Sistemas Elétricos (Fundamentos, Materiais E Proteção)
Sistemas Elétricos (Fundamentos, Materiais E Proteção)
Sistemas Elétricos (Fundamentos, Materiais E Proteção)
SISTEMAS ELÉTRICOS
(FUNDAMENTOS, MATERIAIS
E PROTEÇÃO)
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2
SISTEMAS ELÉTRICOS (FUNDAMENTOS, MATERIAIS
E PROTEÇÃO)
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 4
Dispositivos de proteção 39
3
Apresentação da disciplina
4
Instalações elétricas industriais
Autor: Heverton Bacca Sanches
Objetivos
5
1. O fornecimento de energia elétrica
6
2. O projeto elétrico
Fonte: cosmin4000/iStock.com.
7
A Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL, 2019), por exemplo,
é a concessionária do serviço público de energia elétrica que atua
principalmente na distribuição para 234 municípios do interior do
estado de São Paulo, atendendo mais de 4 milhões de consumidores.
Ela possui um conjunto de normas técnicas que esclarece os requisitos
para conexão de cargas, fornecimento de tensão secundária, construção
e projeto de redes, projeto de iluminação pública, etc.
8
trata, em seu item 10.3, da segurança em projetos e orienta sobre
a obrigatoriedade de dispositivo de desligamento de circuitos,
seccionamento de ação simultânea, identificação, aterramento, etc.
O site do Ministério do Trabalho apresenta a norma NR 10 e muitas
outras na íntegra, como, por exemplo a NR 12 (BRASIL, 2018), que trata
da segurança de máquinas e equipamentos.
9
Figura 2 – Motores elétricos em uma planta industrial
Fonte: parys/iStock.com.
ASSIMILE
10
10
4. Componentes das instalações elétricas
Fonte: AndreyPopov/iStock.com.
5. Os condutores elétricos
11
• Fio: condutor maciço rígido composto de uma única via.
• Cabo: condutor composto de um conjunto de fios encordoados,
isolados ou não entre si.
• Barra: condutor rígido de seção transversal retangular.
12
12
do dimensionamento técnico, podemos adotar o dimensionamento
econômico que consta na IEC 60287-3-2 (INTERNATIONAL STANDARD,
2012). Assim a seção econômica de um circuito é aquela que resulta
no menor custo total de instalação e operação de um condutor elétrico
durante sua vida econômica considerada.
13
conforme exemplificado na Tabela 1. Essa mesma legislação diz que
o fator de potência deverá ter o limite mínimo de 0,92, caso ocorram
valores menores, o consumidor será penalizado.
• Motores superdimensionados;
14
14
• Fornos de indução eletromagnética;
15
quanto da potência aparente foi transformada em campo magnético
ou campo elétrico, ou seja, ela não produz trabalho e circula entre
a carga e a fonte, ocupando espaço no sistema elétrico que poderia
ser utilizado para fornecer mais energia ativa. A parcela S (potência
aparente) é a relação das potências ativa e reativa.
16
16
Para entender melhor as técnicas de projeto de bancos
capacitores, vale a pena pesquisar essa empresa e a longa
lista de catálogos, manuais e softwares que ela oferece em
seu site. Exemplo disso é o seu Manual para correção de
fator de potência (WEG, 2009).
TEORIA EM PRÁTICA
As tarifas de energia refletem peculiaridades de cada
região, como número de consumidores, quilômetros
de rede e tamanho do mercado (quantidade de energia
atendida por uma determinada infraestrutura), custo da
energia comprada, tributos estaduais e outros. O ideal é
que a tarifa seja suficiente para garantir o fornecimento
de energia com qualidade e assegure aos prestadores de
serviços ganhos suficientes para cobrir custos operacionais
eficientes e remuneração dos investimentos necessários
para expandir a capacidade e garantir boa qualidade
de atendimento. O Ministério de Minas e Energia tem
um Plano de Eficiência Energética nos Prédios Públicos
e orienta sobre a melhor forma de entender a fatura de
energia elétrica e quais as análises que podem ser feitas
para usar melhor essa energia e reduzir o custo do cliente
consumidor de eletricidade (PROCEL, 2011).
Como um profissional conhecedor da configuração das
tarifas de energia elétrica e as informações que nela
constam, que itens você consideraria para a criação de
um relatório de análise do sistema elétrico de um cliente
que tem consumido muita energia elétrica e gostaria de
contar com um parecer técnico para a busca de mais
eficiência energética?
17
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
18
18
3. Com multa por ultrapassar a demanda contratual,
fator de potência de 0,86 e eventuais multas devido
à inadequação do contrato com a concessionária de
energia elétrica, quais ações você sugeriria para essa
instalação elétrica industrial?
a. Utilização de banco capacitor para correção do
fator de potência.
Referências bibliográficas
19
COPPER ALLIANCE. Dimensionamento econômico e ambiental de condutores
elétricos. 2016. Disponível em: https://www.procobre.org/pt/wp-content/uploads/
sites/4/2018/03/manual-de-dimensionamento-economico-ambiental-rev.-jan-2016.
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normas-tecnicas.aspx. Acesso em: 26 fev. 2019.
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Disponível em: http://www.procelinfo.com.br/services/procel-info/Simuladores/
DownloadSimulator.asp?DocumentID=%7B2FC65B57%2D33B1%2D47F7%2DAB3A
%2DE44B1A18DF5D%7D%ServiceInstUID=%7B5E202C83%2DF05D%2D4280%2D90
04%2D3D59B20BEA4F%7D. Acesso em: 26 fev. 2019.
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Part 3: Sections on operating – Section 2: Economic optimization of power cable size.
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MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011
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Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2011.
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gov.br/documents/10584/1985241/Manual%20de%20Tarif%20En%20El%20-%20
Procel_EPP%20-%20Agosto-2011.pdf. Acesso em: 27 fev. 2019.
WEG. Manual para correção de fator de potência. Disponível em: https://static.
weg.net/medias/downloadcenter/hea/h8b/WEG-correcao-do-fator-de-potencia-958-
manual-portugues-br.pdf. Acesso em: 27 fev. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Como a demanda de energia tem sido maior do que a contratada
pela indústria do exemplo, é necessário considerar a revisão da
demanda de energia elétrica contratada.
Questão 2 – Resposta B
O fator de potência tem que ser corrigido pelo uso de bancos
capacitores, pois a lei determina um fator de potência acima de 0,92.
20
20
Questão 3 – Resposta E
Essa planta industrial deve ter todo o seu sistema elétrico revisado,
ou seja, deve instalar bancos capacitores para corrigir o fator de
potência, deve investir em reequipamento de controle de partida
dos motores, deve analisar as cargas para melhor aplicação de
tecnologias que melhorem a característica de consumo de energia
elétrica e deve revisar a tarifa de energia elétrica devido à utilização
de uma demanda acima da contratada.
21
Proteção de sistemas elétricos
Autor: Heverton Bacca Sanches
Objetivos
22
22
1. Os sistemas de proteção
• Por sobrecarga;
Sabendo disso, você percebe que, para cumprir a sua função, o sistema
de proteção deve ser capaz de selecionar a parte danificada da rede
e retirá-la de serviço sem afertar os circuitos que estão funcionando
sem falhas ou anormalidades. O projeto do sistema de proteção
deve garantir a exatidão e segurança do sistema, ou seja, uma alta
confiabilidade operativa. Para isso, você deve ajustar a sensibilidade
para a faixa de operação e não operação dos dispositivos de proteção.
2. O projeto de proteção
23
A detecção dessas falhas ou anomalias pode ser obtida pela observação
da elevação das correntes, elevação e redução da tensão, inversão do
sentido da corrente, alteração da impedância do sistema e comparação
de módulo e ângulo de fase na entrada e na saída do sistema.
Fonte: phanasitti/iStock.com.
Fonte: DenBoma/iStock.com.
24
24
ASSIMILE
Onde:
25
Considerando ainda os fusíveis e disjuntores operando em baixa tensão,
para proteger contra curto-circuitos, você deve garantir que o dispositivo
tenha capacidade de interrupção (Icn) não inferior à corrente de curto-
circuito presumida no ponto em que será instalado (Ik), ou seja:
Icn ≥ Ik
26
26
Ainda é importante você analisar as sobrecorrentes e os tempos
associados à resposta efetiva da proteção, ou seja, devemos considerar
os efeitos térmicos desenvolvidos pelas correntes de curto-circuito, que
é dado pela equação:
Onde:
Onde:
27
Portanto, você pode determinar o tempo máximo que um condutor
pode suportar a corrente de curto-circuito:
Fonte: suravikin/iStock.com.
28
28
As instalações industriais contam com uma grande quantidade de
motores elétricos e, por suas características peculiares, como a
corrente absorvida pelo motor durante a partida, que é superior à de
funcionamento normal, e a potência absorvida em funcionamento, que
é determinada pela potência mecânica no eixo do motor e que pode
resultar em sobrecarga no circuito de alimentação, devemos tratá-los de
forma especial quanto à configuração de suas proteções.
29
disjuntor como proteção geral do lado da baixa tensão. Nessas aplicações
de média e alta tensão, são necessários os relés, dispositivos de proteção
com as mais diferentes formas de construção e funções incorporadas para
as mais diversas aplicações e que dependem da importância, do porte e da
segurança da instalação projetada. Os relés atuam sobre o equipamento
responsável pela desconexão do circuito elétrico afetado por uma falha
causada por sobrecarga, curto-circuito, sobretensão, subtensão e outros
eventos, esse equipamento normalmente é um disjuntor ou um religador.
3. Sistema de aterramento
30
30
• Conexões que são utilizadas para conectar os condutores nas
emendas ou derivações, sendo conectores aparafusados ou
conexão exotérmica;
• Condutor de proteção que é utilizado para a ligação das massas.
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A norma NBR 5.410 (ABNT, 2004) diz que os dispositivos de proteção
contra surtos (DPS) têm o objetivo de detectar sobretensões transitórias na
rede elétrica e desviar as correntes de surto, sendo instalados conforme o
esquema elétrico mostrado na Figura 10. Essas sobretensões transitórias
na rede são drenadas para o sistema de aterramento antes que atinjam os
equipamentos eletroeletrônicos. Os DPS podem ser de três tipos:
• Classe I – Instalados em quadros primários de distribuição para
proteção contra descargas atmosféricas.
• Classe II – Instalados em quadros secundários de distribuição.
• Classe III – Instalados próximos aos equipamentos como linhas de
dados e linhas telefônicas.
32
32
Os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA)
protegem as edificações e estruturas industriais do contato direto das
descargas elétricas provenientes dos fenômenos atmosféricos, e seus
principais componentes são:
• Terminais aéreos;
• Condutores de descida;
• Terminais de aterramento;
33
Se não existem elementos condutores naturais, a NBR 5.419 (ABNT,
2015) determina que você deve considerar a utilização de subsistemas
de captação não natural como captores de haste de ponta e captor do
tipo Franklin, e subsistemas de descida não natural com condutores de
cobre nus, alumínio, aço cobreado IACS 30%, aço galvanizado a quente
e aço inoxidável.
TEORIA EM PRÁTICA
Os motores elétricos são a principal carga elétrica nas
indústrias, e segundo dados da Abinee, Associação
Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, o número
de motores em operação no Brasil só deve aumentar
(SOUZA et al., 2019).
Sabendo que um dos componentes para a proteção de
circuitos motores é o relé de proteção de sobrecarga
térmica, determine o ajuste desse componente
para um motor de 50 cv, 380 V/IV polos, em regime
34
34
de funcionamento S1 e tempo de partida de 3 s
alimentado por um circuito condutor unipolar de cobre,
com isolação do tipo PVC de seção de 25 mm², em
canaleta fechada embutida.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
35
b. Cabos, conexões e canaletas.
b. Condutor de aterramento.
d. Disjuntor termomagnético.
e. Condutor de proteção.
Referências bibliográficas
36
36
ELETROBRAS. Avaliação do mercado de Eficiência Energética no Brasil. 2005.
Disponível em: http://www.procelinfo.com.br/services/procel-info/Simuladores/
DownloadSimulator.asp?DocumentID=%7B2FC65B57%2D33B1%2D47F7%2DAB3A
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04%2D3D59B20BEA4F%7D. Acesso em: 26 fev. 2019.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS – INPE. ELAT – Grupo de
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MAMEDE FILHO, J. Instalações elétricas industriais. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2011
MAMEDE FILHO, J.; MAMEDE, D. R. Proteção de sistemas elétricos de potência.
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SOUZA, J. R. A. de; MORENO, H. Guia EM da NBR 5410. Revista Eletricidade
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SOUZA, R. C.; CALILI, R. F.; VIEIRA, R. S.; TEIXEIRA, R. S. D. Pesquisa mercadológica
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pt/publicacion/pesquisa-mercadologica-sobre-motores-recondicionados/.
Acesso em: 18 fev. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta E
As principais ações para garantir a continuidade do fornecimento
de energia ou para evitar a desconexão total do sistema elétrico
junto a sua fonte é projetar um sistema de proteção para a sua
instalação elétrica, estabelecer uma estratégia de proteção,
selecionar os dispositivos de atuação adequados e calibrá-los
para que operem corretamente.
Questão 2 – Resposta A
Os principais dispositivos utilizados para a proteção do
sistema elétrico de baixa tensão para proteger condutores e
equipamentos da instalação industrial, comercial ou residencial
normalmente submetidos a sobrecarga, corrente de curto-
circuito, sobretensões e subtensões são os fusíveis diazed e NH,
os disjuntores e os relés térmicos.
37
Questão 3 – Resposta D
Os principais elementos de uma malha de terra são os eletrodos de
terra, também chamados de eletrodos verticais, normalmente são
constituídos de aço galvanizado ou aço cobreado, o condutor de
aterramento de seção não inferior a 16 mm², as conexões que são
utilizadas para conectar os condutores nas emendas ou derivações,
sendo conectores aparafusados ou conexão exotérmica e o
condutor de proteção que é utilizado para a ligação das massas.
38
38
Dispositivos de proteção
Autor: Heverton Bacca Sanches
Objetivos
39
1. Os fusíveis
Fonte: SangSanit/iStock.com.
40
40
elementos localizados após o seu ponto de instalação, ou seja, a chave
seccionadora, o contator, o relé térmico de sobrecarga e a isolação do
condutor, por exemplo.
41
A corrente convencional de não fusão Inf é o valor da corrente que o
dispositivo fusível pode suportar sem se fundir durante um tempo
definido, também conhecido como tempo convencional. A corrente
convencional de fusão I2 é a que leva a fusão do dispositivo fusível
antes que ocorra o tempo convencional.
42
42
• Circuitos terminais de motores;
Inm = Ic Eq. 2
43
Por fim, chegamos a Equação 3:
Inf ≤ Ipm × K Eq. 3
• Elos fusíveis.
2. Religadores
44
44
• Religadores a óleo;
• Religadores a vácuo;
Fonte: silkwayrain/iStock.com.
ASSIMILE
Na busca da redução dos custos de investimento na
construção de canaletas, instalação de cabos de controle
e aquisição de sensores, os religadores substituíram
os disjuntores nas subestações para proteção dos
alimentadores de distribuição de energia elétrica.
• A sequência de operação;
45
• O tempo de religamento;
• O tempo de rearme.
Onde:
Tre é o tempo de rearme em segundos;
46
46
Esse fator K determina o número de operações rápidas do religador com
seus tempos de religamento, corrigindo, ainda, o tempo de operação do
elo fusível nessas operações devido ao seu efetivo aquecimento.
47
Um exemplo de aplicação de religadores de subestação é com a
utilização em conjunto com seccionadores e elos fusíveis. Para a
coordenação desses dispositivos, o seccionador deve ser instalado após
o religador e antes da chave fusível. A chave fusível deve ser instalada
após o seccionador. E por fim, o religador pode ser ajustado para atuar
em uma operação rápida e três temporizadas.
3. Relés de proteção
48
48
Essa proteção deve ser realizada por meio de disjuntores acionados por
relés secundários dotados de unidades instantâneas e temporizadas
de fase e de neutro, principalmente em instalações com capacidade
superior a 300 kVA.
49
A corrente de regulação dos relés fluidodinâmicos é ajustada pela
Equação 5:
Ia = (1,3 a 1,5) × Itr (A) Eq. 5
Onde:
Ia é a corrente de regulação dos relés em amperes (A);
50
50
ASSIMILE
Os relés de sobrecorrente estáticos possuem unidades de
atuação instantânea e temporizada, assim protegem contra
curto-circuito de tempo definido ou de tempo independente
da corrente. Quando a corrente supera o valor ajustado,
um contator de tempo de retardo é acionado para desligar
o sistema elétrico; se a corrente retornar ao valor ajustado
antes desse tempo de retardo, o relé retorna ao estado de
repouso, ficando preparado para uma eventual falha.
51
TEORIA EM PRÁTICA
Como medida de proteção, você deve adotar dispositivos
que garantam a interrupção das correntes de curto-circuito
nos condutores que alimentam os circuitos terminais de
motores. Sabendo que um motor de 50 cv, 380 V/IV polos,
em regime de funcionamento S1 com corrente nominal
de 68,8 A deve proteger o circuito terminal de uma
eventual sobrecarga devido à possibilidade de ter seu rotor
bloqueado. Determine a corrente nominal dos fusíveis que
devem ser aplicados nessa proteção.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
52
52
d. O dispositivo fusível tem o objetivo de proteger
somente os condutores de uma instalação elétrica.
53
c. Os relés secundários de sobrecorrentes digitais não
permitem o ajuste de parâmetros de proteção contra
sobrecorrentes, pois já vêm configurados de fábrica.
Referências bibliográficas
54
54
MAMEDE FILHO, J.; MAMEDE, D. R. Proteção de sistemas elétricos de potência.
Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2011.
SOUZA, J. R. A. de; MORENO, H. Guia EM da NBR 5410. Revista Eletricidade
Moderna. 1. ed. São Paulo, 2001.
SOUZA, R. C.; CALILI, R. F.; VIEIRA, R. S.; TEIXEIRA, R. S. D. Pesquisa mercadológica
sobre motores recondicionados. 2019. Disponível em: https://www.procobre.org/
pt/publicacion/pesquisa-mercadologica-sobre-motores-recondicionados/.
Acesso em: 18 fev. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta B
O dispositivo fusível deve atender aos requisitos de proteção
contra as correntes de curto-circuito, oferecendo segurança
a todos os elementos localizados a jusante do seu ponto de
instalação, ou seja, a chave seccionadora, o contator, o relé
térmico de sobrecarga e a isolação do condutor.
Questão 2 – Resposta A
Os três tipos de religadores, se consideramos o meio
extintor do arco, são os religadores a óleo, a vácuo e a SF6
(hexafluoreto de enxofre).
Questão 3 – Resposta E
A principal diferença é que os relés secundários de sobrecorrente
digitais, além de protegerem o sistema elétrico como os relés
de sobrecorrente estáticos, armazenam informações capazes
de interligar um computador programado para receber essas
informações, processá-las e emitir ordem baseada nelas.
55
Relés nos sistemas de potência
Autor: Heverton Bacca Sanches
Objetivos
56
56
1. Uso de relés para proteção
Os sistemas de controle frequentemente utilizam relés para proteção
das instalações elétricas de potência, provendo a separação galvânica
entre diferentes circuitos elétricos na ocorrência de falhas como
sobrecargas, correntes irregulares e outros problemas que podem surgir
nas instalações elétricas.
A norma NBR 14.039 (ABNT, 2005) determina que, para subestação com
capacidade superior a 300kVA, a proteção geral deve ocorrer por meio
de disjuntor acionado por relés secundários, exclusivamente.
Fonte: Shinyfamily/iStock.com.
57
Os cinco requisitos básicos para a aplicação do relé são:
• Confiabilidade: garantia de que a proteção funcionará
corretamente.
58
58
Considerando a disponibilidade e vantagens em relação aos relés
eletromecânicos, vale a pena estudar mais a fundo os relés digitais.
Esses relés oferecem as mesmas funções dos relés eletromecânicos,
no entanto, adicionam novas funções, como maior velocidade de
operação, sensibilidade mais apurada aos sinais analógicos de medida,
interface mais amigável com o usuário, possibilidade de acesso remoto,
armazenamento das informações, entre outras funções.
59
instantânea e temporizada. Além dessas funções de proteção, podemos
destacar a possibilidade de registro de parâmetros relacionados aos
eventos de falhas, possibilidade de ajuste de parâmetros durante a
operação do relé.
60
60
com a utilização de conversores analógico/digitais (A/D) para o seu devido
processamento e ação de manobra. Esses relés são providos de elementos
de indicação e operação como mostrado na Figura 19 e descrito a seguir:
• Tela alfanumérica que mostra os valores de ajuste, dados de
memória e informações do relé;
Fonte: Shinyfamily/iStock.com.
ASSIMILE
As principais funções operacionais dos relés digitais, que
podem ser comercializados como dispositivos monofáricos
ou trifásicos, atuando na proteção de componentes como
transformadores, motores e geradores, são:
• Proteção diferencial trifásica, proteção de sobrecorrente
de neutro, proteção de tempo definido e proteção de
sobrecarga térmica;
61
• Compensação de tapes para ajuste dos enrolamentos e
compensação do grupo de conexão do transformador,
que corrige a diferença de corrente entre o primário e
secundário dos transformadores;
• Restrição por harmônicas, contra saturação dos
transformadores de corrente e de corrente de
magnetização;
• Filtro de sequência zero.
3. Curvas de temporização
62
62
• Relés de temporização inversa são aplicados em sistemas elétricos
em que a corrente de curto-circuito depende da capacidade da
fonte de geração de energia elétrica;
63
4. Norma ANSI (American National Standards
Institute)
64
64
Tabela 3 – Exemplo de códigos ANSI e suas denominações de 1 a 20
TABELA ANSI DE PROTEÇÃO
N° Denominação
1 Elemento principal
2 Relé de partida/ fechamento temporizado
3 Relé de verificação ou intertravamento
4 Contator principal
5 Dispositivo de desligamento
6 Disjuntor de partida
7 Relé de taxa de variação
8 Dispositivo de desconexão de controle de energia
9 Dispositivo de reversão
10 Chave de sequência unitária
11 Dispositivo multifunção
12 Dispositivo de sobrevelocidade
13 Dispositivo de rotação síncrona
14 Dispositivo de subvelocidade
15 Dispositivo de ajuste ou comparação de velocidade ou frequência
16 Reservado para futura aplicação
17 Chave de derivação ou descarga
18 Dispositivo de aceleração ou desaceleração
19 Contator de transição partida-marcha
20 Válvula operada eletricamente
Fonte: ANSI, 2019.
65
• 50BF – relé de proteção contra falha de disjuntor (também
chamado de 50/62 BF);
• 51Q – relé de sobrecorrente temporizado de sequência negativa
com tempo definido ou curvas inversas;
• 51V – relé de sobrecorrente com restrição de tensão;
• 51C – relé de sobrecorrente com controle de torque;
• 50 AFD – relé de proteção contra arco voltaico;
• 59Q – relé de sobretensão de sequência negativa;
• 59N – relé de sobretensão residual ou sobretensão de neutro
(também chamado de 64G).
66
66
transformadores, sistemas de aquecimento e iluminação auxiliar, é
possível utilizar transformadores de distribuição, ou transformadores de
serviço auxiliar, que alimentam o barramento secundário da subestação.
TEORIA EM PRÁTICA
67
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Os relés são dispositivos amplamente utilizados em
sistemas de controle para proteção das instalações
elétricas de potência, uma vez que fornecem o isolamento
do circuito elétrico submetido a uma falha. Quais são os
requisitos básicos para a aplicação dos relés?
a. Atuar nos circuitos elétricos sob efeito de
sobretensão e sobrecorrente e promover a
separação galvânica desse circuito.
68
68
b. Controle remoto de diferentes partes do
sistema elétrico e diagnóstico de falha devido ao
armazenamento de informações de eventos no
sistema elétrico.
69
Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Os cinco requisitos básicos para a aplicação do relé são:
• Confiabilidade: garantia de que a proteção funcionará
corretamente.
• Seletividade: continuidade máxima do serviço com desconexão
mínima do sistema.
• Velocidade de operação: duração mínima da falta e consequente
dano do equipamento e instabilidade do sistema.
70
70
• Simplicidade: mínimo de dispositivos ou circuitos de proteção
para atingir os objetivos de proteção.
Questão 2 – Resposta E
Questão 3 – Resposta B
71
Esquemas de proteção e
diagramas elétricos
Autor: Heverton Bacca Sanches
Objetivos
72
72
1. Implementação de um esquema de proteção
73
Tabela 4 – Classes de proteção básica e supletiva contra choques
elétricos em instalações elétricas e equipamentos
Classes (equipamentos/
Proteção básica Proteção supletiva
componentes)
Ambiente (locais
não condutores)
Classe 0 Isolação básica
Separação elétrica (um único
equipamento alimentado)
Equipotencialização de
Classe I Isolação básica proteção e seccionamento
automático da alimentação
Separação de proteção
Classe III Limitação da tensão de outros circuitos e
separação básica da terra.
74
74
Para você assegurar a sistematização do sistema de proteção, é
importante ter uma visão geral dos circuitos elétricos que compõem
a instalação a ser projetada. Essa coordenação evita a interrupção
desnecessária dos diferentes circuitos elétricos da instalação. Um
sistema de proteção é considerado adequado quando atua na faixa de
limitações de corrente, tensão, frequência e tempo dos equipamentos e
materiais que compõem a instalação elétrica que se pretende proteger.
O dispositivo de proteção deve ser o limite da capacidade de um circuito
elétrico, mesmo que esse limite seja inferior à capacidade nominal dos
condutores, equipamentos ou demais materiais da instalação elétrica.
• 3 condutores.
75
Figura 22 – Esquemas de condutores de alimentações em instalações
elétricas de BT
Sistema CA
L L1
Trifásico
Monofásico a 2
a 3 ou 4
condutores
condutores
N N
L2
L1 L3
Trifásico
Monofásico a 2 L1
a 3 ou 4
condutores
condutores
L2
L2
N
L1 L3
Monofásico a 3
N
condutores
L2 Sistemas CC N
L+
L1
2 condutores
L–
Bifásico a
3 condutores N L+
3 condutores M
L2 L–
76
76
pode causar aos outros circuitos da mesma instalação elétrica. Essa
divisão em circuitos permite à instalação elétrica a fácil verificação,
ensaio, manutenções e possíveis apliações sem afetar outras partes
da instalação elétrica.
ASSIMILE
Uma falta elétrica é um contato ou arco acidental entre
partes vivas com potenciais diferentes de um circuito ou
equipamento elétrico que ocorrem, normalmente, por
falhas de isolamento.
Quando você deve usar os termos falta, falha ou defeito?
Uma falha significa que o dispositivo não pode
desempenhar sua função. Um defeito é a alteração
física de um componete que prejudica sua segurança e
funcionamento. Normalmente, um defeito gera uma falha
e, como consequência, uma falta.
77
Figura 23 – Detalhe de um quadro de distribuição elétrica
Fonte: Evening_T/iStock.com.
78
78
• I como primeira letra indica a isolação das partes vivas para
a terra ou o aterramento por meio de uma impedância
(alimentação em relação à terra);
79
No sistema TT, a conexão de alimentação da instalação elétrica
é diretamente aterrada e os invólucros metálicos (massas) dos
equipamentos são conectados a eletrodos independentes da
alimentação, conforme você pode ver na Figura 25. Já o sistema IT é o
que não tem o ponto de alimentação diretamente aterrado.
80
80
Sempre que existir a possibilidade de choque elétrico por contato
indireto, é importantíssimo equipotencializar e seccionar os circuitos
elétricos para evitar que um indivíduo seja submetido a tensões de
contato limite maior do que o admitido para a segurança e saúde desse
indivíduo. Para corrente alternada (CA), a tensão de contato limite no
esquema TN-S, definida na Equação 6, é de 50 V para condições de pele
úmida, 25 V para pés molhados e 12 V se estiver submerso em água. Se
for corrente contínua, as tensões são respectivamente, 120 V, 60 V e
30 V, nas mesmas condições apresentadas para CA.
Eq. 6
Onde:
Eq. 7
Onde:
81
3. Projeto elétrico e seus diagramas
82
82
A – meio ambiente;
B – utilização;
C – construção de prédios.
83
da carga, ou seja, quando o máximo de cargas é acionado ao mesmo
tempo. Essas informações são adquiridas em função das características
da carga e da operação industrial, podendo ser observadas pelas
informações declaradas pelo fabricante do equipamento ou com a
utilização de equipamento de medição e aquisição de dados de energia
elétrica por um período de tempo.
84
84
Uma vez definidas as características do projeto de instalação elétrica,
você deve representá-lo adotando uma simbologia padrão que
identifique os materiais, equipamentos ou dispositivos desse projeto.
Para isso, existem normas nacionais e internacionais, porém, é
importante adotar uma única simbologia quando for representar o
projeto elétrico.
85
Diferente do diagrama unifilar que representa o circuito elétrico de
maneira simples e objetiva com os condutores representados por um
único traço, você pode representar o projeto de instalação elétrica
como um esquema elétrico multifilar ou diagrama elétrico multifilar,
conforme exemplificado na Figura 27. Você pode representar, ainda, o
seu projeto por meio de um esquema funcional, que é a representação
da sequência de ligação entre os componentes do circuito elétrico, o
que facilita a interpretação do projeto elétrico para a instalação, ou
mesmo para a manutenção.
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86
PARA SABER MAIS
O livro Instalações elétricas industriais (MAMEDE
FILHO, 2011) traz no capítulo 1 informações
complementares sobre as normas, simbologias,
definições, estratégias e detalhes sobre a concepção de
projetos elétricos e suas representações.
TEORIA EM PRÁTICA
Para que uma pessoa esteja protegida contra choques
elétricos quando acessar e tocar a superfície de
equipamentos com invólucros metálicos (massas), devemos
evitar que ela esteja submetida a tensões superiores a de
contato limite, que depende das características ambientais
do local que o equipamento elétrico está instalado.
Sabendo que você tem um quadro geral de força,
trifásico, com tensão entre fases de 380 V e resistência de
aterramento no ponto de alimentação de 15 Ω, sem resistor
de aterramento entre neutro e terra do transformado, e
que o aterramento é de 3 Ω, calcule a tensão de contato a
que uma pessoa ficaria submetida.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
87
proteção. Quais práticas descritas nos itens abaixo
correspondem à elaboração de um esquema
de proteção?
88
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b. Sugere uma proteção básica que assegura a proteção
em caso de falha da proteção.
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Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 – Resposta A
Para elaborar um esquema de proteção para uma instalação
elétrica, você deve desenvolver uma estratégia de proteção. A
partir dessa estratégia, você deve selecionar os dispositivos de
90
90
atuação, determinando os valores de ajuste desses dispositivos.
Os itens B, C e D descrevem ações dos dispositivos de proteção
para as instalações elétricas, e o item E, as características do relé
digital, um dispositivo de proteção.
Questão 2 – Resposta E
A proteção básica em conjunto com a proteção supletiva
sugerida na norma prevê ainda a divisão das proteções em
quatro classes, sendo, 0, I, II e III. Essas classes são aplicadas
tanto em equipamentos elétricos como componentes ou
projetos construtivos de instalações. As alternativas A e B estão
erradas, pois a primeira proteção contra choques elétricos
garante uma proteção básica que assegura proteção em
condições normais, e a segunda, uma proteção supletiva que
assegura a proteção em caso de falha da proteção básica. A
alternativa E está errada, pois são quatro classes.
Questão 3 – Resposta A
Além do diagrama unifilar que representa o circuito elétrico de
maneira simples e objetiva com os condutores representados por
um único traço, você pode representar o projeto de instalação
elétrica como um esquema elétrico multifilar ou diagrama
elétrico multifilar. Você pode representar, ainda, o seu projeto
por meio de um esquema funcional, que é a representação da
sequência de ligação entre os componentes do circuito elétrico, o
que facilita a interpretação do projeto elétrico para a instalação,
ou mesmo para a manutenção.
91
Desempenho das instalações
elétricas e suas proteções
Autor: Heverton Bacca Sanches
Objetivos
92
92
1. Qualidade de energia e seus agentes
93
fiscalizados pela Aneel, conforme a divisão de superintendências
ilustrada na Figura 28. Os fiscais instruem esses agentes em relação
ao cumprimento de suas obrigações contratuais e regulamentares,
podendo, no descumprimento das normas e leis do setor elétrico, punir
esses agentes com advertências, multas e até a cassação da concessão.
Fonte: aurielaki/iStock.com.
94
94
Os geradores, os distribuidores e as concessionária de energia
elétrica, devido à rígida fiscalização da Aneel, devem acompanhar
e avaliar atentamente todas as interrupções dos seus sistemas
elétricos. O máximo de dados obtidos dos eventos dos sistemas
elétricos deve ser usado na orientação do planejamento e da
estratégia operacional desse sistema na busca da melhoria da
qualidade do fornecimento de energia elétrica.
95
Analisando as interrupções pelo prisma dos custos, a indústria
tem os maiores custos nos primeiros minutos, uma vez que essas
interrupções causam perdas de produção com produtos danificados
e também pela dificuldade de recuperar o ritmo de produção.
Esse custo, para a indústria, tem maior impacto para interrupções
ocorridas entre o meio-dia e às 16h, uma vez que desaceleram o
ritmo de produção.
96
96
Figura 29 – Consumo de energia considerando diversos setores em 2012
Sem contar que existe uma importante demanda hoje em dia pela busca
da sustentabilidade, não só pela mudança na maneira como produzimos
energia, como também na forma como a usamos. Portanto, reduzir a
quantidade de energia necessária para a produção de bens e serviços pode
ser uma oportunidade para melhorias na equação da demanda de energia,
oferecendo benefícios de curto e longo prazos quando relacionado a
investimentos em projetos para geração de energia adicional.
97
A Aneel (BRASIL, 2014), por meio de políticas de incentivo a P&D,
tem buscado melhores resultados em eficiência energética, como,
por exemplo:
• ESCOs (Energy Services Company), que são empresas de
engenharia especializadas em serviços de conservação de
energia, ou melhor, em promover a eficiência energética e de
consumo de água nas instalações de seus clientes;
98
98
O cuidado no dimensionamento da operação de motores à metade
da sua carga, ou seja, sobredimensionados para a carga que operam,
pode ajudar na economia de energia elétrica industrial também.
Considerando uma amostra de 2.119 motores da indústria brasileira
analisada, 36% operavam a menos de 50% da carga nominal (GARCIA,
2003). Operar à baixa carga significa operar a baixo rendimento, em
especial quando a carga é menor que a metade da nominal.
Por isso, políticas de estímulo para a troca dos motores antigos por
novos seriam muito bem-vindas, portanto, programas de desconto,
contratos de performance de energia e leilões de eficiência energética
podem ser medidas adequadas para incentivar o uso desses motores.
Aí entra a importância das ESCOs, que podem ser as empresas que
facilitarão o crédito, treinamento e darão o apoio institucional e, por
que não, farão a conscientização para a evolução da utilização de
motores com maior rendimento.
99
principalmente pela aplicação de novas tecnologias mais eficientes. Bons
resultados para a economia de energia elétrica podem ser alcançados
com a utilização de sistemas de aquecimento solar de água, como o
ilustrado na Figura 30.
Fonte: nrqemi/iStock.com.
100
100
Considerando, ainda, a demanda por sustentabilidade, projetos
arquitetônicos com melhor circulação ou aproveitamento do ar,
áreas verdes nos arredores das construções, bem como sistemas de
climatização mais eficientes com variação de velocidade (tecnologia
Inverter), bem como isolação das áreas climatizadas na busca
do melhor aproveitamento do ar gelado, ou, ainda, sistemas de
reaproveitamento do ar gelado, podem ajudar na melhora da eficiência
no quesito ar-condicionado.
101
5. Dados de consumo e medição
Fonte: pandpstock001/iStock.com.
102
102
• Os circuitos de iluminação;
• Os terminais de motores elétricos;
• Os centros de controle de motores (CCMs);
• Os quadros gerais de força (QGF).
ASSIMILE
Periodicamente, em uma instalação elétrica, você deve fazer
inspeções na busca de defeitos relacionados com fugas de
corrente, perda de contato nas conexões, falta ou dano nas
isolações de cabos e equipamentos, perdas térmicas, consumo
acima do normal, entre outros eventos. Além disso, máquinas
operando fora de suas condições nominais, vazamentos de
água, de ar, falta de isolamento térmico que leva a perdas de
temperatura em ambientes e equipamentos, bem como falta
de lubrificação em máquinas operatrizes levam a um gasto de
energia elétrica acima do normal, portanto, esses itens devem
ser verificados sistematicamente.
103
gestão energética municipal, na iluminação pública, no
saneamento básico, nos equipamentos elétricos, entre
outros setores. Por essas ações, o Procel alcançou em 2017
uma economia de aproximadamente 21,2 bilhões de kWh
(ELETROBRAS; PROCEL, 2017).
Usar os dados anuais do Relatório de resultados Procel
para entender quais ações podem ser tomadas no
desenvolvimento da eficiência energética na indústria, no
comércio ou na residência é uma ótima iniciativa. Esses
dados estão disponíveis no site do Centro Brasileiro de
Informação de Eficiência Energética (PROCELINFO).
TEORIA EM PRÁTICA
Os profissionais que trabalham com instalações
elétricas industriais, ou mesmo sistemas de automação,
eventualmente encontram problemas, defeitos ou
inconformidades dessas instalações.
Se você fosse contratado para atuar na gestão de uma
planta industrial na busca da melhoria do consumo de
energia elétrica e de menores custos operacionais, que
ações tomaria para alcançar bons resultados?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
104
104
a. Desenvolver estratégias de proteção dos sistemas
elétricos.
b. Estabelecer tarifas.
e. Regular e fiscalizar.
c. Harmônicas e distorções.
e. Curtos-circuitos e sobrecargas.
105
b. Usar medidores digitais dotados de memória.
Referências bibliográficas
106
106
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Série
Estudos de Eficiência Energética, Nota Técnica 10/14, Consumo de Energia no Brasil:
análises setoriais. Brasília, 2014. Disponível em: http://www.epe.gov.br/sites-pt/
publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-251/
topico-311/DEA%2026%20Efici%C3%AAncia%20Energ%C3%A9tica%20
e%20Gera%C3%A7%C3%A3o%20Distribu%C3%ADda%20para%20os%20
pr%C3%B3ximos%2010%20anos%5B1%5D.pdf. Acesso em: 18 jun. 2019.
. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Plano
Nacional de Energia 2030. Brasília, 2007. Disponível em: http://epe.gov.br/sites-pt/
publicacoes-dados-abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-165/topico
-173/PNE%202030%20-%20Proje%C3%A7%C3%B5es.pdf. Acesso em: 18 jun 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta A
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é a autarquia
vinculada ao Ministério de Minas e Energia do Brasil responsável
pela regulação, fiscalização, estabelecimento de tarifas,
implementação de políticas e regras para exploração de energia
elétrica e órgão conciliador entre os interesses dos agentes
relacionados a transmissão, distribuição e comercialização
de energia elétrica e o consumidor. Cabe às transmissoras,
distribuidoras e concessionárias definir as estratégias de controle e
proteção para evitar a interrupção de seus sistemas.
Questão 2 – Resposta E
Curtos-circuitos e sobrecargas, respectivamente, correspondem
às principais e mais graves falhas recorrentes nos sistemas
elétricos de potência.
Questão 3 – Resposta A
Considerando os motores elétricos como a principal carga
industrial, as principais medidas de eficiência energética que
podem ser adotadas nos sistemas utilizados pela indústria são:
uso de motor de alto rendimento, a adequação da potência do
motor à carga e o uso de acionadores, como conversores de
frequência e reguladores de tensão.
107
Automação e controle em
sistemas elétricos
Autor: Heverton Bacca Sanches
Objetivos
108
108
1. A automação e o controle de processos
e sistemas
Fonte: o autor.
109
informações do UAD, o sistema de controle ou supervisão retorna uma
mensagem para a UAD atuar sobre o processo monitorado. Essas UAD
podem ser para aquisição de dados e controle (UADC) ou dedicadas
(UD). Os controladores programáveis (CP) e as unidades terminais
remotas (UTR) são exemplos de UADC. Os relés digitais, sistemas de
intertravamento e oscilografia (equipamentos que disponibilizam
informações aquisitadas do sistema em monitor ou papel) são exemplos
de UD. Os CP comandam a manobra de máquinas e equipamentos por
meio da aquisição dos dados do processo pelos seguintes meios:
• Entradas e saídas analógicas;
110
110
Figura 34 – Exemplo de controlador programável
Fonte: LiuNian/iStock.com.
111
ofertados em tempo real ou enviados para um usuário específico. Os
principais CP do mercado podem ser programados pelo uso de cinco
linguagens-padrão:
• ST, que é uma linguagem de texto estruturado (Structured Text);
112
112
2. Os transdutores
113
As principais medidas elétricas que os transdutores oferecem para seus
receptores são:
• Valores de tensão e corrente eficaz;
114
114
Figura 36 – Exemplo de sensor de presença indutivo usados em
linhas de manufatura industrial
Fonte: Morfey713/iStock.com.
• Telas gráficas;
• Alarmes;
• Gráficos de tendência;
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• Interfaces RTU, Remote Terminal Units, e de PLCs;
• Acesso a dados;
• Base de dados;
• Redes de comunicação;
• Tolerância a falhas e redundância;
• Processamento cliente/servidor distribuído.
4. Automação de subestações
116
116
e suas posições, ou seja, aberto e fechado, e ainda toda a informação
de corrente, tensão, potência, entre outras medidas, podem ser
oferecidas por equipamentos digitais de aquisição de dados para um
centro de supervisão e controle (CSC) com a utilização de um sistema de
comunicação de dados digitais.
Fonte: x-reflexnaja/iStock.com.
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5. Uso da automação na gestão de energia
Fonte: AndreyPopov/iStock.com.
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Um exemplo de aplicação de supervisão e controle é o uso de sistemas
de controle da iluminação com melhor aproveitamento da iluminação
natural, automação por meio de sensores de iluminação e dimerização,
e, principalmente, a troca pela tecnologia de Light Emission Diode (LED)
podem levar a ótimos resultados não só nas residências como nos
prédios comerciais, públicos e até mesmo nas indústrias.
ASSIMILE
Os sistemas de supervisão e controle de uma subestação
podem ser centralizados ou distribuídos. Os sistemas de
supervisão e controle centralizados concentram o hardware
e o sistema SCADA em um local único, ou seja, uma casa de
comando ou contrução próxima. Os sistemas de supervisão
e controle distribuídos utilizam unidades terminais remotas
(UTRs) ou unidades de aquisição de dados e controle
(UADC) para (aquisitar) adquirir os dados do sistema de
forma independente e distribuída, e depois disso, enviam as
informações para a central de comando da subestação.
119
digital. Esse protocolo consiste no padrão utilizado para
transmitir os dados do sistema de automação.
O principal protocolo utilizado pelos fabricantes de relés
digitais nos dias de hoje é o IEC 60.850 (IEC, 2013). Portanto,
vale a pena você pesquisar e entender um pouco mais
sobre esse protocolo e suas características.
TEORIA EM PRÁTICA
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
120
120
a. Controlador, processo, sensores e atuadores.
c. UCP e UTR.
e. Protocolos de comunicação.
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c. Dados digitais e analógicos por rede de
comunicação digital.
Referências bibliográficas
Gabarito
Questão 1 – Resposta A
Os principais blocos de um sistema de automação são o
controlador, o processo, os sensores e os atuadores.
Questão 2 – Resposta C
Os CP comandam a manobra de máquinas e equipamentos por
meio da aquisição dos dados do processo pelas entradas e saídas
analógicas e pelas entradas e saídas digitais.
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Questão 3 – Resposta E
As principais medidas elétricas que os transdutores oferecem para
seus receptores são os valores de tensão e corrente eficaz; potência
ativa, reativa e aparente; consumo de energia ativa e reativa;
temperatura, rotação e resistência elétrica.
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