQUuV :
shal ahni GROFAR OUTRA ME, aba:
(0 riso nos outros AUMENT
A UB Eipunpr OUVE-NF , VIND
BA CASA DôFUNDO + UK 00 O
80 to DA FEVBRIEB DF
PERTURBMA-RSTZ © IiHALBG PA son MHR, 9K9R OUVFE
RA GUS Rão FAÇAM ruIro
Ia R cxxCOINHO ., o R160 DF PRECUIPO-
UM So O amazona, AINDA
LUÇO IMPEPCAPTÍVEL PRPOXS Dr
ua PAUSA),
LEONOR
(mmsuwoiuzfioue ti
o ta l,.. .
DIRIGE-SEPArA O TOO .s GRONON ,SONHADORA
ENTA-SEPROHA os OLHOS,
88 EMTREOLHAM COM IN 9UVa ,.sIMA * PEOUITOT
TPLICÍRÇIA), lindo la A
s aa (PAUSA ) a o a e a
QBAGUIAHO
(DF RIPFNYS )Boniíto,n
ão é P(PBIXES) (PAUSA)F
UÁ eu que ensinei" "eles
to0ar isca
Sale a 58004....(OUYE.D !
ÉZ?€JIS SENTINTRTALCOM
*=: compELETO ALHETIARYN OSO fopIy: SE DANI
TO rua x 3D. HPCORHIMER
.-! Ghumann: como é be NTO, R ata
nito a Eevorie de
Nao RoYre nunca porsue mo e etera
rrendo se 16008, FOLRaSÃO
©0608, COMO - ius ds ca 19008-
da dia : 12Mal Ros semp
nha é ;Kaeata córebro de re n y I Porque
ua gúnio, mas tushbén slim
Alma ensmorads que senhou de um artis£ga
renatendo ! Para ouvi-la
ACES para não mover ,9 vento não se
BR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE.o
460, 5. 50 ,
+
BR DEANBSB NS.CPR TEA pre 04600, o- SoB .
e e ée e _ 9- 4€
831001 NBO
LNKOGROR) .
313H%
PFOUITOTA
pora nés!
081 IH O
sINEYM
(a DS CHORO). Chicuinho!....-<
PB u
(imu'fªuíªº A PÍR), lo Vai CNOFOAF a ee >*» **
FEOUITOTA aa
(Aa IREMN)SINAA(A LEONOR CUP Rije você nao disfarce.(SfÚÚRi-A VOR U
OF UINHA J) Paz O MESMO OOMAa LEVABSNA ASSTM
paARa UM CANTO Da Cola ASSO IaNDO Uka CAHCGAO PO PULBAB E DANDO 108
COBPQS A
WX DFANBSB - .
69 6 69 é 69
LRFONOR .
(us , CompaO 8. HAVIA PrAÍDO,PFROCURA SALVYVAR-SE
SIMKM
SINHN,nho 1 ,responda,
LEOHOR
(im INOGINUIDADEF ESUDADA ) aCOR a eeoaa»
(”MNEMOW' $ e é a e e
T2)
U era file nª:está em casa. Eniu cedinho,...cem toca
era o RUN&TO, entendeu?( O REFATO,,.,
<
BR DFANBSB NS.CPR.;TEAPTE. 04 60/
. SS.
To 709 70 70 70
SINHA
Não F
sei porque você me fala nesse sujeitinho desse mod
o, . ,.,
LEONOR
LEONQD
Sujeitinho? eu sei meu Chafariz
CHIQUINHO
(RINDO ) Chafarig anbulahte, é boa!
(CHORAMINGOSA)Ghiqu1nho-S(LIONOB
jeu até tenho raiva dêsse não-
quê?! sei
LRONGR
Raiva?! o retrato dêle recort
ado de uma revista, quem é que
debaixo do colchso da cama? tem,
SINHA
Ru faço coleçao de artistas
de cinema, ,,...
LRONOR
Mas 8le não é artista de cin
ema, é estudante de direito,.
i ,.,
PEQUITOTA
Mas não estemos tratando de
você, .....
SIND __ -"
E de você. flôres que ele manda a você
ji'33;
Das conversas ali pgªºmgºáó
muro 4
©e©ééeo
SINHA
Dos olhares na NOVEna.-,
,,,,
BR DFANBSB NS.CPR;TEApT
tE, 0460 . SQ .
Y4 TX Ti TX
glihes fechniss 1
SINE
Fa,R PRIENDER 9), UIEHROYL a Loos 3, O VR
) PAUSA
LCARSANIO #33; ; 110 800hOS ADO 4 sae .e
120
A%É parcos a
aQBOT
BRAS 3 àsf
É
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.046ÇO, 7. S +
12 12 1? 2 12 (E 72 19
OT INO:
TODA)
Fonfossso
Peseaaa
Yocês estão doidas!
SINHM
LEORNQRE
( A LPOÓRNOF) Conto?
Conta ,que.
(Llªma.
( Somo ss
CaBNIZSLA sabe de tudo?
LF0R9K
&
mas ciss-be mosméê?
SIRHA
P S1e?
avonr talheres?
QM
RHsRH?
OT utNRO
LRONOE
POMAR GCABRIRUAA
(ImDJIGBAaDA,CORRE ao PORTO x CHAMA PARAO
Ta e4)
CHT OUITNRO
ATI(VOLTA-SE ASSUSTADA)
LEONOR
( RAPIDA ,A CHIQUINHO)fuja bôbo (CHIQUINHO,COMO UMA BALA,FOCGE PELO
PORTÃODO F.NHANHK VOLTAa-SE ,COMO UM RELRMPAGO .» TARDE ,0 PRO PERP
DEU-SE NA DISTANÇIA.SINHA E PRQUITOTA, OLHOS ARREGALADOS , COKRTEM-
PLAM COM ADMIRAÇÃO A PRIMA E COM PAVOR A MÃE RENATO SORRI, LEONOR
FAZENDO LETRAS COM O DEDO Na TAMPA DO POÇO, EM ATITUDE ENTRE PREe+
CAVIDA E DESAFIANTE , TEM Os LÁBIOS UNIDOS EM BICO ,0 NARIS FRANZI-
PO E 09 OLHOS PaRa O ALTO .NHANHÃ QUE NUM RELRNCE ,COMPBEENDEU QUE
FôrRra ViTIMa DE UM TRUQUE FXEKEXKNBNXARKXEX Da PEQUENA,
FULNINA-ACOM Q
OLHAR ,GABRIELA ,ENTRA APRESSADAMENTE , DO PORTÃO DA ESQUERDA .ISSO
TUDO R PASSADO QUASSE QUE SIMULTANEAMENTE,
Aa ATITUDE DA SOBRINHA E DA
Que é isso ?Po1 que essa critaria?(VrMNDO
ceu?
NHANHÃ
LEONOR
A
(A GABRIELA WB SE VOLZA PARA Em.) Nao precisa perguntar, tia CABRIEDL
LO : crisx) APONTA Para a PALMATBMRIA.
GABRIELA OLHA ,NdamnlpnnrºnBA.5E , AFINAL EXPLICA,
NHANHR
Aquele dom oni o vei o are ar Os talheres ra jonela da sala de jantar
Desculpe,minha irama: mos acuilo é um âemônio!
LEONOR
, Ptítis cue é um anjo , resolveu espancar o dêmônio.....-
NHANHÍ
Esponca-la não!
LOBRBE
Faozer-lhe mimos com a palmatória .....
a GABRIELA
( T )
Perdoe-me tio!
NHANHA
Mais tarde éle há de me asradecer as paehlcadas ! * assim que se edu-
Ca, compreende?Você-- aposto-- nunca apanhou.
76 76 76
r LEONOR
Está se vendo,.» »»»»
LEONOR
NHANHÃ
LEONOR
3
(CONÇILIATORIA)Minha filha!
LEONOR
torroes de qgucar?
Euªcono quer que o eduque ?com
LEONOR
circos.
agúcar.Até os animais se ensinan assim, nos
Com torroca de
fazem o que se quer
. Com torroes de açúcar. Recompensando -os quando
que tles façam
NHANHA
Euando não fazem o que se quer?
LEONOR
Basta não lhe dar mais nadalQuando o CHIQUINHOfaz o que deve fazer
a senhora lhe dá alguma coisa?Portanto , quando nao faz, também nao
os erros ,
pode dar-lhe pancada.!asetl.que se educa . Perdoando
rompensando os acertos
vv O-. 6%
* r[4 LO mçgqãQPêQÃ$FWlECHFLr
eR DFANBSB NS.CPR.TEA.pTE. 0460, Pp 04.
& *
NHANHR 11
FMONOR
NHANHR
Vosê me dá pancada?
LRONOR
NHANHA
GABRIULA
NHAYHA
GABRIELA
se repita, ôuvin? Não quero que faças mais isso senão,... ( PAL
CORRTSPONDB,;)
PTE.
re DFANRBSB NS.CPRTEA
IRONOR 178
| RENATO 2
LEONOR
tinho
SINKHÁ.
LEONOR
RENATO
SINHA
linea, pronto!
RENATO
SIN
(RI S5M VONTADE) Ah, Ah, Ah |! Desculpe não rir mais, por que /
RENATO
TANDO-A) Ahh !
SINHA
RENATO
Sinhk, Ó Sinhá?
se pranBsB NS/CPR.TEA. PTE, 400 p. 64 .
RENATO
Dó IM TRIicB.)
MESTRE DOMINGOS
Entra, Saci!
$INHA
MESTRE DOMINGOS
SINHÃ
Pode,
MESTRE DOMINGOS
Saci, também?
STIKHA
Saci também,
MESTRE DOMINGOS
A TRABALHAR, PAUSA.)
RENATO
(CHAMANDO), Sinhã!
) Quem é ?
RENATO
B ARA
Não !
RENATO
SINHÃ
Não.
RENATO
SINHA
Há mais tempo!
RENATO
a SINHA
RUNATO
SINHA
Seu Renato, olhe que chamo mamãe... (RSNATO POGE, PINGINDO MÃDO!
RENATO
SINHA
Não!
RERATO
SINHA
RENATO
VOL a
er Danese ns.cpr.tea.pte. 0460 ,. 66 -
SINHA 81
RENATO
faz ?
SINRÁ
RENATO
ta, empresta ?
8TINBA
Com a& PoNTA pos DEDOS. PUS a LINGUA PARA DENTRO, TRABALHA, VOLTA
RENATO
(CHAMANDO) Sinhã?
© A WLM
Sereia?
RENATO
e STINHÍ
RENATO
SYNHA
fai e filho?
RENATO
BIRA
Não sei que admiração é essa. Só conheço gente daqui. Munca fui ao
Rio fe Janeiro,
RENATO
Mas irá para o céu. Cristo gisse: " dêles é o reino dos céus..."/
S8INHA
Você!?
RENATO
SITNHA
CADHIRADA) Sei!
RENATO
SINHA
Heim"?
RENATO
R DFANBSB NS.CPR.;TEAPTE, O 0. 63 .
SINHA
RENATO
SINHÁ
nhor disse?
RENATO
- BINBA
RRNATO
SINRÁ
RENATO
RENATO
SINHA
Um presente?! Que é?
(no canENDO EM ST DE CONTENTE).
RERATO
EM PRSCOCO,IMTTANDO O ES-
(GESTO DF APPRTAR EBMma CORDA
Uma corda,
SINHÃ
RENATO
* - SINHA
A Aba! ...
REN A7Ó
SINHA
RENATO
"
RENATO
SINRÁ
A NATO
p'Yfs quem?
RENATO
Entrega?
SINHA
P'Fa quem? |
REM ATO
SINHA
RENATO
SINHA
É e senhor pensa que eu seu onze le#ras? Não levo nada, pronto!
R RATO
SINHA
Ee ?!
RENATO
Be você fôsse rica era coms quem eu me casaria. Mas você É mais
& RENATO
de você,
P SINRÁ
RRERKATO
(DESILUDIDA). Ah!
RENATO
Então, não leva mesmo a carta?
SINHA
Não
RENATO
Entao “& lése. (ESTENDVNDO-LHE A MÃO.)
SINHÁ
(RFCUSANDO-A). Não dou, prente! (SFRTA-SE Ho P0Ç0.)
REN APO
Olha que você chora ...
SINEÁ
(PEREMPETÓNIA). Heje não há nada que me faça chorar.
RENATO
Dona Nheanha!
Não? (FInGINDO QUE VF NHARHÃ à D.KM.) Bea tarde,
£ SINHA
(LEVANZTARDO-SS DE UM SALTO, A OHORAB), Ahh, ahh, ahi»...
RENATO
elha-
(RINDO). Chereu eu não chereu? ( Sinhá percebendo a blague,
e com raiva) Bem ... não leva a carta?
SINHA
Não!
RENATO
(
Levo eu.até lóz0. (SINHÁ "STENDE-LHE A MÃO) Agera não quero.
se /
paTE+-LHS NA MÃO ESTENDIDA. SAINDO, Para NO PORTÃO). E não
esqueça da corda!... (SAI. gIaHÍ vai 10 pPoRrTio , DOLOROSANENRE
NELE.
Para A Rua. DEPOIS VOLTA-SE. FBoHa O PORTÃO. ENMCOSTA-SE
DF CTA VER
FA2 PFORYA LARA contr o Pa AnxTo, Más não PoDpE.,. E CHORA
BR DFANBSB NS/CPR;TEA.PTE. 0460, - 2,
ae em em mo mom
Qua é iess0?
SINHAÁ
LEONOR
GHIQUINHO
OHIQUINHO
1E0HOR
GHIQUINHO
LEONOR
º | não 60
GRTIQUIRHO
fer que?
LEOBOR
LEQROR
GHIQUIRHO
O melhó#, é comer pap dure ... Estou com uma fome, que como até
5 " LEGNOR 88
Não. Espere aí. Veu buscar dinheiro lá dentro ... (CHIQUINHO JOCA
O Pão ma SaLIBNGIA DA BOGA DO FORNO, ELA 10 VOLTAR-SP Dá COM ALVÁ
Ro QUE COMEÇA A SUBIR A SaOAaDA DO F. COM A PREOCUPAÇÃO MAL DESPAR
ÁLVARO fo
LECROR
ALVARO
róça.
' LEONOR
E nao teve tempo de avisar-ne ?
ALYARO
sentiu entãe, muita falta?
LEONOR
(NOVAMENTE INFANTIL). Tive use ssudade, grande, grande!...
LV ARO
(saINDO, UX Pouco FORÇADAMPRNTE, DE sEU Tom RESERVADO, É PROQURANDO
SER ALÉGRE). Do temanho ...?
LE ONOR
(ALÉGREMPNTE, PROGURANDO UkA COMPARAÇÃO). De tamanhe...do tamanho.;
CHIQUINHO
(CUONGLUINDO), De tamanho da minha fome (RISOS)
ALKXARO
(GALHOFERIRO). No Brasil ninguém passa fóme rapaz.
CR
No Brasil pode ser, mas aqui neste quintalzinho, nãé sei não!...
#R DFANBSB NS.CGPR;TEA.PTE ()(/QQ”, s.
& LV arv
E per que nas entra?
GHIQUINHO
Não Pésso ir lá dentre ---
LEONOR
fode. Mas se f&êr apanha.
1a GHIQUINHO
f e que digos não pósso...
ALVARO
Guerra?
LEONOR
fle é âàm país desarmado ... Apenas opressao do forte contra o
frade.
ALV ARO
(REFERINDO-SF A ELA, LPONOR). * a Ing laterra?...
LEOROR
Ia buscar dinheiro ...
ALV ARO
(RINDO). Dinheiro? Aqui nao há restaurantes ...
GHIQUINHOC
Mes então hei de passar o dis todo sem comer?
LEONOR
(RINDO). Os camelos passam oito dies ...
GHIÇUINHO
Fu não seu cemelol!
LECRNOR
(REFERINDO-SF A NHANHÃ). Mas é de fenflia ...
ALVARO
Você vai comer lá em casa,
iá GHIQUINHO
(ALTOREMINTE), Não diga ieso duas vêzes, que eu vou mesmo!
ALVARO ti
Vá, diga ae Benedito, que lhê dé de comer. Eu irei lóg0.
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE. 04820 e . 36.
CHIQU INAO
(JOGANDO, FÓRA COM Q PÃO QUE COMIA). Não péósse comer
pãe (Sal Aa CORZPR, PELO PORTÃO DO F. E GALGA-O DE DOIS R
EM Dois, 08 DEGRAUS Da FSsQADA Da CASA DE ÁLVARO. NO CIMO DA Es-
CaDAa PiRA E VOLTA-SP PARA LBONOR). Siá Leenor, é servida de cs-
mer comigo? Se quer peso faça cerimonias. A Casa é nossa ...(8AI
LEONOR E RI'M-sE. DEFOIs aos POUCDS Vão FICANDO SÉRIOS.
UkA PAUSA) .
LEBOKHOR
Estou muito zangada con você, Ãlvaro.
! ALVARO
DISC'ULPAR-SE, E, PARA EVITAR A CENA, EXAGERARNDO As
PREOCAUÇUÓRS Para QUE NÃO SJaM APANHADOS EM COLÓQUIO). Leonor...
LEONOR
(sPM QUP A VEJAM). De corte. Nem um bilhetinho, di
sendo para ende is ...
ALv aro
É que eu ...» Cu +..
LEUÚNOR
Nãé gagueja,nãhe! (COM LÁGRIMA NA VOB) Não faz mal!... Não pésse
obrigar você a gestaem de mim ...
- Lvaro
Leonor, cuidado ...
LEONOR
( sEm OUVI-LO, GOM UMA PONTA DE REVOLTA EDUCADA). Mas porque eu
dou assim? Que lhe fis eu? (QUASE CGHORAKDO) Por que de repente,
você se tornou tão mama? Tas usà
í ALVARO
Mas,ieener ... quem te disse isse ?
LEONOR
(PROCURANDO DISPARÇAR O SEU RESLENTIMENTO, ETOMANDO O SEU T0m
JOVIAL)]. Um passarinho ... Aquêle passarinho.
ALVARO
Mas eu?,,. Yer que?...
RR DFANBSB NSCPR;TEA.PTE.04G0, p.41
duto *o oo naIM
SENTINDO O QUE DI1%). Fies de-Luá-de sél ... Renda de fôlhas ...
PANDO UMA LÁGRIMA) E eu, (PROCURANDO SER COMICA) que menina bê-
bal! (RINDO PARA NÃO CHORAR) acreditei na mentira dêsses olhes ...
ALv ARO f
LEONOR
(aum GESTO QuE DI4s *" não sr JustiFIQuE*, RETOMANDO O P0K DE Iago
NiA, QUE ATINOB AGORA, GUASE RA MORDACIDADE). E foi além! ... Tia
Você falou, enfim. Ouvi-lhe a vêz: * nãoo poderei viver sem você"
e e é
ALV ARO
" LEOROR i
ALVARO
Leoner!
LEQNOR
QuE RD FIX, BLFP ACLARARA TUDO., AFENAS UM PRETEATO, PARA QUE SLE
MÃOZINHA ESPALMADA COMO UMA CRIANÇA) Deixe estar ... Nas cartas
Nas cartas ... No final da última carta ... (COMO QUBM PROCURA
amigo". Sabe? Estou cursdo, lhe disse. Ifrecáso irime e não pósso
cantando na tua vês, o mel das abelhas nes teus lábios, e e céu
tua alma! Para FLE, ALEGRE COM FLA MESMA, RUM TOK DE
o ÁALY aro
LEONOR
fuv aro
ALVARO
&) é
LEOQRHOR
GHIQUINHO
ALVARO
GABRIELA
LEONOR
HO! e e o
LEONOR
GABRI TLA
LROROR
GAB HLULA
Estou.
LEQNOQR
você soubesse como fica feia quando se senga! (DÍ-LHS OUTRO BBI
JO HOUIRA FAÇCE). Não se riu ainda? Rindo fica bonita! Ris! (NV-
IRM DF CARIDADE). Nãe ráu sinda? Está durinha heim? (FAX UMA /
FALASSE, IMITANDO O PMIO) Não faça isso& Estou danado da vidal All
right
Não quero brincadeiras! O0.K.! Não riu? Então não ameaço. Vou fazer
mesmo
(B FAZ) Qui, qui, qui, qui, quil (GABRIELA QUE PAZ FORÇA PARA
NXO RIR, QUAN
DO, A FINAL, SENTE QUE DE FATO, OS DEDOS DA GARÓTA COMEÇAM A
ATINGI-LA,RIJ.
%, ATC»
&(R$ PIO) Não: ouve.
Quve*s Bla estf- naRa frente de Oas a, (&FPUxA ABDO 0C
#5 P UX RDO Cor
OLROC o
Bu vit (GIMTANDO) Querem saber quel é a novidade? (CURIOSIO- IRB. RODEAM
«BO, MEROS LECNOR) Querem ssbor a novidade?
"'s
PDF e C(opntes t
RMR TO - OKIR), Vga gontor 3 novidade. saber
o que acontoce *
sux; - (SURGINDO 1 PORTA) , Que fou que acontoseu, som
Nenato! que acontecer?.
| BBM (CUB NRO EN EaDa DB S/OKSACIORAL Para UURTÍ
ÁR)e e e o
*e
AROBCE- (BBRPO Não aconteceu nudsa. flo queria apenso que voçe aparecesse
Fequitota - A outra?
* Lsonor - (acompanhando os aplausos, irônica). Bravol Muito bem, (as pequenas, "59rs
- riem de Renato. Ele sorri, smerelo. fesge).
- Renglo - Muito obrigado% Mvito obrig do% You f1.er um demos ração prítica «o meu pro
cesso ce ensino. Atenção! (Firundo uma nota de cinco mil reis do bolso). Cânco mil
réis cada um, (todos sacam cinco mil réis). Dsposite-se aqui., (depositam). 0 teste
é simples. Mis intuitivo., incireta, Exercioio para a s; a0ii£sie jos
alunos.» uem responier corto, leca tolos "odos puseram?
RENATO - Perdeu. Ah, Ahn, ahn, abnj (A Firmino) cai contra que?
RENATO - Não perdeu., Perderam ostrês. Cai contra a vontade. (Apanha o dinhei-
ro) Por vontade dêle, le não cairia, não é isso?
Os ER#x ITRÉS - (uma frasem cada um, ao mesmo tempo) . E verdadel É xx isso
mesmo! Como não me ocorreu isso
RENATO - Sim professor.» Demonstre aos seus al nos com se ganha respondendo.
Renato saca os cinquenta mil rêis, de má vontade., Os caipiras reuniram e EM
dinheiroe entregaram a Leonor) .
- Um homem todo de claro, vai saltar uma valeta cheia de lama e cai
dela. Como é que Ble sai? Depressal (Os caipiras assistem a prova ani-
Pequitota e Sinhá também) Vames professor?
7
RENATO - (reanimando de um salto, chega até a pequena e, como se fa
, lou A Aa A
a chave mm numa fechadura, no caso a mao desle e a boca das garota,
ruido). Prril (Sinhá olha-o) fique com a chave . Tome. ( entrege-lhe
potética» Ela, entre choposa e sorridente, apanha-a e guarda-a no seio
Sinhà - Obrigada,
n b # : e a ve $ a
O - Voce já perguntou a sua , e , Quando voce
TN a
- Vai mesmo?
SINWR -(Duramen e)- Vou (movimento de voltar-se para entrar. como porém, O rapaz
--e9--- > 2 5 1
não insiste, ela adocica a voz) Por que hein?
Rensto - (senta-se a seu lado) Gato tento de estar perto de vocêl »..
RKRXXS [IMAZO - Perdi o ano por sua causa. Vim para passar dois meses e já estou
aqui a quatros e»
SINEA - Não 8 por csusa da s er não?
RENATO - Não ...A vila é bonits, confesso, Bonita e divertida. As noites são tri
tes, as manhãs monÓtonas e ss tardes aborrecidas, É verdade. Mas ao meio dia tudd
isso é rmemrzsmEx# compensado. Você não imagina como espero o meio dial Como me
divirto ao meic-dia,
- CAFBREEXXA - Ao meio-dia?
- B. NSo reparou ainda? Repare» Guardo bate meio-dia na matriz fico espe
ITaNÃO »»» espersndo **»
» ª - Que?
! O - Que bate uma hora."! o mel'ror di locali (ri, Sinhá vai levem
ir-se do peso dssil>diia»s "la gegura-a). a verdele: - Estou ajui por
sua cuusas (Ela hsisa e Qlhos, 9804 uma cata do bolso ex terior do casa
co) "osto tanto, tante de você ... que n não poder falar «...prefiro «-. (
<-lhe a nas *
WMO - (míkito acbegsdo a elo) Iáéso 8 pera você +*< (ela com : csrhbs entrex ss
105 aperta-s smorossmenhte so citos 313, porém, Depois J: longa roticêrnsis, eo
plo a a frane) «*. para vOGe ... lovar parsWkX !stear -..
IEA . ( Lo
sesc de um csiteo o pragsande pa-ao c lado 8x Oposto "6 Lerre
no
no) hi É p'ra Estor, 8? Olhe s, i(iniighods, rasgando a carta) ?'ra Esterk «<<<
(junts as áeos-s melodes e torne a rasgar) P'ra Ester 1 ese(s raagando
PRALAPIÉE- 060 5. 608 -
115 e 116
Sempre) P'RA Estert P'ra Ester ... ( e rasga os Últimos pedacinhos. amarrota-os
e arremessando-os ao mãm chão). P'ra Ester! ... (chora) Ahn, ahn, ahbnl ...
RENATO - (chegando-se a ela carinhoso) Que é isso? Não seja bôba. Está chorando
mesmo de verdade? ( procura ver-lhe O rosto, como se sómente agora descobrisse
sinceridade no amor que a pequena lhe volta).» Mas você gosta mesmo de mim?
RENATO - ( em tom carinhoso, mas voltando a brincar, com mêdo de se prender sé-
riamente a um comprômisso que não lhe convém, a imitar a voz de chôro da garota)
Gosto sim! (mas carinhoso) Não chore. (sincero) Também gosto de você (brincathÃão.
novamente, encos ando a cabeça na da pequena, canta, como se fizesse calar um nene
zsinho, imitando uma criança a falar).
chole
Não mes, menezinho, não chole não meu bem ...
Kãe Papai compra um docê, mamãe compra um trem...
(situação)
N“FEZ—.EITOTA - (com banhomia brejeira) - Fez múito bem. Aproveite. Eu não faço o mes-
mo por que não tenho com quem -..
RENATO - Muito bem., Vocês, depois que eu vim para cá, estão se civilizando ...
NHANKYX - QA PORTA, JA COM BILLIS NA 70%) Mwninas! Elas, atarantadas, param de emp
rar.Sit ação. A velha a R _ anto, sempre mal humorada) Boa Tarde.
s is AS
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre 0460, p . 84
.
SMBBA - (atoren adissina, sem saber O que fazor) Boas
(srie. (Nhnhã fita-a. els
res a Hão a bodas E tsrdle, pordm, a bos teruo havia
saido, derunoeiaio essa dlás-
tração carroteristica cos medrosos quanto pensam, so
nos meios s81 var=-se)
gªgª * JA são quane horas da nuvens» Gabritlha não está sentindo bem, Leonor fi-
Gará para fazer-lhe compaabias» 'oçes vão comigo. Precisar rezar. (1590 TUDO MUITO
DE Passos Gua Não PoE APLODIR, Mas QBR QuE COMPEBNDAM QuE Não20.F
E5T% ameugado . CUMTIBUA, TOMANDO PaALMATÓRIA QuE ESTA S0OBRE C POÇO.TYEo pôr o
fical. Vamos, ( AVARÇÃDO 723 "034, REQ aa o as FILWAS 3» UP M; Pr1
A EXLODIR OA au ELA RAÍYIA GORCERTR DA) e "asso,
Run axo « (Fara VEr se O nau aUEcR
FARQIR-JF 2441 U0CÍVO: - FAZ«S8E UP JUIs DE P E?!B0L)
Q RBRAa 4 AUSTERIDNADE DA G#H A
- Vou dar saida nós 'e
jogos COM 1a B&G2. A % OTA, EM/RURINIEDC-A) - Tá já) Corsgen(a pequena,
OEquunto a velha âncho do roésa, reristo, medrosa» Depois anínms-sos E
Passa numa
corrida pela frente de Manhã que não consegue -tingi-is com palmatória no lugor
onde se dão pelmsedas nas crianças. lenso continia a sim lação alegrenente)to
um 2 serol kiangxêépré aleguf-guá-guá-guiligora voce. fases goul-Fesper é fundo)aii
Deixa passar, Pan'ro. (mmpXYEX eMpErra-a. fla empurrada, capinha filguns passe
forgrainmenoto e estaos Remus opita)» Notà mu$R off-sirc%
Sinha - (afiztonio-so) Não ancle, seu fensto.
A,..232 - Nimbla e en ra, VA (ompurre-a els passo como uma bala, &ritando, som a
Rue defeniendo a nódega ameaçaós, que ismbém aão é atingida palo Ele vibrado com
& avança alegremen el» Ocal) Dois a cerol
- (slosnçando a palsatória) O senhor que pense je isto aqui 4?
ª!LILO = (afostando-se até o fôrno, ndo se encosta) . Sou apenso j is, Não
posso
jogos
ERANMT - (cando alguns passes para ble que con a tsna, no intuito
O portão desoiias Eatà se endo o- seu BMôdlo é ficticio. ! ax dobi , e dodaque
procugsr
- © senhor mora aqui? ( Rênato, mos endo a cabeça do la40 para O 900r0, com meio
Gisere
do modroso, responde que não) Então que faz metido aqui todo o santo to
(Bl0 mencis as+nss a Eaboça, com 9 em diz; - "Que hoi de rensêr 97") não dis?
& vinhas filhos sabe 3.6
mocinhas soltoiras o isso não fica bem? (Nonato dis q e sim
"DD TEA DX
RR DFANBSB NS.( 4
com a csbsça) Não aoBba que tenho rasão? ((LT com a nªs espalmada signaificas
assim, asuim» FhenbX coloca a palmatória sobrê o pôço). Se: Renato, já
não lhe disse que não q ero q e o senhor venhs quando eu não estiver?
MELO - Pois é justamente ausndo gosto de vir,
RE Como?
RMMAZO - Tôda a gen e, por ai, dis que a senho e é mê, Acho que não 8. "ei ler *s
línhas de mão. Neiíxé-me vê=la: a senhora dove sofrer do figado» DNi-me a mão. ª: ANY?
maquinsima e entroga-lhe a rfo), Não "isse? Gosto muito da sua iinha do coração. Ha
# squi estiem vendo? "E o fígado.
BUBA" - São gosta?
3E,, e (aum chega R jarnel», vendo O rapaz sparrado a mão de Ehanhã, com maliois
* nos as velhs esce-pe?:
w - (ousinkse e vos de Chiquinho)» -!hs Bendidot (consegue arranc=r a palmetório
sobre a quel Ronsto ostá sont=jo e b:-ndinio-a e vocifer-snão, sem ssber bem de onde
súuirt a vez, pois O pelo se escomio logo depois de frase irrcrereate, ecisminha-se
enfurecida, para O porsão do fúnco e dá com cole na caboca te tre", que sem sabor de
Nada vom entrondo) e É
F- Une à isso? (foge)
PIBMISO « É. estou» Us cinco nil rêis pordi aum test com 16:86.
788 - Mio em1i dormindo alá debsixo ue "arvre" «.. Ala , /hn, abnb
cminctoros
amaro de Mhãnbã e fasendo dols batuta)» JÉ) ( a banda tosa uma velha e gasta ne-
Lecnor, ! aquitote e SinhÉ, estas duas já com o fichd s osbeça prontas para a no-
RERAIO - (regendo e Gritando) - Que belesa domwhrf estrés! " E composição minha
Chama-se Sâinhã» Agora vamos sleyrsr os ruug. (sc4 à Erente Jos mísicos, regendo,
se 9800046) ,
aponta para o lodo conirsrio que suiu a bande)e i:É iszgo, Cahrisia, Leonor, jui
sol Se o Chiquinho aparecer, não o úsáÁxem sair» Quando e volto» ia igreja, vou
mataP aquele diabo do pancadas Até logo. (544 o0m duma f1ilhas bolícando=-ns» "au
GABRIELA - (sempre sorrindo) - Acho que não. Quer que eu seja seu médico?
animadora que Deus dá 2a todos os que começam a trilhar um carinho que não
conhecem, andando sem saber para onde, à procura dessa grande ilisão que
não sabem o que é que nós sabemos que é nada e elas que é tudo ? ... tem
irmãs assim, doutor ?
ALVARO - fisse alguem, irmã às vêzes, é mais Vítima que culpado... Vivo só...
(E COMO GABRIELA O OLHA COM CERTO AR DE ELE TROCA, AOS
POUCOS, O TOM HUMILDE DA DESCULPA PELO DA VEEMÍN CIA, MAS FIRME,
EMBORA COMOVIDA DA PROPRIA DEFESA). Pergunte ao seu Deus, sê não é
justo ao homem a quem mostram na terra o desengamo, querer conti-
nuar a olhar EXMMENXEE o céu da grande ilusão a que se referius o
ser que nasceu com vida procurar a vida que o próprio Deus lhe deu
quando ela lhe foge para esconder-se nas sombras da estupidez infini
ta des convenções humanas... Pergunte-lhe, irmã, e não 2 mimi
MUDO - Irma Gsbrielo: juro-lhe pele minha honra que ... ( não continãier
é sal, sirobalasdamon e para que não O vojem choror. a # irm&-de-osridade ost4
hirias Apoia-se com nais fôOrgça no pôços Mestie-'omingos, que desdis o
inicio da cena dançou, cosnt rolou e remungo. tem, na sus inconciônois, um momen-
te l0cido : ex vom por o banquinho da Jeb. junto da irma; que meg Mnsimenie, como
um sutomoto, se senta nie. Depois apoia 9a braoos no pôgo dhora, silenciosagente
«Paugas D? Pingos e ismçge» O Criado de Alvaro a escada dae ossa do F
As noite continua a à0908r.
presjs a eia) - Eu? Não as precenso comigo, titias Rão fige tris e sensondo que
Liu
A - (feimendo, gracioss). Não est1 ... Ustão mc lisondo que não esif. Não
ouve? (LmitinãÃo a vos que vom de longe) "Ius tis est tristo8"
GABULELA (sempre e sorrir, convoenoida deo que els. se refero ao cfssaro ecm que
Página 130
LRONOR - (TORCENDO-SE DE UM LADO PARA UTRO, COM As MÃSO,digo, MÃOS NAS
COSTAS, INFANTIL, PONDO RETICENCIAS Nas PALAVRAS, COMO SE TRA-
TASSE DE UM ENIGMA), Não sabe quem me está falando . . .
GABRIELA - Será o passarinho?
LEONOR - Não. Uma estrelinha (APONTANDO) Aquela! ... meio escondidinha
ainda espiano, apenas, com O rabinho de um olho para nós, não
vê? láááãá loonge! É sempre a primeira que sai e a última que
se recolhe. É velhinha que só vendo! ... Tôda enrugadinha, olhat
Wá não sei quanto témpo - disse ontem Ex vê, lá de cima, os dia
e os homens cá em baixo morrerem e tornarem a nascer, nascerem e
voltabem a morrer... Tem uma posa agradável! É minha amiga, sa-
bes? Converso com ela tôdas as noites...
GABRELA-B já te disse alguma coisa hoje?
LBONOR-JÉ. Que não fôsse bôba. Que na minha idade não se deve pensar;
deve-se, apenas, viver!
GABRIELA-(RISONHAMENTE FILOSÓFICA) - E na minha, apenas pensar ...
NRONOR- ) (PoNDO A MXO No OUVIDO EM FORMA DER CONCHA) - Hein, estrelinha?
P (OLHANDO DE SOSLAIO PARA A TIA). Iss não lhe digo!
8R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.OI6O/.97 / 34 -
Leonor_ (torcendo-se de uux lado para outro, com as mãos nas costas, infantil
pondo reticencias nas palavras, como se iratasse de um engma). Não sabe onem est
me falando «***
GABRILLA - Será 0 pessariínho?
ILRONOR - Não. Uma estrolinha( apontando) aquela! ... meio
no, apenas, com O rebinho de um o]ho para nós, não vê? escondidânha ainda esp
lo0ong
E semore a primeiras que sai e a ultima quese recolhe, É velhinha que só el
Toda eniugadinha, olhal Vá não sei que to tempo - disse"me ontem vô 14 emvendo!
cima
.
os dias e Os homene cá em baixo morrerem e tornarem a nascer nascerem e voltare
é morrer «... Tem uma prosa agradavel! E minha amiga, sebes? ,conver so com ela tô-
das as noites %».
GABRIBL - E já te disse coisa hoje?
LEOSOR - Já» Que não fôsse ('o na minha idade não se deve pensar: deve-se,
viver
CGABRIE1 - XIXNEEXESIMZXRENXS (risonhamen e filosófica) e na minha
pensar +-»
LEONUR - (pondo a mão no ouvido em forma de concha) - eim, estrelinha?(0ihando
de soslaio para e tia) Isso não lhe dipol
G MURLULA - Pelou de nim?
LEKNGB - (Mudando 0 tratsmonto; com mais in'imidade e mais carinho) Que és bôba..
GABRIBLA - Por que?
RAEREXKX LEONOR -) orove pensas que as voltas devem pensar?
GABRIELA - E não devem?
LRUONÇR (sempre como se estivesse ouvindo a estrôlo) Não» Ponsom que pensam, mas
Rao pensam *o»
:) KXERER GABRIELA - For que ?
LEGNOR - Porque pensam sómente no que não derem pensar, jus somente
comoxx as me-
ninas bobas
GABRIEL, - (como tirando um muu pernssmento dacsteça) Então vamos não vensars
LRMROR - Que mundo é bom como nós pensamos que 81e 8! Que a vida
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.!
peginsa 1212.
É «legre e Rinds, gomo ôste dis que a0r1e, como este noÃte cuco noucel e*»»
live sumos felises e polesos 1e0a quanto ouvir votrê-
los e 1a possorânhos, vostíár-nos com ae cores do nro.-haut benhbapr=Ros -
es os porfumas des flores, comer oc aros Choireos das manhas de soil e te
ber c ao1 auetinho des montanhas (U0L9MDO-0E Pan: 1 Ds RTA) Não
(A O4BFLA) Dis que sia) a EoTxkMA E FALANDO falha A
STi) Cao eou que terei tudo, tudinho «.. que, se fic-r na ponte ios
a os braços poderei aparhbí-ia e quardÃã-la somigo) (FICA AA
POETA voa PBS, ULENWAXNYTA Os BRAÇOS PABA O AB, CORRB ATA JUMYO DA Ja, ABA Aa
-!F,ABAYIARNDO 0a Braços, U8p 15 Bog CORO E afa718 # aUOUMA CO19Aa : AGAE&
A DA (O Consegui&... (BRWa LE NY
09 CLOS F E1 FLAJFORUNW Porque minho csttels 8: tv, titis, Se a boa cstrê
és minha vidal! I agora, COMNÓ uk, DUOALA, A
DO POCO). Uh4 Uh', me pogor ganhos um bei
Lá LEWANTASSE 3 CONPOREA a PEQCULA DE IUQUEFA, ELA â VOL:, R
fôa Tnts DF GABMIiELA, PUXASLEEL O RÉ&SITO, A IRMF VOLTASSE, BLA RX E CORRS
HESTaL roBiIFOON MAR DER é PUUALKE A CAMISA, COME,
OG TBM 10 GRU IBOUBVRO, ELA DESVYIA E-LKHE, DA-LEE 07 7TRO KO RA
2170, Ploa SARA LX 0 / ANB 3 DOMIROCS CUB "* APROANAM "A-
RA PEOS-LA, ENQUANTO MA DA GEATIBHOS 5 ST, 82 UA D.M, MÚIIO COR
e R Ma Garen ar o Porto, NE as é o RB O L),
PAÓisA 133 a
Mio es 191 PRARA, LIBOMÓR R VOARE),
LEME Venha (RENPMRAUDO) Que 8 isso que você estão tão goro?.
CMI. LARA 70% o váralinho ((e 931)
EOROR- (AV WC Para LB R ver delro-ne ver,
CETULTHMO)OORRE,ELA O CASADO E FICA COM SLB RA RO) Que É isso,
outro esselo? 'eiro-ne veri
Rãé, não4
:)
( O C/000) - Prês Cubissca o-
Prá& to) 18no CRJOLÍÁBRO - Tôda e minha roupa está aqui +*<
Ea |MURCHA- % into, o que & (4//1 M-RS a BAZRIGOo HETURECI1LA).
MAO - ? s neu trave siros
+*ee
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460 2.99.
/
CBM continuação da página 133
LRONOR- E isto? (APALPA-LWE UMA RSPERCIE DE CORCUNDA QUE TRAZ Nas COSTAS.)
PAGINA 134.
CEKIQUINHO- Peço perdão a todos. Mãs não posso mais. Apanho muito! ...
LEONOR- Vai fugir? Faz bem!
- GABRIELA- É verdade, minha filha. (LRBONOR DESATA A CHORAR) Mas que tens?
e PAGINA 135
GABRIELA- Não é preciso, minha filha Mas... não pensemos msi mais nisso...
Esquece-o,
LRONOR- Esquece-lo?1 (COM UMA PONTA DE REVOLTA) Não! Esquece-lo por que?.
. LRONOR- (COMO UM ECO) - A ave Maria! ... (MESTRE DOMINGOS AJOELHA-SE. GABRIELA
S p SOBB ATÉ ONDB ESTX LEONOR. ENLAÇAÃ-A PRETA CINTURA.) .
, LMUBOR- Não posso, não posso cOomprosader porque... Tor que, titis, por que
ds vim pra este logor É Ouero daqui) sara o ea
"ete lugar é PIO, foio, é horrÍívels
LREOHORZ (SOLUÇANDC) - Não, nunca mais! manhãs de sol não XE1x&6% vol
«««
mEsTaE poMINGOS- (QUE Parou UM MOMENTO,ÇCONTEMPLANDO O QUADRO,DIRIGE-SL PARA
O Portão no F., DANÇANDO E CARYTAROLANDO., LEOKOR SOLUÇAÃ. A
AVE MARIA B TRISTE COMO A NOITE CUE sE DESCE ia, JUN-
TANENTLE COM O
P â R O
páginas 138.
18 1 Z o
RENATO - Que é ?
RENATO - (RINDO) Deixa disso. Tenho ogrx prazer em abraçar-#We 1 (abraçam se)
Abraçando- te, abraço Guarareaa inteira com a minha juventude junta»
RENATO - Ap enas as meninas. O cachorro é meu neto» filho das filhas ...
RENATO - Os homens, desde que o mundo é mundo, mudam apenas de roupa, mas são
sem re os mesmos ..».
RENATO - Tem quasé 7, já! Cai-me cinco ou seis mêses depois de teres fugido.
CHIgfINHO (ENCANTADO) Duas Eerikxkxs gracinhas ! ... Lindas 1 ... O senhor sabe
ser feliz.
2 141
RENATO eR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460 -. 103 .
Pfeis não aprendi, Sou feliz por vocação ...
CEI UINHO
*». 8 por merociaento
RENATO
Obrigadº.
- CRI MINHO
" Esteu doido acanocor sua senhora., Para er duas filhas tão um:
- e umasariíido gre, deve ser benita e bao como uma santa!
Lembra-se da ls a? apou de boa hein? "amgradeira! ,.. Chegou a me
'mru...m n d... a Sinha, lembraçgse? O senhor
um inn-nb de todo. "Fa ato tLoasinha, coitad
“.! tão caipira neu ªquiPor «saque coisa: abm. alm. ahni Chorava
à eee
RERAT9O
(RIKDO IAMBÁM ) Bra muite chorona ...
bible: merecia coisa melhor, nas de acÓrdo com a sua inteli
live ràoldgrlmumm—mxwmom
.ª“,
APARECENDO A D.M, ). RERAÇO e» o
. RENATO
MOSTRANDO CHIQ . Não conheces? ( CHIWINHO ESPREGA 08 amanha:
ACREDITAR NO QUE )
SINBA
( ADLEGREMENTR )., Chiquinho!
CEI WINO
%%?ATO). Dorna SinhÃ:! ( SITUAÇÃO)
PERVERSAMENTE BRINCALHÃO) u levava uma espiga, hein?
CE INHO
à“). $0u AUutOF! *e
ªll-HPE:
“www, O DQ PARA RENATO, COMO ROGAR&.LHE UE Não cost;
º m que fosse a senhora ...
adinho!
CRIÇ
Restou
RRNHAYO
não chora ,mais ... vi FÍRAO e. +
die simis é 9a
mantammModoch-rumn-.hvizn—m soi! .- tenhê
nudes. daquele teupo. Leabra-se?
146
amo,,
que ? --"
CHI P IREO
O Doutor Alvaro... nio sabe ?
RENATO
cÉu—Um.e e &
eeEEzEUAÇÃO DAPAGINA___154
f
CONTINUAÇÃO DA PÁGINA 155
RENATO Argúcia...
RENATO Na praia...
LEONOR (ningindo, serridente, que pensa que êle está leuce, afas-
tando-se um pouce e como quem dissesse "CUIDA DO)
Renate |:
R DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE
4
f AF1KA 156
(Como se siaulasse
ioucura, a sorrir tam
be) Julieta de C apê
leto. (illa arregala es elhos
e a" ista-se sais, dle
avança)
He tanto fizeste cho
ri; 1 ando gaiste da Pega le
19! asefa, entro oe aviões o os Mhaçospes
rádios perdsa a irrevera- cia
de um ho-em de hoje... é s de Um ridiculo que cansa
risos...
y a As %
( Ho messo teu, Si f e
nhã apW. arece *no po
- |
f! +». QB Cula des, «. rtão ) $! e
Sancho
noé isso?
F 157
“45353, 2 - ||
r
TE.,
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.P O
LEONOR Toma, meu amor, tema., (A RENATO E SINHÍÁ) Está muito benito
este pedacinho de gente....
XXXX EXKXXXXXXxXXXKXXXKXXXXXKXKXXXXX
PÁGINA 159
(REPROVANDO=-LHE A MENTIRA) Esteve, Renato. (ABASTA-SE.
DEIXA 08 OUTROS EMBRULHOS SOBRE A MESA)
(ATRAPALHADIBSIMO, ACOMPNHA-A) Vau explicar, esteve..
ve... fardadede chofer... (ENMCONTRANDO AFINAL A DESCULPA)
Esteve, mas nae e e Chiquinho que voce esta pensando.
LEONOR (ENCARANDO-O) Renate.
RENATO CONFESSANDO) É e Chiquinhe que você está,pensando, mas jure,
iste agera e verdade. Nãoe admite que vece duvide; se o rece-
bi porque ele deixeu, ma Burepa, quem voce sape e veltoeu
sezinhe para o Brasil., Isse, jure pele que voce autres quiser
PAGINA 160
CRIADO Perque ele me disse que e senhor havia mandade recad
o pele chefa
dele para que ele lhe telefonasse. (SINHA DESANIMA,
SITUAÇÃO)
RENATO (SEM MAIS RECURSO, IMPACIENTE) Está bem. Vá-se embora,
Irei já,
(CRIADO SAI) '
RENATO (EM ATITUDE DE QUEM PEDE DESCULPAS, A LEONOR QUE OLHA O MAR)
Leener,...(ELA VOLTA-SE, SORRI-LHE, A UM TEMPO, IRÓNICA
E RES
SENTIDA) Quero explicar-te...
_ RENATO *"conor...
Prometes?
SINHA
(os OLHOS CHEIOS DE LÁGRIMAS), Leonorj... (CORRE PARA ELA, UM SIIÁNCIO)
LEONOR ___
Vou deixa-las escolher, Não ba nada melhor no mundo do que a gente escolher o
que vai ser nosso,,, (SINHA COMPREENDE-A, OLHA-A E SORRI ENTERNECIDA, DANDO CORDA AO
BRINQUEDOS), Não há nada melhor do que escolher, mas nunca se deve escolher o
que já foi
SINHA
(MTRANDO-A E PARA ALENTÁ-LA) Leonorj.,.,
LEONOR
(PASSA A MÃO NOS OLHOS, REAGE, RI), Estou precidando que me batas, não estou?
(RENATO APARECENDO, A ESFREGAR AS MÃOS, AIAGREMENTS, COMO QUEM ESTÁ CONTENTE
CONSIGO PROPRIO, VEM DESC&NDO, DESPREOCUPADAMENTE, A ESCADA, AS DUAS VOLTAM-SE
Para BB, AO REPARAR QUE É NOTADO, MUDA INSTANTANSAMENTE DE FISIONOMIA, DE ANDAR,
DE ATITUDE, TORNA-SE QUASE FÚNEBRE),
SINHA
(RINDO)., Que cara é essa? (RENATO, TRISTEZA VISIVELMENTE SIMULADA, OIHA PARA LEONOR),
LEONOR
(IDEM) Está com cara de cachorrinho que quebrou panela,,, (SINHA RI MAIS FORTE,
LEONOR TAMBÉM, E APONTAM PARA RENATO),
RENATO a
(OLHA, ORA PARA UMA, ORA PARA OUTRA E AFINAL TAMBÉM RI, DANDO A SEGUIR, VÁRIAS
PIRUBTAS), Ahj ah ahy
LEONQR
Que e isso?
SINHA
Está louco?
R&NATO
Estou alegre] (SALTA),
LEONOR
& precisas pular assim?
RENATO
Recalque, Estava alegre, mas como quando sai deixei vocês tristes, engarrafei a
minha alegria com a rólha de trlsteza. Vocês riram, Ela estourou como o chamv-
panj É derramando, (RI) Rian tambem; (NOTANDO QUE LEONOR NÃO RI & SE AFa%
rumbª Cªb..ªê,,“
liiAÁ—ªí E. Gªyª—,
oo Í Íé' *
PARA TAMBÉM DE RIR) Que aconteceu?
SINHA
Foste lembrar-lhe, ,.,
RENATO
Lembrar que?
SINHA
0 ALVITO, ,,
RENATO
Falei em Alvaro? Falei em champagne, em alegria (INDO A
IEZONOR E, SEGURANDO-A
PELOS OMBROS, FAZENDO-A VOLTAR-SE PARA SLE, COM ENERGIA)
Leonor] SLE VOLTA-SE,
BLA A BNCARA) Estoure sua rolha: Desengarrafe a sua alegria,
viva a vida]
SINHA
(NUMA REPROVAÇÃO) - Renato?)
RENATO
(NO MESMO TOM) - Que é?
SINHA
Você não tem sentimento?
RENATO
Tenho, Tenho sentimento e tenho lntellgenc1a, ouviu? Para que
tornar a vida difícil
se ela é tão fácil de viver? Para que fazer drama, quando a
comédia é tão leve,
tão graciosa e tão humana? Por que não querer aquilo que se
quer, repelir o que
nos procura quando temos vontade de fazer, justamente, o
contrário? Por que Leonor
não se casa com Alvaro, por que?
SINHA
Mas casar-se como? (LEONOR AFASTA-SE NOVAMENTE E VAI
FICAR JUNTO à MESA),
RENATO
Como toda a gente se casa) Pretorla, Igreja, arroz na cabeça, fellcitaçoes
(GEBSTOS DE CUMPRIMENTO) viajem de nupc1aS, Sapatinhos, touquinhas
(COMO QUEM
TRABALHA COM AGULHAS DE TRICOT) doutor chamado as pressas, filhos] (COMO SÉ EMBA-
LASSE UMA CRIANÇA),
SINHA
(BSCANDALIZADA), Mas Renato, o Alvaro é easado]
RENATO
Foi, (LEONOR VOLTA-SE, INTERESSADA), Sei disso há tempos, mas comia-se vivo quem
8R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.04 60] o. ”+
cont, 164
quem falasse em Alvaro aqui],.. Foi casado, Agora é viuvo,
STINHA RR 4
Viuvo? Estao a mulher dele morreu?
RENATO
Não, Quem morreu foi a avó,... (LEONOR APANHA A CAIXINHA DE MÚSICA DE SOBRE
A M&SA, E MIRA-A PENSATIVAMENTE) ,
SINHA
(NUM MUCHOCHO) Ah; (E UM Pouco PELA COMOÇÃO E OUTRO TANTO PELA ASPEREZA DA
RESPOSTA, DEPOIS B& PROCURAR CONTER-SE UM TEMPO DESATA A CHORAR COMO NO
PRIMEIRO ATO),
RENATO
Que é isso? Vou buscar a mamadeira do Gezinho,,., (VoLTA-SE, CORRE A MESA,
APANHA A MAMADSIRA E REPARA EM LEONOR, A OLHAR OS PORQUINHOS, JÁ COM CORDA,
Que BAIILAM, VOLTA, CHAMA A ATENÇÃO DA MULHER, SINHA VB, PARA AOS POUCOS DE
CHORAR, SORRI. SEGREDA, NO OUVIDO DO MARIDO, COMO SE CONTASSE, A HISTÓRIA DA
CAIXINHA-DE-MÚSICA DISPUTADA BELAS DUAS FILHAS E AFINAL ABANDONADA, COMPREENDEM
que LEONOR VR No BRINQUEDO UM SÍMBOLO DO QuE LHE ACONTECEU NA VIDA, SORRIEM,
PAUSA. OLHAM; DEPOIS APROXIMAM-SE NA PONTA DOS PÉS, IEONOR, COM A CAIXINHA DE
WSICA FUNCIONANDO NAS MÃOS, FICA ENTRE OS DOIS, UM MOMENTO, OS PORQUINHOS
_ DÁNÇAM, A CAIXINHA TOCA, AFINAL ELA PERCEBE QUE ESTÁ SENDO NOTADA, QUASI SEM
MOVER à CABEÇA, APENAS COM O RABO-DOS-OLHOS, OBSERVA UM, "DEPOIS OUTRO, SORRI),
LEONOR
Que É?
RENATO
(MAÁLICIOSO)], Nada,,,
P "LEONOR
Por que me olha assim? Estão pensando, que?
RENATO
(MAIS MALICIOSO AINDA), O mesmo que você,,. em ficar com esse brinquedo que
# se
ja nao tem dono, ,.
er DranNBsB NS.CPRTEAPIE 0460 p AB,
cont, 165
LEONOR
SINHA
HXB Não quero, (PASSANDO PARA O LADO DE RENATO) Já tenho o meu e gosto dêle,
LEONOR
RENATO
(INDO A ELA) Mentira]
LEONOR
JUTO-LNE a e e
RENATO
(INTE&RROMPENDO) Mentira]
LEONOR
Quem pensa você que sou?
RENATO
' Mulher,,,
LEONOR
RENATO
LEONOR A
& como conhece, entao, quando as mulheres mentem?
RENATO !
Quando elas falan,,,
LEONOR
E eu, por que lhe menti?
RENATO
Porque falou,
LEONOR
(APONTA PARA O LUGAR EM QUE ESTIVERA SILENCIOSA), E quando não falava?
RENATO
Dizia a verdade,,»
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460 .1/49 .
167
LEONOR
Nesse caso, por que insiste, por que pergunta?
R&NATO
Porque quero saber a verdade,
LEONOR ,
É qual e a verdade?
RENATO suo
É o que voce nao diz,,,
LEONOR _
E, se nao digo, para que falar?
RENATO E
Para mentir,.,,porque a verdade é o avesso da mentira,
(ToMANDO, RAPITAMENTE, O BRINQUEDO E ENTREGANDO-LHE, MALICIOSO) Tome, Fique com
Ble, É seul
LEONOR a R2
ÉRECUSANDO) Não seja bobo, Renato, não o quero
RENATO S
(TRIUNFANTE, PARA SINHA) Viste o avesso, minha mulher?
Renato, nao perca tempo; vai buscá-lo, Quero-o como uma louca! (SINHA RI),
LEONOR
(VEEMENTE) Mentiral
RENATO t
(TRADUZINDO)., O Avêsso, verdade] (ALEGREMENE) Vamos esperar o Alvaro!
LEONOR
Disse-lhe para vir aqui?
RENATO _ a a 3
(TRANSIÇÃO DE ALEGRE E HIPOCRITA - MÉENTINDO) - Eu? Nao... Disse-lhe que nao viesse,
LEONOR P "% R
(IRÓNICA) Não e preciso ver o avesso, Renato... Os homens nem mentir sabem... (EN-
CARANDO-O) Disse-lhe para vir,
RENATO
(CONFESSANDO) Disse,,
SINHA
(QUEIXOSA E ESCANDALIZADA DO CINISMO DO MARIDO), Ahg Renato]...
LEONOR $ a
(RESOLUTAMENT&) Pois va, imediatamente, dizer-lhe que nao venha ou sairei agora
SINHA
(QUE MIRAVA O MARIDO COM VISIVEL DESPRESO, INTERCEPITA-LHE OS PASSOS) Irei eu,
(AO MARIDO) Nunca pensei que chegasse a tanto, (SAI, RESOLUTAMENTS PARA O
! BUNGALOWN )
BR DFANBSB 69, p .| 3) .
cont, 168
RENATO
LEONOR
(MAIS BRANDAMENTE), Sei, Renato, Mas há coisas lrremedlavels,"
RENATO
I,...OrlOR
É homem,... & não toque mais no assunto]
RENATO 2
(QUASI DESESPERADO). Não posso] Sou advogado] Vou ate a ultima instância (TOMA
LEONOR
o ano, à é547 : Marta p4 :
(ENTRE CENSURA 5 PILHERIA)., De ti, Estas ficando furioso,...
RENATO
s a a # A +
Mentira] Es uma recalcada, Estas com medo de ti mesma
LEONOR
Que mau pBlcoloºo és, Tenho pena de ti..,
mNAlO
Ja sei, Agora sou imbecil,...
LEONOR
Não, Continuas homem,...
SINHA
(ENTRANDO) Pronto, Telefonei,,,
LEONOR
44foé
SINHA
Falei com <le proprlo. Prometeu-me que partiria imediatamente,
LEONOR ie F
(LEVANTANDO AS MÃOS PARA O CEU), Graças a Deus
SINHA m %
Disse-lhe que não querias ve-lo nunca mais]
L&ONOR
3IMHA
(00MO 34 RBPSTIISS AS PALAVRAS DE ALVARO) Pode dizer-lhe que sua vontade sorá
A# ursa y bo Was, ea U e o ps e #2 pa aa mm a a
(Não s300h06a Uka POA 3 AFLIÇÃO, UU RA&NATO, HUTA, SORRÍNDO), E$..0?
SIRHA
5 des1igou, .,.
#R DFANBSB NS.CGPR.TEA,
PTE, 0460, p - 123 .
LEONOR
RENATO
LEONOR
RENATO
LEONOR
RENATO
LEONOR
R&NATO
LEONOR
172-
R&NATO
LEONOR
RENATO
(NUMA DOCE IRONIA) . O hábito não faz o monge ..,
LEONOR
RENATO
LEONOR
SINHA
RENATO
LEONOR
RANATO
SINHA
REPROVAÇÃO) . hkenato |
R&NATO
SINHA
R&NATO
SENHA
Renato |
RSNATO
LEQNOR
Orgulho?
LEONOR
RENATO
Medo ?
BR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE. 0460 3,
|J 3
174.
L&ONOR
a 2 a # _ a
(MORDAZ) Medo do que os outros digam,
não é? Do escôn -
dalo sécial!?,,, Quanta P inferioridade! o escandalo,
3 é
apenss o que scontedo do anoemal na vida dos outro
s ...
Na nossa nao!
LEONOR
RENATO
e bin 2
Enteo nodo de que ? Rg Fala:
RBNA£O
R&NATO
é # ' 4
3 morrera, é
por que todos morrem, é a lei natural A
do vi
## + G # a
da: morrer, O que não é justo é que se viva morta,
coso tu ...
LEONOR
RENATO
1ÃONOR
Gom aesgªosto.
RANATO
Desgosto não é ama. Não mata ninguém. Senão terias morrido ,.,
LEONOR
Sou moça,
RENATO
Es moça-vslha, Tia Gabrielks. ao contrário, é Velha-moça.
Tem mais anima quê tu,...
LEONOR
Mas não resistirha,
RENATO
por que ?
IAoHOR
não o perdoaria,
RERBATO
Por que ?
Ia 9
ile não era livre,
RENATO
Mas agora é.(PILHIRIANDO) Ao contrário de mim, que
era e agora não sou (OLHA PARA SINHA,D,
HONOR
176 -
RENATO
SINHA
RENATO
RE&NATO
E, se amanha, a nossa cachorricsha fugir e desaparecer,
eu continuarei dono dela ?
SINHA
Mas mulher não ,e cachorrinha!
R&NATO
RENATO
(INTÉÃRÍÉÉPÉNW) as Fªçº e e e
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE, 9460
LEONOR
R&NATO
IEONOR
RENATO
SINHA
ESUANDALIZADA) = Renato!
LEONOR
L&ONOR
178-
RENATO
179-
RENATO
(LIMPANDO Uma LA
GRIMA;MaS QUSREN
DO, ATNDA, R&AGIR
) -
mas ... isso é
romantismo!
SINHA
LEONOR
(baixa ps sonar,
RSACINDO CONTRA -
CONTRA QUEM ela mesmo NÃO sap
s
COIÁRICA) - Romant
mo ou nao, lindo is-
ou feio, e assim
farei. & acaboa! que penso e assim
Não aduito que me que
to, ou farei uma toques mas no ass
un-
entlendeste?- fare
cura! (QUAáâGRITAN i uma ou-
TO) é deixe-me - Xei Pelo amor de Deus
lhes PaQÇol... - Deixem-m
e em Pas ou nao sei o que
( farei:
MAR TRANQUILO & AZUL! NA NA AMURADA, OLHANDO o
TARUÉ QUA DSSAPARãU E: RENATO É
SINHA FIÇAM IMVEIS,
OLHAN-3&, DE REPENTS,
MO 38 33 LAMBRASSE Dá Aa ULTIMA, (0=
ALGO URG&NTS, DA ALôU
APRASS3ADOS PÁRA A ASU NS "PASSOS
ADA, RENATO CORRZ-LHE
CONSEGUB POR UK BRAÇO, JUNTO AOS AQ SNUALÇO R
TA SUBIR) DEGRAUS que ELA
RENATO
(4 M&I4A VOZ) - A onde vais?
SINHA
(ID&M) - Telefonar a Alvaro,
R&NATO
Já não lhe telefonaste?
BR DFANBSB NS.CPR.TEAPTE. 460
, o 134
180-
3INHA
Telefonei para ele vir ... Quero agora dizer que não
venha, (& NOTANDO O DE ADNIRAÇÃO DO MARIDO, UOMO
PEDINDO DESUULPAS) Que e? Não sabias que eu era ca-
paz de pregar una mentira?
RENATO
SINHA
à agora?
RANÁATO
LHONOR
ALVARO
18l- L'!L
AX S&GUS-A, ENQUANTO CHIQUINHO,DE
POIS DE CONTORNAR
A MURADA,PELO LADO Dá FORA AO CHEG
AR AO FUNDO SALTA
POR ELA, SILENCIOSAMENTS, R VAI
TR U BNTENDDENTO MU
DO COM RSNATO, QUE O CHMA DA VARA
NDA, E AMBOS, DEPOIS
S ESCONDEM,RENATO ENTRANDO PARA
O BUNGALOW E CHIQUI-
NHO SUMINDO-SS P&LO CORRSDORZINH
O DA E,A.,ENTRÉ O PRO
LOGAM&NTO DA AMURADA % UM LADO LO BUNG
ALOW), Não es-"
perarva ver-ns?
LSONOR
ALVARO
A Leonor,
L&ONOR
A Leonor?
ALVARO
LEONOR
ALVARO
189.
LEONOR
ALVARO
Por que?
ALVARO
Morreu? No acredito,
LEONOR
Se não morreu, .., está morta, Lô-me licença, You cha-
mar pelo Renato.,
ou ALVARO
à,
L&OCNOR
183 - 184
ALVARO
LEONOR
(DESANIMADA, DESILUDINDO-0) Não pode ser, .,
ALVARO
LEONOR
Sei, Mas não quero porque não lhe quero, No que a menina julgava amor,
a
mulher viu, apenas, uma experiência, uma travessura, Não foi a você,
Alvaro,
a quem amei, amei em você, apenas, o amor que eu não conhecia,., Sou uma
desiludida, Não pode ser, Deixe-me, Adeus, Alvaro, (DANDO-LHE, AS COSTAS, BNCAMINHA-
8& PARA O FUNDO, APOZA-S& A BALAUSTRADA, DE FRENTE PARA O MAR, RIE
FICA
mmÓveL, DEPOIS, LSNTAMENTE, SNCAMINHA-SS PARA O PORTÃO. O PASSARINHO, AQUELE
LEONOR
(INDICANDO O HÁBITO) Não pode ser]...
BR DFANBSB NS.CPR.TEA,PTE, 0400, e- 135.
Como não pode ser? Porque és noviça? Mas ainda não professaste, Escolhe
R&NATO
(APARECSNDO NA VARANDA à APSRTANDO O INTERRUPITOR DA LUZ, ACENDEM-SE 13
LAMPADAS) Por que.., quer mesmo saber? (OS DOIS, ASSUSTADOS, 95 AFASTAM).
CGHUQÇUINHO
(SAINDO DO ESCONDERIJO) - Ora, seu Renato, o senhor veio estragar o melhor da
festa], ,.,
R&NATO
Não, Vim trazer quem responda aquele "Por que"?
TIA CGABRIALA
(ENTRANDO A SORRIR) Eu..., (CHIQUINHO CONTORNA Z VAI FICAR NA EXTREMA ESQUERDA
DA GSM? OPDoTO AO “WW“ 3 R&NATO, CORRA A aoTRtàITAR A MÃO DE& ALVARO, SINHÁ
' BR DFANBSB NS;CPR;TEA;PTE. 0460
, p- 136.
186-
LLSONQR
TIA GABRISLA
GABRIALA
LEONOR
ALVARO
(BSIJA-LHS AS MÃO).
CHIQUINHO
RENATO
Fica. Tu Foste ua notável auxiliar da defesa ...
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre, 0400p -137+
187-
SINHA
É eu?
R&NATO
GABRTELA
CHIQUINHO
RA4NATO
LEONOR
(LIMPANIO A$ L4GRIMAS) % alegria, De alegria também
se chora, não etitiazinha? (LIMPA OS OIHOS DA IRMÍ-
DE-CARIDADE), Nao e verdade? Nao pensa como eu?
#R DFANBSB NS.GPR.TEA.PTE, 0900, o-! ?
188-
GABESLA
RI!
ALVARO
189-
CHTIÇUTINIO
RSNATO
CABRISLA
ALNVARO
f .uma x suas s & e SRE à es m a ”.».
LGOMO 53 SONHA3SB,A LEONOR) ; As tuas manhas-de-so1!
és
(IDEM) As nossas manhãás-de-sol! ...
P A N O
me
sR DranBsB Ns/cpRteA pre. 0400 2.0 .
MinNSTERIO OA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
%((%/1/5
[ZW/%%;
ars .
#«ÇN—f/ &
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
317. Chefe:
Solicito, de V.%a., providências no sentido de que sejam
remetidas É DR-SP, os scripts (duas vias) das peças "ODORICO,O BEM
AMBDO* , "MANHÃS DE SOL", "PONTO DE PARTIDA", A ABE", a fim
de que sejam devolvidas ao interenssÃão, Federação Andresnse de
Teatro Amador, rua Corrêa Dias, 55, em Santo André, daquele Estado.
Atenciosamente
HMSIlEIM[][ AUTORES RMMS - d. P. F. DE
ia,
SOCIEDADE
Setembro 97de- 3.o1917andar. £
Fundada em 27 deBARROSO, SERVIÇO CGENSLIRA
Séde: AV. ALMIRANTE
Teleg.: SBAT- RIO 1 % 4 uvrEpsóra piUBICAS
RIO End.
DE JANEIRO - BRASIL f / E o a aa
#48Dp DEANRER NS CDD TEA DTE ()(jóú
DFANBSR NS.CPR.;TEA.PTE. AIA p. |G4 o.. A
Direitos de Representação Autorizaçai) Nº17074
5 P é )
ªnªlíníma
de Gr .. --- - /-... por espetáculo, obrigando-se a Em-
a a fornecer -A SBAT uma cópia do "bordereau" de receita, devidamente au-
Pivícado, vespo sab'hzando-be pelasua exatidão, bem
i stipulados, e
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.
045), p ' /43 .
Decreto n.o 4.092, de 4 de agêósto de 1920: cutantes "Ou transmitentes tenham retribuição pelo tra-
balho.
Art. 1.o - Fica reconhecida como de Utilidade Pú-
Art. 27 - Os proprietários ou empresários de quais-
blica a Sociedade Brasileira de Autores Teatrais com sede
quer estabelecimentos de diversões públicas, são responsá-
no Rio de Janeiro.
veis pelos direitos autorais das produções aí realizadas.
8 1.o - É facultado a esta. Sociedade representar seus
associados: Decreto n.o 18.527, de 10 de dezembro de 1928:
a) - Perante a Polícia ou em Juízo Civil e Crimi-
Art. 46 -Ficam obrigados à apresentação de pro-
nal ativa e passivamente, em todos os processos referentes
gramas os proprietários, empresários, diretores ou quais-
à propriedade literária e artística nos quais êsses associa-
quer outros responsáveis pelas representações, exibições ou
dos sejam parte.
irradiações que se realizarem em teatros, cinematógrafos,
b) - Perante as Emprêsas teatrais, para a cobrança
dancings, cabarés, sociedades radio-telefônicas ou outros
das quotas ou percentagens de direitos de autor.
quaisquer estabelecimentos de diversões públicas.
8 2.o - Para o disposto no 8 1.o a Sociedade se repu-
tará mandatária de seus associados, para todos os fins de Decreto n.o 21.111, de 1 de março de 1932:
direito, pelo simples ato de filiação à Sociedade, salvo cláu-
sula expressa em contrário. Art. 35, 8 1.o - A irradiação de quaisquer assun-
tos ou trabalhos, já divulgados ou não por, meios,
8 4.o - A prova de filiação à Sociedade Brasileira
deverá respeitar os direitos autorais e ser igualmente pre-
de Autores Teatrais ou às suas congêneres estrangeiras
poderá ser feita pela relação oficial dos sócios, publicada cedida da indicação dos nomes dos autores,
pela imprensa ou em avulso, ou por certidão em cartório, Decreto n.o 20.493, de 24 de janeiro de 1946;
ssada por tabelião público, pela qual se verifique cons-
a relação o nome do autor teatral. Art. 42 - Considera-se local de representação, exe-
cução, exibição e irradiação e de outras formas de espe-
Decreto n.o 4.790, de 2 de janeiro de 1924: táculo, reuniões e diversões públicas, inclusive competi-
ções desportivas, os teatros, os circos, arenas e ristas, par-
2.o - Nenhuma composição musical, tragédia, ques, salões ou dependências adequadas, assim cá uais-
komédia, ou qualquer outra produção, seja qual quer estabelecimentos onde se reserve espaço p um
1a denominação, poderá ser executada ou repre- daqueles fins e que sejam, de qualquer maneira, ftrWyien-
em teatros os espetáculos públicos, para os quais tados coletivamente, mesmo
as que tenham a denominação
he entrada, sem autorização ,para cada vez, de seu
de sociedades recreativas e desportivas.
representante ou pessoa legitimamente subrogada nos
s daquele. Lei n.o 2.415, de 9 de fevereiro de 1955:
Decreto n.o 5.492, de 16 de julho de 1928: Art. 1.o - A autorga, no território nacional, da li-
cença autoral para a realização de representações, exe-
Art. 26 - As disposições do art. 2.o e seguintes do cuções públicas e tele-transmissões, pelo rá televisão,
Decreto n.o 4.790, de 2-1-1924, aplicam-se a tôdas as
de que tratam os arts, 42 e 43, 8 1.o, do! número
composições musicais e peças de teatro, executadas, re- 18.527, de 10 de dezembro de 4
presentadas ou transmitidas pela radio-telefonia, com in- n.o 20.493, de 24 de janeiro de 1946, combéfe e
tuito de lucro, em reuniões públicas. vamente ao próprio autor ou à Sociedade legalmente a
8 único - Consideram-se realizadas com intuito de tituída para a defesa de direitos autorais, à qual o autor
lucro quaisquer audições musicais, representações artísti- fôr filiado e que o tenha registrado na forma do artigo 105,
cas ou difusões, radio-telefônicas em que os músicos, exe- $ 1LP, do Decreto n.o 20.493, de 24 de janeiro de
1946.
o "(sang - 1449
op
L91 0659 !*N
“ªff/“60
<" FVXAWÚNAAÉD
Xewªwzºwº“ WM -
kgG/ p ç/oxw“TNA[
AJ4/ ON irrpa y - WMWÁ“
dt a edi rala l E _;S iW»39808 NOSa
Prensas,
L'“ [“x—“:.:. “"lua Lar
:
-A
! as!
103iN *349
3aA aa-UE
Vd
É“
' INnnªíégoglznnqe n SA fisaia
..3113 M1i3.a 3 3a WM:
2
a
O (.') là)
VY . irliífl'ઠ| f Nigvyiv.. 1 1
,Ãzfºtªeºw
clgg?iªªã ) S V 03N ) id 48LL9O0/d" |
iv As
d ALLº" SOL ( 90402 |
09poQ a 1a va prudarsn asenmio o+
à na O3 A I a fm DF
O
RSA p
n "A“ |
WQKL.
ª'". ”ahi-Tv Wil“;-
BR DFANBSB /-I4#6 |
a
o
oCha MINISTÉRIO DA JUSTIÇA 5 , PARÁ uso DA fESTAç.fsQ_'_;74.._ A
aOs DEPARTAMENTO DE POLICIA FEDERAL io soa
o
la] N 1% 5a
000004
O
oO
écie:. OFICIAL Número, ... 9 i. u . e . '
ENDEREÇO PREÁMBULO
ao
«4[El Palavras..............>
á<A
ad A orb o [Mao
doel SCDP/SR/SP0/SP posição: LW
oR
dAs Quitação
<
a0 HRS: OPR:
2 Ro
»
a R0O no 631/0CDP , 12 11 87 RERA NR 20406 061187 ET NR 20569 091187
a
R A SCOP/SP vG INFO PEÇAS TEATS BIPT "MANHAS DE SOL" LIB QUATORZE ANOS
eoM
TRANSMITIR
2 Rd©
o
CERT VENE'500476 3,1. NADA CONSTA VG "A MANDRAGORA" LIB DEZOITO ANOS
m) voE CERT VAL 221090 3.1, TEMATICA ADULTA-CENAS DE NU VG "MAO NA LUVA"
<
AaO
RG ha]o
E LI98 DEZOITO ANOS CERT VAL 281190 3.1. CENA DE NUDEZ ET "CARLITOS
po!sao
dO
A
0
NADA CONSTA PT DCOP
uso
oU
R
aO fa ) ; a /
0 C- “< |_ f -n
13 PCLde pinL] -
oÉ
Nilma ena Sanesn "Domingo,
Assinatura ou rubrica do expedidor ,...... Ai...... aa a 2 omg ut ao a a a a d a a a a a a a e a a a a a e a a a a a aos e a e a a e e a e a a » DPF-84
A Chefe do SC - DCDP
(«/$> R
OQJ<>3©©
Grêmio Dramático Santa Bárbara
F u n d a d o e m 6 - 8 - 6 2
011897 1 BR71
!! N] j%ve g
nntandn e
anroveitamos
de elevada es+ in , 'ª-Ír-Af-irj—rvm consideracao
osamente
teatrais (SBMT)
DE autores
BRASILEIRA
sociEoapE - Reconhecida co iada
mo de
ad a em 27 de setembro de 1917 de 4-8 -19 20 - Fil
Fund ec. 4.092,
Utilidade Públi ores e Com-
ção i
à Confedera i
positores - Memb
Membro do IBECC resentan
da UNESCO - Rep tura.
Cultura - Membro nema do Ministério da Educação e Cul
uto Nac ion al do Ci #.a
tit Janeiro GB.
e Bar ros o, 97 - 3o andar - Rio de 1449
Sede: Av. Almirant /CPRTE A;PTE, E 0460 0, p.
». 14
p DE AN BS B NS FE R. PT
NS.CPR,
R DFANBSB 14695
PA RA 3/ 70 -SP M
AUTORIZAÇÃO Séri e
ATRAL
O DE PEÇA TE
REPRESENTAÇÃ lidade pública
ecida como de uti
Aut ore s Tea tra is (SBAT), reconh estrangeiros,
A Sociedade Brasil
eira de ados nacionais €
-19 20 man dat ária de seus associ -1924,
o n.o 4.092, de
4-8 o n.o 4.790, de 2-1
federal, pelo decret do artigo 2.o do decret
s de direito, autori
za, nos têr mos
16-7-1928, art. 46
para todos os fin úni co, e 27, do decreto n.o 5.492, de
parágrafo n.o 2.415,
combinado com os
artigos 26 e seu 111, de 1-3-1932, Lei
artigo 35 do decreto n.o 21.
, de 10-12-1928, e dªe/rºem n.o 1.023 > ,
do decreto n.o 18.527
20. 493 , de 2 -1 Í9 46, e artigo 1.o do
do decreto n.o A
de 9-2-955, art. 42, O
ação da peça teatral:
17-5-1962, a represent
eitos autorais, n
nto dos respectivos dir
sob condição de pagame de NES ..... *.
* >>>
de cad a esp etá cul o, com a garantia mínima u" de rec eit a, de-
da renda bruta er à SBAT uma cópia do
"borderea
Em pr ês a a for nec ame nto dos
por espetáculo, obrigando
-se a integral pag
zan do- se pel a sua exa tidão, bem como pelo
responsabili
vidamente autenticado, corrente.
ma estipulados, em moeda
direitos autorais aci mesma forma obrig
iga a Emprêsa, imp licitamente, a Da der eaux de receita, co
Esta autorização obr sm a cót lo de dire i- bor
a porcentual, a títu r de qual- GOS normais, todos os que
pag ar à SBA T a me prio teatro,
tos autorais, sôbre asa imp ortâncias que recebe Federais, cotistas da Emprêsa Ou do próauto ral.
ou pri vad a, Rep art içõ es s da cobran ça do dire ito
quer entidade, públic pai s, des de que tais recebimentos a efeito
Estaduais ou Mun ici
no todo ou parte da lo-
obriguem a conceder ing pre ços s mesmos, a qualquer
tação, ou reduzir os
| N
en e D avo - 657« a
vale como recibo. Deverida sel
Esta via de Autorizaçãoresnão pec tiv o e ent reg ue às auto -
ma
anexada ao progra A quitação do direito autoral respec- s
des competentes. - a na primeira via do recibo oficial Etr vo e ado * + + a SBAT)
(pel
tivo, só poderá ser dad fo
da SBAT.
9.1 SQO-
PR;TEA.PTE 04600
R DFANBSB NS;C
mbro de 1928:
de 1920: Decreto n.o 18.527, de 10 de deze
Decreto n.o 4.092, de 4 de agôsto
entação de pro-
de Utilidade Pú- Art. 46 - Ficam obrigados à apres
Art. 1.o - Fica reconhecida como s, diretores ou quais-
es Teatrais com gramas os proprietários, empresário
blica a Sociedade Brasi leira de Autor sentações, exibições
quer outros responsáveis pelas repre
sede no Rio de Janeiro." e
iaçõe s que se reali zarem em teatros, cinemató-
ou irrad -telefônicas ou
cabar és, socie dades radio
edade representar grafos, dancings,
8 1.o - É facultado a esta Soci eleci mento s de diver sões públicas.
outros quaisquer estab
seus associados:
de 1932:
a) - Perante a Polícia ou em Juízo essos referentes
Civil e Criminal Decreto n.o 21.111, de 1 de março
, em todo s os proc
ativa e passivamente quaisquer. assun-
à propriedade literária e artística
nos quais êsses asso- Art. 35, 8 1.o - A irradiação de
lhos, já divul gados ou não por outros meios,
ciados. sejam parte.. tos 'ou traba é "ser igualmente
os. direi tos autor ais
deverá respeitar
ais, para a cobrança s, dos autor es.
b) - Perante as Emprêsas teatr precedida da indicação dos nome
direitos de autor.
das quotas ou percentagens de ro de 1946:
1.o a Sociedade se Decreto n.o 20.493, de 24 de jªnei
8 2.o - Para o disposto no 8
asso ciad os, para todos os representação, exe-
reputará mandatária de seus Art. 42 - Considera-se local de
de direi to, pelo simp les ato de filiação à Sociedade, e irrad iação e de outra s formas de espe-
fins cução, exibição
salvo cláusula expressa em contr
ário. dive rsõe s públi cas, inclusive competi-
táculo, reuniões e s, arenas. e pistas,
os, os circo
ção à Sociedade Brasileira ções desportivas, os teatr
8 4.o - A prova de filia adequadas, assim como
ou às suas congêneres estrangeiras parques, salões ou dependências
de Auto res Teat rais se reserve espaço para
al dos sócios, publicada quaisquer estabelecimentos onde
poderá ser feita pela relação ofici certidão em cartório,. algum daqu eles fins é que seja m, de qualquer maneira,
ou em avuls o, ou por as que tenham a de-
pela imprensa se verifique cons- frequentados colet ivame nte, mes mo
públ ico, pela qual e desportivas.
passada por tabelião al. nominação de soci edad es recre ativa s
do auto r teatr
tar da relação o nome
de 1955:
ro de 1924: Lei n.o 2.415, de 9 de fevereiro
Decreto n.o 4.790, de 2 de janei
tório nacional; da li-
ão musical, tragédia, Art. 1o - A autorga, no terri
Art. 2.o - Nenhuma composiç al para a real izaç ão de representações, exe-
quer outr a produção, seja qual cença autor pelo rádio ou televi-
drama, comé dia, ou qual tele -tra nsmi ssõe s,
ser executada ou repre- cuções públicas e 8 1.o, do Decreto
fôr a sua denominação, poderá públicos, para os quais são, de que tratam os arts. 42 e 43,
ros os espe tácu los deze mbro «de 1928, e 88 do
sentada em teat
riza ção, para cada vez, de seu número 18.527, de 10 de ro de 1946, compete
se pague entrada, sem auto janei
"pes soa legi timamente subrogada Decreto n.o 20.493, de 24 de ou à Sociedade lega
autor, representante ou exclusiv amen te ao próp rio auto r
sa de direitos autorais, a
nos direitos daquele. mente constituída para a defe ha registrado na forma
filia do e que oten
julho de 1928: qual o autor fôr n.o 20.493, de 24 de
Decreto. n.o 5.492, de 16 de do Decr eto
do artigo 105, 8 1.o,
janeiro de 1946.
art. 2.o e seguintes do
Art. 26 - As disposições do maio de 1962:
2-1- 1924 , apli cam-se a tôdas as Decreto n.o 1.023, de 17 de
Decreto n.o 4.790, de teatr o, executadas, re-
s de lo público (representa-
composições musicais e peça radio-telefonia, com in- Art. 1.o - Qualquer espetácu
presenta das ou tran smit idas pela funções esportivas, recrea-
públicas. ções, execuções, irradiações, o em teatro, cinema, es-
tuito de lucro, em reuniões tivas e bene fice ntes , etc.) real izad
izadas com intuito de o e tele visã o, circ o, parque, cassino, clube,
8 único - Consideram-se real tações de rádi as, salões de depen-
ções musi cais , representações artísti- associações recreati vas Ou espo rtiv
lucro quai sque r audi
nicas em que Os músicos, end e de apro vação do respectivo
cas ou difusões radio-telefô dências adequadas, dep de Diversões Públicas
smit ente s tenh am retribuição pelo trã- programa, pelo Serviço de
Cens ura
executantes ou tran ral, e pela autoridade po-
balho. (S.; C..; D.. P.); no Distrito Fede seja o espetáculo ou fun-
Esta dos e Terr itór ios,
licial nos en-
Art. 27 - Os proprietários
ou empresários de quais- física ou jurídica, ou por
s públicas, são respon- ção promovido por pessoa l ou de organização civil.
de dive rsõe ção come rcia
quer estabelecimentos prod uções aí realizadas. tidade de organiza
das
sáveis pelos direitos autorais
A.PTE. C 400 p. A
ER DFANBSB NS.CPR;TE
CADERNO N. 69
COLETANEA TEATRAL
» VIANNA
ODUVALDO
S DE SOL
MANHA
Comédia em 3 atos
à %
*
% o a
Au 1a?
1
<
Ru? REST
título
espanhola de F. J. Bolla, o
Esta peça recebeu, na tradução
R. Salvatore
na versão napolitana de
de "Mafanitas camperas" e
.
Rubino, o de "Matenate e Sole"
de Autores Teatrais
Ediçãoda Sociedade Brasileira
| 2.6 1
O
#R DFANBSB NS;CPR.;TEA.PTE.OÍIÇ
com a seguinte
DIS O
Graziela Diniz
Luís Fortino
Tôda e qualquer representação desta peça, seja por que processo fôr, de-
pende de autorização prévia da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais.
S DE SOL
MANHA
NA
DE ODUVALDO VIAN
COMÉDIA EM 3 ATOS,
1.o ATO
ado, abotoando
com um pé descalço, outro calç
uma vila do in-
Estamos em Guararema, entra de meias,
"mm ainda o vestido. Pequitota,
sta a Sua pas-
Wrior de São Paul o, que arra cabeça cheia de
com os sapatos nas mãos, a
caudalosas do
inaceira por entre as águas pape lote s).
o dos habitantes. - Sinho-
Paraíba e o atrazo rotineir SINHÁ e PEQUITOTA (à porta)
tal. O muro, prati-
A cena representa um quin ra, mamãe!
fôrn o de tijolos, e E. B. de cha-
cável, part e de um
e for mando um ângulo NHAÁNHÃA - (porém, não pára a ponto
A., ond elha,
vai até a E.
por todo o mar pelas filhas. Colérica, verm fôlego) - Si
fundo, para ter-
reto, se estende o
do de estourar, grita, até perder
com Os fundos
minar na D. A. conf inan
Pequ itot a! Sinh ãaaa ! Pequ itotaaa !
nhá!
a tôda a Direita.
da casinha roceira que tom um portãozinho SINHÁ - (enq uant o Pequ itot a ,ataranta-
o, a os sa-
A E.M., logo depois do fôrn da, senta-se no topo da esca da e calç
para a hort a e o galinheiro.
de ripa s que dá
port ão patos). - Já estou aqui, mamãe!
mais largo, de a manei-
um
Ao fund o-mé dio,
mei o do muro, NHANHA - (arremedando-lhe
ssa, bem no u aqui, mamãe!
madeira maci
peq uen a pass ra molenga de falar) - Já esto
agem, de
abrindo-se para uma ulada) - Pa-
da que sobe para (Numa rebentina de bilis acum ta a chorar.
a porta
onde sai uma esca el, monha.
se abre Môsc a-mo rta! (Sin há desa
prat icáv siado infantil
de uma casa mais alta, É um pranto sincero, mas dema
outras casas
para a cena . Pers pect iva de ito anos ). Pron to! Derreteu
para os Seus dezo
a (D. B.) e ja-
iguais. A D. a casinha de port os, de tijolo, Sabem que O
tôsc a manteiga! Songa-mongas !
Dois degr aus cinco e levam
nela (D. M.). trem passa pouco depois das
, um poço, com
praticáveis. No meio da cena não sei quantas horas para se
caixão a guisa
vestirem! Prin-
enro lade ira. Um s-de-Milo! Es-
balde, corda e cesas! Rainhas-de-sabá! Venu
dia que co-
anu nci am o num tom que
de banco. Os galos trelas-d e-ci nema ! (Ord enan do
ínquos...
meça a surgir. Mugidos long não admite
a da casa, répli ca) - Vamo s: lavem êsses 1o-
Sobe o pano. Nhânhã, a don banhas, de cinhos !
velh a chei a de - Ahn!...
apar ece. É uma
Está indignada. SINHÁ - (chorando mais alto)
nervos e de fé nos padres. r os nossos fo-
itot Ahn!... Vamos, Pequitota, lava
a, acordaram
É que as filha s, Sinh á e Pequ o balde dentro
4 cinhos. (as duas deixam cair
horta, com o
tarde. Ela entra da E. M., da do poço , reti rand o-o chei o dágu a que despe
Coloca-se no poço»
avental cheio de verduras. jam numa baci a de ágat a. Lav am Os rostos,
Apesar da enxu-
Vai ao fôrno. Abre-o, espia. enquanto Nhãânhã, voci fera ndo cois as que 36
a depr essa , fala depressa, autori- o pão do fôrno.
dia, ela and
ame ela entende, continua a retirar
nte o fôrno e
dida . Fec ha nov todo. Sinhá so-
tária e deci
man do O sol, muito claro, surge de
em direção à
emen te, cha solo de vio-
grita, fort luça ainda. Da casa do fundo, um
casa da D. |
elo envo lve a cena . Nhân hã, sem se deter
Jonc
resanfoninar,
a! (Ligeira no seu trabalho, emenda ao seu
NHANHAÃA - Sinhá! Pequitot entre indignad a e irôni ca):
apanhar uma
pausa que ela aproveita para NHANHAÃ - Mais um músico para
o con-
cabo comp rido e um tabo leiro de ma- e do rabecão. E se o Ou-
pá de á! Pequ itot a! cert o! É o moç o trist
deira encostado ao poço). Sinh tro maluco não estivesse dorm
indo, teriamos
mente ao fôr-
(Outra pausa. Ela dirige-se nova tam bém uma rabe quin ha às cinco horas da
primeiro pão
no. Abreo e tira, com a pá, O manhã! Uma beleza! (dirigindo
-se com o ia-
pés.) Sinhá! Pe- raçados que
que joga no taboleiro, a seu poleiro de pão para a D.) Desg
no fôrno, n
quitota! (Enfia, de novo, a pá não têm nada que fazer ! (Já no topo da pe-
cada vez mais
quanto continua a chamar, ndo pão. quen a esca da, volt ando-se para as filhas). E
segu
alto). Sinhá! Pequitota! (Vira o vocês andem com isso, ouviram? jam aí esfre-
Quero só que
ha-o com O
Segura-o. Queima as mãos. Apan a o trem cheg ue e você s aind a este
aumenta-lhe
avental. A dor da queimadura gando as fuças, para ver!
am estridentes,
raiva e os gritos que se torn dese sper a SINHAÁ (ofendida com "as fuça
s", desata,
em false tes Ahn!...
repetidos, terminando novamente, o pran to) - Ahn! Ahn!
Pequitota! Si-
dos). Sinhá! Pequitota ! Sinhá! NHAÁNHÃ - (arf ando de raiv a e de can-
porta da ca-
nhá! Pequitotaaaaaa! (Abre-se a nhas saço 'de falar tant o e tão depressa, sai, arre-
duas cari
zinha da D. Assomam, por ela, batadamente, pela cazinha da
D., batendo a
itota. Ambas
assustadas: as de Sinhá e Pequ port a com estr ondo . Sinh á, de soslaio, olha pa-
les de moci-
usam tranças, vestidinhos simp ra a porta. Limpa os olhos. Vai,
depois, a D.,
. Sinhá vem
nhas do interior, Estão atônitas
154.
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.0460
MANHÃS DE SOL
põe a língua de fora, num desabafo natural, PEQUITOTA - (sempre ingênua) - Não
num "Ahn!"... desaforado, ao mesmo tempo sei. Faz seis anos que não vejo ela.
que Renato, rapazelho quasi imberbe, asso- RENATO - Ela mora longe daqui?
ma à porta da casa do fundo, de roupão de PEQUITOTA - Muito!...
banho e saboneteira em punho. Traz os cabe- RENATO - Na China? 2
los em desalinho como quem acaba de levan- PEQUITOTA - Mais longe! No Rio de
tar-se. Espreguiça-se. Começa a descer a es- Janeiro!... O senhor também mora lá, não
cada. 8 mora?
PEQUITOTA - Cuidado! Ela já ioi? (Re- RENATO - Moro.
nato pára no meio da escada e iaz-se especta- PEQUITOTA - E não conhece a tia Ga-
dor do que se passa no quintal vizinho). briela !?
SINHÁ - Foi. Um dia eu não sei não! RENATO - Muito!...
Pego um revólver, ponho no ouvido e... PEQUITOTA - E a Leonor também?
RENATO (imitando um Tiro) - Pum!... RENATO - A Leonor nem se fala!...
SINHÁ - (assustando-se, corre, abraçan- PEQUITOTA - É nossa prima. Tem 17
do-se a Pequitota). - Jesus! anos. Quando saiu daqui tinha oito. Ela lhe
RENATO - (numa gargalhada ruidosa, de falava de nós?
perder o fôlego) - Ah! ah! ah! ah! RENATO - Falava. Todos os domingos,
SINHÁ - (voltando, a mêdo, os olhos à tarde, sentados num banquinho do Jardim
para o fundo e vendo Renato, desata a cho- público da rua do Ouvidor, famos ouvir a ban-
rar) - Ahn! ahn! ahn! da de música local no coreto da esquina da
PEQUITOTA - (refeita do susto) - Não rua da Carioca com a da Avenida Atlântica...
chore, bôba. É isso mesmo que êle quer! PEQUITOTA - É?
SINHÁ - (recortando a frase de solu- RENATO - É. E ela então falava muito
cos) - Que-susto-que-êle-me-pregooou ! . .. de vocês todos! Ela chega, também, hoje?
RENATO - (imitando-a) - Que susto que PEQUITOTA - Chega.
êle me pregooou !... SINHÁ - (entrando, 2 saltar como uma
PEQUITOTA - (entre zangada e S0rri cabrita) - Olhe o ôvo! Olhe o ôvo! Está
dente) - "Seu" Renato! quentinho ainda!... (encosta-o no rosto de
SINHÁ - (limpando os olhos c esboçando Pequitota). Veja!
um sorriso de disfarçada simpatia, formula RENATO - Se eu pedisse êsse ôÓvo vocês
uma pergunta um tanto forçada no intuito me davam?
ingênuo de puxar conversa:) - O doutor Al- SINHÁ e PEQUITOTA - (com dengue)
varo já se levantou, não já? - Não.
PEQUITOTA - (respondendo à irmã) - RENATO - É receita médica...
Já. Você não ouviu o rabeçcão? SINHÁ e PEQUITOTA - Não...
RENATO - Rabecão é seu nariz! Violon- RENATO - Por que?
celo. (Pequitota cora) - Desculpe. Estou brin- SINHÁ - Peça p'ra Ester...
cando. (Fixando o olhar nas duas que acabam RENATO - Está com ciúme? Eu não
de enxugar o rosto). Vocês vão a alguma festa gosto dela...
hoje? SINHÁ - (com esperança de 'uma decla-
SINHÁ e PEQUITOTA - (de costas para ração, cada vez mais dengosa) - De quem
Renato, retorcendo a toalha e o corpo) - Não é que o senhor gosta, então? Quem o senhor
senhor. prefere?
RENATO - Ah! Vão fazer a primeira RENATO - Entre você e a Ester, prefi-
comunhão? ro...
SINHAÁ e PEQUITOTA - Não, senhor. SINHÁ - (não cabendo em si) - Pre-
SINHÁ - (curiosa, olhando-o de soslaio) fere?
- Por que, seu Renato, por que, hein? RENATO -- Prefiro... o ôvo.
RENATO - Estão lavando a cara... (ri SINHÁ - (num muchocho) - Ah! (Rena-
ruidosamente ). to ri. A pequena com raiva, arremessa o ôvo
SINHÁ - (fazendo cara de chôro) - Ah! no chão).
Também ! . . . NHANHAÃ - (que assoma a porta) -- Que
PEQUITOTA - Bôba, é isso mesmo que é isso, menina? (Renato desce, a correr, a es-
Ele quer! cada. As duas pequenas, atônitas, não sabem
RENATO - É mesmo! Você fica boniti- o que fazer. Nhânhã avança para elas que
nha quando choraá!... (descendo mais dois de- correm, as mãos levantadas em forma de de-
graus) - Mas onde é que vocês vão a estas fesa).
horas? NHÁNHAÃ - Suas assanhadas! Sapecas!
PEQUITOTA - Vamos à estação esperar Quebrando ovos e conversando com êsse tran-
uma tia. galha-danças e o trem que fique à espera!
SINHÁ - A tia Gabriela. SINHÁ e PEQUITOTA - (quase que si-
PEQUITOTA - Irmã de mamãe. multâneamente) - Não, mamãe, não! Eu não
RENATO - Irmã de caridade e irmã de faço mais! Não! (Álvaro chega à janela da
sua mãe?! Bem se diz que os extremos se to- casa do F. D. É um rapaz de vinte e alguns
cam... (uma galinha cacareja). anos, de fisionomia tristonha mas atraente.
SINHÁ - Foi a minha carijó! Vou bus- A gritaria continua).
car o ôvo. (Sai a correr pelo E. M.) SINHÁ - Mamãe, não me bata!
PEQUITOTA - (para a irmã que sai) - PEQUITOTA - Não faço mais, juro. (Bei-
Não se demore. Olhe mamãe! ja os dedos em cruz).
SINHÁ - (de dentro) -- Já vou! - (feroz, cercando as filhas,
RENATO - (sem em tom de burla) - no intuito de bater-lhes) - Sim, vocês dizem
Essa tia Gabriela é bonita como o resto da sempre isso e não se emendam! Sapecas! Vão
família? acabar de aprontar-se e zarpem para a esta-
REVISTA DE TEATRO
MANHÃS DE SOL
NHANHAÃ - Que faz aí, condenado? Cor- abre o portão como se falasse a alguém. En-
ra atrás do troli e vá com elas para trazer tra, Saci! (Caminhando em direção do poço)
as malas! (Chiquinho sai a correr, pelo fun- Cangoetê. Moanuami cumda! Gananzabú ame-
do. Ela fica à porta, como quem acompanha, na! (Larga a sanfona sôbre o pôço, apanha o
com os olhos, o troli que se perde na distân- balde e bebe um longo trago de água. Oferece,
cia e a carreira de Chiquinho para alcançá-lo). depois, ao seu invisível companheiro) Bebe,
Saci. (Dá-lhe de beber) Não qué bebê mais?
RENATO (depois de olhar, ora para o
Pruquê, Saci? Pai "Omingos" dá. (Dirigindo-
troli, ora para a velha, com amabilidade exa- -se para a D. B.) Mofidalofé uá bô ô loqué!
gerada) - Bons dias.
Esbegi, morí, oucurincan! (Oferecendo o ban-
NHANHAÃ (àsperamente, tirando a mão
co ao Saci) Senta Saci!... Espera! (Limpa o
que levara aos olhos à guisa de viseira) -- banco com a fralda da camisa) Senta, agora,
Bons dias. (E como Renato continua a fitá-la).
- Deseja alguma coisa? Saci! (Senta-se também e canta tocando san
RENATO - Desejo expressar-lhe a nossa fona)
grande admiração pela sua infinita bondade Arimandolá, oué!
em aguentar êsse moleque... (Refere-se ao Arimandolá, ouá!
Chiquinho ). Assacarila-assakará !
NHANHAÃ (sensibilizada) - Ó, muito obri- U6! Eó!
gada. (a Álvaro) O senhor está passando me- Eh! Ah! 4Y
lhor?
ÁLVARO - Não tenho tossido tanto... (Levanta-se) Vem dançá. Saci! (Como se
RENATO (depois de pequena pausa) - segurasse alguém, começa a dançar). (Ouvem-
Por que a senhora não mata, de uma vez, o -se, então, os guizos dos cavalos do troli que
Chiquinho? se aproxima e logo depois gargalhadas môças
NHANHÃ (rindo) - Ele bem merece. E cobrem a voz do prêto velho. Renato abre a
uma peste! É um malagradecido. (Como janela. Álvaro surge à porta da casa do F.
quem conta um benefício feito) Tirei-o do Nhanhã sai da casa de D. a correr, enquanto
Juiz de órfãos!... cresce o vozerio lá fora e as gargalhadas de
RENATO (fingindo estupefação) - É?! Leonor redobram).
(Olha para Álvaro) Que ingrato! NHANHÃ (já no portão do F., abrindo-o)
NHANHÃ (animada, valorizando o que Entrem! Entrem! (Entra Leonor. É um sol,
diz:) - Há dez anos! Era dêste tamanho! feita mulher. Mocidade. Alegria. Sedução. Tudo
Criei-o ! se reune nessa figurinha encantadora de ado-
RENATO (a Álvaro) - Que coração! lescente, cuja voz, o gesto, o olhar são um
NHANHÃ - Mas não se pode ser cari- hino de encantamento. Entra dentro de um
dosa neste mundo! O senhor vê o que êle uniforme de colegial, beija estouvadamente a
me faz? tia no portão, quase a fazendo cair e corre pela
RENATO - Vejo, indignado! Vejo todos cena tôda, enchendo-a com a sua juventude.
os dias êsse bandido bater desapiedadamente Irmã Gabriela, já velha, abraça e beija Nha-
com a cara nas mãos da senhora!... nhã ainda mal refeita do susto que teve com
NHANHÃ - Hein?! (A Álvaro, com voz al- o estouvamento da sobrinha).
terada) Com licença. GABRIELA - Deus te proteja, minha ir-
RENATO (imitando-a) - Tem tôda. (Ela mã!
entra e fecha a porta com estrondo. Renato ri. NHANHÃ (com os olhos pregados em
Álvaro reprova-lhe o procedimento com a ca- Leonor que mexe em tudo) - Amém! (Chi-
beça, não podendo, porém, deixar de sorrir) quinho entra carregado de malas para o in-
Não engulo essa velha! (Passa a «ião num terior da casa da D. As duas irmãs estão abra-
violino que está numa mesa, junto à janela).
cadas. Leonor já está sôbre o pôço, saltando,
ÁLVARO (com um toque de tristeza) -
alegremente, entre Sinhá e Pequitota que en-
Ela é como as outras: mulher... (Depois de
traram a correr).
uma pausa, em que Renato dá um acorde no
violino) Deixa-me ver o arco aí. (E os dois LEONOR - Como tudo isto é bonito!
de costas para a janela começam a tocar a Campo, flôres, céu, pássaros e... até esta
"Reverie de Schumann". Logo depois um cria- cazinha feia, como é bonita, Jesus! Deus, quan-
do, a um sinal de Renato, fecha a janela. A do castigou Adão, esqueceu-se dêste pedaço
música quase se extingue. Ouve-se o apito de de paraíso!... (Álvaro, da porta da casa, olha-
um trem que parte. Ao mesmo tempo, entre- -a com marcado interêsse).
abrindo o portão do fundo, aparece a figura NHANHÃ (escandalizada) - Que é isso,
alquebrada do Mestre Domingos -- "Omingos" Leonor?
como êle próprio se chama. É um prêto velho. MESTRE DOMINGOS - "Suns Cristo",
Tem cento e alguns anos. É caduco. Sua ca- Sinhá !
beça é um floco de algodão. Quasi não anda, LEONOR (que só agora o nota) - Quem
arrasta-se. Pede esmola. Fala sôzinho. Canta- é?
rola sempre toadas afro-brasileiras, acompa- PEQUITOTA - É o Mestre Domingos, não
nhando-as com uma sanfona de sons inarticu- se lembra dêle?
lados, quase tão velha quanto êle e anda sem- LEONOR (fazendo fôrça para recordar-
pre acompanhado ou em companhia de "Saci -se) - O Mestre Domingos? (Salta do pôço
Pererê"... A sua voz vem do fundo). e toma-lhe a sanfona) Deixa-me tocar um pou-
MESTRE DOMINGOS - co de sanfona? (Senta-se no banquinho).
Arimandolá, oué MESTRE DOMINGOS (num grito roufe-
Arimandolá, ouá! nho) - Num!
Eh! Ah! LEONOR (assustando-se, deixa cair a san
..(Entra apoiado a um pedaço de pau) fona e foge) - Ai! (Abraça-se à Gabriela).
"Suns Cristo!" (Beija o pôço. Benze-se, volta, TODOS - Que foi?
BR DFANBSB NS.CPR.TE
A.PTE, O<
REVISTA DE TEATRO
MANHÃS DE SOL
vê) -
Bom dia... Ahn, FIRMINO (não acreditando no que
ZEZÉ (melosamente) - Leano r? Num diga, dona do céu! Aquela
Siá
?! Mas tá
ahn, abhn...
- Zezé ? É o seu na- que eu conheci pequetitinha assim
LEO NOR (de dent ro) grand e!
rece por sôbre a ca- um monstro de cava
morado? Quero ver! (Apa ang ime nto dos NITINHO (apertando-lhe a mão,
as. Con str em re-
beça das duas prim lheir esco) - Tenho muita sastifação
m ).
caipiras que se entreolha ina! Que mo- vê-la.
NHANHÃ (enérgica) - Men de em- LEONOR (imitando-lhe a voz e a mesu
ra)
iro silê ncio pare-
dos são êsses? (Há um lige - A "sast ifaçã o" é tôda minha , não lhe
com a mão na
baraço. Leonor sai da janela, ece à porta ce? (Nitinho choca-se ligeiramente
com a imi
a não rir. Gabr iela apar
bôca par tação).
suave-
da D.).
hora da missa. GABRIELA (baixo, repreendendo-a
GABRIELA - Estamos na mente , apesa r da graça que lhe acha) - Leo-
dia. (Eles res-
(Reparando nos caipiras) Bom nor!
pondem ).
ir me arra n- LEONOR (ainda a Nitinho) - Está sen-
aind a
NHANHÃ - Não pude tindo frio?
não se lembra?
jar! Já volto. Conhece todos, . 2 NITINHO - Não, senhorita. Por
que?
NITINH O - Eu sou O Nito (apon tando -lhe o pano prêto do
D. M.). LEO NOR
NHANHAÃ - Com licença. (Sai olho) - Está com uma janela fecha
da...
mino Bor-
NITINHO (apontando) - O Fir NITINHO - Janela?
ba, o Zezé dos Prazeres. é? Ahn?—)») )
rar-se) - ZEZÉ - Jinela é tapaoio, num
GABRIELA (procurando lemb ahn, ahn, ahn!
ahn,
Nito. ..
Fran co. O Niti- LEONOR (imitando-o) - Jinela? Ahn,
NIT INH O - Nito . Nito É sim, senhor... (Zezé fica súbita-
tempo do pa- abhn!...
nho da farmácia e sacristão no mente sério, chocando-se com o gracejo).
Cassiana. ..
dre Bartolo, filho da dona Ah! Está GABRIELA (baixo a Leonor, entre-zanga-é
GABRIELA (lembrando-se) - da e risonha) - Minha filha, essa
gente
um homem ! desconfiada... (a Eles) Não levem a
não lhe pa- muito
NITINHO - Graças a Deus, mal. Ela gosta muito de brincar.
se lem bra? Filho da ua
rece ? Este é o Zezé , não NHANHÃ (aparece à porta da D. Traz
Dona Maria, a viúva... de mantilha à cabeça e um livro de missa nas
raça
FIRMINO - O que teve a desg morri mãos) - Estou pronta, Gabriela.
(As meni-
déêle ter
nascê dois anos depois do pai nas que estão na janela) Muito juízo,
hein?
do, se lembra? o Chiquinho varrer e limpar tudo. Vo-
mente o ti- Façam
GABRIELA (contendo discreta cês vão à missa das dez. (A Leonor)
Quer ir
sua mãe? (A
so) - Como vai você, Zezé? E agora, Leonor?
um "bem"
cada pergunta Zezé responde com bôbo. LEONOR - Vou com elas, titia...
sua clás sica risa da de muito
acompa nha do de NHANHAÃ - Está bem. Até logo e
Leonor aparece à porta da casa). dirige cuidado! (A Chiquinho) E o "senhor" veja lá
FIRMINO (notando que Gabriela como se porta!
respeitosa-
para êle o seu olhar, descobre-se, bei- GABRIELA (beijando Leonor)
- Que
se a seus pés,
mente, aproxima-se, ajoelha- - Deus fique contigo, filha.
ão.
ja-lhe o hábito e benzese) A bênç FIRMINO (benzendo-se) - E comigo.
Levante-se.
GABRIELA - Que é isso? ca? NHANHAÃ - Hein? Vocês vão também
!
? E a Siló
Deus o abençõe. Como vai você FIRMINO - Então vamos com Deus...
Quantos filhos têm? a. NITINHO (despedindo-se) - Inté
logo,.
FIRMINO - Fios? Num sei aind senhoritas. (Ao apertar as mãos, deixa-lhes
GABRIELA - Não sabe? uma carta que Zezé lhe passa. A Leonor)
Se-
am co-
FIRMINO - fles ainda não nascer nhorita? Nitinho Franco. Farmácio do Povo.
mo é que eu vou saber quantos são? u, ir- LEONOR - Muito prazer, senhor
Farmá-
NITINHO - Ele ainda não se caso cio do Povo... Quero dizer, Nitinho
Franco.
Muito
mã, não lhe parece?
de- ZEZÉ (estendendo lhe a mão) -
FIRMINO - Continuemos noivos. Faz gôsto... Ahn, ah, abnl:..
o, num é?
zasseis anos. É um pouquinho muit LEONOR - O mesmo, ahn, ahn,
ahn!...
er-se e
LEONOR (à escada, não pode cont FIRMINO - Inté logo, prá mecês iu
a) Ah!
explode numa gargalhada sonora e môç dos !... (saindo).
desde o
ah! ah! ah! ah! (Zezé e Nitinho que la AS MENINAS - Até logo!
Até logo!
nto de Sin há e Pequ itot a à jane - Juízo,
aparecime iam NHANHA (simultâneamente)
estão a deitar olhares ternos às duas e faz hein?
uma car-
justamente sinais para lhe entregar ena. GABRIELA (idem) - Até
logo, filhas
ta, assustam-se com a gargalhada da pequ (Saem Gabriela, Nitinho e Zezé, que jogam
ere m por-
Escondem a carta. Depois, sem sab olhares para as pequenas, Firmino
e por
que, riem também, sem vontade). fim Nhanhã).
) .-
GABRIELA (sem poder conter o riso LEONOR (que foi até ao
portão certifi-
Que é isso, Leonor? de que se haviam ido os que sairam,
a, titia. car-se
LEONOR (aproximando-se) - Nad vir... olhando maliciosamente para
as duas primas
ecei a
Lembrei-me de uma coisa e com e repuxando o olho com 0 indicador esquer-
a de falar de
Uma coisa (imitando a maneir açad a", de), - Olhem ' :- .
engr
Firmino) um "pouquinho muito onfiados). SINHÁ e PEQUITOTA (fazendo-se
de de-
num é? (Os caipiras olham-na desc r a si- sentendidas) - Que é?
GABRIELA (procurando contorna a me- LEONOR - Quando vocês
iam já eu tinha
m dest
tuação) - Vocês não se lembra 7 voltado há muito tempo ! ...
2 .. a
nina?
", não. . PEQUITOTA - Não entendo.
' FIRMINO - Não me "alembro SINHAÁ - Você tem cada coisa!... Que é?
GABRIELA - É a Leonor.
RR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0460
REVISTA DE TEATRO
LEONOR - Que duas artistas de cinema! LEONOR - Comigo é assim: contou pro-
A carta que o olho-tapado entregou a vocês? sa, apanha.
SINHÁ e PEQUITOTA (como se cantas-
RENATO - É por acaso, filha do Al Ca-
sem em côro, num esfôrço de simulação) -
pone?
Carta!... Que carta?!...
SINHÁ (beijando os dedos em cruz) - LEONOR - Não., Sou o Lempeão disfar-
Juro por tudo quanto é mais sagrado!... cado.
(Chora) Ahnnnn! RENATO - Disfarçada de mal-criada?
CHIQUINHO - Pronto! Derreteu a man- LEONOR - Não, para não me confun-
teiga! Quando Nhanhã chegar eu vou contá. direm com o senhor...
LEONOR - Não conta nada! ÁLVARO - Não seria possível. Ele não
CHIQUINHO - Conto. Não quero namô- é bonitinho assim. ..
ro aqui. (Pequena pausa de malícia) É. Na LEONOR - E o senhor tem alguma coisa
môro aqui é só comigo... com isso?
LEONOR (a Pequitota que saiu da janela RENATO - Nem tão bonitinho, nem tão
e está em pé na soleira da porta) - Não mal-educadinho ...
chore. Não seja bôba! Que tem receber uma LEONOR - Pelo menos não ando bisbi-
carta? lhoteando o que se passa no quintal dos vi-
ª. SINHÁ (transformando o chôro em sor- zinhos . ..
4 A,is0) - Você não conta nada? (desce a
es- RENATO - Nós estamos na nossa casa...
tada).
LEONOR (dedos em cruz) - Por esta luz! LEONOR - E nós na nossa e não mete
SINHÁ (resolutamente) - Pequitota, dá mos o nariz onde não somos chamadas!
a carta. SINHÁ (escandalizada) - Leonor!
PEQUITOTA - Carta? (Leonor corre pa- PEQUITOTA (idem, ao mesmo tempo) -
ra agarrála na janela. Ela sai, ràpidamente, Que é isso?
e entra em cena pela porta, onde Sinhá a se- RENATO - Está bem, desculpe. Gente
gura). bonita, zangada, fica feia. Sôfro de bichas e
SINHÁ e LEONOR (revistando-a) - A morro de mêdo de gente feia...
carta! A carta! A carta! LEONOR - E não há espelhos nessa
PEQUITOTA (resolvida) - Esperem aí. casa?
Esperem aí. (Desvencilha-se de ambas, senta- ÁLVARO (rindo) - Não. fle nunca olhou
-se, no degrau da sacada, tira o sapato e de para um espêlho. ..
dentro dêle o bilhete). LEONOR - E nunca tomou banho tam-
LEONOR - Vamos ler! bém?
PEQUITOTA - Não! ÁLVARO (estranhando a pergunta) -- Ba-
LEONOR (arrebatando lhe o bilhete das nho?
mãos) - Vamos sim, vamos. (Corre, abre o
bilhete, perseguida pelas duas pequenas). LEONOR - Pois pode ver-se na água e
morrerá na certa... (Renato fica sério. Al
CHIQUINHO (correndo também) - Não vàro ri. Ela ri também).
leia, siá Leonor, não leia. Depois quem entra
ÁLVARO - Ela já está nossa amiga. Está
na vara de marmelo sou eu! se rindo. ..
LEONOR - Não amole, Chiquinho! Não
LEONOR - Estou rindo de você. ..
amolem. (Sobe para cima do pôço e começa
ÁLVARO - De mim? Por que?
a ler, rindo das asneiras gramaticais que en-
LEONOR - Por você estar se rindo dêle
&/ Q&sontra). "Nois precisemo" falar com "ambas
ser feio... (Álvaro fica sério e Renato ri per-
as duas". "Nois esperemos-lhes na farmácia
didamente caçoando do amigo. Ela tabem ri
durante a missa. Nóis. .. muito ).
CHIQUINHO (de um salto, arrebatando
RENATO (com intenção de gozar mais
o papel da mão de Leonor) - Não leia mais,
pronto! (Rasgando o bilhete e correndo) De- o amigo) - E agora, de quem se ri? Déle ou
de mim?
pois quem paga o pato sou eu!
LEONOR - Dos dois.... (Riem todos, in-
SINHÁ (chorando e avançando para o
clusive Sinhá, Pequitota e Chiquinho).
moleque) - Intrometido! Adulador! Ahnnn!...
ÁLVARO - Agora sim. Tudo acabou bem.
PEQUITOTA (idem, ao mesmo tempo) --
Não está mais zangadinha conosco?
Atrevido! Sem vergonha! (E as três, como
LEONOR - Faz muita questão de saber?
três pequenas Fúrias, conseguem agarrar o
ÁLVARO - Muita.
criado dando-lhe formidável surra, gritando
LEONOR - Estou.
sempre "descarado! Atrevido! Adulador! Que
RENATO - Está?
vais ganhar com isso?" Chiquinho berra "Ai!
Ai" Me larguem! Me larguem! Acudam! Vou LEONOR - Estou... E só faço as pazes
se vocês tocarem alguma coisa para nós dan-
contar!" - Renato e Álvaro, atraídos pela al-
gazarra abrem, respectivamente, a porta e a carmos. (As primas) Não são êsses que jo-
cam? (Gesto de passar o arco do violino. Afir-
janela da casa do fundo).
mativa de cabeça das interrogadas).
ÁLVARO - Que é isso? CHIQUINHO - Não toquem! Depois
RENATO (fingindo que apita) - Prrr!
Prrr! Polícia! Polícia! (Sinhá chora mais for- quem vai dançar (gesto de pancada) sou eu...
te. Pequitota disfarça como se não tivesse na- RENATO - Não amole. (A Leonor) Que
quer que toquemos?
da com a coisa. Apenas Leonor segura ainda
o peão). LEONOR - Lambert walk (fazendo o
RENATO (enérgico) - Que é isso? gesto clássico da dança, com o polegar para
trás) Oi!
CHIQUINHO - Esta menina pensa que MESTRE DOMINGOS (entrando da E. M.
eu sou táboa de bater roupa! (Desvencilha-se a mastigar uma fruta e a cantorolar a sua
das mãos da garôta). canção).
NS.ePR;TEA.PTE. 0460
ar DrAnNBSB
MANHÃS DE SOL
ente, pela
respeitam ! . . . (Sai, chorando, novam
Arimandolá oué ! D. M.).
Arimandolá, ouá! ÁLVARO (a Leonor, tirando
um lenço do
En! Ah! vamo s envol ver o dedinho
bolso) - Agora
re Domin- em gaze. (Rasga o lenço).
RENATO - Que toque O Mest muito jei-
gos e dançaremos nós todo s! LEONOR - O senhor não tem
Como eu vou to para médico...
CHIQUINHO - Nossa mãe! êle é mé-
.. (Co mo se lhe bate ssem , grita a ex- RENATO (rindo-se) - Não. Pois
dançar!. de pes-
da danç a em tom dolo rido dico mesm o...
clamação tem muitos
soa que apanha) Ui!... LEONOR - É? Desculpe. E
Mest re Domi ngos .
LEONOR - Toque, doentes?
re Omingos
MESTRE DOMINGOS - Mest te-p é,
RENATO - Um.
a, péan
nu toca nada! (Sinhá e Pequitot uinh o, LEONOR - Um só?
de Chiq
aproveitando-se do desespêéro ÁLVARO - Um só.
abrem o portão e saem). Renato) - O
LEONOR (apontando para
LEONOR - Toque! Toque! senho r?
Não , toque!
CHIQUINHO - Não toque ! RENATO - Deus me livre!
Sou moço,
r que êle
LEONOR - Não precisa grita quero viver muito .
não toca mesmo. o doente?
Se lhe de- LEONOR - Quem é então
CHIQUINHO - Eu conh eço êle.
ÁLVARO - Eu.
rem dois mil réis êle toca. o médico . ..
réis. (Pro- LEONOR - É o doente e
LEONOR (Alegre) - Dois mil ÁLVARO - Apena s o doent e. O médico é
cura o dinh eiro ). com fôrça ) Ele é o meu
mesmo) êste ar. (Respirao
CHIQUINHO (indignado com êle a- médic o.
uma panc
_ Burro! Burro! Burro! (dando RENATO (depois de respir
ar, também )
ça, como na
da com o polegar na própria cabe - Não cobra e não mata. (Riem ).
dança americana) Oi! nas mãos de
do bolso) LEONOR (cujo dedo está
RENATO (que tirou a moeda Álvaro que o envol ve) - Ai!
- Tome (Vai atirar). RENATO - ...E nem machu
ca. (Riem)
. Jogue p'ra
LEONOR - Espere. Não atire para Isso não é trilho de ponde. É dedo. Nem é
salto e,
mim. (Corre para o muro de um dedo; é dedinho. ..
Dá um grito
galgálo, põe a mão sôbre êle. MESTRE DOMINGOS (rece
itando) - Bo-
de dôr:) Ai! mbuc urú. .. Bom. .. Bom .-.
NHO ta aí... anha
RENATO, ÁLVARO e CHIQUI Anhambucurá sára. .. Pai Omin gos diz. .. (Os
Que foi? Que foi? risonhamente porque não
muro) - , três se entreolham
LEONOR (apontando para o ami- ente ndem nada) .
os dois
Era um pedacinho de vidro. (E RENATO - É bom?
escada. Leo-
gos descem precipitadamente a MESTRE DOMINGOS - Bom
!
nor senta-se no pôço) . TO Então quando descobirmos
propor- RENA
CHIQUINHO (dando ao acidente o que isso é, poremos no
dedinho dela...
, levando
ções de catástrofe, desesperadamente ÁLVARO (dand o por termi nado curativo)
Sangue! So-
as mãos à cabeça) - Meu Deus! - Pronto.
corro! Socorro! Acudam ! LEONOR - Obrigada. E
como é o seu
ATO (que entra com Álva ro pelo
REN lenço ? Vai ficar só com a metade?
é isso?
portão F.) - Que é isso rapaz, que ÁLVARO - Vou. É a bande
ira branca qui
-se mui-
ÁLVARO (a Leonor] - Machucou fica haste ada entre nós. Não brigaremos"
to? 4 m ais...
LEONOR - Não. Não é nada...
(Álvaro da D.) -
com água CHIQUINHO (saindo da casa
e Renato lavam o edo da pequena Minha nossa Senhora da Aparecida!
As meni-
do balde). sumiram! (Desce a escada) Quem vai pa-
e de nas
CHIQUINHO (parando imediatament gar tudo sou eu! (Chama)
Sinhá! Pequi. ..
? Graças a
gritar e já risonho) - Não é nada (interrompendo-se, numa transição de luci-
Deus! . é farmácia do Nito,
Tanta aflição dez). Ah! Já sei! Estão na
,LEONOMagradecida) - namorando !
por mim, Chiquinho? - Na-
ra, é por RENATO (como se monologasse)
CHIQUINHO - Não é pela senho morando? (Num interêsse
repentino, batendo
fôsse grave , olhe (Esta la os dedos aí que já volto.
mim. Se, nas costas de Álvaro) Espere
ar panc ada. Há um silên cio. Chi-
para indic (Sai, a correr pelo F.).
curativo. De re-
quinho acompanha risonho o CHIQUINHO (batendo,
com intimidade
. Fica sério.
pente sente a falta das pequenas nas costas de Álvaro, repete a frase com a
outro. Dá um
Olha, a mêdo, de um lado para mesma inflexão de Renato). - Espere aí que
stam. "Que
grito) Meu Deus! (Os três se assu já volto! (E sai, a COrrer, atrás de Renato).
há?" "Que acont eceu? " - pergun- os que
foi?" "Que
ndo) As meni- ÁLVARO (depois de acompanhar
tam) As meninas! (Procura saíram, com o olhar) - Dois
malucos.
estão as meni nas? Seu Renato,
nas!... Onde LEONOR - Dois? E o senhor...?
o senhor não viu as meninas? " ÁLVARO - Eu?!
guarda-meni-
RENATO - Sei lá. Não sou LEONOR - Tem muito juíz
o?
-
nas..:
en- ÁLVARO (sorrindo, pergunta também)
CHIQUINHO (chorando e chamando Tenho?
do desespêéro dêle) - com a pa-
LEONOR (alegremente, negando
quanto os três sorriem
os três, fazen- - Não!...
Sinhá! Pequitota! Sinhá? (Para lavra, a cabeça e o indicadorzinho)
certa importân-
do uma pausa no chôro, com ÁLVARO - Não?
que eu não gos:
cia) Estão vendo? É por isso LEONOR - Não.
casa. Não me
to de ficar tomando conta da
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0645;
REVISTA DE TEATRO 11
ÁLVARO - Tenho cara -de louco? ÁLVARO - Bem vi que tínhamos algu-
LEONOR - Tem... * ma coisa de comum: O Rio é meu, também.
ÁLVARO - Hein? LEONOR - É meu, é seu, é de todos e
LEONOR - Tem cara de bom... não é de ninguém, Tudo que é muito da gen-
ÁLVARO - De bom ou de louco? te, geralmente é dos outros, não é? A nossa
terra, o nosso bairro, a nossa rua, o nosso
LEONOR - De bom... bonde e até a nossa cása... São sempre de
ÁLVARO (satisfeito) - Ah! outros, já notou? (Pausa) Em que está pen-
LEONOR (continuando) - ...e de lou- sando?
ÁLVARO (entre jocoso e sentimental) -
ÁLVARO - Hein? Em "meu" coração...
LEONOR - Todo louco é bom... LEONOR (alegremente) - É de todos,
ÁLVARO (sorrindo amarelo) - Obriga- como o Rio de Janeiro?
do... E todo bom...? ÁLVARO - Apenas não é meu...
LEONOR - ...é louco. LEONOR - ...nem de ninguém, como as
ÁLVARO - É? E se eu lhe disser que te- ruas, os bairros, e os bondes?
nho juízo. ÁLVARO - Não. Não é meu. Mas era.
LEONOR -- Não acredito. O senhor não Até há muito pouco era inteiramente meu...
tem cara de homem de juízo... (Olham-se. Ligeira pausa embaraçosa. Um
ÁLVARO - Pois tenho juízo, muito juízo. pássaro canta. Ela, reagindo, retoma o estou-
LEONOR - Não tem. O senhor é louco. vamento, sobe, de um salto, para cima do
Se eu visse que tinha juízo teria fugido. pôçco).
ÁLVARO - Fugido por que? LEONOR (olhando para o alto como se
LEONOR - De mêéêdo. Tenho mêdo, que visse um velho amigo) - Bom dia! Como vai
me pelo, de quem tem juízo!... É a gente você (Álvaro olha. Procura a pessoa com quem
mais perigosa do mundo! ela fala) Está bonzinho? Eu estou Bem, mui-
ÁLVARO - E os loucos? to obrigada. Este é o... (A Álvaro) Como é
LEONOR - É a melhor gente que co- seu nome?
nheço. ..
ÁLVARO - Álvaro.
ÁLVARO - E conhece muitos?
LEONOR - De nome, uma infinidade. To- LEONOR (como se repetivesse, a alguém,
dos os grandes homens foram loucos. De vis- rápida) - Álvaro. (Pondo a mão no ouvido
ta, o primeiro é o senhor... em forma de. concha) De que? (A Álvaro) De
ÁLVARO - Obrigado. que?
LEONOR - Não há de que. ÁLVARO - De Alencar.
ÁLVARO - E de juízo. ..? LEONOR (ao invisível) - De Alencar.
LEONOR - Conheço muita gente tam- ' ÁLVARO - Mas com quem está falando?
bém. .. LEONOR - Não vê?
ÁLVARO - De nome ou de vista? ÁLVARO - Não vejo ninguém.
LEONOR - De vista e de nome. LEONOR - Com um passarinho... Aque-
ÁLVARO - De vista...? le, vê? É meu amigo. (Um trinado. Ela, fala
LEONOR - Minha tia Nhanhã... para o pássaro, em falsete, como se fôsse um
ÁLVARO - Tem juízo? pássaro que cantasse). Este (aponta Álvaro)
LEONOR - Muito! Castiga sempre, es- também é meu amigo. (A Álvaro, em voz na-
panca sempre, não perdõa nunca! Os que têm tural) Disse: muito prazer em conhecê-lo. (Ou-
juízo não perdoam: prendem, guilhotinam, ele- tro trinado - Ela, para o passarinho, como
trocutam, bombardeiam, matam! O senhor já se compreendesse, afinando a voz) Muito obri-
viu um louco fazer dessas coisas? gada.
ÁLVARO (sincero, com uma ponta de ad- ÁLVARO - Que disse êle agora?
miração e sentindo aumeçgtar a sua simpatia LEONOR - Que o senhor é muito sim-
pela garôta) - Não. pático.
LEONOR - Jesus matou ou perdoou? ÁLVARO - Muito obrigado, Leonor! -
ÁLVARO - Perdoou. LEONOR (rápida) - Não fui eu quem
LEONOR - E então?... disse, foi o passarinho... (Ao passarinho) Diz
ÁLVARO - Então g. que? que obrigado. (Trinado. - A Álvaro, interpre-
LEONOR - Quer mesmo ter muito juízo? tando o trinado com voz de pássaro) Não há
ÁLVARO - Não. Prefiro ser louco. de que. (Trinado. Ela novamente ao pássaro
LEONOR (batendo palmas, alegremente) hipotético). Não. Conheci-o hoje, como a você.
- Muito bem! Muito bem! (Trinado. Outro trinado. Ela volta-se como se
ÁLVARO - E a senhorita? fôsse apresentada a outros pássaros). Muito
LEONOR (levantando-se do pôço) - Sem- prazer. (Vários trinados) Muito prazer. Muito
pre fui! prazer. Muito prazer! (Um trinado longo) Não,
ÁLVARO - Bravo! nunca. (Outro trinado) Ele também, nunca.
LEONOR - E hoje duas vêzes louca! (Outro trinado. (A Álvaro com voz natural).
Louca por ser luca e louca de alegria! - Pergunta se já fomos pássaros. (Trinado).
ÁLVARO - Por estar perto de mim? -- Ah! sim! Tínhamos vontade de ser! É
LEONOR - Por estar longe de mim. bom? (Vários trinados. Ela leva as mãos aos
ÁLVARO - Longe de si? ouvidos). - Não falem todos ao mesmo tem-
LEONOR - Longe de tudo. Do mundo, po. Um de cada vez. (Vários trinados). - Ah
entendeu? Do meu mundo. sim? (Ouve) - Lindo! (Trinados longos e va-
ÁLVARO - E qual é o seu mundo? riados. Ela, eplevada, como se estivesse ven-
LEONOR - O Rio de Janeiro! do e ouvindo "os pássaros e fôsse, a propor-
ÁLVARO - O ,Rio é seu? ção que êles cantam reproduzindo o que
LEONOR - É, sim senhor. dizem, uma das mãos levantadas como a pe-
€
BR DFANBSB
pre 0460
12 MANHÃS DE SOL
2 e "*
dir pausas para que ela possa falar). - Ár-
vores... montanhas... rios... estradas!...
ÁLVARO (voltando-se do portão do F.) -
No inverno podemos voar até junto do sol!...
Que é?
No verão baixamos até à sombra das árvores,
LEONOR - Desculpe. Avisei-o: sou meio
na relva verde que margeia os regatos de
maluquinha. ..
água fresca!... De manhã, o céu abre sôbre
ÁLVARO (procurando ser indiferente) -
nós o chuveiro do orvalho... De noite, acen- Ah! (Menção de ir-se.)
de a lâmpada da lua e, para dormirmos, os LEONOR - Já vai?,
anjos cantam baixinho pela bôca de ouro das ÁLVARO - Já.
estrelas!... Tudo é nosso: o que cai do céu
LEONOR - Espere um POUCO. (Apanha
e o que sobe da terra: A luz dos astros e o
um cravo de um vaso que está na floreira que
perfume das flores. O ar, o espaço, as plantas,
acompanha o parapeito da janela e entrega-o
os frutos. Não pagamos impostos, não temos
ao médico que vai buscá-lo. Ele lova a flor à
fronteiras. Não compramos; não vendemos;
altura do rosto. Aspira-a. De repente, brusca-
vivemos! Não plantamos, por que não somos
mente, joga a flor ao chão.)
ambiciosos, colhemos o que há e que é de to-
ÁLVARO - Não. Não quero. Não DOSSO,
dos! Voamos quando queremos voar; ama-
não devo aceitar. Não quero (Sai arrebatada-
mos quando nos apetece amar; 'cantamos
mente pelo F. Leonor, chocada, sai da janela
como uma bala. Chega ao quintal.
quando temos vontade de cantar!... Canta-
mos! Cantamos! Cantamos! (Pausa. Gorgeio
cravo. Corre ao portão, indignada peloErgue o
insulto,
de «pássaros. Ela vocalisa) Ah! ah! ah! ah!
e ameaça arremessálo sôbre Álvaro que sobe
ah! ah! (Gorgeio - Vocalização - Gorgeio
a escada da casa do F. Arrepende-se. Volta. Dá 2)
- Vocalização). E cantamos! (Álvaro boquia-
um "shoot"" desprezivo na flor, como quem
berto, enlevado, comovido, vai se aproximando
diz: "não me importa". Álvaro entra na casa
dela). E enquanto os homens, uivando,
do F. Os pássaros cantam ainda, Ela dirige-se
gindo, se envenenam, se inutilizam, se degla-
ao Mestre Domingos. Tira-lhe a sanfona, di-
diam, se devoram, se destroem, se mÃtam,
zendo ):
nós... voamos!... Amamos!... Cantamos !.. 2
LEONOR - Acho que sei tocar isso. No
(Vocaliza longamente. Álvaro contempla-a ena-
colégio eu tocava narmônium . .. (Vai sentar-se
morado. Ela vocaliza álternando com os pás-
ao poço. Toca algumas notas desarticuladas.
saros, alheia a tudo. Afinal, êle baixa os olhos.
Álvaro entreabre a janela e espia. Ela volta a
cabeça de repente, para o F.) Está
Pabsa os dedos pelos olhos umedecidos. Ela
não canta mais. Ouve-se, ao longe, o sino da
do? (Ele bate a janela com fôrça. me Ela
espian-
assus-
igrejinha repicar. Só, então, parece, ela volta
ta-se e deixa cair a sanfona. Faz cara de chôro.
a si e volta-se para o médico). Como o tempo
Sorri. Apanha a sanfona. Corre ao prêto velho
que resmunga. Ouveo.) Hein? Quê? (Como
passou depressa! A missa está acabando!...
(Repara) Que é isso? (Álvaro desvia o rosto)
compreendesse) Ah! (Volta-se para a janela see
chama) Môço? O !... Olhe!
Está triste? Está chorando? o que o Mestre Domingos está dizendo Escute
ÁLVARO - Não é nada. (Sorri) Deixe-me ro abre a janela) O Mestre Domingos, diz(Álva-
ver o dedinho. (Toma-lhe, novamente, a mão)
Está melhor?
foi assim que êle começou (gira o dedo que na
LEONOR - Estou. Mas que tem?
testa para indicar loucura) batendo janelas.
ÁLVARO - (acariciando-lhe a mãozinha)
(Ri. ÁlvafB bate, novamente, a janela. Os pás-
- Pergunte ao passarinho, (Pausa. Os olhos
Saros param, aos poucos, de cantar. Ela ri.
de ambos se encontram. Ela, retira a mão,
Dirige-se para o poço. Senta-se. Ri até chorar,
infantilmente, sem preocupação de comover.
sum repente,.) Um pássaro gorgeia alto e mais perto. Ela- le-
* LEONOR - Estamos sós aqui! Minhas vanta a cabeça, ainda chorando, e responde
primas saíram! (E sai a correr, entrando pela como se o pássaro lhe houvesse falado.) Pas-
D. M. Os pássaros continuam a gorgeiar, Mes- sarinho? (Gorgeio) Tens razão, meu
tre Domingos, que durante todo o tempo co- nho: a vida conduz à morte. A estrada éamigui-
meu frutas, resmunganço, pasece rezar, curvan-
do o busto até bater à fronte no chão. Álvaro
Devemos cantar e rir Viver a vida! (Olhacurtapara
contempla, por um momento, a porta que se
a casa de F. Limpa os olhos. Toca a sanfona,
fechou atrás daquela figurinha de mulher.
fortemente. Mestre Domingos dança. E ela ri
Limpa, discretamente, uma lágrima mais dis-
e canta a um tempo. Os pássaros trinam em
creta ainda. Vai sair. Abre-se a janela.)
côro. E o pano cai devagar.)
LEONOR (chamando-o) - fFêêgê,
«o FIM DO 1.o ATO
e
2_0
A 140
(O mesmo cenário do 1.o ato. É à tardinha
Primavera. Há muitas flôres nas árvores .e seis pés ali estendidos) - Uma-duas-angoli-
nhas, tira-o-pé-das-pompolinhas; o-rapaz
hos vasos. Trepadeiras floridas nas paredes e -que-
nos muros. Ao subir o pano estão em cena: jôgo-faz faz-o-jôgo-do-papão e retire-o-seu-peézi-
Leonor, Sinhá e Pequitota. Sentadas no chão, nho-que-lá-vai-um-be-lis-cão! (belisca um dos
brincam de "uma-duas-angolinhas". Sentado pés de Sinhá onde, por acaso aparente, termi-
sôbre o parapeito da janela da casinha da D., na a última sílaba).
SINHÁ (dando um gritinho agudo) -
Chiquinho areia talheres, interessado no brin (Retira o pé e acaricia-o) Coitado do meu Ai! pé-
quedo das meninas.) , zinho! (A Leonor, queixosa) Você belisca com
LEONOR (a cada palavra que pronuncia, muita fôrça!
espeta o dedo indicador no peito de um dos CHIQUINHO (rindo, em tom de caçoada)
- Ih! ini in!...
TE.Ú 40 600 o -163.
BS B N&CPR.TEAP
er DEAN
13
REVISTA DE TEATRO
a os olhos.
a o. Senta-se. Fech
rigese para O poç itota se entreolham com
PEQUITOTA acaba apanhandoÉ
- Você cadeias Ouve. Sinhá e
Pequ
está com as viradas. inteligência.) Lind
o !... (Pausa.)
hoje! Mamãe lá na cozinha ! (de repente) -
Bonito, nã
melhor ir arear OS(atalheres
O
Leonor) - Tenha a Pa CHIQ UI NH
ine i êle a tocar isso!
CHIQUINHOadvogada! é? (Pausa) Fui eu e a (Ouve. Depois,
LEONOR - Cal
lavra a minha(a Pequitota) ental, como Se
estivesse longe
dali, em
LEONOR ao menos, O direito de nos ver sen tim
completo alheia
ment o obj eti vo. El a é tôda re-
tem,
êle não enquanto nós mesmas?
trabalha paranão a.) Schumann!
Como é bo-
brincar, sei se ma- colhimento. É alm chumann !... Bonita e ete
eS
PEQUITGTA -
Acho, mas nota a Reverie d nca porque morrendo quan-
na ! Nã o morre nu meça, como
mãe acha... coma me- sce quando reco
LEONOR - Se
não achar que
Sinhá e do se acaba, rena , igual mas sempre nova!
dia
ri perdidamente. a luz de cada o é somente cére
bro de um
nos... (Chiquinho olham para a PO! Eterna porque nã alma de um artista! Alma
Pequitota, assustadíssimas, ém
gênio, mas tamb nhou, cantando! Para ouvi-
ta da casinha.) am orada que so ver 3a
SINHÁ - Leonor! en xe para não mo
- Chiquinho !... qUe la, o vento não se me sil enc ios os. .. 08
PEQUITOTA slizam
- Não sejam medrosas 194 fôl has ... 09 rios de as pássaros não can-
LEONOR ...
é feio. mêdo de insetos não piam i s companheiras
©
- Eu não tenho ta m! .. . (Pausa. cer ta est ranheza, dis-
CHIQUINHO se co m
Chiquinho olham- chem OS olhos!
(Ela
nada!
- Olhe titia aí!... le- cr et am ente cômica.) Fe ois de se ent reolha-
LEONOR dá um grito, outros, dep
CHIQUINHO (assustado, 8 cerra os dela. Os pebras.) Assim ..
à guisa de defesa, como escudo re m, fe ch am também as pál eabrem um ôlho
vanta a mão supli- Os outros entr
janela, para O quintal, fecham novamen-
dá um salto da' Eu não faço mais! (Leonor
cando) - Perdão! olha a mêdo
também. O pião,
ri. As pequenas . Ele perce- ,
a jan ela . As risadas redobram e à jane-
para no va me nt
ra, SO be gente vê m
bendo a brincadei pequenas cOm o olhar.)
ja, fulm in an do as nã o Chiquinho apert
(i mi ta nd o- o) - Perdão! Eu nos.
não vêem. Abrem- am as sombras dos sonhos
LEONOR .) Pass
a fec há- los ta coisa bo-
faço masi. A ntando ! .-. . Quan
o!
SINNAÁ - Medros e quem fala!... da nossa vida, ca olh os fec hados, ouvindo
de
CHIQUINHO -
Olh
ponder a nita a gente vê cio. A música termina.)
NH Á (le van tan do-se para res do de está música! (Si
lên
de apertar muito )
os
SI do de quem? Mê UINHO (depois de
) - Eu ? Mê CH IQ no r nã o re sp on
Chiquinho onor? (Leo
quem? olhos) - Siá Le
- De sua mãe! Le on or ? baixo)
CHIQUINH O
de mamãe? Pois,
sim ! Siá apenas, um ôúlho,
SINHÁ - Mêdo e-p é foi SINHÁ (abrindo,
ant
levantou, e pé-
- Cale a bôca! o os ta
LEONOR (que Se ma, imitando Nhanhã) É que eu não vej
-se atr ás da pri CHIQUINHO -
postar
do de mim? lheres. ..
-- Não tens mê
(fingindo-se apa
vorado) - Psiu!
NH O PEQUITOTA - areá e não encon-
NHO - Preciso
CHIQ UI
pau ! UI o
Não lhe bat a co m êss e
tan do- se) - CH IQ
tei a) Ma is fe chado do que ist
de mêdo, vol tro nem um. (ta m dor de ca
SINHÁ (cheia Cho ra. Os já est ou até co
(Dá com Leonor. não é possível. tou fazendo € nã
o
Mamãe, eu ju... ça de tan ô in há e Pe-
rie m.) pe lho s? (S
outs chorona!
vejo nada. Pos a mêdo, espremid
a-
berrador ! qui tot a riem, a princípio a. Leonor abre OS
n- o na bôc
. Estamos brinca mente, com A mã Chiquinho ainda de olhos
ue £m um a torneira em olh os. Mir a-a s. Vê . Sorri. As
do. Você parece ura dos talhesres e. Chiqui-
a ôlh o!. .. «
te, de fechados, à proc ri em fr an ca me nt
cad -se, bruscamen ão,
SINHÁ (desvencilha ! . .. g duas outras, ent olhos. E ri tamb
ém.)
- Ora , ta mb ém n. .: nh o animado, abre os - E ag or a Va
Leonor ] ahi )
- Ahn, ahn, ahn, legremen te
LEONOR (chora) tem PEQUITOTA (a
chorar) - Que uma viu!
(pa ran do de s sa be r o que cada mamãe
SINHÁ mo
Po T várias vêzes...
ndi-a? SINHÁ - Vi, (risos) E você,
você, Leonor? Ofe ndo) - Não0 00 ! er ver est rêl as.
LEONOR (cho lrando? chegar e nos faz
POI que está cho mos- iquinho? três irem
SINHÁ - Então sempre) - Par a Ch
Eu vi tôdas as
ON OR (ch ora ndo (Ri . CH IQUINHO - (ri sos ).
LE ehora, Um hospíc io ...
fica feia quando direitinho para or? (Cessando
de
trar como você lev ava m a sét io o E voc ê, Le on
ota, que SINHAÁ - do) Está com
OS
Chiquinho e Pequii .) iss o? (R in
riem também rir) Mas que
é
chôro de Leonor, Olha para todos aque riem água !.. .
SINHÁ (sorri. olhos cheios d' a-se para
, ahn, ahn, ntirosa! (Afast
res olv e cho rar outra vez) - Abn De Ye- LEONOR - Me
, os olh os. Si nhá e Pe-
e outros aumenta. , disfarçadame
nte
. (O ris o dos um lim par an ça m pa ra Leonor,
ahn!.. da casa do fundo,ouve. a se entreolham.
Av
mo Se
ouv e-s e, vin do qui tot , igu ais , co
pente Sc humann. Leonor ent e, COM passos
Rev eri e de dec idi dam
trecho da façam ruí
sinal para que não marchassem.) e tambor)
Perturba-se. Faz nho morre ET omo se rufass
uit ota e Chi qui CHIQUINHO (c pequenas la-
do. O riso de Peq por ém, ain - (A s du as
inui o chôro. Dá, depois de ta-pla n.
poucos. Sinhátdim Ra-ra-ta-plan, ra-
uço qua se imperceptível de iam Leonor.) gida) -
da um sol com energia fin
sa. ) eta , SI NHÁ (chamaa,
uma pau - Psiu! Fique qui or !
LEONOR (nervosa) Senhorita Leon
(Si lên cio . Leo nor , shonhadora, di-
menina !...
E. 0a€
BR DFANBSB NS;CPR.TEAPT
MANHÃS DE SOL
PEQUITOTA - Volte-se para nós! cortado de uma revista, quem é que tem, de-
baixo do colchão da cama?
CHIQUINHO - Meia volta. Volver! (Leo-
SINHAÁ - Eu faço coleção de artistas de
nor volta-se. Está sorridente.)
cinema...
SINHAÁ (ameaçando-a com o dedo indica-
LEONOR - Mas êle não é artista de ci-
dor que marca as sílabas ditas destacadamen-
nema, é estudante de direito...
te) - Vo-cê-es-ta-va-cho-ran-do0dô (acentua a
PEQUITOTA - Mas não estamos tratan-
última sílaba).
do de você. ..
LEONOR (idem) - Não-es-ta-vaaa! (rápi-
SINHÁ - É de você. .. Das flôres que Sle
da) Não tenha mêdo da concorrência. Você
manda a você. ..
continuará a ser a única chorona da casa...
PEQUITOTA - Das conversas ali por ci-
(Chiquinho ri.)
ma do muro...
SINHÁ (a Chiquinho, com cara de chôro)
SINHÁ - Dos olhares na novena...
-- Chiquinho !...
CHIQUINHO - Ele só vai tocar violonce-
CHIQUINHO (apontando a rir) - Ela vai
lo na igreja, agora, para agradar a tia Ca-
chorar!...
briela. ..
PEQUITOTA (à irmã) - Sinhá! (A Leo-
SINHÁ - Ele chegou muito antes de v0-
nor, que ri) E Você não disfarce. (Segura-a
cês, com o outro maluco, para tratar-se. Não
por uma orelha. Sinhã já sorridente iaz O
atendia a chamado de ninguém. (A Pequitota)
mesmo com a outra. E levamna, assim, para
Lembra-se? (A Leonor, como se fôsse Alvaro
um canto da cena, assobiando uma canção
quem falasse.) "Sou doente. Não sou médico."
popular e dando aos corpos a cadência da
Estava fraco. Vinha tomar ares. Não apanha-
musica. Chiquinho, feliz com a brincadeira,
va sereno nem chuva. Você chegou... êle apa-
cania e marca os compassos com palmas.)
nha tudo para ir onde você vai!
PÉQUITOTA - Leonor, olhe bem para
PEQUITOTA - Tia Gabriela teve uma
nós!
constipaçãozinha de nada, e êle, sem ninguém
LEONOR - Não pósso. Fico vesga. Uma
chamar, aparecia aqui não sei quantas vêzes
está de um lado, outra está de outro... (As
por dia...
duas se reúnem, de costas para Chiquinho.)
SINHAÁ - Olhe agora! SINHÁ - E você não é a mesma!
CHIQUINHO - Vê de olhos fechados !
PEQUITOTA - Mas sem fechar os olhos.
SINHAÁ (rápida, repreendendo) - Chiqui-
LEONOR - Não estou fechando os olhos.
nho! (A Leonor] O vento passa cantando...
Estou piscando... Namorando o Chiquinho.
Os sonhos não se movem. ..
CHÍQUINHO (importante) - Vê lá se eu
PEQUITOTA - Chpra à tôa!
dou confiança!...
CHIQUINHO - Até parece a Sinhá...
PEQUITOTA - Não disfarce. Olhe bem !
exageradamente Os LEONOR - E daí?
LEONOR "*(abrindo
SINHAÁ - Chiquinho!
olhos e quase dando uma cabeçada na inter- PEQUITOTA - Confessa?
locutora) - Pronto!
LEONOR - Vocês estão doidas!
PEQUITOTRA - Você tem coragem de ne-
SINHAÁ (depois de piscar para Pequitota)
gar que gosta do Doutor Álvaro?
- Então desculpe. Não precisa zangar-se. Nos-
SINHAÁ (afetando a sua simplicidade) -
so intuito era só de prevenir você para estar
E vice-versa?
preparada.
LEONOR (que, embora compreendendo
LEONOR - Preparada para quê?
que se havia traído, procura salvar-se mudan- SINHÁ (# Leonor) - Conto?
o curso da conversa) - E vice-versa? (Ca- LEONOR - Conta, quê!
coando) A Sinhá está falando difícil! Repita.
SINHAÁ (como se desabafasse) - Tia Ga-
Quero tomar nota. Como é mesmo?
briela sabe de tudo!
SINHÁ (com cara de chôro) - Isso é
LEONOR - Sabe? Contaram-lhe ou ela
privilégio seu. O vento não se mexe... Os so-
viu alguma coisa?
nhos passam cantando... (Ameaçando de cho-
PEQUITOTA - Caiu! Caiu! (Chiquinho ri.
rar) Ahn...
Leonor leva a mão à bôca ,percebendo que se
PEQUITOTA - Sinhá, não derreta agora!
havia traído.)
(interessada à Leonor) Vamos, responda.
SINHÁ (ao mesmo tempo) - Viu como é
LEONOR (com ingenuidade estudada) -
verdade?
Gosto. ..
LEONOR - Mas ela sabe mesmo?
PEQUITOTA (triunfante) - Ah!...
SINHAÁ - Ainda outro dia brincou com êle.
LEONOR - ...gosto de ouvi-lé tocar vio- LEONOR - E éle?
loncelo.
SINHÁ - Ficou vermelho como um pi-
SINHÁ (como se fôsse um comissário de f
pthão!...
polícia procurando contradizer um criminoso)
ª NHANHÃ (que se aproximou, de um ra-
- Isso era violino!
pelão violento, arranca Chiquinho, que está
LEONOR - Eu sei. Não erá êle. Ele não
distraídg, da janela) - Ah, seu sem-vergo-
está em casa. Saiu cedinho... Quem tocava
rha!... Aqui é lugar de arear talheres?
era o Renato, entendeu? (Maliciosa) O Re-
nato... CHIQUINHO - Não faço mais!
SINHÁ - Não sei porque você me fala NHANHÃ (de dentro) - Sujando a sala
nesse sujeitinho dêsse modo... tôda! Vai me pagar. (Ruído de bôlo.)
LEONOR - Sujeitinho? Eu sei, meu cha- CHIQUINHO (de dentro - Ai! ai! ai!
fariz ambulante. .. (Sinhá e Pequitota, acovardadas, correm para
CHIQUINHO (rindo) - Chafariz ambu- um canto.)
lante, é boa! & LEONOR (indignada, corre ao portão da
SINHAÁ (choramingosa) -- Chiquinho! (A E. e chama para o pomar) - Tia Gabriela?
Leonor) Eu até tenho raiva dêsse não-sei-quê! Venha cá!
LEONOR - Raiva? E o retrato dêle, re- CHIQUINHO (descendo os degraus da
é
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. Og /
e
REVISTA DE TEATRO 15
escada da D. agarrado por Nhanhã que o per- ra lhe dá alguma coisa? Portanto, quando não
segue, consegue desvencilhar-se das mãos da faz, também não pode dar-lhe pancada. É
megera que grita: "Descarado", "Sem vergo- assim que se educa. Perdoando os erros, com-
nha" e, contornando o poço, vai ficar à esquer- pensando os acertos.
da do mesmo, sempre pedindo, sempre supli- NHANHÃ (irônica) - Obrigada pela lição.
cando) - Chega! Não faço mais! Não faço LEONOR (sem se desconcertar) - Não
mais! (Renato, que ia sair, pára no cimo da há de quê. E se daqui por diante tornar a va-
escada.) ter no Chiquinho...
NHANHÃ (feroz, empunhando uma pal NHANHÃ -- Você me dá pancada?
matória) - Venha cá! LEONOR - Não. Não lhe dou açúcar...
CHIQUINHO (suplicante) - Pelo amor (ri).
de Deus! (Nnhanhã atira-se sôbre êle. Ele NHANHÃ - Com licença. Não posso mais.
entrega-lhe a mão. Ela vai desfirir o bôlo.) Arrebento. (Sai.)
LEONOR (como se visse algo de anormal GABRIELA - Espere, Nhanhã. (Ela pára
atrás da tia) - Meu Deus, olhe aí titia! na porta da D. A Leonor, enérgica) Isso é de-
NHANHÃ - Ai! (Volta-se assustada.) mais! Vem cá! (Segura-a com fôórça, por um
LEONOR (rápida, a Chiquinho) - Fuja, braço.)
pôbo! (Chiquinho, como uma bala, foge pelo NHANHÃ -- Isso! Muito bem! É do que
portão do F. Nhanhã volta-se, como um relâm- ela precisa! (Sai.)
pago. É tarde. O peão perdeu-se na distância. GABRIELA - Leonor, pelo que fizeste!...
Sinhá e Pequitota, olhos arregalados, contem- (Olha para trás. Vê que a irmã já entrou.
plam com admiração a prima, e com pavor, a Completa, então, a frase, carinhosamente) ...
mãe. Renato sorri. Leonor, fazendo letras com mereces muitos beijinhos. Fizeste muito bem,
o dedo na tampa do poço, em atitude entre filha. (Beija-a. Sinhá, Pequitota e Renato, in-
precavida e desafiante, tem os lábios unidos do, aplaudem com palmas e "muito bem". Ga-
em bico, o nariz franzido e os olhos para 0 briela impõe-lhes silêncio, sorrindo.) Psiu!
alto. - Nhanhã que, num relance, compreen- (Alteia a voz, com energia, dirigindo-se para
deu que fôra vítima de um truque da peque- a porta, falando para dentro da casa para que
na, fúlmina-a com o olhar. Gabriela, entra, a irmã a ouça.) E que isso nunca mais se re
apressadamente, do portão da Esquerda. Isso pita, ouviu? Não quero que faças mais isso,
tudo é passado quase que simultâneamente.) senão!... (Baixo, voltando-se para Leonor.) E
GABRIELA - Que é isso? Por que "Essa agora entra chorando. Vá fazer as pazes com
gritaria? (Vendo a atitude da sobrinha e da ela. Ela não é má. É - coitada! - ignorante.
irmã, indo ficar entre-as duas) Mas que foi, Vem. (Sai) (As três meninas, em fila, a rir
afinal, que aconteceu? baixo, vão saindo na ponta dos pés. Sinhá joga
NHANHÃ (bufando) - Pergunte à sua olhares ternos 2 Renato, que lhe corresponde.)
encantadora sobrinkg. LEONOR (a Renato) - Não olhe muito
LEONOR (a Gabriela que se volta para para Sinhá. (Mostrando-lhe a palmatória que
ela) - Não precisa perguntar, tia Gabriela. Nhanhã deixou sôbre o poço) Olhe o que o
Basta olhar: olhe. (Aponta para a palmató- espera!
ria. Gabriela olha. Nhanhã perturba-se, afinal RENATO (rindo) - Qual!... Isso não dá
explica.) para o gasto da casa!...
NHANHÃA - Aquêle demônio veio arear LEONOR - er saber de uma coisa?
os os talheres na janela de sala de jantar. (Olha para Sinhá) Ela o chamou de "sujei-
Desculpe, minha irmã! Mas aquilo é um de- tinho".
mônio ! SINHÁ - Ih! Que mentira, seu Renato !...
LEONOR - E titia, que é um anjo, resol- LEONOR - Chamou! Chamou! (Entra a
veu espancar o demônio a. correr, com Pequitota. Sinhá, distraída, fica
NHANHA - Espancª-lo, não! a olhar o rapaz.)
LEONOR - Fazer-lhe mimos com a pal- RENATO - Deixe estar! Você vai para a
matória ... lista negra! (Sinhá, sorridente, pára. Está ena-
GABRIELA (repreendendo-a) - Leonor? morada. Olha-o sem dizer palavra. O rapaz
LEONOR - Perdoe-me, tia !, põe-lhe a língua.) Ahn!... Nunca me viu?
NHANHÃ - Mais tarde êle há de me agra- SINHÁ - Nunca, pronto!
decer as pancadas! É assim que se educa, RENATO - Onde você arranjou essas
comptende? Você - aposto - nunca apanhou. trancinhas, hein?
LEONOR - Está se vendo .a. SINHÁ (ri sem vontade) - Ah, ah, ah!
LEONOR - E a senhora apinhou ... Desculf€ não rir mais, por que não achei gra-
NHANHÃ - Graças a Deus! ca, ouviu?
LEONOR - Está se vendo também . .. RENATO - Daqui a pouco eu digo uma
GABRIELA (conciliatória) - Minha fi- das minha e você abre a bôca. (Imitando-a,
lha!... quando chora) &hn !...
LEONOR (numa repentina indignação) - SINHÁ - Ah! não me amole. (Sai.)
Isto revolta, titia! RENATO - Sinhá! 6 Sinhá?
NHANHÃ - E como quer que o eduque? SINHÁ (voltando, risonha e curiosa) -
Com torrões de açúcar? Que é, seu Renato!
LEONOR - Com torrões de açúcar. Até RENATO (descendo a escada) - Nunca
aos animais se ensinam assim, nos circos. Com me viu? (Póe-lhe a língua). Ahn... (Enterra o
torrões de açúcar. Recompensando-os quando chapéu na cabeça e desce a escada, correndo,
fazem o que se quer que éles façam. A pequena faz um muchôcho e sai pela D. O
NHANHAÃ - E quando não fazem o que Mestre Domingos, sempre resmungando a sua
se quer? canção, aparece no portão do F. Sinhá volta
LEONOR - Basta não lhe dar nada! Quan- trazendo um tricô.)
do o Chiquinho ,faz o que deve fazer a senho- MESTRE DOMINGOS - Entra, Saci!
#
E 4,351“
TEAPT
NS.GPR
BR D EANBSB
MANHÃS DE
SOL oa
16
á, você não
irado) _- Sinh
escada RENATO (adm
o-se nó degrauMeda
me ro ?
s, de Ho
SINHÁ (sentand- Boa tar de, st re Do conhece o Ulisse
e filho?
SINHÁ - Pai
para fazer tricô) (e sc an dalizado) - Si
nhá!...
mingos! panhá la RE NA TO miração é essa
DOMINGOS - Pode SINHÁ - Não
sei que ad
daq ui. Nunca fui ao
Rio de
Só conheço gen te
b
BR DFANBSB NS.CPR.TEAPTE. 0460 464 >
REVISTA DE TEATRO
selho do passarinho: peço-te que sejas a mi- faz) Qui, qui, qui, qui, qui! (Gabriela que iaz
nha mulherzinha para, ao sair daqui, levar co- fôrea para não rir, quando, afinal, sente que
migo estas manhãs de sol. O sol na luz dos de fato, os dedos da garôta começam a atingi
teus olhos, as flores, no perfume dos teus ca- da, ri).
belos; os pássaros cantando na tua voz, o GABRIELA (rindo) - Fica quieta, Leo-
mel das abelhas, nos teus lábios, e o céu, e o nor!
campo e os ares que me fazem tão bem, na LEONOR (triunfante) - Ah! Riu! Riu!
alegria môça e pura de tua alma! (Voltando- Sou irresistível! (Falando como se fóra uma
-se para êle, alegre tom ela mesma, num tom criança) Atabou a zandinha? Sua sobininha 4
de vitória tão ingênuo que se torna cômico) boa, boazinha, boazinha!... Que foi que eu
Viu? Decorei dinho! (Pausa rápida. A ale- fazeu?
gria momentânea, cede, novamente, lugar à GABRIELA (serena e prescutadora)
- queixa, desta vez chorosa, quase humilde) Eu Não tens nada para me dizer?
não merecia isso... Você foi cruel. Enganou- LEONOR (como se fôsse uma napolitana)
-me! -- Io? Per la madona! Niente, exelença, ni-
ÁLVARO Fui um insensato! Evitei, ente!
quanto pude! Não sei como cheguei a dizer- GABRIELA - Não me estás ocultando se-
lhe tudo isso... gredinho nenhum?
LEONOR - Confessa que, apenas, se di- LEONOR (com inflexões de galega) - Se
vertia. .. lo juro, sefiora mia! Nada, por la virgem Ma-
ÁLVARO - Nunca fui tão sincero (num ria Santissima !...
transporte incontido) Gosto de ti, Leonor, co- GABRIELA - Não digas isso, nem brin-
mo se pode gostar na vida! cando! Perguntei, apenas, por perguntar. Não
LEONOR (triunfante) - AÁlvaro!... preciso que me respondas: estou vendo.
ÁLVARO (contendo - Não. Não é pos- LEONOR - Vendo que?
sível! Não posso! Deixa-me. (Afasta-se). GABRIELA - O que se passa em teu 2o-
LEONOR (Pausa. Ofendida em seu amor ração.
próprio) - Está bem. LEONOR (com os dois indicadores em
CHIQUINHO (assomando a janela" do F.) riste, apontando os olhos da tia) - Raios X?
- "Seu dotô"! A "bóia" está esfriando! Tem GABRIELA Idade... Experiência...
lá um viradinho de feijão! Ó virado!... Melhores que raios X. Não é de hoje que te
ÁLVARO - Até logo. (Sai F.) observo. A ti e a êle. Vamos - conta-me.
GABRIELA (aparecendo ao portão da D. LEONOR (contando, a rir e a saltar como
com uma "pamonha" envolta em palha de se estivesse pulando corda) - Um, dois, três,
milho verde). Leonor!... Queres um pouco quatro, cinco, seis, sete, oito, quem pular mais
de pamo... (A expressão da fisionomia de ganha biscoito! (Pára de saltar e encara, bre-
Leonor, que não a ouve, nem a vê, fa-dla inter-geira a irmã&-de-caridade). Quer biscoito, salte.
romper a frase. Desce os degraus) Que tens, GABRIELA Não tens nada para me
minha filha? contar?
LEONOR - Nada... (Gabriela volta o LEONOR - Nada, nada! (Recomeçando a
olhar para a casa do F. Álvaro sobe a escada, saltar) Nove, dez, feijão com pastéis? (Paran-
vagarosamente, desabado sôbre si mesmo. No do, novamente, à tia). Quer pastéis?
patamar, antes de entrar, deita un; olhar a GABRIELA - Nada? Dá-me tua palavra?
Leonor. Gabriela surpreende êsse "olhar. E LEONOR (saltando na corda hipotética,
compreende). a correr) - Onze, doze, treze, quatorze, quin-
GABRIELA - Hum!... ze, dezesseis, (não pode continuar a fingir
LEONOR (já senhora de si) - Que %, aquela alegria que não sente. As lágrimas
titia? ameaçam traíla. Não lhe molham os olhos
GABRIELA - Não quero prosa contigo. mas começam a envolver-lhe as palavras). de-
LEONOR - Está mal comigo? zessete, dezoito, dezenove, vinte... (Explode
GABRIELA - Estou. em pranto. Cai, chorando, nos ombros de a-
LEONOR (brincalhona. Infantil) - Então briela) Quero voltar para o colégio, titia! As
dê-me o dedinho. (Estende o dedo mínimo co- férias já terminaram. Vamos voltar, vamos
mo as crianças quando resolvem cortar rela- sair daqui... 2
ções. Gabriela não altera a austeridade da fi- GABRIELA (com muita emoção contida,
sionomia). Isso é mesmo sério? (dá-lhe um apertando-a nos braços) - Compreendo, mi-
beijo numa das faces). , que cara feia? Se nha filha, compreendo... (Pequena pausa., O
você soubesse co fica Yeia quando se zan- &oloncelo, no fundo, como um gemido huma-
ga! (Dálhe outro beijo noutra face) Não se no, recomeça. As duas escutam, e, vagarosa-
riu ainda? Rindo fica bonita! Ria! (Numa pi- mente, voltam-se para a casa do fundo. De-
rueta, passa para o lado contrário e beija a pois, ao voltarem novamente os rostos, olham-
outra face da irmÃ&de-caridade). Não riu ain- -se nos olhos. Pausa. E choram, em silêncio,
da? Está durinha, hein? (Faz jma careta) Ria! Ouvindo. Um tempo).
Dou uma cambalhota (Ameaça a cambalhota - ZEZÉ (entrando pelo portão do fundo,
Gabriela continua séria). Faço cosquinhas. .. também embebido na música que ouve) - Bo-
(Realiza a ameaça e com os dois indicadores nita essa rabeca, não é? (Ri como sempre)
em riste, avança, passando rápida e ágil, de Ahn, ahn, ahn. (Leonor e Gabriela limpam os
um lado para o outro, ameaçando cócegas em olhos, ao mesmo tempo que se ouvem garga-
Gabriela). Sou o camondango Mike e você é lhadas alegres como a mocidade: É Renato
o pato Donald. Qui, qui, qui, qui. (Como se que chega, com Firmino e Nitinho).
fôsse Gabriela que falasse, imitando o pato) RENATO (ruidoso) Entrem, entrem !
Não faça isso! Estou danado da vida! All Vamos contar a sensacional novidade. (Amá-
right! Não quero brincadeiras! O. K.! Não vel) Boa tarde, tia Gabriela. Boa tarde, (A
riu? Então não ameaço. Vou fazer mesmo (e Leonor. Gritando, novamente com a intenção
A.PTE. OQ (Ó 2 13
R DFANBSB NS.CPR;TE
20 MANHÃS DE SOL
REVISTA DE TEATRO 21
dade no amor que a pequena lhe vota). Mas do! Deixa passar. Entre. (Empurra-1. Ela, em-
você gosta mesmo de mim? purrada, caminha alguns passos forçadamen-
SINHÁ (num desabafo, chorando, sem- tçde [estaca medrosa. Renato apita). Está off-
pre) - Gosto, sim! -side !
RENATO (em tom carinhoso, mas voltan- SINHAÁ (afastando-se) - Não amole, seu
do a brincar, com mêdo de se prender séria- Renato.
mente a um compromisso que não lhe con- RENATO - Dimbla e entra. Vá. (Em-
vém, a imitar a voz de chôro da garóta) - purra-a. Ela passa como uma bala, gritando,
Gosto, sim! (Mas carinhoso) Não chore. (Sin- com a mão defendendo a nádega ameaçada,
cero) Também gosto muito de você. (Brinca- que também não é atingida pelo golpe vibra-
lhão, novamente, encostando a cabeça na da do com a palmatória. Renato, animado, avan-
pequena, canta, como se fizesse calar um ne- ca alegremente) Goal! Dois a zero!
nezinho, imitando uma criança a falar). NHANHÃ (alcançando a palmatória) -
O sentor que pensa que isto aqui é?
Não "chole", nenezinho, RENATO (afastando-se até ao fôrno, onde
Não "chole", não, me bem... se encosta) - Sou apenas juiz. Não posso en-
Papai compra um doce trar nesse jôgo.
Mamãe compra um trem... NHANHÃ (dando alguns passos para êle,
que contorna a cena, no intuito de procurar
PEQUITOTA (a porta da D. M.) - Muito
o portão de saída. Está se vendo que o seu
bonitinho, hein?
mêdo é fictício. É mais debique do que mêdo)
CHIQUINHO (da janela -do fundo) - Seu
- O senhor mora aqui? (Renato, movendo :
Renato é um "bicho" p'ra desmamar crianças!
cabeça de um lado para outro, com discreto
(Situação).
PEQUITOTA - Vou contar... exagêro de medroso, responde que não). En-
SINHAÁ (implorante) - Pequitota!. .. tão, que faz metido aqui todo o santo dia?
(Ele meneia apenas a cabeça, como quem diz:
PEQUITOTA (com bonhomia bregeira) -
- "que hei de responder?") Não sabe que mi-
Fêz muito bem. Aproveite. Eu não faço o mes-
mo porque não tenho com quem... nhas filhas são mocinhas solteiras e que isso
não fica bem? (Renato diz que sim, com a ca-
RENATO - Muito bem. Vocês, depois que
beça). Não acha que tenho razão? (Ele, com
eu vim para cá, estão se civilizando. ..
a mão espalmada significa: assim, assim.
NHANHÃ (de dentro) - Meninas!
SINHÁ - Ih! Mamãe! Nhanhã coloca a palmatória sôbre o pôço).
Seu Renato, já não lhe disse que não quero
CHIQUINHO (fugindo da janela) - A
que o senhor venha aqui quando eu não os-
véia !
PEQUITOTA (empurrando Renato) - Fu tiver?
RENATO - Pois é justamente quando
ja! Fuja!
RENATO (resistindo aos empurrões, aos gosto de vir.
NHANHÃ - Hein?
é quais Sinhá se associou) - Não! Não! Não
cometi crime nenhum! "RENATO (dando uma corrida e sentando-
-se sôbre a palmatória. Cínico) - Agora po-
NHANHÃ (à porta, já com bilis na voz)
demºs conversar. (Outro som) Deixa-me ver
- Meninas! (Elas, atarantadas, param de em-
purrar. Situação. A velha a Renato, sempre a mão.
mal humorada) Boa tarde. NHANHÃ - Como?
RENATO - Boa tarde. RENATO - Tôda a gente, por aí, diz que
SINHÁ (atarantadíssima, sem saber o que a senhora é má. Acho que não é. Sei ler as
fazer) - Boa tarde. (Nhanhã fita-a. Ela leva linhas da mão. Deixe-me vêla: a senhora deve
a mão a bôca. É tarde, porém, o boa tarde sobrer do fígado. Dê-me a mão. (Nhanhã, ma-
havia saído, denunciando essa distração ca- quinalmente, entrega-lhe a mão) Não disse?
racterística dos medrosos quando pensam, Gosto muito da sua linha do coração. Mas
apenas, nos meios de salvar-se). aqui, está vendo? É o fígado.
NHANHÃ - Já são quase horas da nove- NHANHÃ - Não gosta?
RENATO - Gosto... a veneziana.
na. Gabriela não está se sentindo bem. Leo-
NHANHÃ - O senhor está brincando?
nor ficará para fazer-lhe companhia. Vocês
vão comigo. Precisam rezar. (Isso tudo é dito (Pretende puxar a mão que Renato retém).
RENATO - Não. Não. Espere. Vou ler a
muito articulado, de pessoa que não pode ex-
plodir, mas quer que compreendam que está sério.
CHIQUINHO (que chega à janela, vendo
ameaçando. Continua, tomando a palmatória
que está sôbre o pôço). Vão pôr o fichú. Va- o rapaz agarrado a mão de Nhanhã, com ma-
mos. (Avançando vagarosa, enquanto as filhas lícia, a Renato) - Mas nem a velha escapa?!
NHANHÃ (ouvindo a voz de Chiquinho)
se afastam. Está prestes a explodir tôda aque-
la raiva concentrada). Passe, Pequitota! - Ah! Bandido! (Consegue arrancar a (pal
RENATO (para ver se desarma o mau matória sôbre a qual Renato está sentado e
humor da velha e quebra a austeridade da hbrandindo-a e vociferando, sem saber bem de
cena, resolve fingir-se amalucado: - Fazse de onde saíra a voz, pois o peão se esconde logo
juiz de futebol) - Vou dar saída neste jôgo! depois da frase irreverente, encaminha-se, en-
(Apita com a bôca. A Pequitota, empurran- furecida, para o portão do fudo e dá com ela
na cabeça de Zezé que, sermK saber de nada,
do-2) Vá. Já! Coragem. (A pequena, enquanto
a velha incha de raiva, resiste, medrosa. De- vem entrando).
pois anima-se. E passa numa corrida pela fren- ' ZEZÉ - Que é isso? (Foge) -
NHANHÃ - Desculpe. Não era para o
te de Nhanhã quenão consegue atingí-la com
a palmatória no lugar onde se dão palmadas senhor. Entre.
nas crianças. Renato continua a simulação ale- ZEZÉ (entrando, desconfiado com um
gremente). Goal! Um a zero! Ale-guá-guá-guá! trombone a tiracolo e com a mão na testa)
(A Sirªá) Agora, você. Esse goal-keeper é fun- - Dá licença? Ahn, ahn, ahn!... 4
O 4aÇO,
R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.
REVISTA DE TEATRO
te. (Sorri e
que estão po ainda de ir ver a minha clien
RENATO (a Nitinho e Firmino desce ).
se devem en
parados no portão, indecisos MESTRE DOMINGOS (entrando,
sempre
- Entrem.
trar, devido a atitude de Nhanhã) dançando a músi ca da canç ão que canta rola
hora.
Não tenham mêdo. Chegaram à pa- e mast igan do uma fruta).
clari nete,
NITINHO (empurrando um Arimandolá oué !
ra os lados) -- Entrem. Arimandolá, ouá! etc.
ardão,
FIRMINO (envolvido num bomb s mú- (Gabriela sai da janela para apar
ecer à
entr am vário Álvaro
idem) - Vão entrando. (E porta just amen te na ocasi ão em que
incianos.
sicos. Tipos bem compostos de pronv transpõe o port ão do fundo ).
o terreno de
É a banda de Renato que invade ÁLVARO (risonho e amável) - Aqui
estou.
Nhanhã, atôni ta). Não poss o demorar-me porque sou o violon-
NHANHAÃ - Mas que é isso? celista da novena. Quero apenas
cumprimen-
sociedade
RENATO (rindo) - É a minha tá-la como amig o.
r para ela?
de Concertos Sinfônicos. Quer entra ada) Não GABRIELA (também sorrindo) -
E um
panc
Tocará bombo. (Gesto de dar leva da amigo que, para não perd er o hábit o faz visita
se zangue! Cure O fígado! A gente s viver de médico: apres sada.
Vamo
vida, a vida que a gente leva! tir-nos ! ÁLVARO - Vossa caridade não
precisa
músic a. Vamo s diver . ..
com alegr ia, com mais de médico. Está radiosa de saúde ami-
Estão todos prontos? os cinco GABRIELA - Mas talvez precise do
FIRMINO - Eu estou. Os últim
Zezé.
mil réis perdi num "test" com o ÁLVARO - Estou às suas ordens.
Con-
ZEZÉ - Ahn, abhn, ahn, ahn. ngos . tinua bem, não é?
re Domi
NITINHO - Só falta o Mest GABRIELA - E o senhor como vai?
debaixo
ZEZÉ - Ele está dormindo ali ÁLVARO - Quase bom...
da "arvre"... Ahn, ahn, ahn ! GABRIELA (maliciosa) - Não acredito...
á-lo com
RENATO - Então vamos acord ÁLVARO (sempre sorridente) - Não?
a palmatória
música. Atenção, (arrancando GABRIELA (idem) - O senhor,
agora, é
dela uma ba-
da mão de Nhanhã e fazendo que está começ ando a ficar "doen te".. .
velha e gasta
tuta). Já! (A banda toca uma port a e ÁLVA RO (brincalhão) - Não me assus-
. A
melodia, : regularmente, desafinada te... E é grave?
ela, Leonor,
à janela aparecem, curiosas, Gabri o "fi- GABRIELA (sempre sorrindo) -
Acho
Sinhá , estas duas já com seu médico?
Pequitota e que não. Quer que eu seja
novena. A ja-
chu" à cabeça, prontas para a ÁLVARO - Quer ascultar-me?
Um criado
nela do fundo, Alvaro, Chiquinho. por GABRIELA - Venho-o ascultando há
mui-
não ser visto
a porta. O primeiro procura to tempo ...
sos).
Nhanhã. O portão enche-se de curio ÁLVARO - E o diagnóstico?
Que be-
RENATO (regendo e gritando) - GABRIELA - Coração...
a. Cha-
leza esta estréia! É composição minh ruas! ÁLVARO (perturbado, perdendo o sorris
o)
ar as
ma-se Sinhá. Agora vamos alegr - Como ? Ela?. ..
O bom-
(Sai à frente dos músicos, regendo. GABRIELA - ...não me disse nada,
fi-
veis que fe-
bardão de Firmino dá notas incrí lho. Mas não se esque ça que dentr o dêste há-
expe-
rem os ouvidos.) bito há uma mulher... e uma mulher
CHIQUINHO (a Renato) - Isso. Vá le- riente . ..
ra-o. Ele
vando a palmatória! (Nhanhã procu ÁLVARO - Mas, que desta vez, se enga-
se esconde). nou...
filhas)
NHANHAÃ (depois de se refazer, às GABRIELA - Não... Mas não se per-
(Aponta
- Vamos-nos embora, por êste lado. turbe assim. A moléstia não é grave. O
remé-
a). Até
o lado contrário ao que saiu a band uinho dio é conhecido. Receito? Tome nota e mande
o Chiq
logo. Gabriela, Leonor, juízo! Se aviar o mais depressa possível: casamento.
do eu voltar
aparecer, não o deixem sair. Quan ÁLVARO (depois de breve hesitação) -
pancada.
da igreja vou matar aquele diabo de cando- Não é possível.
Até logo. (Sai com as duas filhas belis já GABRIELA - Como?
sorri aind a ouvin do,
«as. Pausa. Gabriela so- ÁLVARO (resolvendo-se afinal) - Sou...
de Rena to e,
longe, a música desafinada casado.
acordes
bretudo, o bombardão de Firmino em GABRIELA (apoiando-se no pôço para não
que se dest acam como trovo ada).
- cair) - Casado?
LEONOR (que está à janela com a tia) ÁLVARO (numa afirmação dolorosa)
--
o. (De fato a noite come ça a
Está escurecend Casado.
cair). Vamos entrar? GABRIELA (com uma ponta de indigna-
da ja-
GABRIELA - Vamos. (Leonor sai ção) - Mas, pelo menos aqui, sou eu a
pri-
A pori a da
nela. Gabriela vai fazer o mesmo. às meira pessoa a quem o senhor iaz essa reve-
ncelo
casa do F. abre-se. O criado, violo lação? (Álvaro baixa a cabeça. Gabriela
con-
e a ja-
costas, sai. Ela, curiosa, abre novament as tendo-se, volta ao seu tom de doçura, de do-
nela que ia fechar. Álvaro, a seguir, desce cura amarga de que faz fôrça para que
a emo-
escadas da casa). que sente nã molhe de lágrimas as
o) - Boa tarde , dou- tividade
GABRIELA (a Álvar de assun-
suas palavras. - Como se mudasse
tor. Zangado com os pobres? to e começasse a tratar de coisas que dizem
ÁLVARO (da escada) - Eu? Doutor
u- respeito a outras pessoas, não êles).
GABRIELA - O senhor mesmo. Preoc (Ele levanta a cabeça, atendendo ao
inha. Álvaro?
pava-se tanto com a saúde da sua doent chamado). O senhor não tem irmãs solteiras?
(Refere-se a ela própria) e agora... (Ele baixa, novamente, 0 olhar] nessa
idade
não
ÁLVARO - Muito trabalho. .. Mas indecisa das crisálidas!... meninas já môças
Está quas e
quero que faça mau juízo de nim. e môças ainda meninas que vêm na
vida, ape-
terei tem-
a hora de começar a novena, mas
P
BR DFANBS B 00, p | 34
24 MANHAS DE SOL
REVISTA DE TEATRO
s zangada CO-
LEONOR - Titia, não fica
manhãs de sol e peb-se er o sol quentinho das migo? Posso diz er?
(Vo lta ndo para ' a estrêla) Nãoa GABRIELA - não os é preciso, minha fi-
montanhas! que sim ! (Mirando, nov pen sem mais nisso... Es-
é? (A Gabriela) Diz lha. Mas... não
and o par a a tia) Que sou
mente, a estrêla e faltudinho!... que, se ficar quece-o. m uma pou
feliz, que terei tudo, LEONOR -Não Esquecelo?!elo(Co por que?
pés e levantarcomOsigopraç os: pode- ta de revo lta) ! Esq uec
na ponta dosla e gua rdá -la ! (Fica 1a ado. (A um olhar
rei apanhá
ços par a O NG GABRIELA - Ele é casDis se-mo êle pró-
ta dos pés. Levanta os bra
nor)
;nterrogativo de Leo
pon
Corre até junto da tªn. Abai
xa-se, abaixando
(Le ono r pára de chorar. Faz
prio, há pou co.
mãos como Se ampara
sse
o sôb re si mesma. Enxuga
os braços. Une as riela um grande esf ôrç
mãos. Domina-se, org
u-
sa e aga o) aCon
rra cabeça da Gab as lágrimas com as
alguma coi segui !... (Gabrie rie la
enc ost and o-a ao peit Pequena pausa. Gab
és: ihosa. Ressentida. igreja chegam,
a ela) Porque minha ao fundo. Da
la levanta os olhos par da minha gesce. Ela fica 6 bad ala das da Ave Maria).
és tu, titi a, és a boa estrêlanca r! (C O jongiíng uas, as
trêla Vamos bri Maria!...
vida! E agora, alegria! GABRfELA - A Ave
er-se atrás do
doi da, a esc ond ) - A Ave Ma
re, como uma LEONOR (como um eco lha-se. Gabriela
pôço) Uh! Uh! Que
m me pesar ganha um -,, 1... (Mestr e Dom ing os ajoe
ant ase e contorna 0 pôco gope até onde está Leonor
. Enliaçaa pela cin-
peijo! (Gabriela lev 2 VO!
agachada, odá3313
a procura da pequen a. Ela 550. tura). aaa 3 A Ho
puleaçllhet
lrlela, 2 P
« 33,19 por tllt'as deElGall corre.estre Domin-
ê
ás triste, filhinha? A 5
rmã volta-se. Ela ri e GA BR IE LA : Est
. Ela desv ia-s e dêle e puxalhe 2 nàll lgª t㺠dãe câc gªl rgegtã eesªrglriâãeá
gos cercaa ro. ª (fe dãcê'eãg 2
ela vem ao seu encont F a
camisa. UorreíhGabri no hábi- dãhgªâ 㪠€313%
33,1 st; 10033255 Seiª?“ àdâ
lhe out ro pux ão
Ela desvia-se-lhe. Dá- Do- k Air
a irmáã-de-caridade e e ano
to. Afinal fica entre para pegá-la, en- esããó"nglgãçigàpgg;
mingos que se aproxismame'ri. Chiquinho gui à" ;ºgstfr'êíªÍSQªªâsipc
?—)ípg
quanto eia (l_á grit inho n? (A Leonor) Fala
con-
tão. forma de concha) hei Ri, Leonor, T1
grgºúãiããlqãíngªíê? por fa, que rid a.
Éfeslãlewàof:]?઺ºsg Oia ê1.e' (Chi tigo, filha. Des aba
i) Isso. Assim.
MESTRE DO MI NG OS
e tudo passaraleg á. (Leonor sorr não é?
To a "
Mais alegre, re. (Para a estréia)
2
nho pár
!
a. Leo nor e Gabriela voltam-se ). ge, da igre ja, o cór o da
qui
(Pausa. Ouve-se, ao lon
brincar. (Reparando) harmonium ).
LEONOR - Venha Ave -Ma ria e a voz do
ê está tão gordo? ão, tia. Ele não me-
Que é isso que voc LEONOR - Tens raz
o viradinho que comi!
CHIQUINHOY- Foi TEce...
and o para êle e seguran merece. (Senta-se no
LEONOR (avanç (Chi- GABRIELA - Não De-
ver, deixeme Ver. to ao pôço. Leonor ouve.
do o) - Deixeme ban qui nho jun
nho corr e. Ela seg ura-lhe o casaco e fica Ri, ri mui to, até cair chorando aos
qui ? pois ri.
é isso, outro casaco
com êle nx mão) Que pés de Gabriela). -
so mais tia, não pos
Deixe-me ver ! LEONOR - Não pos ,
, não!
CHIQUINHO - Não SQ mais!
2
e
o casaco) - Três _subhmç de biqndade
LEONOR (ab rin dol he GABÍÉIELA (serena,
s cam isa s.. . isso , 'mmha filha? Co-
casacos. Trê a a minha roupa est
á de emoçao ) > Quç é
CHIQUINHO - Tôd "tm, "o
no
io
ãegªsªgrºfeãiz?c%ªgagemnf 3
infinito miar pi
que
aqui...
LEONOR - E isto, o
que é? (Apalpalhe a
| LEONOR - Nãocom posso! Não sei ioo den -
ume cid a). _ ra. Ten ho o que um vaz
barriga sat O - É o meu travesseiro. sinto, ago ima gin ava que O qui ses se
CHIQUINH Não
es- tro de mimm! a sua ingratidão, devia odiálo.
LEONOR - E istoêle ? (Apalpa-lhe uma as). tanto! Co e, quero-lhe mais agora! Sinto
da que tra z nas cost Mas, quero-lh
pécie de corcun os meu s sap ato s.. .
CHIQUINHO - São a que? que meu amor aumentanto !...
s a noite é es-
LEONOR - Mas par perdão a todos. Mas GAB RIELA - Qua tantomaimai or é o brilho
CHIQUINHO - Peç o cur a, minha filh a filh a,
nho mui to
não posso mais. Apa fugir? Faz pem !! ... ... E 12
das estrelas com-
LEONORNH-O Vai par a o Rio . .. LE ONOR - Não posso, não POSSO vim
CHIQUI - Vou er por que ...holrPor que titia, POT que
a. Ele vai par a o Rio! (A pre par end
a êste lug ar 'rllve'HÉQtueão _salr' (fiaqulã
LE ON OR - Titi
Chiquinho, incrédula) - A pé? àgfââPªrª o colé gio! Este lugar © ra
Álvaro vai ine
CHIQUINHO - O doutor a LE
cariciando-lhe Os cabelos)
GABRIELA
levar 2
___ Sossega. Nada—é feio . Nada é bonito. Nosi-
5 LESNOR (mudando
de tom) - O doutor sos olhos é que vem as coisas feias ou bon
. " - ado de nossas almas. Quan
Alvaro: ' tas, segund o o est
_CHIQUINH O - Sim, sen hora. O criado já do chegaste, viste tudo a sorr
, fi-
ir... Espera
á ndo as mal as. Partimos de notur- o o que sentes
est afr uma
quer j]ha e tornarás a Ver. .. Tud
a a ninguem. Ele não uma chu va de verão...
no. Não diga nad agora, não passará de
dia. (Sai e somese na anç a.. . As feridas, nas cri-
que saibam. Até um _ És ain da mui to cri
ressa. Espera e tudo
casa de F.).
Gabriela) - E ánças, se cicatrizam dep
OR (vol ta-s e par a Ver ás. .. Tôd a esta aldeia, os mor-
LEON passará...
como se não acre e, as flores, o pas-
possível, titia? (Depois, ros ali, as estrad as lá long
enfim tornará a
, não pode ser. ha, tud o,
ditasse, otimista) Não e, minha filha. sarinho a estrelin de sol de que
GABRIELA - É verdad que tens? sorrir, .. E as lindas man
hãs
] Mas %
(Leonor desata a chorar 4
$
BR DFANBSB NS;CPR.TEA.PTE. 0400 P;VY
26
MANHÃS DE SOL
3.o ATO
+
(Terrasse do "bungalow" de veraneio
do do-te, abraço Guararema inteira com
advogado Renato de Gusmão, na ilha a minha
do
vernador.,.A D. A. a casa, circundada por Go- juventude junta.
uma CHIQUINHO (rindo) -- E eu
varanda, onde há trepadeiras e vasos ílorid todos OS
Duas pequenas escadas, com corrimão, os. advogados do Brasil. .. (Reparan
levam do nas crian-
à varanda praticável. Uma porta envidraçad cas) Suas filhas?
a RENATO - Apenas as meninas.
dá entrada ao prédio. Duas janelas abrem O cachor-
-se ro é meu neto. Filho das filhas
sobre a varanda. No exterior gaiolas . .. (Acaricia
e vivei- as pequenas.)
ros de pássaros. Grades de metal
cromado CHIQUINHO - O senhor não
encimanao pilastras praticáveis de mudou
cimento, nada!...
circundam a terrasse. A E. B. um
portão, RENATO (rindo) - Mudei de roupa
com um sino-campainha que toca . ..
tôdas às CHIQUINHO (idem) - Eu tamb
vezes que o abrem ou fecham. Entre ém. 14
o bun- RENATO - Os homens, desde
salow" e a amurada, no F. esque que o mun-
rdo, há do é mundo, mudam apenas
uma passagem para o interior da de roupa, mas
casa. Can- são sempre os mesmos. ..
teiros. Poltronas de vime. Uma mezin
ha e um CHIQUINHO - Para o senho
suarda-sol, enorme, de praia. Ao r foi bom:
fundo, o continuou alegre,.
mar tranquilo e um trecho longínquo
da cida- RENATO - E você simpático
de. É à tarde. São passados oito anos. !
Renato, já instalado na vida, vestindo CHIQUINHO (saudoso) - Como
um o tempo
traje de praia, brinca com duas garôta passa!...
s, suas
filhas, de 6 e 4 anos respectivamente CHIQUINHO - Esta...? (Pou
, ambas sando a
em maillots de banho, enquanto uma mão na cabeça da filha mais velha
criadi- .)
nha, com os roupões de ambas num RENATO - ... com quase 7,já!
braço e cinco ou seis meses depois de teres Casei-me
um cachorrinho felpudo, noutro,
espera, ri- fugid
sonha. Como se fôsse também uma CHIQUINHO (acariciando as garot o.
criança, - São duas bonequinhas. Sua senh inhas)
o advogado, formando uma roda com
as %iy ra? (Ou morena, conforme o tipo ora é lou-
lhas, canta e salta com elas. Os pássa das garôtas.)
ros can-
tam., RENATO - Não conheces minh
(As pequenas) Vão chamár mamã a mulher?
e.
Saropango da vingança AS DUAS (saem a gritar) -
Mamãe! Ma-
Tôda a gente passarão mãe! (A criada as acompanha.)
A lavadeira faz assim (imita) CHIQUINHO (encantado) -
Duas graci-
Faz assim, também assim! nhas !... Lindas!... O senhor
sabe ser feliz,
RENATO - Pois não aprendi.
Sou feliz
Saropango da vingança POr vocação. ..
Tôda a gente. .. CHIQUINHO - ... e por mere
cimento.
RENATO - Obrigado.
(O portão da E. abre-se, de repente. A CHIQUINHO - Estou doido para
cer sua senhora. Para ter duas conhe-
campainha, sôbre êle, retine ruidosamen filha
aparece, dentro de uma farda elegantíssim
te e das e um marido tão alegre, deve s tão lin-
de chaufeur de luxo... quem? - A figura
a e boa como uma santa! (Rindo-se) ser bonita
ri- da Ester? Escapou de boa hein? Lembra-se
sonha e lépida do nosso maltrapilho Chiqui Namoradei-
- Ta!... Chegou a me namorar. ..
nho. A transformação é completa. É Eu é que não
outro liguei... E a Sinhá, lembra-se? O
nos modos, no na expressão de felici- senhor andou
dade que traz no rosto escanhoado. Os pás- meio inclinado, não? Não era
má de todo. Era
saros vão aos poucos, deixando de cantar até boazinha, coitada, mas tão
). caipira meu
Deus! Por qualquer coisa: ahn, ahn,
CHIQUINHO - Dá licença? ahn! Cho-
rava à tôa!...
RENATO (interrompendo a brincadeira) RENATO (rindo também) - Era muit
- Que é? chorona... o
CHIQUINHO (desenvolto) - Ué? Não me CHIQUINHO - Muito! O senhor
conhece? coisa melhor, mais de acôrdo com merecia
a sua inte-
RENATO (reconhecendo-o) - É o Chi- ligência. Tive mêdo que o senhor
levasse aque-
quinho? !! la espiga! Agora vejo que soube
escolher, fe-
CHIQUINHO - Em carne e ôsso! lizmente !
€
& RENATO (expansivo) - Dá cá um abraço SINHÁ (aparecendo à D.*M., ladea
! filhas que a arrastam) - Que é, da pelas
CHIQUINHO (respeitoso, pretendendo és- Renato?
quivar-se) - Seu doutor... RENATO (mostrando Chiquinho)
- Não
conheces? (Chiquinho esfrega os
RENATO (rindo) - Deixa disso. Tenho olhos, sem
acreditar no que vê.)
prazer em abraçar-te! (Abraçam-se) Abraçan-
SINHÁ (alegremente) - Chiquinho!
#
1 +7 .
TE. 4007-
ns.cPR;TEA.P
poranese
tw 27
-"
ATRO apare
REVISTA DE TE
-*-"
palmató-
Por falar em
CHIQUINHO - an hã ?
na Sinhá! vou Dona Nh
stupefato) - Do ria... que fim le tá aqui.
CHIQUINHO (e _ RENATO - Es amedronta-
(Situação.) rsamente brinca
lhão) - nstintivamente
CHIQUINHO (i da) - Aqui?!
RENATO (perve , hein? a saí
esp iga do, procurando a saiu com
Eu levava uma trapalhado) -
Seu dou o se asuste. El
CHIQUINHO (a RENATO - Nã dificada de gênio...
á mo
a Pequitota. E est Foi pre-
tor!... é? (A Chi- Não me assustei. u?
mente) - Que CHIQUINHO - ca so
SINHÁ (cândida iquinho? (Estende-lhe a na Pequitota já
se
, Ch caução... E Do nda não. (Brinc
ando) O
quinho) Como vai , depois de ligeira hesi- RENATO - Ai Guararema
qu e Ele ape rta ec eu lá po r
mão apar
tação.) único tôlo que
o, olhan-
empre atrapalhad fui eu...
CHIQUINHO (s A rog ar-lhe que não adinho!
SINHÁ - Engraç -se) - Olhe que ela é
, co mo
do para Renato e fôsse a Se- NH O (ri ndo
Não esperava qu CHIQUI
conte nada) - chorar... tom)
nhora. .* Era cho- perigo. (Outro
ando a espôsa) - se) Mas A - Não tem nos contou
RENATO (enlaç do , tos o, até ag or a nã o
rona, era. (Chiqu
inho an gu st ia
dedicada das E você, Chiquinh u durante todo êsse tempo,
espôsas e a mais te
é a melhor das por onde se me ciar o seu
Se ouviu pronun
mães. o) - Ah! que nunca mais
ndendo e rind nome. mica) - Vim
SINHÁ (compree que "eu abria
O (importância cô
mb ro u- se do tempo em CHIQUINHO far tei -me do Rio e...
El e le pois ,
", co mo dizias? . Seu pa ra O Rio. De id ad e qu e não conse-
perr ad or descul pe
tando uma na
tgal
UI NH O - A senhora pensei (A fe to m de ve rdade) fui
nder um € to
CH IQ
me av is ou nada... Nunca gu e es co
Renato nã o
que se tivessem
casado... para a Europa. avo!
is já te mo s três filhos. RENATO - Br
Que foi fazer lá? de recreio €
SINHÁ - Po
- Tr ês ? ! SI NH AÁ -
CHIQUINH O dentro? (A Uma viagem
outro está lá CHIQUINHO - queria it,
RENATO - O ? tu do s pro fis sio nais. Eu não
Já vei o da esc ola de es ins ist iu tan to! ...
Sinh á) Álvaro
CHIQUINH mas o Doutor (H á um curto sil
êncio de
S SI NH Á - Ah ! a Um evi-
- Já. ro ca us
O nome de Álva
RENA TO o ge ne
íg io ! Ch am a- se César, como em ba ra ço .
É um prod
ral romano! ) dente mal-estar.) tro, salva a sit
uação, PO!
ol ha va pa ra O lado da casa MARIA (de den á! As meninas querem
SINHÁ (que o da cri ada , Si nh
acaso) - Dona
aç
(Aparece, no br
_- fle vem aí. ses, apenas.) n'água!
ia nç a ro bu sta de alguns me to- ent rar ença. (Sai, Jeva
ndo O
NHÁ - Com lic
uma cr (Sin há
NA TO - Ei lo! É O César! SI
RE
mao dos braç
os da empregad
a.)
e sabe pequeno 320 colo.) - Fiz mal?
) - É êste qu CHIQUINHO uz UM
me ainda prod
NH O (r in do
CHIQUI , enle-
e la ti m? (Acariciando-o RE NA TO - Esse no .
francês, inglês cas a..
certo mal-estar na- E Dona Leonor? .
a !
canto de crianç
vado) É um en roupões nas
SINHÁ (à cria
da que veste os CHIQUINHO
(A s pe noviça.
RENATO - É
ia.
2a meninas à pra ?
cria nç as ) - Le ve
. At é já! (Be ija -as .)
UI NH O - Irmã-de-caridade dis-
nhas fil has CHIQ os lutando para
quenas) Vão, mi At é já, ma mã e! (Ao
TO - Le ve i an
IS VE LH A - a RE NA
A MA beija a outr possível.
pai que a beija)
Papai? (Sinhá suadi-la. Não foi inho?
. As garôtas saem,
ale-
CH IQ UI NH O - E o passar -
to ta mb ém
O pa ss ar in ho - diz ela
o cãozinho.) RENATO -
gremente, com inh o'. Até já arema ...
Até já, papaiz ficou em Guar Ficou em
AS DUAS - fletindo) -
in ha ! qui se- CH IQUINHO (re Se tiv esse uma
mamâez elas como
NH Á (à cri ada) - Quando o ) Gu ar ar em a... (Sorri
SI (A Chiquinh dedos.)
gua, me chame. idéia e estala Os -. a estrela
rem entrar n'á
ho ra é ma nso, mas gost
o de
RE NA TO (continuando) - eiros tempos
O mar a est a
Pa ss ad os OS pr im
estar perto delas. z bem (As está de acôrdo. , não sei se sincer -se ama-
a Ou fin
CHIQUINHO (c
omovido) -- Fa
já! At é vo ltou a Ser alegre so, tei ma. Or de na
At é dis
crianças,, que Sa
em gritando! -
êste? Tem-se gidamente. Apesar us.
já! Qu e gracinhas! E mo ! Te nh. Casa-se com De a cabeça) - É
O
UINHO (coçando
é
um leitão! Te co
já! At
e de co me r. É CH IQ
vontad queno!
bonitinho êste pe diabo?
como! Como é comigo, não é? quê?
Pa re ci do RENATO - Por aro... não
- O Doutor Álv
RENATO - a co mp ar a
O (d ep oi s de lig eir
CH IQ UI NH O
CHIQUINH ol ho s sã o de
guns traços. Os sabe?
ção) - Tem al ões... dizer...
Si nh á: un s olhinhos chor RENATO - Ouvi is é... (Ligeira pausa.
Do na
aç ad in ho ! UI NH O - Po
SINHÁ - Engr CHIQ !...
tou brinca ndo... tado, é tão
CHIQUINHO - Es ora não chora mais... Um suspiro) Coi a mais me escrev Mas,
eu...
RENA TO - El a ag RENATO - Nunc m a ninguém.
O - Ne
Vive rindo. .. vontade CHIQUINH A vida dêle,
Quem está com ito seu amigo.
CHIQUINHO - não sei! - acredite, êle é mu u de Gu ar ar ema - Se o
ze s - e sai
.. As vê
de chorar sou eu. ele tempo. Lembram-se? porém, desde qu . Não falou mais com nin-
qu
tenho saudade da olhe que apanhavas como senhor soubesse !.. i cado
RE NA TO - Po is guém, não saiu. i
a '
gente grande. ... no laboratório, ) Ac ei ta mo s €
anhava, não. Dava o tância cômica
CHIQUINHO - Ap s co m a mã à Europa. (Impor pa ra a Al em anha. Lá, du-
va s
RENATO (rindo-se
) - Da embarcamos 08 doi
na palmatória...
28 MANHAS DE SOL
rante quase sete anos pode-se contar as vêzes right, football, goal, Light and Power, bife
que saiu à rua. Vivia sempre fechado. (Plura- com batatas... (ri).
rizando como fazem os caixeiros das grandes RENATO - E quando penso que te criavas
casas) É que nós "estudava" muito. analfabeto, apanhando pancada de criar bi-
RENATO (irônico) - Estudavam? cho... Tens uma profissão, és vivo, inteligen-
CHIQUINHO - Não imagina! Fizemos te... Deves ter um ódio de minha sogra...
experiências notáveis. Os meios médicos ale- CHIQUINHO - ódio, por que? Sou supe-
mães tinham verdadeiro respeito pelos nossos rior a essas coisas! (Em tom de discurso) Ela
trabalhos científicos! Não imagina o que nós não é senão um produto do ambiente de igno-
fizemos! rância em que vivia mergulhada! Errava, pen-
sando que acertava. A culpa é dos juízes que
RENATO - Imagino!
entregam o órfão sem exigir que a criança
CHIQUINHO (eloquente e loquaz) - Até seja educada para a vida. Quanto homem não
que recebemos uma carta da irmã dêle con- se fêz vagabundo ou ladrão por causa disso?
tando aquilo que o senhor ouviu dizer. Embar- Não saber, por ignorância, tratar de um órfão,
camos imediatamente. Chegamos há uma se- não é crime. Mas ter uma toga e dá-los como
mana. Ele, então, me mandou indagar. Inda- se dão cães é que é uma (gingando o corpo,
guei dali, indaguei daqui e soube: Ilha do Go- como um malandro) mons-tru-o-si-da-de !...
vernador. Veraneando. Aqui deixei êle naque-
. RENATO (que o olha com admiração cô-
le hotelzinho e continuei a investigar. Desco-
mica) - Que é isso, rapa boquiaberto?
bri a casa. Descobri tudo!
3 CHIQUINHO (natural) - Isso não é meu,
RENATO (irônico) - Tudo?
não. O Doutor Álvaro diz isso sempre e eu
CHIQUINHO (rindo-se) |- Menos que o
decorei... (Outro tom) Bem, arrevederci.
senhor se tinha casado com Dona Sinhá...
4 RENATO - Estiveste também na Itália?
(riem-se ). CHIQUINHO - Não. Mas como num res-
RENATO - E o Álvaro ? taurante italiano.
CHIQUINHO - Não sabe da parte final: RENATO (indicando-lhe a casa) - Que-
que levantei a caça... res sair pela frente?
RENATO - Que caça? CHIQUINHO - Não. O meu carro está
CHIQUINHO - O senhor. ali e a linha reta é o caminho mais curto dêste
RENATO - Hein? portão ao hotelzinho onde êle está. (Ouve-se
CHIQUINHO (justificando-se) - É um uma campainha dentro da casa) Estão to-
modo de dizer. Ofendeu-se? cando... FQ
RENATO - Não. Sabe quem levanta a RENATO - Deve ser minha sogra que
caça? É o cachorro. chega.
CHIQUINHO - Hein? CHIQUINHO (num repelão violento, ti-
RENATO - Qfendeu-se? rando uma das mãos a que Renato sustem e
CHIQUINHO (rindo-se) - Não. E os ca- saindo precipitadamente) - Até sempre...
chorros? (Renato acompanha-o com a vista, dando uma
RENATO - Também não. És fiel. Não gargalhada. Ruído de automóvel que parte.
envergonhas a classe... Renato, com uma das mãos apoiadas à pilas-
CHIQUINHO - Então posso farejar? tra do portão, ri ainda. Leonor surge à varan-
RENATO -- A vontade. da. Veste o hábito das noviças. Tem oito anos
CHIQUINHO (cheirando-o) - E...? (Fi- mais. Sua fisionomia, entretanto, ainda é doce
ta-o interrogativamente.) e jovial. Sente-se que ela procura tornar-se
RENATO - Diga-lhe que me telefone. Con- alegre, pelo menos exteriormente. Traz vários
tinuo amigo. pacotes que vai pôr sôbre a mesa, desatando-
CHIQUINHO (num transporte) - Como lhes os barbantes.)
o senhor é bom! A causa entregue a dois advo- LEONOR (vendo Renato a rir sôzinho) -
gados como nós, estará ganha. (Íntimo) Que Isso é sintoma de alegria ou de loucura?
pensa, colega? RENATO (voltando-se) - De loucura. Já
RENATO - Que não devemos contar com chegou?
o ôvo que a galinha não pôs. LEONOR (graciosa) - Não. Ainda não
CHIQUINHO - Tenho confiança no se- cheguei...
nhor... RENATO - Engraçadinha. E os outros?
RENATO - Hein? LEONOR - Também não. Estão todos lá
CHIQUINHO - E em mim também. Te- dentro. Por que se ria?
remos o ôvo. (Ri. Outro tom. Importância RENATO - Uns dão para passar a vida
dis&icente) Bem. A palestra está muito boa, alegres... outros (com intenção) para passar
muito agradável, mas vou-me retirando. (Es- a vida tristes. Opto pela melhor loucura: a
tendendo-lhe a mão) "Aufiderzen !" da alegria. ..
RENATO - Alemão? LEONOR - Isso é alusão?
CHIQUINHO (carregando muito nos rr) RENATO - Você é louca?
- Estive na Alemanha!... Splenjidozer; zer LEONOR (rindo-se) - Quem sabe?
guth; viguitz?; isteite zi? vi fili? - flacher RENATO - É triste?
bier, kató-fen, chop-duplo! LEONOR - Sou? (Faz uma careta, cari-
RENATO - Au revoir. caturando uma cara alegre) Olhe... Está
___CHIQUINHO - Oui, monsieur. (Com um vendo?
gesto exagerado de francês como se cedesse a RENATO - Estou. O rosto, apenas.
entrada de uma porta a uma dama): "Apres LEONOR - O coração não lhe posso
vous, madame, aprês vous!... Je connais aussi mostrar...
Paris, mon Dieu de la France! E Londres!... RENATO - Não é preciso. Basta ver êsse
RENATO - Londres?! hábito...
CHIQUINHO - Yes, very-good, sir. All LEONOR - O hábito não faz o monge...
-m 2 ele d cao, a am a
BR DFANBS
B NS.CPR.T
EA pTE, 0460,
-- 139 .
REVISTA DE TEATRO 31
LEONOR (detendo-lhe o gesto) - Não. Ele a encara) Estoure a sua rôlha! Desengar-
Deixea. As vêzes é assim mesmo. (Não con- rafe a sua alegria, viva a vida!
seguindo esconder a emoção) Não serve igual SINHÁ (numa reprovação) - Renato?!
zinho: é, apenas, aquêle. ..
RENATO (no mesmo tom) - Que é?
SINHÁ (mirando-a e para alentála) -
Leonor !... SINHÁ - Você não tem sentimento?
RENATO - Tenho. Tenho sentimento e
LEONOR (passa a mão nos olhos. Reage.
tenho inteligência, outiu? Para que tornar a
Ri) - Estou precisando que me batas, não
estou? (E imediatamente, sem se deter com vida difícil, se ela é tão fácil de viver? Para
que fazer drama, quando a comédia é tão le-
o olhar de ternura que a prima lhe deita, à
ve, tão graciosa e tão humana? Por que não
garôta mais nova, alegremente, como se nada
houvesse acontecido) Leonorzinha? Olha, (dan- querer aquilo que se quer, repelir o que nos
procura quando temos vontade de fazer, jus-
do corda) êste é mais bonito!... Faz quá-
-quá-quá que aquêle não faz!... A mais ve- tamente, o contrário? Por que Leonor não se
casa com Álvaro, por que? e
lha, que brinca com os porquinhos", presta
atenção no que diz Leonor) É o pato Donald! SINHÁ - Mas casar-se como? (Leonor,
afasta-se novamente e vai ficar junto à mesa).
Zangado!... Como você, mas que só ameaça
como muita gente! Olha. (Coloca o pato sêó- RENATO - Como tôda a gente se casa!
bre a mesa. O boneco anda e faz quá-quá-quá Pretoria, igreja, arroz na cabeça, felicitações,
mecânicamente) Estás vendo? (A outra vai-se (Gesto de cumprimentos) viajem de núpcias,
aproximando) Vês como é lindo. Queres? sapatinhos, touquinhas (Como quem trabalha
com agulhas de tricot) doutor chamado as
A MAIS VELHA (largando o brinquedo
pressas, filhos! (Como se embalasse uma cri-
que tem nas mãos e apanhando o outro) -- ança).
Eu quero! (Apanha-o e sai correndo para a
direita do bungalow). SINHÁ (escandalizada) - Mas Renato, o
Álvaro é casado!
A MAIS NOVA - É meu! É meu! (Perse-
gue-a). RENATO - Foi. (Leonor volta-se, inte-
SINHÁ - Meninas! (A criada) Que não ressada) Sei disso há tempos, mas comia-se
briguem! (A criada que apanhava a caixinha- vivo quem falasse em Álvaro aqui!... Foi ca-
sado. Agora é viuvo.
-demúsica e punhaa sôbre a mesa, sempre
com César ao colo, vai ao encalço das garô- SINHÁ - Viuvo? Então a mulher dêle
morreu?
tas. Se o cachorrinho estiver em cena e puder
fazer o mesmo, melhor) Depressa! Anda! Va- RENATO - Não. Quem morreu oi a
mos! (Voltando-se para Leonor, sorrindo) Viu avó... (Leonor apanha a caixinha de música
o que é criança? de sôbre a mesa, e mira-a pensativamente).
LEONOR (sorrindo também) - E, às vê- SINHÁ (num muchocho) - Ah! (E um
zes, crescemos e continuamos assim... (Re- pouco pela comoção e outro tanto pela aspe-
nato aparecendo, a esfregar as mãos, alegre- reza da resposta, úepois de procurar conter-se
mente, como quem está contente consigo pró- um tempo desata a chorar como no primeiro
prio, vem descendo, despreocupadamente, a ato).
escada. As duas voltam-se para êle. Ao repa- RENATO - Que é isso? Vou buscar a na-
rar que é notado, muda instântaneamente de madeira do Cezinho. .. (Volta-se, corre à me-
fisionomia, de andar, de atitude., Torna-se qua- sa, apanha a mamadeira e repara em Leonor,
se fúnebre). a olhar os porquinhos, já com corda, que
SINHÁ (rindo) - Que cara é essa? (Re- bailam. Volta. Chama a atenção da mulher.
nato, tristeza visivelmente simulada, olha pa- Sinhá vê. Pára aos poucos de chorar. Sorri.
ra Leonor). Segreda, no ouvido do marido, como se con-
LEONOR (idem) - Estás com cara de tasse, a história da caixinha-de-música dispu-
cachorrinho que quebrou panela... (Sinhá ri tada pelas duas filhas e afinal abandonada.
mais forte. Leonor também. E apontam para Compreendem que Leonor vê no brinquedo
Renato). um símbolo do que lhe aconteceu na vida. Sor-
RENATO (olha ora para uma, ora para riem, Pausa. Olham. Depois aproximam-se na
outra e afinal também ri, dando a seguir, vá- ponta dos pés. Leonor, com a caixinha de mú-
rias piruetas) - Ah! ah! ah! sica funcionando nas mãos, fica entre os dois.
LEONOR - Que é isso? Um momento. Os porquinhos dançam. A cai-
SINHÁ - Estás louco? xinha toca. Afinal ela percebe que está sendo
RENATO - Estou alegre! (Salta). notada. Quasi sem mover a cabeça, ancªs
LEONOR - E precisas pular assim? com o rabo-dos-olhos, observa um, depois ou-
tro. Sorri).
RENATO - Recalque. Estava alegre, mas
LEONOR - Que é?
como quando saí deixei vocês tristes, engar-
rafei a minha alegria com uma rôlha de tris- RENATO (malicioso) - Nada...
teza. Vocês riram. Ela estourou como o tham- LEONOR - Por que me olham assim?
pagne; pan! E derramou! Está derramando. Estão pensando, que?...
(Ri) Riam também! (Notando que Leonor ão RENATO (mais malicioso ainda) - O
ri e se afasta, pára também de rir) Que acon- mesmo que você... em ficar com êsse brin-
teceu? quedo que já não tem dono...
LEONOR (corando até à raiz dos cabelos,
SINHÁ - Fôste lembrar-lhe. .. entrega-o a Sinhá) - Toma.
RENATO - Lembrar que?
SLNHÁ - Não quero. (Passando para o
SINHÁ - O Álvaro...
l2do de Renato) Já tenho o meu e gosto dêle.
RENATO - Falei em Álvaro?! Falei em É um "pedaço" não achas? (Abraça o marido).
champagne, em alegria! (Indo a Leonor e, se- LEONOR (deixando a caixinha-de-música
gurando-a pelos ombros, fazendo-a voltar-se sôbre 'a mesa) - Engraçadinhos !... (Afasta-
para êle, com energia) Leonor! (Ela volta-se. -se) Agora que compreendi...
)
3
à
% &
29 -,. _ o
p. Nob
#R DFANBSB
MANHÃS DE SOL
RENATO (indo a ela) - Mentira! o amas e senão que mal haveria em encon-
LEONOR - Juro-lhe. .. trá-lo? Tens mêdo de que?
RENATO (interrompendo-a) Mentira! LEONOR (entre censura e pilhéria) - De
LEONOR - Quem pensa você que sou? ti. Estás ficando furioso...
RENATO - Mulher... -P RENATO - Mentira! És uma recalcada.
LEONOR - E os homens não mentem? Estás com méêdo de ti mesma!
RENATO - Mentem, mas não sabem men- LEONOR - Que mau psicólogo és. Te-
nho pena de ti...
tir...
RENATO - Já sei. Agora sou imbecil...
LEONOR - E como conhece, então, quan- LEONOR - Não. Continuas homem...
do as mulheres mentem? SINHÁ (entrando) -- Pronto. Telefonei...
RENATO - Quando elas falam. .. LEONOR - É?
LEONOR - E eu, por que lhe menti? SINHÁ - Falei com êle próprio. Prome-
RENATO - Porque falóu. teu-me que partiria imediatamente.
LEONOR (aponta para o lugar em que es- LEONOR (levantando as mãos para o céu)
tivera silenciosa) - E quando não falava? - Graças a Deus!
RENATO - Dizia a verdade. .. SINHÁ - Disse-lhe que não querias vê-
LEONOR - Nesse caso, por que insiste, lo nunca mais!
por que pergunta? ( LEONOR - E éle...? *
RENATO - Porque quero saber a ver- SINHAÁ (como se repetisse as palavras de JIN
dade. Álvaro) - Pode dizer-lhe que sua vontade será "
LEONOR - E qual é a verdade? feita: ela nunca mais me verá.
RENATO - É o que você não diz... LEONOR (não podendo esconder uma pon-
LEONOR - E, se não digo, para que fa- ta de aflição, que Renato, nota, sorrindo) -
lar? El...?
RENATO - Para mentir... porque a ver- SINHÁ - E desligou...
dade é o avêsso da mentira. (Tomando, ràpi- LEONOR (sem poder conter-se, agarra os
damente, o brinquedo e entregando-lhe, ma- braços da prima, prestes a explodir em pran-
licioso) Tome. Fique com êle. É seu! to) - E...?
LEONOR (recusando) - Não seja hbôbo, RENATO (que sobe, como uma bala, as
Renato, não o quero! escadas, pára na varanda do bungalow e vol
RENATO (triunfante, para Sinhá) - Viste ta-se para a mulher) - Qual o número do ie-
o avêsso, minha mulher? "Renato, não perca lefone do Hotel?
tempo; vai buscá-lo. Quero-o como uma lou- LEONOR (reagindo) - Para que?
ca!" (Sinhá ri). RENATO - Para dizer-lhe que venha cor-
LEONOR (veemente) - Mentira! rendo, que tu o amas!
RENATO (traduzindo) - O avêésso: ver- LEONOR (com raiva) Tenho dó de
dade! (Alegremente) Vamos esperar O Al til.
varo! RENATO (rindo-se) - Já sei. Sou um ho-
LEONOR - Disse-lhe para vir aqui? mem...
RENATO (transição de alegre e hipócrita LEONOR (com rancor, os dois punhos
- mentindo) - Eu? Não... Disse-lhe que não cerrados) - Não. És um imbecil!
viesse... RENATO - Obrigado. (Ela explode. Re-
LEONOR (irônica) - Não é preciso ver benta em soluços. Sinhá comovida, alisa-lhe
o avêsso, Renato... Os homens nem mentia os cabelos. Renato chega-se aos poucos, le-
sabem... (Encarando-o) Disse-lhe para vir. vanta-lhe, docemente, a cabeça, olha-a nos
RENATO (confessando) - Disse... olhos e depois, com ternura risonha) E tu,
SINHÁ (queixosa e escandalizada do ci- sabes que tu és?
nismo do marido) - Ah! Renato!... LEONOR (tentando sorrir) Uma im- :
LEONOR (resolutamente) - Pois vá, ime- becil?
diatamente, dizer-lhe que não venha ou sairei, RENATO (sincero) - Não. Uma mulher...
agora mesmo, de sua casa, para sempre. Vá. LEONOR (concordando) - Uma mulher
SINHÁ (que mirava o marido com visível como as outras... (Com certa angústia). E
desprêso, intercepta-lhe os passos) - Irei eu. isto? (Indica o hábito).
(Ao marido) Nunca pensei que chegasses a RENATO (numa doce ironia) - O nábito
tanto. (Sai, resolutamente para o "bungalow"). não faz o monge...
RENATO (depois de pequena pausa, qua- LEONOR (dolorosamente) - Mas fêz de
se humilde, sincero, a Leonor) - Desculpe-me. mim uma sombra... uma sombra, apênas, de
A minha intenção era... mulher...
LEONOR (mais brandamente) - Sei, Re- RENATO - Não, por que as sombras não
nato. Mas há coisas irremediáveis. .. sofrem. ..
RENATO (reagindo) - Mas irremediável LEONOR - E eu sofro, sofro muito!...
por que?! ! E aí está a verdade que querias! (Chora no-
LEONOR - Você não compreenderia ... vamente).
RENATO - Sou imbecil? SINHAÁ (pretendendo consolála) - Leo-
LEONOR É homem. .. E não toque ROr!. ..
mais no assunto! é RENATO - Deixa-a chorar. Que desabafe.
RENATO (quasi desesperado) - Não pos- Ela, ao contrário do que aconteceu comigo,
so! Sou advogado! Vou até a última instân- tinha apenas a rólha de alegria. A garrafa era
cia! (Toma fôlego e volta a tratá-la de tu no de tristeza. Deixa que a derrame, que a es-
entusiasmo da peroração) Não é possível, não vazie tôda para que se encha, depois da ale-
entra na cabeça de ninguém com três dedos gria, da felicidade que a espera...
de massa cinzenta na cachola, que estejas sen- LEONOR (levantando a cabeça e reagin-
do sincera. Se não queres vêlo é porque ainda do) - Não, não pode ser!
» -
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre, 0400, /- (63
33
REVISTA DE TEATRO
Penso
em LEONOR - Não me 'interrompas.
RENATO (transformando a emoção como tu. Para mim o único crime
de Álvaro
nação irônic a, volta ndo, porta nto ao tom
indig - e seja êste o meu último pensa
mento pro-
dor de
irreverente de sempre, caricaturando a fano - foi ter fugid o de mim.. .
Não
Leonor na strês primeiras palavras) - RENATO - Quando deveria ter
fugido
pode ser, por que? contigo...
o !...
SINHÁ (numa reprovação) - Renat SINHÁ e(scandalizada) - Renato
!
RENATO (indi gnado ) - Esta peque na é pa-
é -a LEONOR (complacente, repetindo as
doida! (Procurando um têrmo) É... lavras evangé licas, com certa ironia piedosa)
SINHÁ - Uma mulher, Renato... - "Perdoa-lhe, pai..."
RENATO - Uma imbecil, Sinhá !... RENATO - Se eu te hipnotizasse,
dirias
SINHÁ - Renato! que sim. Psicanálise, Freud !
RENATO - Mas não pode ser por que?
mim
LEONOR - Deixa Freud em paz e a
izar-me.
LEONOR - Não compreenderias ... também. Não será necessário hipnot
sincera-
RENATO - Orgulho? Ouve. E não tornes a insistir. Falo-te
Não re-
LEONOR (movendo a cabeça) - Não. mente e não brinques. Amo a Álvaro.
tica
nuncio à vida profana por ser uma român
RENATO - Mêdo?
a) - piegas. Há uma razão: sabes qual é...
LEONOR (confirmando com a cabeç RENATO (sincero) - Sei: Sentimentali
s-
Mêdo. nos er-
que Os mo. E, por isso, os moços persistirão
RENATO (mordaz) - Mêdo do ros dos velhos e as gerações novas contin
ua-
escândalo social!...
&outros digam, não é? Do rão antigas...
é, apenas
Quanta inferioridade! O escândalo, LEONOR - Não argumentes. De nada
va-
mal na vida dos Ou-
o que acontece de anor lerá. Tia Gabriela é, para mim, mais
que
tros... Na nossa não! mãe. É boa. É generosa. É nobre.
É inteli-
o escân-
LEONOR - Pouco me importa anos de
gente e tolerante. Mas tem setenta
dalo !
idade, não te esque ças disso. Sei o que ela
que? Fala!
RENATO - Então, mêdo de Seu espíri-
ela. pensa e como aprendeu a pensar.
LEONOR - De perder tia Gabri a sua época, é avanç ado, mas para
vida ! to, para
RENATO - Mas trata-se da tua vivemos está tão longe como tu, com
dela, tamb ém! Ela mor- a que
LEONOR - E da e a
o teu egoismo utilitário, de entender-m
reria ...
mor- mim. (Com seren a firme za) Prefiro morrer a
RENATO _ morrerá, porque todos velhi-
r. O que beliscar, siquer, a sensibilidade dessa
rem. É a lei natural da vida: morre que me criou, que me educo u, que me
como tu-> nha
não é justo é que se viva morta, o pol
se mate. ama e seria capaz de fazer o mesm
LEONOR - Nem que para viver,
mata r com que? mim. E daí - quem sabe? - Se não serei
RENATO - Mas (Com
mais feliz professando? O mundo...
LEONOR - Com desgôsto. conhe ces o mundo, Renato? O tem-
é arma. Não amarg ura)
RENATO - Desgôsto não ... (So-
po passou e passará... Seremos velhos
mata ninguém. Senão terias morrido... ra) Deixe-me levar para o claustro, co-
nhado
LEONOR - Sou môça. tão doce,
ela, mo para um cofre, o amor tão puro,
RENATO - És môça-velha. Tia Gabri o de meus dezess ete anos. Deixe-me
mais ânimo tão poétic
ao contrário, é velha-môça. Tem os
guardar, para que não envelheça. (Com
que tu... de lágrimas) o amor daquela ju-
resist iria. olhos cheios
LEONOR - Mas não rinho e
ventude despreocupada, com o passa
RENATO - Por que? inha que me falavam e aquelas encan-
a estrel
LEONOR - Ela não o perdoaria. me e
tadoras manhãs cheias de sol, de perfu
RENATO - Por que? daçõe s de mim mesma ...
(A de recor
LEONOR - Ele não era livre. RENATO (limpando uma lágrima, mas
eriando )
RENATO - Mas agora é. (Pilh ndo, ainda, reagir) - mas... isso é 10-
e agora não quere
Ao contrário de mim, que era manti smo !
sou. (Olha para Sinhá). SINHÁ (idem) - É tão lindo!...
LEONOR - Mas éle não era. ndo
LEONOR (deixando de sonhar, reagi
RENATO - E que tem isso? -
(esca ndali zada) - Oh! Renat o. contr a - ela mesmo não sabe contra quem
SINHÁ
Vocês , mulhe res, encu rtar am imperi osa, quase colérica) - Romantismo ou
RENATO - e assim
am com- não, lindo ou feio, é assim que penso
os cabelos, mas as idéias não ficar E acabo u! Não admito que me to-
ter o que? que farei.
pridas... O homem se casa para *
ques mais no assunto, ou farei uma
SINHÁ - Mulher... a! (Quase
TO - E o Álvar o tinha mulh er? - entendeste? - farei uma loucur
RENA de Deus
fugiu. gritando) E deixem-me, - pelo amor
SINHÁ - Não tinha porque ela lhe
se aman hã, a nossa ca- lhes peço !... - deixem-me em paz ou não sei
RENATO - E, -se na
nuarei o que farei! (E afasta-se, debruçando
chorrinha fugir e desaparecer, eu conti na
amura da, olhando o mar tranquilo e azul,
dona dela? Renat o e Sinhá ficam
a ! tarde que desapa rece.
SINHÁ - Mas mulher não é cachorrinh , co-
RENATO - A dêle era... E o crime
é do imóveis. Olham-se. De repente, a última
s
cacho rrinh a? mo se se lembrasse de algo urgente, dá algun
dono ou da sados para a escada. Renato cor-
Não gaste s os teus argum en- passo s apres
- 3 LEONOR - por um
faças jus- relhe ao encalço e consegue detê-la
tos e o teu bom humor. Quero que aos degra us que ela ia subir).
braço, junto
tica à minha inteligência...
.. RENATO (a meia voz) - Aonde vais?
RENATO (Interrompendo-a) - Faço. .
mim, SINHÁ (idem) - Telefonar a Álvaro
LEONOR - ...mas não se trata de
tia Gabri ela.. . RENATO - Já não lhe telefonaste?
trata-se de quero
SINHÁ - Telefonei para êle vir...
RENATO - fle vai casar-se com ela ou
agora dizer que não venha, (E notando o olhar
contigo?
# :
p 15
;TEA .PTE. 04600,
SB NS;CPR
BR DFANB
34 MANHÃS DE SOL
MANHÃS DE SOL 35
TEATRAL
COLETÁNEA
Gastão Tojeiro
- ONDE CANTA O SABIÁ, de s
- SAUD ADE, de Paul o Maga lhãe
Wanderley
COMPRA-SE UM MARIDO, de José o Orlando
SE O ANACLETO SOUBESSE..., de Paul
DINDINHA, de Matheus da Fontoura etti
O CASACO ENCANTADO, de Lúcia Bened Pederneiras
O CHá DO SABUGUEIRO, de Raul Alvim e Nelson Abreu
O AMIGO TERREMOTO, de RenatoVian na
O DIVINO PER FUM E, de Rena to
Santos e Luiz Iglezias
PRIMINHO DO CORAÇÃO, de Miguelo Magalhães
CHAPRUZINHO VERMELHO, de PaulCarneiro
O CULPADO FOI VOCE, de Nelson Iglezias
ONDE ESTÁS, FELICIDADE?, de Luiz Léo Victor
A MÁQUINA DA FELICIDADE, de Santo s
HOTEL DOS AMORES, de Miguel erley e
COMO VOCE QUISER, de José Wand LERO-LERO, de R. Magalhães Júnior
NOVAS AVENTURAS DA FAMÍLIA Gonzaga
A FLOR DOS MARIDOS, de Armaondo h
UM CRAVO NA LAPELA, de Pedr Bloc ida
PAIOL VELHO, de Abílio Pereira de Alme
O CHALAÇA, de Afonso de Carvalho MOELA DA GALINHA, de Viriato Corrêa
os LINGUICEIROS RODERIZ e A
O IDIOTA, de Léo Victor sto de Abreu
QUANDO O CORAÇÃO QUER, de Mode s
FRUTOS DA EPOC A, de Mári o Nune
A PAIXÃO, de Luiz Peixoto
O BôBO DO REI, de Joracy Camargo e Darcy Evangelista
A CAMISOLA DO ANJO, de PedroiraBloch Sampaio e Arnaldo Faro
FUTEBOL EM FAMÍLIA, de Silve
RETRATO A óLEO, de Arthur Azevedo
FONTE CASTÁLIA, de Arthur Azevedo E E A SOPA, de Arthur Azevedo
ALMANJARRA e ENTRE O VERMUT
JÓIA, de Arth ur Azev edo
DOTE e o ORÁCULO, de Arthur Azevedo ur Azevedo
BADEJO e UMA CONSULTA, de Arth edo e Aluízio Azevedo
CASA DE ORAT ES, de Arth ur Azev
O MAMBEMBE, de Arthur Azevedodee Arth José Piza
ur Azevedo e Moreira Sampaio
O GENRO DE MUITAS SOGRAS, Gonçalves
HELENA, de Eurípedes, tradução de Lopes
O CRÉDITO, de José de Alencar
A FAMÍLIA, de Quintino Bocayuva
QUEBRANTO, de Coelho Netto e el Santos
UMA VISITA DE CERIMÓNIA, de Migu o Pereira de Almeida e
MORAL EM CONCORDATA, de Abílieiro
PRIMA DONNA, de José Maria Mont Pinheiro Guimarães e
HISTÓRIA DE UMA MOÇA RICA , de
el Santos
O BANQUETE DO PREFEITO, de Migu
A CAPITAL FEDERAL, de Arth ur Azevedo
LOUCURAS DE MAMÃE, de Jota Gama de José de Alencar e
O RIO DE JANEIRO (Verso e Reverso), or
MALDITA PAR ENT ELA , de Fran ça Júni
Manuel de Macedo
REMISSÃãO DOS PECADOS, de Joaquim rgo
DEUS LHE PAGU E, de Jora cy Cama
DONA XEPA, de Pedro Bloch
MARIA MADALENA, de Batista Cepelos
O CORDÃO, de Arthur Azevedo ra de Almeida
RUA SÃO LUÍS, 27-8.o, de Abílio Perei
GIMBA, de Gianfrancesco Guarnieri
ELES NãO USAM BLACK de Gianfrancesco Guarnieri
OS CAFTENS, de A. Lopes Cardoso lhães
A PRINCEZINHA DE OURO, de Paulo Maga aldo Viana Filho
CHAPETUBA FUTEBOL CLUBE, de Oduv Alexandrino de Souto
A MENINA QUE VENDIA FLORES, de
NHA, de Joaquim Manuel de Macedo
A MORENINHA e O MACACO DA VIZI Pongetti
SOCIETY EM BABY DOLL, de Henr ique
LHER DE BRIGA) de Pedro Bloch
UMA FLAUTA PARA O NEGRO (MU
OS RAIOS Y, de Justi no dos Santo s
A FARSA DA ESPOSA PERFEITA, de Maga Edy Lima
lhães Júnior
FUGIR, CASAR OU MORRER, de R.
O MICRÓBIO DO AMOR, de Bastos Tigre edo
AMOR POR ANEXINS, de Arthur Azev Piza (2a edição com notas e esclarecim
entos).
O MAMBEMBE, de Arthur Azevedo e José
MIQUELINA, de Pedro Bloch
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA eRDFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.OG6J je
DEPARTAMENTO DF POLÍCIA FEDERAL
PAR E Cc E R
1) Documentação
a) Título em Português:.
d) Tradutor
e) Diretor:. _
f) Produtor :_____ 2
g) Companhia;
h) Classificaçao da Censura:
2 a
Analise
a) Gênero;
b) Argumento:
Trorana
= C |-S
mostrando
mbotando
incipalmen'+ e
3 Cconhecitins
meios
2 - Impres:
d) Diálogos: _Narmai 3,
W'F-SAV. 192
£) Personagens:
Firmino, Alze Nit
g) Valor educativo:
iA nfarinros
PA - R
a 211 ,.
III) Conclusão
CENSURA FEDERAL
#4 Certificado No 365 ZZ ZI
CLASSIFICAÇÃO
___de 1 º_ll.
dh
P R O 1B1B©|
PARA MENORES DE
14 ANOS
BR DFANBSB NS.CPR.TEApr
e 0460, / - (90 .
M. J. - D.P.F.
CERTIFICADO DO S.C.D.P.
CUTLP 2] &
WILSON DE QUEIROZ GARCIA
MMWM+
DPF-SAv.150 det Fdaintolr é 46brldê nrteis +
TE. 0460, 94.
er DraNBSB NS.CPR;TEA.P
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
FEDERA 2 gyz/
Departamento DE POLÍCIA
MEM .o N.o
DataBº/4m
PROVIDENCIAS / /
Assunto:
SENHOR CHEFE,
s no SENTIDO DE
soLrerro as suas provipenocpa
GERAL DA FEÇA ABAIXO -
ou seua assisTtiDo o EmSaro
ENTREGUE A poctmeENTAÇÃo -
piseriuINADA, PODENDO Ser
POR
cLaSSIFICAÇÃO ESTABFLECIDA
ao iuteressaDo, caso a
com o oeservano No ENSATO
êste sopp esteJa pe acônpo
nemETiDo MINUCIOSO RELA-
nevenpo, posteriormente, ser
TôRrio a RESPEITO,
ATENGI OSAMENTE,
pc aucinoz GARCIA
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
AA D!
: LQCURLDOO 2472
me
C
L
LL
k
©
J
O
0
L
o
(0)
-
Z
W
2
«
E
C
4
0
UW
O
|
-
s
MANHA DE SOL
D I 8 ? R 1 B 0 I c A 0
Our ; +9
IRMX GABRIELA 73 e e e e e e e e e é e e e é e » e e e e
+++ 9 $ 33333 $ 3353
PEQUITOTA é
MESTRE DOMINGOS ;
e e e e +
CHIQUINHO ;33 ;; 9 9 + 3 9
33333 $ $ 33333333
- LBRÁÉ
NITINHO
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.0460, p- 196.
MANHX DE SOL
2 A o
lin
Estamos em Guararema, una vila de intejirier de São Paulo
que arrsta a sua pasmaceira por entre às águas caudale-
sas de Paraibkba e o atrazo retineire des habitantes; A ce-
a representa um quintal., O mure, praticaveli, paris die
um fêrne de tijolos, e E, D, vai até a E. A. onde fermando
um Armgulo reto, se estende por tede e fundo, para terminar
ma D. A, cenfimandoe cemm es fundos da cesinha receira que %
tema teda a Direita. A, E, M. , lege depos de Fôrne
aum pertaszirnhe de ripas que dá para a herta e e galinhei
re
Ae "ais large, «e maúsira macissa
sem mo meiose de muro, abrindo-se para uma pequena passagem
de onde sai uma escada que sebe para a perta de umacasa
mais alta, praticarel se abre para cena., perspectiva de
xt
4 extras casa iguais, A, D, a cesinha de pertas
Bªil e jamela(D,M,.) Deis degraus têésces, «e vijelo,
praticaveis. No meio da cena aum peçe, com balde corda
e ermreladeira, Um caixão a guisa de Bance., Os gales
amuwnciam e dia que começa a surgir, Muçidos Lençíqgães ...
e
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE,0400, p- !9+
07
Sebe o,pare., MINHA , a dera da casa aparece. é uma ,Telha N9%a
cheia de banhas, de nerbes e de fé nos padres. Está im-.
digmada, E que axsxx as filhas, Sinha e Pequiteta, acerdaram tar-
de, Ela emtra da E, M, da Horti, cem avental chele de verdaras
Celocase me peçe. Vai ao forme, Are, espia: Apesar
da erxídia, ela anda depressa, fala depressa, aumteritaria e
decidiêa, fecha mevemente o ferno e grita, fertemente, Chnande
em direção á casa da D.
ANHNHX
Simhá, pequitera| (LIGEIRA PAUSA QUE ELA APROVEITA PARA A
AnHAÃ OMA PA DE CABO CONPRIDO E UM TABULEIRO DE MADEIRA
ENGOSTaDO ao POÇO), Simhá, Pequitetal (OUTRA PAUSA, EIA DI-
IGE-SR NOVAMENTR ÃO FORNÓ, ABRE-O E TIRA, COM A PL, O PRBE-
MEIRO PRO QUE JOGA NO TABULEIRO A SRUS PES.) Sinhá! pequiteta!
(ENFIA?DE NoVO s PA NO FORNO ENQUANTO CONTINJA A CHAMAR
CADA VEZ MAIS ALTO, Sinhá! Pequiteta! (VIRA O SEGUNDO PRO
SEGURA-O QUEIMA AS MAOS APANHA-O COM O AVENTAL A DOR DA QUEIMADURA
AUMENTA-LÉ A RAIVA E Os GRITOS QUE SE TORNAM ESTRIDENTES,REPETIDOS
- EBRMINANDO EM FALSSETES DESESPERADOS) J Stahá! Pequitetal Sianá! pr
Prquiteta! Simhá! Pequitetaaaaaa! (ABRE-SE A PORTA DA COZ DA
D, ASSOMAM? POR ELA ASSUSTADAS: AS DE SINHÁ E PE-
QUITGTA AMBAS USAM TRANÇÃS VESTIDINHOS SIMPLES DE MOCINHAS DO
IOR, SSTKXO ATONITAS; SINHA vimecom um PE DssCALÇO OUTRO CALÇADO
FOANDÓO AINDA O VESTIDO, PEQUITOTA, ENTRA DE MEIAS; COM OS SAPÁTOS
Tt MXOS, A CABEÇA CHEIA DE PAPELOTERS) ;
e
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE,
0%0, o- 198.
SINHÁ E PEQUITOTA kA
NHANHA
(PorÉM, NÃO PARA DE CHAMAR PELAS FILHAS,
LHA, A PONTO DE EST OURAR; GRITA ATE PERDERCOLORRI CA. VER ME-
FOLEGO)
Simhá! Siridaaa: Pequitetaaa:
SINHáÁ
Ouaquasto PEQUITOTA ATARANTADA,SENT
EB CALÇA OS SAPATOS), Já esteu aqa A-SE NO TOPO Da ESCADA
i mamãe!
NHANHX
(ARREMEDANDO-LHE A MANEIRA MOLENG
- mamãe (NUMA REBENTINA A DE FALAR). Já estea aqui
DE BIL IS ACU
mesca morta! (SINHÍ DESATA A CHORARMULADA) ; Parerha
MAS DEMASIADO INFANTIL PARA SEUS A, É O' PRANTO SINCERO
r Derreteu a Manteiga! Serga- DEZOITOS ANOS), Prente
d'ªªiª da cince e levam mão Sabem que e trem passa peuce
sei qWantas hêras para se Yestirem
©sa3, Rainha de Sabá! Veras de Mil
e Estrelas de Cimema (ORDEN
NUM TON QUE NÃO ADMITE RÉP AND
rooiiigli LICA). Vames: Laverm esses
SINHX
ORANDO MAIS ALTO) Ahh!
,,. Ahh,! Vames Pequitota
fecimhes(AG DUAS "DEIXA , lavar
RETIRANDO CHEIO DAGUR QUE M CAIR O BALDE DENTRO Só
DESPEJAM NUMA BXX SACIA Poço
AM OS ROSTOS ENQUNTO NHX Du AGATA
NHX, VOCIFFERRANDO COISAS
ExXEX SO ELA ENTENDE, CON
TINUA RETIRAR O PRO DO BÓR
NO ;
BR DFANBSB NS.CPR.TEA,pTrE. 409
, e -199 h.
NHXNHÃ
4
Mais um musico pa ra e concebe! 1 e moço triste de Xt rçhecão
B se e eutre Maiuces nas estivesse dgrainds toriames tambem uma
rabo, uinha as cince hesras da manhã! Uma beleza! (DIRIGINDO.SE
COM O TABULEIRO DE PÃO PARA A D. ) !Desgraçades que
nae ,tem nada que faser! (JÁ NO TOPO DA ESCADA, VOLTANDO-SE Para
as filhas). R veces andem cem isso, euviram? Quero só que e trom %)
Chegue e veces ainda estejam ali esfresands a s fuças. para Var! ...
SINHÍ
NHÃNHAX
PEQUITOTA
SINHÍ
Foi Uma dia eu não sei não! Pego um revolver, ponho no ou-
vido e...
RENATO
SINHÍ
RENATO
SINHÁ
PRQUITOTA
SINHÁ
RENATO
PEQUITOTA
SINHÍ
PEQUITOTA
RENATO
RENATO
SINHÍ E PEQUITOTA
Não, senhor.
.
BR DFANBSB NS.CPR;TEAPTE. (4650 5.08
1.
Sinrhã
RENATO
SINHÍ
PAQUI I0IA
RENATO
PRQUITOZA
sINHÍ
A tia Gabriela.
PEQUI TO0TA
Irnã de namãe.
RENATO
SsINHÍ
PEQUI TOTA
SINHÍ
( DE DENTRO). já vou!
RENATO
PRQUITOTA
( SEMPRE INGENUA). não sei. faz seis anos que não vejo
ela.,
RENATO
PEQUITOTA
[UT TO ...
RENATO
NA CHINA ?
PEQUITOTA
RENATO
PEQUITOTA
RENATO
MUITO!, ..
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE. 0460, p-4,
9.
PEQUI7O0T&
E a Leonor também ?
RENATO
PEQUITOTA
RENATO
PEQUITOTA
EP
RENATO
SINHÁ E PEQUITOTA
RENATO
SINHá E PEQUITOTA
NÃO 3;3%
RENATO
POr que ?
SINHÍ
RENATO
SINHA
RLNATO
SINHA
RENATO
SINHZ
NHANHÃ
NHANHX
Suas assanhadas! Sapecas! Quebrando eves e cenversandeo
com esse trangalha-darnças e e tram que £i que espera!
SINHA E PEQUITOTA
(QUASE QUE Não. Manães não! Eu mãe fa
e mais! NZe!(ALVARO OHEGA A JANELA DA CASA DO P.D. É
gu RAPAZ DB VINTE E ALGUNS ANOS. DE PISIONOMIA IRISTO-
NHA MAS ATRARNTE. A CONTINUA);
SINHA
Mamãe não no bata! !
PEQUI?0?A4
Não faço mais jure (BEIJA OS DEDOS EM CRUZ).
22.
CHIQUINHO
NHANHR
CHTIQUINHO
NHANHX
CHIQUINHO
Eu est va no ..,
NHANHÃ
CHIQUINHO
NHANHÃ
Venha cá condenado!
CHIQUINHO
( VOLTANDO) . Sim Sinhô
NHANHÃ
A
Veja se ele sabe a hora certa do trem
sr DrAaNBSB 0400, 5 . 08.
13.
CHIQUINHO
Espere bandiãe. i
CHI QUINHO
CAHIQUINHO
Jararaca!
e ALvaro
(DA JANELA, CHAMA-O). Chiquinho! (O
PEXOZINHO ASSUSTA-SE
VOLTA-SE RÁPIDO, NUM "AI" ANGUSTIO
SO E CAI SENTADO NO CHÃO).
Seu eu!
$ CHI QUINHO
(VOLTA A CABEÇA, VB ALVARO) Que sust
e: ! (LEVA As Mãos
AO CORAÇÃO QUE QUER SALTAR- LHE DO
PRITO R DESATA A RIR,
SPM FOLEGO, NUMA CRISE DE NERVOS).
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE, 0460 o- 0 9 .
14.
AVARO
CHIQUINHO
ALVARO
RENATO
CHIQUINHO
RENATO
NHANHÃ
CHIQUINHO
ALVARO
CHIQUINHO
150
as inaro
CHIQUINHO
NHÁNHI
ó amônia.: (o mammcguo
(DE DENTRO). Chiquinhe:
Um DOIDO, PRECIPITA-SE PELO PORTÃO DO F. RLA CHEGA POTA)
QO Caiquinho | Chiquinhe:
CRI QUINHO
(ABRINDO O PORTÃO, NOV NTE, ENTRANDO , COM
DE FORA COMO SE ESTIVEEMB A
SSE IDO E VOLTADO NUMA CARLIN GUA
REIRA só).
Prente sia Nhânha? Esteu que não posse mem
TOM). São coimos e trinta e eite. fail. (NOUTRO
y NHA NHX
EB o trek? .
CHIQUINHO
(OLHANDO PARA A JANEBA, ONDE Os RAPAZES,
A CENA B AGORA PENTAM AJUDA-LO A SORRIR, ASSISTEM
8 DEDOS), Otrem ... o trem... PAZENDO-ILHE SINAIS COM
e trem passa às cince.
%: 18... .(COMPREENDIDO MAU Os SIN .. ás cince e
AIS) As cincos e vinte,
NHÁNHX
Então já passeu
BR DFANBSB NS;CPR;TEA.PTE. 0460 p. AM
CHI QUINHO
Passou ...
NHANHÃ
4IÇANDO OS PUNHOS), An !
CHIQUINHO
E e jornal ?
CHIQUINHO
NHANHA
RENATO
CHIQUINHO e
RENATO
Quero duas!
CHIQUINHO
Levo tfês!
NHANHA
SINHÍ
PEQUITOTA
NHANHÃ
Chiquinho!
CHIQUINHO
NHANHÃ
18%
RENATO
NHANHX
RENATO
NHÁNHX
ALVARO
RENATO
NBHBXNHX
RENATO
RENATO
NHÁNHA
RENATO
NHÁNHK
RENATO
ALVARO ALVARO
20.
MESTRE DOMINGOS
Arimandelá, eug
Arimandesla, eue
Eh ! Eh!
Uó Ré!
Eh!. An!
HHANHÃ
GRA
GABRIELA
NHÁNHA
(CHIQUINHO
ENTRA CARREGADO DE EXM MALAS PARA
G INTERIOR DA
AS DUAS IRMÃS RSTÃO ABRAÇADAS. LEON
OR JÁ ESTÁ SOBRE |
S&RPA SALTANDO ALEBGREMENTEZ, ENTRE SINKÍ E
PEQUITOTA QUE ENTRARAM A CORRER).
LEONOR
NHÍNHX
MESTRE DOMINGOS
LEONOR
LA PEQUITOTA
LEONOR
LEONOR
TODOS
Que foi?
MESTKE DOMINGOS
LEONOR
LEONOR
NHANHÃ
&
Bem, vamos entrar.» Vocês nao querem mudar de roupa?
LEONOR
MESTRE DOMINGOS 24 .
NHANHA
MESTRE DOMINBOS
GABRI ETL A
(COFTENPLANDQ,PIEDOSAHEJTE A FIGURA
ALQUEBRADA DE DOMINBOS ).
Deus ainda não se lembrou desse pobr
e homem?
NHANHR
AXE Za
GABRIET A
NHÃAnhaÃ
GABRTEEA
E de uma Alegria!...
NHARHA
GABRIELA
- 25 e
NITINHO
NHXNHRA
NITINHO
"DESEJAMOS" .
FIRMINO
'DESEJ AMOS",
ZEZE
NHANHÃ
NITINHO
FIRMINO
ZEZINHO
NHANHÃ
NITINHO
FIRMINO
7828
NHANHÃ
AFINAL? e e e
BR DFANBSB NS;CPR.TEA.PTE.04OO --, 21+
L
HITINHO
NHO FPIRMINO
NITINHO
Hi nuns vinte, ..
FIRMINO
a
FIRMINO
NHANHA
FIRMINO
NITINHO
28 .
FIRMINO
NITINHO
FIEMINO
NITINHO
IKEIISOCORRENDO-O, DÃ-IHE O
QUE LHE ESCAPA). Transfire
FIRMINO
Isso! Eu "transpiro êle pra mais tarde.
NHANHK
KBASTANTE IMPACIENTE). Muito bem,
Serei sua madrinha. É
so?
NITINHO
O padrinho sou eu. Estábem. Não lhe
parece?
NHANHR
Muito bem . mas, agora, se me dão
licença... (FAZ MENÇÃO
DE ENTRAR. NESSA MESMA OCASIÃO PEQU
ITOTA ASSOMA A J ANEL A
NITINHO E zk2k SAUDAM-NA COM VISI
VEL PRAZER).
NITINHO
Bons dias, dona Pequi tota.
PEQUITOTA
Bom dia:
(_PONDO A CABEÇA FORA DA JANELA) Quem é, heim? (VENDO OS
VISITANTES), Bem dia, seu Zezé.
2828
MELOSAMENTE)
ZÉZÉ? E e seu namerado ? Quero veri ( APAREB
eee POR SOBRE A CABEÇA DAS DUAS PRIMAS; CONSTRANGIMENTO
DOS CAIPIRAS QUE SE ENTREOLHAM) ,
NHANHÃ
GABRIELA
NHANHX
NITINHO
Ea sou o nite.
NHANHX
NITINHO ;
30
GABRIELA
NITINHO
GABRIELA
NITINHO
FIRMINO
GABRIELA
FIRMINO
GABRIELA
Gabriela
Não sabe?
firmino
NITINHO
FIRMINO
LEONOR
GABRIELA
LEONOR
GABRIELA
B a Leonor,
FIRMINO
GABRIBLA
QUE
(BAIXO, REPREENDENDO.A SUAVEMENTE, APESAR DA GRAÇA
LHE ACHA). Leener!
LEONOR
NITINHO
33
LRONOR
NITINHO
Janelas?
2828
LEONOR
FIRMINO
( BENZENDO-SE).E comige.
NHÁNHA
FIRMINO
NITINHO
LBONOR
zé 2é
LEONOR
FIRNEANO
AS MENINAS
NHÁNHX
sINHÍ
36 e
CHIQUINRO
LEONOR
CHI QUINHO
LEONOR
SINHÍ
(DESDE A ESCADA). ?
LEONOR
SINHQ
PEQUI 1084
SINHA E LEONOR
PEQUITOTA
LEONOR
Vamos ler!
PEQUITOTA
LEONOR
CHIQUINHO
LEONOR
CHIQUINHO
SINHÁ
38.
PEQUITOTA
RRNATO
(BNMRGICO Que é
isso?
CHTQUINTO
Esta menina pensa que sou táboa de
bater roupa! ( DESVENCILHA =
S&DA MÃoS DA GAROTA),
LRONOR
ôENAT ()
IRONOR
39 o
RENATO
Disfarçada de naloriada?
LBONOR
ALVARO
.LEONOR
" RENATO
Nom tão benítinha, nem tão mal- educadinha ...
LEONOR
Pelo memos não ande bisbilhetande e que se passa no
quintª]. dies visinhes ,..
a RENATO
, LBONOR
9 SINHA
(ESCANDALIZADA). Leener!
PEQUITOTA
RENATO
40.
LEONOR
ALVARO
LRONOR
LEONOR
ALVARO
LEONOR
ª A
Esteu rindo doe vece ...
ALVARO
LEONOR
TAMBÉM RI MUITO).
RENATO
LEONOR
CHI QUINHO).
DNEANQÇGO NG ADD "CA Dr $E
SR UVFANBOB NS,ÇPR.TEA.PTE, O COL), o- 03 - U -
41,
ALVARO
LEONOR
ALVARO
LEONOR
ESTOU,
RENATO
XkÁ Está?
LEONOR
CHIQUINHO
RENATO
Não amole. (A LEONOR) Que quer que toquemos?
LEONOR
Maatre Deniragos
Arimandelé enéê 8
Arimendeolá cuí'g
Eh: Ab!
! RENATO
Que teque e mestre Deminges e dançaremes mef tedes!
CHIQUINHO 2
Nossa mÃe! Come veu dabçar! ,., ( COMO SE LHE BATESSEMY
GRITA A EXCLAMAÇÃO DA EM Tôm DOLORIDO DB PESSOA
QUE ATRAPALHA), Ui! . , |
a 8! - _LEONOR
Teque, Mestre Demingos
i MESTRE DOMINGOS
Nestre Doníggoo mum teca mada ! ( SINHÍ E PEQUITOTA, PL.
ANTE. PF. APROVEITANDO-SE DO DESESPERO DE CHIQUINHO, A.
BREM O PôrTXOo E SA),
LEONOR
Teque ! Tequs !
" 2 CHIQUINHO
Não Teque |: Não Teque ! |
LEONOR
Não presisa gritar que 310 não teca mesmo,
BR DFANBSB NS.CPR;TE
A.PTE.0400p - 238 .
$/ 43.
CHI QUDONHO
LEONOR
(ALEGRE) Deis mil réis. (PROCURA 0 DINHEIRO ).
CHIQUINHO
RENATO
(QUE TIROU UMA MOEDA DO BOLSO) Teme (VAI
ATIRA-LA),
LEONOR
Espere. não atire. Jogue pra nin.ícORRE
PARA O MURO DE
UM SALTOE? PARA GALGA-LO, POB A MÃO SOBRÉ frnE. DÁ UM
T0 DE DôR:) Ai: GRI=
-: 3 f
RENATO,ALVARO E CHUQUINHO
Que fei? Que fei?
LEONOR
(APONTANDO PARA O MURO) Bra um pedacinhe
ie vidre.
DOIS AMIGOS DESCEM PRECIPITADAMENTE A
ESCADA. LEONOR SEN-
TA-8E NO POÇO).
hh.
Renato
(QUE ENTRA COM ALVARO PELO PORTXÃO F.). QUE É isso rapaz ,
que é# isse?
ALVARO
(A LEONOR ), Machucou-se muito?
LEONOR
Não, Não é nada... (ALVARO E RENATO LAVAM O DEDO DA PEQUEE
NA COM ÁGUA DO BALDE),
CHIQUINHO
(PARANDO IMEDIATAMENTE DE GRITAR E JÁ RISONHO) . Não é na-
da? Graças a Deus!
LEONOR
EB CAGRADECIDA) Tanta aflição por mim, Chiquinho?
CHIQUINHO
Não É pela senhora, é por mim, Se fôsse grave, olhe (ESÉ
TALA OS DEDOS PARA INDICAR PANCADA, HÁ UM SILÉNCIO, CHIQUI
NHO ACOMPANHA RISONHO O CURATIVO, DE REPENTE SENTE A FAL
TA DAS PEQUENAS, FICA SÉRIO, OLHA, A MÉDO, DE UM LADO. PA-
RA OUTRO, DÁ UM GRITO) Meu Peus: (OS TRÉS SE ASSUSTAM, "
QUE FOI?, "QUE HÁ?" "QUE ACONTECEU?" PERGUNTAM) As meni
nas: (PROCURANDO) As meninas! .., Onde estão as meninas ?
Seu Renato, o senhor não viu as meninas?
RENATO
Sei Lá, Não sou gmarda-meninas ...
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre.GOO, o " W40 -
E a 45,
CHTQUINHO
ALVARO
LBONOR
ALVARO
Eu., ,
LRONOR
d ALVARO
Apenas e goente. Opédice é este ar. (RESPIRA-O COM FOR-
Q (1). file é o meu módico.
RENATO
MESTRE DOMINGOS
RENATO
MESTR DOMINGOS
p
N DFE 041! һC/5
48,
ALVARO
LEONOR
ALVARO
LEONOR
Alvaro
LEONOR
ALVARO
LEONOR
ceara de louco ?
LEOFOR
Tm...
gein ?
LEONOR
49;
= ALVARO
De bem eu de léuce ?
LEONOR
De BOM eee
ALVARO
(SATISFEITO). Ark:
LEONOR
ALVARO
Heim? '
IREQOBOR
ALVARO
LEONOR
e sé leuco
ALVARO
LEONOR
ALVARO
50 e
ÁLVARO
LEONOR
ÁLVARO
E es loucos?
LEONOR
ÁLVARO
E conhece muitos?
LEONOR
ÁLVARO
Obrigado.,
LEONOR
Não há de que.,
ALVARO
E de jUÍZº eee
LEONOR
ÁLVARO
De néme ou de vista?
LEONOR
De vista e dê nome,
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE Gªbi) p «XM -
51.
ALVARO
De vi sta ... ?
LEONOR
Minha tia Nhanhê ...
ALVARO
Tem juífze?
LEONOR
Muite! Castig sempre, espanca sempre, não perdªs nunca!
Os que tem j se nae perdoan: prendem ,guilhetinam , ele-
trucutam, benberdeianm,mtam! Osenher já viu um louco fazer
dessas ceisa?
ALVARO
LEONOR
&
Jesus matou eu perdeu?
ALVARO
Perdeseu.
LEONOR
E então? ...
ALVARO
atª.. e e 8 qu'?
LEONOR
52.
ALVARO
ALVARO ' É
Ea serherita?
LEONOR
( LEVANTO.SE DO POÇO). Sempre fui.
ALCARO
Brave !
: LEONOR
Elbgytaduas vêzes leuca ! Leuca per ser leunea e leuca de a
legria —
ALVARO
Lengze de si,
LEONOR -
O Rie de Jarneire !
ada e nta An ve A
NBS
Ló [ARIO
é 3RL DFA & B NS.CPR.TEA
ALVARO
o RIO É 3EU ?
LEONOR
É, sim senhor.
ALVARO
LEONOR
ALVARO
LEONOR
ALVARO
LBONOR
ALVARO
Não. Não é meu., Mas era, Até Há muito pouco era inteiramente
meu ... (OLHAM-SE. LIGEIRA PAUSA EMBARASOSA, UM PASSÁRO CAN-
TA, BLA; ELAH REAGINDO, RETOMA O ESTOUVAMENTO, SOBE, DE UM
SALTO, PARA CIMA DO POÇO).
teia IR Pa fo A p
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0460 7.044 .
5a.
LEONOR
2ONOR
( AO INVISIVÉEL)]. Do A&ânerr
2 da AT;VARO
a # es
Mas com quem asta falando?
IRONOR
ALVARO
a vejo ninguem,
LEONOR _
56.
ALVARO
LEONOR
ALVARO
LEONOR
LEONOR
( CHAMANDO-0)8; f888 .
ALVARO
LEONOR
ALVARO
LEONOR
Já vai?
F ALVARO
Jap
LEONOR
Pix Do 1e Aa - eo
BR DFANBSB NS;CPR.TE
A prp 0400,
2% até
SINHA
IW | Im |, Ih : oct
PEQUITOTA _ _ _
2 ea LRONOR
Leonor
BQUITOTA
Chiquinho ,..
& LEONOR _
Não sejam medrosos que A fsio
-- a- GHTQUINHO
das A
u não tenho medo do nada!
LBONOR LEONOR
62.
[n6
CGHIQUINHO
LEONOR
SINHA
Medreose !
EHEXZ CHIQUINHO
SINZA
. Eu? Medo ds
(LEVANTANDO-SE PRA RESPONDER A CEIQUINHO)
quimo
De sua mãe!
SINHA
LEONOR
POSTAR-SE ATRÁS DA
(quE se LEVANTOU E PÉ-ANIE-PE FOI
PRIMA,IMITANDO NHÁNHK) !
63.
CHIQUIYHQ
) APAYVORADO
), Não lhe bata com Esse paul
SIJHA
CHIQUIN HO
OLHE A CHORONA
;
PEQUITOTA
Abriu o
SINHA
(D'HVLNCILIA-SE, BRUSCAMENTZ,
Di LEONOR), Ora, também:
*a
LEONOR
( CHORA) Ahn, Ahn, Ahn,
Ahn , , ,
SINHá
(PARNADO Dr CHORAR) tune
tem você, Leonor? Ofendi-a?
LEONOR
(CHORANDO) , Nãoooo!
SINHA
Então porque está chorando?
LEONOR
( CHORANDO SEMPRE). Para
do chora (RI, CHIQUI mostrar Como você fica
NH
O CHORO pE LBONOR, RIEM O E PEQUITOTA, QUE LEVAVAMfeia quan-
TAMBÉM), A SÉRIO
SR DFANBSBNS.CPRTEA pre 4600999 -
64
SINHA SINNHA
CHIQUINHO
LEONOR
65-
as folhas ... Os rjos deslizam silenciosos ... os insetos
pao piaam ...,. os passaros não cantam! ... (PAUSA;VIOLINO
ASS CCY'P'“"IEIR AS E14 CHIQUINHO OLHAN-SFE COM CERTA ESTRANHE-
RA©Q
ZL,DISCRETAMENEE CÓNICA), Fechem os olhos! (ELA CERRA
OS DELA.OS OUTROS ,DFF(“IC DE SE ENTREOLE A-LJJTÍMFQN
TnY3ª“ AS PALPEBRAS),Assim ,... (APERTA-OS, OS OUTROD BEN-
TRRABREM UM OLHO PARA VER O QUE LEONOR FIZ, A FECJ;HNOYA=
ME NTE OS OLHOS, APERTANDO-Ç?BEM) Ouvindo Sehumenn
com os olhos bem fechados, ée que a gerte vê melhor. (PAU=-
SA.,SINHAPERQUITOTA E CHIQUINHO APRRTAM OS OLHOS COM
FORÇA. MAS NÃO VEEM, ABREN-NOS, FNTW.OLrnh-CL a TORNAM A
FZCHA-LO;) Passam 2s sombras do sonhos da «nossa vida,can-
tarUO- e e e ' Quantae com? bonita a gente vê de olhos *ech.uoº
"s NY a ea
ouvindo esta música? (SILENCIO. A MÚSICA TERMINA);
CHIQUINHO
a e * # o VANAT
). Siá Leonor? (LEONOR
CHIQUINHO
“1 as -
E que não vejo os talheres ...
PEQUITOTA
FANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.0460, p -«26 I
66.
CHTQUINHO
PEQUITOTA
SINHÁ
VI POR VÁRIAS VEZES ... Mamãe chegar e nos fazer ver estrl-
las. (RISOS) e você, Chiquinho?
CHIQUINHO
LEONOR
a "rrr .,
PEQUITOTA
a 1a
(AMEAÇANDO-A COM O DEDO ÉWXRX INDICADOR QUE Juxl A S íIJLJBÃS
DITAS JDSTLC“JAF”YT 3a, —ce-es-ta—Va—cho-rgn-aoooo ACENTULA
41
º; III.—i'm. )»“líluwBiil
LEONOR
A
(lvv') Não- es-ta-va RÁPIDA) Não tenha nedo da concorrencia
você continuará a scr f E casa ,.».
[ ATTTATITMIIA Dra
CJ T.: AU AA /,
LEONOR
SIZHR
Olhe agora!
PEQUITOTA
LEONOR
CHIQUINHO
PRQUITOTA
LEONOR
(ABRINDO EXAGERADAMENTE OS OLHOS E QUASE DANDO UMA
CABEÇADA NA INTERLOCUTORA). Pronto!
PEQUITOTA
(OT
CQ F EMBRC
015
ra e F Ao _O TA ..?—W
9 Ala VAAÃ-DO1 O ANA
dal AA NTT N e
A WA A
S. mara eh -
) Iddtesx Iss seu.
2 4 od C [Nin I
ssam
v cantando...» NDO
rm NNAD
LEC 1 ) L )
1 (www,/y—
da Ta
AOM TNADMTITT
2 UM ALAN CAN
err
TEAPTE. 0400 p-
d6S .
epa
[O ,
s A
sei porque você
LRONOR
CHIQUINHO
C
te] Ii“. HA
Chiquinho! (ALEONOR) Eu at
|
quel
LRONOR
STINFA
LEONOR
A a 2 + 3 +
Mas ele não e artista de cinema, é2 estudante de direito
+ +
ee é
A - &
de voce;,,Das fl que ele manda a
PEQUITOTA
Das conversas ali por cima do muro ,...,
8INHA
Dos olhares na noven
"BR DFANBSB NS;CPR;TE
A.PTE. 0400 Tia?
CHIQUINHO
SINHA
SINHA
V? de olhos fechados!
SINHA
PEQUITOTA
Chora a tôal
CHIQUINHO
parece a Sinhã
LEOQBOR
E daf ?
B NS.CPR.TEApTE V »,;uaª,»éú—
NE SB NS.CDE ' EA pre [(ÍÉ!“ *
72,
8INFA
Chiquinho!
PEQUITOTA
Confessa?
LEONOR
Vocês estão doidas!
SINHA
(DEPOIS DE PESCAR PARA PEQUITOTA); Então desculpe. Não _,
precisa zangar-se. Nósso intuito era só de previnir você
para estar preparada.,
T,EONOR
SINHA
LEONOR
PEQUITOTA
€ CaiulCaiu! (CmIQUImHO RI, LEONOR LEVA A MXO A BOCA
PERCEBENDO QUE SE HAVIA ?RAIDO.)
| __SINFA
(AO MESMO TEMPO), Viu como é verdede?
TEA.,PTE.
NOR
rr
Mas ela sabe mesmo?
(», TIT
NI 33
PARA O POMAR)
NHANHÁ
LEONOR
NHANHÃ
Aí (VOLTa-SE ASSUSTADA)
LEONOR
75
GnMTT
MEZEA
NHXNHA
LEON
PTA ATT em Tap
2 JL;“. «:ÇU 4 OL “(ª-LT1
VOLTA PARA ELA). Não precisaperguntar ,
ilela.3 Ta?
sta PARA PARA A PÁLMA
olhar: olhe,. (APO!
BRIBLA OLHA, NHXNHZ PERTURBA-SE,;AFINAL EXPLICA);
'ª'T
vÃ'nI
vquv(X—3
aL QL
ra s s 2 + &,
titia, que e um anjo resolveu espancar o demônio ,..
NHANHA
LEONOR
GABRIELA
(REPRENDEDB-A) Leonor?
LEONOR
Perdoe-me , tia l
NHNNHUHN
H o
LVLi&AVIA
3
na< la
de me
e 1
agradeceras ahead-f.
a a 4 n,
3 assim
comnr ende? Você- aposto-nune a apanhou,
€* É)
que se educa,
BR DFANBSB NS.CPR
.TEA.PTE. O
LOONOR
Està se vende...
LHONOR
Ea senhora ..
NHANHÃ
GRaças a Deus !
LEONOR
GRABIELA
LEONOR
NHANHA
LEONOR
4 s +
Com
Fo
açãoag; Até os animais se ensinam assim,
terreses de
nos circos. Com terrêées de.açúcar. Recompensando-os quan-
do fazem o que quermm que Eles façam.
NHANHÃ
Basta nãe lhe dar nada ] Quando o chiquinhe faz o que deye
fazee a senhora lhe dá alguma coisa ! Portanto, quando nao
faz, om não pode dar-lhe pancada. E assim que se educa
Perdo,nde os erros, conpensando os acertos.
s
Hªim
a
-n
1
h
2 t
BR DFANBSB NS.CPR.TEA,PTEÃ
©O p-3+B 78,
LEONOR
RENATO
LEONOR
SINHÍ
LEONOR
RENATO
79.
RENATO
RENA ATO
RENA TO
SINHLZ!: OSINHÍ?
RENATO
SINHA O SINHA?
SINHA
Entra, Saci !
STNHA
81.
RENATO
SINHR
HA mais tempo !
RENATO
_- sINHÍ
RENATO
SINHR
Veltou ? 1
SINHA
Sereia?
RENATO
SINHA
RENATO
SINHAR
Pai e filho ? a
RENATO
SINHA
RENATO
SINHÍ
RENATO
Faz?
SINHÍ
SINHÍ
RENATO
E CHAMADO) Sinhá?
SINHÍ
+ 2 - C
que inves a1 LY vass
canto entenda A
sou
RR DEANBSB NS CDP TEA DTE N//-A
© BSB NS.CPR.;TEA.PTE, 0460 2
sINHÍ
RENATO
SINHÍ
RENATO
SINHÍK
RENATO
SINHÁ
RENATO
SINHÍ
RENATO
SINHA SINHA
RENATO
SINHA
RENATO
SINHA
SINHA
RENATO
SINHA
87.
SINHA
(IRONICA). Sim.
renato
SINHA
REANTO
SINHA E
2 RENATO
SINHA
(DESILUDIDA). AR$
renato
SINHA
Não $
RENATO
SINHRA '
(RECUSANDO-LHE . Ne dou, pronte ! ( SENTA-SE NO POÇO).
JFANBSB NS.CPR.;TEAPTE, OQÉ059555
RR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE ) 988.
RENATO
Olhe que vecê chera ...
SINHÍ
( PEREM PTIÓRIS), Hoje não há nada que me faça chorar.
RENATO
Não ( FINGINDO QUE VÁ NHANHX à D.M.) Bea tarde, doma Nhanhã
SINHÍ
( L"VANTANDO-SE DE UM SALTO, A CHORARA)., Ahn, abn,ahn, ...
RENATO
( RINDO),. Chereu pu não chereu? ( SINHÍÁ PERCEBENDO A BLANGU
OILHA-O COM RAIVA) Bem ... Não leva a carta?
SINHÍ
Não !
RENATO
Leve eu. Até logo. ( SINHÍÁ ESTENDE-LE A MÃO ) Agora não
quere. ( BATE-LHE NA MXO ESTENDIDA. SAINDO, PARA NO PORTÃO
ENXO SE MSQUEÇA DA CORDA ! ... ( SAI. SINHÍ VAI AO PORTÃO
DOLORASAMENTE, PARA A RUA. DEPOIS VOLTA-SE., FECHA O PORTÃO
ENcOSTA-SE NÉLE; FAZ FÓRÇA PARA CONTER O PRANTO; MAS NÃO
PODE. E CHORA, DESTA VEZ CONVULSIVAMENTE;)
LEONOR
(DHEGA É ENCOSTA-SE, CONTEMPLATIVA, AO BATENTE DA PORTA DA
D. OUVE UM SOLUÇO,. VOLTA A CABEÇA, COMTEMPLA, POR UM TEMPO
A PRIMA), Que e isse?
SINHÁ
LRONOR
SINHÃ
AR. CONTINUA A
(soRrRrI, DE Novo, COM EVIDENTE VONTADE DE CHOR
RADA, DE
. LEONOR ACOMPANHA-A, ADMT
camtnEÃr, RISCANDO o MURO quer
CONTÉM MAIS). Que é que voce
rEprNTE, a PEQUENA NãO SE um SoLW
TANDO)Não tenho nada! (Dá
comigo? Não tho nada! (GRI
A A-
A CORRER, PELA D.M., DEIXANDO CAIR O TRICO E
co x SAI, CA, A--
COC A A CABE
oa NAS MROS,LEONOR OLHA-O,
o Ban co DA 3.3 .)
U E LEVA TUDO Para
PANHA, DEPOIS, O QUE CAT
CHIQUINHO
ÉSQÇERDO, MVZDROSAHENTW,
PELO MURO 'DO LADA
(PONDO A CABEÇA CE
Leonor! Siá Leonor$8 (ESCONDE-
CHAMA COM PREÓCUPAÇÃO).Sia
ATRÍÉ DO MURO).
ERONOR
VOLTANDO-ST; Quem e?
CHIQUINHO
90,
LEOMOR
CHIQUINHO
LEONOR
CHIQUINHO
LEONOR
Desça dai. Vou ver se encontro alguma coi a na cozin
$SAI A CORRER,D.M. CHIQUINHO, PRECAVIDAMEN E, SALTAha.,
MURO, E FICA A ESPERA, UM OLHO NA O
DA CASA OUTRO
NQ PORTÃO DO POMAR, COMO SE FÓRA UM LADRÃO. A ESPERA E
CURTA PORQUE LEONOR, APARECE) No encotrei nada, Oque s
sobrou deram aos porcos. Só encentrei um pedaço de pa
(assim mesmo duro,
CHIQUINHO
Se eu tivesse nascido porco!
LEONOR
(SORRINDO), Teria comifo. CHIQUINHO ;;;
CHTIQUINHO
É e não é.
chiqguinho
Poe que?
B.CPR.TEAPTE
60p-d32
LRBONOR
# % +
Perque um perce nao censeque numca ser homem; e ha muite
homem que pods Sar PDOTCo »»»
CHI QUINHO
LEONOR LEONOR
CHI QUINHO
0 melher é comer pão duro .. ââtou com uma &oms que como
até paul ( VAI LEVAR O PÃO 64.)
LEONOR
Não. Espere af. Veu buscar dinheire lá dentre ... (
NHO JOGA O PXo NA SILIÁNCIA DA BôÓcA DO FÓRNO, ELA, AO VOLTAR
SE, DÁ COM ALVARO QUE COMECA A SUBIR A SACADA DO F. COM A
PREOCUPAÇÃO MAL DISFARÇADA DE LVITÍÁ-LA. ESQUECE-Si DO PEÃO.
ENTRE IRÓNICA E ALEGRE)ÇO Deutor Alvarel? ... Bens olhes o vê
jam!... (ALVARO QUE NÃO TEM OUTRO REMÉDIO RESOLVE DESCER A |
ESCADA PARA VIR SAUDÍ-LA)., Tireu a sorte grande? Não quer fa
lar aos pobres? ( CHIQUINHO, SENTINDO-SE ESQUECIDO, APANHA D
DE novo O PXo E COMEÇA A COMÉ-LO);
ALVARO
( ABRINDO O PORTÃO); DÁ licença?
8R DEANBSB NS.CPR;TEA.PTE.0&GÇ - BB
92.
LEONOR
ALVARO
Fui a
LEONOR
.. ALVARO
LEONOR
ALVARO
LEONOR
CHIQUINHO
ALVARO
CHIQUINHO
2 s s s «+ + &
No Brasil pode ser mas aqui neste quintalzinho, nao sei nao.
SR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 040
09849
093.
ALVARO
CHIÇUINHO
LEONOR
3 CHIQYUNHO
ALVARO
LEONOR
2 ALVARO
LEONOR
Ia buscar dinheiro
. ÁLVARO
CHIQUINHO
LEONOR
CHIQUINHO
94.
LEONOR
ALVARO
E que eu ,..» eu e e ©
LEONOR
ÁLVARO
Leonor cuidado ,.,
LEONDO
(SEM OUVI-LO , COM UMA PONTA DE REVOLTA EDUCADA). Não faz mal
Por que mudou tanto assim? Que fig eu? (QUASE CHORANDO) Por
que, de repente, vodê de tornou tão mal? tão mau!
ALVARO
LEONOR
ALVARO
KEONOR
'O
)
O [
, 3 4
=2 DG a-meA
R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 04 &“), 9 - 295.
97.
ALVARO
álvare
<
LEONOR
(469.
LEONOR
ARO
LEONOT
ÁLVARO
LEONOR
CHIQUINHO
ALVARO
GRABIELA
LEONOT
F. ALVARO SOBE A ES
Nada ... (GABRIELA VOLTA O OLHAR A CASA DO
)
CADA VAGOROSAMENTE, DESABAFANDO SOBRE SI MSMO;
O
ANBSB NS,.CPR.TEA.PTE. 04©0F,Qqq
101.
FALASSE IMITANDO 0 PATO) Não faça isso! Estou danado da vida!
-. Al X rlgg Não quero briacadeiras! O0,K.! Não riu? Então no a
meaço. "ou fazer mesmo ( E FAZ) Qu, qui, qui, qui! ( GABRIELA
QUE FAZ FORÇA PARA NtO RIR, QUANDO AFINAL, SENTE OSQUE DE FAT
OS DEDOS DA MENINA COMEÇAM A ATINGI-LA, RI)
GRABRTIELA
LEONOR
GABRIELA
(SERENA E PRESCUTADORA),. Não tens nada para me dizer?
LEONOR
GABRIE
LEONOR
Vendo que?
GABRIELA
LEONOR
GABRIELA
LEONOR
RENATO
Aconteceu que .., (NAO TENDO NADA QUE CONTAR; VOLTA-SE PARA
A JANELADO FUNDO), 6-ALVARO, PARE COM ISSO! õNUM GRITO QUAS
SE DESESPERADO). PARE com isgo, homem triste! 4 A GABRIELA)
Só gosto de música akegre, nao acha? Essa núsica alegresn a
faz mala gente. ( DEPOIS DE FIXAR A VISTA EM LEONOR, CESSA
A MÓDICA) A LEOJOR ATX JR ESTA COM CARA DE MISSA DE SETIMO
DIA #
LEONOR
(PROCURANDO SER ALEGER), Naturalmente ...
RENATO
LEONOR
A
Por uma coisa nem outra. Fico assim senpre qie vejo você .
( RI ALEGREMENTE, APONTANDO PARA RENATO DESAPONT.DO, NITINH
FIRMINO, ZEZE E PBQUITOTA GOZAM A PIADA E DA CARA DO RAPAZ)
GRABIELA
RENATO
ICA à RES-
(RBGERINDO_SE COM BANHOMTIA,RISONHA E IRON ouvir me bas-
POSTA DE LEONOR), Não, meu filh e. 4 quem
do para Penas
taeu, Até,. (Sai,Leoner e outros rimu,apontaa
te,novamente desapontado ).
RENATO
Mas serà pessível?| Hoje todos temáram assinaturas em
cima de mim ?(DBPOIS, AZENDO..SE, GRITA NOVAMENTE ), Cheg
QUASE PARA
un tedes Vemham euvir a mevidade | ( CGRITANDO
pevádade|
DENTRO DA CASA Venham envir a grande
PBEQUITOTA
TO ). Não 4
( aus salu pa JaNELA,VINDO AO ENCONTRO DE RENA
grite assim ., Mamas pode euvir |
RENATO
casa . (REPUXANDO)
ERÍÁPIDO) Não euve, Fla está na frente da) Querem saber qual
O OLHO COM INDICADOR )Bo vi | (GRITANDO MENOS LEONOR) Querem
$ a mevidade X CURIOSIDADE,RODEIAM.ne,
saber a nevidade ?
PERQUITOTA
CONTE |
RENATO
em saber
( GRITANDO SEMPRB;) ., Veu centar a mevidade, Quer
e que aconteceu?
BRDFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. gu 00, p - og;
106,
SINHA
RENATO
LEONOR
REXTO
SINHA
RENTO
outra?
RANA l ('
dp retafoa ultrª—rodªr? 3.
ATTcng
es
?:. eu
IN S, INDICA NETINHO,
C UL e ALUNO
Ada W e
NITINHO
toca.
(LISONJZADO) Muito obrigado pela parte que me
VAVAS
108, E
ZEZE E NITINHO
LEOMOR
RENATO .
Muito
aw obrigado! Muito obrigade! Voy fazer uma demonstra
TITAR
cão prática do meu processo de ensino. Atençãº:
. Depos ita-s e aqui. Pa
do uma nota de cinco mil refsê
Siste ma intui tivo. Resp
QDEPOSITAM) O "test" "* simples.
posta indireta. Exercício para a sagacidade dos alunes.
?
Quem responder certe, leva tudo. Todos puseram
NITINHO
RENATO
ANITINHO
Contra o chão.
Perdeu RENATO
RBZ*
109,
RENATO
FIMINO
RENATO
FIRMINO
RENATO
os TRÍS
RENATO
nada. 3
ples ..., E nao cobra
LEONOR
R RENTO
LEONOR) ;
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE, 04 ©0, e- 306 -
110.
FIRMINO
LEONOR
RENATO
LEONOR
' SINHÍ €
( ARRUFANDOSE ) SEU RENATO |...
RENATO
Cenfesse, Faça de conta que seu e capelão, Ajoelha-se ne
comfissienárie. Aqui a meus gis P MÃOS POSTAS COMO
IM PADRE E AFINANDO A VOZ COMO SE POSSE SINHÍ) PADRE com-
fesso ._.. tenho um "xodo" pelo Renate | ,.
SINHÍ
. Pretencieoso |... Sabe que mais ? Veu-me embora, ( FMGAMINHA-SE
PARA A PORTA DA D, PISANDO DURO ),
" RENATO
VAI MESMO o
SINHX 2
114.
g SINHA
Ao meio dia?
meio-dia na matriz
É. Não rep rou ainda? Repare, Quando bate
fico sempre esperando ...» esperando...
SEBHA
Que?
RENATO
SINHA
RENATO
(MUITO CHEGADO A ELA) Isso é para você ...(BLA COM CARTA ENF
TrE as mãos APERTALA AMOROSA MENTIE AO PEITO, SLE POREM? DEPOIS
DA LONGA hETICÉNCIAª COMPLE TA RAPIDS MENTE A FRASE) ...para vo
ce ,,, levar mmra a Ester... --
SINHA
( LEVANT ANDOZSE DE UM SALTO E PASSADO PARA O LADO oPôsRO DO do
TBRRENO)., B ora Ester, é ? Olhe aqui. indignada, rasgan
a carta., Pra Ester! ...(JÚNEA AS DUAS MBETADES R TORNÃ A RASGAR
Pra Ester!i... (B VAI RASGANDO
r DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.O
DEN A n
nu..“ LL
EQUITOTA
(A BORTA DA D,M,) Muito bonitinho,hen?
) DFANBSB NS.CPR A;,nçoúw o- A2
CHIQUINHO
PEQUITOTA
ite. Eu
A BREGEIRA), Fez muito bem. Aprove
a OM BONHOMTI
(_C
quem ,..
não faço omesmo porque nao tenho com
RENATO
- + # : +
* A estao se civi
Muito bem., Vocês, depois que eu vim para c$é,
lízandº e e # M
NHANHÃ
SINHA
Ih! Mamáe!
CHI QUINHO
DA JANELA) A Véia!
( FUGINDO
PEQUITOTA
PRQUITOTA
Fuja! Fuja!
( EMPURANDO RENATO).
RENATO
SINHÍ SE ASSOCIOU)
AOS QUAIS
AOS EMPURRÓES,
(_RESISTINDO
NHANHÃ
ELAS, ATARANTA+
NÃ voz) Meninas!
COM BILIS
( A PORTA,JAà
A RENATO? SEMPRE
UAÇÃO. A VELHA
PARAM DE EMPURRAR.SIT
DAS,
Boa tarde.
MAL HUMORADA)
BR DFANBSB NS.GPR.TEA.PTE. 04608, p-31I D.
117.
SINFA
RENATO
(a#bra ver sE o MAU HUMOR DA VELHA E QUEBRA A
AUSTERIDADE DA CENA,RUSOOYA FINCIR-SE AMALUCADO;-PAZ
=S DE JUIZ DE FERTÁL FUTEBOL).Vou dar a gaida neste jo o! (APITA
COM A BÓCA, A PRQUIMOTA "MPURRANDO-A) Vá já! Co .(A PEQUENA ,ENQU
A VELHA INÓHA DE RAIVA,RESI STE,M EDROS A,DÃP OIS ANIMA -SE. E PASSA NUMA
CORRIDA PELA PRENTE DE NHANNX QUE NNO CONSE GUE ATING I-LA COM A PALH
TÓRIA No LUcAR ONDE SR DÃO PALMADAS NAS CRINC AS.RE NATO CONTIN UA
A SIMULACXO ATLEGRENENTE);Gol! Um a zero! Alte-gua-gua-gus ! (STNFHA)Agor
.voce Esse goi keeper e
35 REANRGPR NG ADP TCA DTE «
t DFANBSB GQ 2
118.
ADAZ
fundo! Deixa passar. Entre. ( EMPU RA-A, ELA EMPURR
PASSOS FORÇAD AMENTE E ESTACA MEDROS A. RE
CAMINHA ALGUNS
NATO APITA). Está off-sido!
SINHZ
RENATO
NHANHX
alea AL 9
2
BR DFANBSB NS.CPR.TEA pre, 000
p- Dlp
RETEM ),
RENATO
CHIQUINHO
NHANHÃ
2É2É
NITINHO
NHANHX
RENATO
FIRMINO
ZEZÉ
NITINHO
LEONOR
GABRIELA
GABRIELA
ÁALVARO(
GABRIELA
ALVARO
MESTRE DOMINGOS
(ENTRANDO, SMPRE DANÇANRO A MUSICA DA CANÇÃO QUE CANTA; :
ROLA E MASTIFANDO UMA FRUTA). s
Arimandolá4 oué 1
Arimandol4 oulé ! ete....
a 9]
L4Q
DD TBOTA
GAÁBRLE .Llª.
s 2 e
caridade n'ao precisa mais de medico.
XRYxRA
v A ) Ttat
LTÉ).F3-L ALA
GABRIELA
ALVARO
Quase bom
GABRTIERA
(MALICIOSA) Não
TUARA
Ado V ALAO
no TDyr a
1 ..,L.)Ln
s
stá come:cando a ficar
125.
à Lv A Rº
GABRIELA
aédiººo
ALVARO
assustar-me?
gabriela
ATVARO
To diagnóstico?
CORAÇ aO 333
ALVARO
GABRIELA GABRTIIRA
ATVARO
ALVARO
( DEPOIS DE BREVE HESITAÇÃO). Não é possivel.
GABRIELA
ALVARO
( RESOLVENDO-SE AFINAL), Sou, ... casado.,
GABRIELA
ALVARO
GABRIELA
A N
V L. YERLNA)) ! ]
alguem um
aAanh
irma as S XEXEg-t
ara A R
COMO GA OTLHL!
I Lx .J(_,B.) HUMILDE DA DESCU LPA
M1G PFTRMR RMROR A Aa
MAS FIRME EMBORA CC
nte ao seu Dª*5, sea nã
nao
& D sconder
COLIC &
qua "numsna
23
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.0400, p- B2Á
GABRIELA
O _.Ljy,
LBRTELA
LEONOR
Falou de mim?
LEONOR
GABRIELA
Por que?
LEONOR
GABRIELA
En" o devem?
2 LEONOR
Q a
(SEMPRE COMO SB ESTIVESSE OUVINDO A ESTRELA)- N o., Pemsam que
pensam, mas nao pensam...
GABRIELA
POR QUE?
LEONOR
Que o mundo é bom como nós pensamos que êle é ! Que a vids
FANBSB NS.CPR;TEA.PTE.
LRONOR
LEONOR
chiquinho
NÃo! NBS.
LEONOR
CASOCO) - Tres casacos. Tres ca
E isto o que É (ABRINDO-LHE O
Mi SAS + e e
CHIQUINHO
LEONOR
chiquinho
E o meu travesseiro.
LEONOR
CHIQUINHO
merece ...
Tens razão, tia., lle não
IABRIELA
GABRIEL GABRIELA
o,
E E DE EMOÇ %0). Que é iss
( SERENA, SUBLIME DE BONDAD e qua ndo
môóçcas &s linda, és boa,
minha filha? Coragem. Es fel iz.
boa tem o direito de ser
a gente & môca, Bonita e
ª.Coragem.
LEONOR
R
ao no agora . Ten'io como que Um
Não posso!=Nao o que sinto, gina que o quisesse tanto!
ima
vazio dentro de mim! Nao quero
ida o, dev ia odiá-lo. Mas, quero-lhe,
Com a sua ingrat
meu amor aumenta ...
lhe mais agora! Sinto que
#
, minha filha, tanto maior é o
QUANTO mais a neite E escura
brilho das estrelas ...
BSB NS.CPR.TEA.PTE.04 (0 p- 333
137.
LEONOR
GABRIELA
MESTRE DOMINGOS
PANO
6a uvunvo aa 7a 902
a,
INYVOSX' 0LSOW Of. ZYHL uno Hay
Oda soy oa souyssyd so *0avo: El
1 ossoN 0a
xa OVOYNUHOASNYVHL 7 *oHNIASI HO OH'HÁVHT'I VWISSIL
VHNOSIu VHADIAL V -aNHL JC:" XOT 4a “ªhí?;uo ua ANILIKE
DIEZÚOOCIDX
-nyoaua vauy d vo Aa OuLNHA HOTUVAdY yA.L
"muy LC;"ª'L—JQELV *u ya OZLMOd 0)
+Q auaçs VHNIYdWO y *
onv 7 9 9 aaisva
XO O0NIÍSEA VOIA
Et svas asvaguvo gy vaio! vivMd Ha acvul
va ocvivasiI Ura SONY OLIO SOGYSSYVA oys*aguva v
ao Va 0NVIINQT no 3 oTIODNYUL UX 0a O0NAA
40
ma oanuo NE Tos-vouvoo no a VHNMIZaN
svrOELTO* sOIZLNYO*"VSYO Va MOIWHLMNI O VMVd WaDV.SYd VHO
O O
Yàºccêmôsa *J o' vavuony v a moIyoNna
suav o aço suzsAa sv Svooê vooL «06 VUNIVAWYO-OMIS NO NOO
mo fara" v v AVONMMOMIO OLNEKIO 20 SIZAVOIL
-yvua sveLSVTId OayIONA OaYNOYO IVLHK Za SHayWD* SOUYSSVA
sa Z SVIOIVO MOIWEIXA ON * V NULOS a3-
-y svaianve svoaroIaqua ov Vá cv—vac1;nu YLWUOd VX
RAvVOILVua V ! gravosa
sosva = TH LCA yxo uod
gonvinouIo vsvo v *vaao vo wOayNuTAOO 0a VTI VNCOYHSOS
da O0YD0AaY 0a 270 ,MOTIYONMDE, 0a
3 I T 3%
ºngt
ó€ 67,Oº) O :!“ Ú “(VEZ-í"?Lj..) ;*.1 «Lva-Í'.;Ííí «1,3
licença"
chiquinho ?
CHEQUINHO
Em carne e osso!
RENATO
cá um abraço!
CHIQUINHO
R.
415A LÇ
. + c - . 2 s F + 1
meninas, O cachorro e meu neto, Filho das Filhas
Apenas as
RENATO
CHIQUINHO
RENATO
CHI QUINHO
RENATO
E você simpático!
CHI QUINHO
CHIQUINHO
Aquela .,.?
RENATO
CHIQUINHO
RENATO
CHIQUINHO
CHI QUINHO
RENATO
Obrigado.
CHI QUINHO
$a
sua senhora, Para ter filhas
Egtou doido pars conhecer
deve ser boni ta e boa
alegre,
tão lindas e um marido tão
sant a) (RIN DO)8 Y). Lembra-se da Ester? EScapou
como uma Ea
... Chegou a me namorar ...
de boa hein? Namoradeira!? ando
á, lembra-s e? O senh or
$ que não liguei .., 3 a Sinh
nao? Não era mí do todo. Era até boa-=-
n meio inclinade,
ira meu Deus! Por qualquer
sinha, coitada, mas tao caip
A ...
Coisa: ahn., ahn.ahni Chorava
R KATO
D.N.). RENATO %%
(APARECIDO A
RENAZO
142.
SINHA
(ALEGREMENTE), Chiquinho!
CHIQUINHO
ENATO
_ CHIQUINHO
CHIQUINHO
COMO A ROGARÉ
( SEMPRE ATRAPAUHADO, OLHAEDO PARA RENATO, fôss e a senho
NÃO CONTE NADA); Não esperava que
LHE QUE
Ta .»»
RENATO
( CHIQUINHO AN+
( ENLAÇNDO A ESPOSA). Era chorona, era.
e a mais dedj
GUSTIADO, I099E) -Mas é a melhor da espôsas
-
"da das maes.
SINHA
do tempo em
( COMPREENDENDO E RINDO) Ah! fle lembrou-se
que "eu abria o berrador", como dizias?
CHIQUINHO
ê s
nada .»
A senhora desculpe,. Seu Renato nao me avisou
Nunca pensei que se tivesse casado ...
CHIQUINHO
RENATO
veio da escola?
está la dentro" (SINHÃA)JÉ
outro
CHIQUINHO
»
. está na escola?
RE! AT
vr s a A - io!A Chama-se
+A um prodig
A nce s É
Sabe latim, fra
ar,como o general romano!
GTNHA
S“
à ABA PARA O LADO D-; CA
a OLH
"Ú”
DA CRIADA,UMA CRIANÇA RUBU
RENATO
.,“.135|a
DA EMPI
DOS BRACOS
(SINHM TOMA-O
R o César!
CHIQUTINHO
francês lnblê
'PKI“DC) É êste queásabe enc
Q LANNDO-O““'LMJNKJ É um anto
CIA
*y79
SINHA
(A CRIADA). Vá ver as
0460
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. |e- 340 .
CHIQUINHO
Engraçadinho ...
CHIQUINHO
1115.
CHIQUINHO
RENAT
aqui,
Está
CEHIQUINHO
O A SAIDA) A
(INSTITIVAMENTE AM INDRONTADO , PROCURAND
RENATO
a pequitota. E está
ela saiu com
Não se asguste. KKX&&A
1
cada de genio e e e
CHTIQUINHO
apareceu lá
único tôlo que
O)O
Ainda não. (BRINCAND
fui eu ...
Guararema
SINHA
Engraçadinho!
CHIQUINHO
de corar ...
que ela é capaz
(RINDO-SE) Olhe
SINHÁÍ
p a A as
*rat até agora
+ a E você, Chiquinho,
TOM)
Não tem perigo. (OUTRO
todo êsse tempo,
onde andos durante
nos contou por
não
o seu nome.
se ouviu pronunciar
que nunca mais
CHTQUINHO
faartei-me do
para o Rio. Depois
COMICA) Vim
(IMPORTANCIA
C NSEGUE ES-
ÚWA NATURALIDADE QUE NÃO
... (AFETANDO
Rio e
DADE).Fui para a Eur opa
CONDER UM CERTO TOM ER VER
BR DFANBSB
OQEQP'õQºQ'
116.
RENATO
SINHÁ
foi fazer lá ?
CHIQUINHO
viagem de recreio e de estudos profissionais.Bu não que-
ir, mas o Doutor Alvaro insistiu tanto!
SINH
An) (HÁ UM CURTO SILÉNCIA DE EMBARAÇO. O NOME DE ALVARO CA-
USA UM EVIDENTE MAL- ESTAR).
MARIA
DINTRO; SALVA A SITUAÇÃO, POR ACASO). Dona sinhá! meni-
s querem entrar n! água
SINHÃ
licença. (SAI, LEVANDO O PEQUENO AO COLO).
CHIQUNHO
Mal?
renato
Esse nome ainda produz um certo mal-est.r na casa ...
CHTQUINHO
E Dona Leonor?
É noviça.
CHIQUINHO
IRMÃ-de caridade?
A
E o passarinho?
RENATO
em Guararema ...
passarinho _ diz éla _ ficou
SORRI CO
CHIQUINHO
E U
FLE TIN DO) . Fic ou em Gua rar ema ... ( SORRI COMO SE TIVESS
(RE
Uma IDEIA E ESTALA OS DEDOS).
RENATO
Por que?
CHIQUINHO
RENATO
CHIQUINHO
(IRÓNICO) Estugavarm?
CHIQUINHO
REANTO
Imçggino!
CHIQUINHO
T1 am
LNA L
D WM Am
ALNA l
IVANA L
CHEQUINHO
RENATO
e
Ofendeu-se *7
ansse ns.cpr. rea pre.400, e 246 150.
CHIQUINHO
RENATO
CHIQUINHO
RENATO
Avontade.
CHIQUINHO
RENATO
alo CHIQUINHO
RENATO
chiquinho |
RENATO
Hein?
CHIQUINHO
AIX EGANDO
CARR MUITO NOS
Splenj?ãozçr;zer_guth
- flacher bier, kato-i
*a 4
nap+e
porta
conna
va. A culpa é &0os juízes que entregam o érfão sem exigir
que a criança seja educaga para a vida. Quanto homem nao
se fêz vagabundo ou ladrão por cgusa disso? Não saber,
por lgnor»nc1u, tratar de um órLdO, não é crime. Mas ter
que é uma ( GINGANDO
uma toga e dá-lo s como se daescães é
o CORPO, COMO UM MALATDRO) Mos-t ru-o- si-da -de! e e é
RENATO
?
PA ( que o OLHA COM ADMIRAÇÃOCOMICA) _ Queé isso, rapaz
Estou boquiaberto?
CHI QUINHO
ad « «
isso
(NATURAL) Isso não & meu, não. O Doutor Alvarodiz
sempre, e eu decorei ... ( OUTRO TOM). Bem arrevederci.
$ RENATO
LEONOR
RENATO
De loucura. Já chegou?
RENATO
Engraçadinha. E os outros?
LEONOR
Ta * 3 - s
Também nôóa. Estão todos lá dentro. Por que se ria?
RENATO
Uns dao para passar a vida alegres ... outros ( COM INs&
TENÇÃO) para passar a vida tristres. Opto pela melhor
?oucura:» a da vida ...
Tí “q
1 (“O
I. EO A Off
RENATO
Ta a M
“LIN-AX O
a cem ia
( OUTRO 1
loucura triste.,
(RINDO-SE)
ra qº
S A +
TOM) Onde
REN A
LEONOR
a mulher e os filhos.
para
E
RENATO
e os filhos, ria-me
olhando para a mulher
ª TA TÚUCO',“
SORHIDÉTTU, QUE PENSA QUE SLE
FINGINDO,
5 R0 5& ADO! e e # )
afatanDO-SÉ POUCO E COMO QUEM DISSESE "-CUID
(
RENATO!
BR DFANBSB
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE, AH00,
LEONOR
RENATO
LEONOR
RENATO
LEONOR
Pretencioso!
LEONOR
( CHOCADA), O chiquinhe?
BR DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE. 0440, p-
159.
LEONOR
-SE,
(REPROVANDO-LHE A ] ENTRIRA) R Esteve,Renato. (AFASTA
" DEIXA OS OUTROS EMBRUL HOS SOBRE A MESA).
RENATO
explicar, esteve
(ATRAPALHADISSIMO, ACOMPANHA-A). Vou
,.. estêve...fardado de chofer ,,, (ENCONTRANDO,AFI-
nho que
nal, A DESCULPA) Esteve, mas não é o Chiqui
você está pensando.
LEONOR
d ENCARANDO-O0) Renato?
aê> UM CRIADO
1 EA
€ T7 f A yprmr vaja :((: ham e c a
> €
;JT'bDnª
em e
RAC UR O , 41 [(PACIENT J) . AS à VC!,
n waMmA
[ALul .iLk/
RONOR
a 2
tua, Podes receber quem qu
Não é preçiso.A é
esperes, até amanhã. Ap
Peço-te,somente,que
s)
algumas horas rais, A não ser que desejes que
RENATO
Prometes?
REN/
r TARTD |á
EESITAÇÃO,TOMANDO ATITUDE;ALGO GRO-
lJLC“
'V Tp
:,LL.43
oa 518 POSTO
S [ DA [ SPO5TO
Lu,)un ,-Jxi A LAD ARO : + ANAD
r7 rr -
ara a AMO MI La rnkx....Jl ONOK
A NAO ! [ y O AAS
v me 1
DESk A1
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE.O
LEONOR
ST
01 ENTÁ-LA) Leonor! .
g ue
A;.R
A
AS MÃOS
OMO O”QÚ LSÉÃ CÇWÍ 1 U""TÚC PTO PRIO,
“ªt-ª'“PADAM NT à), A ESCADA, A O lili—às KIM J )
Y A
ADAHA que F OTAaDO, MÚI !
Ex INSTANTANIAMENT]
A D A
qur c ARA AA VISIVEILM
O1 H A IaAFAA
Ye cac nqvtwªl
àà m
RENA' 1
o
Li4l 2
DOM : N
LU
8R DFANBSB NS.CPR.IEA.P I
1 ha &
CARA) Estoure sua rôlhag Derengarra?f
a vida!
NHA
STI! Láà
rir vr a a 1
REPROVAÇÃO) : Renato?!
RENATO
nar
ESMO TOM) - Que
FNT
4 L AI R4
tos # s
fºliCJ+ºªOºª, (6x
de
')n': Q de núpcias
r à,
54 a
CO doufor chamando a a
3
nª?“o aa
k wçul 9 filho ALx» SE
UMA CRIANÇA).
J
TV TM
V LA A
r- 1
s &: _“ 7
(C
A M C
, NAA 2a - '1
l—',- 1213 1'AL
a J'*JÍ AA
DC TIM
T
EA
NO
V US
US Tê,s
7
t DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE. 0400, p-
165.
r NMAAM A Ty TNT na /a a ta Tv
VDANCAM,AÃ CALALNIIA LUCA AL
MAMA] CUM N atéárdo
SENDO NOTADA y OO 4 10 2a) [OV
DA N NTI nem tr
|x_zlA,A,
RABO-DOS-OLHOS , OBS J.Liã-)
RENATO
LEONOR
RENATO
a / A P 4
ID! ) mesmo que voce ...em ficar
3 LOGACN
C TMIT E
D LNA
(INDO A ELA)
C
R DFANBSB NRo e
T.R(
A3
M
film,] ner
RANAPR
LEONQOKX
NT EM?
«-e
|
A EONOR
as mulheres mentem?
LEONCJR
a v
PARÁ O
(APONTA
eo
nao falava
BR D F/
T RAN
Ja BON OR
Nesse
N caso,por que insiste,p or que pergunta?
PRN N ma
ANA Q
LEONOR
m
RENAT
a +A e
8 verdade b mebtir
Para mentlr TTIBN
O JJanQLÍ
Dm
QC)
TTT?
ar
1a4 A-
NDO LAEZD DIA IN
LN KA O Cal? (! 3 IN LLREGANDO- +3
e seul!
e
4 LRONOR
arm a a Ea
(chJx/UJCK.Í—«LJC) NO DESC/[533 “10130, ato,não o quero!
na
"&erabo nã .Po
IQI'ÇH 1381“ e
Quero-o como
e Tmn-w— a
uma LOUCdIH 10 A
uaduna
ave so: verd ade! (ALECGREMF alNo 4 ba 2 Vomos es-
BR DFANBSB NS.CPR.;TEA.PTE. (0400 p .3
168.
LEONOR
PRM amO
INA L
nao viesse e e e
LEONOR
Cod - 4 s
(IRONICA) No é so ver o avesso, Renato e e Os Ko --
mens nem mentir sabem ,,. (ENCARAN DC—x) Disse- lhe para vir.
INHA
LEONOR
DRQ
is vá, imediatamente, dizer-lhe que não
<$,
venha ou saire gora mesmo da sua casa para sempre, vá.
SINH
a
MIRAVA O MARIDO COM HE
VISIVEL DESPRESO, INTERCEPTA-L
RENATO
LE NOR
Ren e
(MAIS BRANDAMENTE); Sei,
TWT a m
RENATO
LEONOR
Renato
LEONOR
MAMA
Lí4NA LO
-
Vou a te a
3 * r
grunuJ uJuãurnqux).Não posso! Sou advogado!
A que E
at a
A “WXTa-IA DE TU
última intancia! (”C*x FÓLEGO E VOLTA
não entra na
NO ENTUSIASMO DE PERORAÇÃO) Não é possivel,
abeça de ninguém com três dedos de massa
cinzenta na
s vê-lo
gachôla ,que estejas sendo sinpera.Se não quere
ia em encontras
e por que ªinda o amas e senão que mal haver
10? Tens medo de que?
TL,EONOR
RENATO
+ + 2 A“! .
de
e
ti mesma!
Estas com medo
És uma recalcada,
Mentira!
BR DFANBSB p405
170.
LEONOR
BRENXKAXO
REBATO
um imbecil ...»
XÃoyx&
LEONOR
eD TN 1h
ALL IMA.
LBONOR
STNHA
tamente,
JK,/*O“.
SINHA
m mm ode di Ler'—Le
SU Aíul OW! Inºx,; A
vontade sera
LEONOR
> Tarr a m
PCJ"“ )( ESCONDER UMA PONTA DE C QUE ..íJJA AL
NÃO
NOTA [Va
SORRTIND
171.
LEONOR
BENAT
LEONOR
RENATO
LEONOR
RENATO
LEONOR
RENATO
LEONOR
Uma imbecil?
RENATO
LEONOR
RENATO
iu -)JC
LEONOR
n-v-va—S
VAL
«Farrª AT T AN
2 VNDVUALA-L3A J
é
Leonor! ...
Dexa-a chorara,
contr ario do que
aconteceu comig o ha de alegria, A gar
"afa era de t que a derrame, que a esvazie
tóda para que poís da alegria,da fe licidade
que a espera ,
RONOR
"rm a
J.:unhª.“30
A NDT AA r DBA NNANM N
A CADA ÇA 1 AAC y1J.,.Jx 2 ão,não pode ser!
(TRAaSFORMANDO A EMOÇÃO INDICAÇÃO IRONICA, VOLTAN
EM
TO AO TOM INRREVERENTE EMPRE, CARICATURANDO A D
DE
NAS TRES PRIMEIRAS PALAVRAS). Nao pode ser por que?
SINHA
(NUMA REPROVAÇÃO).
RENATO
RENATO
Renato!
A Renato
LEONOR
RENATO
Orgulhos?
LEONOR
RENATO
LRONOR
www,,“
INA L
Na nossa não!
LEONOR
/ A
importa o escandalo!
RENATO
LEONOR
a. 4 m
da dela, também! Ela morreria ...
RENATO
LEONOR
RENATO
A 1
Com desgosto.,
ENATO
A ao 2 ara
Desgôsto não é arma. Não mata ninguém. morrido 8+
LEON
v + 2
Gabriela, e velha-moga.
CU ee»
LEONOR
RENATO
gx que?
LEONOR
jo o perdoaria.
XRperlcasanaocdiarreia o
ILEKNXBK LEONOR
não era livre.,
RENATO
ONOR
A,
ele nao era.,
3R DFANBSB NS.CPR.TEA. PlE. o4 ©0, p
RENATO
SINHÍ
RENAT
horrinha?
A dele era ... P o crime é do dono da cac
LEONOR
** Faço e e %
(E;.VIJÁÍLLG :PAJÍTSON
#R DFANBSB NS.CPR;TEA.PTE.
LEONOR
HMLU
mma
..JL 22 AX
A A s
ile vai casar-se com ela ou contigo?
RONOR
| RENAT
(ESCANDALIZADA) - Renatol!
LEONOR
"Perdosa-lhe,pai
Atrptae
IAC
a
à
3
aoa
D
an
RENATO
SINHÍ
LEONOR
RENATO
lhe telefonaste?
#R DFANBSB NS.CPR.TEApte. 04060, ( . 34+5
a Da
400
A A 4 s
ara ele vir Quero agora dizer
“Jk O R DE ADMT 1 T
* Ira am P Terra a 3
(OLHANDOMPARA O PORTÃO DA E, LEVA A MXO A BOCA
CM LADO E S
PRESA)- Ah! (KJJ,TC OLHA PARA O MESMO a 7
afora"?
DraaMmA
IQUSAN A O
v s RB 4 34 es s..
E agora ...vejo que estas em conidiçcoês de ajudar-me,
Vamos,. (SOBEM A ESCADA .SINHÍ .?”Áã.d*?ATOFICA NA VA-
* B s
WWW CHTIQUINHO ENTRA IDE-ni TE.-PE,
ra > O PORTÃO
mem f var
ESTA EN-
«L AJ;)j..?..LC .,WTJÃ'S Flu à f.: :TÉ Ç) &“)???1 C N] L Cr 4 '. 451.1 d
Es CT—4X1,131K .A.
ea ai re dv emm 7 P6
O PORTÃO), Quem é *é
(ENTRANDO PELO e A4
PORTXO,TEM OITO ANOS MAIS,;UM POCO DE
p
BRANCO NAS TÉMPORAS) Aã)csAFINAL
Sou eu! (EMOCAÃO DE
ELA RESOLVE DEIXA-=LO,VOLTA-SE PARÁ SAIR, ALE RBANIMA
sr pranese ns.cpr.rea.pre. 400e 3+%6
EXEIXZENUEXAYXENTHARIO
LEONOR
em
12 A....J f—L).:,É
cua quem P
ALVARO
A Leonor.
LEONOR
A Leonor?
% TTA1R
, Ada VAR
num sm L empo
poco ao mesmo via-me tocar vio
os meus OLlOa diziam
iam aos S h 6 a s n, < ante
LEONOR
Tm TNT t mama no
41 l.:gíbul N 2 221
Chegou tarde
1a
1N AO.
parad
EONOR
ALVARO
Por que?
LEONOR
ALVARO
LEONOR
SE Não morreu ... está morta. Dê-me licença. Vau chamar pelo
Renáãto.
ALVARO
Espere, peço-lhe. *ao vim por Ele. vim por si, ou melhor,
por mim ... por nós, para dizer-lhe que, em oiti anos de aus?
cia, quanto mais meus passos me afastavam de Leonor, mais o
meu pensamento me aprximava dela, que quanto mais diminuia a
minha esperança, mais qumentava o meu amor, e que em meus ol
hos - olhos que adoram porque a viram! - Nunca se apagaram o:
seus olhos - LEONOR NÃO PODE EVITAR E OLHA-O NOS OLHOS)
êsses olhos que me falavam e ... ainda me falam, como naqueles
sadias, naquelas luminosas, naquelas encantadoras manhas de
Lembra-se?
LEONOR
laa, r
(*.) Jiquí
t RANAD
LBRUINORK
ALVARO 1984.
LEONOR
Alvaro
LEONOR
I TVA
ALVARO
Como não pode ser? Por que és noviça? Mas ainda não profess
saste. Escolhe a religião do amor e da família, que é a re
ligião de Deus! (AS CRIANÇAS, LÁ DENTRO, COMBRINDO O VIOLT-
NO QUE VAI BAIXANDO ATÉ DESAPARECEB, BRINCAM, CANTANDO):
n C Mp rr ir Lol
A Ya n 186,
LOW", RENATO, CORRE A 14x) LAMA 4 L ALL A MAO DI ALVARO,
AG (RP T ANA A a D SINHÍZ APAR
CB, COM A v.ª.'í.LA?..ín 3, NA VARANDA. TIA GA BRIELA DESCE)Y;,
LEONOR
ENCONTRO) Titia, eu
TTIAGGABRIELA
Dr 7
AU IN Q
GABRIELA
LEONOR
INM MPANGP; Tm nm
(L M LRANIO ÃÍI_1 DI RECONHECIMENTO)
ÁLVARO
((IDE
M) - Irmã como
Ga]
BEIJTA- ils) (k.,
CHIOUINH
CHIQUINHO
187.
* 4
Também, ficou até
IENHURXXHO
CHIQUINHO
(
ntmaMm a PARA
PARA 114:) Sou eu
U 242N d lJL' . ,Bllrl.
todos chorand
LEONOR
eas ria a Paua Aer 3 F -- é
(LIMPANDO AS LAGRIMAS) E al a. De alegria também
Se ch m'a, ão é titiazinha? IPA OS OLHOS DA IRMA.
DE-CARIDADE) , ] erdade? Não pensas como eu?
BR DFANBSB NS.CPR.TEA.PTE.O
GABRIELA
D e 17 A e A Tal i - a? s
Penso ... que quando se é feliz, nao se
se apenas viver, Lembras-te da tua estrel
PEÇA s s - 2
te de que te disse? Tudo voltará,
(RADIANTE
mim)! ...
LEONOR
(ijmÍBRfU
A4 DG—U $ DO QUE OUVIR”,MAS ACF HUI_ÁHDF*) - O passarinho?
h _! ma
A
ao! - Eu sonhava acordada - foi ilusão
Sao e e e
ALVARO
no
Nao. Eu o ouvi há pouco! (COM EXEÇÃO DE RENATO ““DO OLHAM,
INCRÉDULOS, PARA OS DDS. [IQUINHO QUE TIROU DO BOLSO UM
P,P513w"TW;u DE METAL, POE-NO 1 CA E “:º/gA ,íT7AÍ
COMOO PASSARINHO DE GUARAPH IMA. [
PROCURAR COM EXEÇR
OS OLHOS, COM La BLA
NAS QUE PROCURA. SIN Hf DESCBR
SINHÍ
ATTTATTTNTTA
Rod 1 A O
na
Gusa *"
DANT = n 1 DAD 17 A
deva,
nA
Lºo107 fx,.u MaZIAS ' Ta dal VA JLD.A,
3) ANM A T 1 A im
"VN LA mli'T?
RENATO
«1-4: A D e T1
CL&nNOZIA 19 ULTÁNEMENTE)
paºsaWín?
- Olha,
TNFEM)
a
) AS
#R DFANBSB NS.GoR TEA pre, (400
2 38%
LAUDO CENSÓRIO
i
Aprec1açao morª/%% É %%
/Zowmma.aZZMCa/ÃW fat L
Cif>>-:
_O Lex per wwwmgmffmª aíuM
Classificação final
Brasília-DF. em /e
AUTOR: GALO
« rêreordl Ar
Ilfé/ £ LJC/1
ChefefÃaTCTC /
4
VISTO: 2
Em
aa 4219 ET
JOgrd
CHEFE DO scnfL
SR DFANBSB NS.CPR
TEA pre, 02 /-3&4
Sé. %s) MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
CENSURA FEDERAL
TEATRO
+ as D em
[B / _
*
ORIGINAL DA
Tradução de
Adaptação de
Produção ae FEDERAÇÃO ANDREENSE DE TENTRO AMADOR.
IPT
E VXLIDO QUANDO ACOMPNHADO DO SCR
oPresEnTtE certirioio sbmente
Brasília, 07 de mvaº
R&5/
MINISTESEO DA JUSTIÇA
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SENHORA CHEFE:
CnuEFE bo SCDP