Teóricas
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21/09/2023
Princípios dos direitos reais
1- Princípio da tipicidade: não são admitidos outros direitos reais além do que são
consagrados na lei. Este princípio diz-nos que o número de direitos reais é fechado,
mas este é apenas o primeiro sentido do princípio. Art.1306º- este artigo está
relacionado com uma doutrina do desmembramento. O legislador formula mal o
princípio da tipicidade no que diz respeito à propriedade. O direito de propriedade
era tido como um direito real superior, mas isto não é exato sob nenhum ponto de
vista. Esta teoria caiu, e em lisboa adotou-se a teoria da oneração.
Oneração: decorre da constituição de um direito real menor sob um direito real maior. O
direito maior não é sempre a propriedade pode ser outro. O direito onerado é sempre um
direito maior, mas nem sempre a propriedade.
quando um proprietário constitui um direito real menor. A constituição do usufruto sobre
a propriedade não retira o conteúdo.
1305º- máximo conteúdo de gozo que a lei confere a um direito real
como é que a lei resolve um conflito entre dois direitos reais admitidos? quando a lei
atribui ao usufrutuário o uso da coisa, o que acontece é que o proprietário não pode usar a
coisa enquanto o concurso permanece.
Quando é constituído um direito real menor não existe desmembramento desse direito,
apenas oneração.
A lei quando estabelece um tipo de direito real estabelece um tipo imperativo para ilustrar
que o conteúdo que a lei estabelece para cada direito real não pode ser mexido pelos
particulares.
quando a lei estabelece um direito real fá-lo com determinado conteúdo do direito da
coisa- 1439º cciv.
o direito português quando consagra a tipicidade engloba a alteração do conteúdo de
direitos reais.
existem direitos reais que dão alguma margem para estabelecer o conteúdo do direito real
em questão, ou seja, existe uma parte do direito imperativo que pode ser alterada.
Se as partes violarem o princípio da tipicidade- 1306º 2º parte cciv- a ineficácia do nj passa
de real para obrigacional- se das partes quiseram modificar um direito real o nj é nulo
enquanto eficácia real, mas vale como nj com eficácia obrigacional- conversão legal.
2- Princípio da consensualidade:
haver a celebração do contrato é suficiente para a constituição do direito real
408º/1 cciv- a hipoteca supõem o registo
954º cciv- doação
o contrato só por si desencadeia a eficácia para o comprador ainda que não haja entrega
da coisa. o direito real constitui-se com o contrato
a transmissão não depende do cumprimento das outras obrigações do contrato
28/09/2023
o princípio da consensualidade
quando há a celebração de um contrato com eficácia real ,o efeito é direto e automático
sem ter de ocorrer formalidades posteriores
o contrato desencadeia a eficácia real e desencadeia na mesma quando o mesmo é
concluído
954º a) c.civ- contratos translativos: compra e venda, doação- no modelo português a
transmissão do direito ocorre com a celebração do contrato.
408º/2- sendo uma coisa genérica é necessário algo que determine o objeto de venda. o
objeto de transmissão deve ser atual, certa ou determinada (princípio da especialidade)
O jav acrescenta ao princípio da especialidade o seguinte: além das cateterísticas
anteriores a coisa deve ser individualizada. Não existem direitos reais sobre um conjunto
de coisas.
Princípio da absolutidade
Os direitos reais são direitos absolutos, ou seja, é oponível erga omnes. quando nos direitos
reais se gozo se fala que são absolutos resulta da defesa que o direito português consagra
1315º- a ação de reivindicação vale para os outros direitos reais
esta ação no direitos reais de gozo permitem dizer que tem oponibilidade absoluta
este princípio realça a característica do regime jurídico que a tutela oferece aos direitos
reais.
Princípio da inerência
os direitos reais tem uma coisa corpórea por objeto, todos os direitos subjetivos que tem
por objeto uma coisa corpórea é direito real.
este princípio quer salientar que os direitos reais tem apenas coisas corpóreas por objeto.
O direito real é sempre respeitante a uma certa coisa, não podendo ser desassociado. Se a
coisa perecer os direitos reais extinguem-se pela perda da coisa, se existe transmissão da
coisa muda é o direito de propriedade sobre a coisa
Princípio da causalidade
contrapõe-se ao princípio da abstração.
A vende a propriedade a B. o contrato é inválido- os efeitos de declaração de invalidade
implicam a retroatividade do negócio, não produzindo efeitos e A continua a ser
proprietário.
supõe que o nj de transmissão de direito real seja válido- ordem jurídica portuguesa
Em Portugal não temos o princípio da abstração
o princípio da unidade- em pt o nj de transmissão é só um pq o princípio da
consensualidade é apenas um dos efeitos do contrato celebrado.
3/10/2023
O conhecimento da situação da coisa é relevante quando está em causa a constituição de
direitos sobre uma coisa.
Em Portugal existem organizações fragmentárias que dizem respeito a 4 modalidades,
veículos automóveis, prédios, aeronaves e navios.
No que diz respeito aos direitos reais existe alguma limitação no que toca à prova pública.
Prédios- registo predial
a publicidade é organizada pelo estado através de entes públicos que asseguram essa
publicação. todas elas tem à frente um conservador- o que está à frente de uma
conservatória.
a noção de coisa imóvel mais ampla que a definição de prédio
todos os prédios existentes constem do registo predial
inscrição descrição e averbamento
10/10/2023
Princípios do registo predial
Princípio da instância
A iniciativa do ato do registo está sempre nos interessados e nunca no conservador – artigo
41ºCRPredial.
São os interessados que têm legitimidade para registar, que promovem o ato do registo.
Quem tem legitimidade para registar? Artigo 36º CRPredial. A iniciativa é particular.
O registo é sempre feito com base num documento escrito, está sempre independente do
ato inquisitivo estar publicado sob forma escrita – artigo 43º/1 CRPredial.
Princípio da obrigatoriedade
Alguém fica incumbido de promover o ato do registo.
12/10/2023
Efeito atributivo do registo predial- aquisição tabular
O princípio da consensualidade
O efeito padrão do registo predial é o efeito consolidativo- o registo predial existe para nos dar
as informações sobre determinado prédio.
Atualmente o registo é obrigatório- art.8º CRPredial
Um terceiro que confia que o registo foi feito, qual é a segurança daquele que tinha obrigação
de realizar o registo não o fizer?- o prédio x está registado a favor de A, como adquirente da
propriedade tem legitimidade para vender B, não registou. se o registo falha o a continua A
configurasse como proprietário, mas do ponto de vista da ordem jurídica portuguesa é o B. O A
vende a C, se o C for ao registo predial vai constar que A é proprietário, e o nj dá-se
normalmente e C regista. O prédio está com B-
Do ponto de vista do direito civil- 1º contrato válido, 2º contrato- venda a non dominus- 893º é
nula por falta de legitimidade do vendedor
B é proprietário e C adquiriu fundado na situação anterior- quem deve prevalecer?
Onde vigora o princípio da consensualidade, o princípio é da tutela da propriedade, pelo que o
proprietário é B- mas pode justificar-se uma proteção de terceiro concreto
Art.5º CRPredial- esta fórmula é interpretada como valendo apenas para uma situação de
terceiros de boa-fé e que tenha adquirido de forma onerosa- se formos ao art.17/2, 22º e 271º
todas estas situações exigem a boa-fé e o caráter oneroso. Por força do ponderação sistemática
de outros preceitos o terceiro tem de estar de boa-fé e aquisição onerosa. A boa fé objetiva ética:
ignorância desculpável não culposa.
Este artigo protege um terceiro e afasta a solução civil, desde que os requisitos estejam
cumpridos. Se estiverem verificados, o art. 5º/1 atribui a coisa a C- aquisição tabular- é com o
registo que C fica protegido
Se C não fizesse o registo, o proprietário seria o B porque não tinha proteção do registo.
O que acontece ao direito de B ? O MC- diz que o direito de B não se extingue e sugere uma
propriedade natural- extingue-se em todas as situações?
O a vendeu a propriedade a c, mas em relação a c foi uma superfície- o direito adquirido
tabularmente foi a superfície e não a propriedade, o direito de B não se extingue, mas fica
onerado com o direito de superfície de C.
Quem pode ser considerado para efeitos do registo predial?
5º/4 CRPredial- é aquele que adquire de autor comum- conceção restrita de terceiro
Este esquema é de dupla disposição- art.5º/1
Art.17º/2 CRPredial – casos de nulidade registal de acordo com o art.16-subaquiação com
nulidade registal
Art.16º CRPredial – situações em que o regime é nulo- o A é proprietário de um prédio x e este
é omisso na conservatória, B consegue forja uma escritura de cv em que A lhe vende o prédio, e
este regista a seu favor.
Quem consta do registo consegue dispor a seu prazer
B vende a C- de acordo com 17º/2 o registo foi feito com base num registo falso- sendo o
registo nulo 16/1 a)- o terceiro está de boa-fé adquiriu a título oneroso e registou- o que
acontece à posição jurídica de C?
Quando a lei protege um terceiro está a desproteger o titular verdadeiro-
Segundo o 17/2- o terceiro que adquire com base num registo nulo, e que esteja de boa-fé e que
tenha adquirido de forma onerosa, e que o registou anteriormente é propriedade.-
Existe uma hipótese de defender A se ele beneficiar o usucapião-
Efeito enunciativo: diz respeito às hipótese do art.5º/2- o registo não tem nenhum efeito –
usucapião- defende o adquirente contra tudo e todos- a aquisição tabular não pode ser oponível
a quem esteja protegido de usucapião.
291º cc- A vendeu a B este registou, b vendeu a C este registou. o primeiro é declarado nulo, o
proprietário é A. Se c tiver adquirido de boa fé e título oneroso e tiver registado o título antes da
declaração de nulidade C fica protegido. O nº2 vem estabelecer um prazo dentro do qual o
terceiro não fica protegido- 3 anos.
Aula dia 24/10/2023
O direito de propriedade não torna o uso exclusivo de uma coisa- o comproprietário não pode
vender, constituir ónus e hipoteca- pois quando a coisa está em compropriedade a coisa é
comum logo poder tem der ajustado para a situação de compropriedade.
O comunheiro tem a disposição da quota- esta disposição é infeliz pois não se dispõe da quota,
mas sim do direito
Temos um prédio X em compropriedade de A, B, C- cada um é proprietário da coisa em relação
à sua quota- isto seria o ideal- mas se isto acontece não havia compropriedade. Na
compropriedade todos são comproprietários da coisa, não tenho uma adesão quantificada da
coisa. Mesmo por exemplo, se o C ATIVESSE 20% tinha o uso da coisa em igual medida a
leuem com maior quota
1408º/1- cada um dos comunheiros pode dispor do seu direito na coisa comum- se o A quiser
vender a D o seu direito pode fazer, mas quando faz onera o seu direito que incide sobre a o
posição da coisa indivisa. Desta forma, D tem um direito que está em concorrência com os
outros comproprietários.
Não pode cada comproprietário dispor de cada uma das suas partes da coisa. O A detém 40% da
coisa não pode dispor ao E- a lei veda ao comproprietário que implique uma parte da coisa a
terceiro- o direito de cada comproprietário é o direito sobre coisa comum- cada um pode dispor
do seu direito, mas não pode dispor de um direito de uma coisa comum, não podendo atuar
sobre uma parte da coisa.
1408/2º- isto remete para o art. 892º- é nula a venda feita sem legitimidade-
1412º- cada um não tem de ficar na comunhão podendo fazer a divisão da coisa comum- a não
ser que haja um determinado prazo na lei que fixe a comunhão.
Se os comproprietários estiverem de acordo não é necessário ir para divisão de coisa comum.
As ações reais:
O direito real a ser violado não torna a ação numa ação real- se eu partir o computador de
alguém, estou a violar o direito dessa pessoa. Essa pessoa poem uma ação de indemnização,
sendo essa uma ação pessoal que tem por base um direito real.
As ações destinadas a obter a devolução da coisa de quem a tem indevidamente é uma ação real
As ações destinadas À constituição, transmissão de direito real são reais pois visam determinar a
situação rela de uma coisa
É real a ação que tiver como objetivo definir o objeto real
Na lei só temos como qualificada a ação de reivindicação, do ponto de vista doutrinário temos a
confessória e negatória
Toda e qualquer ação que envolva a limitação de uma coisa é uma ação real.
Discute-se se o os conflitos entre os titulares de coisas reias sobre coisas vizinhas é uma ação
real? O jav tem dúvidas, pois é uma ação relativa à eficácia do direito real
Esta categoria de ações reais está um bocado mal definida - Art.1311 e 1315- segue o regime
das ações declarativas comuns em processo ordinário
1311º-
A ação de reivindicação estende-se a todos os direitos reais de gozo e apenas a eles- sendo uma
ação de defesa de um direito real de gozo- este visa possibilitar a condenação de uma pessoa
que tem uma coisa que não lhe pertence. O proprietário foi furtado, este pode demandar e obter
a entrega judicial da coisa. Esta ação é a mais forte que os direitos reais consagram devido à
oponibilidade perante terceiro.
Aquele que é proprietária pode mover uma açã de reivindicação
Esta ação tem três pressupostos:
- o fundamento é o direito real de gozo
- invoca o facto aquisitivo desse direito
- o pedido da condenação do reu na entrega da coisa deve ser segundo o JAV apenas um- o
pires de lima não pensa o mesmo- considera 2 pedidos. O jav remonta à realidade história do
instituto, sendo que o que leva a ação tem de provar o direito, mas não pretende a respetiva
declaração do direito podendo pedir ao tribunal a condenação do reu na entrega da coisa
Para que o juiz possa deferir a ação de reivindicação não se pode verificar:
-O reu tem de ter a coisa consigo: esta ação só legalmente possível se o reu tiver a coisa consigo
para entregar ao autor
- é necessário que o reu não tenha um direito a ter coisa consigo: se or reu é arrendatário de uma
arrendamento válido, o reu não tem a obrigação de entregar a coisa.
Aula 31/10/2023
Posse
Parte especial dos direitos reais
A posse está numa relação diversa com os direitos reais
Nós temos a ideia de que se trata de um sinonimo de propriedade- isto é um dado da linguagem
corrente, porém em direitos reais isso não acontece. São dois direitos distintos.
A evolução da posse leva a considerar normal a coincidência da propriedade com a posse- tenho
um telemóvel, esta coisa é objeto do direito de propriedade. Alem de ser proprietário, sou
possuidor.
A posse apresenta a apreensão material de uma coisa nos termos do direito. o titular do direito
real de gozo para exercer o seu direito tem de ter a coisa consigo e por isso normalmente, para
além do direito tem em relação à coisa a posse dela.
A posse reporta-se ao direito real que o possuir exterioriza.
Quando existe um direito que permita a atuação da própria coisa e que a esse direito acresça
uma posse reportada a ele por isso, não se deve confundir pessoalmente
Aula 2/11/2023
O proprietário é só possuidor. O titular de um direito real menor ou que tenha a coisa consigo
tem um dupla disposição que diz apenas respeito à posse e a detenção de um direito real menor
Quem é que tem a coisa quando o usufruto está constituído? Quem tem a coisa materialmente
consigo é o usufrutuário- quem é possuidor? São ambos- 1252º
Factos de aquisição da posse
1- Apossamento :Tomada de controle matéria da coisa por quem não é possuidor. Como a
posse não consiste num corpus possessório da coisa, portanto o Apossamento refere-se á
tomada material da coisa com a exclusão da anterior. 1263 a)
2- Tradição: a entrega da coisa pelo possuidor a alguém. Pode ser real- entrega da própria
coisa em si, ou pode ser simbólica: a entrega de outra coisa que simboliza a entrega da
coisa.
Posse causal: posse que coincide com a titularidade de direito real.
O regime jurídico não diferencia a posse forma da posse causal, são iguais. A posse tem uma
certa excentricidade no regime jurídico.
Posse titulada ou não titulada- 1259º- a titulada prevalecem caso de conflito de posse-1278º/3
7/11/2023
A boa fé tem vários efeitos favoráveis- benfeitorias. A BF interfere nos prazos para usucapião.
Princípio da posse vale título
Posse pacifica ou posse violenta- posse pacifica-1271º a violência é só exercida sobre o
possuidor. Pode ser violência física ou psicológica . a posse violenta está associada a caracteres
associáveis- se a posse for violenta os prazos para usucapião não conta.
O momento em que se afere os caracteres da posse é o momento da aquisição da posse.
Posse pública ou oculta- 1272º: refere-se ao momento do exercício da posse- o critério de
cognssabilidade- tenho uma casa, e alguém se instala lá sem eu saber- a posse é pública a partir
do momento em que possa ter conhecimento. Se eu não for a casa, não sei que fui esbulhado-
mas a posse é pública pois do ponto de vista da lei podia ter conhecimento.
A lei fala em interessados: que são os possuidores
A posse oculta é aquela que se exerce de modo a não poder ser conhecida pelos interessados- eu
tenho um carro na rua, e durante a noite levam-me o carro. Eu não se para onde foi. A posse será
oculta
Este juízo é relativo- é feito em relação ao proprietário
A posse é oculta pois não dá ao proprietário a possibilidade de saber onde é que a coisa se
encontra.
A posse oculta é a verdadeira posse no sistema jurídico português- um possuidor oculto
beneficia da tutela sucessória
A, proprietário, do carro X é esbulhado por B e este por C- A tem posse oculta, quando B sofre
o esbulho o que pode fazer?
Este é possuidor perante C e por isso pode intentar uma ação de restituição de coisa.
A não perde a posse enquanto a de B for oculta -1267 d)
Os factos constitutivos e translativos da posse
Temos 2 factos constitutivos de posse: apossamento e inversão do título de posse
No apossamento trata-se de atuação de alguém que se investe no controlo material de alguma
coisa- a lie toma a atuação como geradora de posse. Presente no 1263 a)
No caso dos imóveis o mero contacto material não chega- a atuação que gera o apossamento é
mais intensa- mas pode dar-se nos mesmos termos- a circunstância de alguém tomar o poder
sobre alguma coisa e mantê-la no seu controlo gera o corpus possessório.
O apossamento é um facto aquisitivo da posse e não do direito real de propriedade.
O critério da reiteração não é adequado pois existem determinados atos que podem ser únicos e
que permitem a aquisição da posse sem uma reiteração.
14/11/2023
1267: perda da posse
Quando nós temos um computador que é furtado por B- ação de furto é apossamento que irá
gerar a posse de B.
Se b se apossa do computador- o possuído esbulhado não perde a posse pois a lei no 1267 d)
outorga a posse através de uma ação de reivindicação. Durante uma nos estão a decorrer duas
posses que coexistem- uma posse de facto e uma posse não efetiva ou jurídica (distinção do prof
MC).
Se b tbm fosse esbulhado teríamos três posses a coexistir num espaço de 1 ano.
POSSE E NÃO PROPRIEDADE
A aquisição da posse pode ser feita através de facto ilícito
Efeitos da posse
A posse é o direito real de acordo com o JAV. A corrente maioritária considera que é apenas uma
situação de facto.
Qual é o conteúdo da posse?
1. Confere presunção da titularidade de um direito- quem tem a posse em seu poder
não tem de provar que é titular de um direito- 1268º-aquele que prova a posse não tem
de provar a presunção a que a posse se destina
2. Outorga o uso da coisa e a fruição da coisa: a posse outorga o poder de aquisição do
possuidor.
3. Benfeitorias
A ações possessórias vem reguladas desde o art.1276 a 1278 cc -Ação de prevenção, restituição
e manutenção
Esbulho violento permite que o esbulhado com violência intente um processo cautelar para ser
restituído a coisa automaticamente
Embarque de terceiro: penhora, arresto
Ação de restituição: o autor da ação é possuidor e que tenha sido desapossado da coisa e que a
coisa se encontra com o reu.
Ação de manutenção: supõe uma tentativa de esbulho que não é consumada. É qualificada por
manutenção dado que o esbulhado não perde a posse- a posse foi apenas perturbada.
1278º/1
Aula 16/11/2023
1278º/2: havendo conflito de posses, é resolvido pela melhor posse
- Posse titulada
- posse mais antiga
- posse atual prevalece
IMPORTANTE PARA FREQUÊNCIA
A usucapião
É um facto jurídico fundado na posse. Uma posse com determinados caracteres mantida
durante uma prazo legal, permite ao possuidor adquirir um direito a que a posse se reporta. Quer
a posse formal, quer a posse causal é suscetível de usucapião.
O possuidor causal tbm pode invocar a usucapião- a propósito da ação de reivindicação, irá
fazê-lo por meio da prova que adquirir o direito nos termos que tal reivindica.
requisitos legais
- posse: A posse boa para usucapião: a lei só permite usucapião se a posses for pública e
pacifica- art.1297º- a lei proíbe a contagem de prazo para usucapião se a posse for violenta ou
oculta. Para coisas móveis- 1300º
Aula 21/11/2023
Propriedade
Problema da renúncia- a lei portuguesa ao contrário do que faz para os outros direitos de gozo,
não tem uma extensão normativa para o direito de propriedade, não consagrando nenhum modo
de extinção de propriedade.
O que se discute mais tem a ver com a possibilidade de o proprietário renunciar à propriedade-
Isto é importante pois na vigência do cc e na ausência de disposição houveram determinados
autores que desenvolveram a tese de que a propriedade não era renunciável- o jav sempre teve
dúvidas. Existem dois tipos de renuncia:
Ocupação
Respeita apenas a coisa móveis sem dono. Traduz a circunstância de alguém se apossar de uma
coisa sem dono que não era sua.
Ex: do cão do JAV
1318º: a referência a coisas escondidas é incorretas pq não pode haver ocupação a coisas
escondidas- 1323º- achamento: não gera a aquisição da propriedade pq a coisa escondida e
perdida tem dono
O achamento implica que quem ache a coisa deve procurar que o proprietário possa conhecer
quem tem a coisa de forma a recuperar, e só após passar o prazo (1 ano) é que o achador se
torna proprietário.
Acessão
Representa o facto de duas coisas ou mais coisas pertencentes a donos diferentes se fundirem e
não houver possibilidade de separação material das coisas sem dano para uma delas.
Da natureza: natural ou do homem: industrial.
Dois sacos de farinha, um meu e outro de outra pessoa, e para fabricar o pão juntamos as
farinhas- não sei de quem é farinha
Acessão industrial: são unidas coisas que pertencem a duas pessoas diferentes
Acessão natural advém das forças da natureza: vento, água, terra e fogo-1327 a 1332º
28/11/2023
Propriedade horizontal
A gestão do condomínio
O condomínio tem 2 órgãos: o administrador e a assembleia de condóminos- tem a função de
administrar as partes comuns.
O que diz respeito a cada fração autónoma não diz respeito aos órgãos do condomínio, sendo
feitas, são nulas por serem contrárias à lei.
1345º e ss- relação entre os proprietários- não tem nada a ver com o condomínio
Assembleia de condóminos:
Tem de ser convocadas pelo administrador e as deliberações são podem ser tomadas no que toca
aos pontos da convocatória- qualquer deliberação ,sem estes termos, que seja tomada é
anulável-
A deliberação é tomada por maioria, tendo em conta o quórum estabelecido na lei
Usufruto
É um direito real menor- o titular de um direito real de gozo menos aproveita apenas na medida
que o seu direito permite, ainda que o proprietário não o faça.
A noção de direito real presente no cc representa o tipo legal e o conteúdo positivo que esse
direito detém
1439º- o usufruto é um direito sobre coisa alheia, o gozo já não é total pois tem de preservar o a
sua forma e substância. É um direito temporário, não é suscetível de mortis causa.
Pode ser vitalício
Tem de respeitar o fim a que coisa se encontra afeta
O poder de destruição que o proprietário, o usufrutuário não detém
A lei pt- 1446º e 1450º - fala no respeito pela forma e substância, mas tbm pelo destino
económico: quais são os limites negativos do direito do usufruto?
Existe quem defenda que são dois requisitos e não um. JAV diz que apenas temos um.
Quem define o fim económico da coisa é o proprietário