Hemodinâmica Encefálica Na Hipertensão Intracraniana
Hemodinâmica Encefálica Na Hipertensão Intracraniana
Hemodinâmica Encefálica Na Hipertensão Intracraniana
HIPERTENSÃO lNTRACRANIANA
Marcos Stávale
aumento da pressão intracraniana (PIC) pro- Normalmente a PIC é igual à pressão venosa
HIC
l PPE
•
Vasodilatação isquêmica
para manter o FSE
•
Vasoparesia - - - - - i VSE - - - - • i HIC
Abolição da
autorregulação
Esquema 6-2. Círwlo vicioso da vasodilatação isquêmica qLte acentLta o au mento da PIC. As siglas correspondem às siglas do texto.
Hemodinâmica Encefálica na Hipertensão Intracraniana
Dinâmica das Alterações Pressóricas drenam para os seios venosos} inflando as veias piais
pelo aumento retrógrado da pressão transmural. Entre-
As alterações da PIC, da PAM e de sua pressão tanto, a teoria mais recente explica a queda do FSE por
diferencial (PPE) na evolução da HIC, registradas alterações da PPE e da pressão transmural (PTM) ve-
em um traçado gráfico, revelam uma queda progres- nosa. A PTM é igual à pressão intravascular subtraída
siva da PPE mesmo com a presença do reflexo de da pressão perivascular.
Cushing. A observação por uma janela óssea craniana per-
Na representação esquemática da figura 6-2 são mite constatar uma dilatação vascular quando a PIC
demonstrados registros contínuos da PAM e da PIC. aumenta, simultaneamente com a queda da PPE, e
Na fase 11 a PAM se mantém maior do que a PIC e sobe não um colapso vascular. A natureza miogênica dessa
simultaneamente a esta, para manutenção da PPE. No regulação é inferida pela observação de oscilações nos
ponto X1 a PAM é igual à PIC e a PPE tende a zero. diâmetros arteriais, que acompanham as ondas pres-
Nesse ponto há completa perda da autorregulação com sóricas patológicas do tipo B à monitorização da PIC.
vasoparalisia, e a PIC oscila concomitantemente coin a Quando a autorregulação se perde, o ritmo vascular
PAM, nos mesmos valores. Na fase 2, ocorre a morte para e há completo relaxamento da musculatura lisa.
encefálica. Na fase 31 há queda progressiva da PIC em Nessa fase um aumento da PAM causa vasodilatação,
conjunto com a PAM, em virtude da instabilidade he- e um aumento da pressão venosa pode induzir a dila-
modinâmica sistêmica que acompanha o sofrimento tação arterial retrógrada. Esse fenômeno é o inverso
do tronco encefálico, o que leva à hipotensão e à parada do que acontece enquanto a autorregulação está man-
circulatória sistêmica. tida e um aumento da PAM gera vasoconstrição, às
vezes diminuindo a PIC.
A PTM venosa é próxima de zero e permane-
ce estável em amplas variações da PIC. A elevação da
pressão perivascular é seguida do aumento da pressão
p )(i intravascular, elevando a pressão venosa. Qpando a
PIC se iguala à PAM, a PTM permanece próxima de
zero, porém a pressão venosa alcança a pressão arterial,
tornando a diferença arteriovenosa pressórica igual a
zero e bloqueando o FSE. O aumento da PIC acima da
PPE PA sistólica pode comprimir anatomicamente alguns
vasos, embora outros permaneçam dilatados, portanto
1 2 3 a compressão venosa mecânica só teria significado na
situação de PIC muito alta.
Fig. 6-2. Dinâmica das alterações pressó1icas. PPE = pressão de A hipótese de que a parada do FSE deva-se à com-
pe1jusão encefálica; PAM = pressão artelial média; PIC = pressão pressão das veias em ponte e das lacunas laterais próxi-
intracraniana; PPE = PAM ~ PIC.
mas à sua entrada no seio sagital superior é discutível. Há
dilatação das vênulas pós-capilares e das veias coletoras
como resultado da dilatação arterial, que reduz a resistên-
Relação entre os Fenômenos cia pré-capilar, eleva a pressão hidrostática intravascular
venosa e equilibra a PTM. O mecanismo hipotético do
de Dilatação Vascular e a esvaziamento de veias e lacunas venosas parece ser um
Parada Circulatória fenômeno estabilizador da pressão venosa encefálica
para variações da posição da cabeça em relação ao átrio
Quando o FSE cessa as artérias e as veias não estão direito, quando a PTM venosa cai por causa da qui:;da
colapsadas, sugerindo que a parada circulatória depen- da pressão de saída ou de drenagem, quando a cabeça
de da PPE e não da compressão vascular. Entende-se está elevada. Esse fenômeno fisiológico pode ser indire-
que o FSE cessa por compressão das veias corticais q:ue tamente observado através da monitorização da PIC.
Hemodinâmica Encefálica na Hipertensâo Intracraniana
Autorregulação
normal
t t Isquemia
letal
FSC
o -
FSC ~-
o
vsc ~ -
FEO ó ~
EGG
--- r--- r--
-
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PE
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PP e
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~
fig. 6-3. Evolução esquemática da queda progressiva da pressão de pe1fi1são cerebral (PPC): a circulação encefálica passa por um limiar hemo-
dinâmico (1), um limiar de inrnficiência de transmissão sináptica ou instabilidade elétrica ela membrana (2), um limiar de ausência de atividade
elétrica neuronal ou inatividade elétrica ela membrana (3) e um limiar de insiificiência metabólica basal da membrana (4), seguindo-se a morte
celular. Até o limiar 1, o flwco sanguíneo cerebral (FSC) se mantém, pois há vasodilatação, o que causa queda ela resistência vascular cerebral
'RVC) e aumento elo volwne sanguíneo cerebral (VSC). No limiar 1, a RVC é mínima e o VSC é quase máximo. Após o limiar 1, o FSC cai
paralelamente ã queda da PPC, pois a vasodilatação não é mais siificiente para compensar a diminuição da PPC. O fenômeno é compensado
lransito1iamente pelo aumento ela fração de extração ele oxigênio pelo cérebro (FEO). A FEO é medida na prática clínica a partir da diferença
arteriovenosa jugular ele 0 2 ou pela diferença entre a saturação arterial e jugular de Oi- O cérebro extrai nesta fase mais oxigênio por unidade
de volume ele sangLie, permitindo a continuidade ela manutenção ela taxa metabólica cerebral ele oxigênio (TMCO), representativa do consumo
básico ele Oi- No limiar 2, o aumento ela FEO é máximo porém insiificiente para compensar a queda ela PPC e elo FSC. A TMC0 2 cai parale-
lamente à queda da PPC, iniciando-se o sofrimento hipóxico isqLtêmico celulm: Após o limiar 2, oconw uma disfunção elétrica por depleção
energética, e, no limiar 3, a atividade elét1ica estará ausente, tomando nulos os registros obtidos ao eletroencefalograma (EEG) e ao estudo elos
potenciais evocados (PE). Entre os limiares 2 e 4 situa-se a célula na "penumbra isquêmica", ou seja, trata-se de tecido viável porém eletricamen-
te inativo. No limiar 4, há intrnsão celular (IC) de Ca++ e Na+ e extrusão celiilar (EC) de K+, que desencadeia o processo ele morte isquêmica.
Os limiares ocorrem de modo diverso em cada 1·egião elo encéfalo, porém podemos, didaticamente, relacioná-los ao sof1imento encefálico global.
(Esquema modificado de Yowig et ai., 1989.)
Bases da Terapia Intensiva Neurológica : Fisiopatologia e Princípios Terapêuticos
do volume da massa ou uma vasodilatação isquêmica são causadas por isquemias intermitentes, e também
adicional por compressão, hipóxia hipóxica, hipóxia is- podem causar isquemias intermitentes de diferentes
quêmica, hipercapnia, ou uma convulsão, pode causar intensidades, provavelmente mais acentuadas nas fases
um grande aumento da PIC que compromete o FSE. A mais evoluídas da HIC. Como as ondas A são secun-
isquemia resultante induz a uma resposta vasopressora dárias ao aumento do VSE, em determinada fase elas
que eleva o FSE (resposta de Cushing) pelo aumento podem aumentar com a resposta arterial pressórica
da PAM. Se o aumento da PAM, da PPE e do FSE fo- sistêmica, denotando falência do mecanismo de autor-
rem suficientes para reverter o processo isquêmico, a regulação da circulação encefálica. Esse período de fa-
onda patológica se d~sfaz, pois a resolução da isquemia lência de autorregulação, assim como as próprias ondas
reverte a vasodilatação. Entretanto, o aumento da PAM A, pode ser induzido pela hipóxia e pela hipercapnia.
p ode induzir a elevação do VSE agravando a HIC. A Nas ondas de moderada amplitude o FSE perma-
ciclicidade e a somação desses mecanismo podem cau- nece sob controle, a despeito da queda da PPE. Entre
sar o aumento espontâneo e irreversível da HIC. O fato as ondas pressóricas iniciais desenvolve-se uma mar-
de um pequeno aumento do VSE causar uma ascensão cada hiperemia transitória, com alto FSE. Ondas mais
ignificativa da PIC demonstra que o paciente já se en- tardias, de maior amplitude, reduzem o FSE abaixo dos
contra na fase ascendente da curva de Langfitt, fenô- níveis críticos, e a isquemia é mais acentuada. Assim
meno progressivamente mais grave. as ondas afetam o metabolismo encefálico e, hipoteti-
De acordo com a curva de Langfitt, quanto maior camente, entre as ondas finais o VSE é maior e o FSE,
a PIC e o VSE no início da onda, menor volume adicio- menor, em relação às ondas iniciais. Consideramos que
nal é requerido para perpetuar a ascensão de a PIC. Ao a RVE retorna a níveis próximos do normal entre as on-
desencadear-se a onda, a PIC pode alcançar o nível da das iniciais e e fica progressivamente comprotetido, até
PAM e a pressão diferencial ser insuficiente para restau- uma menor capacidade de ação entre as ondas finais,
rar o FSE adequado. Entretanto, geralmente o aumento talvez pelo acúmulo de radicais livres.
da PAM costuma ser suficiente para manter o FSE. Hipoteticamente, as ondas patológicas causam
Embora uma mínima diferença entre a PAM e a períodos de isquemia seguidos de reperfusão. Portan-
PIC seja suficiente para melhorar o FSE, animais de to, isquemias leves causariam uma hiperemia reativa,
experimentação podem entrar na fase de descompen- isquemias moderadas causariam o fenômeno da hipo-
sação do equilíbrio do sistema a despeito de a PIC ser perfusão pós-hiperemia, e isquemias graves causariam
menor do que a PA diastólica, após uma série de ondas o fenômeno da não reperfusão. O mesmo ocorre após
de pressão. Esse fato sugere que uma menor tolerância o alívio abrupto da HIC aguda, cujo resultado depen-
do encéfalo ao FSE diminuído provavelmente depen- de do tempo de evolução e da intensidade da hipóxia
de da isquemia encefálica intermitente e reperfundida isquêmica. O fenômeno seria heterogêneo na sua dis-
que causa repercussões metabólicas duradouras e que tribuição e dependente da vulnerabilidade neuronal
parcialmente se somam. Assim, as ondas patológicas seletiva (Esquema 6-4).
Ondas patológicas
Hiperemia Hipoperfusão
No-rejlow
reativa pós-hiperemia
Alteração metabólica progressiva
e heterogênea
entre o FSE e a atividade metabólica. Esta "vasocons- o FSE e pode reduzir o VSE, aumentando o IVP. Por-
trição" pode dever-se ao acúmulo de tromb oxano e à tanto, o IVP varia diretamente com a PPE nos limites
compressão mecânica, e pode contribuir para manter da autorregulação, porém um IVP alto pode ocorrer
um baixo FSR associado à deficiência da circulação em estágios de boa compensação ou tardiamente, em
colateral. A área hiperêmica apresenta deficiência par- situações de perda completa do mecanismo de autor-
cial do mecanismo de autorregulação, provavelmente regulação associadas à hipotensão arterial.
pela disfunção do H + e do ADP da área isquêmica. Em condições fisiológicas a PIC é a medida da
Essa vasodilatação contribui substancialmente para o pressão capilar do encéfalo e se transmite à pressão si-
efeito de massa apres.entado pela área isquêmica, que nusal e bulbojugular. Portanto, podemos considerar a
pode causar aumento da pressão intracompartimental, PPE, que é a medida principal da hemodinâmica ence-
hérnias de tecido encefálico e HIC. fálica, como a diferença entre a PAM e a pressão bulbo-
jugular (PBJ). Em condições patológicas substituímos
a PBJ pela PIC. Aforça·oponente entre a PAM e a pres-
Elastância e Complacência são capilar encefálica é a RVE arteriolar.
o VSE e a PIC. Essa resposta existe nas áreas onde o a descompressão externa (craniectomia descompressi-
mecanismo de autorregulação está mantido, ou seja, va) e a ressuscitação de uma parada cardiorrespiratória
onde não há isquemia e acidose significativas. É pos- exercem efeitos fisiopatológicos semelhantes.
sível que a vasoconstrição em áreas suscetíveis desvie Se a isquemia foi muito grave e a descompressão é
sangue para áreas isquêmicas e vasodilatadas, porém feita após a perda do mecanismo de autorregulação, há
é também possível que uma vasoconstrição intensa rápida elevação da PICJ para os níveis da pressão arterial
minimize o fluxo colateral para o tecido isquêmico. sistêmicaJ e a PPE adequada não pode ser restabelecida.
Frequentemente o tecido perifocal é hiperêmico, mas Estudando a perfusão encefálica com material
com autorregulação mantida, e a hiperventilação pode sintético, experimentalmente notamos que na HIC
exercer um efeito descompressivo no encéfalo, que al- grave não se consegue perfundir a circulação cerebral.
tera localmente a pressão tecidual e melhora a perfusão Se uma HIC grave foi aliviada pela descompressão po-
regional. A hipercapnia tem os efeitos opostos. demos ou não conseguir a perfusão cerebral) depen-
A hiperventilação perde grande parte de seu dendo do grau de lesão isquêmica.
efeito em algumas horas, fato parcialmente explicável Consideramos as descompressões internas como
devido à acidose metabólica liquórica compensadora craniectomias para evacuação de massas expansivas,
secundária à excreção do íon bicabornato pela barreira seguidas de recolocação e fixação do retalho ósseo. As
hematoencefálica, que equilibra o pH. Se normalizar- descompressões externas envolvem a remoção de parte
mos rapidamente a PaC0 2 nessa fase obteremos uma da calota craniana seguida de abertura dural ampla e
resposta similar à hipercapniaJ pois haverá acúmulo de enxertia de um substituto dural local) para permitir a
ácido carbônico periarteriolar. Lembramos que em si- expansão do cérebro para fora da caixa craniana.
tuações de HIC a tensão de C0 2 venosa aumenta aci- As craniectomias descompressivas externas me-
ma dos níveis normais. recem atenção especial. No inchaço encefálico difuso
a craniectomia temporal unilateral provoca uma hérnia
Efeítos da descompressão aguda: externa do lobo temporal cujos vasos corticais serão
reperfusão e volemia cerebral dobrados e comprimidos nas bordas da janela causan-
do extensa necrose hemorrágica. Adicionalmente, a ci-
Como a HIC produz vasodilatação, a descom- rurgia unilateral não impede as hérnias contralaterais
pressão aguda produz um aumento súbito no FSE e (Fig. 6-SA). A descompressão temporal bilateral mini-
no VSE. Essa hiperemia geralmente é reversível, se a miza a báscula do cérebro, porém causa necrose tem-
isquemia não foi suficientemente grave para impedir a poral bilateral.
reperfusão, ou causar o fenômeno da hipoperfusão pós- A ampliação da janela óssea unilateral minimiza o
-hiperemia e edema por lesão da barreira hematoence- fenômeno de compressão vascular cortical nas bordas
fálica. Sob diversos pontos de vista a descompressão da craniectomiaJ porém não impede as hérnias contra-
interna aguda (por exemplo, drenagem de hematomas), laterais (Fig. 6-SB). Se uma ampla descompressão é rea-
Fig. 6-5. Representação esquemática da descompressão temporal unilateral (A), da hemicraniectomia unilateral (B) e da hemicraniectomia
bilateral (C) (modifi cado de Kerr et al, 1968)
Hemodinâmica Encefálica na Hipertensâo Intracraniana
lizada bilateralmente, não há báscula e hérnias internas, Artru AA - Cerebral vascular responses to hypocapnia dur-
mas a expansão do córtex desconecta as veias em ponte ing nitroglycerin-induced hypotension. Neurosurgery,
do seio sagital superior ocasionando extensos infartos 16:468-472, 1985.
Auer LM - The pathogenesis of hypertensive encephalopathy.
hemorrágicos corticais (Fig. 6-SC) . Além disso, os pa-
ActaNeurochir (Wien), 27: (Suppl) :l-111, 1978.
cientes que precisarem desse tipo de procedimento já
Auer LM, Sayama I - Intracranial pressure oscillation (B -
não apresentarão perspectivas adequadas em virtude
Waves) caused by oscillation in cerebrovascular volume.
da extensa lesão isquêmica difusa e provavelmente so- ActaNeurochir (Wien), 68:93-100, 1983.
breviverão em estado vegetativo persistente. Berman IR, Ducker TB, Simmons RL - The effects of increased
Por esses motiyos as descompressões externas intracranial presure uppon the oxigenation of blood in
não são indicadas em inchaços encefálicos difusos pós- dogs. JNeurosurg, 30:532-536, 1969.
-traumáticos, onde não há lesão neuronal primária sig- BrockM, Markakais E, BeckJ, Péill W, DietzH- The pathophys-
nificativa, que poderá ser desencadeada pela necrose iological importance of intracranial pressure gradients. ln
cortical descrita acima. A descompressão ampla unila- Kuhlendahl H, Hensell V (eds): Proceedings German Soci-
ety for Neurosurgery. NY, Elsevier, 1973, pp. 231-232.
teral externa é aceita em casos de infartos hemisféricas
BrockM, Winkelmuller W, Poli W, Markakis E, Dietz H- Measure-
unilaterais maciços que adquirem efeito de massa e
ments ofbrain tissue pressures. Lancet 2:595-596, 1972.
causam HIC. Bruce DA, Langfitt TW, Miller JD, Schutz H, Valpachti MP,
Uma falha óssea associada à hipertensão arterial StaneckA, Goldberg HI - Reginonal cerebral blood flow,
sistêmica facilita o aparecimento do edema hidrostá- intracranial pressure and brain metabolism in comatose
tico, provavelmente por aumentar o gradiente pres- patients. JNeurosurg, 38: 131-144, 1973.
sórico entre os espaços intra e extravascular e lesar a Clark RM, La pra N F, H alsey JH - Method for measuring brain
barreira hematoencefálica. Pode haver um desequilí- tissue pressure: response to alterations in PC0 2• systemic
brio da pressão transmural vascular, caso haja vasodi- blood pressure and middle cerebral artery occlusion. J
latação intensa associada. Neurosurg, 43:1-8, 1975.
Cohen SI, Aronson SM - Secondary brain stem hemorrhag-
Se a PIC for maior do qu e a pressão atmosférica
es: predisposing and modifyifing factors. Arch Neural,
há hérnia encefálica externa. Se for menor, há depres-
19:257-263, 1968.
são do tegumento que cobre a falha óssea. É interes- Cottrell JE, Patel K, Turndorf H, Ransohoff J - lntracranial
sante notar que estudos radioisotópicos com xenônio pressure changes induced by sodium nitroprussiate
radioativo revelam aumento do fluxo sanguíneo re- in patients with intracranial mass lesions. J Neurosurg,
gional após a cranioplastia, às vezes promovendo al- 49:329-331, 1978.
guma recuperação neurológica e impedindo a lesão Crockard A, Iannotti, F, Hunstock AT, Smith RD, Harris RJ,
vascular mecânica. Symon L - Cerebral blood flow and edema following ca-
Finalmente lembramos que a reperfusão após uma rotid occlusion in the gerbil. Stroke, 11 :494-498, 1980.
Cruz J - Monitorização hemodinâmica e metabólica cerebral
descompressão pode dar origem a uma hiperemia inicial
em humanos. Arq Brasil Neurocilj 11 :209-215, 1992.
(inchaço hiperêmico) seguida de uma oligoemia (incha-
Cruz J, Gennarelli TA, Alves WM - Continous monitoring of
ço oligoêmico). Tal afirmativa pode ser entendida estu- cerebral hemodynamics reserve in acute brain injury: re-
dando-se os mecanismos hemodinâmicos e bioquími- lationship to changes in brain swelling. JTrauma, 32:629-
cos que regem as cascatas bioquímica e vasodilatadora. 635, 1992.
Cruz J, Miner ME, Allen SJ, Alves WM, Gennarelli TA - Con-
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