Escala de Resiliencia para Adultos
Escala de Resiliencia para Adultos
Escala de Resiliencia para Adultos
A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis,
UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e
Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.
Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s)
título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do
respetivo autor ou editor da obra.
Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito
de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste
documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por
este aviso.
pombalina.uc.pt
digitalis.uc.pt
AVALIAÇÃO Vulnerabilidade,
Marco Pereira
Margarida Cardoso
Sara Albuquerque
Catarina Janeiro
Stephanie Alves
“Apart from being unlucky enough to get ALS… I have been fortunate in
almost every other respect. The help and support I received… have made it
possible for me to lead a fairly normal life...”
Resumo
Abstract
38
1. Instrumento
O que é, o que avalia e a quem se aplica?
Quadro 1.
Ficha técnica da Escala de Resiliência para Adultos (ERA)
A versão portuguesa de 33 itens da Escala de Resiliência para Adultos
(ERA), no original em inglês Resilience Scale for Adults (RSA), publicada
O que é?
originalmente em 2001 por O. Hjemdal, O. Friborg, M. Martinussen, e J.
Rosenvinge, na Noruega
A ERA é um questionário de auto-resposta que avalia diversas características
de resiliência, contendo itens que na sua estrutura original se organizam
nos seis fatores seguintes: Perceção do Self, Planeamento do Futuro,
Competências Sociais, Coesão Familiar, Recursos Sociais e Estilo Estruturado
Estrutura da ERA
Subescala Número Itens Descrição
Avalia a confiança nas próprias
Perceção do Self
6 capacidades e julgamentos, auto-
(PS)
eficácia e expetativas realistas
Avalia a capacidade de planeamento
Planeamento do
antecipado, de ter uma visão otimista
Futuro 4
e de se orientar por objetivos claros e
(PF)
alcançáveis
Avalia a flexibilidade em interações
Competências sociais, a capacidade de criar novas
Sociais 6 amizades, sentir-se à vontade em
(CS) ambientes sociais e o uso positivo do
humor
O que avalia? Avalia a capacidade de ter e seguir
rotinas, de organização do próprio
Estilo Estruturado
4 tempo, e a preferência por objetivos e
(EE)
planos claros antes da realização das
atividades
Avalia se os valores são partilhados ou
discordantes na família, se os membros
da família apreciam passar tempo
Coesão Familiar
6 juntos, se têm uma visão otimista do
(CF)
futuro, se são leais uns com os outros
e se têm um sentimento de apreciação
e apoio mútuo
39
A ERA pode ser administrada em adultos de populações comunitárias e
A quem se aplica? clínicas, destinando-se a uma utilização corrente em investigação e na
prática clínica
Fundamentação e história
40
Stiles, Rosenvinge e Martinussen (2006), o problema da concetualização
da resiliência como resultado é que esta definição deixa muito pouco
espaço para a previsão. Por outras palavras, define o resultado final, mas
não o que contribui para esse resultado.
Para incluir esta perspetiva preditiva e facilitar a investigação sobre
processos, Hjemdal, Friborg, Stiles, Rosenvinge e Martinussen (2006)
definem a resiliência como os fatores protetores, processos e mecanis-
mos que contribuem para um resultado positivo, apesar da experiência
de acontecimentos que incorrem de um risco significativo de desen-
volvimento de psicopatologia. A resiliência é, neste sentido, entendida
como um constructo multidimensional, onde estão implícitas não só
competências psicológicas, mas também a capacidade dos indivíduos
recorrerem aos diversos sistemas do seu contexto (e.g., família, rede
social) para melhor lidar com situações de stress e de adversidade.
Na linha desta segunda perspetiva, a resiliência é assim entendida como
um conjunto de traços de personalidade, qualidades e competências
individuais, relativamente estáveis, que estão associadas à capacidade
de superar e ultrapassar a adversidade e lidar com o stress (Connor &
Davidson, 2003; Smith-Osborne & Bolton, 2013). As pessoas resilientes
são vistas como mais flexíveis que as pessoas vulneráveis e lidam com
as situações de stress ou adversidades usando diversos recursos pro-
tetores, quer individuais quer interpessoais e contextuais (Friborg et
al., 2003). A este respeito, é de salientar que a resiliência não protege
os indivíduos dos acontecimentos de vida adversos. Na realidade, os
indivíduos resilientes podem sentir perturbações transitórias no fun-
cionamento normal, porém, estes indivíduos mostram uma capacidade
de lidar de forma mais funcional e flexível com esses acontecimentos,
exibindo deste modo uma trajetória estável de funcionamento saudável
ao longo do tempo (Bonanno, 2004).
A avaliação da resiliência tem sido realizada de modos muito distintos,
dada a multiplicidade e complexidade que lhe está subjacente (Curtis &
Cicchetti, 2007). Com efeito, a dificuldade em definir resiliência tem sido
bastante reconhecida (Luthar, Cicchetti, & Becker, 2000; Masten, 2007), o
que tem criado desafios consideráveis na sua operacionalização. Apesar
41
de alguma controvérsia em torno do uso de medidas de auto-resposta
na avaliação da resiliência (Reppold, Mayer, Almeida, & Hutz, 2012),
têm havido várias tentativas para a sua avaliação. No entanto, são ainda
escassas as medidas validadas para a avaliação da resiliência, havendo
também pouco consenso sobre quais são as melhores para a avaliar
e descrever (Hoge, Austin, & Pollack, 2007). A maioria das medidas está
ligada apenas em parte a este conceito (i.e., avaliando, por exemplo,
a robustez e o stress percebido) e é aplicada a populações específicas,
o que leva a que seja difícil uma análise e comparação de resultados
(Connor & Davidson, 2003; Friborg et al., 2005; Schaap et al., 2009).
A necessidade de instrumentos válidos de avaliação da resiliência que sejam
fáceis de aplicar e interpretar é, portanto, evidente (Connor & Davidson,
2003; Vaishnavi, Connor, & Davidson, 2007), pois sem uma compreensão
da multidimensionalidade e dinâmica deste conceito será difícil entender
a disfuncionalidade e as dificuldades de adaptação (Bonanno, 2004).
Na avaliação da resiliência, quer em adolescentes quer em adultos,
têm sido desenvolvidas, no entanto, algumas escalas (Ahern, Kiehl, Sole,
& Byers, 2006), das quais se destacam as seguintes: Resilience Scale (RS;
Wagnild & Young, 1993); Ego-Resiliency Scale (ER89; Bock & Kremen,
1996); Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC; Connor & Davidson,
2003), assim como as suas versões abreviadas (CD-RISC10; Campbell-Sills
& Stein, 2007; CD-RISC2; Vaishnavi et al., 2007); Adolescent Resilience Scale
(ARS; Oshio, Kaneko, Nagamine, & Nakaya, 2003); Resiliency Scales for
Children & Adolescents (RSCA; Prince-Embury, 2008); Resilience Scale for
Adolescents (READ; Hjemdal, Friborg, Stiles, Martinussen, & Rosenvinge,
2006); Brief-Resilient Coping Scale (BRCS; Sinclair & Wallston, 2004);
e Brief Resilience Scale (BRS; Smith et al., 2008). A importância da avalia-
ção da resiliência é de tal modo central que nos últimos anos têm surgido
diversas revisões que procuraram sintetizar informação sobre os instru-
mentos (e respetiva qualidade) atualmente disponíveis (para revisão cf.
Ahern et al., 2006; Gurgel, Plentz, Joly, & Reppold, 2013; Smith-Osborne
& Bolton, 2013; Windle, Bennett, & Noyes, 2011).
Para além das medidas enunciadas, na Noruega, foi desenvolvida uma
nova escala de avaliação de resiliência, que foi denominada de Escala
42
de Resiliência para Adultos (ERA; Friborg et al., 2003; 2005; Hjemdal
et al., 2001). Esta escala foi desenvolvida com o objetivo de colmatar a
escassez de medidas de avaliação da resiliência, nomeadamente na po-
pulação adulta, mas também com um propósito de capturar um conjunto
de fatores protetores fundamentais (Hjemdal et al., 2001). Do ponto
de vista concetual, no desenvolvimento da ERA, os autores tiveram em
consideração os três grandes grupos de recursos protetores descritos
na literatura (Cicchetti & Garmezy, 1993; Masten & Coatsworth, 1998;
Rutter, 1990): (1) competências psicológicas/disposicionais e atributos
do indivíduo; (2) apoio familiar e ambiente familiar coeso; e (3) pre-
sença de sistemas de apoio externo que promovem um coping eficiente
e o ajustamento.
A versão inicial da ERA continha 45 itens (resultantes de uma poll de
295 itens), estando organizada em cinco fatores: Competência Pessoal,
Competência Social, Suporte Social, Coesão Familiar e Estrutura Pessoal
(Hjemdal et al., 2001). Em 2003, com vista a um novo afinamento da es-
cala, Firborg e colaboradores adicionaram novos itens, sujeitando a ERA
a novas análises. Este procedimento levou a uma versão composta por 37
itens. Numa revisão posterior, na qual os autores reformularam os itens e
alteraram a escala de resposta de tipo Likert para um formato de resposta
de diferencial semântico (e.g., para o item 16, “A minha família caracte-
riza-se por…”, a escala de sete pontos variou entre “desunião” e “coesão
saudável”), de modo a reduzir a tendência para a aquiescência, chegou-
-se à versão final atual de 33 itens (Friborg et al., 2005). Posteriormente,
Hjemdal, Friborg, Stiles, Rosenvinge e Martinussen (2006), e após novas
análises fatoriais confirmatórias, sugeriram uma estrutura em seis fatores:
Perceção do Self, Planeamento do Futuro, Competências Sociais, Estilo
Estruturado, Coesão Familiar e Recursos Sociais. Em termos globais,
o que distingue as duas estruturas é que a dimensão competências pes-
soais encontra-se dividida nos fatores Perceção do Self e Planeamento do
Futuro. Na sua versão final, a ERA é composta assim por 33 itens e permite
avaliar os recursos protetores que promovem a resiliência na idade adulta
(Hjemdal, Friborg, Stiles, Rosenvinge, & Martinussen, 2006). Os autores
construíram assim um modelo da resiliência que mostrou ser ajustado
43
nos vários estudos psicométricos realizados e que abrange fatores que
estão incluídos num modelo global que compreende a resiliência como
um conceito multidimensional relacionado com as três grandes categorias
de recursos protetores anteriormente enunciadas.
Para além das aplicações da ERA em diferentes amostras da Noruega
(e.g., Friborg et al., 2003, 2005, 2006; Hjemdal, Friborg, Stiles, Rosenvinge,
& Martinussen, 2006), encontram-se disponíveis uma versão Persa
desenvolvida em conjunto com investigadores do Irão ( Jowkar, Friborg,
& Hjemdal, 2010), uma versão em Francês desenvolvida na Bélgica
(Hjemdal et al., 2011) e uma versão em Português do Brasil (Hjemdal,
Roazzi, Dias, Roazzi, & Vikan, 2009). Nestas diferentes aplicações da ERA,
todas as versões permitiram confirmar a estrutura fatorial proposta, ainda
que os valores de consistência interna tenham diferido entre estudos.
Nomeadamente, foram obtidos valores do alfa de Cronbach entre .76
e .84 (.90 para a escala total) no Irão ( Jowkar et al., 2010), entre .63 e
.78 (.84 para o total da escala) na Bélgica (Hjemdal et al., 2011) e entre
.56 e .79 no Brasil (Hjemdal et al., 2009).
Os estudos psicométricos preliminares da versão em Português Europeu
da ERA foram apresentados e publicados recentemente (Pereira, Cardoso,
Alves, Narciso, & Canavarro, 2013), mas não foram realizados estudos con-
firmatórios da estrutura da ERA. No presente capítulo, apresentam-se assim
os estudos de adaptação e validação da versão em Português Europeu da
ERA e analisa-se se a estrutura fatorial original é replicada em Portugal.
2. Estudos em Portugal
Como foi desenvolvido/adaptado e validado?
44
curso na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade
de Coimbra.
O primeiro passo deste processo consistiu na obtenção da autoriza-
ção dos autores da ERA. Em seguida, iniciou-se o processo de tradução
do instrumento para Português Europeu. Após contacto com os autores
da escala original (O. Friborg e O. Hjemdal), tomou-se conhecimento
de que já existia uma versão em Português (do Brasil). Dada a existên-
cia de divergências linguísticas entre o Português Europeu e do Brasil,
optou-se por realizar o processo de tradução completo. A ERA foi inicial-
mente traduzida pelo investigador responsável pela validação da escala
em Portugal e, posteriormente, esta versão foi revista por outros três
investigadores com formação em Psicologia. Depois de incorporadas as
sugestões dos três “revisores”, chegou-se a uma tradução conciliadora
que foi depois submetida a retroversão por uma tradutora independente
fluente em Português e Inglês. A versão que resultou da retroversão foi
comparada com a versão inicial e, em conjunto com a tradutora, foram
feitos os ajustamentos necessários à primeira versão traduzida.
Concluídos os procedimentos de tradução e adaptação da ERA, iniciou-se
o estudo de campo quantitativo. No estudo de validação, a ERA foi admi-
nistrada a uma amostra composta por 200 participantes da população geral.
A recolha da amostra (por conveniência) foi realizada junto da população
geral, bem como de estudantes do Ensino Superior da Universidade de
Coimbra. Num total de 248 protocolos distribuídos, 204 foram preenchidos
e devolvidos (taxa de resposta = 82.3%), tendo quatro sido excluídos por
preenchimento indevido. Cerca de um mês após a primeira aplicação, foi
solicitado a 60 indivíduos que preenchessem uma segunda aplicação da ERA,
de modo a avaliar a estabilidade temporal. Dos 60 participantes contactados,
foi recebido um total de 45 protocolos de avaliação (taxa de resposta = 75%).
Para além da ERA, a bateria de avaliação do protocolo de validação
incluiu um questionário de dados sociodemográficos e relativos à história
relacional e familiar e acontecimentos de vida, bem como os instrumentos
de auto-resposta seguintes: Connor-Davidson Resilience Scale (CD-RISC;
Connor & Davidson, 2003; Versão Portuguesa (VP): Faria & Ribeiro,
estudos em curso); Escala de Auto-Eficácia Geral Percepcionada (EAEGP;
45
Schwarzer & Jerusalem, 1995); Perceived Stress Scale (PSS; Cohen, Kamark
& Mermelstein, 1983; VP: Mota-Cardoso Araújo, Ramos, Gonçalves, &
Ramos, 2002); e o instrumento de avaliação da qualidade de vida, World
Health Organization Quality of Life – versão abreviada (WHOQOL-Bref;
WHOQOL Group, 1998; VP: Vaz Serra et al., 2006).
A amostra dos estudos de validação foi constituída, como referido,
por 200 participantes, maioritariamente do sexo feminino (n = 106; 53%)
e com uma idade média de 35.20 anos (DP = 14.94; amplitude: 18-72).
A média de anos de escolaridade foi de 14.09 anos (DP = 3.36). Nas res-
tantes variáveis, observou-se uma distribuição similar em termos de estado
civil (51% casados/unidos de facto e 48% solteiros) e situação profissional
(49% estudantes e 47.5% empregados). Em relação ao meio de proveniência,
a maioria dos participantes residia em meio urbano (n = 146; 73%).
No âmbito do referido projeto de Pós-Doutoramento, uma amostra
adicional de 304 participantes preencheu a ERA. Esta amostra integrou
152 casais da população geral, que responderam negativamente à pre-
sença de uma situação de particular adversidade, e casais em contexto
de adversidade (e.g., diagnóstico de anomalia congénita de um filho,
doença psiquiátrica de um dos elementos do casal). Os procedimentos
de recolha destes grupos encontram-se descritos com detalhe em outras
publicações dos autores (Albuquerque, Pereira, Fonseca, & Canavarro,
2012; Alves, Pereira, Janeiro, Narciso, & Canavarro, 2014).
Esta segunda amostra foi assim composta por 304 participantes, com
igual proporção de homens e mulheres e com uma média de idades de
42.43 anos (DP = 10.46; amplitude: 23-76). A média de anos de escolaridade
foi de 10.99 anos (DP = 4.04). Os participantes eram na maioria casados
(84.2%) e estavam em situação de emprego (82.1%). Em relação ao meio
de proveniência, a maioria dos participantes residia em meio urbano (91.7%).
Estudos descritivos
46
amplitude, assimetria e curtose. São também apresentadas as análises de
consistência interna, nomeadamente os valores das correlações item-total
e os valores do coeficiente alfa de Cronbach quando o item é excluído.
Quadro 2.
Estatísticas descritivas dos itens da ERA e consistência interna
Correlação Alfa com
Item M DP Moda Amplitude Assimetria Curtose Item-Total Item
Corrigida Excluído
1 5.17 1.34 6 1-7 -0.62 -0.18 .48 .901
2 5.52 1.28 6 2-7 -0.98 0.76 .52 .900
3 4.92 1.70 6 1-7 -0.59 -0.44 .28 .905
4 5.20 1.53 6 1-7 -0.89 0.20 .41 .902
5 5.91 1.27 7 1-7 -1.56 2.69 .44 .901
6 4.51 1.77 6 1-7 -0.41 -0.76 .18 .907
7 5.42 1.31 6 1-7 -0.77 -0.01 .56 .900
8 4.50 1.55 4 1-7 -0.44 -0.43 .45 .901
9 5.33 1.35 6 1-7 -0.73 0.41 .36 .903
10 5.84 1.46 7 1-7 -1.60 2.18 .53 .900
11 6.08 1.16 7 1-7 -1.76 3.42 .63 .899
12 4.42 1.58 5 1-7 -0.20 -0.67 .18 .906
13 5.23 1.32 6 1-7 -0.71 0.17 .45 .901
14 5.10 1.40 6 1-7 -0.72 -0.05 .56 .899
15 4.77 1.74 6 1-7 -0.63 -0.47 .37 .903
16 5.68 1.41 7 1-7 -1.18 1.04 .49 .901
17 5.76 1.13 6 2-7 -0.95 0.65 .44 .901
18 4.65 1.65 6 1-7 -0.47 -0.57 .32 .904
19 5.47 1.39 6 1-7 -1.06 0.84 .59 .899
20 5.13 1.43 6 1-7 -0.73 0.07 .64 .898
21 4.94 1.57 6 1-7 -0.67 -0.24 .47 .901
22 5.17 1.38 6 1-7 -0.68 -0.30 .50 .900
23 5.43 1.39 6 1-7 -0.77 -0.07 .52 .900
24 5.14 1.35 6 1-7 -0.53 -0.31 .30 .903
25 4.51 1.70 6 1-7 -0.41 -0.93 .52 .900
26 5.78 1.20 6 1-7 -1.23 1.56 .56 .900
27 5.72 1.31 6 1-7 -1.33 1.70 .45 .901
28 6.04 1.27 7 1-7 -1.79 3.19 .51 .900
29 4.56 1.59 6 1-7 -0.45 -0.59 .33 .903
30 5.17 1.52 6 1-7 -0.70 -0.17 .45 .901
31 5.10 1.51 6 1-7 -0.46 -0.77 .54 .900
32 5.67 1.43 7 1-7 -1.27 1.37 .43 .901
33 5.70 1.17 6 2-7 -1.03 0.74 .66 .898
47
Os resultados encontrados indicam que o item da ERA que apresenta
uma média mais elevada (M = 6.08; DP = 1.16) corresponde ao item 11
“Aqueles que são bons a encorajar-me… são alguns amigos próximos/
familiares”. Por outro lado, o item 12 “Quando inicio novas coisas/
projectos… prefiro ter um plano minucioso” obteve a média mais bai-
xa (M = 4.42; DP = 1.58). De um modo geral, os valores oscilam entre
1 e 7, sendo que o valor mais frequente é o 6. Os valores mínimos e
máximos registados nas respostas a cada item ilustram que, em 30 dos
33 itens, cada uma das alternativas foi escolhida por pelo menos um
participante. Quanto à assimetria, os itens apresentam todos um valor
negativo, com destaque para um maior afastamento dos itens 5, 10,
11, 16, 19, 26, 27, 28, 32 e 33 (assimetria > 1.00 e < 1.79). Em termos
do grau de achatamento da distribuição, os itens que se encontram
mais afastados do valor zero são os itens 5, 10, 11, 16, 26, 27, 28, e 32,
sendo que os valores para estes oito itens são todos positivos (curtose
> 1.00 e < 3.42). Resultados semelhantes foram obtidos em estudos
anteriores da ERA, suportando que a não-normalidade nos resultados
de resiliência é um fenómeno comum.
Estudos de precisão
48
significativas para um nível de significação < .001; a exceção foi o
item 10 (r = .31, p = .038).
49
Quadro 3.
Matriz rodada, comunalidades e variância explicada (Rotação Promax) – ERA
Fatores
Itens
1 2 3 4 5
13. Os meus juízos e decisões… .79
29. Acontecimentos na vida que não consigo influenciar… .77
1. Quando acontece alguma coisa imprevista… .73
14. Os meus objectivos… .72
25. Em períodos difíceis tenho tendência… .69
7. Os meus problemas pessoais… .62
2. Os meus planos para o futuro… .61
19. Acreditar em mim… .43
8. Sinto que o meu futuro parece… .39
16. A minha família caracteriza-se por… .86
31. Na minha família, gostamos de… .83
27. Perante outras pessoas, a nossa família mostra… .68
22. Em períodos difíceis, a minha família… .58
4. Perspectiva da família sobre o importante na vida… .56
10. Eu sinto-me [muito feliz/infeliz na família]… .56
23. Quando um familiar passa por uma crise/emergência… .49
18. Sou bom (boa) a… .49
28. Eu recebo apoio de… .85
5. Posso discutir assuntos pessoais com… .73
11. Aqueles que são bons a encorajar-me… .65
32. Quando preciso [ajuda]… .56
17. A ligação entre os meus amigos é… .41
33. Os meus amigos/familiares próximosa… .30
15. Novas amizades são algo… .85
21. Conhecer novas pessoas… .84
3. Eu gosto de estar… .57
30. Para mim, pensar em bons tópicos de conversa… .51
26. Quando estou com outras pessoasa… .24
12. Quando inicio novas coisas/projectos… .77
24. Regras e rotinas habituais… .70
9. Ser flexível em contextos sociais… .53
20. Os meus objectivos para o futuro… .46
F1: Competências Pessoais; F2: Coesão Familiar; F3: Recursos Sociais; F4: Competências Sociais;
e F5: Estilo Estruturado.
ª Os itens 26 e 30 saturaram igualmente nos Fatores 2 e 4, respetivamente. Por razões concetuais
e após análise das duas matrizes resultantes da AFE, optou-se por mudar os itens para os fatores
onde se encontram nesta solução final (respetivamente, Fator 4 e 3).
50
Estudos de validade
Quadro 4.
Validade concorrente (correlação entre a ERA e a CD-RISC)
Fatores da CD-RISC
Fatores da ERA
F1 F2 F3 F4 F5
Competências Pessoais .67*** .46*** .39*** .34*** .39***
F1: Perceção de competência pessoal, padrões elevados e tenacidade; F2: Confiança nos
instintos, tolerância às emoções negativas e fortalecimento dos efeitos do stress; F3: Aceitação
positiva da mudança e relações interpessoais seguras; F4: Controlo; e F5: Influências espirituais.
51
Quadro 5.
Validade divergente da ERA
Fatores da ERA
Escalas
F1 F2 F3 F4 F5
EAEGP (total) .64*** .32*** .28*** .28*** .29***
PSS (total) -.60*** -.28*** -.26*** -.31*** -.25***
WHOQOL-Bref
Físico .42*** .40*** .25*** .18** .19**
Psicológico .67*** .52*** .35*** .33*** .30***
Relações Sociais .46*** .39*** .42*** .27*** .30***
Ambiente .51*** .43*** .30*** .23*** .23**
Faceta Geral .30*** .37*** .24** .10 .16*
F1: Competências Pessoais; F2: Coesão Familiar; F3: Recursos Sociais; F4: Competências Sociais;
e F5: Estilo Estruturado.
* p < .05; ** p < .01; *** p < .001
52
da sua elevada sensibilidade ao tamanho da amostra (Marôco, 2010).
Os modelos testados de cinco e seis fatores apresentaram, globalmente,
índices de ajustamento satisfatórios, ainda que o valor do RMSEA se
tenha situado no limiar dos valores não desejáveis. Face a estes resul-
tados, a opção pela estrutura original na versão Portuguesa da ERA
apresenta-se como adequada.
Quadro 6.
Índices de adequação dos modelos testados
Índice
Modelo
χ2 χ2/g.l. CFI RMSEA (90% IC)
Unidimensional 2289.55 (g.l. = 495) 4.63 .643 .11 (.10-.11)
AFE – 5 fatores 387.94 (g.l. = 94) 4.12 .897 .10 (.09-.11)
Original – 6 fatores 364.94 (g.l. = 89) 4.10 .904 .10 (.09-.11)
AFE – Análise Fatorial Exploratória; CFI – Comparative Fit Index; RMSEA – Root Mean Square
Error of Approximation; IC – Intervalo de Confiança.
Análises adicionais
53
doença psiquiátrica de um dos elementos do casal). Os resultados mostra-
ram a existência de diferenças estatisticamente significativas, Lambda de
Wilks = .65, F(6, 297) = 12.08, p < .001. Concretamente, os participantes
do grupo doença psiquiátrica apresentaram valores significativamente
mais baixos em todas as características de resiliência, sendo os efeitos
mais pronunciados na dimensão Coesão Familiar, F(2, 301) = 67.71, p <
.001. Não se registaram diferenças significativas entre os restantes dois
grupos. Também no total da ERA, os participantes do grupo doença psi-
quiátrica reportaram valores significativamente mais baixos de resiliência,
F(2, 301) = 56.58, p < .001.
3. Aplicação
Como aplicar, cotar e interpretar?
54
A cotação da ERA pode ser feita manualmente ou mediante recurso a
uma sintaxe para o programa Statistical Package for the Social Sciences
(IBM SPSS) que é sempre disponibilizada pelos autores da versão
Portuguesa na altura do pedido de utilização. Cada pergunta é cotada de
1 a 7, no entanto, 17 dos 33 itens devem ser invertidos antes do seu uso
nos cálculos finais, para que as pontuações mais elevadas correspondam
a maiores níveis de resiliência. No Quadro 7 encontram-se listados os
fatores e respectivos itens, com indicação dos itens a inverter.
O cálculo dos fatores que compõem a ERA, para uma análise de
informação mais específica, pode ser feito de duas formas distintas: ou
calculando a média dos resultados dos fatores (e total) ou através do
somatório total de todos os indicadores. A primeira modalidade realiza-
-se somando os resultados nos itens de cada fator e dividindo esse valor
pelo número total de itens. Por exemplo, para a Coesão Familiar (CF) são
somados os seis itens do fator (após inversão) e divide-se o total por seis
[CF = (ERA_04 + ERA_10 + ERA_16 + ERA_22 + ERA_27 + ERA_31) / 6].
Caso se opte pelos resultados totais, o procedimento consiste basi-
camente em somar os resultados nos itens de cada fator, após inversão
dos respetivos itens. Por exemplo, para o fator Planeamento do Futuro
(PF) são somados os quatro itens do fator (após inversão) [PF = ERA_02
+ ERA_08 + ERA_14 + ERA_20]. Neste procedimento, o resultado total
da ERA deverá variar entre 33 e 231.
Quadro 7.
Fatores e itens da ERA
Fatores Itens
Perceção do Self (PS) 1, 7i, 13, 19i, 25, 29i
Planeamento do Futuro (PF) 2, 8i, 14i, 20
Competências Sociais (CS) 3i, 9, 15i, 21, 26i, 30
Estilo Estruturado (EE) 6i, 12, 18i, 24
Coesão Familiar (CF) 4, 10i, 16, 22i, 27, 31i
Recursos Sociais (RS) 5, 11i, 17, 23i, 28i, 32, 33i
Nota: Os itens invertidos foram assinalados com a letra i.
55
Dada a natureza multidimensional do conceito de resiliência que se
encontra subjacente a este instrumento, os resultados podem ser anali-
sados em função das pontuações obtidas nos seis fatores da ERA, mas
também a partir da pontuação total da escala. Num contexto clínico,
é possível uma leitura mais qualitativa dos resultados. Este procedimento
pode ser particularmente adequado para identificação dos potenciais
recursos protetores dos indivíduos que requerem maior atenção clínica e,
especificamente, as competências e recursos que podem ser desenvolvidos.
56
cuidado ou, em alternativa, a remoção completa deste fator (e, deste
modo, reduzindo a escala de 33 para 29 itens) poderá ser uma proposta
útil para melhorar o desempenho psicométrico desta escala. Estudos
futuros serão necessários para identificar a melhor solução.
No que diz respeito à validade de constructo, adicionalmente à confir-
mação do modelo original de seis fatores, o padrão de correlações entre
os fatores é coincidente com o objetivo dos autores originais, que sugere
que estas dimensões avaliam diferentes aspetos positivos do conceito de
resiliência (Friborg et al., 2003) e é consistente com outras versões da ERA
(Hjemdal et al., 2011; Jowkar et al., 2010). Os estudos de associação dos
fatores da ERA com as dimensões de resiliência avaliadas pela CD-RISC
atestam a validade convergente da ERA. Os estudos de validade de gru-
pos conhecidos, ao indicar a existência de diferenças significativas entre
os participantes com doença psiquiátrica de um dos membros do casal,
comparativamente aos casais da população geral e pais de crianças com
diagnóstico de anomalia congénita, certificam o potencial discriminativo da
ERA e corroboram a literatura que sugere que as pessoas com problemas
psiquiátricos reportam menos fatores protetores nos seus contextos que
aliviem o stress e previnam a inadaptação (Friborg et al., 2003).
Em acréscimo, as correlações com outros instrumentos, designada-
mente de perceção de auto-eficácia e da qualidade de vida contribuem
também para certificar a relevância das características de resiliência no
âmbito dos constructos positivos. Com efeito, considera-se que a ERA
avalia um conceito importante, a resiliência, além de integrar os aspetos
sociais e familiares, indicadores que são centrais neste conceito e não
são contemplados em outras medidas de avaliação da resiliência (e.g.,
CD-RISC; Resilience Scale). Este constructo, enquadrando-se na linha de
avaliação das dimensões positivas do funcionamento humano, contribui
para a inversão da tendência para avaliar a adaptação e funcionamento
humanos pelos seus resultados negativos.
Face ao exposto, os dados relativos à precisão e validade da versão
da ERA aqui descrita asseguram o seu bom desempenho psicométrico,
tornando-se uma medida multidimensional adequada para avaliação dos
fatores de resiliência, cuja aplicação poderá ser estendida a diferentes
57
contextos, quer clínicos quer de investigação. Nesta linha, avaliar os
fatores de resiliência (que se podem entender como fatores protetores)
a diferentes níveis, quer intrapessoais (competências pessoais/sociais)
quer interpessoais (recursos familiares/sociais) pode ser útil para melhor
conhecer como os diferentes níveis dos fatores protetores interagem com
os fatores de stress e o risco.
As características de resiliência têm sido vistas como sendo mais
estáveis ao longo do tempo do que, por exemplo, a sintomatologia
psicopatológica (Friborg et al., 2003). Por este motivo, a avaliação das
dimensões de resiliência pode ter um importante valor prognóstico dos
resultados de intervenções terapêuticas, bem como possibilitar uma me-
lhor previsão de recaídas e das competências dos doentes para lidar com
dificuldades atuais ou futuras. Em contextos clínicos, pode também ser
muito útil para identificar os recursos e potenciais fatores de proteção
que podem ser direcionados para melhorar as competências existentes,
promover trajetórias de ajustamento saudável e fomentar a adaptação
resiliente, i.e., prevenindo a inadaptação e/ou perturbação. Em sínte-
se, usar a resiliência como guia de literatura pode ser importante para
orientar estratégias de avaliação e planeamento de intervenções, porque
ao ter em conta os aspetos do contexto ecológico do indivíduo pode
permitir aos profissionais identificar melhor os fatores e sistemas, tanto
formais como informais, que podem ser incorporados no processo de
intervenção (Tedeschi & Kilmer, 2005).
Este estudo não está isento de limitações. Em primeiro lugar, as impostas
pela amostragem por conveniência devem ser consideradas na generaliza-
ção dos resultados. Algumas características da amostra de validação não
possibilitam um grau de representatividade que permita a extrapolação das
conclusões para a população (e.g., a idade média de 35.20 anos é inferior
à média da população adulta portuguesa; as habilitações literárias médias
da amostra são superiores às da população portuguesa, nomeadamente
pelo facto de uma parte da amostra ter sido recolhida junto de estudantes
universitários). Também as características da segunda amostra devem ser
tidas em conta, principalmente porque composta por casais, em situação
de emprego e predominantemente a viver em meio urbano, o que poderá
58
também ter condicionado a representatividade da amostra. Apesar de no
presente estudo termos usado participantes em diferentes contextos de ris-
co ou adversidade, o tamanho da amostra não permitiu realizar uma AFC
multi-grupos, de forma a testar se a solução fatorial da ERA é replicada
em populações normativas e de risco. O desenho transversal deste estudo
pode ser considerado uma limitação, porém, tendo em conta que o padrão
de associações está em linha com aplicações anteriores da ERA, podemos
ter alguma confiança nos resultados obtidos.
Tendo em consideração que os estudos existentes com a ERA têm
sido realizados fundamentalmente em populações normativas, estudos
em populações mais diversas, e particularmente em diferentes contextos
de risco ou adversidade serão desejáveis, sobretudo para avaliar se estes
fatores protetores são transversais a diferentes contextos. Nestes, será
particularmente relevante realizar estudos de desenho longitudinal, que
considerem a resiliência como um processo dinâmico e não apenas como
um conjunto de indicadores de competências e adaptação. Para que estes
estudos possam ser efetivos, será importante, do ponto de vista da ava-
liação, continuar a investir em estudos que possam confirmar a robustez
psicométrica das medidas existentes, nomeadamente a ERA.
5. Bibliografia
Ahern, N. R., Kiehl, E. M., Sole, M. L., & Byers, J. (2006). A review of instruments measuring
resilience. Issues in Comprehensive Pediatric Nursing, 29, 103-125 doi:10.1080/
01460860600677643
Albuquerque, S., Pereira, M., Fonseca, A., & Canavarro, M. C. (2012). Impacto familiar e
ajustamento de pais de crianças com diagnóstico de anomalia congénita: Influência dos
determinantes da criança. Revista de Psiquiatria Clínica, 39, 136-141. doi:10.1590/
S0101-60832012000400004
Alves, S., Pereira, M., Janeiro, C., Narciso, I., & Canavarro, M. C. (2014). O papel do
ajustamento diádico na sintomatologia psicopatológica e qualidade de vida de doentes
com perturbação psiquiátrica e dos parceiros saudáveis. Análise Psicológica, 32(3),
323-339. doi:10.14417/ap.830
Becvar, D. (2007). Families that flourish: Facilitating resilience in clinical practice. New
York, NY: W. W. Norton & Company, Inc.
Bock, J., & Kremen, A. M. (1996). IQ and ego-resiliency: Conceptual and empirical connections
and separateness. Journal of Personality and Social Psychology, 70, 349-361.
doi:10.1037/0022-3514.70.2.349
59
Bonanno, G. A. (2004). Loss, trauma and human resilience: Have we underestimated the
human capacity to thrive after extremely aversive events? American Psychologist, 59,
20-28. doi:10.1037/0003-066X.59.1.20
Byrne, B. (2010). Structural equation modeling with AMOS: Basic concepts, applications,
and programming (2nd ed.). New York: Routledge.
Campbell-Sills, L., & Stein M. B. (2007). Psychometric analysis and refinement of the Connor-
Davidson Resilience Scale (CD-RISC): Validation of a 10-item measure of resilience.
Journal of Traumatic Stress, 20, 1019-1028. doi:10.1002/jts.20271
Cicchetti, D., & Garmezy, N. (1993). Prospects and promises in the study of resilience.
Development and Psychopathology, 5, 497-502. doi:10.1017/S0954579400006118
Cohen, S., Kamarck, T., & Mermelstein, R. (1983). A global measure of perceived stress.
Journal of Health and Social Behavior, 24, 385-396. doi:10.2307/2136404
Connor, K. M., & Davidson, J. T. (2003). Development of a new resilience scale: The Connor-
Davidson Resilience Scale (CD-RISC). Depression and Anxiety, 18, 76-82. doi:10.1002/
da.10113
Curtis, W. J., & Cicchetti, D. (2007). Emotion and resilience: A multilevel investigation of
hemispheric electroencephalogram asymmetry and emotion regulation in maltreated
and nonmaltreated children. Development and Psychopathology, 19, 811-840. doi:10.1017/
S0954579407000405
Davydov, D., Stewart, R., Ritchie, K., & Chaudieu, I. (2010). Resilience and mental health.
Clinical Psychology Review, 30, 479-495. doi:10.1016/j.cpr.2010.03.003
Friborg, O., Barlaug, D., Martinussen, M., Rosenvinge, J., & Hjemdal, O. (2005). Resilience
in relation to personality and intelligence. International Journal of Methods in Psychiatric
Research, 14, 29-42. doi:10.1002/mpr.15
Friborg, O., Hjemdal, O., Rosenvinge, J., & Martinussen, M. (2003). A new rating scale for
adult resilience: What are the central protective resources behind healthy adjustment?
International Journal of Methods in Psychiatric Research, 12, 65-76. doi:10.1002/mpr.143
Friborg, O., Hjemdal, O., Rosenvinge, J. H., Martinussen, M., Aslaksen, P. M., & Flaten, M.
A. (2006). Resilience as a moderator of pain and stress. Journal of Psychosomatic
Research, 61, 213-219. doi:10.1016/j.jpsychores.2005.12.007
Friborg, O., Martinussen, M., & Rosenvinge, J. H. (2006). Likert-based versus semantic
differential-based scorings of positive psychological constructs: A psychometric comparison
of two versions of a scale measuring resilience. Personality and Individual Differences,
40, 873-884. doi:10.1016/j.paid.2005.08.015
Gurgel, L. G., Plentz, R. D. M., Joly, M. C., & Reppold, C. T. (2013). Avaliação da resiliência
em adultos e idosos: Revisão de instrumentos. Estudos de Psicologia (Campinas), 30,
487-496. doi:10.1590/S0103-166X2013000400002
Hawking, S. W. (1988). A brief history of time: From the Big Bang to Black Holes. New York:
Bantam.
Hjemdal, O., Friborg, O., Braun, S., Kempenaers, C., Linkowski, P., & Fossion, P. (2011).
The resilience scale for adults: Construct validity and measurement in a Belgian sample.
International Journal of Testing, 11, 53-70. doi:10.1080/15305058.2010.508570
Hjemdal, O., Friborg, O., Martinussen, M., & Rosenvinge, J.H. (2001). Preliminary results
from the development and validation of a Norwegian scale for measuring adult resilience.
Journal of the Norwegian Psychology Association, 38, 310-317.
Hjemdal, O., Friborg, O., Stiles, T. C., Martinussen, M., & Rosenvinge, J. H. (2006). A new rating
scale for adolescent resilience: Grasping the central protective resources behind healthy
development. Measurement and Evaluation in Counseling and Development, 39, 84-96.
60
Hjemdal, O., Friborg, O., Stiles, T. C., Rosenvinge, J. H., & Martinussen, M. (2006). Resilience
predicting psychiatric symptoms: A prospective study of protective factors and their
role in adjustment to stressful life events. Clinical Psychology and Psychotherapy, 13,
194-201. doi:10.1002/cpp.488
Hjemdal, O., Roazzi, A., Dias, M. G., Roazzi, M., & Vikan, A. (2009). Exploring the psychometric
properties of the resilience scale for adults in a Brazilian sample. In D. Elizur, & E.
Yaniv (Orgs.), Facet new horizons in theory construction and data analysis (pp. 120-
138). Jerusalem: FTA.
Hoge, E. A., Austin, E. D., & Pollack, M. H. (2007). Resilience: Research evidence and
conceptual considerations for posttraumatic stress disorder. Depression and Anxiety,
24, 139-152. doi:10.1002/da.20175
Jowkar, B., Friborg, O., & Hjemdal, O. (2010). Cross-cultural validation of the Resilience
Scale for Adults (RSA) in Iran. Scandinavian Journal of Psychology, 51, 418-425.
doi:10.1111/j.1467-9450.2009.00794.x
Luthar, S., Cicchetti, D., & Becker, B. (2000). The construct of resilience: A critical evaluation
and guidelines for future work. Child Development, 71, 543-562. doi:10.1111/1467-
8624.00164
Marôco, J. (2010). Análise de equações estruturais: Fundamentos teóricos, software &
aplicações. Pêro Pinheiro: ReportNumber.
Masten, A. S. (2007). Resilience in developing systems: Progress and promise as the
fourth wave rises. Development and Psychopathology, 19, 921-930. doi:10.1017/
S0954579407000442
Masten, A. S., & Coatsworth, J. D. (1998). The development of competence in favorable and
unfavorable environments: Lessons from successful children. American Psychologist,
53, 205-220. doi:10.1037/0003-066X.53.2.205
Mota-Cardoso, R., Araújo, A., Ramos, R. C., Gonçalves, G., & Ramos, M. (2002). O stress dos
professores portugueses: Estudo IPSSO 2000. Porto: Porto Editora.
Oshio, A., Kaneko, H., Nagamine, S., & Nakaya, M. (2003). Construct validity of the Adolescent
Resilience Scale. Psychological Reports, 93, 1217-1222. doi:10.2466/pr0.2003.93.3f.1217
Pasquali, L. (2003). Psicometria – Teoria dos testes na psicologia e educação. Petróplois:
Editora Vozes.
Pereira, M., Cardoso, M., Alves, S., Narciso, I., & Canavarro, M. C. (2013). Estudos preliminares
das características psicométricas da Escala de Resiliência para Adultos (ERA). In A.
Pereira, M. Calheiros, P. Vagos, I. Direito, S. Monteiro, C. F. Silva, & A. Allen Gomes
(Eds.), Livro de atas do VIII Simpósio Nacional de Investigação em Psicologia (pp. 93-
103). Aveiro: Associação Portuguesa de Psicologia.
Prince-Embury, S. (2008). The Resiliency Scales for Children and Adolescents, psychological
symptoms and clinical status in adolescents. Canadian Journal of School Psychology.
23, 41-56. doi:10.1177/0829573508316592
Reppold, C. T., Mayer, J. C, Almeida, L. S., & Hutz, C. S. (2012). Avaliação da resiliência:
Controvérsia em torno do uso das escalas. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25, 248-255.
doi:10.1590/S0102-79722012000200006
Rutter, M. (1990). Psychological resilience and protective mechanisms. In J. Rolf, A. S.
Masten, D. Cicchetti, K. Nuecherterlein, & S. Weintraub (Eds.), Risk and protective
factors in the developmental psychopathology (pp. 181-214). Cambridge: Cambridge
University Press.
Schaap, I. A., Galen, F. M., Ruijter, A. M., & Smeets, E. C. (2009). Resilience, the article: The
balance between awareness and fear. Retirado de www.impact-kenniscentrum.nl/
download/file1163776605.pdf
61
Schwarzer, R., & Jerusalem, M. (1995). Generalized Self-Efficacy Scale. In J. Weinman, S.
Wright, & M. Johnston (Eds.), Measures in health psychology: A user’s portfolio (pp. 35-
37). Windsor: NFER-NELSON.
Sinclair, V. G., & Wallston, K. A. (2004). The development and psychometric evaluation of
the Brief Resilient Coping Scale. Assessment, 11, 94-101. doi:10.1177/1073191103258144
Smith, B. W., Dalen, J., Wiggins, K., Tooley, E., Christopher, P., & Bernard, J. (2008). The
brief resilience scale: Assessing the ability to bounce back. International Journal of
Behavioural Medicine, 15, 194-200. doi:10.1080/10705500802222972
Smith-Osborne, A., & Bolton, K. W. (2013). Assessing resilience: A review of measures across
the life course. Journal of Evidence-Based Social Work, 10, 111-126. doi:10.1080/
15433714.2011.597305
Tedeschi, R. G., & Kilmer, R. P. (2005). Assessing strengths, resilience, and growth to guide
clinical interventions. Professional Psychology: Research and Practice, 36, 230-237.
doi:10.1037/0735-7028.36.3.230
Vaishnavi, S., Connor, K., & Davidson, J. T. (2007). An abbreviated version of the Connor-
Davidson Resilience Scale (CD-RISC), the CD-RISC2: Psychometric properties and
applications in psychopharmacological trials. Psychiatry Research, 152, 293-297.
doi:10.1016/j.psychres.2007.01.006
Vaz Serra, A., Canavarro, M. C., Simões, M., Pereira, M., Gameiro, S., Quartilho, M. J., …
Paredes, T. (2006). Estudos psicométricos do instrumento de avaliação da qualidade de
vida da Organização Mundial de Saúde (WHOQOL-Bref ) para Português de Portugal.
Psiquiatria Clínica, 27, 41-49.
Wagnild, G. M. & Young, H. M. (1993). Development and psychometric evaluation of the
Resilience Scale. Journal of Nursing Measurement, 1, 165-178.
Walsh, F. (2003). Family resilience: Framework for clinical practice. Family Process, 42, 1-18.
doi:10.1111/j.1545-5300.2003.00001.x
Windle, G., Bennett, K. M., & Noyes, J. (2011). A methodological review of resilience
measurement scales. Health and Quality of Life Outcomes, 9:8. Retirado de http://www.
hqlo.com/content/9/1/8
WHOQOL Group (1998). Development of World Health Organization WHOQOL-BREF quality
of life assessment. Psychological Medicine, 28, 551-558. doi:10.1017/S0033291798006667
62