AD2 TeoriaePraticaemGeografia WellersonCunha CGR

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

O TRABALHO DE CAMPO PARA CONHECIMENTO DAS ZONAS RURAIS

HÍBRIDAS EM CAMPO GRANDE - RJ

Wellerson Cunha Ribeiro dos Santos


Aluno de licenciatura em Geografia CEDERJ/UERJ do pólo de Campo Grande – RJ
Matrícula 21212140138

INTRODUÇÃO
O objetivo do trabalho é expor a importância das práticas de campo nas escolas de
ensino médio e fundamental, que potencializa a absorção de conhecimento por parte dos
discentes, estimulando a criação do pensamento crítico e análise do ambiente em que vivem,
transformando as aulas de geografia mais dinâmicas e expositivas nas escolas. Através de
uma caminhada na zona que antigamente era rural de Campo Grande – RJ, situado no sub-
bairro do Rio da Prata, vamos fazer análises construtivas sobre os ambientes de agricultura
familiar na zona oeste do Rio de Janeiro.

LOCAL DA CAMINHADA
O trajeto feito através de caminhada leve de 1 hora mostrará os resquícios das zonas
de agricultura familiar no bairro do Rio da Prata, que antigamente era uma zona rural, nos
3km percorridos. No século XIX o local era uma zona de plantação de laranjas, que
posteriormente expandiu e tomou conta de Campo Grande e outros bairros da então zona rural
da cidade.

Além de laranjas, nos anos de 1920 existia uma grande produção de mamão no local,
que foi produzido por portugueses recém chegados no local. Outros alimentos eram plantados
no local como, chuchu, caqui, manga, banana, além de hortaliças em geral, além também de
tomate e abacate, todos esses alimentos foram de extrema importância para a economia local.

Na área do lameirão pequeno houve grande produção de cana de açúcar, que foi
vendida principalmente para pastelarias e lanchonetes, que através do processo de
urbanização acelerada começaram a se instalar no centro de Campo Grande. Com a
decadência da produção de açúcar, no final dos anos de 1950, os fazendeiros que resistiram
passaram a vender a fruta para o consumo das pessoas que moravam perto das plantações.
Hoje a produção no Rio da Prata, além ainda de alguns sítios produzirem caqui e banana, é
focada na produção de plantas ornamentais, uma das lojas muito conhecidas na região é a
Folha Flor.

(Mapa 1 – Roteiro da caminhada pelo Rio da Prata)


ROTEIRO DE EXPEDIÇÃO
LOCAIS ENCONTRADOS DE PLANTIO DE ALIMENTOS

Imagem 1

Imagem 2

Imagem 3
LOCAL URBANIZADO NO INÍCIO DA CAMINHADA
Imagem 4

Podemos ver nas imagens que o local da caminhada é bem arborizado e em alguns
pontos vemos zonas de agricultura familiar. Na imagem 1 vemos uma pequena plantação de
laranja, nesse local também tem plantações de algumas verduras como alface. Na imagem 2
vemos diversas mangueiras no local da caminhada e na imagem 3 temos uma antiga plantação
de cana de açúcar no final do trajeto. Podemos perceber através da caminhada diversos
resquícios da antiga zona rural de Campo Grande, essa caminhada facilita a percepção dos
alunos na questão da transformação do ambiente rural em urbano, atualmente o local é uma
zona de transição, visto que no largo do Rio da Prata tem diversos pontos de comércio que
evidenciam a transformação do campo em ambientes urbanizados.

ESTUDO DOS AMBIENTES E ANÁLISES


A caminhada força a análise do ambiente, que é caracterizado híbrido na sua
totalidade, pois no início da caminhada, mostrado na imagem 4, vemos que o ambiente está
loteado por comércios dando a sensação de um espaço em transição. Como podemos
perceber, há uma transformação na concepção de ambiente agrário, o rural emerge como um
espaço híbrido, que apresenta um complexo jogo de inter-relações, com agentes naturais e
sociais e uma grande diversidade e dinamismo (MARAFON, 2011).

No estudo dos ambientes como afirma (CARNEIRO, JUSTEN, R. Z. . 2013), o aluno


não precisa ser um mero espectador, pode ser um sujeito ativo, investigando e indagando o
porque dos fenômenos. Com isso, no momento da caminhada o professor precisa ser
incentivador desses questionamentos, mediando e ponderando os questionamentos levantados
pelos alunos sobre a transformação dos espaços, evidenciando pontos históricos e geográficos
que influenciaram a transformação dos espaços. Para concluir o estudo, em um artigo o autor
afirma que:
Devem os profissionais, sejam eles Geógrafos e/ou Professores, entenderem que são
agentes transformadores e multiplicadores do saber. Assim, o processo de formação
não pode ficar enclausurado a quatro paredes, a uma combinação literária, a um
quadro e um punhado de giz. É necessário e imprescindível resgatar o processo de
ensino aprendizagem, através dos trabalhos de campo (C. NETO, VIANNA; 2006).

Mediante a isso, vemos a importância do trabalho de campo para as análises das


transformações espaciais por parte dos alunos, colocando-os em situação de participantes,
promovendo uma didática de ensino mais dinâmica que chama a atenção dos alunos e
incentiva a produção de conhecimento.

Considerações finais
Podemos ver, esse trabalho pode ser muito importante se praticado nas escolas da
região, pois além de passar o conhecimento de forma mais visual e instrutiva através do
trabalho de campo, integrará o aluno a localidade em que ele vive, capacitando-o para análise
do ambiente em que ele vive permitindo a produção do pensamento crítico na participação
ativa dos alunos. O único empecilho seria o transporte dos alunos para o local de partida da
caminhada, porém como as escolas são perto do local será possível a realização da atividade
fora da sala de aula.

Referências bibliográficas

CARNEIRO, C. D. R. ; JUSTEN, R. Z. . Trabalhos de campo na disciplina Geografia: estudo de


caso em Ponta Grossa, PR. Terrae, v. 9, p. 49-59, 2013

C. NETO, Joao Filadelfo de ; VIANNA, P. C. G. . O Trabalho de campo e a formação do


Geógrafo e do Professor de Geografia. In: Seminário Luso-Brasileiro-Caboverdiano - Agricultura
familiar em regiões com risco de desertificação, 2006, João Pessoa. Anais do Seminário Luso-
Brasileiro-Caboverdiano - Agricultura familiar em regiões com risco de desertificação. João
Pessoa: Editora da UFPB, 2006. v. unico. p. 240-250.

MARAFON, G. J.. O trabalho de campo como instrumento de trabalho para investigadores em


Geografia Agrária. Revista Geografica de America Central (online), v. 2, p. 1-13, 2011.
PEREIRA, Adalzir Iamego. A história do Rio da Prata. Saiba história. 2005. Disponível em:
https://saibahistoria.blogspot.com/2017/03/a-historia-da-prata-do-cabucu-rj.html. Acesso em:
20/11/2022.

Você também pode gostar