Psicoterapia Infantil Revisão
Psicoterapia Infantil Revisão
Psicoterapia Infantil Revisão
IDADE MÉDIA E SÉCULO XX: Phillipe Ariès fazia o estudo na Europa para demonstrar como a
definição de “criança” se modificou no decorrer do tempo, de acordo com parâmetros ideológicos.
Ariès forja a expressão “sentimento de infância” para designar que a “consciência das particularidades
infantil que se distingue essencialmente a criança do adulto.”
IDADE MÉDIA: A criança era vista como um pequeno adulto desconsiderada como alguém
merecedora de cuidados especiais. Pintores ocidentais reproduziam crianças vestidas de pequenos
adultos. Nas sociedades agrárias, a infância era um período rapidamente superado e logo adquire a
independência. Os pais não se apegavam muito aos filhos pois poucos sobreviviam. A criança se
relacionava mais com a comunidade do que com os pais. Era a comunidade que realizava a
aprendizagem e socialização. Até o século XVI faziam alusões a assuntos sexuais na presença de
crianças.
RENASCENÇA: A criança passa a ser visto como o centro do grupo familiar século XVII E XVIII.
Predomina a Inocência infantil que precisava ser preservada e a educação se torna preocupação da
família. A criança ainda era um estorno para os pais, logo contratava-se amas-de-leite para amamentar
os filhos. Para Santo Agostinho. a infância é uma época na qual predomina a maldade humana. No
século XVII a igreja já se preocupava em afastar ass crianças de assuntos relacionados ao sexo.
Século XVIII: Jaques-Rousseau acreditava na bondade natural do homem e se a perversidade é a
sociedade que a corrompeu. O termo criança remete a essa etapa da vida na qual o infans - infante,
aquele que não fala - é desprovido de sexualidade.
Com a ascensão do capitalismo, a criança se transforma em um investimento lucrativo para o Estado,
vista como força de produção que traria lucros a longo prazo. A família se ocupa de tudo que diz
respeito à vida dos filhos, a criança assume lugar central na família.
SÉCULO XIX E XX: Preocupação mais ampla e sistemática com o estudo da criança e necessidade
de educação mais formal. O desenvolvimento das ciências proporcionou um estudo mais amplo da
criança, porém ressaltou na desqualificação da família como aquele que pode gerir a educação do
filho.
PRIMÓRDIOS DA PSICANÁLISE
FREUD: Desenvolveu a teoria da sedução, encontrando a etiologia das neuroses dos adultos em
experiências sexuais traumáticas ocorridos durante a infância. Os sintomas histéricos decorriam das
fantasias impregnadas de desejo. Portanto, a realidade psíquica (constituída de desejos inconscientes e
pelas fantasias a elas vinculadas) era determinante, e não a realidade factual. O efeito traumático está
relacionado ao fato de a criança ser confrontada passivamente com a sexualidade do adulto. Pôs em
xeque as concepções moralizantes sobre a atividade sexual da criança. Apresentou ao mundo uma
mova criança, dotada de uma sexualidade perverso-polimorfa (com pulsões parciais emanando de
zonas erógenas que constituem apoiando-se em funções vitais). A sexualidade infantil é pré-genital,
oral e anal. Freud demonstrou que a realidade psíquica da criança se assemelha à do adulto em suas
angústias, fantasias e desejos. A demanda é normalmente, formulada pelos pais. Descobriu a
psicologia da criança a partir de sua psicanálise com adultos Ao analisar adultos ele descobriu que as
lembranças deles quase sempre estavam associadas a conflitos associados na infância, e a partir dessa
constatação, elaborou sua teoria sobre sexualidade infantil, publicada em 1905.
A descoberta da importância do brinquedo para a psicanálise surge com Freud. A psicanálise com
adultos tem uma especificidade em relação à com crianças, já que a criança não pode realizar
associações livres.
KLEIN: Em 1923, no início da psicanálise de crianças, Melanie Klein atendia uma criança com 7
anos, inibida, com mau aproveitamento escolar. A criança não desenhava e falava muito pouco. O
progresso no atendimento era quase nulo. Em uma das sessões em que a criança ficou silenciosa e
retraída a angústia de Melanie Klein, a mobilizou a criar algum recurso. Nesse momento, ela resolveu
introduzir alguns brinquedos: algumas bonequinhas, carrinhos, cubos e um trenzinho, colocou-os
numa caixa e trouxe para a paciente. A criança interessou-se pelos objetos e começou a brincar. No
adulto a psicoterapia psicanalítica é feita principalmente pelos relatos verbais, mas com a criança, essa
verbalização é geralmente escassa.
A grande importância dessas influências teóricas é que foi estabelecida uma técnica ludoterapêutica
dirigida a crianças e, posteriormente uma técnica de diagnóstico infantil, o ludodiagnóstico, com
todos os fundamentos da psicanálise infantil, iniciada a partir de Freud, mas sistematizada e
aprofundada a partir de Klein e seus seguidores. No caso específico da técnica lúdica diagnóstica
destacam-se Aberastury, uma das precursoras da introdução da técnica como instrumento diagnóstico,
principalmente na América Latina.
NÓS: diálogo do “Tu” para “Eu’ Se dá numa via traumática de experiência intersubjetiva.
CONSTRUÇÃO DO RAPPORT: O relacionamento a ser estabelecido com a criança deveria
ser cálido e amigável, mas de forma não excessiva.
PERMISSIVIDADE: Mais produtiva par a terapia.
Na fase experiencial rogeriana, o foco do processo é a experiência intersubjetiva. Para responder ao
chamado que se dá a partir da criança em sua diferença, é necessário o eu. O terapeuta deve se mostrar
alerta para reconhecer e refletir o que a criança expressa, para que esta tenha uma maior visão do seu
interior. A criança, mas não só ela, é responsável por si próprio e pelo seu comportamento. A criança
indica o caminho a ser seguido durante o atendimento. Assume postura não-diretiva, não emitindo
opiniões ou sentimentos.
- Contrato Terapêutico;
- Sigilo profissional;
- Necessidade de parceria entre pais e terapeuta;
Ocorre também a devolutiva para os pais.
MÉTODO FENOMENOLÓGICO
O processo se dá de acordo com o que a criança traz ao setting, e isso significa que o psicoterapeuta
deve encontrar-se livre de quaisquer preconceitos teóricos. O processo se dá de acordo com o que a
criança traz ao setting, e isso significa que o psicoterapeuta deve encontrar-se livre de quaisquer
preconceitos teóricos. Utiliza a linguagem descritiva, que se opõe a interpretativa e á prescritiva. A
exploração fenomenológica objetiva uma descrição cada vez mais detalhada do que é; e desenfatiza o
que seria, poderia ser, pode ser e foi.
NOVIDADE – altera as possibilidades de percepção mas não inclui elementos novos.
GRADUAÇÃO – gradua a intervenção de acordo com a expansão da fronteira de contato.
Para Zinker (1977), iniciam-se as intervenções com afirmações para depois introduzir as
interrogações, a fim de não cansar a criança com que poderia parecer um interrogatório.
DESCRIÇÃO
ELABORAÇÃO
IDENTIFICAÇÃO
POSTURA FENOMENOLÓGICA
Abertura e interesse pelo que a criança traz, de forma verbal e não verbal. Seleção prévia dos recursos
lúdicos para cada criança, porém ela quem escolhe o que quer. A criança indica o caminho. Não se
deve esperar determinada performance da criança frente aos recursos. Segundo Jacobs (1997)
psicoterapeuta e criança suspendem experiências anteriores e permitem que seus sentidos processem e
descubram o que quer que seja revelado pelo self e pela situação.
RELAÇÃO TERAPÊUTICA
Caracteriza-se a relação realmente como terapêutica aquela onde existe a presença genuína do
terapeuta e a sua inclusão, ou seja, de se colocar no lugar da criança e de confirmar a ela seu
potencial.
ESPAÇO TERAPÊUTICO
Funcionará como receptáculo de tudo que surgir no encontro terapêutico. Apesar de todos os recursos
físicos necessários, o espaço terapêutico se constrói especialmente da relação entre criança e
terapeuta. No espaço terapêutico da gestalt-terapia os recurso lúdicos ficam amostra e podem ser
compartilhados por outras crianças, diferentemente da abordagem psicanalítica. Para escolher os
recursos lúdicos a serem utilizados pela criança, o terapeuta deve levar em consideração dois critério:
segurança e relevância. Os materiais devem ser selecionados com uma finalidade específica,
embasada teoricamente pelo terapeuta. Um recurso lúdico não poderá ser escolhido por mera vontade
do terapeuta. O terapeuta deve observar como acontece o brincar da criança e estar atento para captar
as informações que este ato poderá revelar da vida do pequeno sujeito.
O psicoterapeuta deve estar atento ao que o faz estabelecer certos limites; se é a tarefa terapêutica ou
se é um incômodo pessoal. Os limites estão diretamente ligados à aceitação. Alguns limites ecoarão
diretamente na dinâmica familiar; por exemplo, a resistência de uma criança ao ser cientificada sobre
um limite.
DIAGNÓSTICO
FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES
A TCC é uma abordagem teórica que pode ser considerada recente desenvolvida nos anos 60 por
Aaron Beck, partir do pressuposto de que o modo como um paciente processa e interpreta as situações
é o que gera sofrimento. O objetivo é atingir a flexibilidade e ressignificação dos modos patológicos
de processamento de informação. Uma vez que se postula que os indivíduos não sofrem pelo fato ou
situação em si, mas pelas interpretações distorcidas e rígidas que fazem de si mesmo. Essa abordagem
retoma a importância das intervenções focadas nas emoções do caráter interpessoal, de construção do
conhecimento. Destaca se, por exemplo, o foco no presente, o objetivo de mudança comportamental e
cognitiva e utilização de seções estruturadas, entre outros. A abordagem com crianças e adolescentes
difere se, no que tange ao tipo de intervenção realizada, que terá como base. A criação de linguagens
muitas vezes não verbais para acessar o funcionamento cognitivo da criança e adolescente. O
tratamento conta com intervenção com os pais, que muitas vezes consiste em uma grande. Parte do
tratamento. Além de centrar na ativação e entendimento das emoções, também deve trabalhar em
termos de
pensamentos adaptativos e não adaptativos.
Torna-se importante a realização de uma completa entrevista de anamnese. Nese, pois é através desse
processo que se obtenha uma melhor compreensão dos aspectos emocionais. Psicossociais e que são
planejadas e direcionadas futuras conduta. Quanto mais completa anamnese a respeito da criança,
melhor será o planejamento e a condição do caso. Deve-se investigar os dados relativos à história
pregressa da criança. Gestação, parto puerpério, doenças maternas e outras intercorrências, assim
como as condições do seu desenvolvimento. A vida escolar também deve constar no trabalho de
avaliação infantil. O próximo passo consiste, conceitualização cognitiva do caso na TCC, esse
processo é fundamental para um perfeito entendimento e planejamento das práticas terapêuticas a
serem trabalhadas com o paciente. Devem ser consideradas características da criança, assim como a
etapa do desenvolvimento em que esta se encontra e o contexto em que está inserida. É comum a
utilização de protocolos específicos, que abarcam principalmente as seguintes demandas
É fundamental ressaltar a importância do vínculo do terapeuta com os pais, pois serão sua principal
fonte de dados. O programa de treino de pais no tratamento de TCC possibilita ao terapeuta
investigar, focar e modificar aspectos cognitivos e comportamentais dos pais no que se refere ao
comportamento do filho. Venha se um programa de psicoeducação e orientação dos pais e tem por
meta ajudar a estimular os mesmos no manejo e condução das crianças com dificuldade de
comportamento que apresentam prejuízos em seu funcionamento e qualidade de vida. Instrumentaliza
os pais para o aprendizado e uso de técnicas estratégias para o manejo de situações específicas,
favorecendo a aprendizagem de comportamento mais adaptativo para pais e crianças. Os programas
de TP trazem alguns benefícios para TCC infantil como:
- Possibilitam aos pais um melhor papel dos mesmos no tratamento de seu filho
- Fornecem um espaço adequado para que eles possam trocar informações e falar a respeito das
dificuldades vivenciadas na criação e educação das crianças
- Propiciam a transferência do controle do terapeuta para os pais.
Por último, é realizado uma avaliação geral do programa e seus efeitos na vida das famílias
participantes. Nesse processo, o terapeuta pode fazer uso de instrumentos diversos, como escalas,
questionários, entrevistas e etc. Entre as temáticas mais trabalhadas no programa de TP encontra-se a
técnica de Manejo de Contingência e o Treinamento de Habilidades sociais, assim como o processo
de psicoeducação parental.
A escolha das técnicas depende do quadro clínico em questão e dos objetivos do programa. E muitos
recursos encontram-se à disposição do terapeuta como estimulação de habilidades para a resolução do
problema, monitoramento de comportamento, manejo de ansiedade, estresse e entre outros.