Artigo Med.

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1.

Dominio do racionalismo m�dico

O termo medicaliza��o surge no in�cio na d�cada de 1960 no campo da


sociologia da sa�de e, doravante, se consolida como um importante campo de
interesse e desenvolvimento de pesquisas. Uma vez que se observava o enorme
crescimento do n�mero de problemas da vida que eram definidos em termos
m�dicos, os autores denunciavam a amplia��o do raio de a��o da medicina, que
extrapolava o campo tradicional de a��o direta sobre as mol�stias. De fato, o
crescimento da jurisdi��o m�dica foi, para alguns autores, uma das mais potentes
transforma��es da segunda metade do s�culo XX (Clarke et al., 2003).

Parsons (1951), pesquisou os


significados sociais da sa�de e investigou o papel da medicina n�o apenas
como um conjunto de t�cnicas, mas tamb�m como um meio de controle e
regula��o social. O autor, de pensamento marcadamente conservador, percebia
a sociedade como em equil�brio mantido por normas e valores que estavam em
constante luta contra os processos que amea�avam seu bom funcionamento,
como o crime e a doen�a. O objetivo de qualquer sociedade, para Parsons, era
alcan�ar a homeostase, a manuten��o do equil�brio permanente. A doen�a,
ent�o, era uma forma de desvio, e a medicina, que tinha o objetivo de lutar
contra as doen�as, era uma institui��o de manuten��o do equil�brio social.
(Gaurdenzi e Ortega)

Em sua formula��o cl�ssica do controle social, Parsons (1951) indica


que o controle social exercido pela medicina se d�, sobretudo, por meio da
administra��o e reintegra��o dos doentes na sociedade. Atrav�s dos conceitos de
�papel social� e �papel de doente� o autor desenvolveu a ideia de que o papel
social de doente evoca um conjunto de expectativas padronizadas que definem
as normas e os valores apropriados ao doente e aos indiv�duos que interagem
com ele. Nesse esquema, a norma � sempre refor�ada e o desvio � sempre
punido (Parsons, 1951). A ideia que est� por tr�s desse esquema � a de curar os
doentes, sendo, a cura, sin�nimo de normalidade. O desvio deve ser reprimido,
os indiv�duos devem ser medicalizados e normalizados.

A �teoria do r�tulo�, proposta por Becker (1963), considera o fen�meno do


desvio de acordo com o papel da a��o coletiva, cujas regras s�o impostas por um
processo social que define coletivamente certas formas de comportamento como
problem�ticos. Neste sentido, Becker considera o desvio como uma transgress�o
�quilo que foi estabelecido como norma por um grupo e, preocupa-se, em suas
an�lises, pelo processo atrav�s do qual os desviantes s�o considerados como tais
pelo grupo, e suas rea��es a este julgamento. O interessante em seu trabalho,
assim como no de Goffman (1986), � a considera��o de que n�o h� nada
que defina claramente o que � uma norma nas sociedades modernas, e, neste
sentido, torna-se fundamental abordar as condi��es nas quais as normas s�o
institu�das. ( Gaurdenzi e Ortega)

Ivan Illich (1975), no livro �N�mesis da Medicina�, considera


que a medicaliza��o da vida foi resultado da industrializa��o, que trouxe consigo
a profissionaliza��o e burocratiza��o da institui��o m�dica, que ligeiramente
amea�a a sa�de individual, em prol da normaliza��o de padr�es e comportamentos.

2. Quem s�o os maiores interessados na patologiza��o do comportamento infantil.

Aparecida Moys�s, cr�tica ferrenha � tal medicaliza��o, afirma que patologizar a


crian�a � um modo de desviar o foco do problema:
desconsidera-se a situa��o e o contexto no qual os problemas de aprendizagens s�o
desenvolvidos.
Em outras palavras, d�o-se uns rem�dios para as crian�as de modo a compensar uma
escola que lhe � entregue aos cacos,
tentando for�ar as crian�as a se adaptarem a uma realidade que, esta sim, � doente.

Neste sentido, a psic�loga Jane Cotrim, em palestra proferida na UFMT em novembro


deste ano,
defende que esse fen�meno de medicaliza��o nada mais � do que um ocultamento
pol�tico, ao se transformar discuss�es pol�ticas e sociais em biol�gicas.
N�o se fazem transforma��es sociais e pol�ticas com o uso de emplastos.
Reconhecer isso � o primeiro passo para mudar atitudes em prol de uma escola �
e de uma sociedade de modo geral � mais humana, mais gente, mais crian�a e,
portanto, menos doente.

3.Arterapia como m�todo terap�utico alternativo

A arteterapia, que � o uso da arte como base de um processo terap�utico, propicia


resultados em um breve espa�o de tempo.
Visa estimular o crescimento interior, abrir novos horizontes e ampliar a
consci�ncia do indiv�duo sobre si e sobre sua exist�ncia.
Utiliza a express�o simb�lica, de forma espont�nea, sem preocupar-se com a
est�tica, atrav�s de modalidades expressivas como:
pintura; modelagem; colagem; desenho; tecelagem; express�o corporal; sons;
m�sicas; cria��o de personagens, dentre outras,
mas utiliza fundamentalmente as artes pl�sticas e � isso que a identifica como uma
disciplina diferenciada.
Enquanto a Arte Educa��o ensina arte, a arteterapia possui a finalidade de
propiciar mudan�as ps�quicas, assim como a expans�o da consci�ncia,
a reconcilia��o de conflitos emocionais, o autoconhecimento e o desenvolvimento
pessoal.
A arteterapia tem tamb�m o objetivo de facilitar a resolu��o de conflitos
interiores e o desenvolvimento da personalidade.

A linguagem simb�lica, que � a da arte, � a mesma "falada" pelo inconsciente. Para


algo fazer sentido � preciso que a dimens�o simb�lica seja acessada.
Quando nos expressamos artisticamente, nos abrimos para um di�logo interior em que
o inconsciente mostra o que est� nos "bastidores" da psique,
nos colocando em contato com sentimentos que est�o na base de nossos comportamentos
e atitudes, promovendo questionamentos e transforma��o.
Arte ajuda a desenvolver potencialidades que nos tornam mais ricas e integradas",
explica Patr�cia Pinna Bernardo, coordenadora da P�s-gradua��o em Arteterapia e da
P�s-gradua��o em Arteterapia Aplicada: sa�de, artes, educa��o e organiza��es
(UNIP).
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proposta em Arteterapia busca favorecer que as intera��es possam ser alavanca para
auto conhecimento do funcionamento de cada participante e amplia��o de recursos
interpessoais

a perspectiva amorosa e de cuidado de si e do outro;

- a percep��o ecol�gica do contexto, ou seja, como afeto o ambiente que estou e


como sou afetado.

- a capacidade de desenvolver interdepend�ncia preservando a auto-regula��o.


- Aumento da comunica��o assertiva;
- Desenvolvimento da lideran�a, criatividade em lidar com novos desafios, maior
paci�ncia, concentra��o.

- Fortalecimento da auto-estima

- Tranquilidade e alegria.

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