2023 - Zeinil Nordine
2023 - Zeinil Nordine
2023 - Zeinil Nordine
Zeinil Nordine
20180489
Zeinil Nordine
20180489
Declaracao
Para os devidos efeitos e fins convenientes, eu, Abílio Muchanga, docente do ISCTEM,
declaro que, na qualidade de supervisor do estudante Zeinil Nordine, no ano de 2023 ,cujo
tema é relatório de estágio realizado na empresa Pro-Consult, cidade de maputo, no período
de 6 de outubro de 2022 à 18 de agosto de 2023. Após a análise do trabalho, julgo que o
mesmo está em condições para ser apresentado perante um júri para a defesa público.
(Abílio Muchanga)
i
Agradecimentos
Na conclusão deste ciclo importante queria agradecer aos meus amigos e familiares. Em
especial, aos meus pais, por todo o apoio prestado ao longo de vários anos, principalmente, o
grande sacrifício realizado para concretizar esta oportunidade.
Ao meu orientador, Professor Dr. Abílio Muchanga, pela ajuda, orientação e disponibilidade.
A todos,
muito obrigado.
ii
Resumo
iii
Abstract
This academic internship report aims to describe the activities developed throughout the
academic internship for the purpose of culminating the accounting and auditing degree course
carried out at Pro-Consult, which provides services in the areas of accounting, taxation and
auditing. The internship lasted ten months and aimed to develop the intern's professional
knowledge in the area of financial accounting to facilitate future integration into the labor
market. The work carried out was very enriching, as it allowed direct contact with the
activities carried out and thus having some knowledge of the professional life expected in the
future, essentially, during classes on the Accounting and Auditing course at ISCTEM.
The aim of the academic internship was to encourage introduction into the world of work and
provide minimum professional experience in a work environment; enable contact with
workers, in order to create and develop habits of collaboration and coexistence typical of this
environment, stimulate reflection on the situations to be experienced in internship sites and
the development of solutions, complement academic training allowing to establish a
confrontation between the theoretical comparisons obtained at ISCTEM with the reality of
the job market.
During the internship, activities related to receiving documents, organizing and archiving
information, classifying and posting documents, calculating VAT, completing tax obligations
and preparing financial statements were developed. the area of accounting and taxation.
iv
LISTA DE SIGLAS
v
Índice
Agradecimentos..........................................................................................................................ii
Resumo.....................................................................................................................................iii
Abstract.....................................................................................................................................iv
LISTA DE SIGLAS...................................................................................................................v
CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO.................................................................................................1
1.1. Justificativa..........................................................................................................................2
1.2. Objectivos............................................................................................................................3
1.2.1. Geral.................................................................................................................................3
1.2.2. Específicos.......................................................................................................................3
3.6.2. Balanço...........................................................................................................................16
4.2. Fiscalidade.........................................................................................................................31
5.1 Conclusão...........................................................................................................................35
5.2. Recomendações.................................................................................................................36
6. Referências Bibliográficas...................................................................................................38
ANEXOS..................................................................................................................................41
CAPÍTULO I- INTRODUÇÃO
1
apresentação da instituição e é constituído pelo histórico, pela estrutura orgânica, missão, visão e
bem como pelos objectivos. O terceiro capítulo é dedicado a descrição das actividades
desenvolvidas e das principais discussões teóricas referentes as mesmas. Por fim, as conclusões e
recomendações.
1.1. Justificativa
2
1.2. Objectivos
1.2.1. Geral
Descrever as actividades desenvolvidas durante o período de estágio académico
1.2.2. Específicos
Recepção e classificação de documentos de acordo com o PGC
Apuramento e preenchimento das declarações fiscais
Lançamento no sistema de contabilidade (Cache)
Produção e análise do balencete do final do período
Elaboração das demonstrações financeiras.
3
CAPÍTULO II- METODOLOGIA
A elaboração deste relatório foi possível graças a, numa primeira fase, uma observação
participante e directa das tarefas realizadas habitualmente no departamento de contabilidade.
Após a compreensão destes conhecimentos foram estes colocados em práctica, passando a
realizar as mesmas tarefas que antes apenas tinha observado.
Para obtenção da informação analisada, procedeu-se a pesquisa bibliográfica, que consistiu na
busca de conceitos teóricos em livros, artigos científicos, publicações em jornais e Internet, de
matérias relacionados com a contabilização das subvenções governamentais, com vista a
definição dos principais conceitos usados ao longo do trabalho.
Por forma a melhor conhecer e caracterizar a entidade acolhedora, as técnicas utilizadas foram a
recolha da informação junto dos responsáveis e colaboradores da entidade.
Para a realização das principais tarefas do estágio, conforme descritas no Capítulo V, foram, para
além da recolha de informação junto dos colaboradores da entidade , houve necessidade também
de recorrer a pesquisa documental da legislação relevante para prática da contabilidade e
prestação de contas das entidades públicas moçambicanas e para além da análise documental,
também para o presente trabalho recorreu-se ao método descritivo para abordar aspectos relativos
ao tratamento contabilístico das subvenções governamentais recomendado pelas NIRF, assim
como à luz do PGC-NIRF.
4
CAPÍTULO III- REVISÃO DE LITERATURA
Ainda, segundo Szuster et al. (2013), a Contabilidade é o processo onde suas metas são registrar,
resumir, classificar e comunicar as informações financeiras. Os inputs deste processo são as
transações que a empresa efectua. Os outputs são as Demonstrações Financeiras, no qual é gerado
o banco de dados das empresas. Por exemplo, pode ser citado que a Contabilidade é uma
indústria, onde a sua matéria prima são os dados econômico-financeiros, que são gerados através
dos correctos registros, obtendo como produto final, as Demonstrações Financeiras.
Ou seja, segundo Szuster et al. (2013), o propósito básico da Contabilidade é providenciar aos
diretores, gerentes e administradores da empresa, e todos os interessados, informações relevantes
para uma excelente atuação.
A génese da contabilidade é explicada, segundo a maioria dos autores, pela necessidade sentida
pelo homem de preencher as limitações da memória, mediante um processo de classificação e
registo que lhe permitisse recordar facilmente as variações sucessivas de determinadas grandezas,
para que em qualquer momento pudesse saber da sua extensão.(Borges et al 2005:31).
Devido aos constantes desafios que confrontam a Contabilidade, causados pelas alterações que
acontecem no mundo de negócios e das empresas, o Contabilista sente cada vez mais necessidade
de definir a sua posição na economia global (Ferreira I. M., 2012).
O Contabilista conta com as novas tecnologias de informação, com novos desafios, sendo eles os
principais prestadores da informação para garantirem aos stakeholders a produção de informação
credível à tomada de decisões através do uso de análise de processos e técnicas de gestão.
Contudo, produzir informação útil para a tomada de decisões não é totalmente satisfatório. Assim
é indispensável que o Contabilista assuma um papel ativo no processo de tomada de decisão.de
modo que tenha uma visão vasta, não se restringindo aos números apresentados no balanço, à
classificação de contas e ao cálculo de impostos. (Ferreira I. M., 2012)
Como já foi dito anteriormente, a profissão de Contabilista cada vez mais tem grande influência
sobre os negócios, especialmente, por estes serem os principais produtores da informação
financeira. Assim, esta profissão passou a ocupar um papel importante na sociedade. Mesmo
assim, depara-se com uma variedade de situações que podem colocar em causa a ética e moral
dos Contabilistas no processo de tomada de decisão. A ética, como ato de excelência empresarial
funciona, por isso, como uma ferramenta indispensável no processo de tomada de decisões nas
organizações (Barata, 1996).
É possível verificar que os Contabilistas podem viver um dilema ético na sua profissão, pois no
seu quotidiano devem fazer escolhas. Para um Contabilista, a ética é mais do que um conceito. A
ética é uma peça fundamental que deve ser levada em consideração em todas as atividades, pois o
Contabilista é considerado responsável pelos seus atos, desta forma, qualquer ato que colida com
o código de ética profissional, acarreta consequências graves (Kraemer, 2001).
6
3.3. Áreas de Actução do Contabilista
Em relação a área de atuação como contador em empresas, segundo Veiga e Santos (2016),
quando os empreendedores são iniciantes, com o objetivo de conquistar clientes, possuem a
tendência de precificar as coisas de forma incorreta. Alguns quantificam mal seus custos e
despesas e ofertam os seus serviços, e depois, surgem dificuldades para entrega dos serviços e
produtos por falta de caixa, e ainda, outros cobram o que o mercado suporta e assim acabam
perdendo mercado, incentivando a concorrência. Assim, fica ainda mais evidenciada a
importância do profissional contábil nas empresa.
Já nos órgãos públicos, segundo Araújo e Arruda (2009), o comando dos interesses da
coletividade, por meio da administração pública, cabe ao administrador público, sendo ele efetivo
ou temporário, denominado responsável pela gestão dos negócios do Estado. O administrador
público possui competência decisória, tem poderes e funções para exercer, mas também possui
deveres específicos a serem cumpridos, e responsabilidades próprias. Compete a ele planeiar,
dirigir, acompanhar e controlar os projetos, as atividades e os programas governamentais, com a
garantia do cumprimento de metas preestabelecidas no plano de governo em relação a
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade.
7
3.4. A Contabilidade como Sistema de Informação
Segundo Borges, Rodrigues, & Rodrigues (2010), a Contabilidade tem a ver com um sistema de
informação que faculta conhecimento da situação económico-financeira da empresa no seu todo
ou de qualquer uma das parcelas em que se pretenda subdividir. Os mesmos autores também
consideram que a Contabilidade se enquadra no denominado paradigma da utilidade
8
3.5. Operações de Encerramento de Contas
Conferência de saldos das contas incluídos no balancete do último mês do exercício económico,
nomeadamente: conciliação dos valores em caixa com as folhas de caixa fornecidas pela entidade;
conciliação das contas de depósitos bancários; mapa das aplicações financeiras mensuradas ao
custo ou ao justo valor; conferência das contas correntes de clientes, fornecedores, Estado,
financiamentos obtidos, acionistas e outros devedores e credores, incluindo os saldos com
empresas do grupo e partes relacionadas; identificação dos valores registados em moeda
estrangeira para o cálculo das diferenças de câmbio tendo como referência o último dia do
exercício económico; verificação de gastos e rendimentos do período tendo em conta os
acréscimos e diferimentos e relação dos processos em contencioso e em mora de clientes e outros
devedores de forma a validar a necessidade de constituição/reforço de imparidades para dívidas a
receber, contagem física dos inventários e a sua valorização, tendo por base o sistema de
inventário (permanente/intermitente) e o método de custeio utilizado, identificação de bens
obsoletos ou de valores contabilísticos superiores ao valor comercial dos bens para proceder aos
ajustamentos. Verificação dos ativos fixos tangíveis e intangíveis, propriedades de investimento
(Cerqueira, 2019).
9
3.5.1. Cálculo das Depreciações e Amortizações do Exercício
Segundo Nogueira (2013), depreciações e amortizações são os custos de desgaste de ativos cujo
possui num tempo de vida económica limitada. A depreciação é a redução do valor do bem
(ativos tangíveis) ao longo do tempo. Existem vários métodos para calcular as depreciações e
amortizações. O mais comum é o que define uma vida útil para o bem em questão e divide o valor
do bem por essa vida útil em partes iguais – é o denominado método das quotas constantes assim,
a taxa e a base de cálculo são fixas, será sempre esse valor depreciado ou amortizado em todos os
períodos. Existe ainda os métodos das quotas decrescentes, que deprecia a maior parte do valor
dos bens durante os primeiros anos da sua vida útil e o método das quotas crescentes, que
funciona exatamente ao contrário. As depreciações aplicam-se aos ativos fixos tangíveis e as
amortizações aos ativos intangíveis.
Os ativos fixos não se consomem num só periodo económico, mas sim e em princípio, no número
de anos previstos para a sua vida económica. Por outro lado, à medida que vão sendo usado tais
ativos, a sua utilidade diminui, até se chegar teoricamente a uma atividade nula (valor nulo). Em
síntese, os bens utilizados em suscessivos períodos vão perdendo valor uma vez que a operação
que visa, ao mesmo tempo, a imputação do custo da utilização dos tais ativos pelos diversos
periodos económicos e sua devida atualização, chama-se depreciação ou amortização (Borges,
Rodrigues, & Rodrigues, 2014).
No entanto, Sharm (2015), sustenta que, na prática, a depreciação não é uma quantia
objetivamente determinável, mas sim uma estimativa baseada em julgamentos individuais. Neste
sentido podemos afirmar que, há uma grande necessidade de juízo de valor por parte dos
preparadores da informação financeira em determinar o valor depreciável dos ativos.
10
3.5.2. Cálculo das Imparidades
Segundo Borges, Rodrigues, Rodrigues e Rodrigues (2007, p.146), “considera-se que um ativo
está em imparidade quando: A quantia escriturada na contabilidade excede a sua quantia
recuperável; Um ou mais acontecimentos, que ocorreram após o reconhecimento inicial do ativo,
constituírem prova objetiva dum impacto negativo na quantia recuperável do mesmo. As perdas
esperadas como resultado de acontecimentos futuros, independentemente do grau de
probabilidade, não são reconhecidas.
As imparidades acontecem quando um Ativo tem uma quantia recuperável inferior à quantia
escriturada, isto é, o valor que poderemos recuperar é inferior ao descrito na contabilidade.
Existem vários tipos de Imparidade e são elas em dívidas a receber, em inventários, em
investimentos. (Silva & Cruz, 2011)
11
3.5.3. Aplicação do Regime do Acréscimo
Segundo Pena (2013), no que diz respeito ao regime do acréscimo, também designado de
princípio da especialização dos exercícios ou da periodização económica, em termos práticos, o
que releva é que, independentemente do dinheiro em caixa, o lucro se obtém pela diferença entre
rendimentos e gastos. De um modo mais técnico, as transações e outros acontecimentos devem
ser reconhecidos quando ocorrem, sendo registados contabilisticamente e relatados nas
demonstrações financeiras dos períodos com os quais se relacionam. Quanto à assunção de
continuidade, esta significa que, na elaboração das demonstrações financeiras, temos de assumir
que a empresa vai continuar a operar no futuro previsível.
Desta forma, as demonstrações financeiras preparadas de acordo com o regime do acréscimo dão
informação aos utentes não apenas das transações passadas envolvendo os pagamentos e os
recebimentos de caixa mas também das obrigações de pagamento ou os direitos de recebimento
futuro. Proporciona-se assim aos utentes informação sobre transações e acontecimentos passados
mais ajustadas e úteis para o processo de tomada de decisão
12
3.5.4. Apuramento do CMVMC
De acordo com Almeida et al, (2012, p.314), “a conta referente ao custo de mercadorias vendidas
e matérias consumidas (CMVMC), é utilizada para o reconhecimento do custo de matérias
vendidas e matérias consumidas, quer pela sua venda quer pela sua integração no processo
produtivo”.
Inventário Permanente
O inventário permanente possibilita que o custo unitário de cada item fabricado ou vendido pela
empresa seja reconhecido a cada movimentação, bem como o saldo físico e financeiro atualizado.
Além disso, uma entidade que possui grande movimentação de materiais tem como vantagem ao
adaptar-se a essa modalidade de inventário não ter necessidade de interromper suas atividades
para a concepção do seu inventário (FRANCO, 1996).
Segundo Padoveze (2009, p. 175) esse sistema de inventário é intitulado como “um sistema de
controle de estoque que apura o saldo em valor das movimentações do item imediatamente após
as suas transações.”
Inventário Periódico
Segundo Viana (2002, p. 381), “a contagem periódica dos itens existentes é para efeito de
comparação com os estoques registrados e contabilizados em controle da empresa a fim de
comprovar sua existência e exatidão”.
13
3.6. Demonstrações Financeiras
As DF´s têm por objetivo proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho
e das alterações na posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto leque de utentes
na tomada de decisões económicas. No entanto, a informação fornecida não é suficiente para a
tomada de decisões uma vez que retratam acontecimentos passados e exclusivamente financeiros.
As suas quatro principais características qualitativas são a compreensibilidade, a relevância, a
fiabilidade e a comparabilidade (Lopes, 2013).
As DF´s a serem elaboradas devem respeitar as disposições apresentadas na NCRF 1 aquando das
Bases para Apresentação das Demonstrações Financeiras:
Continuidade, pressupondo que a entidade irá prosseguir com a sua atividade nos períodos
seguintes;
Regime do acréscimo, as demonstrações financeiras devem seguir o regime do acréscimo,
exceto a demonstração dos fluxos de caixa;
Consistência de apresentação, prevendo demonstrações financeiras semelhantes de um
período para outro;
Materialidade e agregação, evidenciando separadamente as rubricas materialmente
relevantes;
Compensação, não procedendo à compensação de ativos e passivos nem de rendimentos e
gastos;
Informação comparativa, apresentando os valores relativos ao período anterior para efeitos
de comparação;
Identificação das demonstrações financeiras, impondo a identificação clara e distinta entre
as diferentes demonstrações financeiras ou outros documentos relevantes;
Período de relato, sugerindo a periodicidade anual.
Segundo a NCRF 1 o conjunto completo das DF´s é composto pelo balanço, demonstração dos
resultados, demonstração das alterações no capital próprio, demonstração dos fluxos de caixa e
anexo.
14
3.6.1. Importância e Objectivos
Para Braga (2009, p. 65) as demonstrações financeiras têm, portanto, por objetivo, revelar, a todas
as pessoas interessadas, as informações sobre o patrimônio e os resultados da empresa, a fim de
possibilitar o conhecimento e a análise de sua situação patrimonial, econômica e financeira.
O uso destas demonstrações pode ser adquirido por qualquer usuário relacionado com a empresa,
sejam eles empregados, acionistas e/ou gestores. Elas são utilizadas principalmente para análises
e auditorias que a empresa possa ter. Braga (2009) destaca que o objetivo das demonstrações, é
fornecer informações que sejam importantes e úteis para a tomada de decisões e para avaliações
feitas pelos usuários, sem ter o propósito de atender a qualquer finalidade ou necessidade
específica.
Padoveze (2011, p. 27) cita que “essas demonstrações básicas (BP e DRE) são complementadas
por outras demonstrações, objetivando alargar a visão sobre o empreendimento, enfocando
diversos outros aspectos sobre o desempenho da empresa”.
Ribeiro (2010, p. 37) destaca que: São usuários das informações financeiras as pessoas físicas e
jurídicas que as utilizam para registrar e controlar a movimentação de seus Patrimônios, ou que,
direta ou indiretamente, tenham interesse no controle, na apuração de resultados, na avaliação da
situação patrimonial, econômica e financeira, e na análise do desempenho e desenvolvimento de
uma ou mais entidades, como empresários (empresas individuais), sócios e acionistas (empresas
societárias), gerentes, administradores, governo, fornecedores, clientes, bancos etc.
15
3.6.2. Balanço
O balanço apresenta-se então como uma demonstração financeira indispensável para a avaliação
do negócio de uma entidade pois permite compreender a situação financeira e patrimonial da
mesma, indicando todos os bens e direitos que a empresa possui bem como as obrigações a
cumprir (Rodrigues, 2019).
Ele é composto por duas colunas, sendo que a coluna do lado esquerdo representa o que a
empresa possui, e é de denominada de Ativo; e a do lado direito que discrimina a origem dos
recursos, conhecida como Passivo. A diferença entre o Ativo e o Passivo é igual ao Patrimônio
Líquido, sendo este os recursos próprios da empresa que pertencem aos seus sócios (Marion,
2009).
O Balanço Patrimonial é o relatório mais importante gerado pela contabilidade, pois através dele
o usuário terá uma visão da situação financeira e econômica da entidade ao fim do período. Ao
elaborar essa demonstração, o usuário irá conhecer todos os componentes que compõe esse
balanço, assim como a origem desses recursos e suas respectivas aplicações. (Marion, 2009).
Conforme explicitado na NCRF 1, a distinção entre o corrente e o não corrente recai sobre a
realização ou liquidação de quantias até ou após, respetivamente, doze meses após a data do
balanço. Os ativos não correntes também se revelam importantes na análise do balanço, pois
permitem confrontar os investimentos ou desinvestimentos do período de relato com o mesmo
período do ano anterior. Deverá considerar-se também a análise dos passivos não correntes, dado
que existem pagamentos a serem liquidados num período superior a um ano, tais como uma
locação financeira ou um financiamento em curso. Por fim, o capital próprio, que destaca a
evolução do património da entidade para o período de relato. A equação fundamental do balanço
impõe que o somatório dos ativos deverá igualar o somatório dos passivos com o capital próprio.
16
3.6.3. Demonstração dos Resultados
Para Marion (2009), a DRE é um demonstrativo contabilístico que gera informações relevantes
através do confronto de despesas e receitas para a tomada de decisão, tendo como uma das
principais funções confrontar todas as despesas realizadas, assim como as receitas que foram
recebidas pela empresa no ano em questão. Sendo assim, se tornando uma forma de especificar
todas as operações uma a uma, dentro dos grupos de contas patrimoniais a que pertencem.
Existem dois tipos de Demonstrações dos Resultados que são a Demonstração dos Resultados
(designada também por DR) por Funções e por Naturezas. A DR por Naturezas é obrigatória,
porém, a diferença entre elas consiste na apresentação dos gastos, que pode ser apresentada ou
por Naturezas ou por Funções. A escolha entre uma ou outra depende de como os gestores têm
organizada a sua contabilidade, ou seja, se a contabilidade estiver dividida por centros de custos é
aconselhada a DR por Funções, apesar de também apresentarem a DR por Naturezas, porque
permite uma maior facilidade de apresentação dos dados. A DR por Naturezas, deve ser escolhida
quando a empresa não utiliza os centros de custos e imputa os gastos de uma forma geral (Farinha
& Cascais, 2011).
Segundo Matarazzo (2010), o lucro ou prejuízo é apurado por meio das receitas, custo e despesas
da empresa, e são apropriadas conforme o regime de competência, ou seja, independente de que
esses valores tenham sido pagos ou recebidos, sendo assim, a DRE retrata apenas o fluxo
econômico e não monetário - fluxo de dinheiro.
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3.6.4. Notas Explicativas
Para conceituar basicamente o que são as Notas Explicativas, Ribeiro (2010, As Notas
Explicativas são esclarecimentos que visam a complementar as demonstrações financeiras e a
informar os critérios contabilisticos utilizados pela empresa, a composição dos saldos de
determinadas contas, os métodos de depreciação, os principais critérios de avaliação dos
elementos patrimoniais, etc. Enfim, elas facilitam a interpretação dos dados contidos nas
demonstrações financeiras.
Lopes de Sá (2007) entende a Nota Explicativa como algo que separadamente não tem valor
contábilistico muito do que se tem demonstrado em Notas Explicativas, tem apenas o sentido de
aclarar o que já está expresso.
2. Divulgar a informação exigida pelas Normas Internacionais de Contabilidade que não seja
apresentada noutro lugar nas demonstrações financeiras;
3. Proporcionar informação adicional que não seja apresentada na face das demonstrações
financeiras mas que seja necessária para uma apresentação apropriada.
18
3.6.5. Demonstração de Alterações de Capital Próprio
Segundo Neves (2012), esta demonstração financeira é útil para os analistas financeiros, uma vez
que sintetiza as alterações que são contabilizadas diretamente nesta conta do balanço e das
operações com os detentores de capital nesse período, nomeadamente, realizações de capital,
realizações de prémios de emissão, distribuições de lucros, entrada para cobertura de perdas, etc.
19
CAPÍTULO V- APRESENTAÇÃO DA EMPRESA E ACTIVIDADES DESENVOLVIDAS
PELO ESTAGIÁRIO
Neste capítulo apresenta-se um breve historial da sociedade, descreve-se todos serviços prestados
pela empresa e a sua estrutura organizacional, serão abordadas, de forma detalhada as tarefas
realizadas pelo estagiário no ambiente laboral da entidade acolhedora. O estagiário iniciou os seus
serviços na entidade começando por se integrar, conhecendo os futuros colegas, o objecto social
da entidade, os seus clientes e métodos de trabalho. Após a integração na entidade, o estagiário
desenvolveu actividades específicas nas áreas da contabilidade e fiscalidade.
A sociedade Pro-Consult, Contabilidade e auditoria, Consultoria Fiscal, Lda. é uma sociedade por
quotas sediada na cidade de Maputo, na avenida Patrice Lumumba, com o contribuinte nº
400105286, tem como ramo de actividade a prestação de serviços contabilísticos e fiscais. Foi
fundada há 19 anos, com um capital social de 10.000 meticais.
O departamento de contabilidade formado por sete funcionários, três com curso técnico-
profissional de contabilidade, dos quais dois são membros da (OCAM), um funcionário formado
pelos Instituto de Transportes e Comunicações (ITC) e dois pelo Instituto de Comercial de
Maputo (ICM), três estagiário e uma assistente responsável por toda a parte fiscal da empresa e
assuntos fiscais de clientes.
Das diversas atividades que a entidade exerce, esta centra-se numa principal que é a prestação de
serviços de contabilidade e fiscalidade. Para proporcionar uma gestão mais eficiente e apropriada
do negócio dos seus clientes, e como consequência solidificar uma relação mais próxima com
20
estes, prestam, também, os colaboradores da Pro-Consult a atividade de aconselhamento de
gestão. Através do reporte financeiro periódico presta a entidade acolhedora um serviços
personalizado de aconselhamento aos seus clientes quanto às estratégias de futuro e análise de
períodos passados aos seus clientes.
No que diz respeito aos recursos informáticos e tecnológicos da empresa os responsáveis optaram
pela escolha do certificado programa contabilístico Cache, para complementar a execução das
tarefas diárias contamos também com as ferramentas básicas do Windows, o Word, importante
para redigir cartas, circulares e outros documentos, e o Excel, para a elaboração de mapas e
tabelas relevantes, para auxiliar em conferências e para o cálculo de alguns rácios relevantes e
fundamentais para as análises periódicas.
21
No que diz respeito ao hardware, conta a Pro-Consult com um conjunto de computadores ligados
em rede a um servidor, onde se centraliza a informação, efetuando-se, a cada final de semana,
cópias de segurança para um disco externo para salvaguardar a informação e trabalho
desenvolvido durante a semana de trabalho. Dispõe ainda de duas impressoras, uma com fax,
calculadoras, entre outro material de escritório.
A Pro-Consult têm como missão ser uma empresa especializada no ramo de soluções a nível
contabilístico e fiscal de acordo com as necessidades dos clientes, quer estas sejam de carácter
individual ou em sociedade, procurando sempre acrescentar valor aos seus clientes e
colaboradores. Trabalha em conjunto com os seus clientes, contribuindo para a sua adaptação
contínua às mudanças do ambiente concorrencial, através do trabalho dos seus funcionários que
asseguram o fornecimento de serviços que vão ao encontro das suas expectativas.
A Pro-Consult têm como visão e aspiração ser uma empresa de sucesso em soluções ao nível
contabilístico e fiscal, ao fornecer sempre os melhores serviços com total credibilidade, revelando
uma abertura à mudança do meio envolvente com o propósito de acompanhar e ir ao encontro
daquilo que os clientes esperam. O objectivo é a satisfação de quem procura os seus serviços,
oferecendo qualidade elevada a preços competitivos.
A Pro-Consult têm como valores: qualidade, clientes, pessoas, integridade, melhoria. A qualidade
do serviço prestado ao cliente é a principal prioridade, procurando contribuir para o sucesso dos
mesmos, ao serem estabelecidas alianças de longa duração com estes, promovendo a confiança e
credibilidade dos serviços prestados. As pessoas, ou seja, os colaboradores são a razão e a força
da empresa. É o empenho, dedicação e a inteligência dos mesmos que determinam a reputação da
empresa, o que mostra que o envolvimento e o trabalho em equipa são essenciais para o sucesso
da organização. A integridade não fica comprometida, dado apostarem numa gestão honrada e
responsável, verificando-se a credibilidade dos serviços prestados. A busca da excelência é a
razão de ser da empresa, daí a busca de uma melhoria constante ser essencial para a organização.
22
5.2. Atividades Desenvolvidas Durante o Estágio
O arquivo e organização dos documentos contabilísticos e fiscais é o primeiro passo para que a
contabilidade seja clara e fidedigna. Assim, o processo contabilístico atravessa algumas etapas
que apesar de rotineiras são imprescindíveis e exigem precaução e cuidado no tratamento e
interpretação da informação.
A prestação de serviços de contabilidade por parte de qualquer empresa deste ramo, inicia ‐se na
recepção dos documentos contabilísticos, entregue pela empresa cliente. Estes documentos são
escritos comerciais que descrevem e comprovam os factos patrimoniais descritos pela
contabilidade (Borges et al, 2003).
De acordo com Borges et al (2003), os factos patrimoniais documentados são a de todo o registo
contabilístico, podendo distinguir‐se os documentos de movimento interno elaborados no seio da
empresa e que se destinam exclusivamente ao uso interno, e o documentos de movimento externo
que provêem ou se destinam ao exterior, tais como facturas, recibos, notas de crédito, entre
outros.
Os documentos são organizados por meses e, de seguida, por uma certa ordem de acordo com os
procedimentos previamente estabelecidos pela Empresa, verificar se todos os documentos estão
de acordo com o artigo 27.º 1 Assim, a documentação, como facturas, recibos, notas de crédito,
notas de débito, vendas a dinheiro, depósitos, entre outros, é organizada pela seguinte forma:
1. Facturas emitidas a clientes por vendas ou serviços prestados (por ordem cronológica);
2. Facturas ou vendas a dinheiro de fornecedores são organizadas por ordem alfabética de
fornecedores e por ordem de datas quando existam várias facturas do mesmo fornecedor;
3. Facturas relativas a despesas gerais (água, luz, comunicações, rendas, honorários, entre
outros) são organizadas pela ordem estabelecida na conta de fornecimentos e serviços
externos no PGC e por ordem cronológica, caso haja facturas contabilizadas na mesma
conta;
4. Recibos dos fornecedores, que têm o mesmo tratamento das facturas;
5. Despesas bancárias, tal como encargos bancários, juros, imposto de selo, entre outros.
6. Os que não têm qualquer validade, quer contabilística, quer fiscal.
1
Os documentos devem conter todos elementos necessários ao cálculo do imposto comportando todos os dados
necessários ao preenchimento da declaração periódica do imposto.
23
5.2.2. Classificação dos Documentos Contabilísticos
A sociedade dispõe de diversos computadores, todos ligados em redes, sendo a assistência técnica
feita por uma empresa especializada. Quanto ao software, é utilizado um software Cache, com
várias funcionalidades, que permitem efectuar a maioria das operações relacionadas com a
Contabilidade Geral, desde o lançamento de documentos, apuramentos de IVA, análises de
extractos de clientes e fornecedores, até ao balanço e demonstração de resultados.
2
Geralmente, a classificação faz‐se colocando os códigos de contas previstos no PGC
24
5.2.4. Apuramento e Preenchimento de Declarações Fiscais
No dia 01 de Janeiro de 2023, entrou em vigor a Lei nº 22/2022, de 28 de Dezembro, que aprova
o novo Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), entre as principais alterações do
novo diploma legal destaca a redução da taxa do imposto IVA que passa de 17% a 16%.
O cálculo do IVA a pagar ou a recuperar é feito pela diferença entre o IVA liquidado e o IVA
dedutível e as respectivas regularizações a favor do Estado ou a favor do Sujeito Passivo. O
modelo A deve ser submetida na repartição fiscal competente ou entrega electrónica no portal do
contribuinte onde gerará uma guia para pagamento que deve ser paga dentro do prazo 3. Pode o
apuramento resultar em imposto a recuperar, podendo este ser reportado para períodos de
apuramento seguintes.
3
Os prazos de pagamento estão descritos nos artigo 32.º do CIVA
25
5.2.6. Retenção na Fonte – Modelo 19
Segundo o artigo 1.º nº 1 do Código do Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares, “o
imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRPS) é um imposto directo que incide sobre
o valor global anual dos rendimentos, mesmo quando provenientes de actos ilícitos“,
Segundo código do IRPS a determinação do rendimento coletável depende das taxas imputáveis a
cada categoria de rendimentos e das formas de cálculo específicas de cada categoria. Os artigos
do IRPS clarificam as regras gerais e os mecanismos de aplicação da retenção na fonte para os
rendimentos das categorias
26
5.2.7. Produção Análise do Balancete
27
Conferir os empréstimos bancários bem como as locações financeiras, comparando as
respetivas contas do balancete com os planos de pagamento emitidos pelas instituições
financeiras;
Apurar os clientes de cobrança duvidosa, analisando os créditos de clientes em mora, de
forma a poder executar as devidas imparidades;
Verificar se as contas de outros devedores e credores correspondem aos valores que
efetivamente são devidos a liquidar ou a receber;
Regularizar as estimativas de férias e subsídios de férias liquidadas no exercício, e estimar
os valores a liquidar no ano seguinte, estas últimas respeitantes ao exercício em causa;
Estimar os valores a liquidar ou a receber no próximo exercício, cujo gasto ou rendimento
já foi imputado ao exercício corrente;
Verificar as compras de ativos fixos tangíveis ou de intangíveis, questionando sobre a sua
permanência ou não, e inspecionar os respetivos mapas de amortizações e depreciações;
Realizar a regularização de existências, solicitando ao cliente a contagem física do
inventário a 31 de dezembro, e no caso de inventário intermitente, assumir o custo das
mercadorias vendidas e das matérias consumidas;
Realizar a estimativa do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas a liquidar.
Após todas as conferências estarem realizadas, pode elaborar-se com certeza e fiabilidade todas as
demonstrações financeiras, de modo a melhor conhecer os resultados da empresa e a sua posição
financeira.
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5.2.8. Elaboração das Demonstrações Financeiras e Prestação de Contas
Uma vez finalizadas todas as operações de fim de exercício, segue-se a elaboração das
Demonstrações Financeiras (Balanço, Demonstração de Resultados, Demonstração das
Alterações no Capital Próprio e Anexo). As duas primeiras Demonstrações foram realizadas via
software Cache sendo depois confirmadas e assinadas pelo Técnico Oficial de Contas e pela
Gerência nesse sentido, fui encarregue de auxiliar na preparação das DFs de algumas das
empresas pelas quais o grupo é responsável pela contabilidade. Este trabalho consistiu em, tendo
como exemplo os relatórios e contas do exercício anterior, e utilizando como principal fonte de
informação o balancete final, preencher o Excel das notas ao anexo das demonstrações financeiras
para em seguida as mesmas serem elaboradas.
Anualmente, todas as empresas têm que proceder à prestação de contas, como podemos
comprovar no nº1 do artigo 169º do Código das Sociedades Comerciais os membros da
gerência/administração devem elaborar e submeter aos órgãos competentes da sociedade o
relatório de gestão, as contas do exercício e demais documentos de prestação de contas previstos
na lei, relativos a cada exercício anual.
A prestação de contas é o meio pelo qual uma entidade apresenta aos seus detentores de capital e
a terceiros a atividade desenvolvida e os resultados obtidos durante o período de relato, bem como
a posição financeira no final desse período, apresentando ainda os valores obtidos no período
anterior.
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CAPÍTULO VI- RELAÇAO ENTRE A FORMAÇAO ACADEMICA E A OBTIDA NO
AMBIENTE DE TRABALHO
O estágio decorreu durante 10 meses, para a realização do estágio na Pro-Consult, foi bastante
importantes os conhecimentos transmitidos nas disciplinas que integram o curso de Contabilidade
e Auditoria.
De acordo como Atkinson (2000) contabilidade financeira lida com elaboração e a comunicação
de informações econômicas de uma empresa dirigida a uma clientela externa: acionistas, credores,
entidades reguladoras e autoridades governamentais tributárias. Esse processo é muito
influenciado por autoridades regulamentadoras e fiscais que estabelecem padrões, bem como por
exigências de auditorias independentes.
Os conhecimentos adquiridos nesta cadeira foram aplicados pelo estagiário nas seguintes funções
exercidas que tinham como objectivo final a elaboração das demonstrações financeiras das
empresas:
30
4.2. Fiscalidade
A fiscalidade e uma expressao que hoje tem um sentido tecnico amplo e que corresponde aos
anseios dos que querem apetrechar-se para uma vida profissional com conhecimento variados e
práticos sobre as estruturas dos órgãos da administração fiscal, actuação destes e dos contribuintes
perante as imposições legais, designamente as acções necessarias ao lançamento, liquidaçao e
cobrança do imposto (Guimarães 2001).
Os conhecimentos adquiridos nesta cadeira possibiliram-me estar familiarizado com as leis que
regulamentam o exercício da actividade económica na República de Moçambique no Sistema
Fiscal Moçambicano, permitiram-me ter um fundamento fiável no âmbito da aplicação da lei
fiscal e nas áreas principais do imposto (IVA, IRPC, IRPS, SISA, etc.) que surgem na prática
profissional e que permitem resolver problemas não estruturados.
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4.3. Ética e Deontologia Profissional
Segundo Rocha (2010, p. 15) “[a] ética tem servido, ao longo dos tempos, como uma espécie de
semáforo que regula o desenvolvimento histórico e cultural da Humanidade, num cruzamento
onde desembocam a Moral, a Filosofia, a Religião e a Sociedade”.
Sendo assim, a deontologia seria o tratado do dever ou o conjunto de deveres, princípios e normas
adotados por um determinado grupo profissional. A deontologia é uma disciplina da ética,
especialmente adaptada ao exercício de uma profissão. Logo, a deontologia não é mais de que a
ética aplicada a uma atividade profissional (Rocha, 2010).
A importância do trabalho em grupo, como comunicar num ambiente de trabalho são teorias
dadas na cadeira de Ética e Deontologia Profissional. Tive a oportunidade de ver que o trabalho
em grupo é eficiente se todos no grupo contribuirem ao máximo e se trabalharem como uma
equipa interligada, não apenas a fazerem a parte da tarefa que cabe a cada membro.
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4.4. Avaliação Crítica do Estágio
De uma forma geral, o estágio realizado foi proveitoso, tendo sido possível aplicar os
conhecimentos adquiridos no curso de Contabilidade e Auditoria, e a experiencia adquirida ao
longo do mesmo foi importante para enfrentar a realidade. Após a descrição das principais tarefas
desenvolvidas no âmbito do estágio apresenta-se uma análise crítica das mesmas, apesar de se ter
sentido bastante satisfação com a realização de todas as tarefas desempenhadas, deseja-se de ter
aprofundado algumas delas, nomeadamente o encerramento de contas e o preenchimento das
declarações fiscais.
Outra tarefa desempenhada com regularidade e que está associada às tarefas anteriores é o
apuramento do IVA. Esta tarefa já demora muito menos tempo que a anterior, visto que é o
próprio software (Cache) que apura o IVA. Apenas há que ter em atenção se as bases tributáveis
estão certas, ou seja, se o IVA liquidado está certo com a base. O posterior envio da declaração
era efectuado pelo Técnico Oficial de Contas. Foi interessante e proveitoso o desempenho desta
tarefa uma vez que o estagiário teve oportunidade de aplicar conhecimentos adquiridos durante a
parte curricular do curso e aprendindo bastante sobre registo e apuramento de IVA.
Outra tarefa que foi desempenhada e que se considera ter sido muito enriquecedora foi o
preenchimento da declaração Modelo 19 de IRPS, estagiário teve a oportunidade de uma vez mais
aplicar os conhecimentos adquiridos na Universidade ao ter que preencher praticamente todos os
anexos, daquela declaração fiscal. Após o preenchimento da declaração, era feita a simulação para
o cliente ter conhecimento de quanto ia pagar ou receber de imposto e finalmente era enviada a
declaração aos Serviços Fiscais.
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Quanto ao preenchimento da declaração modelo 20 de IRPC, confessa-se o desejo de ter
aprofundado mais esta temática, mas espera-se desenvolvê-la mais tarde. Esta tarefa está
associada ao encerramento de contas, matéria que foi menos desenvolvida.
De uma forma global, o estágio realizado foi importante, quer a nível pessoal, quer a nível
profissional. No início o estagiário tivesse sentido algumas dificuldades, sobretudo na
classificação de documentos. Mas ao longo do estágio essas dificuldades foram-se dissipando. No
final do estágio, faz-se um balanço muito positivo, a nível da aprendizagem pessoal e profissional
e no que diz respeito à integração e interacção com as pessoas que contactei. Quanto ao estágio
propriamente dito, o estagiário realizou muitas tarefas, ficando claramente satisfeito, sentindo se
assim ligado à prática, em contacto com a realidade, uma vez que a nível académico não tinha
sido dada a oportunidade para estar confrontado com tal situação.
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CAPÍTULO VII- CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusão
O presente capítulo pretende refletir sobre as aprendizagens obtidas pela realização do estágio
académico, sintetizar os resultados obtidos pela actividades realizadas, contribuindo para
utilização do estágio como uma oportunidade para aumentar o potencial do estudante reduzir as
dificuldades e o impacto de adaptação no futuro profissional.
O crescimento quer a nível profissional quer a nível pessoal também foi notório, pois a realização
de todo o processo contabilístico, desde a receção dos documentos à elaboração das
demonstrações financeiras e ao cumprimento das obrigações fiscais, permitiram o
desenvolvimento de competências como a autonomia, a responsabilidade e a tomada de decisão.
Na opinião do estagiário são os estágios académicos uma excelente iniciativa e oportunidade, pois
permite ao estudante uma aproximação à realidade profissional, distinta da realidade académica, e
o contacto direto com profissionais experimentados nas matérias abordadas ao longo do tempo de
licenciatura.
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5.2. Recomendações
Ao ISCTEM
À Pro-Consult
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Sugere-se à Pro-Consult que, para aos clientes mais desorganizados oferecesse uma pasta,
um agrafador e um furador para sensibilizar o cliente para a importância e o benefícios
que a organização prévia dos documentos pode trazer à empresa e ao cliente.
Foi possível constatar que no período da elaboração das demonstrações financeiras devido
a uma falta de gestão de tempo e uma difícil conciliação das demais actividades da
empresa causou uma demora na submissão do processo de contas sendo possível apenas a
sua submissão nos últimos dias do prazo final sugiro que a empresa indique um
contabilista responsável para uma melhor gestão dos processos de contas.
Relativamente ao desenvolvimento desta tarefa apresenta-se uma sugestão com vista a um
melhor desempenho de cada colaborador, existe na empresa uma funcionária que preenche
a declaração modelo 20 de todos os clientes, julga-se que cada funcionário deverá ser
responsável pelo preenchimento daquela declaração fiscal dos clientes que constituem a
sua carteira, de forma a alargar o seu conhecimento nesta matéria, ou seja o seu
conhecimento em sede de IRPC fica restrito. se cada funcionário preenchesse toda a
declaração modelo 20 dos seus clientes, ficava com um conhecimento mais amplo.
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ANEXOS
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