Conversão Eletromecânica de Energia
Conversão Eletromecânica de Energia
Conversão Eletromecânica de Energia
Eletromecânica de
Energia
Profª. Julia Grasiela Busarello Wolff
Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Julia Grasiela Busarello Wolff
W855c
Wolff, Julia Grasiela Busarello
Conversão eletromecânica de energia. / Julia Grasiela Busarello
Wolff. – Indaial: UNIASSELVI, 2021.
186 p.; il.
ISBN 978-65-5663-568-2
ISBN Digital 978-65-5663-567-5
1. Energia elétrica. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da
Vinci.
CDD 621.31
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico! Bem-vindo à disciplina de Conversão Eletromecâ-
nica de Energia! Nesta disciplina, nós estudaremos os aspectos relacionados
aos conceitos eletromagnéticos e dispositivos geradores, motores e transfor-
madores, utilizados em conversão eletromecânica de energia. A conversão
de energia é feita, em sua grande parte, pelas máquinas rotativas eletromag-
néticas. Utiliza-se o campo magnético como agente intermediário para rea-
lizar essa conversão. A conversão é realizada, transformando-se energia elé-
trica em energia mecânica, ou, ainda, energia mecânica em energia elétrica.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Bons estudos!
LEMBRETE
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 64
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 126
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 185
UNIDADE 1 —
CIRCUITOS MAGNÉTICOS E
MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A compreensão do eletromagnetismo é essencial para o estudo da en-
genharia elétrica, pois, através dele, o engenheiro eletricista opera uma grande
parte dos dispositivos, máquinas e equipamentos presentes nas indústrias e nas
residências.
Uma vez conhecida a equação de Ampère, além do cálculo dos diversos tipos
de circuitos magnéticos, podemos dar sequência aos estudos e aprender as proprieda-
des magnéticas de determinados materiais, úteis nas engenharias elétrica e mecânica.
3
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
• os microfones;
• os autofalantes;
• os materiais piezoelétricos;
• os relés eletromagnéticos;
• os instrumentos de medição analógicos etc. (NASAR, 1984).
4
TÓPICO 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: TEORIA
DICAS
Assista ao vídeo do Prof. Luís César Emanuelli, a respeito dos geradores síncro-
nos, no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?v=eyRbYm-ofFY.
5
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
DICAS
FIGURA 6 – TRANSFORMADOR
No dia a dia, esses tipos de dispositivos elétricos estão presentes nas casas
e nas indústrias. Sem a compreensão e o domínio dos fenômenos magnéticos, não
existiriam os motores, os geradores, os transformadores, os indutores, os medido-
res eletromecânicos e os componentes magnéticos, utilizados na eletrônica. Por esse
motivo, iniciaremos o estudo da conversão eletromecânica de energia por meio do
conhecimento dos circuitos magnéticos. A figura a seguir mostrará alguns dispo-
sitivos elétricos que foram criados com o advento do uso dos circuitos magnéticos.
FONTE: A autora
NTE
INTERESSA
Caro acadêmico, você sabia que, através dos resultados obtidos por Ampère,
em 1820, nas suas experiências sobre as forças que existem entre dois condutores nos quais
flui corrente e, através de grandezas, como a densidade de fluxo magnético, a intensidade
do campo magnético, a permeabilidade e o fluxo magnético, a lei de Ampère foi descrita?
(DEL TORO, 1994). Isso representou um salto para o eletromagnetismo e para as equações
de Maxwell, pois, foi Maxwell quem uniu as equações de Faraday e de Ampère e as comple-
mentou com as equações constitutivas. Você já deve ter lido algo a respeito das equações
constitutivas nas disciplinas de Eletromagnetismo e Práticas de Eletromagnetismo, certo?!
7
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
2 CIRCUITOS MAGNÉTICOS
Iniciaremos o nosso estudo, relembrando as equações de Maxwell e as
relações constitutivas, descritas a seguir.
Lei de Ampère
Lei de Faraday
Lei de Gauss
Demonstração
da não existência
de monopolos
eletromagnéticos
FONTE: Adaptada de Aleksander e Sadiku (2017, p. 34)
E
IMPORTANT
Os campos magnéticos podem ser criados por várias fontes, que são:
8
TÓPICO 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: TEORIA
(1)
9
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
(2)
(3)
(4)
(7)
O fluxo total, em uma dada área do núcleo fechado, é dado pela expressão
mostrada na Equação (8):
(8)
10
TÓPICO 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: TEORIA
ϕ = BA. (9)
(10)
A relação entre essas grandezas é dada pela lei de Ohm: V = Ri, já estu-
dada nas disciplinas de Circuitos Elétricos I, Circuitos Elétricos II, Práticas de
Circuitos Elétricos, Práticas de Eletricidade e Eletrotécnica e, também, em outra.
(11)
11
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
(12)
12
TÓPICO 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: TEORIA
(13)
Com isso, a relação entre a força magnetomotriz e o fluxo pode ser expres-
sa, como mostra a Equação (14):
(14)
(15)
(16)
(18)
13
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
Condutância: G Permeância:
FONTE: Nasar (1984, p. 4)
DICAS
14
TÓPICO 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: TEORIA
Condutividade Permeabilidade
[S/m] [H/m]
elétrica: σ magnética: µ
FONTE: A autora
(19)
(20)
(21)
(22)
15
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
16
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Problemas mais complexos não serão discutidos aqui, pois outras ferramen-
tas matemáticas são necessárias. Simplificação para os problemas típicos da
disciplina: 𝐻 = (𝑁.𝑖)/𝑙. 𝑖 é a corrente elétrica, 𝑁 é o número de espiras e 𝑙 é o
comprimento do circuito magnético.
17
AUTOATIVIDADE
18
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
19
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
Solução: Três lados do núcleo têm as mesmas áreas de seção reta, ao passo
que o quarto lado tem uma área diferente. Assim, o núcleo pode ser dividido
em duas regiões: (1) um lado menos espesso e (2) três outros lados tomados em
conjunto. O respectivo circuito magnético desse núcleo será mostrado a seguir.
20
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: APLICAÇÕES NUMÉRICAS
21
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
% M-file: ex1_1.m
% M-file para o cálculo de fluxo do primeiro exemplo
l1 = 0.45; % Comprimento da região 1
l2 = 1.3; % Comprimento da região 2
a1 = 0.01; % Área da região 1
a2 = 0.015; % Área da região 2
ur = 2500; % Permeabilidade relativa
u0 = 4*pi*1E-7; % Permeabilidade do vácuo
n = 200; % Número de espiras no núcleo
i = 1; % Corrente em ampères
% Mostre o resultado
disp (['Fluxo = ' num2str(flux)]);
22
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: APLICAÇÕES NUMÉRICAS
Solução: Esse núcleo pode ser dividido em cinco regiões. Vamos fazer
ser a relutância da parte esquerda do núcleo; , a relutância do entreferro
esquerdo; , a relutância da parte direita do núcleo; , a relutância do en-
treferro direito; e , por fim, a relutância da perna central do núcleo. Então, a
relutância total do núcleo é dada por:
23
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
24
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: APLICAÇÕES NUMÉRICAS
25
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
26
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: APLICAÇÕES NUMÉRICAS
27
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
28
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: APLICAÇÕES NUMÉRICAS
a) as relutâncias Rc e Rg.
b) o fluxo φ e;
c) a corrente i.
29
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
b)
c)
(23)
Ag = Ac. (24)
a) a indutância do enrolamento;
b) a densidade de fluxo B1 no entreferro 1 quando o enrolamento está conduzindo
uma corrente i. Despreze os efeitos de espraiamento no entreferro.
31
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
E, assim:
32
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: APLICAÇÕES NUMÉRICAS
Solução:
34
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS: APLICAÇÕES NUMÉRICAS
DICAS
TUROS
ESTUDOS FU
35
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• No fluxo de dispersão, parte das linhas de campo produzidas pela bobina não
circula no interior do núcleo.
• A lei básica que determina a relação entre a corrente elétrica e o campo mag-
nético é a lei de Ampère.
36
AUTOATIVIDADE
37
CIRCUITO MAGNÉTICO PARA RESOLUÇÃO DA AUTOATIVIDADE NÚMERO 4
38
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Os circuitos magnéticos não lineares são todos os circuitos magnéticos
que utilizam materiais ferromagnéticos, dotados de permeabilidade magnética
alta, como o ferro fundido, o aço silício, o aço fundido, a ferrita etc. Muitos dos
circuitos magnéticos de aplicação prática, os quais você encontrará nas indús-
trias, são circuitos não lineares. Com isso, a permeabilidade (µ) dos materiais fer-
romagnéticos se torna variável em função da indução ou da densidade de fluxo
magnético no núcleo.
• diamagnéticos;
• paramagnéticos;
• ferromagnéticos.
2 MATERIAIS DIAMAGNÉTICOS
Os materiais diamagnéticos podem ser definidos como materiais que, na
presença de um campo magnético, têm os ímãs elementares orientados no sentido
contrário ao sentido do campo aplicado. Esse tipo de material também perde o
poder magnético sem a presença do campo magnético. São exemplos de materiais
diamagnéticos: o bismuto, o cobre e a prata. Os materiais diamagnéticos possuem
a permeabilidade relativa um pouco abaixo de 1. Como exemplo, podemos citar o
cobre, que tem μr = 0,999991. Observe alguns materiais diamagnéticos:
39
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
3 MATERIAIS PARAMAGNÉTICOS
Os materiais paramagnéticos podem ser definidos como materiais que
possuem elétrons desemparelhados e que, na presença de um campo magnético,
alinham-se, fazendo surgir um ímã, que consegue aumentar levemente o valor
do campo magnético. Eles são fracamente atraídos pelos ímãs e perdem o poder
magnético sem a presença do campo magnético externo. Os materiais paramag-
néticos possuem a permeabilidade relativa um pouco superior a 1. Um exemplo é
o alumínio, que possui μr = 1,000021. São exemplos de materiais paramagnéticos
o alumínio, o magnésio e o sulfato de cobre.
4 MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
Os materiais ferromagnéticos podem ser definidos como materiais que se
imantam fortemente se colocados na presença de um campo magnético, ou seja,
após aplicar o campo magnético, por um tempo, sobre o material, e retirá-lo, o
material continua produzindo um campo magnético por um período. Além disso,
eles alteram fortemente o valor do campo magnético aplicado. São exemplos de
materiais ferromagnéticos o ferro, o cobalto e o níquel.
40
TÓPICO 3 — MATERIAIS MAGNÉTICOS E CARACTERÍSTICAS
E
IMPORTANT
41
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
42
TÓPICO 3 — MATERIAIS MAGNÉTICOS E CARACTERÍSTICAS
43
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
(25)
(26)
E
IMPORTANT
44
TÓPICO 3 — MATERIAIS MAGNÉTICOS E CARACTERÍSTICAS
5 DOMÍNIOS MAGNÉTICOS
Os materiais ferromagnéticos são compostos por um grande número de
domínios magnéticos. Estes podem ser visualizados microscopicamente e são re-
giões nas quais os momentos magnéticos de todos os átomos estão em paralelo,
dando origem a um momento magnético líquido naquele domínio. Observe:
NTE
INTERESSA
6 HISTERESE
Devido ao efeito de histerese, a relação entre B e H, em um material fer-
romagnético, é não linear e plurívoca. Se cada valor de z corresponde a mais de
um valor de w, dizemos que w é uma função plurívoca de z (RECH; BELTRAME,
2018). Exemplo: w = z ½: função plurívoca (z = ‐ 15 ‐ 8j, w = 1 ‐ 4j ou w = ‐ 1 + 4j).
46
TÓPICO 3 — MATERIAIS MAGNÉTICOS E CARACTERÍSTICAS
DICAS
Observe que, quando H decresce, desde o valor máximo até zero, a den-
sidade de fluxo diminui, mas não até zero. Isso gera o relaxamento das orienta-
ções dos momentos magnéticos dos domínios, como descrito. O resultado é que,
quando H é zero, uma magnetização remanescente está presente.
47
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
DICAS
48
TÓPICO 3 — MATERIAIS MAGNÉTICOS E CARACTERÍSTICAS
49
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
Então, por simetria, o fluxo, em cada uma das duas pernas externas, deve ser:
b) Uma densidade de fluxo de 1,0 T, no núcleo central, corresponde a um fluxo total de:
50
TÓPICO 3 — MATERIAIS MAGNÉTICOS E CARACTERÍSTICAS
Por simetria, o fluxo, em cada uma das duas pernas externas, deve ser:
A corrente requerida é:
51
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
Solução: Uma densidade de fluxo de entreferro de 0,5 T requer um fluxo total de:
Então:
53
UNIDADE 1 — CIRCUITOS MAGNÉTICOS E MATERIAIS FERROMAGNÉTICOS
54
TÓPICO 3 — MATERIAIS MAGNÉTICOS E CARACTERÍSTICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Os principais aços planos para fins elétricos podem ser divididos em duas
famílias: os de grãos orientados (GO) e os de grãos não orientados (GNO). Os
aços de grãos orientados são anisotrópicos, sendo empregados em transforma-
dores de potência, pois estes possuem uma grande parcela do fluxo magnético
alinhada com a direção longitudinal da chapa. Os aços de grãos não orientados
são, idealmente, isotrópicos, sendo utilizados em máquinas rotativas, as quais
requerem um alto grau de isotropia no plano da chapa, e em pequenos trans-
formadores. Os aços, ainda, podem ser classificados, de acordo com outras ca-
racterísticas: densidade de silício e carbono, etapa de fabricação (semi e total-
56
TÓPICO 3 — MATERIAIS MAGNÉTICOS E CARACTERÍSTICAS
mente processados) etc. Para que seja um meio eficiente de condução do fluxo
magnético, o aço deve possuir alta permeabilidade e baixas perdas magnéticas,
o que torna, essas grandezas, parâmetros de seleção do aço. Com relação às per-
das magnéticas, cabe ressaltar a importância para a determinação do rendimento
de uma máquina elétrica e, consequentemente, no sucesso do projeto final. As
perdas estão diretamente ligadas à relação do peso da máquina versus potência
elétrica consumida. O projetista busca constantemente, desenvolver máquinas de
alto rendimento com pouco volume, aliadas com os anseios dos consumidores
por produtos de baixo custo e de alta eficiência energética. Sob esses aspectos, as
pesquisas atuais, envolvendo aços, no campo de desenvolvimento de novos ma-
teriais ou na determinação de perdas e de modelos matemáticos, constituem-se
em uma grande contribuição à indústria e à sociedade em geral.
uma mesma direção no cristal formam domínios que são delimitados por paredes
entre essas regiões. No processo de magnetização, as paredes de domínio se mo-
vem, gerando as perdas por histerese. A magnetização do material acontece pela
movimentação e pela rotação dos domínios magnéticos. Assim, a existência das
paredes dos domínios magnéticos, associadas, também, aos defeitos da microes-
trutura metalúrgica do material, dá origem às perdas por histerese. Essa parcela
de perdas não depende da frequência, devendo ser medida com a frequência da
forma de onda da excitação mais próxima possível de zero, para que as compo-
nentes das perdas dinâmicas, no material, possam ser desprezadas. As perdas
dinâmicas são compostas pelas perdas, devido às correntes de Foucault, e pelas
perdas excedentes. Elas dependem da frequência de operação. As perdas, devi-
do às correntes de Foucault, são originadas das correntes induzidas no material.
Essas correntes circulam em forma de anéis fechados, induzidas pela variação do
fluxo magnético no tempo, sendo perpendiculares ao plano do fluxo. Para evitar
a formação de grandes anéis de corrente, o material ferromagnético é laminado.
Quanto menor a espessura da lâmina, maior a dificuldade para a formação dos
anéis de corrente e, consequentemente, menores são as perdas por correntes de
Foucault. Todavia, se a composição química do material for alterada para atenuar
esse tipo de perda, as perdas por histerese também sofrerão alterações. As per-
das excedentes, como o próprio nome indica, são originadas, supostamente, pelo
excesso de correntes induzidas. A justificativa para a existência das perdas exce-
dentes se baseia no fato de que o cálculo clássico das perdas por correntes de Fou-
cault não considera a divisão do material em domínios magnéticos elementares,
e esses domínios modificam a distribuição das correntes induzidas, aumentando
as perdas. Várias teorias foram construídas para avaliar essas perdas, chamadas
de excedentes. A mais aceita, atualmente, foi proposta por Bertotti, baseada em
uma análise estatística da organização dos domínios e das paredes magnéticas. O
modelo de Bertotti permite mostrar que essas perdas, em J/kg, são proporcionais
à raiz quadrada da frequência. Para separar os tipos de perdas magnéticas na
prática, são efetuados dois ensaios: um para determinação das perdas devidas à
histerese e, o outro, para a determinação das perdas totais. As perdas por histe-
rese são obtidas na mais baixa frequência possível. Tipicamente, as perdas totais
são avaliadas em ensaios a 50 ou 60 Hz. A partir das perdas totais, subtraem-se
as perdas devidas a 8 histerese, resultando, dessa operação, o valor das perdas
dinâmicas (soma das perdas devidas às correntes de Foucault e das perdas exce-
dentes). A separação das perdas dinâmicas, nas duas parcelas constituintes, não
pode ser realizada de maneira experimental. Teoricamente, a representação ma-
temática das perdas totais no ferro, em regime senoidal, foi proposta por Fiorillo,
Novikov, Amar e Protat, e é, aqui, dada pela Equação 2.2:
58
TÓPICO 3 — MATERIAIS MAGNÉTICOS E CARACTERÍSTICAS
Atente-se aos laços B(H) que seguem, sendo que as perdas por histerese,
por correntes de Foucault e excedentes são consideradas sucessivamente. Pode-se
observar que o laço B(H) se torna cada vez maior com a inclusão das diferentes
componentes das perdas para um mesmo valor de indução máxima.
FONTE: SILVA JÚNIOR, P. A. da. Bancada para ensaios de materiais ferromagnéticos em chapa
única sob campos rotacionais. Florianópolis: UFSC, 2007. Disponível em: https://bit.ly/3gS55rt.
Acesso em: 18 dez. 2020.
59
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O magnetismo é uma propriedade dos átomos que tem origem na estrutura atômica.
60
• No fenômeno de saturação do material magnético, a permeabilidade magné-
tica não é constante.
CHAMADA
61
AUTOATIVIDADE
62
8 O que é histerese magnética?
63
REFERÊNCIAS
ALEKSANDER, C.; SADIKU, M. Fundamentos de circuitos elétricos. Porto Ale-
gre: Bookman, 2003.
FITZGERALD, A.; KINGSLEY, JR. C. Máquinas elétricas. 7. ed. São Paulo: Artmed, 2014.
MECALUX. Gerador (WEG GTA 161 AI SR). 2020. Disponível em: https://bit.
ly/3zMrQpM. Acesso em: 18 maio 2020.
64
THE CMYK DIGEST. Global transformadores de média tensão análise de cres-
cimento de mercado, previsões com análise de impacto de COVID-19 até 2026:
Arteche, RITZ, Hill Tech, Indian transformers, GE Grid Solutions, TBEA. 2020.
Disponível em: https://bit.ly/3cUTEy3. Acesso em: 18 maio 2020.
USP. SEL 329 – Conversão eletromecânica de energia – Aula 10. 2020. Disponível
em: https://bit.ly/3zIbYo3. Acesso em: 18 maio 2020.
65
66
UNIDADE 2 —
• saber quais são os tipos de perdas que ocorrem nos núcleos magnéticos
de máquinas elétricas;
67
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
68
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Parte da energia disponível para a conversão eletromecânica de energia
é transformada em calor. Como essa transformação é irreversível, dá origem às
perdas. O estudo das perdas, na conversão eletromecânica de energia, é de suma
importância, pois, através desse estudo, podemos calcular o rendimento de um
motor e o custo da conversão de energia.
• Perdas Joule no cobre dos circuitos elétricos do indutor e do induzido: nesse gru-
po, também incluímos as perdas que se originam da passagem de corrente através
de contatos deslizantes entre escovas comutadoras e entre escovas e anéis coletores.
• Perdas por corretes Foucault ou correntes parasitas e perdas histeréticas ou
por histerese no ferro dos circuitos magnéticos: são perdas ocasionadas por
variações de indução nas diferentes partes desses circuitos.
• Perdas mecânicas: são provenientes de atritos em mancais e em contatos des-
lizantes, entre escovas e comutadores, e entre escovas e coletores. Também
são incluídas as perdas por ventilação natural ou forçada.
• Perdas dielétricas: são aquelas que se desenvolvem no material isolante.
• Perdas suplementares: a potência ativa no entreferro apresenta duas parce-
las, ou seja, uma é referente às perdas Joule no rotor (Pj2), proporcionais ao
escorregamento, e a outra é referente à potência entregue na ponta do eixo
(Peixo), proporcional ao complemento do escorregamento.
69
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
2 PERDAS NO COBRE
As perdas no cobre são calculadas pela expressão: P = R.I2 . Os valores da
resistência para o cálculo das perdas no cobre podem ser calculados ou medidos
em corrente contínua. Para correntes alternadas, os valores são menores do que
os reais, por esse motivo, as perdas calculadas são inferiores às que, realmente,
ocorrem no núcleo da máquina elétrica. O excesso das perdas reais assim calcula-
das é incorporado nas chamadas perdas suplementares.
Podemos concluir que bons condutores, como prata, cobre, alumínio e ouro,
possuem baixa resistividade, enquanto isolantes, por exemplo, papel, mica, vidro
e teflon, têm alta resistividade. Os materiais semicondutores, representados, aqui,
pelo germânio e pelo silício, apresentam valores de resistividades intermediários.
(27)
70
TÓPICO 1 — PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
3 PERDAS NO FERRO
As perdas no ferro provêm de variações de indução nas massas ferromag-
néticas das máquinas. Compreendem as perdas Foucault e as perdas por histe-
rese. Demonstra-se que os núcleos laminados, submetidos a induções variáveis,
e segundo direções paralelas às faces das chapas laminadas, tornam-se sedes de
perdas Foucault, que podem ser expressas pela Equação (28):
(28)
Por sua vez, as perdas histeréticas são expressas pela Equação (29):
(29)
(30)
71
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
Um dos processos mais empregados para o cálculo das perdas no ferro con-
siste na utilização de curvas fornecidas pelos fabricantes das chapas. Para cada uma
das frequências industriais mais comuns, podemos obter a perda total por unidade
de volume de uma região da máquina, sendo que a indução varia, segundo uma
única e determinada lei, basta multiplicar a perda específica, obtida nas curvas,
pelo volume dessa região e pelo correspondente coeficiente empírico, para que se
obtenham as perdas no ferro da região. A necessidade do coeficiente decorre do
fato de as curvas obtidas pelos fabricantes serem determinadas sob condições dife-
rentes daquelas que vigoram nas diferentes partes da máquina em funcionamento.
E
IMPORTANT
Um transitório é um termo que tem sido usado pelos engenheiros na análise das
variações do sistema de energia para denotar um evento que é momentâneo e indesejável.
Então, os transitórios eletromagnéticos são manifestações ou respostas elétricas locais ou ao
seu redor, provindas de alterações súbitas nas condições operacionais de um sistema de energia
elétrica e, consequentemente, podem ser danificadas as máquinas industriais ou residenciais.
(a) excitada, de modo a manter a tensão V entre os terminais a vazio, igual à força
f.e.m. Normalmente, induzida em plena carga;
(b) sem qualquer excitação, e a vazio.
4 PERDAS MECÂNICAS
As perdas mecânicas se desenvolvem por atrito em mancais e entre es-
covas e partes girantes, que são os comutadores e os anéis coletores. Resultam,
também, da ventilação, natural ou forçada, provocada pelas partes girantes. O
cálculo prévio e preciso dessas perdas não é simples de realizar.
73
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
74
TÓPICO 1 — PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
6 PERDAS SUPLEMENTARES
As perdas no cobre são inferiores às perdas que se desenvolvem no cobre
das máquinas em carga. Uma das causas da diferença está no efeito pelicular pre-
sente em condutores submetidos a correntes alternadas. O alojamento de conduto-
res em ranhuras (condutores parciais ou totalmente envolvidos por ferro) contribui
para intensificar tal efeito. Em suma, para o cálculo das perdas, as resistências das
máquinas de corrente alternada devem ser adotadas com valores efetivos.
Mais uma causa de divergência entre as perdas reais no cobre e aquelas ci-
tadas anteriormente são as correntes de circulação em elementos de enrolamento
de máquinas cc, no ato da comutação.
75
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
• Perdas no cobre, perdas no ferro e perdas mecânicas: esse grupo deve ser
denominado de perdas principais, e os valores podem ser obtidos por via
experimental, com relativa facilidade.
• Perdas suplementares no cobre e no ferro (em componentes estruturais): con-
forme descritas, são de difícil determinação, seja por cálculo, seja por proces-
so experimental. Para efeito de cálculo de rendimento de máquinas rotativas,
é costume admiti-las iguais a 1% das potências úteis.
• Grupos das perdas vaiáveis: ou grupo das perdas que variam com a corrente
de carga ou com a potência desenvolvida pela máquina.
• Grupo das perdas constantes: ou grupo das perdas independentes de varia-
ções na corrente de carga ou na potência.
As perdas que variam com o quadrado das correntes de carga são perdas
Joule (R.I2), como ocorrem nos enrolamentos induzidos e eventuais enrolamentos
a eles ligados em série (enrolamentos de campo série, interpolos e enrolamentos
compensadores). Para efeito de análise, essas perdas podem ser representadas
por uma parcela cI2 da totalidade das perdas em uma determinada máquina.
76
TÓPICO 1 — PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
E
IMPORTANT
As perdas suplementares são perdas que variam com a carga. Entretanto, dei-
xamos de considerá-las nessa classificação à vista dos pequenos valores relativos e das
incertezas quanto ao comportamento diante de variações de carga.
• Perdas mecânicas.
• Perdas no ferro.
• Perdas Joule em enrolamentos de excitação independente e de excitação em
derivação.
(a) essas perdas são muito proporcionais aos quadrados das induções máximas
Bm, ou seja: pƒaB2m.
(b) a menos que existam distorções na forma de onda do campo, provocadas pela
reação do induzido, as induções máximas são proporcionais aos fluxos por
polo φ,sendo pƒaϕ2.
(c) tanto em máquinas cc, para as quais E = Kenϕ, como em máquinas ca, para as
quais E = 4,44.ƒ.N.ϕ.ke, sob rotação constante, as f.em.’s induzidas são propor-
cionais aos fluxos por polo, sendo pƒaE2.
77
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
E
IMPORTANT
“As perdas de origem elétrica são divididas, basicamente, em dois grupos, os quais
aludem ao local onde as perdas acontecem dentro do dispositivo: nos condutores e no nú-
cleo magnético. As perdas nos condutores são mais comumente referidas como perdas no
cobre, uma vez que, desse material, constituem-se os enrolamentos de excitação da grande
maioria dos equipamentos elétricos comerciais e industriais. Similarmente, as perdas no nú-
cleo, em geral, são referidas, simplesmente, como perdas no ferro” (PIRES, 2008, p. 24).
78
TÓPICO 1 — PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
Nesses casos, e uma vez ajustados a frequência e o fluxo por polo, a po-
tência elétrica absorvida representa as perdas rotacionais procuradas, a menos de
pequenas perdas Joule, provenientes dessa condição de funcionamento a vazio.
9 RENDIMENTO
A definição de rendimento é dada pela Equação (31):
(31)
(32)
Então, o rendimento também pode ser expresso como mostra a Equação (33):
(33)
79
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
10 LAMINAÇÃO
A espessura das lâminas do núcleo do transformador ou das máquinas
elétricas deve ser reduzida ao máximo, para que sejam reduzidas as perdas, já
que são inversamente proporcionais à espessura.
Seguem os valores das perdas específicas para aços laminados a quente e a frio.
FONTE: A autora
12º Exemplo: O núcleo magnético a seguir será feito com chapas de aço
elétrico de grão orientado M-5. O enrolamento é excitado com uma tensão de 60
Hz, produzindo, no aço, uma densidade de fluxo de B = 1,5.sen(ωt) [T], em que
ω = 2.π.60 ≈ 377 [rad/s]. O aço ocupa 0,94 da área da seção reta. A densidade de
massa do aço é de 7,65 g/cm3. Encontre:
81
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
(c) A corrente eficaz é obtida do valor de Sa da Figura m para Bmáx = 1,5 [T]:
Os volt-ampères são:
83
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• As perdas por efeito Joule no cobre ocorrem em forma de calor, devido à re-
sistência ôhmica dos enrolamentos. Essas perdas são conhecidas como perdas
no cobre e ocorrem pelo efeito da histerese magnética e das correntes parasi-
tas (ou correntes de Foucault).
84
• Nas máquinas de indução, podemos dividir as perdas adicionais em perdas
suplementares a vazio e perdas suplementares em carga.
85
AUTOATIVIDADE
2 Vários fatores são responsáveis pela dissipação de energia no ferro, como por
exemplo, a energia de alinhamento dos domínios magnéticos, a energia gerada
por efeito Joule nas lâminas provocada pelas correntes induzidas, a falha ou baixa
isolação entre lâminas aumentando correntes induzidas no núcleo e as rebarbas.
Com base nesse contexto, quais são os tipos de perdas que ocorrem nos
núcleos ferromagnéticos?
87
88
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Nas estruturas, como resultado, a solução dos campos magnéticos pode ser
obtida de forma imediata, usando-se as técnicas de análise dos circuitos magnéticos.
Essas técnicas podem ser utilizadas para converter a solução complexa de um campo
magnético tridimensional no que é essencialmente um problema unidimensional.
89
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
90
TÓPICO 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES
Ainda:
Como o fluxo deve ser contínuo ao longo do circuito magnético, temos que:
92
TÓPICO 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES
Ou:
(b) A solução para o aço elétrico M-5 é feita exatamente na parte (a). A reta de carga
é a mesma da parte (a), porque ela é determinada apenas pela permeabilidade
do entreferro e pelas geometrias do ímã e do entreferro. Com isso, temos que:
93
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
Solução: Você já deve ter notado que uma curva de magnetização B-H
constante é uma hipérbole. Um conjunto de tais hipérboles para valores diferentes
do produto B-H está plotado na Figura 5 do exemplo anterior. A partir dessas
curvas, vemos que o produto energético máximo para o Alnico 5 é 40 kJ/m3, e
que isso ocorre no ponto B = 1,0 [T] e H = - 40 [kA/m]. O menor volume de ímã é
obtido com o ímã operando nesse ponto.
Portanto, o volume mínimo de ímã é igual a 1,6 [cm2] x 3,18 [cm] = 5,09 [cm3].
94
TÓPICO 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES
FONTE: A autora
95
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
FONTE: A autora
96
TÓPICO 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES
97
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• As aplicações dos ímãs permanentes se dão nas mais variadas áreas, como
em discos rígidos de computadores e de notebooks, em caixas eletrônicos, em
cartões de crédito, em alto-falantes e em microfones.
98
AUTOATIVIDADE
5 “A história dos eletroímãs tem início no século XIX, quando o físico dina-
marquês Hans Christian Orsted descobriu que os campos magnéticos po-
diam ser gerados através da passagem de corrente. Entretanto, o primeiro
eletroímã só foi inventado em 1824, pelo cientista inglês William Sturgeon,
que desenvolveu um eletroímã em formato de ferradura, com fio de cobre
não isolado. A fim de isolar o ferro do eletroímã do fio enrolado ao seu re-
dor, Sturgeon decidiu envernizar o seu eletroímã”.
Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3xubLmj. Acesso em: 13 maio 2021.
99
CIRCUITO MAGNÉTICO EM PARALELO COM BOBINA NO BRAÇO CENTRAL
9 Duas bobinas idênticas de 500 espiras possuem correntes iguais e estão enrola-
das, como mostrará a figura a seguir. O núcleo de aço fundido tem um fluxo, no
braço 3, de 120 [µWb]. Calcule a corrente dos enrolamentos e o fluxo no braço 1.
100
10 (UNESP, 2021) Calcule o fluxo magnético no entreferro do ímã permanente de
secção transversal 30 cm2, conforme o esquema da figura a seguir. A curva de
desmagnetização desse ímã será dada no gráfico a seguir, podendo ser conside-
rada como um quadrante de círculo.
101
102
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
O sistema de cálculo, denominado de sistema p.u., ou sistema por unidades,
pode ser utilizado em qualquer ramo das ciências e das engenharias. Na Engenharia
Elétrica, utilizamos o sistema p.u. para representar os cálculos e as máquinas elétri-
cas, como geradores, transformadores e motores e, também, para auxiliar no cálculo
dos sistemas de energia elétrica. As vantagens da utilização do sistema em p.u. são:
103
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
104
TÓPICO 3 — SISTEMA P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
(34)
• Bases
(35)
(36)
Em uma rede com vários níveis de tensão, cujas zonas são definidas pelos
transformadores existentes, há uma base de tensão para cada zona, sendo convenien-
te que as relações entre as bases de zonas adjacentes sejam iguais às relações de trans-
105
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
• Mudança de base
Supondo que se pretende passar das bases, em relação às quais uma certa
impedância tem um valor, para as bases 0puZ{1bV,S, o novo valor da impedância
(em p.u.)}, passará a ser:
106
TÓPICO 3 — SISTEMA P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
• Expressões
107
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
108
TÓPICO 3 — SISTEMA P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
109
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
Podemos, agora, calcular os valores, por unidade, das impedâncias das linhas:
110
TÓPICO 3 — SISTEMA P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
E
IMPORTANT
• traz uma familiaridade com os valores em p.u. para diferentes tipos de equi-
pamentos, com diferentes tensões e potências nominais, podendo-se, inclusi-
ve, usar, em estudos, valores típicos disponíveis em tabelas (em termos ôhmi-
cos, os valores podem diferir);
• nos computadores, os valores são da mesma ordem de grandeza, gerando
maior precisão;
111
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
21º Exemplo: Um gerador trifásico de 300 MVA, 20KV, tem uma reatân-
cia subtransitória de 20%. O gerador alimenta dois motores síncronos através de
uma linha de transmissão de 64 km, tendo transformadores em ambas as extre-
midades, como mostrará o diagrama unifilar a seguir. Os motores, todos de 13,2
kV, representados por dois motores equivalentes. As entradas nominais para os
motores são 200 MVA para M1 e 100 MVA para M2 para ambos os motores x’’ =
20%. O trafo trifásico T1, 350 MVA, 230/20 kV, apresenta reatância de 10%. O trafo
T2 (composto de três trafos monofásicos, cada um de 100 MVA, 127/13,2 kV) apre-
senta potência nominal de 300 MVA, tensões nominais de 220/13,2 kV e reatância
de 10%. A linha de transmissão alcança reatância de 0,5 Ohm/km. Obtenha o dia-
grama de reatâncias com todas as reatâncias assinaladas em p.u., considerando os
valores nominais do gerador como base desse circuito.
112
TÓPICO 3 — SISTEMA P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
• Ativa.
• Reativa.
• Aparente.
22º Exemplo: Segue uma fonte de tensão c.a., que fornece potência a uma car-
ga de impedância Z = 20 ∠ 30°. Calcule a corrente I que circula na carga, o fator de po-
tência da carga e as potências ativa, reativa, aparente e complexa que são fornecidas.
113
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
114
TÓPICO 3 — SISTEMA P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
LEITURA COMPLEMENTAR
115
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
116
TÓPICO 3 — SISTEMA P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
117
UNIDADE 2 — CIRCUITOS COM ÍMÃS PERMANENTES, PERDAS MAGNÉTICAS, SISTEMAS P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
A perda por histerese está relacionada com a energia necessária para deslocar
as paredes dos domínios magnéticos. Em frequências em que o efeito pelicular de
distribuição da indução em lâminas é desprezível (para lâminas de 0,5mm de espes-
sura e até, aproximadamente, 400 Hz), ou seja, quando o fluxo magnético no interior
do material é homogêneo, as perdas por histerese não dependem da frequência de
excitação. Podem ser medidas em uma frequência próxima a zero, em um regime
quase estático, em torno de 1Hz ou menos. Essa técnica parece ser a mais indicada,
já que se está medindo o valor das perdas em uma frequência tão baixa que as com-
ponentes dinâmicas podem ser desprezadas. A grande dificuldade desse método é
o controle da forma senoidal na baixa frequência, exigindo equipamentos especiais.
Sob o aspecto metalúrgico, as perdas por histerese são função do volume, tamanho,
distribuição das impurezas, orientação dos cristais, níveis de estresse do material e de
outras características microestruturais. Steinmetz propôs um modelo (equação (1.11))
até hoje utilizado, e os parâmetros são obtidos por meio de ensaios. A Fig. 1.1 apre-
sentará uma medida realizada em um material e a aplicação do modelo de Steinmetz.
Perceberemos que o modelo é satisfatório em uma faixa de indução. Nessa amostra,
para valores acima de 1,3 T, o modelo não acompanha a evolução das perdas magné-
ticas medidas. Para a representação da perda magnética na região de não saturação,
o modelo de Steinmetz proporciona resultados muito próximos.
118
TÓPICO 3 — SISTEMA P.U. E CÁLCULO DE POTÊNCIAS
119
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• Quando os cálculos são feitos em p.u., não há a necessidade de referir todas as im-
pedâncias a um mesmo nível de tensão, pois uma determinada impedância sem-
pre tem o mesmo valor, não importando o nível de tensão no qual ela se encontra.
CHAMADA
120
AUTOATIVIDADE
4 Há uma fonte de tensão c.a., que fornece potência a uma carga de impedância
Z = 10 ∠ 20° [Ω]. Calcule a corrente I que circula na carga, o fator de potência
da carga e as potências ativa, reativa, aparente e complexa que são fornecidas.
5 Assuma que a tensão aplicada à carga é de V = 208 ∠ -30° [V] e que a corren-
te que circula na carga é de I = 2 ∠ 20° [A]. Com base nesses dados, calcule:
121
Responda às seguintes questões acerca desse sistema de potência:
a) corrente de base;
b) impedância de base;
c) admitância de base;
d) valor em p.u. de uma tensão V = 1000 [V];
e) valor em p.u. de uma potência P = 15 [kW];
f) valor em p.u. de uma potência S = 45 [kVA];
g) valor em p.u. de uma corrente I = 85 [A];
h) valor em p.u. de uma impedância Z = 200 [Ω];
i) valor em p.u. de uma admitância Y = 8 x 10-2 [S].
122
CIRCUITO ELÉTRICO DE CORRENTE ALTERNADA
DIAGRAMA UNIFILAR
123
13 Dois geradores são ligados, em paralelo, à mesma barra, e têm reatâncias
subtransitórias de x" = 10%. O gerador 1 é de 2500 kVA e 2,4 kV e, o gerador
2, é de 5000 kVA e 2,4 kV. Qual deve ser a reatância por unidade de um único
gerador equivalente aos dois em paralelo, na base de 15000 kVA e 2,4 kV?
124
a) Calcule a impedância de base, considerando os valores nominais do motor.
b) Calcule a reatância subtransitória do motor em ohms.
c) Calcule a reatância subtransitória do motor em p.u., considerando os valo-
res de base iguais a 100 MVA, 15 KV.
125
REFERÊNCIAS
ALEKSANDER, C.; SADIKU, M. O. Fundamentos de circuitos elétricos. Porto
Alegre: Bookman, 2013.
FITZGERALD, A.; KINGSLEY, JR. C. Máquinas elétricas. 7. ed. São Paulo: Artmed, 2014.
KOIMÃS. Qual a diferença entre os tipos de ímãs? 2021. Disponível em: https://
bit.ly/3vyDelD. Acesso em: 11 jan. 2021.
USP. Magnetita. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3gxEUHX. Acesso em: 11 jan. 2021.
126
UNIDADE 3 —
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
127
128
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 1 – INDUTORES
DICAS
130
TÓPICO 1 — BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
A figura a seguir mostrará uma tensão que aparece nos terminais de uma
bobina com N espiras, com um fluxo variável no tempo e comum a todas as espiras.
(40)
(41)
(42)
(43)
(44)
132
TÓPICO 1 — BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
(45)
(46)
As correntes nos dois condutores são enlaçadas pelo fluxo através da su-
perfície φ = constante. Para um comprimento ℓ, temos que:
(47)
(48)
(49)
(50)
133
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
(51)
Solução:
(52)
(53)
(54)
(55)
(56)
(57)
134
TÓPICO 1 — BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Solução: (a)
(b)
NTE
INTERESSA
135
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Solução:
(58)
(b) Calcule a fórmula aproximada da Equação (59) para um toroide genérico que
supõe H uniforme em um raio médio:
Solução:
(59)
136
TÓPICO 1 — BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Solução:
(61)
137
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Solução:
(62)
138
TÓPICO 1 — BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Solução:
(63)
(64)
139
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Solução:
(65)
140
TÓPICO 1 — BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
(66)
(67)
(68)
141
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
(69)
142
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
143
AUTOATIVIDADE
9 A Figura 4 mostra um toroide de núcleo de ar com 700 espiras, com raio in-
terno de 1 cm, raio externo de 2 cm e altura 1,5 cm. Com base nisso, calcule:
144
10 Calcule a indutância por unidade de comprimento de um condutor coaxial
com raio interno a = 2 mm e um condutor externo b = 9 mm. Suponha que
a permeabilidade relativa é igual à unidade.
145
146
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
CIRCUITOS MAGNETICAMENTE
ACOPLADOS
1 INTRODUÇÃO
2 INDUTÂNCIA MÚTUA
Quando dois indutores ou bobinas estão próximos, o fluxo magnético
causado pela corrente de uma bobina atravessa a outra bobina, consequentemente,
induzindo uma tensão nessa última bobina. Isso é conhecido como indutância
mútua. A figura a seguir mostrará esse fenômeno.
147
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
(70)
(71)
Ou
(72)
(73)
148
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNETICAMENTE ACOPLADOS
ϕ1 = ϕ11 + ϕ12
149
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
ϕ2 = ϕ21 + ϕ22
Todo o fluxo ϕ2 corta a bobina 2, então, a tensão induzida na bobina 2 é dada por:
150
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNETICAMENTE ACOPLADOS
Sendo:
M12 = M21 = M.
NOTA
Solução:
151
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Ou
jI1 - j3I2 = 12
152
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNETICAMENTE ACOPLADOS
V1 = -j2I2
Ou
153
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Ou
0 = -j8I1 + (5 + j18)I2
Os determinantes são:
154
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNETICAMENTE ACOPLADOS
155
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Essa equação foi deduzida, tomando, como base, a hipótese de que am-
bas as correntes nas bobinas entram pelos terminais marcados com pontos. Se
uma corrente entrar por um terminal marcado com um ponto, enquanto a outra
corrente deixar o outro terminal marcado com um ponto, a tensão mútua será
negativa, de modo que a energia mútua MI1I2 também será negativa. Nesse caso:
156
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNETICAMENTE ACOPLADOS
Ou
Logo, a indutância mútua não pode ser maior do que a média geométrica das
autoindutâncias das bobinas. O grau com que a indutância mútua M se aproxima
do limite superior é especificado pelo coeficiente de acoplamento k, dado por:
Ou
157
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
158
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNETICAMENTE ACOPLADOS
Para a malha 2:
159
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Ou
FONTE: A autora
160
TÓPICO 2 — CIRCUITOS MAGNETICAMENTE ACOPLADOS
Já na forma polar:
E
IMPORTANT
DICAS
161
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Se esse campo for acoplado a um circuito elétrico e variar com o tempo (enlace
de fluxo), a lei de Faraday estabelece que será gerada uma tensão no circuito.
• Embora esse fenômeno ocorra, em grande parte, nos circuitos, como nos
transformadores, o efeito é amplificado nas bobinas.
162
AUTOATIVIDADE
163
CIRCUITO MAGNETICAMENTE ACOPLADO PARA A AUTOATIVIDADE Nº 4
5 Encontre V1( jω) e V2( jω) em termos de I1( jω) e I2( jω) para os circuitos da
figura a seguir:
a) ( ) Ideal.
b) ( ) Autotransformador.
c) ( ) Linear.
d) ( ) Trifásico.
164
9 O transformador é utilizado para aumentar ou diminuir:
a) ( ) Tensões cc.
b) ( ) Tensões ca.
c) ( ) Tensões cc e ca.
d) ( ) Nenhuma das alternativas anteriores.
a) IL/Vs;
b) V1/Vs:
165
CIRCUITO MAGNETICAMENTE ACOPLADO PARA A AUTOATIVIDADE Nº 13
166
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
TRANSDUTORES, ATUADORES
ELETROMAGNÉTICOS E ELETROÍMÃS
1 INTRODUÇÃO
2 ATUADORES E TRANSDUTORES
Os atuadores eletromagnéticos são compostos por uma bobina enrolada
em um núcleo de material ferromagnético. Esse núcleo pode ser composto por
várias lâminas, reduzindo as perdas por correntes parasitas ou correntes de
Foucault ou, ainda, correntes eddy. Convertem energia elétrica, hidráulica ou
pneumática em energia mecânica. Através dos sistemas de transmissão, a energia
mecânica gerada pelos atuadores é enviada aos links do manipulador para que se
movimentem. Eles podem ser divididos em: atuadores hidráulicos e pneumáticos
(cilindros ou motores) e atuadores eletromagnéticos (motores).
DICAS
167
UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
DICAS
3 ELETROÍMÃS
Eletroímãs são dispositivos formados por um núcleo de ferro envolto por um
solenoide (bobina). Quando uma corrente elétrica passa pelas espiras da bobina, cria-
-se um campo magnético, que faz com que os ímãs elementares do núcleo de ferro se
orientem, ficando imantados e, consequentemente, com a propriedade de atrair ou-
tros materiais ferromagnéticos. O intenso campo magnético do eletroímã faz dele um
dispositivo muito usado em motores, campainhas, telefones, indústrias de constru-
ção naval, guindaste eletromagnético, MagLev, freio eletromagnético, motores, sole-
noides, cabeçotes de leitura/gravação para discos rígidos e toca-fitas, alto-falantes etc.
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TÓPICO 3 — TRANSDUTORES, ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS E ELETROÍMÃS
DICAS
DICAS
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UNIDADE 3 — ANÁLISE DE BOBINAS (INDUTORES), TRANSDUTORES E ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS, ELETROÍMÃS
Note que a força é exercida sobre a peça inferior e não sobre a peça
superior na qual está enrolada a bobina percorrida pela corrente que dá origem
ao campo. A figura 101 mostrará um eletroímã, a partir da qual você, aluno,
poderá imaginar como essas peças são. Esse eletroímã tem formato de U. A força
de atração, através de um único entreferro, pode ser obtida por:
Essa equação pode ser usada para calcular as forças em muitos tipos dos
dispositivos eletromagnéticos.
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ou
Daí:
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DICAS
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TÓPICO 3 — TRANSDUTORES, ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS E ELETROÍMÃS
LEITURA COMPLEMENTAR
Franciele Weschenfelder
Philippe Pauletti
Sérgio Deitos Bittencourt
Leandro Pelegrini
Diogo Kaoru Ito
Lirio Schaeffer
INTRODUÇÃO
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TÓPICO 3 — TRANSDUTORES, ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS E ELETROÍMÃS
licas e células fotovoltaicas), nos carros híbridos elétricos, nos ímãs permanentes
de alto rendimento e na comunicação à distância. É necessário que sejam também
destacadas ações na sua cadeia produtiva para que o Brasil continue exercendo
controle em todas as fases dessa indústria tão importante. A Figura 2 mostra um
esquema do desenvolvimento de competências em toda a cadeia produtiva.
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TÓPICO 3 — TRANSDUTORES, ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS E ELETROÍMÃS
Figura 4. Aplicação dos ímãs permanentes: a) geradores eólicos, b) mancais magnéticos para
compressores e c) aparelhos de ressonância magnética.
4 TIPOS DE ÍMÃS
4.1 AlNiCo: Este ímã permanente (Figura 5) apresenta uma alta densida-
de de fluxo magnético remanente, coeficientes baixos de temperatura (0,02%/C
para Br) e uma temperatura de serviço de até 520 °C. Mas, em geral, pode se con-
siderar que sua força coercitiva é baixa, e sua curva de desmagnetização é não li-
near. Como consequência, é fácil de magnetizar, mas também de desmagnetizar.
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TÓPICO 3 — TRANSDUTORES, ATUADORES ELETROMAGNÉTICOS E ELETROÍMÃS
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RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
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AUTOATIVIDADE
2 Nos últimos anos, uma das maiores preocupações na indústria tem sido
o aumento da eficiência de seus equipamentos. Em termos de máquinas
rotativas, a eficiência está diretamente relacionada com a sua velocidade
de operação. Um dos métodos existentes para o aumento da velocidade de
operação consiste na redução do peso, resultando rotores mais flexíveis.
Com base no exposto, o que são atuadores eletromagnéticos?
5 Uma seção de um eletroímã com uma placa sobre ele, suportando uma car-
ga, será mostrada na figura. O eletroímã tem uma área de contato de 200
cm2 por polo, com o polo do meio tendo um enrolamento de 100 espiras e
I = 3 A. Calcule a máxima massa que pode ser levantada. Suponha que as
relutâncias do eletroímã e da placa sejam desprezíveis.
ELETROÍMÃ
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6 Determine a força através do entreferro de ar do circuito magnético do cir-
cuito da figura, sendo B = 1,5 [Wb/m2], µ = 50µ0, e todos os trechos do núcleo
têm a mesma área de seção reta de 10 cm3.
CIRCUITO MAGNÉTICO
SISTEMA ELETROMECÂNICO
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ELETROÍMÃ COM PÊNDULO
ELETROMAGNETO EM FORMATO DE U
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ESTRUTURA FERROMAGNÉTICA
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REFERÊNCIAS
ALEKSANDER, C.; SADIKU, M. O. Fundamentos de circuitos elétricos. Porto
Alegre: Bookman, 2013.
HAYT JR., W. H.; BUCK, J. A. Eletromagnetismo. 8. ed. São Paulo: AMGH, 2012.
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WESCHENFELDER, F.; PAULETTI, P.; BITTENCOURT, S.; PELEGRINI, L.;
KAORU ITO, D.; SCHAEFFER, L. Situação atual e perspectivas da produção
de ímãs permanentes e reservas de terras raras: Brasil × mundo. Tecnol. Metal.
Mater. Miner., São Paulo, v. 9, n. 4, p. 309-315, 2012. Disponível em: https://bit.
ly/3zsZ4u5. Acesso em: 6 maio 2021.
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