Therese Tellegen
Therese Tellegen
Therese Tellegen
Phenomenological Studies
ISSN: 1809-6867
revista@itgt.com.br
Instituto de Treinamento e Pesquisa em
Gestalt Terapia de Goiânia
Brasil
PERFIL
Quando Danilo Suassuna me pediu para escrever uma pequena biografia a res-
peito de minha amiga Thérèse, lembrei-me de uma pasta onde guardo seu curriculum
e alguns de seus escritos.
Mexer neste material foi mexer nos meus sentimentos... Ternura, respeito,
saudades..., muitas saudades.
Na pasta, textos digitados em máquinas de escrever, anotações ao lado, papel de
todo tipo: com pauta, sem pauta, rascunho, sulfite e até papel de seda (muito utilizado
na época por possibilitar que fossem feitas várias cópias usando papel carbono).
Seu sorriso alegre e seus brilhantes olhos azuis estão muito presentes... Na
minha imaginação pergunto: “Posso Thérèse...? Posso escrever a seu respeito...? Contar
um pouco da sua trajetória profissional...? E pessoal...?”.
Imagino que ela me responda “sim” e espero honrar a confiança tanto dela
quanto de Danilo.
Thérèse nasceu e passou sua infância em Haia, na Holanda. Em 1952 formou-se
em História pela Universidade Católica de Nymegen, onde teve contato com o Movi-
mento do Graal: um movimento religioso de mulheres que enfatizava o papel da mulher
na sociedade e promovia intercâmbios com esse fim. Preparava-se para ir à África
Perfil
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Trecho da missa de corpo presente realizada na Igreja São Domingos, em 2/07/1988 por Frei Gilberto da
Silva Gorgulho.
Quase na mesma época em que iniciei o trabalho com grupos na área de treina-
mento, também comecei a atender clientes em psicoterapia individual. Durante um
bom tempo procurei linhas e afiliações sem me definir por nenhuma em particular,
fazendo parte de grupos de estudo e supervisão, e sentindo-me, às vezes, razoavel-
mente perplexa e perdida. Essa busca foi aos poucos delineando uma inclinação
para teorias e práticas que enfatizam o homem como um todo, ser-em-relação, a sua
existência no mundo, no seu tempo histórico e no seu espaço físico e social, com
um potencial de ação transformadora de si e do seu mundo, a partir da aproximação
de sua própria verdade. Era, e continua sempre sendo, a minha própria busca que
me faz reconhecer este mesmo anseio nas pessoas que me procuram para terapia
(Tellegen, 1984, p.20).
Em 1972, numa viagem a Londres, teve seu primeiro contato com uma aborda-
gem até então desconhecida no Brasil: a Gestalt-Terapia, participando de um workshop
no Instituto Quaesitur.
Neste mesmo ano, de volta ao Brasil escreve para o Boletim de Psicologia
da Sociedade de Psicologia o primeiro artigo a respeito desta abordagem no Brasil:
“Elementos de Psicoterapia Gestáltica”. Chama sua atenção a postura do monitor do
grupo: envolvido e participante e não “neutro” (a própria Thérèse não era uma pessoa
Perfil
Erving e Miriam Polster e onde conhece Bob Martin, a quem convida para um pequeno
workshop, também realizado no GEPSA, em 1976.
conceitos básicos de Gestalt-Terapia. Ela retoma a crítica feita em 1972 de que a Gestalt-
Terapia não considera a relação entre os membros do grupo e utiliza a visão sistêmica
cia... Amparamos Thérèse cada uma de um lado e lá fomos nós com nossa querida e
teimosa amiga, tentar caminhar, do que logo desistimos devido ao peso da fragilizada
Referências Bibliográficas
Tellegen, T.A. (1976). O Psicólogo diante da Doença Mental, Revista Temas, ano V, No 10.
Tellegen, T.A. (1982b). Reflexões sobre Trabalho com Grupos na Abordagem Gestáltica em
Psicoterapia e Educação, Dissertação de Mestrado em Psicologia, São Paulo: Universidade
de São Paulo.
Tellegen, T.A. (1984). Gestalt e Grupos: uma abordagem sistêmica, São Paulo: Summus.
Lilian Meyer Frazão - Psicóloga, Mestre em Psicologia pela Universidade de São Paulo; Docente do Instituto
de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP).
Perfil