Aventuras No Videogame 2 - Atari 2600 PDF

AVENTURAS NO VIDEOGAME
ATARI 2600
ABRAHAO LOPES
APRESENTAÇÃO
AVENTURAS NO VIDEOGAME reúne diversas histórias

vivenciadas pelo autor relacionadas a um console de videogame
específico.
Este é o segundo volume da coleção e traz histórias sobre o

ATARI 2600, que chegou ao Brasil no início dos anos 1980.
Este é um projeto sem fins lucrativos, distribuído

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SOBRE A VERSÃO DIGITAL DESTE LIVRO
A versão digital deste livro possui alguns recursos interativos

que complementam a experiência do leitor.
Ao ler sobre alguns jogos, além de ver a capa e a captura de
tela, o leitor poderá clicar em links que permitem executar o jogo
através de um emulador on-line (que funciona tanto no PC quanto
no smartphone); assistir a um vídeo de demonstração do jogo, no
YouTube; e consultar o manual do jogo (em inglês).
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SUMÁRIO
FASE 1 - AVENTURAS NO ATARI 2600 ................................................. 1

FASE 2 - MAIS JOGOS DO ATARI 2600 .............................................. 34
FASE 3 - LISTAS TEMÁTICAS .............................................................. 59
LISTA 1 - JOGOS COM PERSONAGENS POPULARES ..................... 60
LISTA 2 - ADAPTAÇÕES DE JOGOS DE ARCADE ............................ 65
LISTA 3 - JOGOS INSPIRADOS EM FILMES .................................... 70
LISTA 4 - JOGOS LANÇADOS RECENTEMENTE.............................. 75
FASE 4 - REVISTAS E LIVROS SOBRE O ATARI 2600 ........................... 85
FASE 5 - EMULADORES DO ATARI 2600 ............................................ 91
FASE 6 - COLETÂNEAS EM CONSOLES E PC ....................................... 95
FASE 7 - HARDWARE ....................................................................... 101
SOBRE O AUTOR ............................................................................. 106
OUTRAS OBRAS ............................................................................... 107
FASE 1 - AVENTURAS NO ATARI 2600
Uma das primeiras memórias que eu tenho do Atari 2600 é de

uma visita à feira livre que acontecia durante a festa da padroeira da
cidade de Ceará-Mirim - RN.
Por volta de 1987, um rapaz chamado Rauze Câmara tinha
uma barraca na feira, com duas TVs e dois videogames: Odyssey e
Atari 2600. Pagando uma moedinha era possível jogar uma partida
até o “game over”, semelhante ao que acontecia nos fliperamas.
Console Atari 2600 e seu joystick.
Quase todas as noites eu ia até a feira e ficava ali por um

tempo, olhando os garotos jogarem e observando com muita
curiosidade cada cartucho que era colocado. Mesmo sendo aparelhos
que apresentavam gráficos muito simples, capturavam totalmente a
minha atenção.
Na época, eu tinha um Odyssey em casa e prestava mais
atenção nos jogos desse aparelho, pois imaginava que algum dia
poderia jogá-los no meu console. E isso realmente aconteceu! Fiz
amizade com o Rauze e ao longo do tempo trocamos alguns
cartuchos de Odyssey.
1
Uma coisa que eu achava interessante é que os aparelhos
Atari de cada um dos meus amigos eram diferentes uns dos outros.
Um amigo tinha o Dactar, outro tinha um Supergame, outro, Top
Game, e assim por diante.
Supergame VG-2800, clone do Atari fabricado pela CCE.
Por causa da Lei de Reserva de Mercado, não era permitida a

importação de produtos eletrônicos, então as empresas nacionais
criavam seus consoles “clones” através de engenharia reversa.
Pelo menos a concorrência fazia com que os preços dos
aparelhos e dos jogos fossem mais acessíveis. Bem, não sei se eram
tão baratos assim.
Um amigo certa vez me contou que, quando morava em São
Paulo - SP, ele juntava o dinheiro do lanche da escola e, quase toda
semana, ele conseguia comprar um jogo “clone” pro Atari, pois eram
bem baratos e eram vendidos em todo lugar, de supermercado à
banca de jornal.
O Atari oficial só chegou ao Brasil depois que o mercado já
estava inundado com dezenas de clones.
2
Lá na barraca do Rauze, os garotos combinavam para sempre
escolherem jogos que permitissem jogar de dois, como o Freeway (o
jogo da galinha atravessando a rua). Assim conseguiam fazer as
moedas renderem mais diversão para a dupla de jogadores.
No Freeway, a galinha de cada jogador aparecia na parte de

baixo da tela, e o objetivo era conduzi-las até a parte de cima,
desviando dos veículos que cruzavam a tela em diferentes
velocidades.
Não dá pra vencer apenas colocando o controle para cima, é
preciso estratégia e bons reflexos para desviar dos carros, pois, se um
deles atinge a galinha, ela é empurrada para baixo e fica atordoada
por alguns segundos.
Cada vez que se chega ao topo da tela (o outro lado da rua) o
jogador marca um ponto. A partida dura cerca de 2 minutos e o jogo
paralisa. Vence o jogador que marcar mais pontos.
3
Há 8 fases diferentes, com uma quantidade maior de carros e
velocidades mais rápidas. É um jogo simples, mas dá pra se divertir
bastante!
Nos fins de tarde, após a escola, a garotada da rua se reunia

nas calçadas para jogar bola, andar de bicicleta, brincar de tica (pega-
pega), exibir seus brinquedos e bater aquele papo.
Numa dessas conversas fiquei sabendo que meu vizinho,
Gonzaga Júnior, tinha um Atari 2600 e vários cartuchos.
Não era comum brincarmos dentro das casas dos vizinhos,
mas, como minha mãe, Francisca Lopes (Dona Beleza), conhecia a
mãe de Júnior, ela deixou que eu e meu irmão, Adriano, brincássemos
na casa dele algumas vezes.
O Atari era um sonho! Comparado ao meu Odyssey, os
gráficos eram muito mais detalhados e os jogos incrivelmente
divertidos.
Como alguns títulos existiam nos dois consoles, dava pra ver
uma nítida diferença. Por exemplo, eu tinha o jogo Frogger no
Odyssey, aquele do sapinho que tem que atravessar uma pista com
carros e depois um rio.
No Odyssey, cada uma dessas partes é apresentada em uma
tela separada, primeiro a pista, depois muda para a tela do rio. No
fliperama, e no Atari, a pista e o rio são exibidas na mesma tela, com
elementos bem mais detalhados.
4
Frogger no Atari 2600 (esquerda) e no Odyssey (direita)
Alguns dos jogos que lembro de jogar na casa de Junior,

foram: Boxing, Karate, Spider-Man, Superman e Dragon Treasure. A
maioria vinha naqueles cartuchos 4 em 1 ou 8 em 1, com chaves
seletoras para mudar o jogo.
Cartucho 4 em 1 para Atari 2600
Boxing é um jogo simples, porém muito divertido,

principalmente se jogar contra um amigo.
Em um ringue, visto de cima, dois lutadores socam um ao
outro em busca da vitória.
Nós apelidamos os bonecos de “caranguejos”, pois o formato
lembra muito o bichinho visto de cima.
5
A partida dura 2 minutos ou termina por Knockout (K.O.) se

um dos jogadores conseguir acertar 100 socos no adversário.
A alavanca controla a posição do lutador e o botão
desfere o soco, alternando os braços a cada novo golpe.
Quando um personagem é atingido, ele se move ligeiramente
para trás e para o lado, dando oportunidade para um segundo golpe.
É preciso ser ágil para escapar dos golpes e revidar.
Uma dica aqui é fugir os cantos do ringue, pois ficar preso nas
cordas pode ser fatal. Era briga fora da tela quando alguém conseguia
encaixar a sequência “matadora”.
Outro jogo de luta interessante é o Karate. Nesse jogo, os

competidores disputam com socos e chutes para acertar e tentar
derrubar o adversário.
Com um único botão no controle é realmente difícil desferir
golpes com precisão. Os chutes e socos, altos ou baixos, são resultado
da combinação da posição da alavanca com o pressionar do botão.
6
A gente jogava meio que “na doida”, contando com a sorte

para conseguir acertar o adversário.
Uma coisa bacana é que ao vencer a luta, o vencedor passa de
faixa, mudando a cor desta na partida seguinte.
Eu treinei Karatê por alguns anos, nas academias de Bosco e
Ednaldo, em Ceará-Mirim - RN. Na primeira vez, quando criança, fui
até a faixa laranja. Anos depois, já adolescente, iniciei na branca e fui
apenas até a amarela.
Como eu morava em Ceará-Mirim - RN e estudava em Natal -
RN, a rotina de acordar às 4:30h da madrugada pra pegar o ônibus do
estudante, viajar várias horas para ir e voltar e as tarefas escolares
me deixavam muito cansado e sem ânimo para ir treinar.
Acabei desistindo do karatê, mas até hoje gosto de ver
apresentações de kata. Já as lutas, só curto no videogame mesmo.
Spider-Man é um dos jogos que o Junior tinha que eu mais

gostava. Primeiro por ser de um personagem conhecido, segundo
porque era realmente divertido.
7
O objetivo do jogo é escalar um prédio para desarmar uma
super-bomba e, durante a subida, capturar os criminosos que
aparecem nas janelas do prédio, além de enfrentar o Duende Verde
e suas bombas mortais.
Para tal, você usa as icônicas teias do Homem-Aranha,
atirando-as em linha reta ou em diagonal, para se balançar e escalar.
Mas é preciso tomar cuidado com a posição onde a teia gruda,

pois, se pegar no vidro da janela, ou no céu, ela não adere e o herói
despenca em queda livre.
A cada fase o prédio fica mais alto e mais inimigos e bombas
aparecem. Se não tomar cuidado, o fluido de teia acaba e o herói não
consegue chegar ao topo.
Uma coisa que só descobri anos depois, quando consegui na
internet o manual escaneado, é que dá pra desarmar as bombas que
aparecem, ao passar com o personagem por cima delas. Isso dá mais
pontos e mais fluido de teia. Antigamente, a gente só evitava
encostar nessas bombas.
8
Outro herói que deu as caras no Atari foi o Superman,
infelizmente num game muito complicado de se entender, sem a
ajuda do manual (coisa rara naquela época).
Os objetivos são: salvar Lois Lane; capturar o Lex Lutor e seus
capangas, colocando-os na prisão; encontrar as partes da ponte
destruída e reconstruí-la; e, por fim, ir ao Planeta Diário, como Clark
Kent (troque de roupa numa cabine telefônica), escrever a história
para o jornal. Ufa!
O Superman consegue voar e usar a visão de raio-x para

observar outras partes da cidade onde ele não está atualmente.
Também precisa tomar cuidado com os satélites de
kryptonita, que deixam o herói sem poderes. Se isso acontecer, é
preciso encontrar a Lois Lane para ajudá-lo a recuperar seus poderes.
É um jogo muito interessante por ter tantos objetivos,
cenários e personagens, mas, definitivamente, é muito complicado
para uma criança.
9
Aprendendo tudo, dá pra terminar o jogo em menos de 3
minutos. Mas pra chegar nesse tempo, é preciso treinar muito!
Dragon Treasure é um jogo simples, mas chama a atenção

pela qualidade das animações. Tanto o personagem quanto o dragão
tem vários frames de animação e um design muito bonito.
O objetivo é invadir o castelo e roubar os tesouros do dragão.
A cada rodada, o dragão fica mais furioso, soltando muitas bolas de
fogo para atingir o herói.
Assim como tantos outros jogos do Atari, o placar era o que

importava. Quem fizesse mais pontos, venceria a competição.
Foram horas muito divertidas explorando os jogos e fazendo
disputas entre nós. Como o videogame era do Júnior, ele treinava
muito mais e quase sempre vencia as partidas.
10
Outro vizinho que também tinha videogames, Odyssey e
Atari, era o Jean, filho do dono do Arcos Bar, que ficava na Rua Oscar
Brandão, virando a esquina da rua em que eu morava.
Entre os jogos que ele tinha, a grande atração era o The
Activision Decathlon, uma competição esportiva com várias
modalidades de atletismo: corridas, saltos e arremessos, em que era
preciso sacudir a alavanca do controle de um lado para o outro,
rapidamente e repetidamente, para fazer o personagem correr mais
rápido.
Era um jogo muito interessante, primeiro por ter diferentes

modalidades dentro do mesmo jogo, o que trazia uma boa variedade
à jogabilidade. Claro, tinha várias provas de corrida, alternando
apenas as distâncias, mas isso é um pequeno detalhe.
Também dava para competir entre vários jogadores, jogando
alternadamente, passando o controle. Quantos campeonatos foram
disputados naquelas tardes de jogatina!
11
Apesar de ser muito bom, era um jogo meio “proibido”, pois
quase sempre o controle acabava danificado com tantos movimentos
bruscos da alavanca. Um terror para os pais que precisavam comprar
um novo controle ou pagar pelo conserto.
O Decathlon me fez gostar de jogos com tema de olimpíadas,
e em cada novo console, eu procuro boas opções. Joguei muito Gold
Medal no NES, Barcelona 92 no Mega Drive, Mario e Sonic nos Jogos
Olímpicos no Wii e, recentemente, Tokyo 2020 no XBOX.
O Jean também tinha um Odyssey e vários jogos diferentes

dos meus. Como eu só tinha o Odyssey em casa, peguei cartuchos
emprestado com ele algumas vezes.
Outra lembrança que tenho lá da casa do Jean é de ter
disputado um campeonato de tênis de mesa com vários outros
garotos da vizinhança. Perdi a única partida que joguei, mas saí de lá
com uma medalha, que ganhei num sorteio que aconteceu no final
da brincadeira. Medalha de “o mais sortudo”.
Já nos anos 1990, quando eu estava na 7ª ou 8ª série do

ensino fundamental, novos vizinhos se mudaram para o primeiro
andar da casa onde eu morava: Zuila, Zuilma, Zuilka e Edvaldo. Eram
os filhos de Valdir Miranda, o então prefeito de João Câmara, cidade
próxima à Ceará-Mirim.
Eles também estudavam na mesma escola que eu e logo
fizemos amizade. Soube que eles tinham um Atari com muitos jogos.
Bastava subir a escada que ficava na lateral da casa e jogar por muitas
horas.
O meu favorito aqui era Enduro, um rali de carros que
chamava a atenção pelas mudanças no cenário, e pela passagem das
horas que mudava de dia para tarde, depois para noite, passando por
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uma área com neve, outra com nevoeiro, e finalizando com um belo
amanhecer.
Enduro foi o jogo que me fez gostar do gênero corrida e
continua sendo um bom jogo e um grande desafio.
Vez por outra me pego jogando-o no celular, através de um
emulador. Jogar com toques na tela, sem um controle físico de
alavanca, diminui um pouco a sensação incrível que era pilotar o
carro nesse jogo, mas, ainda assim, vale a pena jogar.
Enquanto eu jogava o Come-Come no Odyssey, lá no Atari eu

ia de Jawbreaker. A ideia era praticamente a mesma: comer todos os
pontinhos da tela e fugir dos monstros.
Porém, aqui a ação não era em um labirinto fixo, e sim em
faixas horizontais com aberturas que se moviam rapidamente de um
lado para o outro, permitindo subir e descer na tela entre as faixas.
Assim como no Pac-Man, havia uma super pílula que, após ser
engolida, permitia capturar os monstrinhos.
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Depois de comer todos os pontinhos da tela, a fase terminava

e surgia uma animação de uma escova limpando os dentes do seu
“come-come”. Então uma nova fase iniciava, mais rápida que a
anterior.
O Atari lançou uma versão do Pac-Man, mas o resultado ficou

muito longe de como o jogo é no fliperama. Ainda assim se tornou o
cartucho mais vendido da plataforma, com cerca de 7.7 milhões de
cópias.
Apesar dos gráficos bem limitados, a jogabilidade está bem
representada, com as super-pílulas, os atalhos que levam para o
outro lado da tela, contador de pontos, vidas, etc.
A ideia do jogo é muito simples: comer todos os pontinhos da
tela enquanto foge dos fantasmas. Ao comer a super-pílula, é possível
comer os fantasmas e marcar mais pontos. Quando a tela fica vazia,
o jogo inicia um novo jogo, mantendo os pontos.
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Pac-Man versão do fliperama
Só a alavanca é usada nesse jogo, talvez por essa simplicidade

é que tenha atraído tantos jogadores. É um jogo fácil de aprender,
mas difícil de dominar.
Há vários modos de jogo, para um ou dois jogadores, com
fantasmas andando em diferentes velocidades. Os modos 3 e 7 são
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os mais fáceis. No manual diz que é para “crianças pequenas”, mas
também é bom pra quem tá conhecendo o jogo e não quer passar
raiva.
Um tempo depois Seu Valdir comprou para seus filhos um

Dynavision 3, um console da 3ª geração compatível com Nintendo.
Eu continuei indo lá por muito tempo, jogar videogame e brincar com
as crianças, até que eles se mudaram e perdemos o contato.
Outros amigos da escola que também tinham Atari eram os

irmãos Kleber e Kelvin Praxedes. Eu e Kleber estudávamos na mesma
classe e sempre que tinha algum trabalho em grupo eu ia para a casa
dele. Após concluídas as tarefas, a mãe dele servia lanche e liberava
o videogame para jogarmos algumas partidas.
Kleber tinha muitos jogos bons, como Decathlon, Keystone

Kapers, Pitfall! e River Raid. Só jogo bom!
Desses, o meu favorito era Keystone Kapers no qual você

controlava um policial que precisava capturar um bandido antes que
ele fugisse do prédio (shopping).
No prédio haviam 4 andares que eram acessados através de
um elevador e escadas rolantes. Era preciso correr pelas telas, saltar
e agachar para desviar dos obstáculos: bolas de praia, aviões,
carrinhos de compras e rádios antigos (que a gente chamava de
fogueira).
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Pelo caminho também apareciam sacos de dinheiro e maletas

que davam mais pontos ao serem coletados.
A cada fase, mais obstáculos surgiam e a velocidade
aumentava. Eu conseguia chegar muito longe, até um ponto em que
o ladrão já começava praticamente fugido e não adiantava usar
elevador nem correr desembestado que não tinha como pegá-lo.
O mais legal é que dava para acompanhar a fuga e a posição
do elevador através de um mini-mapa que era exibido na parte
inferior da tela.
Pitfall! também era muito bom, porém eu achava muito

confuso, pois, como não tinha o manual para explicar o objetivo do
jogo, acabava que eu não conseguia ir muito longe.
Passava umas telas, saltando sobre buracos, toras rolantes,
cobras e escorpiões, pegava uns tesouros e só. Ficava perdido,
andando pra lá e pra cá.
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Anos mais tarde, encontrei as fotos do manual em um site e

só assim fiquei sabendo que o objetivo é coletar 32 tesouros. No
Youtube tem vídeos mostrando o passo-a-passo para encontrar cada
um deles.
Se preferir um mapa, dê uma olhada nesse site:
http://8bitcity.blogspot.com/2013/11/pitfall-map-solution.html.
Outra curiosidade é que se o jogador marcasse 20.000 pontos,

podia mandar uma foto da TV para a Activision para entrar no “Clube
de Exploradores” e ganhar um emblema exclusivo.
Emblema do Clube de Exploradores da Activision
18
Outros jogos da Activision também tinham brindes como
esse. É possível ver uma coleção no link:
https://www.theoldcomputer.com/libraries/activision-arm-patches/
Mas, de longe, a melhor coisa desse jogo era ver o
personagem balançando no cipó e gritando “ô-ô-ô” igual ao Tarzan.
O River Raid, até hoje um dos meus favoritos. Nele você

controla um avião que sobrevoa um rio cheio de inimigos.
O jogador vai aumentando ou reduzindo a velocidade,
enquanto desvia dos barrancos e atira nos diversos inimigos (navios,
helicópteros, aviões, pontes), tudo isso sem deixar que o combustível
acabe.
No começo é bem fácil, mas com o passar das fases, os

caminhos vão ficando mais estreitos, o combustível mais escasso, e
os inimigos aumentam em número e em velocidade.
O controle de alavanca é praticamente indispensável para se
conseguir avançar até as fases mais distantes.
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River Raid é inspiração para muitos jogos de “nave” que
surgiram nos anos seguintes e em consoles de gerações posteriores.
Na minha mente de criança eu ficava imaginando que poderia
criar um jogo como esse, porém com fins educacionais. Pensava em
inserir textos explicativos de alguma matéria entre as fases e
perguntas para testar o conhecimento do aluno-jogador.
Anos depois me tornei professor de programação de
computadores. Quem disse que jogar videogame não tem futuro?
Certa vez Kleber me emprestou o Atari dele e todos os jogos

para eu levar pra minha casa. Joguei demais!
Um outro colega que morava perto da minha casa era o

Guguto. Ele tinha muitos brinquedos que eram o sonho de qualquer
criança: Comandos em Ação, Pense Bem, Pistola Zillion e um Atari,
claro.
Nós estudávamos na mesma escola e fazíamos parte da banda
de música. Vez ou outra eu ia brincar na casa dele.
Pense Bem e Pistola Zillion
Um jogo que descobri com ele foi o Sneak ’n Peek (Esconde-

Esconde). Era um game para jogar de dois: um controla o boneco que
conta/procura, o outro controla o boneco que se esconde.
20
Um dos poucos jogos do Atari que tinha uma animação como
tela de abertura. O jogo também apresentava vários cenários: sala,
quartos e quintal. Em cada um é possível esconder em diferentes
lugares.
Era um jogo meio bugado, difícil de entrar nos esconderijos,
mas era interessante. O chato é que quem ia controlar o boneco que
conta, tinha que sair da sala ou fechar os olhos para não ver onde o
coleguinha escondia o boneco.
Outro jogo que Guguto tinha era Adventure, um game que

exige muita imaginação por parte do jogador. O seu personagem, um
cavaleiro de armadura, é representado um um simples quadrado, sua
espada reluzente é uma setinha, e o tenebroso dragão, mais parece
um pato barrigudo.
Apesar dos gráficos rudimentares, a ideia do jogo é boa:
coletar chaves para abrir vários castelos e pegar os tesouros neles
encontrados.
21
Porém, essa não é uma tarefa fácil, pois os itens estão

espalhados pelo reino e para encontrá-los é preciso se aventurar por
labirintos e enfrentar os dragões.
Eu ficava impressionado vendo meu amigo jogar, pois ele
sabia como passar os labirintos, matar os dragões e finalizar o jogo.
Até hoje eu tenho dificuldade em achar o caminho.
Se você precisar de uma ajudinha pra se localizar, assim como
eu, pode consultar o mapa no site VGMaps:
https://vgmaps.com/Atlas/Atari2600/.
Outra coisa que tornou esse jogo famoso foi a sala secreta que
o programador criou e escondeu da Atari, pois na época a empresa
não divulgava quem fazia o jogo, o que gerava insatisfação entre a
equipe de desenvolvedores.
Alguns desses programadores deixaram a Atari e fundaram a
Activision, que divulgava a foto e os nomes dos criadores nos manuais
e os remunerava de acordo com as vendas dos jogos.
22
Sala secreta no Adventure
A Activision ainda hoje é uma das maiores empresas de

videogames do mundo, dona de jogos que vendem milhões de cópias
a cada ano, como Call Of Duty, Tony Hawk Pro Skater e Crash
Bandicoot.
Dicas do programador do jogo em um manual da Activision
23
Guguto também tinha E.T. - O Extra-Terrestre, jogo inspirado
no filme sucesso do cinema. O jogo que durante muito tempo
carregou a má fama de ter acabado com o mercado de videogames
no início dos anos 1980, o chamado “Crash de 1983”.
O objetivo é juntar as partes do telefone interestelar, chamar
a nave mãe e ser resgatado. Tudo isso enquanto foge dos cientistas e
agentes do FBI que querem capturar o E.T.
Apesar de ter uma boa premissa, o jogo foi feito por um único
programador, às pressas, para ser lançado antes do período de
vendas do fim do ano, o que fez com que fosse lançado cheio de
problemas.
Há um documentário chamado Atari: Game Over, que conta

a história da saturação do mercado de videogames com jogos de
baixa qualidade e de como milhares de cartuchos, que estavam
encalhados nos depósitos da Atari, foram parar em um lixão, e foram
recuperados décadas depois.
24
Poster do filme Atari: Game Over
E.T. não foi o único “culpado” pelo crash de 1983, mas, devido
ao imenso marketing feito para divulgar o jogo, os consumidores
perceberam que não valia a pena pagar tão caro por jogos tão ruins,
e pararam de comprar.
Perdi o contato com Guguto após o colégio, mas soube que

ele serviu a aeronáutica e se tornou piloto de aviões.
Nas férias escolares a grande diversão era viajar para Mossoró

- RN e passear na casa das minhas avós e tias. Eram muitos primos
para visitar e brincar. Entretenimento para o mês inteiro.
Meus primos de Mossoró: Samuel, Céfora, Débora e Raquel,
tinham um Atari daqueles que vinham com diversos jogos na
memória. Compra provavelmente feita com alguma sacoleira que ia
ao Paraguai buscar eletrônicos e outras coisas para vender por aqui.
Era um console fininho, com detalhes prateados, bem
diferente dos Ataris que eu conhecia. Ele vinha com mais de 100 jogos
na memória! Tinha jogos de todos os gêneros, mas os que mais
jogávamos eram os de esporte, como Tennis e Skiing.
25
Atari 2600 Junior
No Tennis as nossas partidas duravam um longo tempo, pois

todos já estavam tão bem treinados que nenhuma bola passava.
Era tão fácil jogar! Bastava guiar o boneco em direção à bola
e a rebatida era feita automaticamente. O botão só era usado para
fazer o saque.
O Skiing simulava uma descida de esquis numa montanha

nevada. O boneco precisava passar entre bandeiras que marcam o
caminho, desviando de árvores e outros obstáculos.
26
Dependendo do modo de jogo (10 no total), a quantidade de
bandeiras e de obstáculos aumenta. Há um cronômetro na tela que
diz quanto tempo foi gasto para finalizar a descida. Vencia quem
conseguia fazer o percurso em menos tempo.
Meu tio não gostava que usássemos a TV da sala (grande e

com cores) para jogar, então arranjou uma TV pequena, preto-e-
branco, para ligarmos o videogame. Os jogos ficavam muito
diferentes sem as cores, mas era o que tinha, então aproveitamos ao
máximo.
Certa vez um dos controles estava com a alavanca quebrada,

meu primo desmontou para tentar ajeitar, mas não deu muito certo.
Porém ele percebeu que dava pra jogar apertando os contatos de
metal. Era bem estranho, mas funcionava.
Durante uma das partidas contra meus primos, eu vi que
estava perdendo e simulei ter levado um choque na plaquinha do
controle pra não assumir a derrota. Depois disso, ninguém mais quis
27
usar esse controle com medo de também levar choque. Foi mal,
galera, não tinha perigo não.
Placa interna do controle do Atari 2600
Outro bom jogo desse aparelho dos meus primos era Fishing
Derby (Pescaria).
28
Nele, cada jogador controla um pescador, levando o anzol
para cima ou para baixo na água, tentando fisgar um peixe. Além
disso, é preciso evitar o tubarão que tenta comer os peixes, movendo
a vara para direita ou esquerda. Os peixes mais próximos da
superfície, valem menos pontos, os que estão no fundo, valem mais
pontos. O jogador que conseguir 99 pontos primeiro, vence o jogo.
Aqui nunca se sabe para onde o tubarão vai, pois ele se move
de forma aleatória. Então, às vezes você está quase pegando o peixe
e, do nada, o tubarão muda a direção, acelera e engole o peixe.
Outro favorito é Air-Sea Battle um típico jogo de tiro ao alvo,

onde os alvos se movem horizontalmente na tela, em diferentes
velocidades. Com o joystick para cima ou para baixo é possível mudar
o ângulo do tiro, em alguns modos, também dá pra usar um tiro
teleguiado.
Cada partida dura pouco mais de 2 minutos e vence quem

tiver mais pontos ou quem chegar a 99 pontos primeiro.
29
Ao todo são 27 modos de jogo, variando entre um tema com
aviões, outro tema com navios e um terceiro tema como se fosse o
tiro ao alvo de um parque de diversões.
Há também um modo onde você controla um navio ao invés
de um canhão, e outro em que você controla um avião bombardeiro.
São muitas opções para jogar contra o computador ou contra um
amigo.
Quando não tinha ninguém para jogar contra, eu gostava de

testar minhas habilidades no Golf, um dos poucos jogos de esporte
que curto até os dias atuais.
Esse jogo era particularmente complicado de acertar a direção

da bola. Nos jogos atuais temos setas que indicam a direção da
tacada, direção do vento, força da tacada, tipo do taco, etc. No jogo
do Atari não tinha nada disso.
Para escolher a direção da bola era preciso ficar girando o
boneco pela tela e alinhar o taco em um ângulo reto ou em diagonais.
30
E a força da tacada era determinada pelo tanto de rotação que você
realizava ao apertar o botão. Claro, nem sempre a bola ia para onde
o jogador gostaria.
Ao todo são 9 buracos que devem ser concluídos com 36
tacadas (par) ou menos. Na época eu não sabia nada sobre as regras
do golf, então o meu objetivo era apenas conseguir concluir o
circuito, mesmo que usasse uma centena de tacadas. Também é
possível jogar de dois, alternadamente, mas meus primos não
gostavam.
Além de todos os jogos que vinham na memória, esse Atari

ainda aceitava cartuchos.
Aproveitei que meu amigo Kleber havia me emprestado
alguns cartuchos e levei-os para Mossoró para poder jogar no Atari
dos meus primos.
Um belo dia, recebi uma ligação do meu pai dizendo que
Kleber tinha ido buscar o videogame na minha casa e deu por falta de
vários jogos que não estavam junto do videogame.
Expliquei que estavam comigo, em Mossoró. Levei uma
bronca, mas, no fim, deu tudo certo. Sem ressentimentos.
Meu primo às vezes conseguia alguns com conhecidos dele, e

um desses cartuchos era Halloween, inspirado no filme de terror de
mesmo nome. Entretanto, entre os garotos daquela época, ficou
conhecido como Sexta-feira 13, outro filme clássico de terror dos
anos 1980.
No Halloween você precisava resgatar algumas crianças e
fugir de um maluco que lhe perseguia com uma faca.
A música, semelhante à do filme, era tensa e sempre que o
cara da faca aparecia, as crianças gritavam assustadas, pois ele,
31
literalmente, arrancava a cabeça da boneca, se desse bobeira. Apesar
dos sustos, era bem divertido.
Nesse tempo ainda não era comum ter locadoras de

videogame, entretanto, lá em Ceará-Mirim havia um senhor
chamado Mozaniel que montou um play game na garagem de casa.
Lembro de ter passado lá poucas vezes, a convite de algum
amigo. Numa das vezes joguei alguns minutos de Air Raiders, um jogo
de avião em que era necessário decolar, e abater aviões inimigos.
Era um jogo diferente dos demais jogos de nave, pois aqui
víamos na tela uma representação do cockpit do avião, como a visão
semelhante à que os pilotos têm da aeronave real.
O piloto tinha que ficar de olho na altitude e na quantidade de
balas disponíveis, para não ficar sem munição nem bater no chão ao
realizar alguma manobra ofensiva ou evasiva.
Achei bem difícil, mas, tempos depois, acabei aprendendo a
jogar melhor e passei a gostar dele.
32
Mozaniel desistiu da locadora, comprou uns computadores e

abriu curso de informática, depois trabalhou com serigrafia e, há
alguns anos, soube que estava trabalhando com agricultura.
Assim como ele, outros "empresários" perceberam o
potencial dos videogames como negócio e investiram nesse ramo.
Com a chegada dos consoles de 8 bits, as locadoras se
tornaram mais populares e, na era dos 16 bits, houve uma explosão
de locadoras, havia uma em cada esquina.
Mesmo numa época de máquinas mais modernas, algumas
locadoras ainda mantinham um Atari ali num cantinho, para alegria
dos saudosistas.
33
FASE 2 - MAIS JOGOS DO ATARI 2600
Além dos jogos citados no capítulo anterior, eu joguei muitos

outros, em cartuchos simples, cartuchos multi-jogos, games na
memória do aparelho e emuladores.
Neste capítulo faço uma lista de outros bons jogos do Atari
2600 que valem a pena jogar, pois são divertidos, criativos e
interessantes.
Nem sempre há uma história minha relacionada ao jogo, mas
considero-os importantes e não poderiam ficar de fora deste livro.
34
3-D TIC-TAC-TOE
O clássico "jogo da velha" ganha uma nova roupagem com muito mais
desafio, pois aqui o jogador poderá formar sequências não apenas
lado-a-lado, mas também em profundidade, nos tabuleiros
empilhados. São necessários 4 símbolos alinhados, num mesmo
tabuleiro ou combinando os 4 tabuleiros, incluindo as diagonais. É
necessário muito mais atenção para vencer.
35
CHECKERS
O jogo de tabuleiro ganha uma versão eletrônica. Quando jogava com

meus primos, a gente ficava meio irritado por que as regras são
diferentes das que usávamos no jogo físico. Por exemplo: a captura é
obrigatória e a dama só anda uma casa por vez. Apesar dessas
diferenças, o jogo é bem feito.
36
OTHELLO
Othello, também conhecido como Reversi, é um jogo de tabuleiro,

mas, na minha opinião, funciona muito melhor na versão eletrônica.
O objetivo é preencher o tabuleiro com a maior quantidade possível
de peças da sua cor. Você põe uma peça por vez, mas pode
transformar as peças do adversário em peças da sua cor se conseguir
cercá-las pelas extremidades da linha, coluna ou diagonal. Requer
estratégia e um jogo praticamente perdido pode virar nas últimas
jogadas.
37
CHAMPIONSHIP SOCCER
Um jogo do Atari que requer muita imaginação. Nesse futebol, o

campo é visto de cima, cada atleta é apenas um pontinho na tela e a
bola é quadrada. O time é formado por apenas 3 homens na linha e
um goleiro. Ao mover o joystick, os três "bonecos" se movem ao
mesmo tempo, em formação triangular. Fogos de artifício são
exibidos na tela quando um gol é marcado. Pelé, o Rei do Futebol,
aparece em um antigo comercial de TV jogando esse game, que
também é chamado Pelé’s Soccer. Era um dos jogos favoritos da
garotada para fazer campeonatos.
38
INTERNATIONAL SOCCER
Esse futebol era visualmente melhor que o do Pelé. Aqui dava pra ver
os bonecos de corpo inteiro, com animação de corrida e muitos
jogadores em campo. A partida tinha 2 tempos de 45 minutos (na
verdade durava uns 15 minutos) e os jogadores trocavam de lado
após o intervalo. Lembro de poucas vezes ter visto esse cartucho.
Apesar de bonito, também tinha alguns problemas, como a falta de
comemoração dos gols (apenas um sinal sonoro) e partidas muito
demoradas.
39
BOWLING
Outro jogo de esporte que eu adorava! Ao mesmo tempo simples e

divertido. Bastava mirar, lançar a bola contra os pinos e aguardar o
strike. Nesse jogo as competições também eram constantes, com
direito a "roubadinha" com bola tele-guiada. Muitos anos depois,
abriu um boliche na cidade onde moro e finalmente pude praticar na
vida real. Infelizmente o boliche fechou.
40
BASKETBALL
Um jogo muito rápido que rendia boas disputas. Tinha bola quicando,
roubada de bola, pulos, cestas com tabela e uma animação engraçada
do boneco levantando e abaixando a perna enquanto se movia.
Apesar de ter apenas um jogador de cada lado da quadra, isso não
diminui a diversão. Um dos meus jogos favoritos de esporte no Atari.
41
STAMPEDE
Na região Nordeste do Brasil há um esporte chamado Vaquejada,

onde os vaqueiros, montados em cavalos, tentam derrubar um boi na
área demarcada. Em Stampede o objetivo é laçar os bois
arremessando uma corda. Mesmo sendo coisas diferentes, a gente
chamava de jogo da vaquejada. É preciso desviar das caveiras que
ficam pelo chão e laçar todos os bois. Cada vez que um boi foge, você
perde uma "vida".
42
DRAGSTER
As corridas de arrancada são bem famosas entre quem curte carros.

Existe até programas na TV sobre o assunto. Mecânicos, pilotos e
outros profissionais se empenham em tornar o carro potente o
bastante para uma arrancada e aceleração perfeitas. Dragster traz
para o Atari um pouco dessa sensação de ser o mais rápido da pista.
Dois jogadores podem competir pelo melhor tempo. É preciso
acelerar, mudar de marcha e observar as rotações para não explodir
o motor carro. Até hoje há quem participe de competições em busca
do recorde mundial. Inclusive existe um documentário sobre um
recordista mundial que fraudou o resultado e demorou anos para ser
descoberto.
43
POLE POSITION
Pole Position é um jogo de corrida com carros de Fórmula 1 e que

visualmente lembra um pouco Enduro, porém com várias diferenças.
Primeiro você corre uma prova classificatória, se conseguir o tempo
necessario, poderá correr o Grande Prix. O jogo não tem mudança de
clima; é preciso mudar as marchas do carro; a corrida não é infinita,
dura 4 voltas; há um cronômetro regressivo; o carro perde velocidade
ao tocar nas zebras que demarcam a pista e o carro explode se bater
em algum adversário. Há uma versão de fliperama que é muito mais
bonita, mas dá pra se divertir bastante com a versão do Atari.
44
GRAND PRIX
Gran Prix é um jogo de corrida em que o objetivo é completar o

circuito no menor tempo possível. Acelere se carro, desvie dos
adversários, cuidado para não derrapar nas poças de óleo e para não
bater nas pontes. Me lembra um pouco o F1 do Odyssey, porém com
progressão lateral.
45
SKY DIVER
O jogo dos paraquedistas. O objetivo é saltar do avião e pousar em

segurança, em cima do alvo. Antes de saltar do avião, observe a
posição e intensidade do vento, pois, ao abrir o paraquedas, o vento
influência na trajetória do boneco. Não esqueça de abrir o
paraquedas ou o boneco se esborracha no chão. Esse game que
rendia ótimas competições.
46
COMBAT
Combat traz batalhas entre tanques de guerra, aviões antigos e

aviões a jato. Em todos os modos de jogo o objetivo é atingir o
adversário com tiros. Nas fases de tanque, há paredes que
atrapalham a movimentação e a trajetória do tiro. Nas fases de voo,
as nuvens atrapalham a visão, mas os tiros e os aviões conseguem
atravessá-las. É diversão garantida.
47
HUMAN CANNONBALL
O objetivo desse jogo é lançar o boneco usando um canhão e pousá-

lo em segurança na rede de proteção. Dá pra ajustar o ângulo do
canhão e movimentar a rede. Se errar o alvo, ploft, o boneco se
esborracha no chão. Como eu joguei esse jogo!
48
CIRCUS ATARI
Circus Atari é a versão de um jogo de fliperama chamado “Circus” em

que é preciso movimentar uma gangorra e aparar o boneco que voa
pela tela para estourar balões que flutuam. Eu já tinha jogado
Acrobats! no Odyssey, que é exatamente o mesmo jogo. É bem difícil
acertar o local correto onde a gangorra deve ficar, pois o boneco
geralmente voa em diagonal e com bastante velocidade. Um belo
desafio.
49
POOYAN
Pooyan é uma adaptação da história dos 3 porquinhos, sendo que

neste jogo são vários lobos que querem invadir sua casinha. Os lobos
saltam do topo da tela usando balões para amortecer a queda e a
mamãe porco dispara flechas para derrubar os lobos e proteger seus
filhotes. Se algum lobo chegar ao chão, ele vai tentar atacar a mamãe
porco. Após a fase da casa, a tela muda para a toca dos lobos, onde a
mamãe vai tentar resgatar seus filhotes que foram capturados. Dessa
vez os lobos atacam de baixo para cima, e caso algum deles chegue
ao topo da tela, empurra uma grande pedra para atingir o jogador.
No fliperama e no NES existem versões com gráficos bem mais
bonitos.
50
MEGAMANIA
Megamania é um jogo de tiro no qual você controla uma nave e

precisa destruir inimigos que se parecem com alimentos
(hambúrguer, biscoito) e outros objetos (pneu, gravata borboleta,
ferro de passar roupa, etc). Os inimigos se movimentam para os lados
e para baixo em diferentes padrões de ataque. É preciso eliminá-los
rapidamente antes que a energia acabe. Dá pra escolher entre tiro
teleguiado ou normal. Não encoste nos inimigos e desvie dos tiros.
Ao final de cada round, a energia que sobra é convertida em pontos.
É um jogo simples, porém muito desafiador.
51
MISSILE COMMAND
Nesse jogo você faz o papel de um comandante de defesa

contra mísseis nucleares. O objetivo é proteger seis cidades do
ataque inimigo, lançando foguetes para interceptar os projéteis antes
que atinjam o solo. O jogo exige bons reflexos e tomadas rápidas de
decisão. A cada rodada, a velocidade e a quantidade de mísseis
inimigos aumenta, elevando o desafio. Pra piorar, a quantidade de
tiros é limitada, então use-os com sabedoria. Eu gostava tanto desse
jogo que até instalei uma versão no computador (Missile Attack), no
Windows 3.1.
52
FROSTBITE
Entre as crianças da rua, esse jogo era conhecido como

Gelinho Gelado. Nele você controla um esquimó que deve saltar
sobre blocos de gelo que flutuam pelo mar e construir seu iglu antes
que o tempo acabe. Piranhas, gansos da neve, caranguejos e até um
urso polar vão aparecer para dificultar o trabalho. Esse jogo é uma
mistura de Frogger com Q*Bert, dois clássicos do fliperama.
53
SEAQUEST
Em Seaquest, você comanda um submarino com a missão de

resgatar mergulhadores enquanto evita tubarões e submarinos
inimigos. É preciso ficar atento ao oxigênio limitado e retornar à
superfície para recarregá-lo. Conforme os níveis avançam, a
complexidade aumenta, testando os reflexos do jogador. Uma boa
trilha sonora para ouvir durante uma partida é “Yellow Submarine”
de The Beatles.
54
OUTLAW
Este jogo relembra os duelos com pistola que víamos nos

filmes de velho-oeste. Os jogadores enfrentam-se em tiroteios onde
a precisão é essencial. Os cenários são inspirados no oeste selvagem,
exibindo elementos como cactos, barris, carruagens, etc. O jogo tem
modos para 1 ou 2 jogadores, proporcionando emocionantes
disputas. Há diversos cenários, cada um com uma dinâmica diferente,
uns com elementos móveis, limites de tiros, entre outros. Apesar de
ter gráficos simples, é muito divertido.
55
MOON PATROL
A primeira vez que vi Moon Patrol foi em um fliperama de

rodoviária. Tempos depois descobri que havia uma versão no Atari.
Nele, controlamos um veículo de patrulha lunar, que deve percorrer
terrenos acidentados, saltando sobre crateras, destruindo
obstáculos e naves alienígenas. É uma mistura de jogo de tiro e
plataforma. Quanto mais se avança, mais rápidos e mais numerosos
os inimigos se tornam, gerando um bom desafio que testa as
habilidades do jogador.
56
CHOPPER COMMAND
Sempre gostei de jogos com helicóptero, desde o Super Cobra

(Odyssey), passando por Tiger Heli (NES) e Desert Strike (Mega Drive),
entre outros. Chopper Command é um título de ação rápida onde
você precisa proteger comboios terrestres de inúmeros perigos,
usando seu helicóptero para atacar as aeronaves inimigas que
tentam bombardear seus aliados. Um destaque desse jogo é o mini-
mapa na parte inferior da tela que indica onde se encontram os
inimigos. Lembra o mapa do Keystone Kapers (pega ladrão). Esse é
mais um incrível título da Activision.
57
BASIC MATH
Este é um "jogo educativo" em que o jogador precisa resolver

operações matemáticas de soma, subtração, multiplicação e divisão.
Certamente não é o jogo dos sonhos das crianças, mas serve para
demonstrar suas habilidades além dos games. Uma operação
matemática é exibida na tela e usando o controle para cima e para
baixo o jogador escolhe os números da resposta, ao pressionar o
botão, o computador informa se o resultado está correto. Dá pra
jogar contra outro jogador e ver quem é o melhor em cálculos.
58
FASE 3 - LISTAS TEMÁTICAS
Além de todos os jogos citados até aqui, o Atari 2600 tem

muitos outros jogos interessantes. Neste capítulo deixo algumas
listas que devem ser visitadas por todos aqueles que desejam
conhecer melhor a biblioteca desse console.
59
LISTA 1 - JOGOS COM PERSONAGENS POPULARES
A primeira lista traz jogos com personagens de desenhos

animados, programas de TV, histórias em quadrinhos, etc.
Alguns desses jogos não tem qualquer relação com o
conteúdo dos respectivos programas ou quadrinhos, são jogos de tiro
ou labirinto que usam o personagem apenas como forma de
marketing, para vender o produto.
Big Bird’s Egg Catch (Vila Sésamo)
Cookie Monster Munch (Vila Sésamo)
60
Pigs in Space (Muppets)
Asterix
Obelix (Asterix)
61
Popeye
Road Runner (Papa-Léguas)
Smurf Rescue in Gargamel’s Castle (Smurfs)
62
Snoopy and the Red Baron
Sorcerer’s Apprentice (Mickey, Fantasia)
Strawberry Shortcake Musical Match-ups (Moranguinho)
63
Taz (Tazmania)
Oink! (3 porquinhos)
Robin Hood
64
LISTA 2 - ADAPTAÇÕES DE JOGOS DE ARCADE
Nos anos 1970 e 1980, os arcades, ou fliperamas, faziam um

enorme sucesso. Entretanto, era preciso gastar muitas moedas (ou
fichas) para se divertir em seus jogos.
Quando o Atari 2600 deu ao jogador a possibilidade de ter em
casa os mesmos jogos dos arcades (com as devidas adaptações
devido às limitações técnicas), o sucesso foi enorme, e muitos títulos
receberam versões pro console doméstico. Nem todos são bons
jogos, mas vale conferir. Imagem esquerda: Arcade; direita: Atari.
Mario Bros.
Ms. Pac-Man
65
Space Invaders
Asteroids
Joust
66
Dig Dug
Centipede
Donkey Kong
67
Donkey Kong Junior
Berzerk
Battlezone
68
Jungle Hunt
Double Dragon
Rampage
69
LISTA 3 - JOGOS INSPIRADOS EM FILMES
Não foi apenas E.T. - O Extra-Terrestre que ganhou uma

adaptação para o Atari 2600. Diversos outros filmes e personagens
do cinema apareceram em forma de pixels nesse console. Essa lista
mostra alguns desses jogos.
Adventures of Tron
Alien
70
Chuck Norris Superkicks
Ghostbusters (Os Caça-Fantasmas)
Gremlins
71
James Bond 007
Raiders of the Lost Ark (Indiana Jones)
Star Wars: The Empire Strikes Back
72
Masters of the Universe (He-Man)
King Kong
G.I. Joe (Comandos em Ação)
73
Krull
Fantastic Voyage
Texas Chainsaw Massacre (O massacre da serra-elétrica)
74
LISTA 4 - JOGOS LANÇADOS RECENTEMENTE
Mesmo passados 30 anos desde a descontinuação do Atari

2600, desenvolvedores independentes (brasileiros, inclusive) e a
própria Atari têm criado novos jogos inéditos para o console. Confira
alguns deles.
MR. RUN AND JUMP (ATARI)
📽️ VER GAMEPLAY 📖 MAIS INFO
Jogo de plataforma lançado em 2021, em que o personagem

simplesmente corre e pula, como o nome do jogo indica. Ao longo
das fases, muitos obstáculos e inimigos vão surgindo e é preciso
desviar e saltar sobre eles. O placar vai diminuindo a cada segundo,
então quanto mais rápido chegar ao final da fase, mais pontos você
ganha. Uma versão com gráficos modernos está disponível para PC e
consoles da atual geração.
75
YARS’ RETURN (ATARI)
É a continuação do famoso Yars’ Revenge, um sucesso do

programador Howard Scott Warshaw, o mesmo criador de E.T. - O
Extra-Terrestre. Yars’ Return é baseado em um hack feito por Curt
Vendel. É um jogo de tiro em que é preciso quebrar as defesas do
inimigo e desviar dos tiros e investidas, até conseguir destruí-lo.
76
AQUAVENTURE (ATARI)
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Aquaventure, permite que você mergulhe em uma caverna no fundo

do mar para encontrar um tesouro. Peixes e outras feras
subaquáticas bloqueiam seu caminho. Use seu arpão para eliminá-
los. E fique de olho no oxigênio. O jogo lembra bastante Seaquest.
77
SABOTEUR (ATARI)
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Saboteur é um jogo de tiro multinível desenvolvido pela HSW, no qual

você tenta impedir que alienígenas lancem uma ogiva nuclear que
destruirá a galáxia.
78
ALIEN HOLOCAUST (BITMANIC SOFTWARE, BRASIL)
Jogo desenvolvido por Fernando Rodrigues Salvio. Em Holocausto

Alienígena você deve esquivar-se dos alienígenas, explorar os
cenários, coletar itens e, principalmente, tentar não enlouquecer!
São 4 telas distintas recheadas de ação e mistério! Baseado no curta-
metragem homônimo, o jogo tem final e faz a ligação com a segunda
parte, que será lançada em breve.
79
SPIDERS AND FLIES (GAME SELECT, BRASIL)
🕹️ JOGAR TESTE 📽️ VER GAMEPLAY 📖 MAIS INFO
Criado pelo brasileiro Ricardo Pim, esse game põe o jogador no papel
de uma mosca que se perdeu do seu grupo e precisa atravessar uma
floresta cheia de aranhas ameaçadoras. A mosca se move para os
lados e dispara contra as aranhas filhas e a aranha mãe. É um jogo de
tiro muito divertido.
80
ASTEROIDS ATTACK (GAME SELECT, BRASIL)
🕹️ JOGAR TESTE 📽️ VER GAMEPLAY 📖 MAIS INFO
Este jogo lembra bastante “Gradius”. Enquanto a tela rola para a

esquerda, você precisa destruir inúmeros asteroides e inimigos para
proteger a Terra. O game tem animação de abertura e de game over,
algo muito raro nos jogos de Atari.
81
FOOD NINJA (GAME SELECT, BRASIL)
Jogo inspirado no “Fruit Ninja” onde você precisa cortar os alimentos

usando sua espada ninja. Não deixe as comidas caírem no chão e
evite as bombas.
A Game Select também tem outros jogos pro Atari 2600, são
eles: Space Pac-Man, Pac-Zuma Trilogy e Hero 2. Vale a pena conferir
todos. A empresa disponibiliza roms demonstrativas para conhecer
os jogos. O canal do Youtube também é uma valiosa fonte de
informação. Saiba mais em facebook.com/atarigameselect.
82
Outros brasileiros também produzem jogos para Atari 2600,
como o Ronister Marcelo, que criou os jogos: Ronister at Haunted
House, e Ronister In Space, em parceria com o Ricardo Pim e
Natanael Vasconcelos.
Saiba mais em: Youtube.com/@ronisteroficial.
A Vila Games tem os títulos: Escape from the Castle e Zoltrix

(clone do Tetris). São jogos muito bem feitos.
Confira o site oficial: http://www.vilagames.com.br.
83
E a Red Button Games lançou o K-Jo Chases the Cheese. Jogo
de labirinto com um ratinho em busca do queijo.
Para saber mais: redbuttongames.mercadoshops.com.br
A Zarkstars é uma saga espacial desenvolvida por L. Camara.

São vários jogos com temática de nave e tiro.
O site oficial é: www.zarkstars.com.
84
FASE 4 - REVISTAS E LIVROS SOBRE O ATARI 2600
No início dos anos 1990 as primeiras revistas sobre games

foram publicadas aqui no Brasil. Uma das mais famosas, a Revista
Videogame, trouxe, em suas primeiras edições, informações sobre
jogos de Atari, pois eles ainda eram uma realidade nos lares
brasileiros.
A edição número 1 da revista trouxe matérias sobre os jogos
River Raid, Enduro, Jawbreaker, Tennis, Pitfall, Futebol, Atlantis,
Seaquest e Megamania.
A edição número 2 falou sobre Adventure, Air-Sea Battle,

Fantastic Voyage, Phoenix, Smurf Rescue, Tanks em Guerra e Volley.
85
A edição número 3 tinha Indiana Jones, Montezuma’s
Revenge, E.T., Pole Position, Moon Patrol, Mouse Trap e Star Trek.
A Revista Videogame continuou trazendo jogos de Atari até a
edição 7. Todos eram jogos bem conhecidos e queridinhos dos
jogadores.
É possível baixar arquivos em PDF com scans dessas revistas

no site datassette.org, um projeto incrível que reúne um gigantesco
arquivo de livros, revistas e manuais sobre vídeo games e informática.
Acompanhando a recente onda retrogamer, algumas editoras

e autores independentes lançaram publicações que falam sobre
jogos dos anos 1980 e 1990. Algumas edições são dedicadas ao Atari
ou pelo menos citam jogos do aparelho.
A primeira indicação é a Revista Muito Além dos

Videogames, organizada pelo Luiz Miguel Gianeli, autor da série de
livros Muito Além dos Videogames.
86
A edição 4 traz uma ótima matéria sobre Enduro, o mais
famoso jogo de corrida do Atari 2600.
A revista pode ser adquirida diretamente com o autor no site
muitoalemdosvideogames.com.br, ou nas redes sociais: Instagram,
Facebook e Youtube.
O Marcus Garrett, é autor do livro 1983: O Ano Dos

Videogames no Brasil, um registro histórico detalhado sobre a
chegada dos primeiros aparelhos de videogame no Brasil.
O livro impresso está esgotado, mas a versão digital em PDF

pode ser acessada gratuitamente no site datassette.org.
Garrett também é um dos criadores da Revista Jogos 80, que

fala sobre antigos jogos de computadores e consoles dos anos 1980.
Ao longo dos mais de 15 anos que a revista é publicada, o Atari
já foi tema de diversas matérias, com entrevistas, reviews de jogos e
muito mais.
87
As edições digitais podem ser baixadas gratuitamente no site
jogos80.com.br e as edições impressas também estão disponíveis
para venda nesse site.
A Editora Europa também tem alguns materiais sobre o Atari,

entre eles o Dossiê Old!Gamer Atari 2600, um livro repleto de
informações sobre o console, seus acessórios e centenas de jogos.
No site da editora também estão disponíveis alguns

pôsteres com imagens dos consoles e jogos do Atari 2600.
88
Outro achado é a Old Game Power Magazine, que em sua
edição de lançamento traz uma matéria sobre o Atari 2600.
Disponível gratuitamente no site issuu.com.
Ainda no issuu.com, encontramos o livreto Atari Games -

História, que apesar de curto, traz um bom resumo sobre a história
da Atari, inclusive no Brasil.
Explorando o site amazon.com.br, encontramos dezenas de

livros sobre o Atari 2600, principalmente textos em inglês. A maioria
89
pode ser importada com facilidade, por um alto preço, infelizmente.
Confira algumas capas.
90
FASE 5 - EMULADORES DO ATARI 2600
Depois que ganhei meu Turbo Game, no início dos anos 1990,
esqueci totalmente do Atari. Apenas anos depois, quando os
computadores se tornaram mais presentes no dia-a-dia das pessoas,
tive um reencontro com o Atari através de emuladores.
Por volta de 1997 descobri o Stella, um programa de
computador que conseguia rodar jogos do Atari 2600 em qualquer
PC.
Esse emulador está na ativa há mais de 25 anos e ainda é um
dos mais populares hoje em dia, recebendo atualizações de tempos
em tempos.
Em um único disquete de 3.5 polegadas era possível
armazenar o emulador e praticamente todos os jogos lançados para
o sistema. Era um mundo de diversão!
Através do Stella, eu consegui revisitar os excelentes jogos
que eu já conhecia e pude conhecer centenas de outros títulos que
nunca havia encontrado nos cartuchos dos colegas.
Stella - Emulador de Atari 2600
91
O Stella pode ser baixado no site stella-emu.github.io. Ele não
traz jogos. As ROMs precisam ser adquiridas em outros sites. Uma
busca rápida no Google por “Atari 2600 Rom Set” será suficiente para
inúmeras opções de download.
Outros bons emuladores para PC são o Z26, Retroarch e PCAE
(32 bits). Alguns deles possuem versões para Windows, Linux e Mac.
Também existem alguns emuladores para celulares com
Android e iOS. Na loja de aplicativos do sistema, basta fazer uma
busca por Atari e você verá as opções.
No Android, a melhor opção é o 2600.emu, que apesar de ser
pago, oferece todas as funcionalidades para jogar seus jogos favoritos
em qualquer lugar.
Tela do 2600.emu
92
O Retroarch também tem versão para Android e, com o core
Stella, permite rodar os jogos do Atari 2600. Ele é gratuito, sem
anúncios, mas pode ser um pouco complicado de configurar.
Por fim, o Emu2600 XL, para Android, é gratuito, porém exibe
muitos anúncios, o que pode prejudicar a experiência do jogador.
Mas dá pra pagar uma taxa e remover os anúncios.
Há também versões que funcionam diretamente no

navegador web. Caso queira testar alguns games sem ter que instalar
nada, basta visitar os sites javatari.org, atarionline.org ou
virtualatari.org. Eles também funcionam sem problemas no
navegador do smartphone.
Emulador Javatari rodando no navegador web
93
Alguns consoles também permitem o uso de emuladores.
Como o processo varia de aparelho para aparelho e, muitas vezes,
depende também de desbloqueios, não há como explicar em
detalhes aqui. Porém existem muitos sites e vídeos no Youtube
explicando como realizar as instalações necessárias nos mais variados
consoles.
Os sistemas que possuem emuladores do Atari 2600 são:
Nintendo Wii, Nintendo Wii U, Nintendo DS, Nintendo 3DS,
Playstation 2, Playstation 3, XBOX, XBOX 360, XBOX SERIES, PSP, PS
Vita, Dreamcast e outros.
Nintendo DS Lite e Nintendo 3Ds rodando emuladores do Atari 2600
94
FASE 6 - COLETÂNEAS EM CONSOLES E PC
Se você não gosta de emuladores, ainda poderá curtir jogos

do Atari 2600 através das diversas coletâneas que foram lançadas ao
longo dos anos para os consoles das gerações de cada da época.
Nas próximas páginas você encontra uma lista com essas
coletâneas. Muitas não estão mais disponíveis para venda direta, mas
ainda podem ser encontradas em sites de produtos usados.
GAMEBOY ADVANCE
Atari Anniversary Advance
95
PLAYSTATION
A Collection Of Activision Classic Games For The Atari 2600
PS2/XBOX
Atari Anthology
96
NINTENDO DS
Retro Atari Classics, Atari Greatest Hits (vol 1 e 2)
PS4, XBOX ONE, NINTENDO SWITCH

Atari Flashback Classics (3 volumes)
97
PC/STEAM
Atari Vault (descontinuado)
CONSOLES / PC
Atari 50: The Anniversary Celebration
A coletânea Atari 50: The Anniversary Celebration está

disponível para PC e videogames modernos (XBOX Series, Playstation
4, Playstation 5 e Nintendo Switch) e traz mais de 100 jogos dos
diversos computadores e consoles Atari (2600, 5200, 7800, Lynx,
98
Jaguar). Também estão incluídos materiais em vídeos, fotos e textos
com curiosidades sobre os 50 anos da empresa.
Outra boa opção para os saudosistas é o Atari Mania, uma

divertida aventura que viaja pela história dos videogames e traz para
o jogador muitos desafios inspirados em jogos clássicos. Está
disponível para Switch, Playstation e PC.
Na Steam, loja de games para PC, encontramos diversos jogos

que são distribuídos pela Atari. Alguns deles são versões
reimaginadas de clássicos dos anos 1980, porém com gráficos
modernos. Esses títulos fazem parte de uma série chamada Atari
Recharged.
99
Entre eles temos Missile Command, Breakout, Centipede,
Asteroids e alguns outros.
Missile Command: Recharged
Yars: Recharged
100
FASE 7 - HARDWARE
Com relação ao hardware, algumas empresas ainda investem

em produtos relacionados ao Atari 2600.
Em 2023 a Atari anunciou o Atari 2600 Plus, um console que
replica fielmente o aparelho lançado nos anos 1980, com suporte aos
cartuchos daquela época e promessa de títulos inéditos. Este
aparelho também conta com saída HDMI para conexão com TVs
modernas.
Há alguns anos a Atari tentou lançar um novo console

chamado Atari VCS. Esse console teria um processador moderno,
conexão com internet, conectores USB e HDMI e memória interna
para armazenamento dos jogos digitais.
O console apresentava dois modelos de controles: um
modelo parecido com o dos consoles Xbox, e outro com o visual do
controle do Atari 2600.
101
Seria possível comprar e baixar jogos digitais,
modernos e antigos. Infelizmente não fez sucesso. Ainda dá pra
encontrá-lo à venda em alguns sites internacionais.
Ao longo dos anos, outros fabricantes licenciaram os direitos

de produção da linha de consoles Atari Flashback, que contou com
diversos modelos, sempre trazendo jogos clássicos na memória.
Aqui no Brasil, a TecToy tem em seu catálogo o Atari

Flashback X, um mini-console com 110 jogos na memória e conexão
HDMI. Os joysticks são réplicas dos controles clássicos do Atari 2600,
garantindo a imersão e total nostalgia.
102
Houve também modelos portáteis, garantindo a diversão em
qualquer lugar.
Também encontramos alguns cartuchos no estilo Everdrive,

que conseguem rodar as roms a partir de um cartão SD. O Uno Cart,
o Pluscart e o iPLay Duo, cumprem muito bem a função de trazer
multijogos para o console. São usados, ainda, para rodar jogos
desenvolvidos pela comunidade e nunca antes lançados em cartucho.
103
Outras empresas, como a Hyperkin, produzem controles,
cabos e fontes para usar no console original. Eles até lançaram um
controle réplica do Atari 2600 com conexão USB para usar no PC.
Em sites como Ebay, Aliexpress, Shopee, Mercadolivre e

similares, encontramos alguns adaptadores que permitem ligar os
controles do console na porta USB do PC. Nem sempre é fácil achá-
los e alguns são produções caseiras, mas cumprem o propósito.
104
Se você entende um pouco de eletrônica e sabe manusear um
ferro de solda, pode construir seu próprio adaptador utilizando
qualquer controle USB de PC, soldando na placa interna um conector
DB9. No Youtube existem diversos vídeos explicando o processo.
Confira: youtube.com/watch?v=Qt0Mvi4CCs0
Por fim, em sites como Mercado Livre, OLX, Facebook

Marketplace e Enjoei, dá pra encontrar aparelhos usados para venda.
Tomando os cuidados necessários, dá pra adquirir jogos e consoles
antigos com segurança.
105
SOBRE O AUTOR
Abrahão Christophe Bezerra Lopes possui

graduação e mestrado em Ciência da
Computação pela UERN e UFERSA. É
professor efetivo do Instituto Federal do Rio
Grande do Norte, campus Mossoró, desde
2009. Ministra disciplinas de algoritmos,
lógica de programação, programação
orientada a objetos, programação web, banco
de dados, engenharia de software, entre
outras. Nasceu em Mossoró - RN, mas passou a maior parte da
infância e adolescência em Ceará-Mirim - RN, além de cursar o ensino
médio na cidade de Natal - RN. Fã dos jogos eletrônicos desde a
primeira idade, escreveu sua monografia da graduação sobre
desenvolvimento de jogos para dispositivos móveis, e em sua
dissertação do mestrado desenvolveu um jogo didático para o ensino
de programação orientada a objetos. Por alguns anos esteve à frente
do projeto Museu do Videogame de Mossoró, realizando exposições
abertas ao público, participações em programas da televisão local e
publicações em sites e revistas eletrônicas. Casado, pai de uma
menina e um menino, divide o tempo livre entre passeios com a
família, igreja, livros, séries, filmes, quadrinhos e muitos games.
Contatos:
abrahaolopes.blogspot.com
abrahao2k@gmail.com
twitter.com/abrahao2k
facebook.com/abrahao2k
106
OUTRAS OBRAS
Memorial Locadoras & Fliperamas - Uma viagem no tempo de volta

às locadoras de games e fliperamas dos anos 90/2000. Dezenas de
histórias contadas por ex-proprietários, funcionários e clientes de
locadoras, além das histórias do autor.
Ebook disponível em: bit.ly/locadoras
Impresso disponível em: abrahaolopes.blogspot.com
Guia Rápido: Xbox One - Conquistas e Gamerscore - o primeiro

volume desta coleção explica o que são conquistas e gamerscore, traz
dicas de jogos fáceis de completar e obter pontos, além de um breve
histórico dos principais competidores do ranking mundial.
Ebook disponível em: bit.ly/guia-xbox-conquistas
107
Guia Rápido: Xbox One - Jogos - o segundo volume desta coleção traz
dicas sobre como adquirir jogos para o XBOX pagando pouco,
descreve os serviços de assinaturas, sites para importação de jogos
em disco e muito mais.
Ebook disponível em: bit.ly/guia-xbox-jogos
Impresso disponível em: loja.uiclap.com
Aventuras no Videogame : Odyssey – o primeiro livro da série que

conta histórias do autor sobre os jogos de um console, neste caso, o
Odyssey da Philips.
Ebook disponível em: bit.ly/aventuras-no-odyssey
Impresso disponível em: loja.uiclap.com
108

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AVENTURAS NO VIDEOGAME

AVENTURAS NO VIDEOGAME reúne diversas histórias

Este é o segundo volume da coleção e traz histórias sobre o

Este é um projeto sem fins lucrativos, distribuído

Se desejar adquirir uma versão impressa desse material,

As imagens utilizadas neste material foram obtidas no Google

Se desejar a remoção de alguma imagem deste material, favor

A versão digital deste livro possui alguns recursos interativos

🕹️ JOGAR 📽️ VER GAMEPLAY 📖 LER MANUAL

Baixe o PDF gratuitamente em:

FASE 1 - AVENTURAS NO ATARI 2600 ................................................. 1

Uma das primeiras memórias que eu tenho do Atari 2600 é de

Console Atari 2600 e seu joystick.

Quase todas as noites eu ia até a feira e ficava ali por um

Supergame VG-2800, clone do Atari fabricado pela CCE.

Por causa da Lei de Reserva de Mercado, não era permitida a

🕹️ JOGAR 📽️ VER GAMEPLAY 📖 LER MANUAL

No Freeway, a galinha de cada jogador aparecia na parte de

Nos fins de tarde, após a escola, a garotada da rua se reunia

Alguns dos jogos que lembro de jogar na casa de Junior,

Cartucho 4 em 1 para Atari 2600

Boxing é um jogo simples, porém muito divertido,

A partida dura 2 minutos ou termina por Knockout (K.O.) se

Outro jogo de luta interessante é o Karate. Nesse jogo, os

A gente jogava meio que “na doida”, contando com a sorte

Spider-Man é um dos jogos que o Junior tinha que eu mais

🕹️ JOGAR 📽️ VER GAMEPLAY 📖 LER MANUAL

Mas é preciso tomar cuidado com a posição onde a teia gruda,

🕹️ JOGAR 📽️ VER GAMEPLAY 📖 LER MANUAL

O Superman consegue voar e usar a visão de raio-x para

Dragon Treasure é um jogo simples, mas chama a atenção

🕹️ JOGAR 📽️ VER GAMEPLAY 📖 LER MANUAL

Assim como tantos outros jogos do Atari, o placar era o que

🕹️ JOGAR 📽️ VER GAMEPLAY 📖 LER MANUAL

Era um jogo muito interessante, primeiro por ter diferentes

O Jean também tinha um Odyssey e vários jogos diferentes

Já nos anos 1990, quando eu estava na 7ª ou 8ª série do

🕹️ JOGAR 📽️ VER GAMEPLAY 📖 LER MANUAL

Enquanto eu jogava o Come-Come no Odyssey, lá no Atari eu

Depois de comer todos os pontinhos da tela, a fase terminava

O Atari lançou uma versão do Pac-Man, mas o resultado ficou

Pac-Man versão do fliperama

Só a alavanca é usada nesse jogo, talvez por essa simplicidade

Um tempo depois Seu Valdir comprou para seus filhos um

Outros amigos da escola que também tinham Atari eram os

Kleber tinha muitos jogos bons, como Decathlon, Keystone

Desses, o meu favorito era Keystone Kapers no qual você

Pelo caminho também apareciam sacos de dinheiro e maletas

Pitfall! também era muito bom, porém eu achava muito

Anos mais tarde, encontrei as fotos do manual em um site e

Outra curiosidade é que se o jogador marcasse 20.000 pontos,

Emblema do Clube de Exploradores da Activision

O River Raid, até hoje um dos meus favoritos. Nele você

🕹️ JOGAR 📽️ VER GAMEPLAY 📖 LER MANUAL

No começo é bem fácil, mas com o passar das fases, os

Certa vez Kleber me emprestou o Atari dele e todos os jogos

Um outro colega que morava perto da minha casa era o

Pense Bem e Pistola Zillion