2 APOSTILA EBD Escatologia
2 APOSTILA EBD Escatologia
2 APOSTILA EBD Escatologia
I- O Estudo da Escatologia
1. Definição de Escatologia: o termo “escatologia” significa “estudo ou
doutrina das últimas coisas” e começou a ser utilizado no século 19, vindo do
grego “escathos” (último), e “logos” (raciocínio, estudo). Algumas pessoas
acreditam que a escatologia se refere apenas aos acontecimentos futuros,
porém a escatologia é a divisão da Teologia Sistemática que estuda desde as
profecias que já se cumpriram até as que ainda se cumprirão, ou seja,
podemos dizer que a escatologia engloba tudo o que era futuro na época
em que foi profetizado.
2. A volta de Jesus: todo conteúdo classificado como “escatológico” é muito
importante, porém com certeza o assunto principal da escatologia é a volta
de Cristo. É esse evento que faz com que tudo tenha sentido. Sem a volta de
Jesus não é apenas a escatologia que perde o sentido, mas o próprio
cristianismo.
II- Preocupação com o Fim dos Tempos
1. A curiosidade: profecias apocalípticas sempre despertaram a curiosidade
das pessoas em todas as épocas. Existem pelo menos 30 “apocalipses
judaicos” e outros manuscritos que foram escritos entre meados de 200 a.C.
até 300 d.C. Os próprios discípulos de Jesus também tinham curiosidade a
respeito das coisas futuras (Mt 24:3).
2. Falsas previsões: ao longo da história da humanidade não faltou “profecias”
sobre o fim do mundo. Dentro do cristianismo as principais profecias furadas
estão relacionadas ao dia da volta de Cristo. Muitas pessoas utilizando-se de
supostos códigos bíblicos e formulas matemáticas já tentaram descobrir o
dia do evento que apenas o Pai conhece (Mt 24:36).
3. Códigos do Apocalipse: essa “euforia” sobre uma possível codificação
presente no livro de Apocalipse ganhou força no final da década de 1990
com a publicação da obra Apocalypse Code, de Hal Lindsey. Segundo o autor
do livro, Deus o concedeu um “discernimento especial” sobre a interpretação
do Apocalipse, proporcionando a ele a oportunidade de fazer o que nunca
ninguém havia feito: quebrar o código das profecias de João. O próprio Hal
Lindsey anos antes já havia especulado (sem sucesso) o fim do mundo para
meados de 1988. Creio que não precisamos nem comentar tamanho
absurdo. Posso dizer que as maiores “doutrinas estranhas” que invadiram as
igrejas ao longo do tempo, são originadas de situações como essas, onde
alguém recebeu uma revelação particular de Deus que nunca ninguém havia
recebido antes dos tais receptores. Especificamente dentro do livro de
Apocalipse, essas especulações surgem primariamente do método futurista
de interpretação. Hoje, talvez o maior expoente e porta voz da visão
escatológica de Hal Lindsey seja o Dr. Tim LaHaye, autor da famosa série
“Deixados para Trás” (que tem muitas coisas em comum com o livro de Hal
Lindsey The Late, Great Planet Earth publicado na década de 70.
Texto Áureo:
E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos
em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da
tua vinda e do fim do mundo? (Mateus 24:3)
Leitura Bíblica em Classe:
E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos
em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da
tua vinda e do fim do mundo?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;
Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a
muitos.
E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é
mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.
Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes,
e pestes, e terremotos, em vários lugares.
Mas todas estas coisas são o princípio de dores.
(Mateus 24:3-8)
E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.
Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.
E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a
todas as nações, e então virá o fim.
(Mateus 24:11-14)
Introdução
No Sermão Escatológico, Jesus forneceu vários detalhes sobre a Sua volta. Ele
não marcou uma data, mas nos avisou sobre os eventos que antecedem esse
momento tão extraordinário. Esse sermão pode ser encontrado nos três
Evangelhos sinóticos. Embora a leitura bíblica em classe tenha selecionado
apenas alguns versículos, é obrigatória a leitura na integra do capítulo 24 do
Evangelho de Mateus.
Além da leitura em Mateus, aconselho que também seja lido o capítulo 13 do
Evangelho de Marcos, pois além de ambos os textos terem uma estrutura
semelhante, para alguns, o texto de Marcos pode ser compreendido mais
facilmente, devido a organização adotada pelo autor. Muitos estudiosos
defendem a idéia de que o texto de Marcos tenha servido de base para o texto
de Mateus.
1. Falsos cristos: Jesus nos alerta de algo que não é privilégio apenas dos
nossos dias. Sempre houve na história do cristianismo falsos cristos. Porém,
no Sermão de Jesus, percebe-se que nos últimos dias esse aparecimento de
pessoas alegando ser o Cristo, se intensificaria. Eles enganaram muita gente,
mas para nós, salvos em Jesus, foi alertado: não lhes dei crédito (Mt 24:23).
2. Falsos profetas: semelhante aos falsos cristos, também aparecerão falsos
profetas de uma maneira mais acentuada nos últimos dias, embora esse
também já fosse um problema bastante conhecido pela Igreja Primitiva.
Infelizmente esses falsos profetas e falsos mestres se infiltram dentro das
igrejas, fazem grandes sinais e prodígios e enganam multidões. Mas nosso
consolo é que não será possível para eles conseguirem enganar os escolhidos
de Deus, os verdadeiros salvos em Cristo Jesus. É Deus quem nos preserva, e
nossa vida está escondida nEle (Jo 10:28,29).
3. Apostasia: o aparecimento de falsos cristos e falsos profetas está diretamente
ligado a Apostasia. Os termos originais gregos utilizados no Novo Testamento
para descrever a Apostasia (que nem sempre é a própria palavra Apostasia)
trazem a idéia de um abandono de forma consciente da fé, de modo que
ocorre uma rejeição à verdade das Escrituras, e reflete um estado de rebelião
e revolta contra o próprio Deus. Todo falso profeta ou falso mestre é um
apóstata, pois necessariamente ele precisa conhecer a verdade da Palavra de
Deus a ponto de negá-la e, por fim, distorcê-la, originando um falso
evangelho, e semeando doutrinas de demônios entre as pessoas (1Tm 4:1). A
Palavra de Deus também nos adverte que no período chamado de Grande
Tribulação haverá uma Apostasia ainda mais intensa.
4. Perseguições: Jesus também nos alertou que haveria de acontecer grandes
perseguições aos santos. É verdade que sempre houve perseguição na história
da Igreja, principalmente do século I d.C., mas pelo alerta de Jesus, combinado
com a afirmação de que haverá uma tribulação como nunca houve antes,
podemos entender que nos últimos dias essa perseguição seria intensificada.
Nenhuma outra religião na história da humanidade teve tantos mortos quanto
o cristianismo. Existem vários tipos de perseguições e não apenas a
perseguição física. Hoje no mundo existem cristãos sendo perseguidos
moralmente como também existem cristãos sendo perseguidos fisicamente e
levados à morte.
II- Sinais nos Céus da Vinda de Cristo
É importante compreendermos a seqüência cronológica descrita por Jesus em
Seu Sermão Escatológico. Basicamente Ele se refere a três períodos:
Um período inicial que vai desde Sua Primeira Vinda até a destruição de
Jerusalém na década de 70 d.C.;
Um segundo período chamado de Princípio das Dores que abrange desde a
destruição de Jerusalém até o início do terceiro período;
Terceiro período conhecido como Grande Tribulação que culminará na
Segunda Vinda de Cristo e o julgamento do mundo.
Sob esta cronologia (que não é uma marcação de datas), podemos
seguramente afirmar que os eventos já citados (falsos cristos, falsos profetas,
apostasia, perseguições) e os que iremos citar no próximo tópico (guerras e
conflitos e desastres naturais), estão dentro do período de Principio das Dores,
e que conforme o tempo vai passando eles vão se intensificando e ficando cada
vez piores como contrações de parto. Isso seria como uma preparação para o
período de Grande Tribulação que ainda será imaginavelmente pior.
Sobre os “sinais dos céus” em Lucas 17:11, Jesus não nos fornece muitos
detalhes. Alguns estudiosos acreditam que tais sinais estejam relacionados
possivelmente a desastres naturais que ocorrem no período de Principio das
Dores. Outros preferem afirmar que estes sinais se tratam especificamente da
volta de Cristo, o que parece estar de acordo com Mateus 24:30, Marcos 13:24-
26 e Lucas 21:26,27.
Conclusão
O Sermão Escatológico de Jesus deve ser muito importante para todos os
cristãos que almejam a volta de Cristo. Muitas pessoas tentam fazer mapas,
decifrar códigos e criar teorias sobre momentos onde, tudo o que tinha que ser
falado já foi falado, e por ninguém mais ninguém menos que o próprio Jesus.
Ele não estabeleceu datas, mas nos alertou sobre o que haveria de acontecer e
qual deve ser a nossa conduta como Igreja, que no caso é a vigilância. No
Sermão Escatológico, Jesus profetizou coisas que já se cumpriram e com
precisão impressionante, o que nos fortalece em saber que as demais coisas
que ainda faltam se cumprir também serão cumpridas em detalhes, e o mais
importante: Ele voltará!
Mas vós vede; eis que de antemão vos tenho dito tudo. (Marcos 13:23)
Lição 03: Esteja Alerta e Vigilante, Jesus Voltará
Texto Áureo:
Porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à
outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia.
(Lucas 17:24)
Leitura Bíblica em Classe:
Porque, como o relâmpago ilumina desde uma extremidade inferior do céu até à
outra extremidade, assim será também o Filho do homem no seu dia.
Mas primeiro convém que ele padeça muito, e seja reprovado por esta geração.
E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do
homem.
Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé
entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos.
Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam,
compravam, vendiam, plantavam e edificavam;
Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os
consumiu a todos.
Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.
(Lucas 17:24-30)
Introdução
A Bíblia traz várias exortações acerca da vigilância em relação à volta de Cristo.
O próprio Jesus em diversas ocasiões afirmou que o momento de Sua volta será
de grande surpresa para muitos, porém a Igreja deve estar vigilante, pois para
os escolhidos de Deus este será um dia de imensa alegria.
E então, se alguém vos disser: Eis aqui o Cristo; ou: Ei-lo ali; não acrediteis.
(Marcos 13:21)
Jesus também disse que os falsos profetas e mestres seriam muito persuasivos,
tanto que se pudessem enganariam até mesmo os escolhidos. Algumas pessoas
acreditam que tais ensinamentos estranhos de fato podem enganar os
escolhidos de Deus, mas não é isso que a Bíblia nos ensina. Existem sim
advertências para que sejamos prudentes, porém o verdadeiro salvo nunca
poderá ser enganado.
Mas de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não
conhecem a voz dos estranhos. (João 10:5)
Paulo entendeu bem esse conceito e ressalta essa condição à igreja de Corinto:
O qual vos confirmará também até ao fim, para serdes irrepreensíveis no dia de
nosso Senhor Jesus Cristo.
(1 Coríntios 1:8)
Jesus também alerta que nos momentos que antecedem Sua volta as pessoas
viverão tranquilamente suas vidas como se as promessas de Cristo fossem
apenas fábulas. Jesus utilizou alguns exemplos para descrever o momento de
Sua vinda, dentre eles podemos citar dois: será como um relâmpago e como um
ladrão à noite.
Conclusão
Algumas pessoas ainda esperam melhoras para esse mundo, mas segundo o
que a Bíblia nos ensina isso não ocorrerá, ao contrário, o mundo irá piorar cada
vez mais. Quanto a nós, devemos sempre nos atentar ao fato de que a volta de
Cristo é uma promessa real e deve ser o momento mais aguardado pela Igreja.
Jesus, pela Sua Palavra, nos exorta constantemente sobre como deve ser o
comportamento do cristão verdadeiro diante desse evento tão maravilhoso:
Lição 04: O Tribunal de Cristo e os Galardões
Texto Áureo:
Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal. (2 Coríntios
5:10)
Leitura Bíblica em Classe:
Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é
Jesus Cristo.
E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, feno, palha, A obra de cada um se manifestará; na verdade o
dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a
obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse
receberá galardão. Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas o tal
será salvo, todavia como pelo fogo. (1 Coríntios 3:11-15)
Introdução
Como já vimos anteriormente, existem diferentes correntes escatológicas dentro
do cristianismo, sendo elas: Pré-Milenismo Histórico, Pré-Milesnismo
Dispensacionalista, Pós-Milenismo e Amilenismo. Embora todas elas concordem
que Cristo voltará, há profundas diferenças cronológicas dos eventos
escatológicos, principalmente pelo estilo interpretativo das passagens
escatológicas da Bíblia e, sobre tudo, do livro de Apocalipse. Neste texto
veremos resumidamente as principais interpretações sobre o Tribunal de Cristo,
e como se dará o julgamento dos salvos.
Os salvos serão julgados segundo as suas obras, porém isso não implica em
uma salvação por obras, pois nenhum salvo será condenado no juízo de Cristo.
Do juízo para condenação a Igreja estará absolvida, declarada inocente, não
pelas obras que realizou, mas pelos méritos de Cristo. Esse julgamento servirá
para determinar a recompensa (galardão) de cada pessoa.
Escrevendo a Igreja de Corinto, Paulo, faz uma exposição sobre nossa conduta
aqui nesse mundo, diante das oportunidades e recursos que Deus nos dá. No
capítulo 3 da Epístola de 1 Coríntios, o Apóstolo trata dos problemas locais
daquela Igreja, enfatiza a responsabilidade dos que ensinam o Evangelho, e faz
um alerta que envolve todos os cristãos.
Paulo utiliza como exemplo seis materiais, sendo eles: ouro, prata, pedras
preciosas, madeira, feno e palha. Observe que os materiais foram classificados
em ordem decrescente de valor e importância. Não foi por acaso que Paulo
utilizou exatamente esses materiais. Os templos da antiguidade eram edificados
sob pedras preciosas, prata e ouro. Já as casas comuns eram construídas com
madeira e um tipo de tijolo resultante da mistura de barro com palha. Paulo
então faz uma comparação entre as pessoas que buscam construir suas vidas e
ministérios sob o fundamento da revelação de Deus em Jesus Cristo, através de
Sua Palavra, viva, verdadeira e duradoura, e as pessoas que se conformam em
viver em casas comuns de madeira e palha, ou seja, se apoiam em sabedoria
humana, utilizando um material perecível, incapaz de resistir ao julgamento de
fogo de Deus.
O que Paulo está dizendo é que cada pessoa terá de prestar contas do que fez
com a revelação de Deus em Seu Filho. O cristão fiel e aplicado, que serve a
Deus com diligencia e comprometimento, será graciosamente recompensado
por Deus. O cristão que age com negligência será punido, sofrerá dano, terá
suas obras queimadas. Apesar disso, por Sua infinita graça, Deus lhe concede o
dom da salvação. Isso não quer dizer que todos que aparentemente realizam a
obra de Deus serão salvos (Mt 7:21-23). A salvação não é por obras, esforços ou
méritos humanos, é pela graça de Deus, mediante a expiação de Cristo na cruz,
a qual Ele nos concede pela Sua soberana vontade.
Enquanto está nesse mundo, alguém pode ocultar sua obra, escondê-la,
enterra-la. Mas, em breve, virá o dia onde tudo será revelado, e qualquer coisa
que tenha sido feita ou deixada de fazer para Cristo, não passará despercebido.
Eis que venho em breve! A minha recompensa está comigo, e eu retribuirei a cada
um de acordo com o que fez. (Apocalipse 22:12)
Lição 05: As Bodas do Cordeiro
Texto Áureo:
E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das
bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.
(Apocalipse 19:9)
Leitura Bíblica em Classe:
Então Jesus, tomando a palavra, tornou a falar-lhes em parábolas, dizendo:
O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;
E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não
quiseram vir.
Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu
jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às
bodas.
Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu
negócio;
E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.
E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu
aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados
não eram dignos.
Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que
encontrardes.
E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto
maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados.
E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava
trajado com veste de núpcias.
E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas
trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos. (Mateus 22:1-14)
Introdução
O capítulo 19 do livro de Apocalipse nos traz a referência mais direta e
detalhada sobre um momento de grande regozijo: As Bodas do Cordeiro. Esse é
o momento glorioso do encontro do Noivo (Cristo), com Sua Noiva (Igreja). Não
é só o livro de Apocalipse que faz referência a esse momento, ao contrário, a
Bíblia inteira aponta para esse momento, como o clímax do plano de Deus.
Também nos Evangelhos, encontramos diversas parábolas de Jesus que
refletem ensinamentos sobre esse grande dia.
I- As Bodas do Cordeiro
Dependendo da posição escatológica utilizada, As Bodas do Cordeiro pode
assumir características peculiares a tal posicionamento, isso devido as diferentes
correntes escatológicas, e o fato de existir mais de um método de interpretação
do livro de Apocalipse entre os cristãos.
Vejamos resumidamente as duas principais interpretações acerca das Bodas do
Cordeiro:
1. Posição Pré-Milenista Pré-Tribulacionista (ou Pré-Milenismo
Dispensacionalista Clássico): atualmente essa é a interpretação
predominante entre os evangélicos no mundo. No Pré-Milenismo Pré-
Tribulacionista, as Bodas do Cordeiro ocorrerão após o Arrebatamento
Secreto da Igreja antes do período da grande tribulação, e durará sete anos,
culminando na segunda etapa da volta de Cristo.
2. Posição Pós-Tribulacionista: basicamente essa interpretação não separa a
segunda vinda de Cristo em duas fases. Portanto, no Pós-Tribulacionismo as
Bodas do Cordeiro ocorrerão na segunda vinda de Cristo, que se dará em um
único evento, logo após o período de grande tribulação, o qual Cristo
destruirá o Anticristo. Nessa posição, as Bodas do Cordeiro não durarão
apenas sete anos, mas se estenderão por toda a eternidade.
II- A Rejeição ao Convite do Cordeiro
O povo de Israel (falando agora do Israel étnico) cometeu vários deslizes ao
longo de sua história, porém, o mais grave de todos foi a rejeição ao Messias.
Durante Seu ministério, Jesus, diversas vezes fez referências a esta rejeição:
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. (João 1:11)
Diversas parábolas também expressão essa condição da rejeição do povo de
Israel. Uma delas, e que pode ser bem aplicada no nosso texto, é a Parábola das
Bodas do Filho do Rei (Mt 22:1-14). Essa parábola evidencia a paciência de
Deus, simbolizado pelo Rei, diante da rejeição ao Seu convite. Podemos notar
que a ira dEle não é derramada imediatamente diante da recusa dos
convidados, mas Ele é longânimo, até que, finalmente, Ele executa o Seu juízo.
Ai já será tarde demais. Além do povo de Israel, essa parábola também
demonstra a condição de todos os homens diante do anuncio da Salvação.
Jesus termina a parábola com a expressão: “Muitos serão chamados, mas
poucos escolhidos” (vers. 14). O chamado ao Evangelho alcança a muitos,
porém para a maioria dos homens, esse chamado é ignorado.
III- A Noiva do Cordeiro
Algo que é muito útil para entendermos as referências bíblicas sobre as Bodas
do Cordeiro, é conhecermos os costumes judaicos da época acerca do
casamento. Podemos dividir o casamento judaico em quatro etapas:
Conclusão
Esse momento deve ser o mais esperado por cada cristão verdadeiro. Diferente
das festas humanas, essa não corre o risco de ser cancelada, pois em Cristo, a
noiva foi escolhida desde a eternidade. O Antigo Testamento aponta claramente
para esse momento glorioso. O dote foi pago no Calvário, e o contrato foi
consumado. Somos oficialmente a noiva do Cordeiro, e em breve Ele voltará, e
viveremos para sempre com Ele.
Texto Áureo:
Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder
e grande glória. (Mateus 24:30)
Leitura Bíblica em Classe:
E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua
luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.
Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se
lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder
e grande glória. (Mateus 24:29,30)
E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra
àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército.
E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com
que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes
dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. (Apocalipse
19:19,20)
E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na
sua mão.
Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o
por mil anos.
E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais
engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto
por um pouco de tempo. (Apocalipse 20:1-3)
Introdução
A vinda de Jesus em glória e poder é o clímax de toda a história presente. Sem
dúvida é o momento mais aguardado pela Igreja do Senhor. Como quase tudo
dentro da escatologia bíblica, a vinda de Jesus também é tema de intensos
debates. Nem sempre foi assim, pois antes do século 19 havia “certa”
concordância entre os cristãos sobre como se daria esse evento e, as discussões
que ocorriam, estavam geralmente relacionadas ao que aconteceria após esse
momento. Porém, foi no século 19, quando a visão Pré-Tribulacionista da volta
de Cristo começou a ser massivamente ensinada de forma oficial, e adotada por
várias denominações, que essa discussão ganhou seu ápice de controvérsia.
Neste texto abordaremos essas diferentes interpretações, além de analisarmos
algumas características sobre esse evento tão glorioso.
Texto Áureo:
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as
almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de
Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal
em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil
anos. (Apocalipse 20:4)
Leitura Bíblica em Classe:
E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na
sua mão.
Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o
por mil anos.
E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais
engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto
por um pouco de tempo.
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as
almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de
Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal
em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil
anos.
Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a
primeira ressurreição.
Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre
estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo,
e reinarão com ele mil anos. (Apocalipse 20:1-6)
Introdução
Alguns estudiosos definem o Milênio como um período de tempo em que
muitos intérpretes bíblicos ficarão discutindo sobre que é o Milênio. Claro que
isso é uma brincadeira, mas serve para termos uma ideia sobre o tamanho da
controvérsia que existe sobre o assunto. Teólogos de peso ao longo da história
do cristianismo se posicionaram de maneira oposta uns aos outros sobre qual
seria a melhor interpretação em relação ao Milênio. Nessa lição veremos os
conceitos fundamentais de cada uma das diferentes interpretações sobre esse
tema.
I- O Reino Milenial
Basicamente existem quatro correntes escatológicas sobre o assunto: Pré-
Milenismo Histórico, Pré-Milenismo Dispensacionalista, Amilenismo e Pós-
Milenismo.
Em um Milênio futuro e literal, a terra será restaurada (Rm 8:20-23). Não se trata
do novo céu e nova terra, mas uma terra restaurada provisoriamente. Essa terra
será governada pelo próprio Jesus, e Jerusalém será a capital do mundo (Is 2:1-
3; 60:3), onde Cristo se assentará sob o trono de Davi e regerá todas as nações
(Zc 14:9). A Igreja reinará com Cristo, de modo que todos os salvos serão reis e
sacerdotes, reinando com poder e autoridade (Ap 2:26; 20:6). Nesse reino
Milenial, participarão todos os salvos, o remanescente dos israelitas e os que
escaparem da Grande Tribulação (desde que não tenham ficado de lado
opostos ao povo de Israel). Haverá um grande avivamento espiritual como
nunca houve, já que o próprio Cristo estará literalmente na terra. A natureza
será transformada, de modo que os efeitos do pecado serão temporariamente
removidos, além de que todos os habitantes serão prósperos e
maravilhosamente saudáveis. Nesse período Satanás estará literalmente
“acorrentado”, e, ao final dos mil anos, ele novamente será solto para enganar e
corromper as nações.
Em um Milênio espiritual, a prisão de Satanás ocorreu na Primeira Vinda de
Cristo (Mt 12:29; Lc 10:17,18; Jo 12:31,32; Cl 2:15; Hb 2:14; 1Jo 3:8; Ap 12:5-17),
ou seja, essa prisão está diretamente ligada à obra redentora de Cristo na cruz.
Nessa interpretação o aprisionamento de Satanás significa uma restrição de seu
modo de agir em relação ao período anterior ao ministério de Cristo, onde ele
segava todas as nações, de modo que no Antigo Testamento é possível notar
que apenas Israel (salvo raríssimas exceções) tinha o conhecimento do
verdadeiro Deus, isto é, a maior parte do mundo era predominantemente pagã.
Agora com esse aprisionamento, Satanás não pode impedir que o Evangelho
seja pregado por todo mundo, e muito menos destruir a Igreja de Cristo. A
história do Cristianismo deixa esse princípio bem claro, quando nitidamente
vemos a Igreja triunfando sobre todos os problemas e perseguições que
surgiram ao longo do tempo. Assim, os mil anos é simbólico, e significa um
longo período de tempo completo. Cristo recebeu do Pai o reino, e o Milênio é
o período descrito pelo Apóstolo Paulo em 1 Coríntio 15:23-25, onde Cristo
reina até colocar todos os Seus inimigos debaixo dos seus pés. Nessa
interpretação, enquanto a Igreja avança e prega o Evangelho na terra, as almas
dos salvos que já morreram reinam com Cristo no céu, aguardando o momento
tão esperado da Segunda Vinda e o Juízo Final.
Conclusão
O debate sobre o Milênio é um dos mais intensos dentro da Teologia, e está
longe de ser resolvido. Reconheço que todas as posições apresentam
problemas, porém algumas mais do que outras. Embora seja um tema
importante, não o considero como um ponto primário na fé cristã, assim, cada
cristão deve analisar todas as interpretações possíveis e ficar livre para escolher
a que lhe parecer mais coerente.
Lição 09: Novos Céus e Nova Terra
Texto Áureo:
Assim que aquele que se bendisser na terra, se bendirá no Deus da verdade; e
aquele que jurar na terra, jurará pelo Deus da verdade; porque já estão
esquecidas as angústias passadas, e estão escondidas dos meus olhos. (Isaías
65:16)
Leitura Bíblica em Classe:
E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe.
E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu,
adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido.
E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os
homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará
com eles, e será o seu Deus.
E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem
pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.
E o que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E
disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.
E as nações dos salvos andarão à sua luz; e os reis da terra trarão para ela a sua
glória e honra.
E as suas portas não se fecharão de dia, porque ali não haverá noite.
E a ela trarão a glória e honra das nações.
E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira;
mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro. (Apocalipse 21:1-5,24-
27)
Introdução
Após o Juízo Final se dará início o Estado Eterno, onde o primeiro céu e a
primeira terra já passaram (Ap 21:1). Sabemos que Deus, mesmo agora no
presente, já habita com Sua Igreja pelo Espírito, porém a habitação divina será
completamente perfeita nos novos céus e na nova terra. Há muitos mistérios
sobre esse estado futuro, mas o que Deus achou por bem nos revelar através
das Escrituras, é suficiente para entendermos que nada do que conhecemos ou
podemos imaginar se comparam com o esplendor da comunhão entre Deus e
Sua Igreja por toda eternidade.
I- Todas as Coisas Serão Renovadas
Entre os estudiosos existe uma discussão sobre como se dará os novos céus e a
nova Terra. Alguns defendem que o universo que conhecemos será totalmente
destruído, e Deus fará novamente tudo do zero. Outros entendem que não, ou
seja, o presente universo não será destruído, mas renovado. Penso que melhor
posição é a última. Para mim, há base bíblica suficiente para entendermos que
haverá uma renovação, e não uma criação a partir do nada, embora seja certo
que esse universo passará por uma transformação tão profunda que refletirá
uma nova criação. Outro ponto importante que devemos considerar é que a
palavra grega originalmente utilizada em Apocalipse implica na idéia de um
“novo” mundo, mas não um “outro” mundo.
II- Novos Céus e Nova Terra
Considerando a posição discutida no tópico anterior, acreditamos que os céus e
a Terra que hoje existem, serão purificados pelo fogo, e todos os efeitos do
pecado sobre a presente criação serão completamente removidos. O apóstolo
Pedro falou sobre isso em sua segunda Epístola:
Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com
grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que
nela há, se queimarão.
Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em
santo trato, e piedade,
Aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em
fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?
Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que
habita a justiça.
(2 Pedro 3:10-13)
O universo que conhecemos estará totalmente rejuvenescido, existindo em toda
sua plenitude, onde a criação estará realizada em completa potencialidade.
Paulo, escrevendo aos Romanos, fala sobre a grande expectativa da criação em
relação a esse dia:
Pois a criação foi sujeita à vaidade {não voluntariamente, mas por vontade
daquele que a sujeitou},
todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção,
para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o
presente dia.
(Romanos 8:20-22)
Quando encontramos nas Escrituras a expressão de que “Cristo tira o pecado do
mundo” (Jo 1:29), essa declaração não está resumida exclusivamente a pessoas,
mas a criação em si. Nem todas as pessoas serão salvas, portanto nem todas as
pessoas terão seus pecados “tirados”, mas a criação, que é importante para
Deus, pois foi criada para Sua glória, terá os efeitos do pecado arrancados de si.
É nesse sentido que tais referências se cumprem totalmente.
Algumas pessoas tem uma idéia de que os novos céus e a nova Terra será um
paraíso espiritual. Esse tipo de visão vem desde a idade média, onde o paraíso
futuro sempre era retratado como um lugar entre nuvens, onde as pessoas
ficarão eternamente flutuando com “harpas” nas mãos, ou seja, um paraíso
puramente etéreo. Porém, os textos bíblicos nos mostram que esse paraíso
futuro, entre outros aspectos, também será corporal. É difícil explicar essa
característica, pois nosso raciocínio humano não consegue compreender. É algo
infinitamente superior ao que conhecemos na presente era.
Esse estado futuro será incalculavelmente superior aos dias do Éden antes da
queda. Antes do pecado sabemos que Deus descia à terra para conversar com
Adão na viração do dia. Claro que isso já era algo maravilhoso, mas podemos
entender que havia uma distância. Porém nos novos céus e na nova Terra, Deus
não descerá em alguns momentos para conversar conosco, ao contrário, Ele
habitará todos os dias, por toda a eternidade com Seu povo.
Mas se por um lado é tão difícil para nós compreender essas coisas, por outro
lado somos confortados pela promessa de que um dia entenderemos
completamente e, pessoalmente, estaremos eternamente com Deus. Nós não
devemos almejar os novos céus e a nova Terra pela beleza sem igual que lá
haverá, mas porque nós contemplaremos a face de Deus.
Texto Áureo:
E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença
fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. (Apocalipse 20:11)
Leitura Bíblica em Classe:
Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as
trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. (João 3:18,19)
E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença
fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e
pequenos, que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; e abriu-se outro
livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam
escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e
a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um
segundo as suas obras.
E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte.
E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
(Apocalipse 20:11-15)
Introdução
Todas as correntes escatológicas concordam que haverá o Juízo Final, porém,
devido às diferentes interpretações acerca da cronologia dos eventos
escatológicos, o Juízo Final terá características específicas em cada uma das
interpretações. Em algumas, haverá apenas um único julgamento, enquanto em
outras a ideia de mais de um julgamento será defendida. Vejamos nessa lição,
as diferentes interpretações sobre o assunto.
Mesmo com tantas diferenças, creio que esse não deva ser um motivo de
divisão entre os cristãos. Particularmente penso que haverá apenas um único
julgamento, para mim isso fica claro em todos os textos bíblicos que se referem
a este assunto, principalmente o capítulo 20 do livro do Apocalipse.
Jesus Cristo não só anunciou o Reino dos céus (Mt 4.17) através de profecias e
parábolas, como Ele mesmo se tornou a maior revelação bíblica sobre a
Eternidade (Jo 17.3, 1Jo 5.11-12). Por meio da sua ressurreição (At 1.3), nós
podemos conhecer a melhor como será nosso corpo, o nosso entendimento, e
os nossos sentimentos no Reino dos céus (Rm 6.5).
1. O nosso corpo
A Bíblia diz que nós seremos semelhantes a Jesus Cristo (1Jo 3.2-3), e que, assim
como Ele, também teremos nosso corpo glorificado, ou seja, um corpo que não
se cansa, não sente dor, não envelhece e não morre (1Co 15.48-53).
O corpo glorificado é tão superior ao que nós temos hoje, que a Bíblia ilustra
essa diferença dizendo que nosso corpo terrestre seria como uma simples
semente, enquanto o corpo celestial seria como uma árvore (1Co 15.35-44).
Sendo assim, esse novo corpo pode assumir características humanas, sem ser
limitado por elas. Jesus se manifestou em diferentes formas após sua
ressurreição (Mc 16.12, Jo 21.12), às vezes sendo reconhecido, às vezes não.
Jesus inclusive pediu para que seus discípulos o tocassem e comprovassem que
não se tratava de um espírito, mas de um ser de carne e osso (Lc 24.38-39).
Jesus comeu e bebeu com os discípulos depois que ressuscitou dentre os
mortos (At 10.40-41, Lc 24.42-43).
Resumindo, tudo indica que, assim como Jesus, teremos um corpo físico que
não é sujeito ao tempo, pois não se desgasta e nem envelhece; que não é
sujeito à matéria, pois pode tanto atravessar uma parede como encostar nela; e
que não é sujeito ao espaço, pois pode se deslocar de um lugar para o outro
independente da distância.
Bom, apesar da Bíblia dizer em Isaías que não haverá lembrança das coisas
passadas, e nem memória delas (Is 65.17), o contexto indica se tratar de
angústias, tristezas e sofrimentos (Is 65.16), e não de tudo que foi construído
em nossa memória.
Afinal, pelo que a Bíblia diz e pelo que observamos em Jesus, seremos perfeitos
em unidade com Deus (Jo 17.22-24), mas continuaremos possuindo uma
personalidade e uma identidade própria, tendo plena consciência de quem
somos e de quem são as outras pessoas.
3. Os nossos sentimentos
Mas, e quanto aos nossos sentimentos, será que teremos vontades, anseios e
emoções na eternidade?
Não há absolutamente nada que nós possamos vivenciar aqui na terra, que seja
superior, ou chegue até mesmo perto do que haverá na eternidade (2Co 12.1-
4).
Agora, algo que com certeza vai nos surpreender de forma absurda, será aquilo
que faremos na eternidade. A começar pelo fato, de que a Bíblia descreve um
período em que nós reinaremos com Cristo (2Tm 2.12, Ap 5.10, Ap 20.4-6).
Galardão
A Bíblia chama isso de galardão (Mt 5.12, 1Co 3.14), a palavra grega é misthos, e
pode ser traduzida como valor pago pelo trabalho, salário ou recompensa. A
salvação é pela graça, independente das obras (Ef 2.8-9). Mas o galardão será
fruto do nosso trabalho para o Reino, nós seremos recompensados pela
realização das obras que Deus preparou para cada um de nós (2Co 5.10, Ef
2.10).
O galardão pode tanto estar relacionado ao que Deus irá compartilhar de sua
própria natureza, quanto à posições de autoridade e responsabilidade sobre
aquilo que Ele criou e ainda irá criar no Universo, Ap 3.21.
A Bíblia diz que “O Reino dos céus é como um tesouro escondido num campo.
Certo homem, tendo-o encontrado, escondeu-o de novo e, então, cheio de alegria,
foi, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo.” Mt 13.44 (NVI).
Que tipo de renúncia seria grande demais, quando temos certeza e prova
daquilo que nos espera ? (Hb 11.1). É possível continuar vivendo no pecado,
sabendo que ele nos mantém longe de tudo isso ?
Afinal, assim como existe a eternidade com Deus, também existe a eternidade
sem Deus (2Ts 1.9), também conhecida como segunda morte (Ap 21.8) ou
tormento eterno (Mt 25.46, Dn 12.2).
Quando nos arrependemos dos pecados (At 17.30-31) e entregamos nossa vida
à Jesus Cristo (Rm 10.9-10), nós somos perdoamos por Deus (Cl 2.13),
purificados do pecado (1Jo 1.7), salvos da condenação no inferno (Jo 3.18) e nos
tornamos herdeiros da vida eterna no Reino dos céus.
Agora, muito do como será nossa vida na eternidade, depende do que iremos
fazer a partir hoje (Ec 12.13-14, 1Co 15.58).
O Livro do Apocalipse
O primeiro a levantar essa possibilidade foi Dionísio no século III d.C., após
comparar o estilo literário de Apocalipse com o Evangelho de João. Apesar
dessa crítica, a opinião mais aceita, e também mais provável, é que realmente
tenha sido o próprio Apóstolo João o seu autor.
Para saber mais sobre isso leia nosso texto “Leitura de Recapitulação ou de
Sucessão em Apocalipse?“.
Esboço do livro do Apocalipse:
Dependendo do tipo de leitura adotado para organizar o conteúdo do
Apocalipse, o esboço pode sofrer diversas modificações. Mas bem
resumidamente, um esboço simples e objetivo do livro de Apocalipse seria o
seguinte:
Estudar o livro de Apocalipse não tem sido uma tarefa fácil entre os cristãos
ao longo dos tempos. Essa dificuldade, em parte se dá pelo estilo literário do
próprio livro, porém, algo que contribui muito para a falta de compreensão do
Apocalipse é a quantidade de teorias e interpretações equivocadas que
surgiram, principalmente nas últimas décadas.
E virei-me para ver quem falava comigo. E, virando-me, vi sete castiçais de ouro;
E no meio dos sete castiçais um semelhante ao Filho do homem, vestido até aos
pés de uma roupa comprida, e cingido no tórax com um cinto de ouro.
E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus
olhos como chama de fogo;
E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados
numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas.
E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de
dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece.
(Apocalipse 1:12-16)
Agora perceba como é interessante o último versículo do mesmo capítulo:
O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de
ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste,
são as sete igrejas. (Apocalipse 1:20)
Note que o versículo 20 interpreta a simbologia contida nos versículos
anteriores, onde temos uma descrição simbólica de Jesus, e que não deve ser
interpretada de forma literal. Cada detalhe dessa simbologia descreve a
majestade do nosso Senhor.
Bibliografia:
- site: https://estiloadoracao.com/escatologia