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AFNR/SHUTTERSTOCK.

COM
ARTE
ENSINO MÉDIO
MATERIAL DO PROFESSOR
1

SC AO
O mundo

O
O A A
da arte

B S
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M DO
O E A

O
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SI N VO
I
EN C S
E S U
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A OR XC
E
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SI O ER

O sentido da arte 2
PR AT

Formas e estruturas 20
Luz e cor 38
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Som e movimento 52

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SUCHOTA/SHUTTERSTOCK
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VOCÊ VAI APRENDER A
 reconhecer a arte como área de conhecimento autônomo;
 respeitar o contexto sociocultural em que a arte está inserida;
 valorizar a arte como agente integrante na formação do ser humano;
 apreciar os significados da arte em suas diversas linguagens e manifestações, con-
siderando-a como um dos elementos fundamentais da estrutura da sociedade;

SC AO
 conhecer as diversas linguagens da arte e seus modos de comunicação;
 desenvolver relação de autoconfiança com a produção artística.

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O SENTIDO
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DA ARTE
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A
rte é uma das mais antigas atividades humanas. Está li-
gada à percepção, ideia, emoção ou ao sentimento, es-
timulando tanto a consciência do artista quanto a dos
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que a apreciam ou vivenciam. Por meio da experiência artística


o ser humano tem condições de desenvolver sua sensibilida-
de, além de reconhecer e respeitar as diferenças socioculturais.
M

Dessa forma, ele pode se apoderar da realidade e transformá-


-la em arte; esta, por sua vez, instrumentaliza-o no sentido de
sua busca às eternas indagações filosóficas sobre quem somos,
onde estamos e o que fazemos no mundo.

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A rte não é a
PARA COMEÇAR

aplicação de uma Estudos recentes feitos por pesquisadores da área de genética médica da Universidade de Helsin-
que, na Finlândia, apontam a influência da música clássica no funcionamento do corpo e no controle
regra de beleza, das emoções, inclusive no que diz respeito à melhora de habilidades motoras e de raciocínio.
mas daquilo que o Ouça Contos dos bosques de Viena, do compositor Johann Strauss (1825-1899), apresentada
ao público pela primeira vez em 1868, em Viena. Em seguida, converse com os colegas e o professor
instinto e o cérebro sobre as questões propostas.

SC AO
podem conceber além • A música que você acabou de ouvir é uma obra de arte?
• Para você, o que é uma obra de arte?
de qualquer regra. • Existem outras formas de expressar a arte?

O
O A A
Pablo Picasso • Quando você observa ou ouve uma obra de arte, de modo geral, procura entender para que

B S
serve e com que finalidade foi criada?

D NI R
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Orientação ao professor 1. • Que relação existe entre a música que você acabou de ouvir e as imagens a seguir? Converse
Sugerimos que inicie este capítulo com os colegas sobre essas questões.

O E A
com a valsa Contos dos bosques
de Viena, de Johann Strauss, dis-

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N V P
ponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=yZGfZDyHkM0> ou
https://www.youtube.com/wat-

SI N VO
ch?v=ZWmRikG0MOQ. Coloque a
música para audição dos alunos e
nada comente. Após dois minutos,
abaixe o volume do som e proponha
I
um diálogo com base nas questões
EN C S
da seção Para começar. Comente:
um estudo dirigido pelo professor
E S U

Chakravarthi Kanduri, do departa-


mento de Genética Médica da Uni-
O
D E L

versidade de Helsinque, concluiu que


escutar música clássica com frequên-
A OR XC

cia aumenta a atividade dos genes


envolvidos na secreção de dopamina,
na neurotransmissão sináptica, na
aprendizagem e na memória.
E
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Pintura abstrata a óleo.


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Catedral de Brasília. Fotografia para editorial de moda.

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Orientação ao professor 2. Uma medida prática e facilitadora para a identificação e organização dos trabalhos dos alunos consiste em
adotar uma estrutura padronizada. Para isso, sugerimos confeccionar um carimbo (ver dados sugeridos a seguir) para que os alunos o apli-
quem nas folhas do caderno de desenho, no anverso ou no verso, conforme sua orientação, a fim de facilitar a anotação dos dados pessoais
e explicações sobre as técnicas. Isso garante a identificação caso a folha seja destacada para cumprir alguma finalidade.
Escola: __________________________________________
ROTEIRO DE APRENDIZAGEM Aluno(a): ___________________________ nº __ Turma: ___
Trabalho de arte
Data: ___/___/___ Técnica: _______________________

Elementos básicos da

1
Significados da arte 3 linguagem visual
• Ponto
• Considerações
• Linha
• Arte é conhecimento
• Arte é construção

SC AO
• Arte é comunicação

4 Elementos
estruturantes

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Linguagens e classificação

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da arte Interpretação da arte
2

O E A
• Linguagens e tipos • Experiência artística

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• Arte erudita, arte popular
e arte de massa

SI N VO
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6 O belo, o feio,
o gosto
EN C S
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SIGNIFICADOS DA ARTE
A OR XC

Definir o conceito de arte é uma tarefa complexa. Vá- Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) entendia que o ser hu-
rias são as considerações que se fazem necessárias para mano tem a capacidade de criar uma imitação da realidade.
uma concepção do sentido da arte. Porém, não caberia à ciência nem à filosofia a definição de
E

arte, porque a compreensão do artístico vai por outro cami-


nho, independente e livre das exigências da lógica e da razão.
CONSIDERAÇÕES
EM SS L

Alguns artistas expressaram o que entendem por arte.


ST FE IA

O mundo está cheio de coisas que, embora apresentem Assim, para o pintor Paul Klee (1879-1940), “a arte não
forma, não podem carregar o título de obra de arte. Isso reproduz o visível, torna visível”; para Max Ernst (1891-
SI O ER

porque a arte precisa de uma forma significante. A Filosofia 1976), pintor alemão naturalizado estadunidense, “a arte
define arte como uma intuição, uma expressão do mundo não tem nada a ver com o gosto, não há nada que o pro-
imaterial projetada no plano material. Para Immanuel Kant ve”; para Leonardo da Vinci (1452-1519), “a beleza perece
(1724-1804), a arte seria a “produção de uma satisfação
PR AT

na vida, porém na arte é imortal”; na opinião do pintor e


desinteressada”. escultor francês Georges Braque (1882-1963), “enquanto
a ciência tranquiliza, a arte perturba”.
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A obra de arte nem sempre expres-


FÁBIO COLOMBINI

sa qualidade estética como fim último.


Perfil de
A arte marajoara, dos povos antigos
Netuno feito da Ilha de Marajó, que produ-
pelo escultor
ziam vasos e outras peças de
e arquiteto
Gian cerâmica ricamente decora-
Lorenzo das, muitas vezes tinha senti-
Bernini.
Praça do utilitário, para uso domés-
Navona, tico, cerimonial e funeral.
Roma, Itália.

Urna funerária procedente da Ilha de


Marajó. Museu Emílio Goeldi, Belém-PA.
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Outra característica da arte

ART INSTITUTE OF CHICAGO


CONECTIVIDADE
CONEXÕES é apresentar realidades e re-
presentar, de forma simbólica,
A arte marajoara é rica
aquilo que nos rodeia. Na obra
em detalhes simbólicos
e desenhos geométricos. O quarto, de 1889, o pintor
O Museu Paraense Emílio Vincent Van Gogh (1853-1890)
Goeldi disponibilizou
representou seu quarto. Observe
uma cartilha com infor-
mações sobre a cerâmica os detalhes da pintura e perceba
marajoara. Disponível como ela expressa os costumes

SC AO
em: <http://www.museu- de uma época e de uma classe
goeldi.br/portal/sites/
default/files/Downloads/ social, denunciando muito de
Cat%C3%A1logo%20 seu tempo.

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O A A
Cer%C3%A2mica%20

B S
A arte acompanha o ser
Marajoara.pdf>. Acesso
humano desde os tempos mais

D NI R
em: abr. 2016.

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remotos, fazendo-se presente
VAN GOGH, Vincent. O quarto. 1889. Óleo sobre tela, 56 x 74 cm.

O E A
de modo constante. Alguns de
seus significados são tão eviden- Situada no Museu d’Orsay, Paris, França, a pintura é quase

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N V P
uma fotografia, fazendo registro de uma realidade. Além
tes quanto sua existência, ou
de costumes — toalhas e roupas penduradas, retratos
seja, são incontestáveis. Além de na parede, jarra e bacia de toalete no dormitório —,

SI N VO envolver sentimentos e emoções,


um dos significados da arte é co-
também é possível observar o estilo dos móveis e
objetos da época, como espelho, cadeiras, camas etc.

nhecimento; outro se refere ao fazer, entendido como processo de construção; outro, por fim, é
I
comunicação.
EN C S

A percepção artística responde por uma experiência singular e poderosa porque se faz na cria-
E S U

tividade, na intuição e na imaginação. Pela arte, o ser humano pode se tornar consciente de sua
O

existência individual e social. Por isso, a arte também pode ser política, pode ser um protesto, pode
D E L

chocar e pode, até mesmo, ser “feia”.


A OR XC

ARTE É CONHECIMENTO
E

Os textos a seguir abordam a arte enquanto forma de conhecimento importante para o sujeito
se postar no mundo.
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A arte como conhecimento


O universo da arte caracteriza um tipo particular de conhecimento que o
SI O ER

ser humano produz a partir das perguntas fundamentais que desde sempre se
fez com relação ao seu lugar no mundo.
A manifestação artística tem em comum com o conhecimento científico,
PR AT

técnico ou filosófico, seu caráter de criação e inovação. Essencialmente, o ato


criador, em qualquer dessas formas de conhecimento, estrutura e organiza o
mundo, respondendo aos desafios que dele emanam, num constante processo
M

de transformação do homem e da realidade circundante.


O ser humano sempre organizou e classificou os fenômenos da natureza, o
ciclo das estações, os astros no céu, as diferentes plantas e os animais, e as re-
lações sociais, políticas e econômicas, para compreender seu lugar no universo,
buscando a significação da vida.
Tanto a ciência quanto a arte respondem a essa necessidade mediante a
construção de objetos de conhecimento que, juntamente com as relações so-
ciais, políticas e econômicas, sistemas filosóficos e éticos, formam o conjunto
de manifestações simbólicas de uma determinada cultura. Ciência e arte são,
assim, produtos que expressam as representações imaginárias das distintas

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culturas, que se renovam através dos tempos, construindo o percurso da histó-
Positivismo: corrente de
ria humana. [...] Nas antigas sociedades tradicionais não havia essa distinção: pensamento, surgida no
a arte integrava a vida dos grupos humanos, impregnada nos ritos, cerimônias século XIX, que defende a
ideia de que apenas a ciên-
e objetos de uso cotidiano; a ciência era exercida por curandeiros, sacerdotes, cia pode levar ao conheci-
fazendo parte de um modo mítico de compreensão da realidade. mento. Para os positivistas,
só é possível validar uma
Mesmo na cultura moderna, a relação entre arte e ciência apresenta-se de teoria se ela for comprova-
diferentes maneiras, do início do mundo ocidental até os dias de hoje. Nos da por métodos científicos,

SC AO
séculos que se sucederam ao Renascimento, arte e ciência eram cada vez mais por observação de fenôme-
nos concretos.
consideradas como áreas de conhecimento totalmente diferentes, gerando uma
concepção falaciosa, segundo a qual a ciência seria produto do pensamento
racional e a arte, pura sensibilidade. Na verdade, nunca foi possível existir

O
O A A
CONEXÃO

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ciência sem imaginação, nem arte sem conhecimento. Tanto uma como a outra

D NI R
são ações criadoras na construção do devir humano. [...]

M DO
LITERATURA
[...] A condição humana pode

O E A
Malba Tahan, um dos mais importantes educadores brasileiros no campo ser percebida nas várias
manifestações de arte.

O
da matemática, disse, no início da década de trinta, que a solução de um pro-

N V P
A poesia é uma delas.
blema matemático é um verdadeiro poema de beleza e simplicidade.
Para um cientista, uma fórmula pode ser “bela”; para um artista plástico,
SI N VO as relações entre a luz e as formas são “problemas a serem resolvidos plastica-
mente”. Parece que há muito mais coisas em comum entre estas duas formas
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece
[uma manhã:
ele precisará sempre de
de conhecimento do que sonha nossa vã filosofia. [outros galos.
I
EN C S
[...] De um que apanhe esse
[grito que ele
E S U

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 26-
e o lance a outro; de um
27. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro06.pdf>. Acesso em: abr. 2016. (Adaptado). [outro galo
O
D E L

que apanhe o grito de


No texto a seguir, o escritor e roteirista de histórias em quadrinhos Gian Danton, que também é [um galo antes
A OR XC

professor da Universidade Federal do Amapá, reforça a importância do conhecimento artístico como e o lance a outro; e de
[outros galos
essencial para o indivíduo se relacionar com o mundo.
que com muitos outros
[galos se cruzem
E

os fios de sol de seus gritos


Conhecimento artístico [de galo,
para que a manhã, desde
EM SS L

Durante muitos anos, a visão bem-feita, ele diz que os romances e


[uma teia tênue,
positivista do conhecimento colocou os filmes põem à mostra as relações
ST FE IA

se vá tecendo, entre todos


a ciência no topo de uma pirâmide. do ser humano com o outro, com a [os galos. [...]
Logo abaixo dela, vinham conheci- sociedade e com o mundo: “O roman- MELO NETO, João Cabral
SI O ER

de. A educação pela


mentos tidos como inferiores, como ce do século XIX e o cinema do século pedra. Rio de Janeiro:
a filosofia, a religião e o empirismo XX transportam-nos para dentro da Alfaguara/Objetiva, 2008.
(chamado de conhecimento vulgar). História e pelos continentes, para den-
PR AT

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Atualmente, filósofos e cientistas co- tro das guerras e da paz. E o milagre
meçam a concordar que existem ou- de um grande romance, como de um
tras formas de explicar o mundo tão grande filme, é revelar a universalida-
M

importantes quanto a ciência. Uma de da condição humana”. Assim, em


dessas formas, ainda um tanto desva- toda grande obra, seja de literatura,
lorizada, é a arte. Em filmes, quadros, poesia, cinema, música, pintura ou es-
livros e até histórias em quadrinhos cultura, há um profundo pensamento
pode estar a chave para compreender sobre a condição humana. Entretan-
o homem e o mundo em que vivemos. to, essa maneira de ter contato com
Edgar Morin acredita que a arte o mundo representado pela arte foi Pintura em
aquarela
é um elemento essencial para analisar marginalizada durante décadas. representanto um galo,
a condição humana. No livro A cabeça [...] o cantor das manhãs.

DANTON, Gian. Disponível em: <http://filosofia.uol.com.br/filosofia/ideologia-sabedoria/


17/artigo134597-1.asp>. Acesso em: abr. 2016. (Adaptado). 7
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ARTE É CONSTRUÇÃO ARTE É COMUNICAÇÃO
A arte é também um elemento transformador, que abre A arte pode se apresentar na forma de comunicação
espaço para concretização de ideias e emoções, estabele- entre os indivíduos, estabelecendo-se de forma verbal ou
cendo vínculos com a criatividade e com a materialidade. não verbal.

A arte como construção COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL E MISTA


[...] A primeira ideia que Pareyson [fi- Comunicação é o processo de troca de informações

SC AO
lósofo italiano, 1918-1991] nos apresenta entre um emissor e um receptor. A forma de comunicação
é que arte é construção, arte é um fazer, que não utiliza sinais verbais, orais nem escritos, é a lingua-
um conjunto de atos pelos quais se muda gem não verbal. Essa forma de linguagem se vale do uso de
a forma, transforma-se a matéria oferecida imagens simbólicas estruturais, como colagem, diagrama,

O
O A A
B S
pela natureza ou pela cultura, constrói-se desenho, entalhe, escultura, gravura, impressão, mapas,

D NI R
algo. Essa transformação se dá por meio do pintura, serigrafia, e outras técnicas gráficas.

M DO
trabalho, de uma techné, que, segundo os A linguagem não verbal também pode ser expressa

O E A
gregos, é um modo exato de perfazer uma pelo corpo na forma de dança, mímica, gesto, postura e
pintura corporal. Suas unidades estruturais costumam in-

O
tarefa.

N V P
[...] Em outras palavras: a arte tem cluir linha, forma, cor, movimento, textura, padrão, dire-
tanto um caráter técnico e racional, quan- ção, orientação, escala, ângulo, espaço e proporção.
SI N VO to outro mais subjetivo, ligado ao prazer
estético, de quem faz ou de quem frui arte.
Com essas palavras verifica-se a limitação
I
EN C S
da concepção que considera a arte apenas
como livre expressão. [...] Um processo de
E S U

criação artística é uma construção que tem


O
D E L

dois grandes e fortes alicerces: a imagina-


ção e o trabalho. [...]
A OR XC

FREITAS, Joselaine Borgo Fernandes de. Disponível em:


<http://www.revista.art.br/site-numero-03/trabalhos/09.
E

htm>. Acesso em: abr. 2016. (Adaptado).


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A pintura estilizada da bandeira


MARY TURNER/GETTY IMAGES

EM SS L

do Brasil pode apresentar


diversos significados além
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da expressão artística.

Uma das formas de arte apresentadas pela comunica-


SI O ER

ção mista, ou seja, que faz uso da comunicação verbal e


não verbal, é a história em quadrinhos, narrativas ilustra-
das cuja ação se desenrola numa sequência de painéis ou
PR AT

quadros. Os personagens desse tipo de narrativa dialogam


por meio de balões de texto e os autores têm à disposição
uma enorme gama de recursos gráficos para simular movi-
M

mentos (sinais cinéticos) e sons (onomatopeias).


Escultor britânico Nic Fiddian Green Dentro da modalidade de histórias em quadrinhos, há
trabalha em escultura de bronze. diversas formas de concepção de uma ideia ou narrativa.
Histórias curtas podem ser apresentada em tiras, isto é, de
forma linear, sendo chamada de “tirinha”.

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Caricatura consiste na representação exagerada de
PEANUTS, CHARLES SCHULZ © 1959 PEANUTS WORLDWIDE
LLC. / DIST. BY UNIVERSAL UCLICK4

características físicas — formato do nariz, dos olhos, da


boca, do rosto — ou de hábitos de determinada pessoa
ou animal. Normalmente as caricaturas são engraçadas e
bem-humoradas, por isso, são muito usadas em charges
e cartuns.

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O
O A A
B S
Snoopy, personagem criado por Charles Schulz, é um cão da

D NI R
raça beagle. Criado em 1950, inicialmente o autor o fez como

M DO
um cachorro comum, sem falas em suas aparições. Na tirinha,
observe que o personagem não tem falas, apenas expressões e

O E A
ações que guiam o leitor na contextualização do que se pretende.

O
N V P
Outra forma de arte enquanto comunicação não ver-
bal é a charge, o cartum e a caricatura. Charge é um estilo Caricatura de um homem de perfil.

SI N VO
I de desenho cômico que ilustra de forma crítica ou irônica
os acontecimentos sociais e políticos de um determinado
contexto, quase sempre delineando os personagens envol-
vidos (políticos, instituições, governos, celebridades, etc). CONEXÃO
EN C S
E S U

HISTÓRIA
O

A charge é um gênero muito ligado a circuns-


D E L

tâncias sociais e políticas do momento em que está


A OR XC

sendo produzida e, em geral, está intimamente rela-


cionada com o jornalismo, sendo publicada nos veí-
culos de comunicação, principalmente nos impressos,
E

que começaram a se popularizar no século XIX. O ter-


ISTOCK/GETTY IMAGES

mo charge, proveniente do francês, significava lançar


EM SS L

uma carga, um ataque ao adversário. Em formato de


ST FE IA

desenho, expressa-se uma opinião sobre questões


em debate na sociedade e que estão sendo noticia-
das e discutidas em jornais e revistas. Por isso, não é
SI O ER

incomum uma charge publicada há dez, quinze anos


Charge de Christos Georghiou satirizando a não provocar o mesmo efeito no leitor atual ao que
busca do corpo excessivamente musculoso.
obteve originalmente, pois podem faltar ao novo re-
PR AT

ceptor as informações sobre o tema que estava sendo


O cartum trata de temas do cotidiano, fazendo críticas alvo de sátira no texto visual/verbal. Contudo, outras
a assuntos ligados ao dia a dia. Diferente das charges, as
M

ultrapassam o tempo por tocarem em questões pro-


personagens dos cartuns costumam ser pessoas comuns, fundas da vida de uma comunidade, pela inventivida-
sendo bem típico desse tipo de comunicação artística a sá- de ou pela beleza expressiva de seus traços.
tira de comportamentos. No Brasil, a primeira charge surgiu em 1837, pro-
Chama-se fanzine a publicação artesanal de cartum, duzida pelo arquiteto, escritor, pintor e caricaturista
charge, história em quadrinhos, poesia, conto etc., com estra- Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879). Nessa
tégias informais de distribuição e para um público específico.
Diversos cartunistas começaram desta maneira e só depois
passaram para espécies mais convencionais de publicação.
Orientação ao professor 3. Solicite aos alunos que tragam para sala de aula tirinhas, charges ou cartuns. Proponha que, em grupos, façam
uma análise dos desenhos e das mensagens, ajudando-os a compreender as diferenças e semelhanças de cada modelo. Peça aos alunos
que façam uma charge, um cartum ou uma tirinha. O tema é livre. Permita que após a finalização da tarefa a turma troque seus trabalhos,
compartilhando vivências, olhares e opiniões sobre diversos assuntos. Se possível, exponha as produções em um mural.
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Orientação ao professor 4.
Oriente a produção proposta na charge já está visível a acidez típica desse gênero de produção artística. Na imagem intitulada
seção Laboratório artístico e esta-
beleça um tempo para os alunos A campainha e o cujo se critica o jornalista conservador Justiniano José da Rocha ao retratá-lo
a realizarem. Ao final, promova o caricaturalmente recebendo dinheiro, propina, de um personagem que representa o governo;
lançamento das histórias por meio ou seja, denuncia-se a falta de imparcialidade e a dependência diante do poder de parte da
de exposição. Outra possibilidade
é a construção de uma página em imprensa nacional durante a Regência (período histórico entre a abdicação de D. Pedro I e a
redes sociais com a finalidade de coroação de D. Pedro II — 1831-1841). Outro caricaturista importante do século XIX foi o
publicar os trabalhos, permitindo italiano Ângelo Agostini, responsável pela Revista Illustrada (1876-1898), uma publicação que
a análise de outras turmas. Antes
abria grande espaço para ilustrações, caricaturas e charges. Esta, junto com outras publicações,

SC AO
da publicação dos trabalhos em
rede, peça autorização aos alunos, participou intensamente dos debates em torno da questão abolicionista e republicana.
certifique-se de que há interesse
Já no século XX, um grande momento da charge no Brasil ocorreu durante a Ditadura Militar
na publicação, evitando possíveis
constrangimentos. Não se esqueça (1964-1985). No tabloide alternativo O Pasquim, fundado já durante a vigência do Ato Institu-

O
O A A
de monitorar comentários feito aos cional no 5, que marcou o período mais violento da repressão política, uma geração de talento-

B S
trabalhos, garantindo um espaço
sos cartunistas como Millôr Fernandes, Jaguar, Claudius, Caulos, Ziraldo e Henfil criou charges

D NI R
confortável, produtivo e inspirador.

M DO
que desafiavam a censura e tocavam em temas polêmicos ou proibidos. Após uma charge que

O E A
ironizou o quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, quase toda a equipe editorial
foi levada à prisão.

O
N V P
CONECTIVIDADE Nos anos 1980, já durante o processo de redemocratização do país, surge uma nova geração
de cartunistas, em sua origem ligada à cultura urbana jovem, ao chamado underground, em

SI N VO
A arte popular brasileira
é rica em diversidade e
criatividade. Acesse o site
do Museu Casa do Pon-
I publicações humorísticas ousadas, como a revista Chiclete com Banana, em São Paulo, e, no
Rio de Janeiro, as revistas Casseta Popular e Planeta Diário. Da primeira saíram importantes
cartunistas como Angeli, Laerte e Glauco, e das segundas, além de cartunistas, vários humo-
tal, localizado no Rio de
ristas que fizeram sucesso posterior na televisão. Atualmente a charge pode ser encontrada
EN C S
Janeiro, e navegue pelas
biografias de alguns dos não apenas na mídia impressa; há sites dedicados ao gênero que apresentam tanto charges
E S U

muitos artistas populares tradicionais como animadas.


brasileiros. Escolha um
O
D E L

artista, pesquise sobre


sua vida e obra. Depois,
A OR XC

faça uma síntese de


até cinco linhas com LABORATÓRIO ARTÍSTICO
a biografia do artista
escolhido, selecione uma
E

de suas obras que tenha 1. Minha caricatura. Observe uma fotografia sua e descubra qual sua característica física
gostado, e apresente aos mais acentuada. Lembre-se: ela pode não estar em seu rosto, mas em outra parte do cor-
EM SS L

colegas e ao professor.
po, como nas pernas, pés etc. No caderno de desenho, faça uma caricatura sua na qual
Disponível em: <http://
ST FE IA

www.museucasadopontal. ressalte bem tal característica. Procure dar a seu personagem uma expressão divertida,
com.br/>. cômica, afinal, é para isso que serve esse tipo de desenho.
Acesso em: abr. 2016. 2. História em quadrinhos. No caderno de desenho, crie uma história em quadrinhos se-
SI O ER

guindo a sequência proposta:


1. Personagens e definição do conteúdo — Inspire-se em você. Seja o elemento principal
da história e defina um ou dois personagens secundários. Defina o conteúdo. Caso
PR AT

opte pela temática de heróis e vilões, lembre-se de que essas personagens costumam
expressar traços físicos e psicológicos, manias, preferências, vícios de linguagem, sota-
M

ques etc.
2. Cenário — Escolha o lugar e o tempo no qual se dará a ação.
3. Roteiro — Defina o número de quadrinhos. Divida uma folha de papel ao meio com
um traço vertical: na coluna da esquerda, descreva as cenas, o cenário e/ou os perso-
nagens; na coluna da direita, produza os diálogos e os pensamentos dos personagens.
Não precisa escrever toda a história.
4. Enquadramento — Em papel de desenho, faça a distribuição das cenas. Algumas podem
ocupar espaço maior ou diferenciado, para causar impacto. O balão que deve ser lido
antes precisa ficar à esquerda e/ou acima do segundo, e assim por diante. Para facilitar,
nomeie os personagens com letras (A, B, C...), que depois serão substituídas pelo nome.

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ENSINO MÉDIO

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Orientação ao professor 5. Para a apresentação das sínteses, marque um dia para realizar uma roda de diálogo sobre a arte popular brasileira.
Se possível, colete as obras que agradaram os alunos e organize um painel, garantindo visibilidade aos artistas brasileiros. Caso muitos alunos tenham
selecionado um mesmo artista, promova uma discussão e permita que digam o motivo da escolha, o que lhes chamou atenção na vida ou na obra dessa
pessoa. Por fim, promova um debate para concluir a atividade: a arte popular brasileira é uma arte pura ou recebe influências de todas as gentes?

5. Produção de texto, desenho e arte-final — Redija todo o texto a lápis. Depois de revisado, escreva-o com
caneta hidrográfica. A arte-final consiste em recobrir os desenhos com caneta hidrocor preta. Colorir é uma
opção. Você pode dar ao leitor a sensação de luz e sombra. O contraste entre tons claros e escuros destaca
uns elementos e “esconde” outros.
6. Título — Crie um título que seja impactante e expresse a história.

SC AO
LINGUAGENS E CLASSIFICAÇÃO DA ARTE
A arte tem quatro linguagens, todas expressando de alguma forma a intenção do artista. Essas linguagens podem se

O
O A A
apresentar na forma simples ou composta, como ocorre com a dança, que é uma forma de expressão corporal e se apoia

B S
na expressão musical.

D NI R
M DO
O E A
LINGUAGENS E TIPOS

O
N V P
As quatro linguagens da arte são: artes visuais, teatro, música e dança.
No início do século XX, o crítico de cinema Ricciotto Canudo (1877-1923) publica o Manifesto das Sete Artes, escrito

SI N VO
em 1911. O documento organiza e elenca as diferentes artes em uma lista:
• primeira arte: música;
• segunda arte: dança/coreografia;
I
• terceira arte: pintura;
EN C S
• quarta arte: escultura/arquitetura;
• quinta arte: teatro;
E S U

• sexta arte: literatura;


O
D E L

• sétima arte: cinema;


A OR XC

Recentemente, muitos estudiosos procuram elencar na lista de Canudo novas artes, consideradas próprias da
contemporaneidade:
• oitava arte: fotografia;
E

• nona arte: histórias em quadrinhos;


• décima arte: jogos de computador e de vídeo;
• décima primeira arte: arte digital.
EM SS L

Assim, quando nos reportamos à primeira arte, estamos falando da música; ao mencionamos a sétima, estamos nos
ST FE IA

referindo ao cinema etc.


SI O ER

ARTE ERUDITA, ARTE POPULAR E ARTE DE MASSA


A arte nasce num determinado tempo e contexto cultural que lhe serve de referência. Todas as manifestações artísticas
PR AT

se adequam a três vertentes oriundas do contexto de sua produção: arte erudita ou acadêmica, arte popular ou folclórica
e arte de massa.
M

ARTE ERUDITA
A arte erudita busca atender critérios específicos e despertar um juízo de beleza. Teve início no período colonial na
Europa, com os movimentos Barroco, Neoclassicismo e Renascimento, e visava a aristocracia e não o povo. Por essa razão, é
reconhecida como cultura da elite até os dias atuais. Manifesta-se com mais evidência nas artes plásticas, na música, dança
e literatura.
Hoje, a arte erudita pode ser compreendida como resultado do trabalho de artistas dotados de conhecimentos técni-
cos e formais, que fazem parte de uma elite social, econômica, política ou cultural e cujo conhecimento é proveniente
de pensamento científico, literatura, pesquisas universitárias e estudo. A arte erudita cria obras de valores universais,
como a Sinfonia nº- 5, de Ludwig Van Beethoven, as pinturas de Tarsila do Amaral, as fotografias de Sebastião Salgado.
Orientação ao professor 6. Caso tenha disponibilidade, trabalhe com a turma o conceito de Indústria Cultural, termo
criado pelos filósofos Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973). No livro Indústria cultural e sociedade
(São Paulo: Paz e Terra, 2002), os pensadores problematizam os efeitos da cultura massificada, produzida de forma industrial 11
para atender a gostos médios, padronizando manifestações artísticas e transformando cultura em produto.
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diferenças entre os produtores dessas duas culturas e se
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direcionando para um público abstrato e homogêneo. São


exemplo desse tipo de arte shows musicais e feiras de arte.

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SC AO
O
O A A
B S
Além do preço alto dos instrumentos, o aprendizado musical

D NI R
exigia muitas horas de treino, preparo e disciplina, o que só se

M DO
encaixava com os estilos de vida de uma elite privilegiada, não
da massa. O violino é um dos instrumentos que compõem uma

O E A
orquestra, responsável por diversas peças musicais eruditas.
Shows de rock podem ser considerados exemplos de cultura de massa.

O
N V P
ARTE POPULAR
SI N VO A arte popular faz parte da cultura de um povo, expres-
sando sentimentos e ideais da coletividade. Essa vertente é
ARTE DIGITAL OU DE COMPUTADOR
Atualmente, fala-se também em arte produzida no
intuitiva e trata de valores locais, regionais. Ao representar ambiente gráfico computacional. Chama-se de arte digi-
I
lendas, crenças e costumes típicos de determinada cultura, tal a criação de obras que se utilizam de ferramentas de
EN C S

traduz a visão de mundo e os sentidos coletivos. Sendo as- software, hardware e até mesmo do espaço virtual. Essas
E S U

sim, normalmente, é uma arte sem autoria. obras caminham entre as técnicas da pintura, impressão ou
O artista popular, em geral, produz por intuição ou
O

modelagem, fotografia, animação ou vídeo digital.


D E L

imitação. Traduz o universo no qual vive o dia a dia, não A arte digital só pode ser entendida no âmbito da arte
A OR XC

acompanhando modismos. contemporânea. Muitas obras levam ao indivíduo a ilusão


de entrar em uma ação, como é também o caso dos video-
SERGIO RANALLI/GETTY IMAGES

games, em que o desenvolvimento de história, os persona-


E

gens, cenários e objetos possibilitam a imersão do jogador


naquele mundo fictício.
EM SS L

As novas tecnologias abrem o espaço criativo para pro-


ST FE IA

fissionais do meio tecnológico: designers gráficos, progra-


madores de softwares, arquitetos de cenários e ambientes
virtuais, engenheiros de sistema e informática etc.
SI O ER

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PR AT
M

Esculturas representando a mulher brasileira.


Cerâmica do Nordeste, artisticamente pintada.

ARTE DE MASSA
Ainda sem aprofundamento acadêmico e com conhe-
cimento superficial da técnica, o artista pode produzir algo
com valor artístico. A arte de massa funciona como elo en-
tre a cultura erudita e a popular, ignorando totalmente as Composição digital representando formato tridimensional.

12
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ELEMENTOS BÁSICOS DA LINGUAGEM VISUAL
A linguagem visual se expressa por meio de elementos que lhe são constitutivos, que lhe dão LABORATÓRIO
apoio e são indispensáveis. Assim, o ponto e a linha são elementos necessários para toda e qualquer ARTÍSTICO

produção artística quando se refere às artes plásticas. No caderno de desenho,


esboce um ou mais obje-
tos e pinte-os utilizando
PONTO a técnica do pontilhismo.
Utilize pincel fino de pon-
Ponto é a unidade de imagem mais simples que se conhece. É representado por uma pequena ta arredondada e tinta

SC AO
marca sobre determinado espaço ou base. O ponto é o lugar onde duas linhas se cruzam. É o ele- aquarela ou guache.
mento básico da geometria, pois origina todas as outras formas geométricas.

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Uma série de pontos forma uma linha, uma massa de pontos torna-se textu-

O
O A A
ra, forma ou plano.

B S
D NI R
M DO
PONTILHISMO

O E A
O ponto tem grande poder de atração visual. Isso porque, quando juntos,

O
N V P
os pontos são capazes de dirigir o olhar do espectador. Em grande número e
justapostos, eles criam a ilusão de tom ou cor.
Pontilhismo é uma técnica de pintura cuja proposta é formar imagens
SI N VO
através de minúsculos pontos de cores pincelados diretamente na tela, de ma-
neira que, quando observados da distância correta, parecem se misturar.
Nascida na França no final do século XIX, foi no início do século XX que
I
EN C S
a técnica se consagrou, em especial com as obras de artistas como George
Seurat (1859-1891) e Paul Signac (1863-1935), artistas influentes da corrente
E S U

impressionista.
O
D E L
A OR XC

LINHA
A natureza é a melhor fonte para a observação de linhas, sendo possível
encontrar linhas retas, curvas, irregulares etc. As linhas permitem uma criação
E

indefinida de formas.
Existem alguns conceitos aplicados à linha, segundo os quais ela pode ser
EM SS L

Janela colorida. Técnica: pontilhismo


entendida como
ST FE IA

• deslocamento do ponto;
• trajetória definida pelo movimento de um ponto no espaço;
SI O ER

• conjunto de pontos que se sucedem uns aos outros, numa sequência infinita;
• elemento visual que mostra direcionamentos, delimita e insinua formas, cria texturas, carrega
em si a ideia de movimento.
PR AT

Observe as imagens abaixo e tente captar as linhas que delimitam as formas.


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ISTOCK/GETTY IMAGES
M

As linhas curvas
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presentes na
pelagem da zebra
dão identidade
visual ao animal.
A natureza apresenta diversas formas Nas altas montanhas podemos
geométricas, como esta concha em espiral. observar grandes linhas curvas.

13
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As linhas complexas mudam de direção e forma, são
LABORATÓRIO ARTÍSTICO mais livres e se classificam em
• poligonais ou quebradas — são compostas e apre-
A imagem a seguir é formada por uma linha con- sentam diversas direções;
tínua, traçada a partir de um ponto. Observe-a. • sinuosas ou onduladas — compostas por uma se-
quência de linhas curvas;

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• mistas ou mistilíneas — compostas por linhas retas
e curvas.
Quanto ao tipo de traçado, as linhas podem ser

SC AO
• cheias ou contínuas — o traço não apresenta inter-
rupções, tornando o movimento visual extremamente
rápido;

O
O A A
• tracejadas — representadas por meio de traços.

B S
Quanto maior o intervalo entre os traços, mais lento e

D NI R
M DO
pesado é o movimento;

O E A
• combinadas — representadas por meio de traços e
pontos alternados.

O
N V P

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SI N VO Rabiscos partindo de uma linha com a finalidade
de construir um desenho abstrato ou com formas
reconhecidas, dependendo da visualização de cada pessoa.
I
EN C S

No caderno de desenho, trace com lápis uma li-


E S U

nha contínua partindo de um ponto qualquer. Você


O

pode cruzá-la, embaralhá-la e manter algumas áreas


D E L

livres, como no modelo anterior. A seguir, escolha


A OR XC

áreas que sugiram a formação de algum objeto, con-


torne-as e pinte-as com as cores de sua preferência.
E

CLASSIFICAÇÃO DA LINHA
EM SS L

Em arte, as linhas geométricas gráficas assumem for-


ST FE IA

mato simples ou complexo.


As linhas simples podem ser classificadas de duas formas:
SI O ER

Desenho geométrico formado com linhas em espiral, retas e curvas.


• retas — seguem sempre a mesma direção e podem
estar na posição horizontal, vertical ou inclinada;
• curvas — estão sempre mudando de direção, de forma
PR AT

constante e suave, e podem ser côncavas ou convexas.


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M

ISTOCK/GETTY IMAGES

Linhas retas,
Desenho com linhas
curvas,
cheias curvas, côncavas,
onduladas,
convexas e hachuradas
côncavas e
(O uso de retas paralelas
convexas,
bem próximas cria efeitos
voltadas
de tons ou sombras).
para a direita
e para a
esquerda.

14
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ELEMENTOS ESTRUTURANTES
Nas obras de arte, são observados os seguintes conteúdos estruturantes:
• elementos formais — linha, cor, altura, duração, personagem, movimento corporal;
• composição — figurativa, tridimensional, harmonia, enredo, coreografia, entre outros;
• movimentos e períodos — Medieval, Barroco, Romantismo, vanguardas artísticas e outros.
Esses conteúdos estruturantes auxiliam na “construção artística”. Os elementos formais são usados como matéria-
-prima e, junto aos conhecimentos e práticas da composição artística (conteúdos, técnicas), possibilitam a organização e
constituem a obra de arte.

SC AO
INTERPRETAÇÃO DA ARTE

O
O A A
B S
Não há fórmula para compreender ou interpretar uma obra de arte, porém, é possível observar questões essenciais.
Algumas delas poderão ficar sem respostas, mas com certeza suscitarão reflexões.

D NI R
M DO
Um dos caminhos possíveis para se analisar uma obra de arte é a observação de seus elementos visuais funda-

O E A
mentais: cor, forma, linha, textura, relação luz/sombra, composição. Além disso, é preciso considerar que o artista está
inserido na realidade do tempo em que vive, e que, além de expressar emoções, sua arte denuncia e evoca seu tempo

O
N V P
e seu contexto sociocultural. Para facilitar sua análise, você pode seguir um roteiro: qual o contexto histórico da obra?
Qual a formação acadêmica do criador? Onde essa obra se insere no contexto sociocultural? Faz alguma referência ou
SI N VO denúncia? Qual o contexto criativo? É contemporânea?
O sentido de obra de arte é abrangente e sua leitura nos conduz ao exercício de construir e aprimorar nossos sentidos,
uma vez que a imaginação, a criatividade e a percepção do autor geram interpretações singulares e podem ampliar nossa
I
sensibilidade e entendimento sobre o mundo.
EN C S

Apreendemos a arte primeiro pelos sentidos (percepção). Na sequência, ela é analisada (interpretação simbólica do
E S U

mundo) e, por fim, entendida e apreciada (conhecimento intuitivo). É assim o processo que nos leva à experiência estética.
O
D E L

EXPERIÊNCIA ARTÍSTICA
A OR XC

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Observe as imagens a seguir e as interprete com base no roteiro sugerido
acima. Em seguida, compartilhe suas percepções com seus colegas.
E
EM SS L
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ST FE IA
SI O ER
PR AT

Arte rupestre encontrada na Ilha Jar, Austrália.


Povos primitivos expressavam seu cotidiano
por meio de pinturas em pedras e cavernas.
M

Edifício do Congresso
Nacional, localizado
na capital Brasília. A
construção é expressão
da arte moderna, com
abundante utilização
das linhas retas.

Casarão colonial na cidade de


Paraty, estado do Rio de Janeiro.
15
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CONEXÃO

HISTÓRIA
As primeiras manifestações artísticas surgiram na Idade da Pedra Lascada, período também conhecido como
Paleolítico Superior. Acreditando que sua arte poderia influenciar nos eventos mundanos, os artistas, que eram ca-
çadores, retratavam a natureza, especialmente os animais, conforme vista por sua perspectiva. Sendo assim, pode-se
dizer que o naturalismo representa uma das principais características da arte desse período. Segundo a crença desses

SC AO
caçadores, possuindo a imagem de determinado animal, poderiam possuir, também, poder sobre ele — por exemplo,
se o animal fosse retratado com ferimentos ou sem vida, poderia ser, de fato, morto. Tais retratações são conhecidas
como pinturas rupestres, denominação que se aplica àquelas feitas em rochedos e paredes de cavernas. No geral,
para elaborar essas pinturas, era usado sangue de animais, entre outros elementos, como carvão e ossos.

O
O A A
B S
D NI R
M DO
O E A
O BELO, O FEIO, O GOSTO

O
N V P
A beleza não é uma qualidade inerente; ela é atribuída para

NASJONALGALLERIET, OSLO, NORWAY


exprimir certo estado de nossa subjetividade. Não há ideia única de

SI N VO
belo nem regras para defini-lo. Não existe um valor estético a partir
do qual podemos julgar todas as obras de artes. Mesmo sendo um
conceito subjetivo, a beleza pode variar conforme a cultura.
I
O conceito de belo pressupõe a existência do feio. Toda a
EN C S

arte clássica, desde a grega, buscava o belo. É no século XX que


E S U

o conceito de feio aparece como instrumento da luta modernista


contra o Classicismo, apontando para novos sentimentos estéti-
O
D E L

cos; afinal, o objeto feio — disforme, desordenado ou despro-


A OR XC

porcional — pode ser expressivo, trágico, grotesco, perturbador.


Observe esta pintura do artista norueguês Edvard Munch (1863-
1944). Trata-se de uma das mais importantes obras do movimento
E

expressionista. Munch representou o estado emocional de uma pes-


soa vivendo um momento de angústia existencial e desespero. O ce-
EM SS L

nário de fundo é a doca de Oslofjord, em Oslo, ao pôr do sol.


A dor do personagem é expressa no grito. A cena demonstra
ST FE IA

que tudo está abalado, com exceção da ponte. À primeira vista,


podemos ter a impressão de uma pintura feia, no entanto, assim
SI O ER

que compreendemos seu significado, nossa avaliação pode ser dife- MUNCH, Edvard. O grito. 1893. Óleo sobre tela,
rente. Podemos ver a beleza da expressão, da técnica, do contexto. têmpera e pastel sobre cartão, 91 x 73 cm.

O gosto é uma expressão individual e subjetiva que expressa


PR AT

muito daquele que o revela.


M

LABORATÓRIO ARTÍSTICO

DESENHO DO EU
Providencie uma foto de seu rosto e faça uma cópia ampliada no computador ou em máquina fotocopiadora.
A cópia deve ter tamanho proporcional às folhas de seu caderno de desenho. Contorne com caneta hidrocor preta
todos os detalhes de seu rosto — cabelos, olhos, boca, nariz, sobrancelhas — com traços bem acentuados. Coloque
a cópia debaixo de uma folha de seu caderno de desenho e, usando lápis preto, copie a imagem para compor um
esboço de seu rosto. Em seguida, complete-o com lápis preto e, se desejar, pinte com giz de cera. O resultado será
uma obra de arte moderna. Guarde o modelo ampliado para usar posteriormente.

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REGISTRO DA APRENDIZAGEM

Releitura de obra de arte


1. Observe a obra O grito, de Edvard Munch (1893). No caderno ou em folha sulfite, faça um desenho com base
no sentimento despertado por ela. Mude o que quiser. Por se tratar de releitura, é preciso que seu desenho
mantenha pelo menos algumas das características da obra original, de modo que ao ser observado lembre a
pintura que lhe está servindo de referência.

SC AO
2. Interprete os minitextos e complete as afirmações:

A arte tem em comum

O
Isso afirma que a arte é

O A A
B S
com o conhecimento cientí-

D NI R
fico, técnico e filosófico seu conhecimento.

M DO
caráter criador e inovador.

O E A

O
N V P
O processo de criação Isso afirma que a arte é
artística tem dois grandes Significados

SI N VO
I alicerces: a imaginação e o
trabalho.
construção. da arte
EN C S

A arte também se vale Isso afirma que a arte é


E S U

das linguagens verbal, não


comunicação.
O
D E L

verbal e mista.
A OR XC

3. Relacione as formas de arte a seus exemplos.


E

Show musical
EM SS L
ST FE IA

Festa junina
SI O ER

Arte de massa

Dança do pau-de-fita
PR AT

Arte erudita
M

Apresentação de balé

Arte popular

Feira de tecidos pintados

Bandeirinhas na decoração

17
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Orientação ao professor 7. Quando da resolução desses exercícios, comente com alunos sobre os conceitos, manifestações e artistas abordados nas alter-
nativas (Roy Lichtenstein, Ingres, Legião Urbana, Hélio Oiticica, entre outros). Ressalte aos alunos a importância de eles não se restringirem ao conteúdo teórico
que estão estudando, sempre o relacionando àquilo que veem em sites, revistas, programas de televisão, exposições etc. Evidencie o quanto isso é importante
para que eles adquiram um bom repertório, do qual se valerão para enfrentar
a interdisciplinaridade do Enem. Pode-se também solicitar que esses exercícios
sejam feitos em casa e apresentados juntamente com uma pesquisa sobre os
conceitos, manifestações e artistas mencionados.

COMPREENSÃO chamados de elementos formais. Estes elementos fa-


1. A arte digital só pode ser entendida zem parte de objetos de arte visual, como as imagens,
a) no âmbito da comunicação não verbal. esculturas e edifícios, e transmitem muitos sentimentos
b) na esfera das artes plásticas. e sensações. Assinale a alternativa CORRETA que apre-
c) no contexto da linguagem do cartum e da geo- senta quatro elementos formais de uma composição.
metria. a) Ângulo, Fundo, Cor, Plano.

SC AO
d) na história da arte. b) Ponto, Forma, Cor, Textura.
e) no contexto da arte contemporânea. c) Plano, Figura, Tom, Linha.
d) Diâmetro, Linha, Raio, Fundo.

O
O A A
B S
2. Identifique a alternativa correta com base nas afirma-

D NI R
tivas que seguem. ESTUDO PARA O ENEM

M DO
I. A arte nasceu no Paleolítico Superior. 6. UEM-PR (adaptado) — Com relação às histórias em

O E A
II. Nas paredes de cavernas, os homens primitivos re- quadrinhos, assinale o que for correto.

O
01) Embora a arte do desenho relacionada a um texto

N V P
presentaram cenas de caça.
III. A característica dessas pinturas era o naturalismo. já existisse há muito tempo, a integração do dese-
nho ao texto, como conhecemos hoje, somente
SI N VO a) apenas I e II estão corretas.
b) apenas II e III estão corretas.
c) apenas I e III estão corretas.
apareceria na década de 1930.
02) Roy Lichtenstein é considerado um dos precurso-
d) todas estão corretas. res das histórias em quadrinhos por empregar, em
I
EN C S
e) todas estão incorretas. suas obras, cores primárias, chapadas e contorna-
das por um traço preto.
E S U

04) Yellow Kid, publicado em forma de pequenas ti-


DESENVOLVIMENTO
O
D E L

ras nos jornais dos Estados Unidos desde 1895, é


3. Unesc-SC — No Desenho Geométrico existem ele-
considerado o primeiro personagem das histórias
A OR XC

mentos fundamentais que são constituídos por:


em quadrinhos.
a) ponto, linha, plano e sólido.
08) As histórias em quadrinhos de Art Spiegelman são
b) ponto, linha, círculo e ângulo.
mundialmente reconhecidas. Entre elas, a série
E

c) linha, plano, circunferência e diâmetro.


Maus, que já foi exposta no Museu de Arte Mo-
d) reta, segmento, círculo e curva.
derna de New York e que valeu ao seu autor um
EM SS L

prêmio Pulitzer.
ST FE IA

4. Unesc-SC — A linha é o deslocamento contínuo de 16) A condição de obra de arte não pode ser atribuí-
um ponto ou uma sucessão de pontos. De acordo com da às histórias em quadrinhos porque essas, para
a FORMA, assinale a alternativa CORRETA na qual as
SI O ER

serem fruídas, necessitam ser reproduzidas indus-


linhas são classificadas. trialmente, gerando muitas cópias.
a) Inclinadas, horizontais, congruentes e verticais.
b) Sinuosas, horizontais, retas, curvas.
PR AT

Competência 4 — Compreender a arte como saber cultural e


estético gerador de significação e integrador da organização do
c) Inclinadas, mistas, retas, curvas. mundo e da própria identidade.
d) Sinuosas, mistas, retas, curvas, poligonais e Habilidade 14 — Reconhecer o valor da diversidade artística e
das interrelações de elementos que se apresentam nas manifesta-
M

onduladas. ções de vários grupos sociais e étnicos.

APROFUNDAMENTO
5. Unesc-SC — Todos os trabalhos de arte visual são 7. UEM-PR (adaptado) — A respeito da arte brasileira,
composições e para compreendê-las é necessário co- erudita, popular e de massa, assinale o for correto.
nhecer os elementos que estruturam a linguagem e os 01) A temática de contestação social presente no Rock
princípios que regem a combinação desses elementos. Nacional da banda Legião Urbana e de Cazuza é
A composição é a organização ou arranjo dos ele- característica do período posterior à abertura polí-
mentos da arte visual de acordo com seus princípios. tica do fim da ditadura.
Os elementos que estruturam a linguagem visual são

18
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ENSINO MÉDIO

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02) O Choro é um dos estilos musicais brasileiros resul- 16) As pinturas do período da Renascença são ca-
tantes da miscigenação entre a cultura europeia e racterizadas por estrutura simétrica e sólida, com
a afro-brasileira, ocorrida em ambiente urbano do eixos de construção estáveis e claros, verticais e
início do século XX. horizontais; enquanto a pintura barroca privilegia
04) As danças populares brasileiras, devido ao proces- o dinamismo da composição em diagonal.
so de repetição, têm-se mantido inalteradas em
Competência 4 — Compreender a arte como saber cultural e
praticamente todo o território nacional, como é o estético gerador de significação e integrador da organização do
caso das quadrilhas das festas juninas. mundo e da própria identidade.
Habilidade 14 — Reconhecer o valor da diversidade artística e
08) Até antes do século XX, por influência da corte

SC AO
das interrelações de elementos que se apresentam nas manifesta-
brasileira, a produção musical popular era prati- ções de vários grupos sociais e étnicos.

camente inexistente, mesmo em centros urbanos


como Rio de Janeiro e São Paulo.

O
O A A
16) A bossa-nova carioca estabelece-se como um mo- 9. UEM-PR (adaptado) — Considerando o conceito de

B S
vimento musical originário das classes mais baixas belo ao longo da história da arte, assinale o que for

D NI R
M DO
da população, criticando os valores burgueses da correto.
01) No campo da música, a retomada dos ideais de

O E A
sociedade carioca do período.
proporcionalidade, de equilíbrio e de simetria, tí-

O
N V P
Competência 4 — Compreender a arte como saber cultural e picos do período grego, deu-se principalmente na
estético gerador de significação e integrador da organização do
mundo e da própria identidade.
arte do período Barroco, que tem como principal

SI N VO
I Habilidade 12 — Reconhecer diferentes funções da arte, do tra-
balho da produção dos artistas em seus meios culturais.
expoente o compositor Bach.
02) O movimento expressionista da virada do século
XIX para o século XX é um dos exemplos de poé-
tica artística que se distanciou dos ideais de beleza
8. UEM-PR (adaptado) — Sobre a atitude dos artistas ao
EN C S

clássica, buscando expressar as emoções e as sub-


longo da história da arte, seja ela erudita, popular ou
E S U

jetividades do artista.
de massa, no que diz respeito aos elementos materiais
04) A estética clássica grega, com seus ideais de sime-
O

(cores, linhas, volumes) e às relações formais (ritmo,


D E L

tria e de proporcionalidade, é uma das responsá-


proporção, simetria) que organizam a construção pic-
A OR XC

veis pela concepção de que a bela arte é aquela


tórica, assinale o que for correto.
que representa um mundo harmonioso e agradá-
01) O domínio do desenho foi um dos aspectos mais
vel, não como ele é, mas como ele deveria ser.
fortes de Ingres e ele mesmo declarava que o dese-
E

nho deveria ser a essência da pintura, pensamento


08) O quadro A traição das imagens, de René Ma-
gritte, quadro famoso pela representação de um
compartilhado por seu admirador Salvador Dalí.
EM SS L

cachimbo, é um dos principais exemplos de uma


02) A cor, um dos elementos mais importantes na pin-
arte que pretende imitar o real de forma precisa,
ST FE IA

tura flamenga, foi utilizada por Rubens com in-


visando à criação de uma ilusão do real.
tensidade, geralmente localizando as cores mais
16) A associação da beleza ao equilibrado e ao agra-
SI O ER

fortes, como o vermelho, o verde e o amarelo, no


dável deve-se também à influência da indústria do
vestuário, equilibrando a luminosidade da pele
entretenimento. À medida que a fruição artística
clara das figuras humanas.
passa a ser associada ao momento de lazer, ela se
04) As obras de Jean-Michel Basquiat distinguem-se
PR AT

fortalece como distração e disfarce das dificulda-


no cenário da pintura moderna por exibir cores
des e das imperfeições da vida cotidiana.
suaves, em geral simulando formas reais por meio
M

da gradação tonal, resultando em volumes que Competência 4 — Compreender a arte como saber cultural e
parecem projetar-se da tela. estético gerador de significação e integrador da organização do
mundo e da própria identidade.
08) O brasileiro Hélio Oiticica tornou-se conhecido Habilidade 13 — Analisar as diversas produções artísticas
por produzir telas que mesclavam as gravuras ja- como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e
preconceitos.
ponesas com as pinceladas rápidas de Van Gogh,
utilizando a linha como elemento delimitador das
diferentes áreas de cor das figuras representadas.

19
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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M

ARTE-M01-2.indd 20
PR AT
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ST FE IA
LORDKUERNYUS/DREAMSTIME
1
EM SS L
E
A OR XC
D E L
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EN C S
O I
SI N VO
N V P
O E A

de Aranjuez, Espanha.
Fonte de Narciso, nos jardins
Detalhe das esculturas da
D NI R
O A A
M DO
B S
O
SC AO
O

02/06/2016 11:37:51
VOCÊ VAI APRENDER A
 identificar formas e estruturas;
 distinguir formas naturais de formas artificiais;
 compreender a relação entre estruturas e formas;
 reconhecer a importância do projeto arquitetônico;
 valorizar a produção visual e o domínio técnico em seus diferentes segmentos e

SC AO
épocas.

O
O A A
B S
D NI R
M DO
O E A

O
N V P
SI N VO
I

2
EN C S
E S U
O
D E L
A OR XC
E

FORMAS E
EM SS L

ESTRUTURAS
ST FE IA
SI O ER

D
e onde os artistas tiram tanta inspiração? Certamen-
te, as boas ideias não vêm apenas de sua própria ca-
beça. Mesmo que sejam geniais, os artistas se valem,
PR AT

em grande parte, do que já viram, ouviram ou leram; enfim,


do conhecimento adquirido. Eles buscam o saber no passado,
tomam-no para si e o transformam em novo conhecimento.
M

Além disso, lançam um olhar atento às formas da natureza,


pois sabem que nela reside o ponto principal das formas, es-
truturas e cores. Por isso, apreendem, aprendem, criam em sua
mente um projeto artístico e o executam valendo-se de for-
mas, suportes e estruturas.

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A finalidade
PARA COMEÇAR

ISTOCK/GETTY IMAGES
da arte é dar corpo Observe a imagem, leia a
legenda e converse com os colegas
à essência secreta e o professor sobre estas questões:
das coisas. • Qual a forma e a estrutura des-
sa construção?
Aristóteles • O que será necessário para

SC AO
construir uma obra desse
porte?

O
O A A
B S
D NI R
M DO
O E A

O
N V P
Edifício comercial, formado por
duas conchas de vidro, unidas

SI N VO
I por uma estrutura interna de aço,
em Abu Dhabi, Emirados Árabes
Unidos. A estrutura esférica,
baseada em princípios clássicos
como a proporção áurea, é
EN C S
revestida com vidros espelhados
e jateados, que contribuem para
E S U

o aproveitamento de luz solar e


para a economia energética.
O
D E L
A OR XC

ROTEIRO DE APRENDIZAGEM
E

Forma Arquitetura e escultura


EM SS L

• Formas geométricas e • Egípcia


planas • Grega
ST FE IA

1
• Polígonos regulares
inscritos e circunscritos
3 • Romana
• Românica
SI O ER

e polígonos irregulares • Gótica


• Classificação das • Pré-colombiana
formas • Brasileira
PR AT
M

Estrutura
• Arquitetura e formas
4 Perspectiva

2 estruturais
• Presença do arco
• Abóbodas e cúpulas

5 Arquitetura e forma na
contemporaneidade

22
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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Orientação ao professor 8. Conduza os alunos a um passeio pela escola para que observem a presença das formas. Liste com
eles as formas percebidas. O objetivo é mostrar a presença indispensável desses elementos. Na sequência, dialogue com eles sobre
FORMA os conceitos de dimensão e de polígonos básicos, permitindo uma melhor assimilação dos conteúdos propostos neste capítulo.

Segundo o Dicionário Houaiss, forma é “o formato ou FORMAS GEOMÉTRICAS PLANAS


a aparência física de um ser ou coisa”. Podemos falar em
Na geometria, os lados quantitativos do polígono defi-
formas naturais — forma do corpo humano, forma das fo-
nem seu nome: triângulo ou trilátero, quadrilátero, pentá-
lhas do abacateiro, da laranjeira, da rosa—, assim como nas
gono, hexágono e assim sucessivamente.
formas das coisas criadas pelo ser humano, isto é, forma
das habitações, dos utensílios domésticos, entre outras.
O ser humano tomou conhecimento das formas quan-

SC AO
do precisou medir terrenos. Foi nessa época que os egípcios
e babilônios começaram a sistematizar os primeiros concei-
tos de formas e estruturas, normalmente associadas à ma-

O
O A A
temática e à engenharia. Uma demonstração disso foram

B S
as edificações das pirâmides e dos templos.

D NI R
M DO
É muito fácil observar a presença das formas geométri-

O E A
cas no cotidiano — nas ruas, nas casas, nos brinquedos, na
natureza, enfim, em tudo —, e perceber que é a linha que

O
N V P
estabelece ou define a forma.
As formas geométricas básicas — quadrado, círculo e Formas geométricas planas.

SI N VO triângulo equilátero — permitem combinações e variações


infinitas, dando origem a todas as outras formas físicas da
natureza e da imaginação humana. Daí vem o valor do de-
Entende-se que polígono é qualquer figura plana for-
mada pelo mesmo número de ângulos e lados, desde o
I
senho geométrico na construção de toda e qualquer coisa.
EN C S
triângulo (a figura de menor número) até uma forma que se
Você já deve ter ouvido falar sobre unidimensional, bidi-
aproximaria do círculo (por um número infinito de lados). O
E S U

mensional e tridimensional. Trata-se da classificação das for-


polígono equilátero tem todos os lados iguais; o polígono
mas conforme suas dimensões. No modelo unidimensional,
O
D E L

esférico é a porção da superfície esférica limitada por arcos


temos uma reta, sem espessura, que possui um sentido úni-
de círculos máximos; o mistilíneo tem um lado reto e outros
A OR XC

co partindo de um ponto. As formas que possuem sentidos


curvilíneos; já o regular tem todos os lados e ângulos iguais.
para lados diferentes, traçados especificamente com com-
A seguir, veremos alguns polígonos inscritos e
primento e largura, são formas bidimensionais. O campo
circunscritos.
E

tridimensional exige comprimento, largura e altura, ou


seja, profundidade. Se olharmos para uma porta real que
POLÍGONOS REGULARES
EM SS L

se assemelha a um retângulo, inicialmente podemos carac-


terizá-la como bidimensional, pois só enxergamos sua altura E CIRCUNSCRITOS E
ST FE IA

e largura. No entanto, trata-se de um objeto tridimensional,


pois sabemos que há profundidade. O cinema tem se dedi-
POLÍGONOS IRREGULARES
SI O ER

cado há anos à busca de ferramentas que proporcionem aos


seus filmes experiências tridimensionais — conhecidas como
3D. Esse recurso consiste em assimilar a profundidade real
PR AT

dos cenários gravados, tentando dar ao espectador a sensa-


ção de participar de perto da cena.
M

No caso dos polígonos apresentados, os vértices de


ISTOCK/GETTY IMAGES

cada um são tangentes à circunferência. Esse ponto de tan-


gência divide a circunferência em partes iguais, as quais re-
cebem o nome de arco de circunferência. O triângulo ins-
crito divide a circunferência em três arcos de comprimentos
iguais, o pentágono em cinco arcos iguais e o octógono em
Pássaros criados oito arcos iguais. Cada segmento de reta que forma o lado
com formas
do polígono é considerado uma corda da circunferência.
geométricas
bidimensionais. Nos polígonos regulares circunscritos, suas pontas não
tangem à circunferência

23
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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ISTOCK/GETTY IMAGES
Já os polígonos irregulares possuem pelo menos dois
lados e ângulos com medidas diferentes.

SC AO
O
O A A
B S
As pedras apresentam formas irregulares

D NI R
M DO
e diversificadas; nenhuma é igual à outra.
Observe esta composição com formas geométricas:

O E A
• Formas artificiais — resultam da ação humana, como
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O
edificações, carros, obras de arte etc.

N V P

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SI N VO
I
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Formas geométricas compostas a partir da Sequência de Fibonacci,


a qual é representada na Matemática pela letra grega phi.
E

Forma artificial em que se pode observar quadrado,


retângulo, triângulo etc., compondo um todo.
EM SS L

LABORATÓRIO ARTÍSTICO
• Formas funcionais com função específica — quan-
ST FE IA

do a forma é aplicada a determinadas estruturas, assu-


No caderno, desenhe e pinte um vitral valendo-
me função específica ao fim que se destina.
se de formas geométricas e polígonos regulares e ir-
SI O ER

regulares. Você pode trabalhar com uma única forma ISTOCK/GETTY IMAGES

ou várias, a depender de sua criatividade.


PR AT

CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS


M

As formas que nos rodeiam são categorizadas em


• Formas naturais — criadas pela natureza; são encon-
tradas em grande diversidade.
ISTOCK/GETTY IMAGES

Os peixes apresentam
Na imagem, observa-se, em destaque, a forma
formas naturais
retangular para a função escada e a forma poligonal
e específicas a
aplicada às poltronas. Além da funcionalidade, essas
cada espécie.
formas cumprem função estética em si, pela beleza
de sua aplicação e pela harmonia do ambiente.

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ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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• Forma plana ou bidimensional — apresenta largura
e comprimento. E com cinco ou seis retas é fácil fazer um

ISTOCK/GETTY IMAGES
[castelo
Corro o lápis em torno da mão e me dou
[uma luva,
E se faço chover, com dois riscos tenho um
[guarda-chuva.

SC AO
Se um pinguinho de tinta cai num pedaci-
[nho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a
[voar no céu.

O
O A A
B S
Observe que o desenho é feito sobre uma superfície,
Vai voando, contornando a imensa curva
tendo como dimensões a largura e o comprimento.

D NI R
[Norte e Sul

M DO
• Forma com volume ou tridimensional — apresenta Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou

O E A
largura, altura e comprimento. [Istambul

O
Pinto um barco a vela branco navegando

N V P
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É tanto céu e mar num beijo azul.

SI N VO Entre as nuvens vem surgindo um lindo


[avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a
I
EN C S
[piscar
Podemos dizer que a cadeira, por
Basta imaginar e ele está partindo, sereno
E S U

apresentar três dimensões — largura,


altura e comprimento —, possui volume. [e lindo
O
D E L

E se a gente quiser ele vai pousar.


A OR XC

TOQUINHO; MORAES, Vinicius de. Toquinho no


LABORATÓRIO ARTÍSTICO mundo das crianças. Universal Music, 2005.

Leia a canção a seguir. Transforme essa canção popular em desenho.


E

Use o caderno de desenho. No verso da folha, ano-


Aquarela te as formas que você usou. Depois, apresente sua
EM SS L

Numa folha qualquer eu desenho um sol produção aos colegas e ao professor. Se possível,
ST FE IA

[amarelo fotografe e exponha em sala de aula.


SI O ER

ESTRUTURA
PR AT

O corpo humano tem uma estrutura que lhe permite ficar em pé e executar certos movimentos, como andar. O esque-
leto é responsável por essa estrutura, e embora não seja visível, é percebido e conhecido por todos nós.
Assim como o esqueleto humano, muitas estruturas sustentam
M

instalações e formas internamente, não sendo visíveis. Na natureza


ISTOCK/GETTY IMAGES

existe uma grande diversidade de estruturas.


Buscando inspiração na natureza e tomando como base o co-
nhecimento científico, o ser humano cria novas estruturas e formas.
Observe a imagem ao lado.

Desenho arquitetônico. Para executar esse projeto, faz-se necessário


uma estrutura adequada que permita a manutenção da forma. A
matemática e a engenharia dão bases científicas e concretas para que
a forma projetada possa se transformar numa obra arquitetônica.

Orientação ao professor 9. Sugerimos organizar uma instalação artística com os resultados das produções. Para isso, imprima a canção em tamanho
ampliado e afixe numa das paredes da sala de aula. Ambiente com um grande sol amarelo, que pode ser feito com uma esfera de isopor, componha
gaivotas explorando recursos das técnicas de dobraduras no estilo origami, e arme um guarda-chuva. Assim, os alunos terão um bom cenário para foto-
25
grafias. Aproveite as fotos no capítulo 4, no qual será abordado o tema fotografia. ARTE 1
ENSINO MÉDIO

ARTE-M01-2.indd 25 02/06/2016 11:38:10


ARQUITETURA E FORMAS Quando nossos ancestrais descobriram que com o cozi-
mento da argila em altas temperaturas se obtinham o tijolo
ESTRUTURAIS e a cerâmica, com imensa vantagem sobre a pedra natural,
A arquitetura depende necessariamente da época, do a arquitetura nunca mais foi a mesma.
meio físico e social no qual está inserida e da técnica decor-

ISTOCK/GETTY IMAGES
rente dos materiais disponíveis e empregados. A ideia de
trabalhar a beleza na estrutura de um edifício é tão antiga
quanto a ideia de arquitetura. Os elementos estruturais —
muros, pilares, vigas, arcos — sempre tiveram grande im-

SC AO
portância na sustentação desses edifícios, mas também fo-
ram elaborados com viés decorativo.
A arquitetura tem o poder de fascinar e intrigar porque

O
O A A
encarna valores; podemos dizer que ela é o pensamento

B S
transformado em matéria. Quantas vezes paramos diante

D NI R
M DO
de uma obra e nos perguntamos como a mesma foi conce-

O E A
bida e construída.
Na Antiguidade, as formas estruturais eram limitadas

O
N V P
aos materiais disponíveis — pedra, argila e madeira. A pe- Nessa construção da Idade Antiga, vê-se uma
janela em parede feita de pedras e argamassa.
dra era o material mais resistente e também o mais difícil
SI N VO para trabalhar. Ela permitia maiores possibilidades estéticas
e tinha extrema beleza e durabilidade, o que se comprova
Os novos materiais e tecnologias possibilitam formas
inovadoras e arrojadas para a arquitetura, pois a tendência
pela existência, até os dias de hoje, das pirâmides, templos da modernidade é a constante transformação.
I
e edifícios egípcios, gregos e romanos.
EN C S

STOCK/GETTY IMAGES
E S U
ISTOCK/GETTY IMAGES

O
D E L
A OR XC
E
EM SS L
ST FE IA
SI O ER

Cidade das Artes e das Ciências, construída em


Valência, Espanha, no antigo leito do Rio Turia. Obra
do século XX, trata-se de um complexo urbanístico e
arquitetônico destinado ao entretenimento e à cultura.
PR AT

Analise as duas imagens anteriores sob o ponto de vis-


Ao fundo, uma das pirâmides de Gizé, no Egito, datada de 2600 a.C. ta da forma e da estrutura. Imagine-se nesses lugares. Que
M

sensações eles lhe causam? As formas têm influência sobre


A argila (barro), também prodigiosa, era aproveitada
as sensações?
para os mais diversos usos e possibilidades tecnológicas.
Orientação ao professor 10. Comente com a turma que são os nossos órgãos dos sentidos os responsáveis por captar o meio exterior;
é por meio deles que recebemos influências que atingem todo o nosso sistema emocional.

26
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PRESENÇA DO ARCO Observe a imagem das duas estruturas a seguir e ana-
lise as diferenças entre elas.
ISTOCK/GETTY IMAGES

ISTOCK/GETTY IMAGES
SC AO
O
O A A
B S
Arcada da Galleria Vittorio Emanuele II, na cidade de Milão, Itália.

D NI R
M DO
O arco é um elemento em curva, isto é, arredondado,

O E A
que normalmente emoldura a parte superior de um vão

O
N V P
(abertura, passagem) ou reentrância, suportando o peso
vertical do muro (parede) em que se encontra. Seu uso é

SI N VO
I adequado em portas, janelas, pontes, aquedutos, elemen-
tos de composição tridimensional de abóbadas e em pare-
des e vigas. Ao conjunto de arcos damos o nome de arcada.
Enquanto estrutura arquitetônica, o arco foi criado
EN C S

pelos romanos, responsáveis pela propagação do “arco de


O Panteão, localizado em Roma, na Itália, datado de
E S U

volta perfeita” ou “arco pleno”, pelo semicircular e por seu 126 d.C., possui a maior abóbada com vão livre da
assentamento em pilares. Antiguidade, com 43,44 m de diâmetro, sem pilares ou
O
D E L

colunas para sustentá-la. A construção se mantém até os


LEONID ANDRONOV/DREAMSTIME

dias de hoje devido aos diferentes tipos de materiais usados


A OR XC

pelos arquitetos romanos, como lava vulcânica, pedra e


cerâmica, empregados para o enchimento de paredes e
cúpulas. Com a expansão do Império Romano, a forma de
construção em arco migrou para diversas partes do mundo.
E

ISTOCK/GETTY IMAGES
EM SS L
ST FE IA
SI O ER

Arcos característicos da construção de aquedutos. O aqueduto da


imagem fica na França e foi erguido no período da Roma Antiga.
PR AT

ABÓBADAS E CÚPULAS
M

Abóbada é o nome dado para a construção em forma


A Basílica de Santa Sofia, também conhecida como Hagia Sophia
de arco que serve para cobrir espaços compreendidos entre
(“Sagrada Sabedoria”), é um imponente edifício construído
paredes, pilares ou colunas. A abóboda de berço consiste no Império Bizantino para ser a catedral de Constantinopla
num semicírculo — o arco pleno — ampliado lateralmen- (atualmente Istambul, na Turquia). Ela é uma referência de
estrutura e beleza quando se fala em abóbada arquitetônica. O
te pelas paredes e apoiado sobre dois pilares. A abóbada friso de luzes na parte inferior da cúpula faz parecer que ela flutua.
de arestas consiste na interseção, em ângulo reto, de duas
abóbodas de berço apoiadas sobre pilares. As duas construções revelam a importância do desenho
Cúpula é uma abóbada hemisférica (metade de uma geométrico para a definição de estruturas arquitetônicas. A
esfera) ou esferoide. A construção de abóbadas constituiu importância da linha e, nesse caso, do arco é determinante
o principal problema arquitetônico da Idade Média. para a elaboração de projetos de engenharia e sua edificação.

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ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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CONEXÃO
CONEXÕES
ARQUITETURA E ESCULTURA
HISTÓRIA
EGÍPCIA exímios artesãos, os egípcios também faziam
máscaras mortuárias com a finalidade de pro-
A história da arte pode Linhas simples e formas estilizadas foram
teger o rosto da múmia e estatuetas para repre-
ser dividida em grandes muito valorizadas pelos egípcios no sentido de
períodos: Arte Pré-Histó- sentar seus deuses.
manter a harmonia e o equilíbrio, não só na ar-
rica (período anterior a
3200 a.C.), Arte Antiga quitetura como nas demais expressões de arte.
(de 3200 a.C. a 1000 A religião foi o suporte e fonte de inspiração GREGA

SC AO
a.C.), Arte Clássica (de para as manifestações artísticas egípcias.
1000 a.C. a 300 d.C), O Partenon, célebre templo de ordem dó-
Arte Medieval (de 300 As esculturas mostravam as pessoas como rica e o maior da Acrópole de Atenas, foi cons-
a 1350), Arte Moderna elas desejavam ser — jovens, fortes e elegantes, truído no século V a.C. (entre os anos 447 e
(de 1350 a 1850) e, final- características que refletem na solidez e na du-

O
O A A
mente, Arte Contempo- 438 a.C.) e dedicado à deusa, uma das mais

B S
rânea (de 1850 aos dias
rabilidade da arquitetura egípcia. importantes da mitologia grega. Foi o templo

D NI R
M DO
atuais). mais grandioso e ricamente decorado de todos
ANDREAS RENTZ/GETTY IMAGES

os tempos.

O E A

ISTOCK/GETTY IMAGES
O
N V P
SI N VO
I
CONEXÃO
CONEXÕES

GEOMETRIA
EN C S
Os templos foram a
expressão arquitetônica
E S U

mais comum no antigo


Egito. Sua decoração era
O
D E L

inspirada na paisagem
egípcia, nas folhas do pa-
A OR XC

O Partenon, localizado na Acrópole de Atenas, é


piro e de palmeiras, em
um dos exemplos da arquitetura da Grécia Antiga.
flores de lótus e outros
elementos naturais.
A arquitetura grega começou a se expandir
E

na Antiguidade com a construção de templos.


ISTOCK/GETTY IMAGES

Busto de Nefertite, uma das rainhas mais populares


do Egito, famosa por disseminar cultos monoteístas Os templos eram construídos sobre uma
EM SS L

ao deus sol, Aton. A imagem foi esculpida por


Tutmósis, um dos poucos artistas egípcios conhecidos, base de três degraus. No mais alto, erguiam-se
ST FE IA

e encontra-se atualmente no Museu do Cairo. as colunas e as paredes dos núcleos dos tem-
plos, e acima das colunas, os frisos. Uma das
Outra expressão artística são as esfinges,
SI O ER

características da construção era o frontão —


Capitel com
monumentos que eram colocados na entrada espaço triangular resultante da posição do te-
representação de
folhas de papiro. dos templos para afastar os maus espíritos. Sua lhado, que recebia adornos com esculturas.
forma era composta por corpo de leão (repre-
PR AT

Os gregos foram os primeiros a se preocu-


sentando a força) e cabeça humana (represen- par com a representação real da natureza. São
tando a sabedoria). considerados os primeiros artistas realistas da
M

Muitas esculturas em ouro foram encon- história. Eles buscavam privilegiar conceitos que
tradas nas tumbas dos faraós, o que demons- primavam pela interação entre o equilíbrio, a
tra domínio e técnica com esse metal. Como beleza e a simplicidade.

ON
EARS
VO P
ACER

Reconstrução esquemática do frontão leste do Templo de Zeus, em Olímpia.

28
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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As residências comuns eram construídas

ISTOCK/GETTY IMAGES
com materiais simples e baratos, e as mais sun-
tuosas, com pedras e mármore.
Capitel: extremidade
As colunas representam um traço marcante superior da coluna, do pilar
da arquitetura grega. As da parte superior deter- ou da pilastra, cuja função
mecânica é transmitir os
minavam o estilo (ordem) das construções. Veja-
Capitel com esforços para o fuste, parte
mos a seguir quais estilos ou ordens são esses. escultura da da coluna entre o capitel
• Ordem dórica — expressa por uma coluna coluna coríntia. e a base.

simples, com caneluras profundas.

SC AO
Na Grécia, era predominante a ordem dóri-
ISTOCK/GETTY IMAGES

ca, diferentemente de Roma, onde predominava


a ordem coríntia. As colunas eram semelhantes

O
O A A
B S
na arquitetura grega e romana. Os gregos prio-
rizavam o mármore e granito em suas constru-

D NI R
M DO
ções, enquanto os romanos valorizavam tijolos

O E A
e concreto.

O
N V P ISTOCK/GETTY IMAGES
SI N VO
I
Coluna em estilo dórico.
EN C S
• Ordem jônica — mais fina e graciosa, tem
coluna canelada e capitel com voltas (tipo Capitel com
E S U

representação de
caracol). folhas de palmeira.
O
D E L
ISTOCK/GETTY IMAGES

A OR XC

Entre 900 e 700 a.C., as esculturas tinham


pequenas dimensões e eram confeccionadas em
barro e bronze. Geralmente, representavam for-
E

mas de animais e pessoas, evidenciando habili-


dade artesanal. Mais adiante, a escultura grega
EM SS L

recebeu influência egípcia e oriental: o rosto pas-


sou a ser representado em forma triangular e es-
ST FE IA

quemática; o cabelo, em grossas madeixas; a cin-


tura estreita e alta; as pernas, usualmente longas.
SI O ER

Coluna em estilo jônico.


ISTOCK/GETTY IMAGES

• Ordem coríntia — tem coluna canelada


PR AT

e capitel profusamente decorado com fo-


lhagens, o que o faz bastante diferente dos
outros.
M
ISTOCK/GETTY IMAGES

Cariátides na Acrópole de Atenas, Grécia. As cariátides


são esculturas de mulheres que suportavam na
cabeça o peso do templo. Na imagem, o pórtico
foi composto por seis colunas jônicas cariátides,
vestindo túnicas e na cabeça uma cesta.
Coluna em
estilo coríntio.

29
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

ARTE-M01-2.indd 29 02/06/2016 11:38:37


Nos períodos posteriores, a nudez passou a desses monumentos, com 155 cenas em relevo
CONEXÃO
CONEXÕES ser regra nas esculturas masculinas e as longas narrando as batalhas do Imperador Trajano. As
túnicas nas femininas. obras envolvem a coluna de 38 metros concluí-
HISTÓRIA
da em 113 d.C.

ISTOCK/GETTY IMAGES
Ao longo do século IV
a.C., mais especificamen-

ISTOCK/GETTY IMAGES
te entre 323 e 327 a.C,
devido a suas conquistas,
Alexandre Magno levou
a arte grega até a Índia.

SC AO
Assim, numerosos artistas
tiveram acesso à cultura
daqueles locais. Ocorreu,
então, mudança na
compreensão dos valores

O
O A A
estéticos e culturais; o

B S
antigo conceito de arte

D NI R
M DO
passou a não mais se
basear em privilégios de

O E A
classe ou de nascimento,
mas se ligar a valores

O
N V P
puramente humanos e Coluna de Trajano, construída em Roma
racionais. pelo imperador Trajano, no ano 113 d.C.

SI N VO

ISTOCK/GETTY IMAGES
CONECTIVIDADE
CONEXÕES
I
Confira o curta dispo-
EN C S

nibilizado pelo canal


History Channel, com
E S U

uma animação em stop


motion que explica como
O
D E L

O Discóbolo, esculpido em bronze pelo artista


foi feita a construção da grego Míron, foi concluído por volta de 455 a.C,
A OR XC

Coluna de Trajano. no período clássico. A obra perdeu-se no tempo,


Disponível em: <https:// restando apenas cópias romanas de seu testemunho.
www.youtube.com/wat
ch?feature=player_embe
E

dded&v=A6AAv1o0LIM>.
Acesso em: abr. 2016. ROMANA
A arte romana começou a se desenvolver
EM SS L

a partir do século I d.C. Assim como a arquite-


ST FE IA

tura, a escultura evoluiu misturando caracterís-


ticas gregas e etruscas. Dos gregos, os roma- Arco de Tito, em Roma, Itália, construído no ano 81 d.C.
SI O ER

nos herdaram a beleza humana idealizada, e


ISTOCK/GETTY IMAGES
dos etruscos, a fidelidade aos traços da pessoa
retratada.
PR AT

O alto relevo subordinado à arquitetura


tinha fins comemorativos, ornamentais e nar-
rativos históricos de grande importância. As
M

estátuas equestres eram dedicadas aos impera-


dores e chefes e tinham, quase sempre, objeti-
vos políticos. Painéis esculpidos representando
feitos militares decoravam arcos de triunfos, dos
quais são destaque o Arco de Tito, em Roma —
considerado uma obra-prima da arquitetura Detalhes do interior do Arco de Tito.
Batalha esculpida em alto e baixo relevo.
neoclássica —, o Arco do Imperador Constan-
tino e a Coluna de Trajano — o mais ambicioso

30
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ENSINO MÉDIO

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ROMÂNICA

ISTOCK/GETTY IMAGES
O estilo românico, que vem com a queda
CONEXÃO
CONEXÕES
de Roma e a expansão do cristianismo, visava a
unificação da arte na Europa. A arquitetura româ-
HISTÓRIA
nica recebeu influência da arquitetura romana e As construções românicas
bizantina. da Idade Média foram
São características do estilo românico: cons- erguidas com funções
diversas: as igrejas para
truções grandes e sólidas, estilizadas e austeras, de os fiéis (o povo), os mos-

SC AO
paredes maciças; pilares muito grossos que susten- teiros para os monges
tavam arcos redondos e teto abobadado; janelas e abades, e os castelos
para os nobres e senho-
pequenas; interior pouco iluminado; predominân-
res feudais.

O
cia das linhas horizontais e aspecto resistente. A de-

O A A
B S
coração era feita com santos, animais e faixas com

D NI R
M DO
desenhos geométricos inspirados nas construções
gregas. As edificações eram levantadas com pedras

O E A
e tijolos; geralmente agregando elementos como

O
N V P
o arco pleno e abóbadas de berço apoiadas sobre A Catedral de Pisa, na Itália, é a mais
famosa igreja de estilo românico.
dois pilares.

SI N VO
LABORATÓRIO ARTÍSTICO Orientação ao professor 11.
I
Recapitule o conteúdo sobre ar-
EN C S

cos e formas. Analise em conjun-


Observe a seguir uma imagem do Arco do Imperador Constantino (em estilo românico). to a aplicação de arcos e figuras
E S U

Analise o esboço que está ao lado. geométricas, mostrando como


utilizá-los no desenho solicita-
O
D E L
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ISTOCK/GETTY IMAGES
do. Considerando que o trabalho
pode apresentar função catártica,
A OR XC

não recomendamos que seja reali-


zado em grupo. Caso ache melhor
realizar a tarefa em grupos, ao
invés de um trabalho envolvendo
E

as conquistas pessoais, proponha


um trabalho interdisciplinar com
o professor de História e direcio-
EM SS L

ne a atividade para que a turma


ST FE IA

registre algum acontecimento


histórico que está sendo estudado
na disciplina. Marque o dia para a
SI O ER

exposição dos trabalhos. Convide


outros professores para prestigiar.
Arco do Imperador Constantino, em Roma, Itália. Esboço do Arco do Imperador Constantino.
Permita aos alunos documentar a
atividade por meio de fotos.
Com base nas imagens, projete, numa folha de seu caderno de desenho, um arco do triun-
PR AT

fo com três cenas retratando as suas conquistas pessoais ou algum episódio de suas vivências
do qual você se orgulha. Para a atividade, utilize as medidas de referência: 20 x 25 cm. Defina
no arco os locais para os relevos ou desenhos. Em outra folha, esboce os desenhos que você
M

pretende inserir no arco. Apresente seu trabalho em sala.

GÓTICA
A partir do final do século XII, a Europa passou por grandes transformações sociais e econômi-
cas. Isso refletiu nas artes. Os templos se tornaram ambientes mais agradáveis e cheios de luz, com
grandes vitrais coloridos que expressavam, normalmente, cenas religiosas, bíblicas ou da vida de san-
tos. As esculturas com expressões tenebrosas foram substituídas por esculturas mais humanas e reais.

31
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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Os espaços quadrados, curvos ou irregulares grandiosidade e simplicidade na construção
CONEXÃO
CONEXÕES receberam a cobertura da abóbada cruzada. em pedra.
Colunas mais delicadas ocuparam o lugar dos

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HISTÓRIA
sólidos pilares. Esse estilo, ao qual se atribuiu o
Maias e olmecas (2600
a.C.) formaram uma das
nome de Gótico, tem sua expressão maior na
primeiras civilizações da arquitetura de basílicas como a de Saint-Denis
história. e Notre-Dame, em Paris, e as das cidades de
Os incas viveram aproxi- Amiens e de Chartres, também na França; a
madamente de 3000 a.C.
Duomo, em Milão, na Itália; e a de Colônia, na

SC AO
a 1533 d.C., com maior
predominância no Peru, Alemanha.
e influenciaram Chile, Bo-
ISTOCK/GETTY IMAGES

lívia e Equador, na região


da Cordilheira dos Andes.

O
O A A
B S
Já os astecas são um Construção asteca no parque
povo indígena perten-

D NI R
arqueológico de Chichén Itzá, México.

M DO
cente ao grupo nahua,
também chamados de

O E A

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mexicas (daí México).

O
N V P
SI N VO
CONEXÃO
CONEXÕES

SOCIOLOGIA
I
Os astecas atingiram alto
EN C S
Basílica de Saint-Denis, em Paris,
grau de desenvolvimento França, exemplo da arquitetura gótica.
E S U

tecnológico e cultural,
organizando-se em di-
O

versas classes sociais, tais


D E L

como nobres, sacerdotes, PRÉ-COLOMBIANA


A OR XC

guerreiros, comerciantes
As civilizações Maia, Asteca e Inca eram
e escravos.
bastante desenvolvidas e totalmente inde-
pendentes entre si; cada uma tinha a própria
E

cultura.
Os Maias ocuparam as regiões do sul do
EM SS L

México, Honduras e Guatemala por volta do Escultura originária da civilização Tolteca,


que habitou a região central do México do
ST FE IA

século IV e IX a.C. Na construção de suas for- século X ao XII, e cujas construções grandiosas
talezas, usavam grandes plataformas de pedras inspiraram outros povos, como os Astecas.

e paredes de terra batida cobertas com pedras


SI O ER

talhadas.
Quanto à civilização Asteca, a cidade de Te- BRASILEIRA
nochtitlán, atual cidade do México, é destaque A arquitetura no Brasil é resultado da mis-
PR AT

de sua arquitetura e civilização. Lá se encontram tura de povos que, vindos dos mais diversos paí-
grandes pirâmides, templos e suntuosos palá- ses, instalaram-se em diferentes regiões do país.
cios. A civilização Asteca perdurou do século XIV
M

No estilo barroco, caracterizado pela ex-


ao século XVI. travagância, exuberância e pelo excesso de or-
Os Incas se desenvolveram na Cordilheira namentos, merece destaque o escultor mineiro
dos Andes, sobretudo no Peru, de meados do Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730-
século XII a meados do século XVI. Suas edi- 1814). Os Doze Profetas, última obra que rea-
ficações e infraestrutura surpreendem até os lizou, é comumente relacionada aos períodos
mais importantes arquitetos modernos, pela Barroco e Rococó.
Orientação ao professor 12. Ressalte que a escultura barroca é marcada por intenso dramatismo e exuberância das formas. O
barroco brasileiro foi diretamente influenciado pelo barroco português. As cidades de Minas Gerais foram palco de grande produção
artística barroca no Brasil (século XVIII), com destaque para Antônio Francisco de Lisboa (Aleijadinho), que esculpiu inúmeras obras
em madeira e pedra-sabão. Ele recebeu esse apelido ao ser acometido por uma doença degenerativa que deformou e atrofiou seu
corpo, desencadeando a perda progressiva do movimento dos dedos das mãos e dos pés. Trabalhou com os instrumentos atados às
32 mãos e era carregado por outras pessoas até os locais de trabalho.

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ENSINO MÉDIO

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Já no estilo modernista, podemos tomar como exemplo a capital Bra-
sília, que foi concebida com ênfase no racionalismo e no funcionalismo.
Tem como características formas geométricas definidas, sem ornamentos e
muito vidro nas fachadas, em vez de janelas tradicionais.
Observe nas imagens desta página as formas presentes nas constru-
ções. Com um colega, interprete a presença da geometria em cada uma
delas. Perceba a diversidade artística brasileira.
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SC AO
O Cristo Redentor é a maior estátua brasileira,
com 38 metros de altura e mais de mil toneladas.
Inaugurado em 1931, localizado no Morro do
Corcovado, no Rio de Janeiro, é um dos maiores
símbolos do estilo Art Déco do mundo. Esse estilo

O
O A A
B S
surgiu na Europa na década de 1920, espalhando-se
pela cultura ocidental através de diversos campos

D NI R
M DO
artísticos, passando a ser visto como símbolo da
modernidade. Sua característica principal está

O E A
nas formas geométricas. Algumas linhas fazem
lembrar o Cubismo, mas sua inspiração veio de

O
N V P
culturas antigas, como a grega e a egípcia.

SI N VO Escultura barroca representando o


profeta Abdias, feita por Aleijadinho.
I
Construção em Ouro Preto, Minas Gerais.
EN C S
Localizada em Congonhas, Minas Gerais.
Expressão da arquitetura barroca colonial.
E S U

Congresso Nacional, em Brasília. Um dos


O

símbolos da arquitetura contemporânea,


D E L

realizada por Oscar Niemeyer.


A OR XC

LABORATÓRIO ARTÍSTICO
E

ESCULTURA

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EM SS L

Ao longo dos conteúdos aqui apresentados tomamos conhecimento do quanto a


ST FE IA

arquitetura se vale da escultura, às vezes como suporte e às vezes como complemen-


tação ou decoração.
SI O ER

Michelangelo (1475-1564) escreveu para seu colega Benedetto Varchi: “Por es-
cultura entendo aquilo que se faz por meio de um processo de subtração; o que se
faz por um processo de adição é a modelagem, mais semelhante à pintura”. (CUNHA,
PR AT

2003, p. 254). Outro grande escultor, o francês Auguste Rodin (1840-1917), criador
da escultura O pensador, reforça essa ideia de subtração, pois costumava dizer que
escolhia um bloco de mármore e dele retirava tudo que não precisava.
M

Esculpir é a arte de moldar ou talhar determinados materiais — madeira, granito,


argila (barro), pedra, pedra sabão, metais, entre outros. O artista plástico, ao produzir
uma escultura, define formas valendo-se da criatividade, do sentimento e da técnica.
Com um colega, interprete a definição que Michelangelo deu para esculturas,
exemplificando o que você compreendeu, e analise as imagens de esculturas a seguir.
Lembre-se das perguntas básicas que você aprendeu para interpretar obras de arte.

Estátua de David, de Michelangelo.


Estilo renascentista. Florença, Itália.

33
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Orientação ao professor 13. Sobre perspectiva, explique ser preciso considerar dois elementos: o PF (ponto de fuga) e a LH (linha do horizonte). A fuga remete
às linhas paralelas que se deslocam de algum lugar em direção ao infinito, e o horizonte é uma linha imaginária à altura dos olhos do observador. Faça um exercício
mental com os alunos, preparando-os para o laboratório. Peça que mentalizem uma cadeira plana, bidimensional (ou seja, sem profundidade), imaginando apenas →

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SC AO
O
O A A
B S
D NI R
M DO
Estátua de bronze em
Beijing (Pequim), na China.

O E A

O
N V P
Escultura inca milenar localizada na Bolívia.

SI N VO
PERSPECTIVA
I
EN C S

Em fins do século XV, os arquitetos do Re-

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E S U

nascimento passaram a aplicar em suas obras a


perspectiva gráfica, sistema geométrico que fide-
O
D E L

liza a proporção dos objetos em uma cena, a pro-


A OR XC

fundidade dos espaços, e garante ao observador


uma sensação de tridimensionalidade — tudo
isso partindo de princípios de captura e uso de li-
E

nhas convergentes. A profundidade foi elemento


transformador para a arquitetura e também para
EM SS L

a arte.
A Basílica de Santa Maria do Santo Espírito,
ST FE IA

em Florença, na Itália, foi construída com uma


incrível perspectiva espacial. Observe na figura
SI O ER

da direita que diversas linhas convergem para um


único ponto.
Na prática, a regra da perspectiva consiste
PR AT

em situar uma linha imaginária (linha do horizon- Basílica de Santa Maria do Espírito Marcação do
te ou ponto de fuga) à altura dos olhos. Tudo Santo, arquitetura renascentista ponto de fuga para
de Filippo Brunelleschi. conhecimento didático.
aquilo que está abaixo da linha do horizonte é
M

visto desse ponto para baixo; aquilo que está acima da linha é visto da linha para cima. Numa mesma linha do horizonte
pode-se marcar mais do que um ponto de fuga. A fuga remete à linha do horizonte. As linhas paralelas em direção ao ponto
de fuga dão a impressão de se deslocarem rumo ao infinito.

A perspectiva, também conhecida como “ponto de fuga”, é o método que permite a represen-
tação de objetos tridimensionais em superfícies bidimensionais, por meio de regras geométricas de
projeção. Pela perspectiva linear, o artista representa um objeto tridimensional projetando-o sobre
um plano a partir de um ponto — o ponto de fuga, que se encontra sobre o eixo óptico ou de visão,
uma linha de horizonte imaginária.
CUNHA, Newton. Dicionário SESC: a linguagem cultura. São Paulo: Perspectiva, 2003. p. 500.
→ o seu contorno a partir de uma perspectiva lateral. Peça que abram os olhos e que desenhem a silhueta dessa cadeira sem profundidade. Em
34 seguida, peça que tracem uma linha no horizonte, além da cadeira plana. Dentro da linha do horizonte, o aluno deverá inserir um ponto de
fuga, representado através de um pequeno círculo. Proponha que peguem todas as retas da cadeira desenhada e levem cada reta, uma por
ARTE 1 vez, até o ponto de fuga traçado no horizonte da folha. Quando acabarem, os alunos terão um esboço de uma cadeira em perspectiva gráfica.
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ILUSTRAÇÕES: BETO CANDIA/ACERVO PEARSON
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P.F. P.F.
A perspectiva e
L.H.

SC AO
o ponto de fuga
podem sugerir
a convergência Observador
L.T.
para um túnel
ferroviário.

O
O A A
B S
Linha do horizonte Ponto de fuga

D NI R
ga

M DO
Fu
de

O E A
ha
Lin

O
N V P
P.F.
L.H.

SI N VO
ILUSTRAÇÕES: ACERVO PEARSON

I
EN C S
E S U
O
D E L

ARQUITETURA E FORMA NA CONTEMPORANEIDADE


A OR XC

As mudanças ocorridas nos séculos XIX e XX alteraram os conceitos de arte, modificando, inclusive, as referências no
campo da arquitetura. Isso se deu de modo enfático pelas possibilidades de uso de novas técnicas e materiais produzidos
E

industrialmente, como aço laminado, concreto, vidro e plástico, nas mais variadas composições.
A arquitetura contemporânea não possui uma característica específica e particular; ela é uma variedade de correntes
EM SS L

conceituais, com destaque para formas geométricas simples, coluna cilíndrica, janelas quadradas repetindo-se em alinha-
ST FE IA

mentos horizontais e verticais e formas não retilíneas, resultando em nova forma. Reflete, assim, uma sensação de urgência
e dinamismo, valendo-se das formas e cores para reafirmar o caráter impressionista dos novos tempos.
SI O ER
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PR AT
M

Escada em forma de espiral, A arquitetura da residência da imagem revela linhas


simples e exótica, revelando retas e amplas janelas de vidro formando paredes
grande expressão de modernidade transparentes. Um conjunto arquitetônico que
expressa simplicidade ao destacar a beleza da forma.

35
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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REGISTRO DA APRENDIZAGEM

1. Aplicação da perspectiva: Meu quarto de dormir.


Em seu caderno de desenho, usando a técnica de perspectiva, faça o esboço de seu quarto de dormir. Com
o lápis, delimite na folha uma área de aproximadamente 20 x 20 cm ou de 20 x 15 cm, o que achar melhor.
No meio dessa área, trace a linha do horizonte (LH) e, no meio desta, assinale o PF (ponto de fuga). Observe
os desenhos anteriores para traçar em seu trabalho retas das bordas ao PF. Seguindo as linhas em perspectiva,
comece a desenhar o que tem no seu quarto.

SC AO
2. Planejamento urbano: A cidade de meus sonhos.
Com base em seus estudos, reflita sobre uma cidade ideal para se viver. Utilize o caderno de desenho para

O
O A A
B S
projetar uma cidade. Tente sair dos padrões convencionais, seja futurista.

D NI R
Após as orientações do seu professor, siga o roteiro abaixo.

M DO
1. Faça a demarcação da área total da cidade e dos rios que a cruzam.

O E A
2. Depois, demarque as grandes avenidas. Haverá projeto de pontes? Onde?

O
N V P
3. Defina as áreas verdes, as praças e os parques; as áreas de lazer, educação, saúde, comércio e administração
da cidade; as centrais de energia elétrica ou solar, de distribuição de água, de tratamento do lixo, o cemitério

SI N VO e outras que considerar indispensáveis.


Pense que é preciso inovações para proteger o meio ambiente. Soluções para o descarte de lixo, por exemplo.
Depois de esboçar a estrutura principal a lápis, use canetas hidrográficas para diferenciar cada intenção do
projeto em cores:
I
EN C S
• azul para rios e toda a parte hidráulica; Orientação ao professor 14. Antes de os alunos
iniciarem a projeção da cidade, proponha uma pes-
• preta com traços grossos para avenidas e pontes;
E S U

quisa sobre planejamento, infraestrutura e tecnolo-


• preta com linhas finas para as ruas; gias voltadas ao espaço urbano — desde o descarte
O
D E L

• verde para parques, praças e áreas de lazer; de lixo até questões de acessibilidade, saúde, trans-
porte e lazer. Projete dois mapas, sendo um de Brasília
• amarela para as quadras com casas baixas;
A OR XC

ou de outra cidade planejada (no Paraná: Maringá,


• vermelha para as áreas comerciais e de serviços; Campo Mourão; em Goiás: Goiânia), e outro de uma
cidade que foi sendo delineada à medida que foi →
• azul escura para quarteirões destinados a prédios altos;
• marrom para terminais rodoviários.
E

Por fim, finalizadas essas tarefas, converse com o professor sobre elas, ouvindo suas opiniões e sugestões de
melhoria.
EM SS L
ST FE IA

3. Seminário
Quais são as inovações de seu projeto “A cidade de meus sonhos”? Apresente para os colegas o planejamento
SI O ER

urbano que você delineou, explique os detalhes do projeto e as inovações nele previstas. Use as linhas para
pontuar as inovações do projeto.
→ crescendo. Compare-as com São Paulo. Faça os alunos perceberem a diferença entre elas. Peça para mencionarem o nome de áreas urbanas que
PR AT

conhecem e para descreverem características interessantes ou ruins de cada uma delas. Mostre imagens de lugares diferentes, antigos, modernos,

agitados, calmos. Faça-os perceber como é viver numa cidade grande, como as pessoas são influenciadas pela agitação e quais os problemas per-
M

cebidos no perímetro urbano. Comente que grande parte das cidades e construções que elas abrigam não contaram com um projeto arquitetônico.

Comente como o planejamento pode melhorar ou solucionar alguns dos principais problemas urbanos. Pergunte como é a cidade de seus sonhos.

Proponha que realizem o exercício no caderno de desenho. Oriente-os quanto às etapas do projeto. Na primeira etapa, incentive-os a delimitar a

área de quase toda a folha do caderno. Peça para que escolham formas diferentes do quadrado e do retângulo para a área da cidade. Na segunda

etapa, incentive-os a realizar um estudo do terreno. Na terceira, a realizar a projeção no papel. Pelo menos a primeira etapa deve ser realizada em

sala com sua orientação. Antes do início do desenho, interprete com os alunos o roteiro proposto. Marque um dia para que eles apresentem os

trabalhos aos colegas e, a seguir, organize uma exposição. Se preferir, oriente os alunos a realizar o trabalho em grupo.

36
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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COMPREENSÃO c) composição cultural.
1. Os romanos assimilaram alguns elementos da arquite- d) composição decorativa.
tura grega. Apesar de suas arquiteturas serem muito
parecidas, há diferenças entre elas. Sobre essas dife- ESTUDO PARA O ENEM
renças, marque V (verdadeiro) ou F (falso). 5. Cesgranrio-RJ — As catedrais góticas representaram
( ) Na Grécia predominava a ordem dórica, e em

SC AO
o auge do desenvolvimento artístico na Idade Média,
Roma, a ordem coríntia. chegando a superar a arquitetura clássica em termos
( ) As colunas são semelhantes na arquitetura grega de ousadia tecnológica. Os desenvolvimentos arqui-
e romana. tetônicos que permitiram a construção das catedrais

O
O A A
B S
( ) Os gregos usavam materiais como mármore e gra- góticas foram
nito, já os romanos usavam tijolos e concreto.

D NI R
a) a treliça das paredes e as naves mais altas.

M DO
( ) Apesar de serem comuns na Grécia, os arcos fo- b) a abóboda com traves e suportes externos.

O E A
ram mais utilizados pelos romanos. c) a abóboda com traves e a treliça das paredes.
( ) Tanto gregos quanto romanos usavam frontões

O
d) as naves mais altas e a abóboda com traves.

N V P
superornamentados e desenvolvidos. e) os suportes externos, chamados contrafortes, e as
naves mais altas.
SI N VO
2. Sobre os vitrais marque a alternativa correta.
a) Vitrais são os vidros utilizados para construir janelas.
Competência 1 — Compreender os elementos culturais que
constituem as identidades.
b) Nos vitrais não ocorria geralmente variação de cor. Habilidade 5 — Identificar as manifestações ou representações
I
da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes
EN C S
c) Os vitrais continham figuras bíblicas. sociedades.
d) Da Vinci foi um grande produtor de vitrais.
E S U
O
D E L

DESENVOLVIMENTO 6. Enem — Utilizadas desde a Antiguidade, as colunas,


elementos verticais de sustentação, foram sofrendo
A OR XC

3. CESPE-UnB-DF — Com relação aos elementos básicos


da linguagem visual — o ponto, a linha e o plano —, modificações e incorporando novos materiais com am-
assinale a opção correta. pliação de possibilidades. Ainda que as clássicas colu-
nas gregas sejam retomadas, notáveis inovações são
E

a) as linhas definem as figuras e as formas, mas não


a textura. percebidas, por exemplo, nas obras de Oscar Niemeyer,
arquiteto brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1907.
EM SS L

b) Quando os pontos são multiplicados, seu po-


der de expressão e de comunicação é reduzido, No desenho de Niemeyer, das colunas do Palácio da
ST FE IA

pois a quantidade influencia na comunicação de Alvorada, observa-se


sensações. a) a presença de um capitel muito simples, reforçan-
SI O ER

c) O plano pode ser uma forma geométrica ou qual- do a sustentação.


quer porção bidimensional determinada por uma b) o traçado simples de amplas linhas curvas opostas,
cor, uma textura ou um contorno. resultando em formas marcantes.
PR AT

d) A linha é uma das maneiras mais complexas de c) a disposição simétrica das curvas, conferindo sa-
expressão. liência e distorção à base.
d) a oposição de curvas em concreto, configurando
M

certo peso e rebuscamento.


APROFUNDAMENTO
e) excesso de linhas curvas, levando a um exagero na
4. FAUEL-PR — É a distribuição harmoniosa de pontos,
ornamentação.
linhas, formas e cores com a finalidade de agradar a
quem olhar, através da repetição de motivos: Competência 1 — Compreender os elementos culturais que
a) composição gestual. constituem as identidades.
Habilidade 5 — Identificar as manifestações ou representações
b) composição musical. da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes
sociedades.

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M

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O A A
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B S
O
SC AO
O

15/08/2016 20:40:58
VOCÊ VAI APRENDER A
 compreender o que é cor;
 valorizar a presença da luz para a manifestação da cor;
 estudar os conceitos básicos de cor e seu uso;
 desenvolver a percepção e a apreciação estética;
 compreender a modalidade de artes plásticas e de fotografia como expressões

SC AO
humanas.

O
O A A
B S
D NI R
M DO
O E A

O
N V P
SI N VO
I

3
EN C S
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O
D E L
A OR XC
E

LUZ E COR
EM SS L
ST FE IA

A
cor é um fenômeno que não existe de forma indepen-
SI O ER

dente da luz. Ela é gerada pela luz. A ciência comprova


que sem a luz não vemos cores nem formas. Quando
olhamos para um pimentão amarelo, enxergamos a cor ama-
PR AT

rela porque ela absorve todas as outras cores e reflete apenas


a amarela. É assim que acontece com a representação de todas
as cores — vermelha, azul, verde etc. Então, se as cores são
M

importantes para nossa vida, a luz não é menos importante. As


artes precisam das cores assim como precisam da luz.

ARTE-M01-3.indd 39 02/06/2016 11:41:01


P intei estrelas no
PARA COMEÇAR

muro e tive o céu ao Ouça a canção Esquadros, da cantora e compositora gaúcha Adriana Calcanhotto. A canção,
de 1992, foi dedicada ao irmão da cantora, Cláudio. Além de abordar a alienação da televisão e
alcance das mãos. da mídia, a canção também descreve os medos e anseios da cantora na tentativa de proteger o
irmão. Em determinado trecho, a cantora fala sobre escuridão e sobre as cores de artistas como
Helena Kolody
Pedro Almodóvar e Frida Kahlo. Você conhece esses artistas? Por que será que eles são conhecido
por suas “cores’’?

SC AO
Com seus colegas, faça uma pesquisa sobre esses ícones do cinema e das artes plásticas.

O
O A A
ROTEIRO DE APRENDIZAGEM

B S
D NI R
M DO
O E A
Arte contemporânea
• Happening

O
N V P
Luz e Cor
• Op-art

1
• Considerações
3 • Assemblage

SI N VO
I • Disco ou círculo
cromático
• Tonalidade
• Performance
• Arte urbana ou street-art
• Instalação
EN C S
E S U

Luz e cor nos movimen-


Arte no Brasil
tos artísticos
4
O
D E L

• Semana de Arte de 1922


• Arte Renascentista
• Período contemporâneo
A OR XC

• Arte Impressionista
2 • Arte Pós-Impressionista
• Expressionismo
E

• Fauvismo Fotografia
• Cubismo • Fotojornalismo
5
EM SS L

• Surrealismo • Fotografia artística


• Fotografia
ST FE IA

publicitária
SI O ER
PR AT

LUZ E COR
O mundo é colorido. A cor é um fenômeno e constitui uma das principais características do
M

mundo. Ela só se manifesta quando recebe a incidência da luz. A luz é independente, pois existe por
si mesma. Então, os objetos somente são visíveis porque a luz existe.

CONSIDERAÇÕES
A compreensão e o uso das cores no século XIX revolucionou o mundo das artes. Muito antes
disso, reunindo manuscritos feitos no século XVI, o Tratado da pintura e da paisagem: sombra e
luz, de Leonardo da Vinci, já abordava formulações teóricas sobre conceitos de cores primárias e
apontava o branco como somatório de todas as cores. Além disso, fazia referência ao conceito de
luz e trevas como meio de revelação dos fenômenos cromáticos, afirmando: “A soma das sombras
é proporcional à soma das luzes”. Segundo da Vinci, uma cor clara ao lado de outra escura tende
40
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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a parecer ainda mais clara do que realmente é. Ao mesmo

ACERVO PEARSON
tempo, a escura se torna ainda mais escura pela aproxima-
ção da cor clara.

DISCO OU CÍRCULO CROMÁTICO


O círculo cromático é composto por 12 ou 6 cores: as
três primárias, as secundárias e as seis terciárias. Tal instru- A mistura de uma cor primária com uma secun-
mento é utilizado para fazer composições com as cores. dária resulta em cor terciária, também conhecida por inter-

SC AO
Vermelho mediária. Assim, vermelho + alaranjado = vermelho-alaran-
(primário) Vermelho-laranja
Vermelho-violeta jado; azul + verde = azul-esverdeado.
(terciário) (terciário)

ACERVO PEARSON

O
O A A
Violeta Laranja

B S
(secundario) (secundario)

D NI R
M DO
Amarelo-
Azul-violeta -laranja

O E A
(terciário) (terciario)

O
N V P
Azul Amarelo
(primário) (primário)

SI N VO
I Azul-verde
(terciario)
Verde
(secundario)
Amarelo-verde
(terciario) CORES TERCIÁRIAS OU COMPLEMENTARES
No círculo cromático, toda cor primária corresponde
a uma cor secundária que lhe é diametralmente oposta,
EN C S

contrastando totalmente com ela. Quando misturadas, tais


CORES PRIMÁRIAS, SECUNDÁRIAS,
E S U

cores se anulam, resultando em tonalidade acinzentada.


TERCIÁRIAS E NEUTRAS Veja no círculo cromático.
O
D E L

Colorimetria é a ciência que estuda as cores. Ela de-


A OR XC

senvolveu método próprio de classificação, de acordo com


CORES NEUTRAS
o tom, a intensidade e a saturação das cores. O tom da cor
São os tons de cinza e os marrons. Também os ama-
dá a sua identificação (amarela, azul etc.); a intensidade
relos, azuis e verdes podem assumir tons acinzentados. As
E

identifica sua força; e a saturação indica se ela é natural ou


cores neutras servem de complemento da cor aproximada,
pigmentada artificialmente.
dando-lhe um pouco mais de reflexo.
EM SS L

Assim, as cores são classificadas em primárias, secun-


dárias, terciárias e neutras.

ISTOCK/GETTY IMAGES
ST FE IA

CORES PRIMÁRIAS
SI O ER

Os pigmentos vermelho, amarelo e azul são puros, isto


é, não resultam de misturas e por isso recebem a deno-
PR AT

minação de primários ou fundamentais. Misturados entre


si, apresentam preto como resultado. As demais cores são
resultantes da mistura das cores primárias.
M

As cores primárias e secundárias são chamadas de


cromáticas, enquanto as cores branca, preta e cinza são
denominadas acromáticas, o que se deve à ausência de to-
nalidade e ao fato de seu comprimento de onda não ser
dominante.

CORES SECUNDÁRIAS
As cores secundárias resultam da mistura de duas cores
primárias: vermelho + amarelo = laranja; amarelo + azul = Monocromia. Ilustração em tom de cinza degradê.

verde; azul + vermelho = roxo.

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ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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CORES ANÁLOGAS, QUENTES E FRIAS TONALIDADE
CORES ANÁLOGAS A escala tonal de uma cor é obtida pela adição da cor
Quando as cores são formadas pela mesma cor bási- preta, portanto, o tom é a gradação cromática da matiz
ca as chamamos de análogas. Assim, o amarelo-ouro e o (mistura das cores).
laranja-avermelhado são análogos pois têm em comum a

ISTOCK/GETTY IMAGES
cor laranja.

SC AO
O
O A A
B S
ISTOCK/GETTY IMAGES

D NI R
M DO
O E A

O
N V P
Matizes e tons.

SI N VO
I
POLICROMIA E MONOCROMIA
Uma pintura com várias cores recebe o nome de poli-
EN C S
CORES QUENTES E FRIAS
cromática, independente da técnica, das tintas ou do de-
E S U

São cores quentes o amarelo, o laranja e o vermelho.


senho nela empregados.
Essas cores conduzem para a sensação de dinamismo e
A pintura com uma só cor, pura ou em escala de tonali-
O
D E L

energia e são associadas ao calor do sol e ao fogo.


dades, é chamada de monocromática. Para fazer uma pin-
A OR XC

As cores frias são associadas ao estático, à baixa tem-


tura monocromática observa-se o mesmo processo, ou seja,
peratura, à água, ao gelo, ao frio, e envolvem o azul e as
as mesmas técnicas que para a pintura com várias cores.
matizes entre o verde e violeta.

HIBA04/DREAMSTIME
E

Quentes
EM SS L
ST FE IA
SI O ER
PR AT
M

Frias

Cada uma dessas composições se classifica como policromática.


Entretanto, se observarmos apenas o relevo ou o céu
das telas 2, 3 e 4, veremos que são monocromáticas.

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ARTE 1
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LUZ E COR NOS MOVIMENTOS ARTÍSTICOS
Até os finais da Idade Média, a pintura expressava poucas noções de profundidade e reduzido LABORATÓRIO
contraste entre o claro e o escuro ou luz e sombra. Foi o movimento renascentista que apresentou ARTÍSTICO

emprego significativo do jogo de luz e cor, buscando expressar com maior realismo a cena retratada No caderno, desenhe
ou focar os personagens de maior destaque na obra de arte. um objeto e pinte com
tinta guache na cor
Séculos mais tarde, o movimento impressionista buscaria captar a luz como expressão do mo- de sua preferência, na
mento vivido pelo artista. modalidade monocro-
mática, observando uma

SC AO
escala tonal qualquer.
ARTE RENASCENTISTA Você pode partir do tom
mais escuro para o mais
Os artistas renascentistas pintavam algumas áreas muito iluminadas e outras com muita sombra. claro, acrescentando

O
O A A
Esse contraste entre claro e escuro buscava dar impressão de volume a certas partes da obra. Com a tinta branca, ou do mais

B S
claro para o mais escuro,
mesma finalidade, também usavam a técnica do sfumato, da graduação de cor, da sombra para a

D NI R
acrescentando tinta preta

M DO
luz. Monalisa, de Leonardo da Vinci, é exemplo de obra que resultou da mistura de uma tonalidade (em quantidades muito
dentro de outra, ganhando impressão de profundidade, forma e volume.

O E A
reduzidas).
Os renascentistas usavam também a perspectiva atmosférica, na qual trabalhavam as variações

O
N V P
entre luz e cor com a finalidade de criar sensação de profundidade. Para isso, em objetos ou espaços
Sfumato: técnica de esfu-
mais afastados, empregavam cores frias; para elementos em primeiro plano, cores quentes. maçar as cores, suavizando

SI N VO O Renascimento ficou marcado como o período dos grandes gênios da arte. Foram destaque:
Leonardo da Vinci, Sandro Botticelli, Michelangelo Buonarroti, e outros.
I tons e garantindo efeitos de
tonalidades.

LEONARDO DA VINCI (1452-1519)


EN C S

Da Vinci foi a maior expressão da pintura renascentista. Músico, arquiteto, compositor, escultor, CONEXÃO
E S U

cientista, inventor e matemático, fez inúmeros projetos — inclusive o de máquinas voadoras! —, e


SOCIOLOGIA
O
D E L

analisava o funcionamento das coisas por meio de estudos com esboços.


Durante o Renascimen-
Um dos mais conhecidos estudos de sua autoria é Reconstrução das proporções humanas, em to, a sociedade sofreu
A OR XC

que analisa o corpo humano. mudanças significa-


Na pintura, dominou com sabedoria o jogo de luz e sombra. Além de Monalisa, outra obra de tivas devido às novas
demandas comerciais e
destaque é A última ceia.
E

financeiras que afetaram


o modelo familiar e reli-
SANTA MARIA DELLA GRAZIE, MILAN, ITALY

gioso. A igreja, até então


EM SS L

detentora do poder,
começou a ter dificulda-
ST FE IA

des para assimilar a nova


forma de pensar que se
apresentava.
SI O ER
PR AT
M

DA VINCI, Leonardo. A última ceia. 1495-1498. Técnica mista com predominância


de têmpera e óleo sobre gesso aplicadas sobre reboco, 4,60 x 8,80 cm.

Pintada na Renascença, esta obra é uma das expressões artísticas do segmento


áureo e um dos primeiros estudos da perspectiva aplicada à pintura.

43
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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SANDRO BOTTICELLI (1445-1510) Os artistas deram grande importância à luz natural ao
Botticelli foi o pintor que melhor conseguiu se expressar descobrir que ela dava outra luminosidade às cores. Então
por meio do desenho em sua época. Pintava com ritmo suave deixaram seus ateliês e foram para a rua para captar tais co-
e seu ideal de beleza estava associado à religião. Por isso, as res, de forma a melhor expressar a realidade. Eles elimina-
ram os tons terra, ocres e negros, fizeram justaposição de
figuras humanas em seus quadros expressam a graça divina.
cores e substituíram os contornos por nuances, valorizando
GALLERIA DEGLI UFFIZI, FLORENÇA, ITÁLIA.

as tonalidades claras.

CLAUDE MONET (1840-1926)

SC AO
O francês Monet é considerado o precursor do Impres-
sionismo. A obra Impressão, nascer do sol é considerada
uma das mais importante de sua carreira.

O
O A A
B S
MUSEE MARMOTTAN MONET, PARIS
D NI R
M DO
O E A

O
N V P
BOTTICELLI, Sandro. O Nascimento de Vênus. 1484.
Têmpera sobre madeira, 172,5 x 278,5 cm.

SI N VO
I Para a época, esta pintura foi revolucionária, por ser a
primeira obra renascentista de grande porte que retratou
um tema laico e mitológico.
EN C S

MICHELANGELO BUONARROTI (1475-1564)


E S U

Michelangelo, o maior escultor de todos os tempos, é


O

autor de obras como Moisés, esculpida sobre a tumba do MONET, Claude. Impressão, nascer do sol.
D E L

1872. Óleo sobre tela, 48 x 63 cm.


papa Júlio II; Pietá, que esculpiu quando tinha apenas 23
A OR XC

anos; e David, que esculpiu aos 26 anos. Também foi um


pintor genial; usando a técnica do afresco, pintou o teto da AUGUSTE RENOIR (1841-1919)
Capela Sistina, em Roma, Itália. Renoir foi o pintor impressionista francês de maior po-
E

pularidade. Seus quadros expressavam alegria e retratavam


CAPELA SISTINA, VATICANO

a vida parisiense do final do século XIX.


EM SS L

COLEÇÃO PARTICULAR
ST FE IA
SI O ER
PR AT

MICHELANGELO. A criação de Adão. 1508-1512. Afresco, 280 x 570 cm. RENOIR, Pierre-
Auguste. As duas
A obra foi pintada no teto da Capela Sistina, na Itália, e representa irmãs. 1889. Óleo
a criação do homem conforme a imagem de seu criador. Deus é
M

sobre tela, 300 x


representado por um homem de corpo vigoroso, cercado por anjos, 369 cm. Coleção
estendendo a mão para tocar a de Adão, o qual é representado particular.
por um homem jovem, o ideal de beleza do Renascimento.
Renoir expressou
nessa pintura
a elegância da
ARTE IMPRESSIONISTA burguesia francesa
da época.
Os artistas impressionistas abandonaram as rigorosas
regras de arte renascentistas, segundo as quais tudo deve- Além de Monet e Renoir, destacam-se também os pin-
ria estar voltado para a religiosidade, para pintar as coisas tores impressionistas Édouard Manet (1832-1883), Camille
Pissarro (1830-1903), Alfred Sisley (1839-1899), Edgar De-
da maneira como as viam, de acordo com suas impressões.
gas (1834-1917) e Paul Cézanne (1839-1906).

44
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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ARTE PÓS-IMPRESSIONISTA
Os artistas pós-impressionistas se destacaram por ampliar pesquisas

PUSHKIN MUSEUM, MOSCOW, RUSSIA


sobre composição e pintura cromática, em busca da melhor harmonia
entre as cores, além de dar importância ao cotidiano comum e aos acon-
tecimentos políticos e sociais, características que acreditavam que não
haviam sido contempladas pelo movimento impressionista, cujas preo-
cupações estavam voltavas para aspectos de técnicas de captação de luz
e/ou cenários naturais. Os artistas pós-impressionistas serviram de ponte

SC AO
entre o impressionismo e os movimentos artísticos que caracterizaram a
arte contemporânea.
Fizeram parte desse movimento, entre outros artistas, Vincent Van

O
Gogh (1853-1890), Paul Cézanne e Georges Seurat (1859–1891).

O A A
B S
D NI R
M DO
EXPRESSIONISMO VAN GOGH, Vincent. Vinha encarnada.

O E A
1888. Óleo sobre tela, 75 x 93 cm.
Os artistas desse movimento artístico expressaram sentimentos e
A obra foi inspirada pelo outono na Europa,

O
N V P
emoções, valendo-se para isso de linhas e cores vibrantes e da defor-
época da colheita tardia de uvas. Van Gogh a
mação da realidade. Os mais notáveis representantes foram o precur- pintou e escreveu a seu irmão Théo dizendo que
sor Van Gogh, que é considerado um artista de transição, Paul Gauguin o tinha feito após a chuva, ao pôr do sol, e que,

SI N VO
(1848-1903), Henri de Tolouse-Lautrech (1864-1901) e Edvard Munch
(1863-1944).
I por isso, pintou o chão de violeta e as folhas
das parreiras de vermelho. O toque esverdeado
no céu foi usado para contrastar com os tons de
vermelho quente que dominam a composição.
EN C S

FAUVISMO
E S U

O Fauvismo (derivado do termo francês fauves = feras) surgiu na França, considerando basica-
O
D E L

mente dois princípios: a simplificação das formas e figuras, e o emprego das cores puras, sem mistu-
ra. Foram destaque desse movimento os artistas Henri Matisse (1869-1954), Paul Gauguin, Georges
A OR XC

Braque (1882-1963) e Paul Cézanne.

CUBISMO
E

CONECTIVIDADE
CONEXÕES
Movimento artístico que propunha a utilização de figuras geométricas para tratar das formas da
EM SS L

natureza, não tendo compromisso com a aparência real das coisas. No Brasil, grandes pintores como Em 1946, Salvador Dalí
e Walt Disney forma-
ST FE IA

Anita Malfatti (1889-1964), Vicente do Rego Monteiro (1899-1970) e Tarsila do Amaral (1886-1973)
lizaram uma parceria
participaram do movimento. para lançamento de um
curta-metragem especial.
SI O ER

Por razões desconheci-


SURREALISMO das, o projeto não foi
finalizado. Recente-
Movimento artístico e literário que nasceu na França com o objetivo de apregoar a liberação do mente, os estúdios Walt
PR AT

inconsciente na atividade criativa. Disney finalizaram o


Os artistas surrealistas não tinham compromisso com a lógica e defendiam a total liberdade da trabalho, que recebeu o
nome de Destino. Dispo-
forma. Valorizavam a imaginação e se opunham à cultura tradicional burguesa e aos valores morais
M

nível em: <https://vimeo.


definidos na sociedade. Os mais expressivos pintores surrealistas foram, entre outros, Salvador Dalí com/64996940>. Acesso
(1904-1989), Joan Miró (1893-1983) e Max Ernst (1891-1976). em: abr. 2016.

ARTE CONTEMPORÂNEA
Na passagem da modernidade para a pós-modernidade surgiram diversos questionamentos so-
ciais, ocorrendo o processo de massificação da sociedade, que se encanta pelo consumo. O imaginá-
rio popular no cotidiano da classe média urbana levou à crítica e à exaltação de marcas industriais e
de celebridades, interferindo nos conceitos da arte.
Surgiram então novas linguagens. Vejamos.
45
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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HAPPENING PERFORMANCE
Arte do concreto e da interação entre cenas do coti- Expressão que combina teatro, música, vídeo, dança,
diano. A arte vai para as ruas e para espaços comunitários. poesia e artes visuais.
MALJALEN/DREAMSTIME

ARTE URBANA OU STREET-ART


Linguagem que tem em si uma configuração democrá-
tica por permitir ao artista expressar-se em muros, postes,
alambrados, prédios etc.

SC AO
PULSAR IMAGENS

O
O A A
B S
D NI R
M DO
O E A
Happening em espaço urbano.

O
N V P
OP-ART

SI N VO Movimento artístico com acentuada busca pelas ilu-


sões ópticas.
Arte urbana. Grafite em muro da Lagoa
da Conceição, Florianópolis - SC, Brasil.
ISTOCK/GETTY IMAGES

I
INSTALAÇÃO
EN C S

Consiste em composição efêmera, na qual o espaço


E S U

faz parte da obra e todos os elementos nele existentes po-


O
D E L

dem interagir: escultura, objeto, fotografia, pintura, músi-


ca, performance, vídeo, cinema, colagem.
A OR XC

PAOLO BONA/SHUTTERSTOCK
E
EM SS L
ST FE IA

Op-art é a arte das ilusões de óptica.


SI O ER

ASSEMBLAGE
PR AT

Linguagem baseada na estética da acumulação, em


que todo e qualquer tipo de material pode ser incorporado Instalação artística exposta em Milão, em 2015, a qual
explora o espaço, além de diversos outros elementos.
à obra de arte.
M

ARTE NO BRASIL
Da mistura de estilos de arte e de várias influências culturais surgiu a arte brasileira. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artís-
tico Nacional (IPHAN) mantém sob seus cuidados o tombamento de vários sítios arqueológicos brasileiros, tentando preservar
como patrimônio artístico elementos de mais de 5 mil anos, como fonte de comprovação da existência da arte primitiva no Brasil.
Também se considera na formação da arte brasileira a arte indígena da época do descobrimento do país, a arte do Brasil
Colônia, a influência dos holandeses e franceses, e o catolicismo trazido pelos jesuítas, representado pelo estilo Barroco.
No início do século XX, o Modernismo brasileiro, marcado inicialmente pela Semana de Arte Moderna, veio contribuir
para a valorização da arte no país.
Orientação ao professor 15. Escolha com os alunos um tema em voga no momento ou um tema social, e organize uma instalação,
46 que pode ser incluída em algum projeto da escola. Você pode organizar os alunos em grupos e subgrupos. Observe que para realizar uma
instalação é indispensável analisar o espaço onde esta será realizada e planejá-la em detalhes. Caso opte por espaço descoberto, a obra
ARTE 1 deve ser realizada com materiais plásticos, isopor ou elementos da natureza.
ENSINO MÉDIO

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SEMANA DE ARTE no pós-guerra, as quais muito contribuíram para o seu
desenvolvimento.
MODERNA DE 1922
Também chamada de Semana de 22, foi um dos
principais eventos de arte no Brasil, tendo acontecido em
ESTILIZAÇÃO DA FORMA
São Paulo, no Teatro Municipal. Desse evento participaram A estilização não é um movimento artístico, mas uma
expoentes de diversos segmentos da cultura brasileira. O maneira de encontrar a síntese ou a representação plástica
evento contemplou pintura, escultura, poesia, literatura e dos elementos da composição. Veja alguns artistas que dela
música. se valeram.

SC AO
O Modernismo no Brasil foi marcado por esse even- • Aldemir Martins (1922-2006) — desenhista, pintor
to, que se tornou uma referência cultural do século XX. e gravador brasileiro nascido no Ceará. Ficou conheci-
Uma de suas características foi a antropofagia, que buscava do pelas pinturas com temas nordestinos — cangacei-

O
O A A
combinar as expressões nacionais e as tendências artísticas ros, rendeiras e retirantes —, para as quais se valeu

B S
mundiais. Isso era expresso no lema “Comer o invasor”. de traços estilizados, simples e limpos, que revelam

D NI R
M DO
Destacam-se como artistas modernistas brasileiros: sua genialidade e precisão. Além do traço peculiar,
suas obras são marcadas pelo uso de cores vibrantes.

O E A
Candido Portinari (1903-1962), Di Cavalcanti (1897-1976),
Vicente do Rego Monteiro, Anita Malfatti, Lasar Segall Ilustrou alguns livros, como Vidas Secas, de Graciliano

O
N V P
(1891-1957), Victor Brecheret (1894-1955), Tarsila do Ramos.
Amaral, Ismael Nery (1900-1934) e outros. • Carybé (1911-1997) — Carybé é o pseudônimo uti-

SI N VO lizado por Hector Júlio Parude Bernabó, artista argen-


COLEÇÃO PARTICULAR, SÃO PAULO, SP. FOTO: ROMULO FIALDINI

tino radicado no Brasil, país pelo qual demonstrou


grande paixão. A Bahia foi a grande inspiração do ar-
I
tista, inspiração esta que o levou a pintar motivos da
EN C S

cultura popular, especialmente os costumes dos locais


E S U

e sua religiosidade, com destaque para o candomblé.


Além disso, o artista se destacou por retratar o dia a
O
D E L

dia de pescadores, capoeiristas, prostitutas e outros,


A OR XC

o que denotada seu interesse pela diversidade. Em


sua obra, a estilização da forma se dá por meio de
seus traços rápidos e soltos, que simplificam a for-
E

ma, aproximando-se, muitas vezes, da abstração e do


geométrico.
EM SS L

ARTE ABSTRATA
ST FE IA

Dentre vários artistas, destaca-se a pintora e escultora


SI O ER

Tomie Ohtake, japonesa naturalizada brasileira.


RUBENS CHAVES/FOLHAPRES
AMARAL, Tarsila do. A Lua. 1928. Óleo sobre tela, 110 x 110 cm.
PR AT

A solitária figura humana contempla o espetáculo


da imensidão ao seu redor, iluminada pela lua. A
figura confunde-se com as camadas de tinta escura.
M

No caderno de desenho, faça uma releitura dessa obra


de Tarsila do Amaral. Lembre-se de que uma releitura não
significa cópia, mas uma obra nova, que mantenha elos
com a fonte que lhe serviu de inspiração.

PERÍODO CONTEMPORÂNEO
A arte brasileira quase sempre seguiu as tendên-
cias mundiais, principalmente no período contemporâ-
Obra no Aeroporto Internacional de São
neo, com a assimilação das novas tendências surgidas Paulo. Tomie Ohtake. 2008. Guarulhos, SP.

47
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

ARTE-M01-3.indd 47 02/06/2016 11:41:51


Orientação ao professor 16. Inicie esse assunto retomando as fotos que foram feitas no laboratório artístico do capítulo 2,
quando da exposição dos trabalhos de interpretação artística do poema Aquarela, de Toquinho. Você também pode organizar uma
minipalestra sobre o tema “Luz e fotografia”. Para isso, sugerimos convidar um profissional especialista no assunto. Em geral, os
FOTOGRAFIA

ISTOCK/GETTY IMAGES
A palavra foto significa luz, e grafia relaciona-se com escri-
ta. A técnica nada mais é do que escrever com luz. A fotografia
consiste em captar imagens por meio de exposição luminosa,
gravando-as em uma superfície sensível. Os avanços tecnológi-
cos das câmeras fotográficas, da captação das imagens e dos
recursos utilizados para revelação e tratamento de fotografias
permite dizer que a técnica é uma arte que não vive sem a

SC AO
ciência.
A primeira fotografia reconhecida é uma imagem de 1826
produzida pelo francês Joseph Nicéphore Niépce (1765-1833)

O
O A A
B S
numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo
fotossensível chamado betume da Judeia.

D NI R
Álbuns de família contam histórias e referências de épocas

M DO
passadas, guardando lembranças e despertando saudades.

O E A
GERNSHEIM COLLECTION, UNIVERSITY OF TEXAS, AUSTIN, USA

FRANCO HOFF / PULSAR IMAGENS


O
N V P
SI N VO
I
EN C S
E S U
O
D E L
A OR XC

Registro da primeira fotografia, 1826. Joseph Nicéphore Niépce é o


autor da imagem, feita da janela de um edifício na região de Saint-
E

Máquina de fotografar “lambe-lambe”.


Loup-de-Varennes, França. Assim começou a história dessa arte.
EM SS L

Os atuais modelos de máquina fotográfica contam com tecnologia digital. A


ST FE IA

inclusão de câmeras fotográficas aos aparelhos de telefonia móvel têm inserido,


com grande praticidade, a fotografia no cotidiano particular dos indivíduos como
ISTOCK/GETTY IMAGES
SI O ER

nunca visto antes e modificado drasticamente os conceitos que norteiam o mundo


da fotografia.
PR AT

FOTOJORNALISMO
O fotojornalismo, enquanto modalidade da fotografia, tem uma função desti-
M

Atualmente, há no mercado máquinas


nada à comunicação. Uma de suas características principais é gerar impacto no leitor fotográficas digitais de diversos
ou telespectador, utilizando imagens contundentes sobre dada realidade que deseja tamanhos e opções de resolução.
expressar. Isso significa dizer que o fotógrafo de fotojornalismo revela um instante
único, captando emoções, angústias, medos, alegrias, violências do cotidiano.
São os principais gêneros de fotojornalismo:
• Fotografia social — refere-se a negócios, política, economia, acontecimentos locais, do estado e do país e a situações
trágicas.
• Fotografia de esporte — relacionadas a informações esportivas e o que mais influi é sua publicação.
• Fotografia policial — refere-se ao registro de situações que envolvem assalto, morte, acidente, roubos, briga, flagran-
tes, marginalidade e afins.
adolescentes têm certa noção de fotografia, e certas orientações técnicas podem agradar bastante a eles. Outra possibilidade é propor uma
48 discussão sobre a questão da efemeridade das fotografias na Era Digital. Anteriormente, a dificuldade para comprar máquinas fotográficas
ou até mesmo para pagar um profissional por uma fotografia fazia com que as fotos tivessem um valor raro, que fossem relíquias que guar-
ARTE 1 davam toda uma memória difícil de ser acessada. Hoje, a facilidade para tirar uma fotografia desvaloriza muitas memórias.
ENSINO MÉDIO

ARTE-M01-3.indd 48 02/06/2016 11:41:56


• Fotografia documental — expressão da ou sobre a FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA
realidade, a partir do olhar pessoal do fotógrafo.
Tem como foco produtos e serviços. Visa atender ao
ISTOCK/GETTY IMAGES

mercado, motivar e incentivar o consumo ou a prática des-


te. Corre o risco de ficar entre a ética e a não ética, entre o
verdadeiro e o falso, pois serve ao jogo do mercado.
Em geral, as fotografias publicitárias são manipuladas
por meio de programas de edição de imagem para atingir
sua finalidade.

SC AO
ISTOCK/GETTY IMAGES

O
O A A
B S
D NI R
M DO
O E A
Fotojornalista captando cena de evento de rua.

O
N V P
FOTOGRAFIA ARTÍSTICA
SI N VO
I Na fotografia artística o fotógrafo vale-se da criativi-
dade e abandona a forma convencional. Coloca emoção e
expressão na imagem que produz, assim como um pintor,
escultor ou outro artista.
EN C S

A luz é um fator decisivo nesse tipo de foto. O enqua-


E S U

dramento é também muito importante, devendo privilegiar


novos ângulos e focos. A fotografia artística aceita a mani-
O
D E L

pulação e a inclusão de efeitos.


A OR XC

Esta foto publicitária pode ser utilizada para sensibilizar


ISTOCK/GETTY IMAGES

os trabalhadores de obras de que o capacete é


um recurso indispensável de proteção à vida.
E

CONECTIVIDADE
EM SS L
ST FE IA

Filme: O sal da terra.


Direção: Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado.
SI O ER

Ano de produção: 2014.


Sinopse: O filme, indicado ao Oscar de melhor docu-
mentário, mostra a trajetória do renomado fotógrafo
PR AT

brasileiro Sebastião Salgado. Os cineastas acompa-


nharam o artista em algumas de suas viagens, retra-
tando seu paciente trabalho para obter as grandiosas
M

imagens que procuram flagrar dramas humanos e


Foto artística manipulada para obtensão
de efeito e de destaque de elementos. naturais em fotografias artisticamente elaboradas.
Em depoimentos, o fotógrafo conta a história de al-
gumas de suas fotos célebres e reflete sobre o aspec-
to ético de sua arte, que envolve questões sociais e
ecológicas.

49
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REGISTRO DA APRENDIZAGEM

LABORATÓRIO ARTÍSTICO
Reúna-se com alguns colegas para realizar uma experiência fotográfica. Primeiramente, faça um roteiro das
fotos que pretendem tirar. Para isso, use as linhas abaixo. Escolha o local para a sessão de fotos e defina seu con-
teúdo. Registrem quantas fotos quiserem, mas procurem contemplar os gêneros fotojornalismo, fotografia artística
e fotografia publicitária. Escolha uma foto de cada gênero para apresentar em sala no dia definido pelo professor.

SC AO
Apresente as fotos impressas em papel ou projete-as em recurso multimídia, caso sua escola disponha dele.
Orientação ao professor 17. Antes de solicitar a atividade, certifique-se de que todos os grupos dispõem de máquina fotográfica ou celular com

câmera habilitada, para que todos tenham a oportunidade de fotografar. Oriente-os com antecedência quanto a possíveis temas e locais interessantes

O
O A A
para fotografar. Para concluir o assunto sobre fotografia, organize um festival para os alunos apresentarem suas fotos.

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COMPREENSÃO II. A antropofagia tornou-se teoria entre os moder-
1. Sobre a fotografia, assinale a alternativa incorreta. nistas, expressando a tentativa do grupo de com-
a) A fotografia é uma arte que não vive sem a ciência. binar as particularidades nacionais e as tendências
b) A inclusão de câmeras fotográficas nos aparelhos artísticas mundiais, a herança cultural e os impul-
de telefonia popularizou a fotografia. sos de modernização. “Comer o invasor” - esse
c) Fotojornalismo, fotografia artística e fotografia era seu lema.

SC AO
publicitária são as três principais modalidades de III. O comportamento rebelde dos modernistas e
fotografia. o conteúdo inovador de sua arte, ruidosamente
d) A fotografia publicitária tem compromisso com o vaiada no Teatro Municipal de São Paulo, trans-

O
O A A
B S
aspecto artístico. formou-os em vítimas do forte sistema repressor
do governo, tendo esses artistas sofrido todos os

D NI R
M DO
DESENVOLVIMENTO tipos de perseguição.

O E A
2. Leonardo da Vinci foi IV. Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Anita Mal-
fatti, José Lins do Rego e Lasar Segall estão entre

O
a) o mais importante escultor e poeta do Renasci-

N V P
mento italiano. os nomes mais expressivos da primeira geração
b) um importante pintor, escultor, cientista, enge- modernista.
SI N VO nheiro, escritor e físico do Renascimento.
c) um importante governante italiano que patrocinou
V. Os modernistas empenhavam-se na busca de no-
vas linguagens para expressar o elemento nacio-
vários artistas e cientistas do período renascentista. nal, valorizando o folclore e as questões sociais, e
I
desprezando as rígidas métricas dos versos acadê-
EN C S
d) um importante escultor e pintor italiano do Renas-
cimento, cuja principal obra é Pietá. micos e as padronizações da língua portuguesa.
E S U

Estão corretas as afirmativas:


O

a) I, III e IV. c) I, II, III. e) I, IV, V.


D E L

3. Qual destes países é considerado o berço do Renasci-


b) II, III, V. d) I, II, V.
A OR XC

mento?
a) França c) Espanha
b) Itália d) Holanda
ESTUDO PARA O ENEM
5. Enem
E

APROFUNDAMENTO Acompanhando a intenção da burguesia


EM SS L

4. UFRJ-RJ (adaptado) — Leia com atenção o poema a


renascentista de ampliar seu domínio so-
ST FE IA

seguir e as afirmativas sobre o movimento modernista


bre a natureza e sobre o espaço geográfico,
realizadas logo em seguida:
através da pesquisa científica e da invenção
SI O ER

tecnológica, os cientistas também iriam se


Quero beber! atirar nessa aventura, tentando conquistar
Cantar asneiras a forma, o movimento, o espaço, a luz, a cor
No esto brutal das bebedeiras
PR AT

e mesmo a expressão e o sentimento.


Que tudo emborca e faz em caco... SEVCENKO, N. O Renascimento. Campinas: Unicamp, 1984.
Evoé Baco!
O texto apresenta um espírito de época que afetou
Lá se me parte a alma levada
M

também a produção artística, marcada pela constante


No torvelim da mascarada,
relação entre
A gargalhar em doudo assomo
a) fé e misticismo. d) política e economia.
Evoé e Momo! [...]
b) ciência e arte. e) astronomia e religião.
BANDEIRA, Manuel. Bacanal. In: Antologia Poética.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. c) cultura e comércio.
I. Em 1922, ano do centenário da independência do Competência 1 — Compreender os elementos culturais que
Brasil, um grupo de letrados, a maioria bem-nas- constituem as identidades.
Habilidade 5 — Identificar as manifestações ou representações
cidos, organizou em São Paulo exposições e apre- da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes
sentações artísticas com o objetivo de chocar o sociedades.

público. Essa manifestação ficou conhecida como


Semana de Arte Moderna. 51
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VOCÊ VAI APRENDER A
 valorizar a música, o teatro, o cinema e a dança como elementos da cultura e iden-
tificar suas contribuições para o desenvolvimento da humanidade;
 reconhecer as principais característiacas e situar as principais manifestações da
música, dança, teatro e cinema;
 apontar a importância de Glauber Rocha e do filme Deus e o Diabo na terra do Sol

SC AO
como legado para a cultura brasileira contemporânea.

O
O A A
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4
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SOM E
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MOVIMENTO
ST FE IA
SI O ER

V
ocê já viu um filme, assistiu a uma peça de teatro ou
ouviu uma música que o emocionou a ponto de o ar-
repiar? Neste capítulo serão abordados os campos do
PR AT

cinema, do teatro e da música, trazendo reflexões sobre o que


está muito além da tela, do palco ou do aparelho de som. Con-
verse com seus colegas e compartilhe memórias sobre algum
M

momento específico que uma dessas três expressões artísticas


o emocionou. Por que você acha que isso aconteceu?

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A música é
PARA COMEÇAR

celeste, de natureza Ouça O guarani, de Carlos Gomes (1836-1896), maestro e compositor brasileiro. Essa ópera de
estilo italiano, que foi inspirada basicamente nas obras de Giuseppe Verdi, ultrapassou as fronteiras
divina e de tal beleza do Brasil e fez sucesso na Europa. Carlos Gomes inspirou-se no romance de José de Alencar, também
que encanta a alma intitulado O guarani.
Que estilo de música você acabou de ouvir? Você acha que a música influencia as demais artes
e a eleva acima da ou é influenciada por elas? Dialogue com os colegas.

SC AO
sua condição.
Aristóteles ROTEIRO DE APRENDIZAGEM

O
O A A
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Teatro
• Arena

O E A
Orientação ao professor 18. Colo- Música e dança • Animação
que para audição dos alunos a introdu-

O
N V P
• Som, ruído e barulho • Pantomima
ção da ópera O guarani. A proposta de
diálogo não visa à busca de consenso. • Música 2 • Improviso
Comente que, embora as artes cami-
SI N VO
nhem juntas em várias situações, algu-
mas delas podem se sobrepor a outras,
assim como podem influenciar diversas
• Canto à capela
• Estrutura e forma musical
• Principais características do
• Sombras
• Rua
• Revista e bonecos
áreas da vida humana, a exemplo da
1
I
som
música. Incentive-os a, em outro mo-
EN C S

mento, escutar a ópera na íntegra e • Dança


pesquisar sobre Carlos Gomes. • Música e dança popular
E S U

• Ritmos brasileiros Cinema


O
D E L

• Músicas e danças de outros • Cinema mudo


3
A OR XC

povos no Brasil • Processo


• Indústria cultural musical cinematográfico
• Cinema Novo
E
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ST FE IA

CONEXÃO
CONEXÕES MÚSICA E DANÇA
SI O ER

FÍSICA A dança se configura como uma das principais artes cênicas de todos os tempos. Consiste em
Ondas sonoras são movimentar o corpo de modo expressivo e ritmado, em geral ao som da música.
definidas como ondas
A música é a arte de combinar som, silêncio e ritmo em busca de harmonia.
mecânicas, pois somente
PR AT

se propagam por meio


de um material, ou seja,
não podem se propagar SOM, RUÍDO E BARULHO
M

no vácuo, diferentemente
das ondas eletromagnéti- SOM
cas (por exemplo, a luz). A natureza é vibrante, por isso tudo o que nela existe pode vibrar.
Recorra ao professor de O som é resultado de uma vibração que se propaga, chega a nossas orelhas internas e é trans-
Física para explicações
mais detalhadas desse mitido ao cérebro, sendo decodificado. Embora tudo vibre em constante movimento, algumas vibra-
processo. ções não são captadas porque podem ser tão graves ou agudas que a orelha humana não consegue
sentir. A ausência de som audível recebe o nome de silêncio.

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As ondas sonoras são mecânicas e longitudinais — precisam de

ISTOCK/GETTY IMAGES
meio concreto para se propagar. As longitudinais propagam-se na
mesma direção em que o meio oscila. Elas possuem frequência de
vibração que pode variar entre 20 e 20 000 Hz.
Ondas num mesmo período ou frequência resultam em harmo-
nia. Quando as ondas não combinam acerca de seus períodos, ocorre
o que chamamos de dissonância.

SC AO
RUÍDO E BARULHO
Ruído é a ausência de periodicidade das ondas sonoras. Suas
frequências e seus componentes não possuem relações harmônicas;

O
O A A
trata-se de uma dissonância que gera sensação de desconforto. O

B S
ruído é um som, mas é desagradável, perturbador, inconveniente. Representação visual das ondas sonoras.

D NI R
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Ele é estudado em diversos campos, tais como acústica, cibernética,
biologia, electrônica, informática. Formado por várias frequências sem padrão, seu efeito é um sinal

O E A
complexo, sem frequência fixa; ou seja, o ruído é um sinal sonoro desarmonioso.

O
N V P
Barulho também é um som desarmônico. Por ser indesejável, é desagradável e perturbador.
O critério de distinção entre som e agente perturbador, para ambas as situações, pode ser

SI N VO
variável, envolvendo o fator psicológico, de tolerância e cultural de cada indivíduo.

MÚSICA
I
EN C S

ISTOCK/GETTY IMAGES
A música pode provocar alegria, lembranças, tristeza, vontade de cantar e
O barulho é a forma de
dançar. Ela afeta nossos sentidos e emoções. A boa música eleva nossa mente.
E S U

som que desagrada o


Entre os vários princípios que permitem a organização musical estão harmonia, ouvido humano e fere a
O
D E L

sensibilidade auditiva.
melodia e ritmo.
A OR XC

HARMONIA MUSICAL CONEXÃO


CONEXÕES

Segundo o dicionário Houaiss, harmonia musical é o conjunto de sons relacionados entre si, com FÍSICA E BIOLOGIA
E

resultados agradáveis. A poluição sonora é um


Podemos compreender harmonia como equilíbrio, ordem, acordo, consonância, entendimento. conflito ambiental. O
EM SS L

nível máximo de ruído,


A harmonia musical indica concordância ou combinação de vários sons simultâneos ou de acordes
barulho e som que o ser
ST FE IA

agradáveis ao ouvido. O estudo da harmonia é essencial para o estudo da composição e, por isso, a humano pode aguentar,
harmonia também é a arte de compor os sons simultaneamente. Enquanto a harmonia é a combina- segundo a OMS (Organi-
zação Mundial da Saúde),
SI O ER

ção de sons simultâneos, a melodia é a combinação de sons sucessivos.


sem que haja prejuízos,
A harmonia tem como base o acorde, que regula a concordância dos sons. Os acordes (grupos é de 65 dB (decibéis). Se
de sons que soam simultaneamente) podem ser consonantes ou dissonantes. Os consonantes nos ultrapassar esse limite,
o sujeito pode sofrer
PR AT

passam sensações agradáveis, enquanto os dissonantes dão a sensação de que os sons estão desen-
problemas de estresse,
caixados, desencontrados, transmitindo certa angústia ou tensão. O rap é um exemplo de estilo que insônia e até perda
se vale de sons dissonantes para efeitos estéticos. irreversível da capacidade
M

auditiva.

MELODIA Orientação ao professor 19.


Pergunte aos alunos se já notaram
A melodia é a identidade da música. Para alguns, é sua alma. As melodias podem ser criadas que a música tem o poder de reu-
pelas sequências organizadas de alturas, a partir de escalas. É produzida pelos sons em conjunto, que nir as pessoas, além de concentrar
as energias e a atenção de todos.
se apresentam de forma sucessiva.
Ouça seus comentários.

RITMO E COMPASSO
O ritmo está no bater do coração, na respiração... é a repetição e alternância de sons. De acor-
do com a velocidade de execução de uma música, seu andamento será mais rápido ou mais lento.

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Existem vários tipos de andamentos. Na música • Ternário — é o compasso da valsa: um,
erudita eles possuem, entre outras denomina- dois, três, um, dois, três, um, dois, três...
ções largo, lento, andante, moderato, alegro, • Quaternário — comum às músicas popu-
presto. Esses nomes indicam a velocidade em lares e cívicas. É a duplicação do compasso
que a música deve ser executada. binário.
A duração dos sons e sua acentuação na
música — mais fortes ou fracos — determina o
compasso da composição musical. O compasso
CANTO À CAPELA
divide a música em grupos de sons, representa-

SC AO
FUSE/GETTY IMAGES
dos por notas musicais com determinada dura-
ção. Cada nota tem nome e tempo (duração)
determinado. Isso ficou convencionado a partir

O
O A A
B S
da Idade Média. A principal medida de tempo
chama-se semibreve e seu valor de tempo é

D NI R
M DO
um. As outras notas são “frações” da semi-

O E A
breve. Elas têm nome universal para represen-
tá-las e cada uma tem lugar definido na pauta

O
N V P
musical. São elas: DO, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI.
Essas notas possuem diferentes alturas (graves

SI N VO
CONECTIVIDADE
CONEXÕES

O beatbox (caixa de
ou agudas). As graves são mais parecidas com a
voz masculina, e as agudas, com a voz feminina.
Apresentação de coral.

A voz humana funciona como um dos mais


batidas, se traduzido A organização das notas tem o nome de escala
completos instrumentos musicais. Podemos
I
literalmente para o portu- musical.
EN C S

guês) é um estilo consa- produzir uma infinidade de sons com o volume,

 
grado pelo Hip Hop dos a altura, o timbre e a entonação da voz.
E S U

Nota Pausa Tempo Nomemclatura


anos 1980, quando, em Os corais medievais compostos por mon-
batalhas de rap na rua,
O

4 Semibreve
D E L

ges normalmente cantavam sem instrumentos

 
ninguém tinha instru-
musicais, o que foi denominado de canto à
A OR XC

mentos, ficando alguém


responsável pela mar- 2 Mínima capela. Ele é considerado uma das mais belas
cação dos compassos,
expressões artísticas produzidas pela voz huma-

 
usando apenas a boca,
na, pois, ao não utilizar acompanhamento de
E

para que os rappers se-


guissem as rimas. Muitos 1 Semínima instrumentos musicais, expressa toda a limpidez
artistas hoje são famosos

 
do som humano afinado.
EM SS L

pelo estilo beatbox, como


Terry KRNFX. No Brasil, a
ST FE IA

1/2 Colcheia
comunidade Beatbox Bra-
ESTRUTURA E
 
sil reúne concursos como
a Batalha das Goelas e
FORMA MUSICAL
SI O ER

uma série de artistas que 1/4 Semicolcheia


trabalham com o estilo. Além dos elementos intensidade, duração,

 
O grupo estadunidense timbre e altura, a música também possui estru-
PR AT

Pentatonix é especialista 1/8 Fusa


em composições e covers
turas e formas. Ela tem uma forma que consiste
de canções no canto à em sons e silêncio. A expressão forma musical
capela, com o auxílio Quando o maestro movimenta as mãos diz respeito a um tipo de estrutura que se refere
M

das batidas do beatbox. com a batuta, está, entre outras coisas, marcan- a dois conceitos relacionados:
Veja no link indicado.
do os compassos musicais; da mesma forma, • tipo de composição — sinfonia, concer-
Disponível em: <http://
pentatonixthealbum. quando estalamos os dedos em shows e even- to, jazz, blues, rock, outros;
ptxofficial.com/>. Acesso tos tentando acompanhar uma música, também • estrutura de uma parte específica —
em: abr. 2016.
estamos marcando compasso. São mais comuns forma binária, forma de sonata.
os compassos: Análise musical é o estudo dos elementos
• Binário — característico da marcha, do ca- do som, das estruturas e das formas musicais.
minhar: um, dois, um, dois... Compreende harmonia, melodia, contraponto,

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ritmo, forma, andamento, técnica composicional, solfejo, percepção e ditado. A notação musical es-
tuda a escrita utilizada para representar graficamente a música. Inclui a partitura, a cifra e a tablatura.
CONECTIVIDADE
CONEXÕES

Filme: Amadeus.
Direção: Milos Forman.
Ano de produção: 1984.
País: EUA. O filme, ga-
nhador de vários prêmios
internacionais, conta a

SC AO
trajetória de Wolfgang
Amadeus Mozart, um dos
maiores compositores do
DO RE MI FA SOL LA SI DO RE MI FA SOL LA
século XVIII, que foi enter-
rado como indigente após

O
O A A
B S
a sua morte prematura,
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO SOM aos 35 anos de idade.

D NI R
M DO

ISTOCK/GETTY IMAGES
O som apresenta características específicas, que podem ser medidas segundo sua intensidade,

O E A
duração, altura e timbre.

O
• A intensidade permite distinguir sons fortes e sons fracos. É o grau de volume sonoro. A intensi-

N V P
dade do som depende da força empregada para produzir as vibrações.
• A duração refere-se a sons longos e curtos. Na música, o som tem duração definida de acordo
SI N VO com o tempo de emissão das vibrações.
• A altura refere-se a sons graves (mais “grossos”), médios e agudos (mais “finos”). A velocidade
da vibração dos objetos define sua altura. As vibrações lentas produzem sons graves, e as rápi-
I
EN C S
das, sons agudos.
Gravura de Wolfgang
• O timbre é a propriedade do som que nos permite reconhecer sua origem. O timbre diferencia,
E S U

Amadeus Mozart.
“personaliza” o som. Por meio do timbre identificamos “o que” está produzindo o som. Por
O
D E L

exemplo, identificamos pelo timbre a voz de uma pessoa, o latir de um cão.


A OR XC

CONECTIVIDADE
CONEXÕES
MÚSICA BARROCA
ISTOCK/GETTY IMAGES
Ludwig van Beethoven
A música barroca foi produzida, principalmente, entre os
teve uma vida bastante
E

períodos de 1580 a 1756. Esse estilo de música possui exube- conturbada e ficou surdo
rância: ritmos enérgicos, melodias com muitos ornamentos, aos 32 anos de idade.
EM SS L

contrastes de timbres instrumentais e sonoridades fortes com Conheça um pouco mais


de sua biografia no acer-
ST FE IA

suaves. O período foi de enorme criatividade; os compositores vo de Música Clássica do


desenvolveram novas técnicas instrumentais, bem como novos jornal Folha de S. Paulo.
instrumentos, como o órgão e o cravo. Disponível em: <http://
SI O ER

musicaclassica.folha.com.
As canções dos grandes compositores ultrapassam os tem-
br/cds/03/biografia.html>.
pos. Johann Sebastian Bach (1685-1750) é considerado pai da Acesso em: abr. 2016.
música barroca. O órgão e o violino eram os instrumentos de sua
PR AT

ISTOCK/GETTY IMAGES

referência. Entre tantos músicos barrocos de expressão, desta-


cam-se também Antonio Vivaldi (1678-1741), George Haendel
(1685-1759), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), Ludwig
M

van Beethoven (1770-1827). Johann Sebastian Bach nasceu


em 1685, na Alemanha.

ORQUESTRA
Orquestra é um grupo musical típico da música clássica. Existem diferentes tipos de orquestra.
São mais usuais Orquestra Filarmônica, Sinfônica, de Cordas e de Câmara (pequena, de até 40
integrantes).
A orquestra é dividida em diferentes agrupamentos instrumentais, de acordo com a produção do Busto de Ludwig
som, chamados naipes ou famílias. van Beethoven.

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Orientação ao professor 20. O vídeo sugeri- Orientação ao professor 21. Solicite aos alunos que, caso tenham em casa, levem para a sala algum instrumen-
do é bastante didático para o aluno conhecer os to de sopro e os incentive a iniciar a aula tocando uma música; caso nenhum aluno tenha instrumento ou habilidade
nomes dos instrumentos e seus respectivos sons. para tocá-lo, leve você um instrumento ou música composta com instrumentos de sopro para uma sensibilização.
Os naipes orquestrais são:
CONECTIVIDADE
CONEXÕES • madeiras — flautas (2), oboés (2), clarinetes (2) e fagotes (2);
• metais — trompas (2 a 4), trompetes (2 a 4), trombones (3) e tuba (1);
Cada instrumento musi-
cal cumpre uma função
• percussão — tímpano;
na orquestra e tem seu • cordas — violino I, violino II, viola, violoncelo e contrabaixo;
momento específico na • outros instrumentos — harpa, violão, celesta, cravo, piano, órgão.
composição do todo.
Além dos instrumentos, muitas orquestras são compostas também por vozes, formando
Assista ao vídeo indicado
para conhecer o som de corais. As vozes são divididas de acordo com a tessitura das cordas vocais — do mais grave para
diversos instrumentos. o mais agudo — em baixo e tenor, para as vozes masculinas; e contralto e soprano, para as

SC AO
Disponível em: <www. femininas.
youtube.com/watch?v=_
JCG4bV0qZA>. A imagem a seguir demonstra a organização de uma orquestra segundo a distribuição dos ins-
Acesso em: abr. 2016. trumentos musicais que a compõem.

O
O A A
B S
Trompetes Trombones

D NI R
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Trompas Tuba

O E A
Tímpano

O
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Harpa

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I Contrabaixos
EN C S
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ST FE IA

Primeiros violinos Violoncelos

Segundos violinos Violas


Pódio do
SI O ER

mestre Fagotes
Clarinetes

Flautas Oboés
PR AT

Disposição dos instrumentos na composição da orquestra.


M

DANÇA
A dança é uma expressão antiga. A Gruta de Gabillou, na França, guarda antiga pintura como
documento de expressão corporal coreográfica, de 12 mil anos a.C. A dança sempre esteve relacio-
nada a elementos como música, ritmo, gestos e movimentos, possibilitando a expressão por meio
do corpo.

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Orientação ao professor 22. Escolha uma música de MPB ou bossa nova e execute para os alunos dançarem.
Incentive a participação de todos. Depois, comente sobre a presença da dança na história da humanidade.
AKG-IMAGES/LATINSTOCK

RAWPIXELIMAGES/DREAMSTIME
SC AO
O
O A A
B S
Antigas pinturas do período Paleolítico representando seres Como a dança de salão, a dança nas pistas reúne

D NI R
humanos em movimento de dança. Tassili N'Ajjer, Argélia. pessoas em momentos e locais de confraternização.

M DO
O E A
DANÇA CLÁSSICA DANÇA INDÍGENA

O
N V P
Nasceu na Itália renascentista, no interior de uma so- A dança é um dos rituais mais antigos da história da

SI N VO ciedade regida por minuciosas regras de etiqueta e de pa-


péis hierárquicos. Também nesse cenário foi criado o balé,
que por muito tempo caminhou ao lado do teatro e da
humanidade, estando presente nas variadas culturas.
Os povos indígenas brasileiros dançam em rituais reli-
giosos ou que expressam a união da comunidade.
ópera. Entre os rituais e danças mais conhecidos dos índios
I
EN C S
brasileiros estão o toré e o kuarup. O toré apresenta varia-
ções dependendo de cada povo. O tambor marca o com-
E S U

passo binário e o maracá (chocalho), o tom das pisadas.


O
D E L

O ritual do toré simboliza a resistência e a união entre os


índios do Nordeste brasileiro.
A OR XC

A dança do kuarup, cujo nome deriva de uma árvore


sagrada, constitui-se num ritual de reverência aos mor-
ISTOCK/GETTY IMAGES

tos, próprio dos povos indígenas do Alto Xingu, no Mato


E

Grosso.
EM SS L

RENATO SOARES / PULSAR IMAGENS


ST FE IA
SI O ER

Expressão corporal
por meio do balé.
PR AT

DANÇA DE SALÃO
Surgiu na Europa durante o Renascimento. Desde o
M

século XV, tornou-se muito apreciada pela população e pe-


los nobres. A dança enlaçada de fato (com par) só passou a
acontecer com o surgimento da valsa para o mundo, já no Dança da etnia Kalapalo durante ritual
século XVIII. Na valsa o casal começa a dançar abraçado ou do kuarup. Parque Indígena do Xingu.

enlaçado. A primeira dança de salão genuinamente brasi-


leira foi o maxixe, sendo substituída pelo samba.

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DANÇA FOLCLÓRICA O choro teve como fonte de inspiração o
CONECTIVIDADE
CONEXÕES lundu, gênero musical oriundo dos batuques
A dança folclórica é um elemento da cul-
dos povos bantos, trazidos ao Brasil como es-
Ao mesmo tempo que tura que, devido à tradição, é mantida com
cravos, e as danças de salão europeias (valsa,
se assemelham, a dança certa espontaneidade em alguns lugares, em
e a música indígenas minueto, polca). Os instrumentos utilizados na
instituições culturais e de educação. Em geral,
variam conforme a etnia. roda de choro são flauta, bandolim, cavaqui-
Acesse os endereços in- é originada por fatos históricos, acontecimentos
nho, clarinete, saxofone, violão de seis cordas,
dicados, com vídeos que religiosos ou tradição cultural e festas ligadas
expressam duas situações violão de sete cordas e pandeiro (percussão).
à natureza. No Brasil, as danças folclóricas são
de danças indígenas no Podem ser inseridos o piano e o trombone, em

SC AO
Brasil.
representadas por danças juninas, Reisado, dan-
casos especiais.
- Dança indígena no ças da chuva, cantigas de roda, Bumba meu boi,
Quadrilha, entre outras.

SU JUSTEN/SHUTTERSTOCK
Brasil. Disponível em:
<www.youtube.com/

O
O A A
CESAR DINIZ / PULSAR IMAGENS

watch?v=-fBy3LFe3dI>.

B S
- Entendendo a dança

D NI R
M DO
indígena. Disponível
em: <www.youtube.

O E A
com/watch?v=20Y
gX5k_FQk>. Acessos

O
N V P
em: abr. 2016.

SI N VO
I
Apresentação de choro com dois instrumentos
marcantes no estilo — violão e flauta.
EN C S
Dança do pau de fitas, folclore praticado em
diversas regiões do Brasil, mais especificamente na
E S U

região Sul. Trata-se de dança em pares de origem ROCK


portuguesa, que ocorre ao redor de um mastro
O

Rock and roll é um gênero musical de ritmo


D E L

encimado por um conjunto de largas fitas multicores.


bastante marcado. Nasceu nos anos 1950, da
A OR XC

mistura de vários estilos do folclore estaduni-


MÚSICA E DANÇA dense, como blues, country e outros estilos. O
rock sempre esteve associado à amplificação das
POPULAR
E

guitarras e aos concertos.


O Brasil possui uma mistura de povos que o O músico e cantor Elvis Presley (1935-1977)
EM SS L

diferencia dos demais países do mundo. Existem é considerado um dos pioneiros do rock. Entre as
culturas espalhadas por todo o país, formando
ST FE IA

bandas, uma das mais expressivas é The Beatles,


um rico e diversificado patrimônio. Da fusão de formada na Inglaterra, na década de 1960.
elementos musicais europeus (portugueses) e
SI O ER

FOTOS INTERNATIONAL/GETTY IMAGES

africanos (trazidos pelos escravos), que sofre-


ram ao longo do tempo influências da cultura
de outros povos que para cá vieram, resultou
PR AT

a riqueza que temos hoje no Brasil, na música


e na dança.
A maior contribuição do elemento africa-
M

no foi a diversidade rítmica e algumas danças e


instrumentos, que tiveram importante papel no
desenvolvimento da música popular e folclórica.
Elvis Presley
foi um grande
CHORO OU CHORINHO músico e ator
estadunidense,
O choro é um ritmo basicamente instrumen- considerado
um dos
tal e pode ser considerado a primeira música
artistas mais
urbana reconhecida como música popular bra- populares do
sileira. Muitos o chamam de chorinho brasileiro. rock mundial.

60
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

ARTE-M01-4.indd 60 02/06/2016 14:01:57


JAZZ

ISTOCK/GETTY IMAGES
Ritmo de música moderna de origem afro-americana
definido por improviso e ritmos sincopados. É considerado
um ritmo extraído do ragtime e do blues. Sua expressão
e expansão aconteceu após a Primeira Guerra Mundial
(1914-1918).
No jazz, o músico pode dar vazão à criatividade e todo
tipo de instrumento é bem aceito.

SC AO
ISTOCK/GETTY IMAGES

O
O A A
B S
D NI R
Ilustração de paços de dança moderna ou nova dança.

M DO
O E A
FUNK

O
N V P
Gênero moderno de música rítmica e dançante, com
ritmos sincopados e em compasso binário. Prioriza instru-
SI N VO mentos metais, como trompete, trombone e saxofone ba-
rítono. Surgiu da composição do soul, jazz e rhythm and
Instrumentos de uma banda de jazz: bateria, baixo,
blues, por iniciativa dos músicos afro-americanos, a partir
I
piano, trompete, saxofone e violão; a banda também
EN C S
pode ter teclado eletrônico e guitarra elétrica. da década de 1960. No Brasil, o termo também é empre-
gado para designar um tipo de música eletrônica com le-
E S U

tras cantadas por MCs sobre uma base criada a partir de


O
D E L

REGGAE samples, que nasceu em bailes de comunidades do Rio de


Janeiro na década de 1980.
A OR XC

De origem jamaicana, foi criado com base na música


folclórica e recebeu a influência de ritmos africanos.

ISTOCK/GETTY IMAGES
Jimmy Cliff e Bob Marley venceram o preconceito que
E

existia em relação ao reggae, levando-o ao conhecimento


do mundo.
EM SS L
GREGG COBARR/CONTRIBUTOR/GETTY IMAGES

ST FE IA
SI O ER
PR AT

Apresentação de dupla dançando funk.


M

Bob Marley, músico jamaicano de maior expressão do reggae. RITMOS BRASILEIROS


A diversidade das culturas regionais brasileira é expres-
sa também na música e na dança. Assim, identificam-se rit-
DANÇAS COREOGRÁFICAS mos regionais específicos como frevo, baião, carimbó, axé,
É bem aceita no Brasil a dança coreográfica, acrobáti- forró, maculelê, vanerão e muitos outros.
ca — tipo circense —, com emprego de acentuados movi-
mentos e deslocação do corpo e improvisação com movi- FREVO
mentos aleatórios; e a “dança mínima”, com movimentos
O frevo, por exemplo, é uma dança de rua e salão. De
altamente contidos, principalmente de mãos e ombros, ex-
ritmo alucinante e frenético, é uma marcha sincopada, de
pressões faciais e certos passos do rock e hip-hop.
61
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

ARTE-M01-4.indd 61 02/06/2016 14:01:58


compasso binário, que leva multidões a se agitar

ISTOCK/GETTY IMAGES
pelas ruas, numa verdadeira “fervura” (o povo
pronunciava “frevura”, dando origem ao termo
frevo). A coreografia é improvisada. É uma dan-
ça mais praticada em Pernambuco, mas, assim
como muitas outras, expandiu-se pelo país.
HANS VON MANTEUFFEL / OPÇÃO BRASIL IMAGENS

SC AO
O povo japonês radicado no Brasil trouxe
para cá sua expressão cultural. Festivais

O
O A A
B S
de danças típicas acontecem em diversas
regiões do Brasil, principalmente no Sudeste.

D NI R
M DO
O E A
Orientação ao professor 23.
Para a realização desse labora- Dança do frevo em Pernambuco.
INDÚSTRIA CULTURAL

O
tório, leve os alunos a lugar que

N V P
possibilite o movimento corporal. MUSICAL
Converse com eles sobre a técnica SAMBA A indústria cultural é fruto do mundo mo-
SI N VO
a seguir. Sugestão para conduzir o
grupo: “Relaxem. Respirem fundo
(repetir). Vocês estão numa rua da
cidade. Caminhem e se preparem
Sua estrutura musical é europeia, mas sua
raiz é africana. Surgiu no Rio de Janeiro e é con-
derno e responde pela massificação da cultura
e da arte. Não fabrica produtos culturais ou ar-
para atravessar a rua. Olhem para siderado uma das principais manifestações da tísticos, uma vez que se apodera e interfere na
I
EN C S
um lado, para o outro, atravessem nossa cultura. Com o passar do tempo, ganhou produção das classes produtoras, basicamente
e continuem caminhando. Olhem
denominações como samba de breque, samba- da cultura erudita e popular. Vende ideias, ideo-
E S U

para o céu e vejam um pássaro


voando na direção do sol. Proteja canção, bossa nova, samba-rock e pagode. logias, visões de mundo, desejos, expectativas
O

seus olhos com uma das mãos...


D E L

e sonhos, utilizando a arte e a cultura de modo


Nesse momento, faça soar o sinal
geral.
MÚSICAS E DANÇAS DE
A OR XC

e diga: congelar! Dê um minuto


e libere os alunos da posição de São utilizados vários meios para a massifi-
estátua. Dialogue com os alunos OUTROS POVOS NO BRASIL cação cultural e artística nos dias de hoje; entre
sobre como se sentiram nos dois
Diversos grupos étnicos existentes no Brasil os principais estão televisão, rádio, internet, jor-
E

momentos.
mantêm sua cultura parcialmente preservada. nais e livros. A indústria cultural visa um público
São destaque a dança japonesa, a dança fla- generalizado.
EM SS L

menca, a polca alemã, entre outras.


ST FE IA

LABORATÓRIO
CONEXÕES
ARTÍSTICO
TEATRO
SI O ER

ESTÁTUAS
O professor dará as di- Na Grécia Antiga, a arte da representação baseava-se em duas modalidades: comédia — referin-
retrizes para a realização do-se a alegria, diversão, brincadeiras; e tragédia, em que o herói sofre sem merecer a culpa.
PR AT

desse laboratório. Você


Teatro é uma arte em que um ou vários
ISTOCK/GETTY IMAGES

deve realizar alguns


movimentos corporais atores interpretam e representam histórias ou
e, a um som, aviso ou atividades para um público em determinado
M

sinal do professor, deve lugar. Como e quando surgiu é uma interro-


interrompê-los e se
manter na posição em gação. O conhecimento que se tem é de que
que parou. A técnica do remonta à Pré-História, por ser identificado nas
estático é muito utilizada pinturas primitivas, em que as cenas imitativas
em dramatização, clown
tinham caráter ritualístico e remetiam a poderes
performance e jogo
dramático. sobrenaturais que controlavam todos os fatos
necessários à sobrevivência, como sucesso nas
batalhas, fertilidade da terra etc. Os povos pri-
mitivos faziam teatro, mas sem espetáculo. As máscaras que simbolizam o teatro, representando,
respectivamente, a comédia e a tragédia.

62
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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TEATRO DE ARENA uma atitude ou condições do cotidiano. Essa
forma de teatro é bastante utilizada por artistas
As construções gregas para teatro tinham
cômicos, palhaços, bailarinos ou dramaturgos.
forma de meia-lua, com arquibancadas em de-

ISTOCK/GETTY IMAGES
clive até o chão. O gênero das representações
era essencialmente reconhecido por dois tipos
de máscaras: a da tragédia e a da comédia.
As tragédias eram histórias relacionadas ao
drama e tinham como característica o terror e a

SC AO
compaixão. Os atores usavam figurinos exube-
rantes, coloridos, contrastando com a vida coti-
diana. Apenas homens podiam ser atores.

O
O A A
ISTOCK/GETTY IMAGES

B S
LABORATÓRIO

D NI R
CONEXÕES

M DO
ARTÍSTICO
Artistas circenses em representação.

O E A
Realize uma série de
jogos dramáticos, con-

O
N V P
forme orientados pelo
TEATRO DO IMPROVISO professor.

SI N VO Improvisar consiste em criar no momento


da atuação. Trata-se de uma atividade dramáti-
ca que pode estimular o desenvolvimento da es-
Orientação ao professor 24.
Realize com a turma as seguintes
dinâmicas:
Cenas — espalhados no espaço,
I
pontaneidade, da criatividade e da imaginação. os participantes deverão represen-
EN C S
Ruína de teatro grego.
tar situações como andar sobre o

ISTOCK/GETTY IMAGES
fogo, no escuro infestado de ser-
E S U

pentes, na chuva, na guerra, numa


floresta, entre outros, e transfor-
O

TEATRO DE ANIMAÇÃO
D E L

mar-se em objetos como cadeira,


mesa, bicicleta etc.
A OR XC

A representação que se vale de elementos


Jogo de imaginação — os
como bonecos, máscaras, objetos, formas ou participantes devem realizar mo-
sombras para representar seres humanos, ani- dalidades esportivas sugeridas por
você ou à escolha deles. Sugira pe-
E

mais ou ideias abstratas constitui-se no gênero teca, vôlei, surfe, bambolê, capoei-
teatral de animação. ra, entre outras. Antes de iniciar o
jogo, faça um alongamento com
EM SS L
ISTOCK/GETTY IMAGES

toda a turma e algumas demons-


ST FE IA

trações. Diga que você tem quatro


Atuação individual na técnica do improviso.
bolas nas mãos e as jogará na di-
Pode ou não estar ligada à técnica da mímica.
reção deles para que as apanhem.
SI O ER

Rapidamente, jogue as bolas ima-


ginárias em várias direções. Repi-
ta. Divida a turma em quatro ou
TEATRO DE SOMBRAS cinco equipes. Enquanto uma das
PR AT

É uma arte muito antiga que acompanhava equipes faz a atividade, as outras
observam.
a contação de histórias. Consiste em usar bo- Espelho — oriente os alunos a
necos ou outros elementos para criar imagens escolher um parceiro. Um será o
M

mantidas entre uma fonte de luz e uma tela espelho e outro dará o comando.
Boneco fantoche (manipulado por meio das mãos do ator). O espelho deve repetir os gestos
transparente. Os efeitos resultam da movimen- e movimentos do parceiro, como
tação tanto dos bonecos quanto da fonte de luz. pentear-se, pular, expressar care-
tas, abaixar etc. simultaneamente.
O manipulador pode fazer as figuras assumirem
PANTOMIMA expressões de movimentos — andar, voar, lutar,
Depois os alunos invertem as posi-
ções e continuam a dinâmica.
Forma de teatro gestual, a pantomina é rir, abraçar e outras. Com as mãos é possível Expressão vocal — oriente
repetição rápida e lenta, em tom
uma representação sem fala, utilizando-se de criar formas usando a técnica do improviso. alto e baixo, de trava-línguas
movimentos corporais e atitudes que expressa como O rato roeu a roupa do rei
de Roma; O doce falou para o
doce que o doce mais doce é o
doce da batata-doce, entre outros.

63
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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Orientação ao professor 25. Proponha aos alunos realizar um levantamento sobre os teatros existentes na cidade e as informa-
ções apreendidas no site indicado sobre teatro no Brasil. Depois, proponha um diálogo para os alunos compartilharem suas descober-
tas. Ao final do diálogo, organize um pequeno grupo para reunir o material, elaborar uma síntese e disponibilizar no blog da turma.
TEATRO DE REVISTA E

ISTOCK/GETTY IMAGES
CONECTIVIDADE
CONEXÕES
TEATRO DE BONECOS
A primeira peça teatral Essas duas modalidades encontraram espa-
apresentada no Brasil
ço no Brasil. O teatro de revista, gênero bastante
foi organizada pelo
padre José de Anchieta livre, consiste na apresentação de quadros mais
e encenada por crianças ou menos independentes, ainda que ligados uns
indígenas. O primeiro aos outros por tema comum. É geralmente ale-
teatro construído foi a
gre e crítico, com a pretensão de atingir diferen-

SC AO
Casa da Ópera de Vila
Rica, em Ouro Preto, tes segmentos da sociedade. Prioriza temas so-
Minas Gerais. ciais, políticos e cotidianos do universo pessoal.
Leia mais sobre o teatro
O teatro de bonecos teve um reconhe-
no Brasil em <http://

O
O A A
cimento maior e aos poucos atingiu escolas e

B S
www.arte.seed.pr.gov.br/
Efeito das mãos
modules/conteudo/ ruas. É uma modalidade interessante e agrada

D NI R
no teatro de

M DO
conteudo.php?conteudo sombras. aos mais variados públicos, seja na forma de
=196>. Acesso em: abr.

O E A
2016. marionetes (manipulação por meio de fios), ma-
mulengos, fantoches e outros.

O
N V P
TEATRO DE RUA No Brasil, o mamulengo destacou-se em
VALORES E
CONEXÕES (PERFORMANCE) Pernambuco, com espetáculos populares, de

SI N VO
DIVERSIDADE

APLAUSOS
Aplaudir é uma atitude
As apresentações em praças, ruas e outros
lugares abertos incluem poucas falas, e os artis-
improviso, repentes e cordéis, ocorrendo em
praças, feiras e ruas, com uma linguagem pro-
vocativa, debochada e irreverente, que interage
de civilidade. Afinal, a tas precisam ter muita preocupação com o tim-
I
com o público.
EN C S
pessoa que se apresentou bre de voz e a dicção. As roupas e os adereços
para você o fez de modo

G. EVANGELISTA / OPÇÃO BRASIL IMAGENS


também são de muita importância.
E S U

a entretê-lo.
ISTOCK/GETTY IMAGES

O
D E L
A OR XC

Orientação ao professor 26.


Divida a turma em grupos de no
máximo seis alunos. Entregue a
cada grupo um texto para repre-
E

sentação — capítulo de história


ou historietas. Certifique-se de
EM SS L

que o texto tenha papéis e fun-


ções para todos do grupo. Ne-
ST FE IA

nhum aluno deve ser excluído por Mamulengos pernambucanos.


falta de função. Nesse momento,
trabalhe com o corpo, a voz e o
Performance teatral de rua em bairro
SI O ER

som (se necessário). Dispense fi- antigo da cidade de Gdańsk, Polônia.


gurinos e cenários elaborados. É
fundamental preparar os alunos
para o domínio de corpo e voz
CINEMA
PR AT

com pequenos treinos de improvi-


sação e outras técnicas essenciais
para o desenvolvimento do ator. Consiste na representação sincronizada de imagens e
COLEÇÃO PARTICULAR

Em outra oportunidade, você pode


sons, retratando figuras ou ação humana, fatos ou histórias
M

orientar os alunos sobre cenários,


maquiagens e figurinos. Disponibi- (reais ou não), com narrativa. Os primeiros filmes aborda-
lize junto à direção da escola um vam situações domésticas, cenas do dia a dia, de trabalho
espaço para os alunos ensaiarem
a cena. Marque uma data para a ou de relações familiares; com o tempo, surgiram ficções
apresentação. Sugira que esta seja cinematográficas, desenhos animados etc.
filmada. Alguns gêneros cinematográficos consagrados são ação,
comédia, ficção científica, drama, documentário, terror,
suspense e western (faroeste).

Orientação ao professor 27. Para trabalhar


Os irmãos franceses Auguste e
esse assunto, apresente breve vídeo sobre a histó- Louis Lumière foram pioneiros na
64 ria do cinema, disponível em <www.youtube.com/
watch?v=pCXXAs2MSt4>. Acesso em: abr. 2016.
exibição de imagens em movimento.

ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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CINEMA MUDO • encadeamento lógico da narrativa, de modo
a garantir seu sentido geral — continuísmo.
No cinema mudo, criado em 1895, a comu-
CONECTIVIDADE
CONEXÕES

ISTOCK/GETTY IMAGES
nicação era feita por meio de gestos suaves, de
mímica. Havia falta de tecnologia para que a pro-
No livro Vocês ainda não
dução fosse sonora. No Brasil, o cinema mudo ouviram nada – a baru-
chegou às principais cidades por volta de 1920. lhenta história do cinema
mudo (São Paulo: Sum-
COLEÇÃO PARTICULAR

mus, 2009), o jornalista


e crítico de cinema Celso

SC AO
Sabadin detalha a história
do cinema mudo e dedi-
ca um capítulo ao cinema
produzido no Brasil no

O
O A A
início do século XX.

B S
D NI R
M DO
Câmeras cinematográficas.

O E A
Roteiro é a parte escrita do processo de fil-
magem; inclui a sequência daquilo que vai ser

O
N V P
filmado. Contém o enredo do conteúdo, das
imagens, a descrição dos cenários, das funções,
SI N VO dos papéis e outros.
Edição ou montagem é etapa final, na
qual são feitos os cortes, isto é, a eliminação de
I
EN C S
partes ou itens desnecessários, e organizados e
ordenados os diversos planos, cenas, de um fil-
E S U

me. Nessa mesma etapa são inseridos os efeitos


O

e sons.
D E L
A OR XC

Charles Chaplin em cena do


filme O garoto, de sua autoria. GRANDES CINEASTAS
CHARLES CHAPLIN (1889-1977)
E

Grande pioneiro do cinema, o ator e cineas-


PROCESSO
ta inglês, criador do personagem Carlitos, foi
CINEMATOGRÁFICO
EM SS L

um dos responsáveis por transformar o cinema


ST FE IA

O cinema tem particularidades técnicas in- na forma de arte mais popular e representativa
dispensáveis, quais sejam: do século XX. Principais filmes: O garoto, Em
• preparação de cenários, figurinos, marca- busca do ouro, Luzes da Ribalta, Tempos mo-
SI O ER

ções — pré-produção; dernos, O grande ditador.


• câmera em movimento — travelling;
• técnica de animação de objetos, por meio
PR AT

ORSON WELLES (1915-1985)


de filmagem fotograma a fotograma —
Ator e diretor estadunidense, foi um dos
stop motion —, ou câmera lenta — slow
cineastas mais inventivos da história da séti-
motion;
M

ma arte. Seu primeiro filme, Cidadão Kane, de


• cena filmada numa sequência sem cortes —
1941, é até hoje considerado por muitos críticos
plano-sequência;
o melhor filme de todos os tempos. Principais
• cenas intercaladas na narrativa — plano e
filmes: Cidadão Kane, A marca da maldade, O
contraplano;
processo.
• enquadramento do personagem acima dos
joelhos — plano americano;
• seleção de determinada parte do cenário FEDERICO FELLINI (1920-1993)
para figurar na tela — enquadramento; Fellini foi influenciado pela geração de ci-
• plano caracterizado pelo enquadramento fe- neastas ligados ao neorrealismo italiano, mas
chado de um objeto ou pessoa — close-up; transcendeu as características marcadamente
65
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

ARTE-M01-4.indd 65 02/06/2016 14:02:02


Orientação ao professor 28. Faça uma pesquisa mais aprofundada e contextualize a vida e a obra de Glauber Rocha. Aborde os contextos do Brasil durante
suas produções, lembrando que o cineasta foi uma das figuras centrais na produção cinematográfica brasileira dos anos 1960/1970. Destaque as propostas en-
contradas em seus filmes. Glauber acreditava no cinema como força artística revolucionária. Faça uma relação entre o trabalho de Glauber e o Cinema Novo. Deixe
claro que as ideias expressas em filmes como Rio 40 graus e Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos, Deus e o Diabo na terra do sol, de Glauber, e Os fuzis,→
sociais do estilo ao inserir em seus filmes aspectos surrealis- GLAUBER ROCHA
tas, explorando o inconsciente das personagens. Principais
Nasceu em Vitória da Conquista, Bahia, em 1939, e
filmes: A doce vida, A estrada da vida, E la nave va, Oito e
faleceu no Rio de Janeiro, em 1981. Mudou-se de sua ci-
meio, Amarcord.
dade natal para Salvador, onde ingressou na Faculdade de
Direito. Seu primeiro contato com o cinema foi durante a
AKIRA KUROSAWA (1910-1998) produção dos curtas-metragens O pátio (1959) e Cruz na
Diretor japonês, combinou elementos da cultura orien- praça (1959). Abandonou o curso de Direito para trabalhar
tal com um grande domínio da moderna técnica cinema- como crítico de cinema. Em 1961, produziu seu primeiro

SC AO
tográfica, tendo influenciado muitos cineastas ocidentais. longa-metragem Barravento (1961), premiado na antiga
Sua obra Rashomon (1950) inovou ao narrar uma mesma Tchecoslováquia. Em 1964, ficou reconhecido internacio-
história por várias perspectivas, questionando a noção de nalmente com o filme Deus e o diabo na terra do sol e, logo
depois, com Terra em transe (1967).

O
verdade. Principais filmes: Os sete samurais, Trono mancha-

O A A
B S
do de sangue, Sonhos.

J. FRANÇA/CB/DA PRESS
D NI R
M DO
O E A
INGMAR BERGMAN (1918-2007)
Sueco, mestre do cinema intimista, voltado para refle-

O
N V P
xões existenciais e mergulhos na interioridade das perso-
nagens, explorando seus dramas e sentimentos mais pro-
SI N VO
fundos. Principais filmes: O sétimo selo, Gritos e sussurros,
Fanny e Alexander, Morangos silvestres.
I
EN C S
STANLEY KUBRICK (1928-1999)
E S U

Diretor estadunidense perfeccionista e grande renova-


dor de todos os gêneros cinematográficos em que tocou,
O
D E L

Glauber Rocha na redação do jornal


seja o filme de guerra, o épico-histórico, a comédia, o fil- Correio Braziliense, em 1979.
A OR XC

me de terror, a ficção científica etc. Principais filmes: Lolita,


Nascido para matar, Spartacus, Doutor Fantástico, O ilu-
CINEMATECA BRASILEIRA

minado, Laranja mecânica, 2001: uma odisseia no espaço.


E

PEDRO ALMODÓVAR (1949- )


EM SS L

Um dos principais diretores espanhóis, ao lado de Luís


ST FE IA

Buñuel e Carlos Saura. Seu estilo irreverente e ousado abor-


da — às vezes com humor, outras com um estilizado melo-
SI O ER

drama — complexas relações humanas, com ênfase na se-


xualidade. Principais filmes: Mulheres à beira de um ataque
de nervos, A flor do meu segredo, Tudo sobre minha mãe,
PR AT

Fale com ela, A pele que habito.

CINEMA NOVO
M

A companhia Atlântida produzia comédias de gran-


de apelo popular e a companhia Vera Cruz buscava uma
indústria cinematográfica como a de Hollywood quando
surgiu no Brasil o Cinema Novo, em 1952, propondo nova
proposta para o cinema nacional.
Inspirados pelo slogan uma câmera na mão e uma ideia
na cabeça, jovens cineastas saíram às ruas para registrar, da
forma mais fiel possível, as vivências, histórias, tragédias e
lendas do povo brasileiro, assim como sua musicalidade e Cartaz do filme Deus e o diabo na terra do Sol.
religiosidade. → de Ruy Guerra — todos diretores do chamado Cinema Novo — mostram como esses cineastas voltavam seus olhares para

66 a realidade brasileira. Observe que os diretores de cinema da época tinham forte relação com a cultura e a arte popular das
raízes brasileiras. As obras do Cinema Novo foram amplamente influenciadas por expressões da cultura como a literatura de
ARTE 1 cordel, o samba, o futebol, o carnaval, a capoeira, as xilogravuras, os romances dos violeiros e por cenários como a amplidão
ENSINO MÉDIO espacial do sertão nordestino ou o contraste entre favelas, morros, avenidas e arranha-céus das grandes cidades.

ARTE-M01-4.indd 66 02/06/2016 14:02:03


REGISTRO DA APRENDIZAGEM

1. O som apresenta características específicas. Explique cada uma destas características:


a) Intensidade — permite distinguir sons fortes de fracos.
b) Duração — refere-se a sons longos e curtos.
c) Altura — refere-se a sons graves, médios e agudos.
d) Timbre — propriedade do som que nos permite reconhecer sua origem.

SC AO
2. Em grupo e sob a orientação do professor, produzam uma cena muda para filmagem, de até 2 minutos. Os
cenários e figurinos devem ser simples e adaptados. Usem a criatividade para confeccioná-los. Escrevam um

O
O A A
roteiro para a cena e definam seu gênero. Se possível, insiram trilha sonora, identificando o gênero musical a

B S
que pertence. Assistam à filmagem em sala e a enviem por e-mail para os colegas das outras equipes.

D NI R
M DO
Orientação ao professor 29. Para o trabalho de filmagem, forme grupos de três a cinco alunos. Proponha e oriente a temática sapatos tro-
cados. Solicite aos alunos que definam os responsáveis pela produção dos cenários e figurinos, os figurantes, o operador de câmera, o diretor de

O E A
3. Com os colegas e o professor, organize um evento de cinema com filmes que tenham enredos relacionados com

O
o programa de vestibular. Pesquise na internet os títulos dos filmes e suas referências com as disciplinas. Utilize

N V P
filmagem. Observe o tempo destinado a cada projeção a fim de evitar mono-
as linhas abaixo para organizar o roteiro do evento.
pólio de uma equipe. Oriente os alunos quanto à colocação de trilha sonora,

SI N VO
I para que todos os grupos tenham a oportunidade de inseri-la.
EN C S
E S U
O
D E L
A OR XC
E
EM SS L
ST FE IA
SI O ER
PR AT
M

67
ARTE 1
ENSINO MÉDIO

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COMPREENSÃO c) A cidade e as serras, do escritor brasileiro Eça de
1. Unicanto-DF — As orquestras sinfônicas e filarmônicas Queirós, é uma obra literária que foi adaptada
são mantidas respectivamente por para o cinema em forma de um musical.
a) governo e presidência. d) O cinema mudo foi uma invenção do cinema bra-
b) músicos e fãs. sileiro e projetou o país em todos os cantos do
c) contrabaixistas e maestros. mundo no início do século XX.

SC AO
d) órgãos públicos e privados. e) A música é um tipo de arte visual que coloca o
homem em um estado de equilíbrio com o meio
circundante e, por isso, houve a apropriação dessa
2. A batuta é

O
O A A
B S
arte pelo cinema.
a) uma varinha usada pelo maestro.

D NI R
b) o arco do violino.

M DO
c) o afinador do piano. 4. Sobre o compositor Beethoven, marque a alternativa

O E A
d) o apito do flautista. correta:

O
N V P
a) Beethoven já tocava piano desde os seis anos de
DESENVOLVIMENTO idade.
b) Beethoven ficou conhecido por suas peças teatrais
SI N VO
3. Unemat-MG (adaptado)

Chaplin, em sua defesa do cinema


cantadas.
c) Beethoven ficou triste por não enriquecer.
d) Beethoven ficou surdo aos 32 anos de idade.
I
mudo, exprimia o temor de que a palavra
EN C S

aumentasse essa terrível passividade que é


sua permanente adequação à civilização de APROFUNDAMENTO
E S U

massas. A música o salva porque, através 5. UNICANTO-DF — Sobre o compositor Mozart, marque
O
D E L

dela, fica depois do filme esse sentimento a alternativa correta:


A OR XC

de ‘mistério’ com o qual podemos dialogar: a) Mozart ficou surdo aos seis anos de idade.
sempre recordamos o encanto e a pena de b) Mozart foi enterrado como indigente.
Luzes da Ribalta através de sua música. c) Mozart comprou seu primeiro fagote aos seis anos
E

Essa é uma grande vitória artística de Cha- de idade.


plin. Dizemos normalmente que a melhor d) Mozart é considerado um dos maiores contrabai-
música de cinema é aquela que nos ajuda a
EM SS L

xistas de todos os tempos.


criar um espaço mágico, porém sem chamar
ST FE IA

em demasia a nossa atenção. Ouvi-la como 6. O xilofone é um instrumento de


‘fundo’ ajuda a intensidade da visão”. a) sopro c) cordas
SI O ER

SOPEÑA, Frederico. Música e literatura. São b) percussão d) batuque


Paulo: Nerman, 1989. p. 157.

O texto acima é um ponto de partida para compreen-


ESTUDO PARA O ENEM
PR AT

são do cinema como uma arte que articula o teatro, a


7. Enem
música, a dança e diversas outras artes visuais. Nessa
perspectiva, o cinema se tornou um bem cultural que
M

Gênero dramático é aquele em que o


atinge as massas de uma forma avassaladora, moven-
artista usa como intermediária entre si e o
do uma gigantesca indústria cultural em todo mundo.
público a representação. A palavra vem do
É, portanto, correto afirmar que:
grego drao (fazer) e quer dizer ação. A peça
a) O cortiço é um romance de Aluísio Azevedo, de
teatral é, pois, uma composição literária
1890, e constitui o melhor romance de aglome-
destinada à apresentação por atores em um
rado humano da literatura brasileira; foi adaptado
palco, atuando e dialogando entre si. O tex-
para o cinema brasileiro no século XX.
to dramático é complementado pela atua-
b) A música no cinema é um recurso que passou a
ção dos atores no espetáculo teatral e pos-
ser utilizado no início do século XX, a partir da
sui uma estrutura específica, caracterizada:
invenção do Cinema Novo no Brasil.

68
ARTE 1
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As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição
1) pela presença de personagens que devem cultural, sendo obra de um povo que as cria e recria e
estar ligados com lógica uns aos outros e à as perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identifi-
ação; 2) pela ação dramática (trama, enre- car como dança folclórica brasileira
do), que é o conjunto de atos dramáticos, a) o Bumba meu boi que é uma dança teatral onde
maneiras de ser e de agir das personagens personagens contam uma história envolvendo crí-
encadeadas à unidade do efeito e segundo tica social, morte e ressurreição.
uma ordem composta de exposição, confli- b) a Quadrilha das Festas Juninas que associam fes-
to, complicação, clímax e desfecho; 3) pela tejos religiosos a celebrações de origens pagãs en-

SC AO
situação ou ambiente, que é o conjunto de volvendo as colheitas e a fogueira.
circunstâncias físicas, sociais, espirituais c) o Congado, que é uma representação de um rei-
em que se situa a ação; 4) pelo tema, ou nado africano onde se homenageia santos através

O
seja, a ideia que o autor (dramaturgo) de-

O A A
B S
de música, cantos e dança.
seja expor, ou sua interpretação real por d) o balé em que se utilizam músicos, bailarinos e vá-

D NI R
M DO
meio da representação. rios outros profissionais para contar uma história

O E A
COUTINHO, A. Notas de teoria literária. Rio de
em forma de espetáculo.
Janeiro: Civilização Brasileira, 1973. (Adaptado).
e) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque

O
N V P
Considerando o texto e analisando os elementos que
africano é utilizado com o objetivo de contar ou
constituem um espetáculo teatral, conclui-se que
recriar uma história nos desfiles.

SI N VO a) A criação do espetáculo teatral apresenta-se como


um fenômeno de ordem individual, pois não é
possível sua concepção de forma coletiva.
Competência 1 — Compreender os elementos culturais que
constituem as identidades.
Habilidade 5 — Identificar as manifestações ou representações
I
b) O cenário onde se desenrola a ação cênica é con- da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes
EN C S
sociedades.
cebido e construído pelo cenógrafo de modo au-
E S U

tônomo e independente do tema da peça e do


trabalho interpretativo dos atores.
O

9. Enem
D E L

c) O texto cênico pode originar-se dos mais variados


A OR XC

gêneros textuais, como contos, lendas, romances,


Própria dos festejos juninos, a quadrilha
poesias, crônicas, notícias, imagens e fragmentos
nasceu como dança aristocrática, oriunda
textuais, entre outros.
dos salões franceses, depois difundida por
E

d) O corpo do ator na cena tem pouca importância


toda a Europa. No Brasil, foi introduzida
na comunicação teatral, visto que o mais impor-
como dança de salão e, por sua vez, apro-
EM SS L

tante é a expressão verbal, base da comunicação


priada e adaptada pelo gosto popular. Para
cênica em toda a trajetória do teatro até os dias
ST FE IA

sua ocorrência, é importante a presença


atuais.
de um mestre “marcante” ou “marcador”,
e) A iluminação e o som de um espetáculo cênico in-
pois é quem determina as figurações diver-
SI O ER

dependem do processo de produção/recepção do


sas que os dançadores desenvolvem. Obser-
espetáculo teatral, já que se trata de linguagens
va-se a constância das seguintes marcações:
artísticas diferentes, agregadas posteriormente à
“Tour”, “En avant”, “Chez des dames”,
PR AT

cena teatral.
“Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”,
“Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a
8. Enem (adaptado) chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de
M

flores”, “Coroa de espinhos” etc.


O folclore é o retrato da cultura de um No Rio de Janeiro, em contexto ur-
povo. A dança popular e folclórica é uma bano, apresenta transformações: surgem
forma de representar a cultura regional, pois novas figurações, o francês aportuguesado
retrata seus valores, crenças, trabalho e sig- inexiste, o uso de gravações substitui a mú-
nificados. Dançar a cultura de outras regiões sica ao vivo, além do aspecto de competi-
é conhecê-la, é de alguma forma se apropriar ção, que sustenta os festivais de quadrilha,
dela, é enriquecer a própria cultura. promovidos por órgãos de turismo.
BREGOLATO, R. A. Cultura Corporal CASCUDO. L.C. Dicionário do folclore brasileiro.
da Dança. São Paulo: Ícone, 2007. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976.

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As diversas formas de dança são demonstrações da di- c) diferente velocidade de propagação do som emiti-
versidade cultural do nosso país. Entre elas, a quadrilha do por cada instrumento musical.
é considerada uma dança folclórica por d) timbre do som, que faz com que os formatos das
a) possuir como característica principal os atributos ondas de cada instrumento sejam diferentes.
divinos e religiosos e, por isso, identificar uma na- e) altura do som, que possui diferentes frequências
ção ou região. para diferentes instrumentos musicais.
b) abordar as tradições e costumes de determinados
Competência 4 — Compreender a arte como saber cultural e
povos ou regiões distintas de uma mesma nação. estético gerador de significação e integrador da organização do
c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, mundo e da própria identidade.

SC AO
Habilidade 13 — Analisar as diversas produções artísticas
sendo, também, considerada dança-espetáculo. como meio de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e
d) necessitar de vestuário específico para a sua práti- preconceitos.

ca, o qual define seu país de origem.

O
O A A
e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por

B S
diversos gêneros musicais 12. FAP-PR — O movimento musical do “Tropicalismo”,

D NI R
M DO
que teve como líderes Gilberto Gil e Caetano Veloso,
realizou a integração da MPB com o:

O E A
Competência 1 — Compreender os elementos culturais que
constituem as identidades.
Habilidade 5 — Identificar as manifestações ou representações
a) Bolero. d) Heavy Metal.

O
N V P
da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes b) Blues. e) Rock.
sociedades.
c) Dance.

SI N VO
10. UFMG-MG — O Cinema Novo e o movimento de reno-
Competência 4 — Compreender a arte como saber cultural e
estético gerador de significação e integrador da organização do
mundo e da própria identidade.
vação teatral liderado pelo Teatro de Arena e pelo Gru- Habilidade 12 — Reconhecer diferentes funções da arte, do tra-
I
po Oficina foram expressões artísticas, com objetivos e
EN C S
balho da produção dos artistas em seus meios culturais.

características comuns, afinadas com o contexto brasi-


E S U

leiro das décadas de 1950 e 1960 do século passado.


13. FAP-PR — Do grego techné, técnica quer dizer ‘manei-
O

Entre as características desses movimentos culturais,


D E L

não se inclui a: ra, jeito ou habilidade de fazer algo’. Existem em todas


A OR XC

a) vinculação a grandes estúdios cinematográficos e as formas de arte, diferentes técnicas. Na dança, a téc-
a companhias teatrais já estabelecidas. nica serve para que o dançarino ou o bailarino alcance
b) concepção da obra de arte como meio de cons- resultados específicos. Com base na definição acima,
E

cientização política, influenciada por tendências considere as seguintes afirmações, sobre a técnica de
de esquerda. Balé Clássico:
EM SS L

c) crítica à realidade brasileira, aos seus problemas e I. A técnica de balé clássico prevê exercícios ou trei-
namentos diários de elevação e de sustentação de
ST FE IA

contradições, com forte conteúdo social.


d) realização de produções de custos reduzidos, ca- pernas, executados na barra e no centro, movimen-
tos que trabalham flexibilidade articular, elasticida-
SI O ER

racterizadas pelo uso de novas linguagens e ino-


vações cênicas. de muscular, postura, alinhamento e equilíbrio.
II. A técnica de balé clássico prevê exercícios, pas-
Competência 4 — Compreender a arte como saber cultural e sos ou movimentos codificados a partir de uma
PR AT

estético gerador de significação e integrador da organização do


mundo e da própria identidade.
tradição, cuja nomenclatura ou terminologia é
Habilidade 12 — Reconhecer diferentes funções da arte, do tra- francesa.
balho da produção dos artistas em seus meios culturais.
III. A técnica de balé clássico prevê três posições de
M

pés e braços.
IV. A técnica de balé clássico fundamenta-se na rota-
11. Enem — Ao ouvir uma flauta e um piano emitindo a
ção externa da articulação coxo-femural, o que se
mesma nota musical, consegue-se diferenciar esses
define como en déhors.
instrumentos um do outro. Essa diferenciação se deve
V. A técnica de balé clássico trabalha com os pés
principalmente ao(à)
descalços no chão, dispensando as sapatilhas para
a) intensidade sonora do som de cada instrumento
propiciar um maior contato da musculatura plan-
musical.
tar com o solo, facilitando a distribuição correta de
b) potência sonora do som emitido pelos diferentes
peso corporal. Estão corretas somente:
instrumentos musicais.

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a) I e II. 02) Glauber Rocha foi um dos cineastas mais influen-
b) I e III. tes do Cinema Novo.
c) II, III, IV e V. 04) Uma das principais características do Cinema Novo
d) I, II e IV. foi a representação da realidade brasileira.
e) I, III, IV e V. 08) O Cinema Novo só foi possível de ser realizado gra-
ças aos caros recursos técnicos provenientes da fa-
Competência 4 — Compreender a arte como saber cultural e esté-
tico gerador de significação e integrador da organização do mundo
lência dos estúdios cinematográficos de São Paulo.
e da própria identidade. 16) Um dos filmes mais importantes para a estética
Habilidade 13 — Analisar as diversas produções artísticas como meio
do Cinema Novo, que contribuiu para o reconhe-

SC AO
de explicar diferentes culturas, padrões de beleza e preconceitos.
cimento do grupo, foi O Auto da Compadecida,
dirigido por Guel Arraes.
14. UEM-PR — O Cinema Novo foi um importante movi-

O
O A A
Competência 4 — Compreender a arte como saber cultural e

B S
mento para a história do cinema brasileiro. Conside- estético gerador de significação e integrador da organização do
rando as características da produção dos cineastas que mundo e da própria identidade.

D NI R
M DO
Habilidade 12 — Reconhecer diferentes funções da arte, do tra-
se associaram às ideias do Cinema Novo, assinale o balho da produção dos artistas em seus meios culturais.

O E A
que for correto.
01) De forma antropofágica, o Cinema Novo buscou

O
N V P
uma estética universalista, ao enfocar temáticas
internacionais com o objetivo de inserir o Brasil no
SI N VO
I cenário do cinema mundial.
EN C S
E S U

QUADRO DE RESPOSTAS
O sentido da arte
O
D E L

1. E 5. B 9. 22 (02+04+16) 13. C 16. B


2. D 6. 13 (01+04+08) 10. Formas e estruturas 14. D
A OR XC

3. A 7. 03 (01+02) 11. V, V, V, F, F 15. B


4. D 8. 19 (01+02+16) 12. C

Luz e cor
E

1. D 2. B 3. B 4. D 5. B

Som e movimento
EM SS L

1. D 4. D 7. C 10. A 13. D
2. A 5. B 8. D 11. D 14. 06 (02+04)
ST FE IA

3. A 6. B 9. B 12. E
SI O ER

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PR AT

AGRA, L. História da arte do século XX: ideias e movimentos. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2006.
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COLI, J. O que é arte. São Paulo: Brasiliense, 1998.


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FERRAZ, M. H.; FUSARI, M. F. Metodologia do ensino de arte. São Paulo: Cortez, 1993.
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Gerência de produtos Maria Tereza Montes Canteras
Coordenação editorial Luciano Delfini
Organização Ari Herculano de Souza

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Edição Luísa de Oliveira Modesto
Coordenação de arte e produção editorial Cleber Figueira, Gisele Mezarobba

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Coordenação iconográfica Media Hub
Pesquisa iconográfica Cristiane Gameiro, Heraldo Colon Junior, Maiti

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Rebeca Fiamozzini
Ilustração Media Hub: Bruna Moraes Tiso, Carla Viana,

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I Carolina Plumari Meneghetti, Leandro
Marcondes Araujo
Leitura técnica Andressa Serena de Oliveira, Kleber Santos
Preparação de texto A&M Promoção Humana
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Revisão de texto Kleber Santos, Luísa de Oliveira Modesto
Editoração eletrônica Vicente Design
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


EM SS L

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)


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Arte: ensino médio, 1 / [organização Ari Herculano de Souza]. — São Paulo:


Pearson Education do Brasil, 2016.
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“Sistema de Ensino Dom Bosco”.


Bibliografia
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1. Arte (Ensino médio) I. Souza, Ari Herculano de.


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1ª. edição — 2016


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