Epifania D Senhr Ano B.
Epifania D Senhr Ano B.
Epifania D Senhr Ano B.
O A liturgia deste dia celebra a manifestação de Jesus a todos os homens… O Menino do presépio é
N uma “luz” que se acende na noite do mundo e atrai a si todos os povos da terra. Essa “luz”
encarnou na nossa história e no nosso mundo, iluminou os caminhos dos homens, conduziu-os ao
A
encontro da salvação e da vida definitiva.
ORAÇÃO COLETA
C
N
A Senhor nosso Deus, que neste dia revelastes o vosso Filho unigénito aos gentios guiados por
R uma estrela, a nós que já Vos conhecemos pela fé levai-nos a contemplar face a face a vossa
B
glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus e convosco vive e reina, na
R unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
O
C LEITURA I Is 60, 1-6
«Brilha sobre ti a glória do Senhor»
Como uma cidade, construída sobre um monte, atrai o olhar de todos, ao ser iluminada pelo sol
E
D
A nascente, assim Jerusalém, iluminada pelo Nascimento de Jesus, atrai a si todos os povos,
D mergulhados na noite do pecado. Será, porém, na Igreja, nova Jerusalém, que Deus reunirá todos
I os homens, para lhes dar a salvação. Será n’Ela que se constituirá, definitivamente, a comunidade
N dos povos. «A luz dos povos é Cristo – Mas a Sua luz resplandece no rosto da Sua Igreja» (LG. n.°
E
1). Ela é, na verdade, o sinal e o instrumento de união com Deus e de unidade de todo o género
humano.
L
O
S Leitura do Livro de Isaías
O Levanta-te e resplandece, Jerusalém, porque chegou a tua luz e brilha sobre ti a glória do
R Senhor. Vê como a noite cobre a terra e a escuridão os povos. Mas, sobre ti levanta-Se o
Senhor e a sua glória te ilumina. As nações caminharão à tua luz e os reis ao esplendor da
H
N
E tua aurora. Olha ao redor e vê: todos se reúnem e vêm ao teu encontro; os teus filhos vão
S chegar de longe e as tuas filhas são trazidas nos braços. Quando o vires ficarás radiante,
palpitará e dilatar-se-á o teu coração, pois a ti afluirão os tesouros do mar, a ti virão ter as
O riquezas das nações. Invadir-te-á uma multidão de camelos, de dromedários de Madiã e Efá.
D Virão todos os de Sabá, trazendo ouro e incenso e proclamando as glórias do Senhor.
Palavra do Senhor.
ALELUIA Mt 2, 2
Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorar o Senhor. Refrão
EVANGELHO Mt 2, 1-12
«Viemos do Oriente adorar o Rei»
Frente ao mistério do Nascimento de Jesus, S. Mateus procura, sobretudo, contemplá-Lo à Luz do
primeiro encontro do mundo pagão com o Salvador, de que os magos são as primícias e os
representantes. Sublinhando, de modo expressivo, a universalidade da Mensagem cristã, dirigida a
todos os homens, mesmo àqueles que, segundo as concepções estreitas do Judaísmo, viviam fora da
Geografia e da História da Salvação, o evangelista mostra como na visita dos Magos, se realizam
as profecias do A. T. Não deixa também de o impressionar, em contraste com o orgulho e cegueira
de Herodes e dos sábios de Israel, a boa vontade dos Magos, que, atentos aos sinais dos Tempos, se
dispõem a correr a aventura da Fé.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Tinha Jesus nascido em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, quando chegaram a
Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. «Onde está – perguntaram eles – o rei dos judeus
que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Ao ouvir tal
notícia, o rei Herodes ficou perturbado e, com ele, toda a cidade de Jerusalém. Reuniu todos
os príncipes dos sacerdotes e escribas do povo e perguntou-lhes onde devia nascer o Messias.
Eles responderam: «Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo Profeta: ‘Tu, Belém,
terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti
sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo’». Então Herodes mandou chamar
secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha
aparecido a estrela. Depois enviou-os a Belém e disse-lhes: «Ide informar-vos
cuidadosamente acerca do Menino; e, quando O encontrardes, avisai-me, para que também
eu vá adorá-l’O». Ouvido o rei, puseram-se a caminho. E eis que a estrela que tinham visto
no Oriente seguia à sua frente e parou sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela,
sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e,
prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe
presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de
Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho. Palavra da salvação.
ACTUALIZAÇÃO DO EVANGELHO
A reflexão pode partir dos seguintes elementos:
-Em primeiro lugar, atentemos nas atitudes das várias personagens que Mateus nos apresenta
em confronto com Jesus: os “magos”, Herodes, os príncipes dos sacerdotes e os escribas do
povo… Diante de Jesus, a “luz salvadora” enviada por Deus, estes distintos personagens
assu-mem atitudes diversas, que vão desde a adoração (os “magos”), até à rejeição total
(Herodes), passando pela indiferença (os sacerdotes e os escribas: nenhum deles se preocu-
pou em ir ao encontro desse Messias que eles conheciam bem dos textos sagrados). Com
qual destes grupos nos identificamos? Será possível sermos “cristãos praticantes”, andarmos
envolvidos nas ativi-dades da comunidade cristã e, simultaneamente, passarmos ao lado das
propostas de Jesus? Nós, os que conhecemos as Escrituras, levámo-las a sério quando elas
nos desafiam à conver-são, ao compromisso, à opção clara pelos valores do Evangelho?
-Os “magos” são os “homens dos sinais”, que sabem ver na “estrela” o sinal da chegada
da luz libertadora de Deus. Talvez hoje, com toda a pressão que a vida nos coloca, não
consigamos ter tempo para olhar para o céu, à procura dos sinais de Deus; talvez a vida nos
obrigue a andar de olhos no chão, ocupados em coisas bem rasteiras e materiais… Mas a
aventura da existência terá mais cor se arranjarmos tempo para parar, para meditar, para
falar com Deus, para escutar as suas indicações, para tentar ler os sinais que Ele vai colo-
cando ao longo do nosso caminho… Talvez a nossa peregrinação pela terra tenha mais sem-
tido se aprendermos a ler os acontecimentos da nossa história e da nossa vida à luz de Deus.
Vale a pena pensar nisto…
-O relato de Mateus sublinha, por outro lado, a “desinstalação” dos “magos”: eles descobri-
ram a “estrela” e, imediatamente, deixaram tudo para procurar Jesus. O risco da viagem, a
incomodidade do caminho, o confronto com o desconhecido, nada os impediu de partir.
Somos capazes da mesma atitude de desinstalação, ou estamos demasiado agarrados ao
nosso sofá, ao nosso colchão especial, ao nosso comando da televisão, ao nosso computador,
à nossa zona de confor-to, à nossa segurança, ao nosso comodismo? Somos capazes de
deixar tudo para responder aos apelos que Jesus nos faz, muitas vezes através dos irmãos que
necessitam da nossa ajuda e do nosso cuidado?
-Os “magos” representam os homens de todo o mundo que vão ao encontro de Cristo, que
acolhem a proposta libertadora que Ele traz e que se prostram diante d’Ele. É a imagem da
Igreja – essa família de irmãos, constituída por gente de muitas cores e raças, que aderem a
Jesus e que O reconhecem como o seu Senhor. Estamos bem conscientes de que Jesus é o
centro para o qual todos convergimos e do qual irradia a luz salvadora que ilumina a nossa
vida e a vida do mundo? E, quando olhamos para os irmãos e irmãs que connosco se reúnem
à volta de Jesus, sentimos a comunhão, a fraternidade, os laços de família que a todos nos
ligam?
-Os “magos”, depois de se encontrarem com Jesus e de o reconhecerem como “o Senhor”,
“regressaram ao seu país por outro caminho”. O encontro com o Menino do presépio tem
sido, nestes dias, um momento de confronto que nos leva a reequacionar a nossa vida, os
nossos valores e opções, e a enveredar por um caminho novo, mais simples, mais humilde,
mais fraterno, mais humano?