1 - Espiritualidade e Religiosidade No Cuidado em Saúde

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dx.doi.org/10.5380/ce.v24i0.58692 Cogitare enferm.

24: e58692, 2019

REVISÃO

ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE NO CUIDADO EM SAÚDE:


REVISÃO INTEGRATIVA

Priscila Cristina da Silva Thiengo1, Antonio Marcos Tosoli Gomes2, Magno Conceição das
Mercês3, Pablo Luiz Santos Couto4, Luiz Carlos Moraes França5, Alba Nunes da Silva6

RESUMO
Objetivo: descrever como a saúde, espiritualidade e religiosidade são abordadas nas publicações
científicas nacionais.
Método: revisão integrativa de literatura no período entre 2011 e 2016, realizada na Biblioteca
Virtual em Saúde em novembro de 2017, utilizando os descritores: “Saúde”, “Espiritualidade”,
“Religiosidade”.
Resultados: para a análise, segundo os critérios de inclusão estabelecidos, foram selecionados 30
artigos e identificadas quatro categorias: Conceitos e concepções de religiosidade e espiritualidade;
Religiosidade e espiritualidade como estratégias de enfrentamento da doença; Necessidade de
suporte espiritual; e Falta de preparo profissional. Verificou-se a relevância da dimensão espiritual
na assistência e a necessidade de integralizar todas as dimensões do ser humano: biopsíquica,
espiritual e social.
Conclusão: foram encontrados estudos que sugerem que algumas práticas religiosas são capazes
de proporcionar tanto aspectos positivos quanto negativos na saúde física e mental dos seus
praticantes.
DESCRITORES: Espiritualidade; Religião; Cuidado; Saúde; Revisão.

COMO REFERENCIAR ESTE ARTIGO:


Thiengo PCS, Gomes AMT, Mercês MC, Couto PLS, França LCM, Silva AB. Espiritualidade e religiosidade no
cuidado em saúde: revisão integrativa. Cogitare enferm. [Internet]. 2019 [acesso em “colocar data de acesso,
dia, mês abreviado e ano”]; 24. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v24i0.58692.

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
1
Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem. Docente de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio
de Janeiro, RJ, Brasil.
2
Enfermeiro. Doutor em Enfermagem. Docente de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, RJ, Brasil.
3
Enfermeiro. Doutorando em Ciências da Saúde. Docente da Universidade do Estado da Bahia. Bahia, BA, Brasil.
4
Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Docente da Faculdade Guanambi. Bahia, BA, Brasil.
5
Enfermeiro. Mestre em Enfermagem. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
6
Enfermeira. Mestranda em Enfermagem. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
dx.doi.org/10.5380/ce.v24i0.58692 Cogitare enferm. 24: e58692, 2019

REVIEW / REVISIÓN

SPIRITUALITY AND RELIGIOSITY IN HEALTH CARE: AN INTEGRATIVE


REVIEW
ABSTRACT
Objective: describe how health, spirituality and religiosity are discussed in Brazilian scientific
publications.
Method: integrative literature review of the period between 2011 and 2016, developed in
the Virtual Health Library in November 2017, using the descriptors: “Health”, “Spirituality”,
“Religiosity”.
Results: for the analysis, according to the established inclusion criteria, 30 articles were
selected and four categories were identified: Concepts and conceptions of religiosity and
spirituality; Religiosity and spirituality as strategies to cope with disease; Need for spiritual
support; and Lack of professional preparation. The relevance of the spiritual dimension in care
was verified, as well as the need to comprehensively consider all dimensions of the human
being: biopsychic, spiritual and social.
Conclusion: studies were found that suggest that some religious practices are capable of
offering both positive and negative aspects in the physical and mental health of their
practitioners.

DESCRIPTORS: Spirituality; Religion: Care: Health; Review.

ESPIRITUALIDAD Y RELIGIOSIDAD EN LA ATENCIÓN DE SALUD:


REVISIÓN INTEGRATIVA
RESUMEN
Objetivo: Describir de qué manera la salud, la espiritualidad y la religiosidad son abordadas
en las publicaciones científicas nacionales.
Método: Revisión integrativa de literatura abarcando período de 2011 a 2016, realizada en
la Biblioteca Virtual en Salud en noviembre de 2017, utilizando los descriptores “Saúde”,
“Espiritualidade” y “Religiosidade”.
Resultados: Para el análisis, conforme los criterios establecidos, fueron seleccionados 30
artículos, y se identificaron cuatro categorías: Conceptos y concepciones de religiosidad y
espiritualidad; Religiosidad y espiritualidad como estrategias para el enfrentamiento de la
enfermedad; Necesidad de apoyo espiritual; y Falta de preparación profesional. Se verificó
la relevancia de la dimensión espiritual en la atención y la necesidad de integrar todas las
dimensiones del ser humano: biopsíquica, espiritual y social.
Conclusión: Fueron encontrados estudios que sugieren que algunas prácticas religiosas tienen
la capacidad de brindar tanto aspectos positivos como negativos para la salud física y mental
de quienes las practican.

DESCRIPTORES: Espiritualidad; Religión, Cuidado; Salud; Revisión.

Priscila Cristina da Silva Thiengo | Antonio Marcos Tosoli Gomes | Magno Conceição das Mercês | Pablo Luiz Santos Couto | Luiz Carlos Moraes
França | Alba Nunes da Silva
Cogitare enferm. 24: e58692, 2019

INTRODUÇÃO

A atenção voltada para a dimensão espiritual torna-se cada vez mais necessária à
prática assistencial à saúde. Inúmeros estudos vêm sendo desenvolvidos relacionando a
espiritualidade com o enfrentamento de doenças, promoção e reabilitação, demonstrando
o interesse da comunidade científica em tentar compreender os mecanismos fisiológicos
que expliquem a relação entre a religiosidade e a espiritualidade no cuidado à saúde.
Pensar em religiosidade/espiritualidade e saúde traz à tona seu aspecto relacionado
à prática clínica diária, demonstrando que ainda existe uma grande lacuna entre o saber
e o fazer. Isso revela a necessidade de mais pesquisas que avaliem a integração desses
conceitos e a correlação positiva sobre a taxa saúde doença(1-2).
Em uma revisão de literatura recente, constatou-se que as práticas espirituais,
incluindo as religiosas, serviam como suporte e enfrenta¬mento diante do acometimento
à saúde, tanto para o doente quanto para o familiar. Também foi possível observar que a
espiritualidade contribui para interpretar a doença dando um sentido e um significado a
ela(3). Deste modo, este trabalho tem como objetivo descrever como os conceitos saúde,
espiritualidade e religiosidade são abordados nas publicações científicas realizadas no
cenário nacional.
Sua realização se justifica pela importância que essas temáticas têm assumido nos
últimos anos na área da saúde, com o intuito de fornecer um panorama das publicações
existentes sobre o tema, e torna-se relevante por contribuir com o aprimoramento de
saberes sobre a dimensão espiritual do cuidado em saúde de uma maneira mais específica.

MÉTODO

O estudo propõe uma reflexão sobre o panorama atual das publicações acerca das
temáticas saúde, espiritualidade e religiosidade. Para seu desenvolvimento, fez-se uso
dos pressupostos da revisão integrativa da literatura(4). A questão norteadora foi: “Qual a
produção científica existente no cenário nacional acerca da temática saúde, espiritualidade
e religiosidade?”
Foi realizada busca por artigos científicos publicados em periódicos produzidos
no Brasil e indexados nas bases Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Base
de Dados em Enfermagem (BDENF) e Base de Dados Virtuais em Psicologia (BVS-Psi),
no mês de novembro de 2017. Os descritores “Espiritualidade”, “Religiosidade” foram
combinados, por meio do conector booleano “AND”, com o descritor “Saúde” nos idiomas
português, inglês e espanhol.
Foram identificados 155 artigos, e a partir da leitura criteriosa de títulos e resumos,
foram selecionados 67 artigos que atendiam aos seguintes critérios: a. Publicados
entre 2011 e 2016; b. Apresentavam versão completa do estudo disponível on-line; c.
Relacionavam os descritores da busca no resumo e no texto. Dos artigos identificados,
trinta e sete foram excluídos por não estarem dentro dos critérios estabelecidos: vinte e
um não atendiam o objetivo proposto, quatro eram dissertações, teses e cartas ao editor,
sete não apresentarem respostas a questão de pesquisa ou estavam repetidos.
Finalmente, o corpus foi composto por 30 artigos e para viabilizar a análise, foi utilizado
um formulário de coleta de dados, construído pelos próprios autores, com informações que
contemplaram os objetivos do estudo: autor, ano de publicação, revista, título e principais
conclusões. O processo de análise envolveu a apreciação crítica do material, tendo por
base a questão de pesquisa, a razão e a finalidade de obtenção de respostas(5).

Espiritualidade e religiosidade no cuidado em saúde: revisão integrativa


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RESULTADOS

A população contemplada nos estudos foi: graduandos; crianças, adolescentes e


idosos em situação vulnerável seja por motivo de doença, internação ou violência praticada
por pares; pacientes com doenças crônicas (síndrome da imunodeficiência adquirida,
doenças genéticas, acometimentos mentais e doenças cardiovasculares); e cuidados
paliativos. O ano de maior concentração foi de 2013 com 11 publicações, seguido do
ano de 2012 com sete. 2011, 2014, 2015 e 2016 tiveram três publicações cada. As áreas
que mais publicaram sobre a temática foram psicologia e enfermagem, com nove e sete
publicações, respectivamente. Apenas oito publicações foram internacionais. O Quadro 1
apresenta os principais dados de publicação dos estudos.

Quadro 1 – Síntese dos principais achados. Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2017

Ano Periódico Principais conclusões


2011 RevPsiqClin A importância da espiritualidade/religiosidade/crenças pessoais aparece
positivamente associada com a qualidade de vida na maioria de seus domínios(6).
2011 Psic: Teoria A universidade não proporciona as informações necessárias sobre o tema e as
e pesq principais barreiras ao abordar o assunto foram: medo de impor as próprias crenças,
falta de tempo e medo de ofender os pacientes(2).
2011 Rev Latino- Religião e espiritualidade são recursos relevantes aos quais idosos recorrem no
am. enfrentamento da hospitalização(7).
2012 Comunic. Foram observadas algumas relações que apontam para: enfrentamentos
saúde e Ed. religiosos positivos e/ou negativos no adoecimento, mudanças de pensamento
e comportamentos religiosos, assim como a importância da vivência religiosa na
maneira como os indivíduos elaboram suas narrativas de adoecimento(8).
2012 Rev. Min. O método freiriano possibilita a reconstrução do conhecimento com liberdade,
Enf. ética, descontração e amor pela educação em saúde(9).
2012 Ciênc. Os resultados apontaram para tradições culturais muito presentes no discurso médico
Saúde (a norma, a razão, a família e a religiosidade judaico-cristã). Tais noções imbricam-se
Coletiva com aquelas trazidas pelas tradições religiosas e influenciam as percepções médicas
a respeito do paciente e de sua família(10).
2012 Rev. Bras. Concluiu-se que a religião é uma dimensão que pode contribuir positivamente no
Enf. tratamento do paciente com doença mental(11).
2012 Psico arq. A cultura converge no sentido da integralidade, no entanto, existe o perigo das
aproxi­mações de saberes em situações de desigualdade de poder, que podem levar
à construção de novas hegemonias culturais(12).
2012 Ciênc. Os migrantes possuem, no grupo, além de serviços religiosos uma, rede de apoio
Saúde social. Entretanto, existe um poder eclesiástico que, indiretamente, exerce uma
Coletiva ação regulatória na vida dos migrantes(13).
2013 Interface Identificou-se a abertura para a promoção da saúde baseada em direitos humanos,
compreendendo jovens como protagonistas na adaptação de códigos religiosos a
cada trajetória e contexto singulares(14).
2013 Jornal Bras. Os indivíduos com experiências anômalas que buscam auxílio parecem constituir
Psiq. uma população de risco para transtornos mentais ou problemas emocionais em
geral(15).
2013 Psico USP Apresenta uma síntese analítica das principais questões apontadas na literatura
concernente às relações entre religiosidade e saúde mental(16).
2013 Rev. Esc. Concluiu-se que a religiosidade é um recurso valioso no enfrentamento das crises da
Enf. USP vida cotidiana e um fator que interfere de maneira positiva na saúde física e mental,
principalmente das pessoas idosas(17).

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2013 Psico USP Os participantes evidenciaram concepções positivas sobre a influência da


religiosidade/espiritualidade para a saúde(18).
2013 Interação O bem-estar positivo foi assumido como evidência de saúde(19).
Psico.
2013 Est. Ficou demonstrada a relação entre religiosidade e qualidade de vida, ressaltando-se
Psicologia que a dimensão da religiosidade se relacionou com os domínios psicológico, social
e ambiental de qualidade de vida(20).
2013 Rev. Bras. As representações da religiosidade inseridas na prática do cuidar de pacientes
Enf. em processo de morte valorizam as crenças dos profissionais sobre a morte e seu
significado, permitindo elaborar mecanismos de enfrentamento(21).
2013 Ciênc. O enfrentamento religioso reforça o fatalismo presente na crença religiosa, mas
Saúde também colabora para minimizar a responsabilidade social pelo cuidado do idoso(22).
Coletiva
2013 Rev. Bras. As dimensões de religiosidade dos alunos moldaram o modo de entender esses
Clin. Méd. conceitos de forma significativa(23).
2013 Saúde e As informações coleta­das permitem afirmar que as práticas religiosas se constituem
Sociedade em lugares de acolhimento, de cura e de saúde para aqueles que as buscam(24).
2013 Rev. Gaúcha O medo de impor pontos de vista religiosos aos pacientes é a principal barreira
relacionada ao assunto(25).
2014 Rev. Bras. Infere-se que há associação positiva entre religiosidade e a qualidade de vida
Gerontol. relacionada à saúde dos idosos(26).
2014 Rev. Bras. Ao que tudo indica, religião e religiosidade são variáveis culturais e sua influência no
Est. Pop. comportamento sexual foi percebida pela maioria dos artigos(27).
2014 Arq. A maioria dos estudos relatam resultados inconclusivos, pouco expressivos e
Catarin. não convincentes da Religiosidade e Espiritualidade na saúde dos pacientes com
Méd. doenças cardíacas(28).
2015 Rev. Saúde A religiosidade organizacional e intrínseca exerce efeito benéfico sobre a relação
pública entre idade, escolaridade e a qualidade de vida relacionada à saúde de idosos(29).
2015 Rev. Bras. A religiosidade, independentemente da religião, mostrou-se associada à proteção
Ativ. Física aos comportamentos de risco à saúde em um grupo de adolescentes(30).
2015 Rev. Psic, Prática religiosa esteve associada com idade, lipodistrofia e indicativo de ansiedade.
teoria e Infere-se que a religiosidade seja benéfica para a saúde mental, especialmente em
prática pacientes ansiosos(31).
2016 CuidArt A busca pela religião e o uso da espiritualidade pelos cuidadores está muito presente
diante do enfrentamento do câncer infantil. Desse modo, o profissional de saúde
deve ser uma fonte de respeito e de apoio às crenças, à religião e aos valores dos
cuidadores familiares(32).
2016 Saúde e Alguns avanços e recuos podem ser identificados, entre eles, a necessidade
Debate de pesquisas com grupos em contextos específicos; a criação e a validação de
instrumentos para mensurar até quando as vivências religiosas/espiritualidade
podem ser benéficas ou não no tratamento dos transtornos mentais(33).
2016 Esc. Anna Evidencia-se que os enfermeiros reconhecem a importância da dimensão espiritual
Nery no atendimento de pacientes sob cuidados paliativos(34).

DISCUSSÃO

Os estudos analisados foram categorizados em quatro áreas, salientando os principais


resultados encontrados a fim de sintetizá-los e direcionando os resultados a uma prática
fundamentada em conhecimento científico.
Espiritualidade e religiosidade no cuidado em saúde: revisão integrativa
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Conceitos e Concepções de Religiosidade e Espiritualidade


Apesar de serem tratados como sinônimos na maioria dos estudos, outros(6-7,11,25)
apontam dificuldade na realização de trabalhos com a temática da religiosidade e
espiritualidade pela diversidade e complexidade das suas definições. Em termos gerais,
os autores definem religiosidade como a adesão a crenças e a práticas relativas a uma
instituição religiosa organizada e a espiritualidade como a afinidade estabelecida entre
uma pessoa e um ser ou uma força superior na qual ela acredita. Ou seja, a religiosidade é
o quanto um indivíduo acredita, segue e pratica uma religião(25).
Existem dois tipos de religiosidade descritas: intrínseca e extrínseca. Na primeira, a
religião tem um lugar central na vida do indivíduo, é seu bem maior(7,25). Nela o indivíduo
agrega diferentes parâmetros culturais, conceitos morais e ideais específicos que oferecem
significado à existência humana. Na segunda, a religião está vinculada a um conjunto
de atividades e crenças e é um meio utilizado para obter outros fins, como consolo,
sociabilidade, distração e status(6-7,20,34).
Apesar do grande número de evidências, o conceito de espiritualidade ainda não é
consensual. A espiritualidade pode ser definida como uma busca pessoal para entender
questões relacionadas ao fim da vida, ao seu sentido, as relações com o sagrado ou
transcendente que, podem ou não levar ao desenvolvimento de práticas religiosas ou
formações de comunidades religiosas(18,20,35).
A religião caracteriza-se, ao longo do tempo e do espaço, como extremamente
variável de um contexto cultural para outro, de um período histórico para outro, inclusive
com marcante influência na organização e desenvolvimento inicial da assistência no campo
da saúde em nosso país(36). Porém, existe uma formulação multidimensional que descreve
a religião em vários aspectos, sendo ela considerada um conjunto de crenças, leis e ritos
que visam um poder que o homem considera supremo, do qual se julga dependente, com
o qual pode entrar em relação pessoal e do qual pode obter favores(19).
A atitude religiosa é medida pelo envolvimento dos indivíduos em práticas religiosas
como orações, leituras de material religioso, adoção de crenças definidas a partir de uma
tradição religiosa específica, participação em cultos e outras reuniões religiosas, etc. Essa
opção se justifica pela pressuposição de que pessoas que apresentam uma atitude religiosa
mais clara, com um envolvimento religioso significativo e bem definido, podem adotar as
crenças religiosas como referenciais cognitivos importantes para as suas interações. Essas
crenças podem ser orientadoras e definir posicionamentos cognitivos e comportamentais
do indivíduo frente a situações de risco e eventos estressores. Além disso, ao serem
orientadoras, podem promover segurança e senso de sentido para a existência(19).
Espiritualidade diferencia-se do conceito de religião por ter um significado mais
amplo. A religião é uma expressão da espiritualidade, e espiritualidade é um sentimento
pessoal, que estimula um interesse pelos outros e por si, um sentido de significado da vida
capaz de fazer suportar sentimentos debilitantes de culpa, raiva e ansiedade. Religiosidade
e espiritualidade estão relacionadas, mas não são sinônimas. Religiosidade envolve
um sistema de culto e doutrina que é compartilhado por um grupo, e, portanto, tem
características comportamentais, sociais, doutrinárias e valorais específicas, representando
uma dimensão social e cultural da experiência humana. Espiritualidade está relacionada
com o transcendente, com questões definitivas sobre o significado e propósito da vida, e
com a concepção de que há mais na vida do que aquilo que pode ser visto ou plenamente
entendido(19,35-37).
Religião é um sistema organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos que facilitam
a proximidade do homem com o sagrado. A espiritualidade, por sua vez, tem relação com
a reflexão e a busca pessoal sobre o significado da vida com relação ao sagrado, que
podem ou não estar atreladas a uma religião.

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Religiosidade e espiritualidade como estratégias de enfrentamento da doença


As estratégias de enfrentamento com base na religiosidade incluem o uso da religião,
espiritualidade ou fé para lidar com o estresse e as consequências negativas geradas
pela experiência dos problemas da vida. A religiosidade e a espiritualidade atribuem
significado à experiência de adoecimento. Muitas vezes, são o único apoio encontrado
para a compreensão e o enfrentamento das dificuldades impostas pelos sintomas e as
formas de manejo das situações de estresse.
Diversos estudos têm investigado a relação entre religiosidade, espiritualidade e
saúde(1-2,7-8,17,37). A ligação entre eles está na identificação que as vivências religiosas e
espirituais tinham correlação significantemente positiva sobre a taxa saúde doença. Esses
resultados estão relacionados aos efeitos positivos na redução da mortalidade em geral,
assim como nas áreas da imunologia, saúde mental, doenças cardiovasculares, doenças
infecto parasitárias como o HIV e neoplasias(1-2).
Esse resultado constitui subsídios alcançados pelas pessoas que buscam se
fortalecerem diante das adversidades impostas pela condição patológica. Além da condição
patológica, a religião pode exercer papel estabilizador e pode representar um fator
influenciador para as relações sociais e familiares. Algumas práticas religiosas também são
capazes de proporcionar aspectos positivos na saúde física e mental dos seus praticantes,
na medida em que aconselham a adoção de hábitos e condutas saudáveis(9,14,24,30).
Dentre os benefícios mencionados, está a influência na adaptação psicológica com
o fortalecimento das emoções de conforto, suporte social, redução da carga emocional
da doença com sua possível aceitação e o auxílio na preservação da saúde(6-28). Evidências
demonstram a associação positiva da religiosidade com a saúde mental, sendo considerada
como fator protetor para o suicídio, abuso de drogas e de álcool, sofrimento psicológico
e psicoses(2,6,12,14,24).
O enfrentamento religioso é uma estratégia importante e regula a resposta emocional
causada pelo processo de incapacidade funcional causada pela doença ou pela idade
avançada, reparando o esvaziamento existencial, fazendo a pessoa sentir-se acolhida e
apaziguada na realidade de seu corpo de hoje incapacitado ou envelhecido(17,22,26,38). Há
também o apego dos cuidadores à fé. O sofrimento e o desgaste causado pela doença
e a crença no milagre da cura podem se apresentar como uma fonte de apoio para o
enfrentamento da doença e do seu tratamento(32).
Mas há situações em que a busca religiosa pode piorar o quadro clínico, causando
o enfrentamento negativo e o uso inadequado dos serviços de saúde. São aspectos
negativos relacionados ao fanatismo e o tradicionalismo opressivo(11,15,27-28,33,39). A oposição
ao tratamento proposto pelas instituições de saúde, principalmente quando relacionado à
saúde mental, é bastante desafiadora por causar a inviabilidade do cuidado para as pessoas
em sofrimento(16). A rigidez e a inflexibilidade associadas à resistência ao tratamento podem
dificultar a adesão e, com isso, tornar os pacientes vulneráveis ao abuso espiritual(11).
A religião pode afetar positivamente a saúde física e mental por meio de rede de
apoio social, redução de comportamentos não saudáveis, redução da pressão arterial e
tensão muscular durante oração e meditação, e maior adesão a tratamentos médicos e
cuidados preventivos(14-15,39).

Necessidade de suporte espiritual e falta de preparo profissional


Os pacientes muitas vezes descobrem força e consolo em sua espiritualidade,
tanto informalmente através de conexões mais profundas com familiares e amigos,
como formalmente através de comunidades e práticas religiosas. No entanto, os clínicos
modernos ignoram regularmente as dimensões da espiritualidade quando se considera a
saúde dos outros - ou mesmo a si mesmos.

Espiritualidade e religiosidade no cuidado em saúde: revisão integrativa


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Durante muito tempo, os profissionais de saúde mental negavam os aspectos


religiosos da vida humana, inclusive considerando patológico quando em se tratando
de pacientes psiquiátricos. No entanto, estudos demonstram que a religiosidade é um
aspecto de grande importancia na vida humana e possui associação positiva com boa
saúde mental(40).
Talvez por isso, muitos profissionais ainda se sentem hesitantes e com pouca
confiança para abordar estes aspectos, abarcados pela falta de inclusão adequada dessa
temática durante o processo de formação acadêmica(25,37). Sem modelos bem estruturados
de avaliação e treinamento dos profissionais em formação, dificulta-se a introdução desse
suporte na prática clínica diária, já tão sobrecarregada com funções administrativas e pelo
pouco tempo disponível.
No entanto, como demonstram os estudos, diante de situações de doença, as
pessoas tendem a expressar suas necessidades espirituais nas formas mais sutis. Sendo
assim, tanto o doente quanto sua família podem se beneficiar da assistência espiritual se
houver uma abordagem neste sentido.
Estudos internacionais apontam que muitos profissionais de saúde refletem sobre
a necessidade de abordar e atender as necessidades espirituais de seus pacientes,
independentemente de suas próprias crenças religiosas ou espirituais. No entanto, há
desconforto nessa abordagem, visto que se sentem como se isso fosse além de seu papel
como cuidador(41-42).
Há divergência entre autores sobre o envolvimento do terapeuta nas questões
religiosas sob o ponto de vista de colocar em risco a individualidade e a integridade do
tratamento. Apesar da oração ser um fator de conforto e esperança, não há consenso
se o profissional deve se manter em posição neutra ou defender e incentivar a vivência
religiosa(43). Ainda há a queixa recorrente em relação à formação acadêmica, durante a qual
o assunto não é abordado, deixando uma lacuna entre os parâmetros de avaliação desse
envolvimento ser benéfico ou não para a relação terapêutica.
Seguindo essa tendência, a NANDA International (NANDA I), ao atentar para o
cuidado espiritual nos diagnósticos de Enfermagem, fornece estímulo à importância de um
estudo formal acerca da temática Saúde e Espiritualidade na graduação. Alunos do curso
de Enfermagem acreditam que a espiritualidade influencia na saúde de seus pacientes e
no próprio atendimento por parte do enfermeiro e, apesar de a maioria desejar abordar
esse aspecto, poucos se julgam preparados para tal(2). Notavelmente, mais de 90% dos
alunos avaliados por esse estudo acreditam que a universidade não proporciona todas as
informações necessárias para este preparo(25).
Os resultados apontam que os profissionais, de maneira geral, são favoráveis à
criação de disciplinas que preparem o profissional sobre a temática religiosa/espiritual. No
Brasil, são escassos os cursos que abordem em seus currículos conteúdos sobre a interface
religião e/ou espiritualidade e a área da saúde, reservando-se o assunto para momentos
práticos de ensino(39-41).
A falta de treinamento e de habilidade em identificar as demandas dos pacientes
impelem a negação ou a rejeição da dimensão espiritual. Percebe-se a falta de preparo
e percepção dos profissionais, revelando a dificuldade em atender à demanda espiritual
dos pacientes(2,17,39). Entretanto, serão poucos profissionais que não terão contato com
situações em que a religião poderá nortear condutas e até dilemas éticos.
Cabe mencionar que as limitações do estudo estão relacionadas ao baixo número
de publicações sobre a temática abordada. Destaca-se a necessidade de mais pesquisas
e reflexões sobre o que fazer para sensibilizar os profissionais de saúde, inclusive aqueles
ainda em formação, sobre o tema e como lidar com suas tensões e compreensão.

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CONCLUSÃO

Verificou-se a relevância da dimensão espiritual na assistência e a necessidade


de integralizar todas as dimensões do ser humano: biopsíquica, espiritual e social. Foi
constatado que as práticas religiosas são capazes de proporcionar aspectos positivos ou
negativos na saúde física e mental dos seus praticantes. Algumas barreiras são apontadas,
como falta de tempo, falta de conhecimento e medo de impor suas crenças, demonstrando
a insegurança e a falta de treinamento dos profissionais de saúde com relação a esse tema.
Entretanto, poucos profissionais não terão contato com situações em que a religião poderá
nortear condutas e até dilemas éticos.
Os autores ressaltam os conceitos de espiritualidade e religiosidade, demonstrando
sua conexão e suas diferenças. Toda vivência espiritual transcende a religiosa com seu
sistema de crenças, sendo necessário conhecê-la de modo a identificar sua interferência
no tratamento, seja ele positivo ou negativo, para que se possa intervir, se necessário.
É importante inclusive ouvir o que pensam a família e os líderes religiosos a respeito do
tema, considerando-os como parceiros importantes na rede social de apoio ao paciente.
Conclui-se que há uma grande dificuldade de pesquisar e definir limites entre as
relações saúde, doença, religião, religiosidade e espiritualidade, por serem fenômenos
multifatoriais e multidimensionais, não sendo explicados completamente por suas ações e
consequências. Fato é que a combinação de crenças e do envolvimento religioso age para
determinar efeitos na saúde da pessoa religiosa, sejam positivos ou negativos.

REFERÊNCIAS

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relação ao tabagismo. Rev APS. [Internet]. 2012 [acesso em 10 nov 2017]; 15(1). Disponível em: https://
aps.ufjf.emnuvens.com.br/aps/article/viewFile/1421/599.

2. Tomasso CS, Beltrame IL, Lucchetti G. Conhecimentos e atitudes de docentes e alunos em


enfermagem na interface espiritualidade, religiosidade e saúde. Rev. Latino-Am. Enfermagem.
[Internet]. 2011 [acesso em 10 nov 2017]; 19(5). Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
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[acesso em 11 jan 2018]; 18(2). Disponível em: http://dx.doi.org/10.5380/ce.v18i2.32588.

4. Mendes KDS, Silveira RCCP, Galvão CM. Revisão Integrativa: método de pesquisa para incorporação
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Recebido: 02/04/2018
Finalizado: 25/01/2019

Autor Correspondente:
Priscila Cristina da Silva Thiengo
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Bvd. 28 de Setembro, 157 – 20551-030 – Rio de Janeiro, RJ, Brasil
E-mail: profprithiengo@gmail.com

Contribuição dos autores:


Contribuições substanciais para a concepção ou desenho do estudo; ou a aquisição, análise ou interpretação de dados do
estudo - PCST, AMTG, MCM, PLSC, LCMF, ANS
Elaboração e revisão crítica do conteúdo intelectual do estudo - AMTG, MCM, PLSC, LCMF, ANS

Priscila Cristina da Silva Thiengo | Antonio Marcos Tosoli Gomes | Magno Conceição das Mercês | Pablo Luiz Santos Couto | Luiz Carlos Moraes
França | Alba Nunes da Silva

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