Inclusão Escolar: Conquistas e Desafios: (School Inclusion: Achievements and Challenges)
Inclusão Escolar: Conquistas e Desafios: (School Inclusion: Achievements and Challenges)
Inclusão Escolar: Conquistas e Desafios: (School Inclusion: Achievements and Challenges)
Abstract. School inclusion has brought new paradigms for the mainstream schools.
One must welcome these disabled individuals, offering them conditions for learning,
contribute positively in the development of their potentials and capabilities. In this
context, this study's purpose is to discuss on the topic included, as well as showing
its historical context, the legislation that protect these individuals and what the
teacher training and regular education teacher if it is prepared to receive these
students. The developed research is bibliographic and concerns the difference, show
that this process of inclusion is something that has been going on however it will
take a while to be realized, since the laws and the curriculum that protect them are
not yet implemented in order appropriate.
Keywords. School inclusion; Regular education; Teacher.
Introdução
O presente artigo pretende mostrar, a importância de se discutir sobre os desafios
encontrados quando se trata da inclusão, não somente ao que se refere a um ambiente escolar,
mas também a uma vida em sociedade, principalmente o meio o qual estão inseridos essas
pessoas deficientes.
Sabe-se que todo ambiente escolar possibilita a aprendizagem e que ao se inserir na
escola o aluno amplia sua visão de mundo, as vivências e as experiências, passando a ter mais
possibilidades de conhecimento. De acordo com Brasil (1996), por este motivo a escola acaba
por contribuir positivamente na vida do ser humano, e é responsável por atender todo e
qualquer tipo de diversidade, proporcionando então, o que se espera em relação à educação de
qualidade para todos. Porém, atualmente a escola se depara com um grande desafio que é a
inclusão de alunos deficientes.
Este artigo se baseia na prática pedagógica frente a este desafio de inclusão,
especificamente quando esse processo se dá no ensino regular. É importante que a criança
aprenda a conviver com a diferença, e aprenda aceitar o diferente, bem como entender que
tanto a escola como a sociedade tem por obrigação acolher esses alunos, bem como
proporcionar educação de qualidade, visando não somente a vida escolar, mas tambéma
inserção deles na sociedade e no mercado de trabalho.
Por meio da inclusão a criança passa a desenvolver todas as suas capacidades, bem
como um processo de socialização, começa a se preparar para enfrentar novos desafios, fazer
do mundo um lugar melhor, onde não haja discriminação pelas diferenças.
Segundo Mantoan (2003), a inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças. A
escola deve ser um espaço, no qual se atenda a todas as diversidades, uma vez que as pessoas
são diferentes entre si e cada uma apresenta sua individualidade e singularidade, ao longo da
vida escolar essas diferenças serão evidenciadas, uma vez que uma sobressairá sobre a outra
em determinada área, e assim sucessivamente. Por isso, todas as diferenças devem ser
respeitadas, e devem ser levadas em consideração no processo ensino-aprendizagem, bem
como no contexto de convívio social.
Para que se efetive a inclusão é preciso superar muitos desafios, é preciso que haja
uma reestrutução do currículo escolar, uma capacitação dos professores, para que esses
saibam lidar de forma adequada com esses indivíduos, passando a contribuir de forma
positiva e significativa em seu processo ensino-aprendizagem.
O presente trabalho tem por objetivo discutir a respeito do tema bem como mostrar
como se deu esse processo de inclusão, em qual contexto histórico surgiu, quais as leis que
protegem esses indivíduos, para poder melhor discernir quais são os direitos e os deveres das
instituições e da sociedade. Mostrar que o processo de inclusão não deve somente acontecer
em um ambiente escolar, mas sim na vida em sociedade, dando direitos também à inserção em
um mercado de trabalho, tornando-os cidadãos capazes.
O texto desenvolvido se deu por meio de uma pesquisa bibliográfica, no qual foram
utilizados autores, livros, e sites científicos, buscando fundamentar a temática do trabalho. Ele
será desenvolvido em três partes, referencial teórico, considerações finais e referencias. O
primeiro item irá tratar sobre a história da educação especial, bem como os percursos
percorridos até os dias atuas. No segundo item será tratado sobre as leis as quais protegem os
indivíduos deficientes, por fim no terceiro e último item do referencial teórico irá descrever
sobre a importância dos professores para atender esses alunos deficientes, e qual é realidade
desse profissional nos dias atuais. O trabalho será finalizado com as considerações finais
sobre o trabalho e referências utilizadas para elaboração o texto.
Pessoti (1984) relata que a inclusão ainda hoje é um tema muito polêmico, pois
mesmo com a necessidade da inclusão e com a universalização do ensino o deficienteainda é
diferente.
Antigamente a rejeição era registrada no código de Hamurabi, Aristóteles e Herófilo
registraram alguns temas relacionados à deficiência mental, esses foram primeiros registros
sobre o tema.O autor ainda explica que naquele momento histórico não se encontra muitas
literaturas sobre o assunto, porém pode se afirmar que em Esparta, por exemplo, crianças
deficientes eram consideradas subumanas e abandonadas, a sociedade não aceitava interagir
nem se socializar com os deficientes.
Nessa época, pessoas com deficiência eram consideradas fora dos padrões e muitos
termos foram utilizados até os dias atuais para denominá-las. Os termos que se referiam as
pessoas deficientes foram muitos, desde retardados, pessoa excepcional, pessoas com
necessidades educacionais especiais, pessoal especial, tudo na tentativa de mascarar a
deficiência.
As diferentes formas de nomear podem apenas representar o esconderijo de
velhas arapucas a maquiar valores sociais contraditórios e a encobrir as
tensões geradoras de novas formas veladas de exclusão (PAN, 2008, p. 28).
Mendes (1995) traz que na idade média de acordo com a visão da igreja católica, pais
que tinhamfilhos deficientes eram merecedores por algum motivo de um castigo, por isso que
seus filhos nasciam deficientes. Naquela época essas pessoas deveriam viver isoladas da
sociedade, pois era consequência da sua própria incapacidade, sendo assim considerada
incapaz por toda sua vida, muitas vezes sofriam abandonos e ficavam a mercê de caridade.
O Autor ainda afirma que na idade média, indivíduos deficientes eram isolados e
ficavam escondidos atrás dos muros das instituições. Porém, nessas instituições os deficientes
não eram bem tratados, uma vez que dependiam da caridade, e por muitas vezes eram até
castigados.
Entretanto, com as mudanças do tempo e com a chegada do Renascimento a
concepção do homem mudou. Neste momento os valores e a cultura se voltavam ao homem,
assim, começa a se falar em direto e deveres do deficiente.
O renascimento surgiu no século XV, mas teve seu destaque no século XVI e os
valores eram bem diferentes dos valores da idade média. E foi na era renascentista que surge
autores que se interessam pelos deficientes, Jimenez (1994) define alguns:
Bauer (1443 - 1485), que referencia seus estudos a surdo-mudo, em sua obra a “De
Invention Dialéctica” devido ao fato da comunicação ser através da escrita.
Frade Pedro Ponce de León (1509-1584), também baseou suas obras em crianças
surdas, ele é considerado o pioneiro do ensino para surdos através da criação do
método oral, ele escreveu o livro “Doctrina para los surdos”.
Charles Michel de I`Epée (1712-1789) cria a primeira escola pública para surdos.
Valentin Hauy (1746-1822) criou em Paris um instituto para as crianças cegas, criou o
sistema braile.
Nesta época também, além de publicação de obras, de criação de escolas, para alunos
deficientes, destacam-se muitas personalidades deficientes como Camões (cego), Johannes
Kepleer (cego), Beethoven (surdo), todos esses sendo deficientes físicos (CARMO, 1991).
Ferreira e Guimarães (2003) afirmam que foi na Idade Moderna o homem passa ser
entendido como animal racional e trabalha para atingir a igualdade. Valorizam a observação e
passam a querer descobrir as leis da natureza deixando um pouco de lado as leis divinas.
Porém, as grandes tendências marcaram somente o início do século XX, neste
momento entra em contexto uma direção pedagógica, com atendimento educacional para
crianças com deficiência, apesar de a medicina falar muito forte a pedagogia passa a ganhar
espaço em questões significativas.
O surgimento de instituições leva a aceitar certa responsabilização na
educação de crianças com deficiência, ao mesmo tempo, imbuída por
Umaambiguidade profunda com respeito ao fenômeno das diferenças
individuais que implicam limitações e deficiência (CORREIA, 1997, p.69).
Isso acontecia pelo fato dessas pessoas não poderem levar uma vida normal, por nem
serem capazes e nem saberem dos diretos e suas responsabilidades enquanto cidadãos, ficando
então excluídos de uma vida em sociedade.
O número de instituições aumentou na maioria dos países, na razão direta da
deterioração da qualidade do trabalho por dois tipos de fatores: a passagem
de uma educação em pequenas instituições para grandes e funestas de
depósitos de crianças e a crise econômica e inflação que se fez sentir nessa
época (PEREIRA, 1993, p.70).
processo de inclusão e não de segregação o que diz que essas pessoas têm o direito de se
inserir em contexto social e escolar sem sofrerem preconceito ou rejeição.
No Brasil foi partir da década de 1950 que começa a se falar em inclusão, e em
educação especial. Bueno (1993) afirma que, no Brasil esse processo de inclusão se deu
através da criação do Imperial Instituto dos Meninos Cegos e o Institutodos Surdos-Mudos
ambos criados no Rio de Janeiro.
Com a abertura desses institutos os deficientes conquistaram melhores atendimentos e
abriu espaço também para conscientização sobre a melhoria na educação para acolhimento
desses indivíduos.
Foi somente após a proclamação da república, que a educação especial passou a se
expandir no Brasil, porém, ainda de forma lenta. Neste momento, todas as escolas brasileiras
passam por mudança.
Neste período, a rede pública escolar se preocupará com a deficiência metal,
em decorrência da influência por parte da psicologia que passou a influenciar
nos processos de ensino. Este fato pode ser verificado, em São Paulo, com a
criação do Laboratório de Pedagogia Experimental, na Escola Normal de
São Paulo em 1913 (PESSOTTI, 1975, p.7).
Foi no início do século XX que a educação especial passa por algumas mudanças e
reformulações, pois neste contexto criasse um processo de exclusão para com esses
indivíduos, novos paradigmas e novas formas para atender os deficientes. Já na década de
1970, criam-se as classes especiais na tentativa de incluir o deficiente no contexto escolar, no
qual o estado passa a reconhecer a educação como algo importante passa a atuar com
responsabilidade, surgem novos programas de inclusão dentre eles inserção profissionais
especializados para atender então as crianças deficientes.
A partir da década de 80 surgem, em nosso país, principalmente no Rio
Grande do Sul, os estudos e aplicações da estimulação precoce, em crianças
de zero a três anos de idade que apresentam alguma alteração global em seu
desenvolvimento, tanto na área hospitalar e médica, como nas escolas
especiais e, posteriormente, nas creches e escolas infantis. A partir desta
nova abordagem dinâmica no tratamento de bebês com deficiência mental,
inicia-se a intervir mais precocemente nas desordens neuromotoras,
cognitivas e afetivas desses sujeitos, modificando o prognóstico de
aprendizagem dos mesmos (CARDOSO apud MOSQUERA; STOBAUS,
2004, p. 19).
De acordo com Nunes e Ferreira (1994), nesse período houve uma grande
conscientização pela população sobre o movimento de inserção do deficiente e em 1981
aconteceu o “Ano Internacional das Pessoas Deficientes”.
Como consequência deste fato, constatou uma evolução nos dados fornecidos pelo
Ministério da Educação sobre o atendimento especializado (BRASIL, 1991).
3 A formação de professores
Para Morin (2004, p. 11) “uma educação só pode ser viável se for uma educação
integral do ser humano. Uma educação que se dirige à totalidade aberta do ser humano e não
apenas a um de seus componentes”.
De acordo com o autor é considerada uma educação de qualidade aquela em que se
consegue desenvolver todas as capacidades do aluno, onde ele possa se desenvolver
integralmente, em todos os aspectos, tornando-se também cidadão de bem ativo dentro da
sociedade a qual faz parte e também capaz de se inserir em um mercado de trabalho.
“A educação deve contribuir, não somente para a tomada de consciência de nossa
Terra Pátria, mas também permitir que esta consciência se traduza em vontade de realizar a
cidadania terrena. (MORIN, 2004, p. 18)”.
Quando se pensa em inclusão automaticamente, precisa se pensar na formação do
professor, uma vez que este deve estar preparado para trabalhar com este aluno com
deficiência.
A preparação dos professores constitui questão primordial de todas as
reformas pedagógicas em perspectiva, pois, enquanto não for à mesma
resolvida de forma satisfatória, será totalmente inútil organizar belos
programas ou construir belas teorias a respeito do que deveria ser realizado
(PIAGET, 1984, p. 62).
De acordo com autor o problema está relacionado também a não formação dos
profissionais uma vez que estes não estão capacitados para trabalhar com o aluno deficiente,
muito menos inseri-lo em um contexto de sala de aula, onde os mesmo tem o direto da
educação de qualidade sem sofrer qualquer tipo de discriminação.
Porem, para que isso aconteça o profissional precisa estar preparado para receber este
aluno, cabe ao sistema também realizar mais formações e preparar o profissional, basta
somente ter as leis que protegem inserir a criança deficiente no ensino regular se não tem
profissional preparado nem adequado para isso, à desvalorização dos professores, é outro
problema relacionado está vinculada a formação e capacitação desses profissionais, além da
formação na própria universidade.
Na formação de professores de educação especial, essa ambiguidade
manifesta-se, por exemplo, na forma como as políticas públicas consideram
essa questão. Também fica evidente, na construção do saber e, do saber
fazer, desses futuros docentes, pois os currículos de sua formação inicial
privilegiam, predominantemente, a especificidade do trabalho com
determinados alunos “especiais” por que apresentam incapacidades físicas,
e/ou mentais, e/ou sensoriais, e/ou adaptativas”. Tal como constata (BUENO
apud NUNES, 1998, p. 70).
Entende-se por fim que o profissional ainda se encontra despreparado e que o mesmo
tem o direito de ser capacitado, uma vez que a culpa é sempre do professor que é desmotivado
ou até mesmo desinteressado, mas a realidade é que não recebem formações nem incentivos
para que as faça, o que gerando um não ensino de qualidade e uma não preparação desses
alunos.
Enfatiza-se assim a afirmação que o profissional da educação deve estar em constante
formação, sendo ele capacitado sempre para poder atender não somente esses alunos
deficientes, mas também os demais alunos que como estes têm o direito de um profissional
qualificado e capacitado, tendo como resultado uma educação de qualidade para todos não
havendo nenhum tipo de discriminação.
4 Considerações Finais
O processo de inclusão escolar ainda hoje não se concretizou, existem sim leis que
protegem esses indivíduos, eles estão inseridos em um contexto de ensino regular, porém a
realidade é diferente, pois não se efetiva de fato a aprendizagem e o desenvolvimento de suas
capacidades. É preciso que se aprimorem as necessidades tanto relacionados à prática de
ensino como ao próprio sistema educacional.
É importante pensar que todos são responsáveis por esse processo de inclusão e não
somente as instituições escolares, mesmo sabendo que essas são as mais responsáveis e ainda
precisam estar melhores preparadas para atender o individuo deficiente. Porém a sociedade
tem também por obrigaçãopromover mais essas questões, as quais estão relacionadas ao
ensino de qualidade e a inserção dos deficientes na sociedade e no mercado de trabalho é
preciso que defendam essa causa e lutem pela dignidade humana e que essas pessoas
deficientes tenham espaço não somente nas escolas, mas também em todos os segmentos
social.
Enfatiza-se, que todos são os responsáveis pela inclusão, tanto a sociedade como a
escola, pois todos os cidadãos participam de uma sociedade organizada, onde há leis que
devem ser seguidas. Para isso, é preciso valer os direitos do deficiente, que esses indivíduos
sejam aceitos em todos os segmentos de forma que suas dificuldades sejam respeitadas.
Por outro lado, a escola precisa melhor elaborar seu projeto político pedagógico para
que se possamacolher adequadamente esses alunos deficientes. Os professores devem se
preparar para enfrentar esses desafios que serão trazidos para dentro do ambiente escolar.
Pode-se constatar que as dificuldades ainda são muitas, que este problema se refere ao
um problema estrutural educacional de todo país, que o processo de inclusão gera novas
situações, as quais englobam muitos desafios e muitas dificuldades, e este contexto só vem
reafirmar que o sistema precisa de mudanças, as quais visem à melhora na educação de uma
forma geral, tanto as que dizem respeito à qualidade de ensino como no que se refere ao
processo ensino-aprendizagem de alunos com deficiência.
Conclui-se que neste processo de inclusão as mudanças nas leis foram apenas um
primeiro passo, há ainda uma longa jornada. É preciso que leis saiam dos papéis e se tornem
realidade, não somente dentro dos muros das instituições como também fora deles,
contemplando toda a sociedade e que este percurso de lutas traga conquistas de novas
oportunidades de acesso a todas essas pessoas.
5 Referências