Enciclopedia Ma Amazônia
Enciclopedia Ma Amazônia
Enciclopedia Ma Amazônia
VOLUME 6
São Luís
2020
GOVERNADOR DO ESTADO DO MARANHÃO
Flávio Dino de Castro e Costa
ELABORAÇÃO COLABORAÇÃO
Carlos Henrique Santos da Silva Eloina Coelho Carneiro
Getúlio Estefânio Duarte Martins Luciano Aranha Andrade
José Ribamar Trovão Helton Garces Gomes
Weskley Sandes Silva de Almeida
v. 6: il; 202 p.
ISBN 978-65-87226-08-8
Açailândia
Tabela 1 Número de estabelecimento e área, segundo a utilização das terras........ 38
Tabela 2 Número de estabelecimento e área, segundo a condição do produtor...... 39
Tabela 3 Distribuição da população residente....................................................... 40
Tabela 4 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura temporária........................................................ 46
Tabela 5 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura permanente....................................................... 47
Tabela 6 Quantidade produzida, quantidade vendida e valor da produção da
horticultura............................................................................................. 48
Tabela 7 Efetivo dos rebanhos.............................................................................. 50
Tabela 8 Quantidade e valor da produção de origem animal................................. 50
Tabela 9 Quantidade produzida e valor da produção extrativista vegetal.............. 51
Tabela 10 Produção e valor da aquicultura por tipo de produto.............................. 52
Tabela 11 População residente por religião ............................................................ 60
Tabela 12 Consumo de energia elétrica por classe .................................................. 62
Bom Jesus das Selvas
Tabela 13 Número de estabelecimento e área, segundo a utilização das terras ....... 86
Tabela 14 Número de estabelecimento e área, segundo a condição do produtor...... 86
Tabela 15 Distribuição da população residente....................................................... 87
Tabela 16 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura temporária........................................................ 91
Tabela 17 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura permanente....................................................... 92
Tabela 18 Efetivo dos rebanhos.............................................................................. 93
Tabela 19 Produção e valor da aquicultura por tipo de produto............................. 95
Tabela 20 Distribuição da população por religião ................................................. 100
Tabela 21 Consumo de energia elétrica por classe ................................................. 100
Buriticupu
Tabela 22 Número de estabelecimento e área, segundo a utilização das terras ....... 117
Tabela 23 Número de estabelecimento e área, segundo a condição do produtor...... 118
Tabela 24 Distribuição da população residente....................................................... 119
Tabela 25 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura temporária........................................................ 123
Tabela 26 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura permanente....................................................... 124
Tabela 27 Quantidade produzida, quantidade vendida e valor da produção por
produtos da horticultura ......................................................................... 124
Tabela 28 Efetivo dos rebanhos.............................................................................. 125
Tabela 29 Produção e valor da aquicultura por tipo de produto............................... 126
Tabela 30 População residente por religião............................................................. 130
Tabela 31 Consumo de energia elétrica por classe.................................................. 130
Itinga do Maranhão
Tabela 32 Número de estabelecimento e área, segundo a utilização das terras........ 146
Tabela 33 Número de estabelecimento e área, segundo a condição do produtor...... 147
Tabela 34 Distribuição da população residente....................................................... 147
Tabela 35 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura temporária........................................................ 152
Tabela 36 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura permanente....................................................... 153
Tabela 37 Quantidade produzida, quantidade vendida e valor da produção por
produtos da horticultura ......................................................................... 154
Tabela 38 Efetivo do rebanho.................................................................................. 154
Tabela 39 Quantidade produzida e valor da produção extrativista vegetal.............. 155
Tabela 40 População residente por religião............................................................. 162
Tabela 41 Consumo de energia elétrica por classe ................................................ 162
São Francisco do Brejão
Tabela 42 Número de estabelecimento e área, segundo a utilização das terras ....... 179
Tabela 43 Número de estabelecimento e área, segundo a condição do produtor...... 180
Tabela 44 Distribuição da população residente....................................................... 181
Tabela 45 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura temporária ....................................................... 184
Tabela 46 Área colhida, quantidade produzida, rendimento médio e valor da
produção da agricultura permanente....................................................... 185
Tabela 47 Quantidade produzida, quantidade vendida e valor da produção por
produtos da horticultura ......................................................................... 186
Tabela 48 Efetivo do rebanho.................................................................................. 187
Tabela 49 Quantidade produzida e valor da produção extrativista vegetal ............. 188
Tabela 50 Produção e valor da aquicultura por tipo de produto.............................. 189
Tabela 51 Distribuição da população por religião................................................... 194
Tabela 52 Consumo de energia elétrica por classes................................................ 194
LISTA DE SIGLAS
1 INTRODUÇÃO................................................................................................ 11
2 ABRANGÊNCIA DA REGIÃO DE DESENVOLVIMENTO DA
AMAZÔNIA MARANHENSE....................................................................... 12
3 AÇAILÂNDIA................................................................................................. 15
4 BOM JESUS DAS SELVAS........................................................................... 65
5 BURITICUPU.................................................................................................. 102
6 ITINGA DO MARANHÃO............................................................................ 133
7 SÃO FRANCISCO DO BREJÃO.................................................................. 165
REFERÊNCIAS............................................................................................... 197
ÍNDICE............................................................................................................. 199
11
1 INTRODUÇÃO
1
As provisões régias de 2/05/1758 do bispo D. Fr. Miguel de Bulhões e a de 16/11/1807 do bispo Miguel de
Almeida de Carvalho declararam o rio Gurupi como divisa do Maranhão com Pará. Entretanto, o Decreto de
20/08/1772 autorizou o governador do Pará a determinar os limites entre a sua capitania e a do Maranhão,
escolhendo como divisa o rio Turiaçu, ignorando a determinação religiosa (IMESC, 2010).
13
mais novos, que se desmembraram dos mais antigos, principalmente, Imperatriz (Figura 1).
A produção agrícola precisou da abertura de estradas que chamaram caminhões que, por
sua vez, “exigiram” estradas para escoamento da produção.
Assim surgiram os municípios Açailândia, Bom Jesus das Selvas, Buriticupu, Itinga do
Maranhão e São Francisco do Brejão, que hoje são estudados neste 6º volume da Enciclopédia
dos Municípios Maranhenses – Região de Desenvolvimento da Amazônia Maranhense – parte
da atual proposta de regionalização do IMESC, cuja região está entre as coordenadas
geográficas: Norte: - 03º36’16” de latitude e - 47º01’50” de longitude; Oeste: -04º46’41” de
latitude e - 48º01’31” de longitude; Sul: - 05º18’50” de latitude e - 47º18’35” de longitude e
Leste: - 04º51’16” de latitude e - 46º51’16” de longitude; e tem por limites as regiões de
desenvolvimento: Gurupi Maranhense e Pindaré ao Norte, Tocantins Maranhense ao Sul e
Pindaré ao Leste e ao Oeste com o estado do Pará (Figura 2).
3 AÇAILÂNDIA
Símbolos Municipais
Brasão
O brasão e a bandeira municipal foram criados pela Lei n° 011 de 31 de agosto de 1989,
desenhados pelo artista plástico Gresse Eudes Dias Lima.
O brasão municipal é constituído por um círculo de borda amarela, possuindo em seu
interior uma palmeira de açaí, uma engrenagem e a letra “A”. Ele é circundado por dois ramos
cruzando com uma fita onde se lê o nome Açailândia – MA, e logo abaixo o n° 06-06-81, data
de emancipação política e administrativa do município.
16
Bandeira
A bandeira municipal possui três colunas verticais formadas pelas cores, vermelho,
branco e preto, com o brasão do município posicionado ao centro. O vermelho-vinho, primeira
faixa da bandeira, representa os frutos maduros do açaizeiro, palmeira que deu nome à
Açailândia. O branco, representa a candura das boas ações que os açailandenses praticam e o
preto significa a miscigenação das pessoas que vieram de outros municípios brasileiros para
Açailândia.
O hino municipal de Açailândia foi criado pela Lei n° 007 de 13 de julho de 1989, com
letra de autoria do poeta Luís Fernando e a música de José Carlos Trindade.
Hino
Eixo do Maranhão
E ao pioneiro o nosso afeto (Refrão)
Do fundo do coração
Localização
Extensão
O município ocupa a 10ª posição no ranking estadual em extensão com 5.808,304 km²,
representando 1,76% do território maranhense. Em relação à Região de Desenvolvimento da
Amazônia Maranhense, ocupa a 1ª posição com 37,82%.
O município de Açailândia ao ser criado pela Lei Estadual nº 4.295 de 6 de junho de
1981, possuía 9.762,830 km² de extensão; entretanto, perdeu parte de seu território em 1994
para a criação dos municípios de Itinga do Maranhão (3.581,723 km²) e parte de São Francisco
do Brejão (372,803 km²), conjuntamente com Imperatriz.
Processo de Ocupação2
2
Histórico retirado da obra de NASCIMENTO, Evangelista Mota. 217: Literatura, contos, crônicas e poesias de
cordel para todas as idades e gostos. Açailândia-MA: Edição do Autor, 2013; e do Plano Diretor Participativo de
Açailândia.
20
com o Pará, adentraram a mata fechada, cortando morros e fazendo aterros nos vales de maiores
depressões.
Por ter havido problemas técnicos no avião que fazia o abastecimento dos trabalhadores,
o chefe da equipe que acampava no topo da “Ladeira Vermelha” determinou que os índios Cutia
e Cocranum, descessem o morro à procura de água e alimento, pois faziam cinco dias que eles
estavam bebendo água de cipó e comendo palmito de tucum.
O dia 19 de julho de 1958, é considerado o dia do nascimento de Açailândia. Os índios
Cutia e Cocranum, chegavam à cabeceira de um riacho com águas cristalinas e repletos de
palmeiras de açaí, encheram os cantis, banharam e retornaram para o acampamento. Ao
chegarem, espalharam a notícia da descoberta desse manancial de água, gerando uma alegria
que contagiou a todos.
No dia seguinte, 23 trabalhadores da linha de frente, que tinham a missão de desbravar
a mata para a construção da futura BR 010 (Belém-Brasília), entre eles, Alberto Gomes,
Ezequias Celestino da Silva, Francisco Celestino da Silva, João Ferreira da Silva, Jorge Dias,
Luís Gonzaga, Manoel Antônio, Manoel Euzébio da Costa, Manoel Rodrigues da Silva, Miron
Celestino da Silva, Moacir Campos Milhomem, Moacir Celestino da Silva, Pedro Moura Fé e
Porfírio Gomes de Aquino, acompanharam os índios com o objetivo de conhecer o famoso
riacho de água limpa e doce. Um pouco abaixo da margem direita do riacho, os trabalhadores
ergueram 10 barracos de pau a pique e os cobriram com palha de açaizeiros, que existiam em
abundância nas adjacências do riacho. Graças a essa ação, despontaria o embrião urbano de
Açailândia. Foram esses barracos que serviram de apoio aos trabalhadores da estrada por muito
tempo. Também, um pouco mais acima fizeram uma clareira na mata, que logo foi ampliada
para pouso e decolagem de pequenos aviões, que abasteciam os trabalhadores com alimentos,
ferramentas e medicamentos. Fizeram também um escritório para nele os engenheiros traçarem
os projetos da obra, que seguia a passos largos.
Esses heróis inominados e sem os merecidos lauréis, às 12 horas do dia 20 de julho de
1958, batizaram a nascente recém-descoberta de “Riacho Açailândia”, como forma de valorizar
e homenagear os fartos e imponentes açaizeiros, presentes na região.
A notícia da existência de águas boas e terras férteis, juntamente com as obras da
Rodovia (Figura 4 e 5), atraiu muitos desbravadores e aventureiros, pioneiros que
chegavam principalmente na busca de serviço. Em agosto de 1958, a RODOBRÁS (uma das
11 empreiteiras que trabalhava na abertura da estrada), montava seu canteiro de obras em
Açailândia. A primeira providência foi a construção de uma pista de pouso para aeronaves de
21
pequeno porte, no local onde hoje está situada a Avenida Desembargador Tácito Caldas ou Rua
do Campo, como ainda é popularmente conhecida. À margem da estrada em construção a
empresa edificou uma casa de alvenaria e madeira, coberta com telhas de cimento-amianto. Ali,
durante todo o resto da execução da obra, o prédio funcionou como escritório, barracão e
residência dos engenheiros que trabalharam no grande projeto. Esse prédio, apesar de mal
conservado, resiste ao tempo, atualmente é conhecido como Casa da Memória e hospedou
ilustres visitantes, como o então presidente da República, Juscelino Kubitschek de Oliveira, em
visita à frente de obra no dia 1° de janeiro de 1959. Ele foi à região supervisionar o seu segundo
maior projeto, a rodovia Belém-Brasília; o primeiro foi a construção da Capital Federal
(Brasília). Mais tarde, em 15 de maio de 1968, recebeu o então governador do Maranhão, José
de Ribamar Ferreira Araújo Costa (José Sarney), para o lançamento da pedra fundamental da
BR-222, rodovia Santa Luzia – Açailândia. Nas dependências dessa, ocorreu também a mais
triste lembrança de Açailândia: o velório do engenheiro Bernardo Sayão Carvalho de Araújo,
que em 15 de janeiro 1959 faleceu em consequência de um trágico acidente, tornando-se a
primeira pessoa a falecer em terras açailandenses.
No final de 1958, muitos barracos de pau a pique existiam ali para dar abrigo aos
desbravadores que davam sequência a abertura da grande estrada. Entretanto, a história de
progresso teve início no dia 1° de janeiro de 1959, com a chegada de João Neves de Oliveira
(João Mariquinha), que veio em busca de trabalho e, de imediato, visualizou o futuro promissor
do local, transferindo sua família de Imperatriz para Açailândia. Em junho do mesmo ano,
chegava sua esposa, Maria Divina Oliveira, na companhia de quatro filhos e de uma amiga,
Maria Rosa. Foram elas as primeiras mulheres a pisar em solo açailandense. Maria Rosa foi
infectada por malária, vindo a falecer em seguida. De forma trágica, ela também entrou para a
história de Açailândia como a primeira pessoa a ser sepultada no que seria a nova cidade.
Em junho de 1959 João Mariquinha instalou, em sua própria residência, o Café Juscelino
Kubitschek (Figura 6), uma pequena venda de café, cachaça e comida caseira, que servia aos
trabalhadores da estrada. A partir disso, foram surgindo outros vendedores e no ano seguinte,
Zé Miúdo, juntamente com outros moradores fundaram a primeira feira pública da região, que
por muitos anos funcionou aos sábados, debaixo de um galpão localizado na Avenida Bernardo
Sayão, na entrada da Rua Piauí.
23
de açaizais (Euterpe oleracea), espécie de palmeira amazônica que produz o “açaí”, que se
juntou ao sufixo “land”, cujo significado em inglês é “terra, região, propriedade”, significando,
portanto, Terra do Açaí.
Após a emancipação, o primeiro prefeito foi Raimundo Telefre Sampaio (1983-1986),
seguido de Raimundo Pimentel Filho (1986-1988), Leonardo Lourenço de Queiroz (1989-
1992), Ildemar Gonçalves dos Santos (1993-1996), Deusdedith Alves Sampaio (1997-2000),
Gilson Freire de Sant’Anna (2000), Leonardo Lourenço de Queiroz (2001-2003), Gleide Lima
Santos (2003), Jeová Alves de Sousa (2003-2004), Ildemar Gonçalves dos Santos (2005-2012),
Gleide Lima Santos (2013-2016), Juscelino Oliveira e Silva (2017-2019) e o atual Aluísio Silva
Sousa (2019-2020).
Ambiente Físico
um relevo tabular, fortemente dissecado. Existem dois tipos de perfis lateríticos dominantes
separados por uma inconformidade maior. A sequência mais antiga (Paleógeno) abrange as
topografias mais altas e profundamente dissecada por amplos vales e a sequência mais jovem
(Neógeno) está numa superfície 70m abaixo da superfície mais antiga.
O Grupo Itapecuru é composto por arenitos finos, estratificados, caulínicos, friáveis e
de cor rosa a amarela esbranquiçada. Pelitos e arenitos conglomeráticos ocorrem
subordinadamente. O contato inferior com as formações Codó e Grajaú é predominantemente
concordante, porém com discordâncias locais. A unidade é recoberta discordantemente por
material argilo-arenoso cenozoico.
A Formação Ipixuna, datada do Cretáceo Superior-Paleógeno Inferior, é formada por
camadas compostas essencialmente por argilas e arenitos caulínicos com estratificação cruzada,
sobreposta ao Grupo Itapecuru. A unidade é subdividida em duas litologias, designadas de A e
B. A litologia A é composta por arenitos brancos, finos, caulínicos, com estratificação cruzada
tangencial e restritamente por siltitos e argilitos vermelhos. A litologia B é composta por
ritmitos de argilitos e arenitos brancos, finos, caulínicos, com estratificação cruzada e bancos
de caulim.
Geomorfologicamente o município se insere no Planalto Dissecado Gurupi-Grajaú,
sendo representado por um conjunto de superfícies tabulares elevadas por epirogênese e
bruscamente delimitadas em rebordos erosivos, por onde se encaixam vales incisos e
aprofundados apresentando desnivelamentos locais, por vezes, superiores a 100 metros. Esse
planalto dissecado se destaca topograficamente por apresentar um front movimentado de
colinas dissecadas e morros (BANDEIRA, 2013).
Essas superfícies são sustentadas, indistintamente, por espessos perfis lateríticos
maturos, aluminoferruginosos. Sotopostos aos espessos perfis lateríticos, jazem os arenitos
cretácicos das formações Itapecuru e Ipixuna.
Os interflúvios localizados nesse domínio, abrangendo os vales dos rios Zutiua,
Buriticupu, Pindaré, Açailândia e Gurupi são modelados em cotas mais elevadas, apresentando
predomínio de planaltos mais elevados, profundamente sulcados em íngremes vales
encaixados, entalhados também por densa rede de drenagem de padrão subdendrítico a treliça.
Esse relevo movimentado, representado por franca dissecação de extensas superfícies
planálticas alçadas em cotas relativamente modestas, caracteriza-se por apresentar topos planos
dos baixos platôs, recobertos por solos espessos e bem drenados, como latossolos, sendo os
mais elevados posicionados em cotas entre 250 e 400 m de altitude; patamares estruturais,
26
3
Parte superior e pressupostamente mais intemperizada do perfil do solo, compreendendo somente os horizontes
A e B.
27
baixa e predominantemente cauliníticos. Nos baixos platôs dissecados e nas encostas dos vales
escavados, os solos são menos profundos e lixiviados, destacando-se os argissolos vermelho-
amarelos distróficos e eutróficos e argissolos vermelhos eutróficos.
Os gleissolos compreendem solos hidromórficos, constituídos por material mineral.
Esses solos encontram-se permanente ou periodicamente saturados por água. Caracterizam-se
por solos mal ou muito mal drenados, em condições naturais, tendo o horizonte superficial cores
desde cinzentas até pretas. Desenvolvem-se em sedimentos recentes nas proximidades dos
cursos d’água e em materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições de hidromorfia, podendo
formar-se também em áreas de relevo plano de terraços fluviais e lacustres, como também em
materiais residuais em áreas abaciadas e depressões. São solos que ocorrem sob vegetação
hidrófila ou higrófila herbácea, arbustiva ou arbórea.
Os neossolos são pouco evoluídos constituídos por material mineral, ou por material
orgânico com menos de 20 cm de espessura, não apresentando qualquer tipo de horizonte B
diagnóstico. Esses dois últimos tipos de solos são encontrados principalmente no fundo de vales
dos médios cursos do rio Pindaré, compreendendo neossolos flúvicos eutróficos e gleissolos
háplicos distróficos.
O município faz parte da bacia hidrográfica do rio Pindaré, sendo seu território cortado
pelo referido rio, tendo como afluentes, no município, os córregos Brejão, Água Boa, Socorro,
São Francisco, Jacu, Novo, com o afluente córrego Boa Sorte, Novo Córrego, com o afluente
córrego do Brejinho e rio Azul, com os afluentes, os córregos Três Lagoas e Mutum. Bacia
hidrográfica do rio Gurupi, com os afluentes rio Itinga e o rio Açailândia, com os afluentes, os
córregos Macaúba, Jacaré, Pequiá, Perdido, Cintura Fina, Boi, Jatobá, Macaco Gordo e da sub-
bacia do rio Ararandeua que corta o município, com os seguintes afluentes: córrego do Paulino
e córrego da Macaúba.
A vegetação faz parte da Floresta Amazônica, composta pela floresta ombrófila aluvial
e submontana. O primeiro tipo ocupa as áreas mais úmidas dos vales onde se destacam as
palmáceas: açaí (Eurterpe olerácea), buriti (Mauritia Vinifera) e buritirana (Mauritia
aculeata); o segundo corresponde às formações mais exuberantes, ocupando as áreas dissecadas
do relevo de planalto com solos medianamente profundos, composto principalmente por
árvores de alto porte, algumas ultrapassando 50 metros. Entre as espécies mais comuns,
destacam-se a seringueira (Hevea brasiliensis) e a andiroba (Carapa Guianensis). Essa
cobertura vegetal se encontra bem descaracterizada no município, restando poucas áreas com
esse tipo de vegetação (IBGE, 2012).
28
Espaço Urbano
Ao chegar pela BR 010, nota-se na cidade de Açailândia, uma rotatória, chamada trevo,
na realidade o entroncamento das BRs 010 e 222, vista de cima, encontra-se o desenho de um
relógio. Essas duas rodovias delineiam o Centro da cidade, formado por ruas e travessas retas,
de pavimentação asfáltica ou bloquetes e quarteirões similares, conformando um “tabuleiro de
xadrez”. As residências, em sua maioria, são térreas e geminadas, muitas são mistas abrigando
comércio e moradia, possuindo mais de dois pavimentos, com empreendimentos comerciais
específicos, disposto principalmente ao longo das principais ruas e avenidas (Figura 8).
Ladeando a BR 222, há a Avenida Santa Luzia (Figura 9), com canteiro central,
arborizada com mangueiras, separando-a da BR. Nessa área, concentram-se principalmente
lojas de autopeças, parafusos e oficinas mecânicas, restaurantes, materiais de construção, um
hospital particular e várias lojas especializadas em veículos automotores.
31
Paralelo a BR 010 (Figura 10), está a Avenida Bernardo Sayão, composta por canteiro
central, com árvores frondosas. Essa se destaca em parte por possuir grande quantidade de
mercados, supermercados e pequenos estabelecimentos que vendem gêneros alimentícios, é
onde ocorre a feira livre, com produtos diversificados e barracas que vendem frutas, legumes e
verduras. Além disso, também encontra-se um posto de transporte alternativo e logo próximo
há a rua Marly Sarney, com o Mercado Público (Figura 11) e grande concentração de lojas de
roupas, calçados e de variedades.
32
Próximo está a rua Duque de Caxias, com suas variadas lojas de roupas e calçados,
bolsas, acessórios, cosméticos, postos de combustíveis, hotéis, bares e a praça do Pioneiro, essa
é cercada de árvores, palmeiras e muito verde, é o principal ponto de encontro dos jovens
açailandenses. Na praça há uma estátua de um dos pioneiros do município, o João Mariquinha
e uma grande fonte (Figura 14).
Na Desembargador Tácito de Caldas (Figura 15), também, se destaca por suas lojas de
autopeças, de produtos agropecuários, calçados e confecções, eletrodomésticos e variado
número de farmácias. Na rua São Francisco localiza-se a Igreja Matriz, dedicada a São
Francisco de Assis.
35
Outra praça que se destaca é a Boa Esperança (Figura 16), localizada à margem da BR
222, em frente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), é a maior praça da cidade, medindo
cerca de 200x80 metros de comprimento, toda ajardinada e com fonte e chafariz, conta com
área de lazer, academia ao ar livre, playground, área livre para caminhada, quiosques e
estacionamento para veículos.
Espaço Rural
4
Os assentamentos podem ser divididos em âmbito federal (PA), estadual (PE) e em Projeto de Desenvolvimento
Sustentável (PDS).
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Condição do Produtor
Demografia
Educação
Quanto à educação profissional, havia 1.846 alunos matriculados em 2019, sendo: 917
em escolas federais, 16 em escolas estaduais e 913 em escolas particulares. O município conta
com o Instituto Federal do Maranhão – IFMA Açailândia, oferecendo ensino médio e cursos
técnicos na modalidade integrada, concomitante e subsequente. Conta com os seguintes cursos
técnicos: Florestas (integrado), Alimentos (integrado), Automação Industrial (integrado e
subsequente), Meio Ambiente (integrado), Eletromecânica (integrado e subsequente),
Metalurgia (integrado e subsequente), Alimentação Escolar (PROEJA) e Eletromecânica
(PROEJA), além de disponibilizar graduação em licenciatura em Química. O Instituto de
Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IEMA, com sua unidade vocacional, oferece
cursos em: Gestão de Cooperativa e Empreendedorismo Solidário; Inglês Básico; Agente de
Gestão de Resíduos Sólidos. Há o SESI/SENAI, que disponibiliza o curso de Técnico em
Segurança do Trabalho. Há ainda o Instituto Veneza e a Escola Rui Barbosa oferecendo cursos
técnicos.
Na Educação Superior estão as seguintes instituições:
Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL) (Figura 17),
com os seguintes cursos: Letras Licenciatura em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua
Portuguesa, Administração Bacharelado, Tecnologia em Gestão Ambiental, Engenharia Civil
Bacharelado e Pedagogia Licenciatura, sendo 40 vagas em cada curso, com entrada de
aproximadamente 526 alunos por ano.
Universidade Aberta do Brasil (UAB) (UFMA/UEMA), com os seguintes cursos:
Administração, Administração pública, Computação e Informática, Matemática e
Pedagogia. Também oferece cursos de especialização.
Instituto Federal do Maranhão (IFMA), disponibiliza graduação em Licenciatura em
Química.
O município conta ainda com polos da Estácio e do Centro Universitário Leonardo da
Vinci (Uniasselvi), da Universidade Santo Amaro (Unisa), da Universidade de Taubaté
(Unitau), do Centro Universitário Internacional (Uninter), Universidade Cesumar
(UniCesumar) e Faculdade Vale do Aço (Favale) (Figura 18). Esta última oferece cursos de
graduação em: Administração, Agronegócio, Engenharia Civil, Engenharia de Produção,
Medicina Veterinária, Odontologia, Pedagogia, Psicologia, Arquitetura e Urbanismo; e pós-
graduação em: Gestão Empresarial, Gestão de Agronegócio e Meio Ambiente, Defesa Sanitária
Animal, Logística, Edificações Sustentáveis e Eficientes.
42
O sistema de saúde de Açailândia é composto por três hospitais, sendo dois particulares
e um público. O Hospital Municipal (Figura 19) disponibiliza 117 leitos no setor de internação
43
O Hospital Municipal dispõe de cinco ambulâncias, pelas quais, em casos mais graves,
os pacientes são transferidos para as cidades de Imperatriz ou São Luís. Compõe a equipe de
saúde, 26 médicos, possuindo especialidades em obstetrícia/ginecologia, cirurgia geral,
ortopedia e anestesia; há 20 enfermeiros na assistência geral e 107 técnicos de enfermagem.
Atuando também com mutirão de cirurgias eletivas em urologia, oftalmologia e
otorrinolaringologia e Agência Transfuncional, com cinco técnicos de enfermagem, dois
bioquímicos, dois nutricionistas, sete bioquímicos e 11 técnicos laboratoriais.
Compõem o programa Estratégia da Saúde da Família (ESF), 27 equipes, com 20
médicos, 34 enfermeiros, 43 técnicos de enfermagem e 12 auxiliares de enfermagem. Fazem
parte também do ESF, 15 equipes de saúde bucal, compostas por 17 dentistas.
Há um Núcleo de Assistência à Saúde da Família (NASF), contando com um
fonoaudiólogo, um fisioterapeuta, um nutricionista, uma enfermeira sanitarista, dois assistentes
44
Economia
Agricultura
Agricultura temporária
Entre 2010 e 2019 a área colhida aumentou 1.057%, a quantidade produzida 2.082% (na
taxa de crescimento da quantidade produzida, não foi contabilizado a produção do abacaxi, pois
este é dado em mil frutos, enquanto os demais produtos são dados em toneladas) e o valor da
produção 4.952%. No período mencionado, a área colhida do amendoim aumentou 150%, a da
melancia 1.000%, a do milho 128% e a do tomate 1.300%, enquanto a do arroz, do feijão e a
da mandioca diminuíram respectivamente 93%, 28% e 20%. Referente a quantidade produzida,
o amendoim aumentou 167%, a melancia 2.450%, o milho 551% e o tomate 1.290%; o arroz
reduziu 93%, o feijão 37% e a mandioca 24%. No rendimento médio os produtos que
aumentaram foram: o amendoim 7%, o arroz 6%, a melancia 132% e o milho 186%; obtiveram
diminuições, o feijão 13%, a mandioca 5% e o tomate 1%. Quanto ao valor da produção, o
amendoim, o feijão, a mandioca, a melancia, o milho e o tomate cresceram 500%, 66%, 69%,
4.033%, 738%, 2.618% respectivamente; o arroz desvalorizou-se em 89%. O cálculo da taxa
de crescimento do abacaxi, da fava e da soja não foi realizado, pois estes se encontram em anos
distintos (Tabela 4).
Em 2010, dos 4.746 hectares colhidos, 63% foram de milho, 29% de arroz, 5% de feijão
e 2% de mandioca; o amendoim, a fava, a melancia e o tomate representaram menos de 1%.
Das 9.901 toneladas produzidas, 67% foram de milho, 24% de arroz, 7% de mandioca, 2% de
feijão e menos de 1% para o amendoim, fava, melancia e tomate. O rendimento médio pode ser
observado na Tabela 4. No valor da produção, dos R$ 4.431 milhões, o milho participou com
62%, o arroz com 28%, o feijão com 6%, a mandioca com 3% e menos de 1% para o amendoim,
fava, melancia e tomate (Tabela 4).
Em 2018, dos 54.891 hectares de área colhida, o milho e a soja representaram 12% e
87% respectivamente, os demais produtos contribuíram com menos de 1% cada. Relacionada
a quantidade produzida, das 215.993 toneladas (exceto o abacaxi que é dado em mil frutos), o
milho contribuiu com 20% a soja 79%, os demais produtos representaram menos de 1%. O
rendimento médio pode ser observado na Tabela 4. Para o valor da produção, dos R$ 223.852
46
milhões, o milho contribuiu com 10% e a soja 89%, os demais produtos representaram menos
de 1% cada (Tabela 4).
Observa-se que entre os anos citados, houve aumentos significativos na área colhida,
quantidade produzida e no valor da produção, principalmente pelo incremento da soja e em
contrapartida do milho, que são produtos de exportação. Em decorrência deste fato, houve
diminuições relevantes na produção do arroz, do feijão e da mandioca.
Agricultura Permanente
Entre 2010 e 2019 a área colhida, a quantidade produzida e o valor da produção tiveram
diminuição de 33%, 78% e 57% respectivamente. No aludido intervalo, a área colhida da
borracha diminuiu 20%, da pimenta-do-reino 77%, o único produto que teve aumento foi a
castanha de caju em 86%. Para a quantidade produzida, a castanha de caju permaneceu estável,
enquanto houve diminuição nas toneladas de borracha 39%, de pimenta-do-reino 79%. No
rendimento médio todos os produtos obtiveram variações negativas de 24% para a borracha,
46% para a castanha de caju e 10% para a pimenta-do-reino. Relacionado ao valor da produção,
a borracha diminuiu 28%, a pimenta-do-reino 75%; a castanha de caju aumentou em 300%.
47
Não foram calculadas as taxas de crescimento da banana, da laranja, do limão e da manga, pois
esses produtos só aparecem apenas no ano de 2010.
Em 2010, dos 1.087 hectares, 81% foram ocupados com a borracha, 9% com a banana,
6% com o urucum, 2% com a pimenta-do-reino e menos de 1% com a castanha de caju, laranja,
limão e manga. Das 3.078 toneladas produzidas, a banana participou com 60%, a borracha 36%,
o urucum 2%, a pimenta-do-reino 1%; a castanha de caju, a laranja, o limão e a manga
representaram menos de 1% cada. O rendimento médio pode ser observado na Tabela 5. Dos
R$ 3,362 milhões do valor da produção, a borracha contribuiu com 58%, a banana 33%, o
urucum 5%, a pimenta-do-reino 3% e menos de 1% para a castanha de caju, laranja, limão e
manga (Tabela 5).
Em 2018, dos 724 hectares colhidos, 97% foram relacionados a borracha, 2% a castanha
de caju e 1% a pimenta-do-reino. Das 679 toneladas, 99% foram de borracha, 1% de pimenta-
do-reino e menos de 1% para a castanha de caju. O rendimento médio pode ser observado na
Tabela 5. Dos R$ 1.441 milhões, a borracha contribuiu com 98%, a pimenta-do-reino 2% e a
castanha de caju menos de 1% (Tabela 5).
Entre os anos de 2010 e 2018 houve significativa diminuição da área colhida, quantidade
produzida e valor da produção da lavoura temporária, isso se relaciona principalmente a
expansão da monocultura da soja e do eucalipto no município que ocupa extensas áreas.
Horticultura
Pecuária
A pecuária se destaca por ser parte extensiva e intensiva, ocupando vastas áreas de
pastagens plantadas e fazendas consolidadas ocupando grandes extensões no município. O
rebanho que mais se destaca é o bovino, com expressiva produção de leite, e também destinado
ao corte e abate, crescendo significativamente ao longo dos últimos anos.
Entre 2010 e 2019, o rebanho diminuiu 16%, apresentando as seguintes variações:
bovino -23%, bubalino -24%, equino 38%, suíno 28%, caprino 7%, ovino 41% e galináceos -
3%. O rebanho das codornas não foi calculado devido ser registrado apenas em 2010.
Em 2010, das 505.132 cabeças, 84% eram de bovinos, 11% de galináceos, 2% de suínos,
1% de equinos e ovinos cada e menos de 1% corresponderam ao bubalino, caprino e codornas.
Em 2019, o efetivo do rebanho foi de 422.654 animais, com 80% de bovinos, 13% de
galináceos, 3% suínos, 2% equino e ovino cada, 1% caprino e menos de 1% bubalino (Tabela
7).
50
Com relação à produção de origem animal, em 2019, foram produzidos 39.864 milhões
de litros de leite, 116 mil dúzias de ovos de galinha e 4.435 quilogramas de mel de abelha, os
quais foram valorizados em R$ 39,931 milhões, dos quais, 98% referem-se ao leite, 2% aos
ovos de galinha e menos de 1% ao mel de abelha (Tabela 8).
Extrativismo e Silvicultura
Pesca e Aquicultura
Indústria
O polo siderúrgico (Figura 23) é formado por cinco usinas para a produção de ferro
gusa em lingotes, a partir da redução do minério de ferro proveniente da Província Mineral de
Carajás (PA) e transportado pela Estrada de Ferro Carajás (EFC).
O complexo é complementado também por uma estação de peneiramento de minério de
ferro constante de pêra de evolução ferroviária para, desembarque do minério de ferro (MF),
reembarque do fino de MF e embarque de lingotes de ferro gusa. Há ainda em operação uma
planta para britagem de escória de alto-forno. As empresas siderúrgicas exportam 90% de sua
54
produção para mercados internacionais, entre eles Estados Unidos, Japão, China, Taiwan,
Coréia, Itália, Espanha e Alemanha. A exportação é feita pelo Complexo Portuário do Itaqui /
Ponta da Madeira.
Comércio
Turismo
As comidas típicas que se destacam é a panelada e a carne de sol. Quanto ao ritmo mais
popular tem-se o forró.
Para atender o turista, o município dispõe de 40 hotéis e 15 outros meios de hospedagem.
Possui também 221 restaurantes e similares e 87 lanchonetes e bares.
Folclore e Lazer
coreografias impecáveis, apresentando a cada ano uma temática diferenciada. Cada uma ao seu
estilo próprio, já conquistou uma gama de fies torcedores, principalmente a “Matutos do Rei”
e a “Flor de Mandacaru” que há anos colecionam títulos (Figura 26).
Religião
Infraestrutura
Serviços e Comunicação
Transporte
Açailândia está situada a 553 km de São Luís, ligada pelas BRs 135 e 222 e interligada
à BR 010. Encontra-se, também, a 72 km de Imperatriz. A posição estratégica de Açailândia
lhe impõe uma agitada movimentação de transportes de variados modais. Juntamente com as
rodovias estaduais, drenam as grandes correntes de tráfego intra e inter-regionais.
Além das rodovias já citadas, o município Açailândia conta com extensa rede de estradas
vicinais (acima de 2 mil km), piçarradas, sob a responsabilidade integral da prefeitura, utilizadas
63
como meio de ligação dos núcleos urbanos às propriedades rurais e pequenas agrovilas e
assentamentos para escoamento da produção.
A cidade possui uma rodoviária e dois terminais rodoviários de transporte alternativo
da Cooperativa dos Condutores Autônomos do Transporte Público Alternativo de Passageiros,
Escolar e Turismo de Açailândia (Cooperlândia), com ônibus e vans, que fazem viagens diárias
para municípios localizados nos estados do Maranhão, Pará, Tocantins e Goiás.
O transporte ferroviário também é importante no município. Açailândia é o que abriga
a maior extensão de trilhos da Estradas de Ferro Carajás – EFC, com 123,6 quilômetros. No
povoado de Pequiá, a ferrovia tem uma estação de grande importância regional (Estação
Açailândia/ Figura 28), transportando grande número de passageiros e cargas (especialmente
minério de ferro e grãos). Nesta parada, denominada Açailândia-Pequiá, fica o encontro da
estrada de ferro da Vale com a Ferrovia Norte Sul, que conduz a produção do Centro-Oeste até
o Porto de Itaqui, em São Luís. Nas segundas, quintas e sábados, o trem de passageiros sai de
São Luís às 8h, chegando em Parauapebas (PA) às 23h50. Nas terças, sextas e domingos, ele
sai de Parauapebas (PA) às 6h, com chegada em São Luís, às 22h.
Fonte: rodoferroviaria.com.br
64
Símbolos Municipais
Brasão
Bandeira
66
A bandeira foi criada em 21 de junho de 2002 trazendo as cores verde, vermelha, azul e
branco.
O verde representa a esperança do povo e um alerta contra a agressão humana ao meio
ambiente. O vermelho retrata a luta e o amor do povo pela sua terra. O azul simboliza a fé e os
céus que garantem e admiração a todos que ali chegam. O branco representa a paz, a pureza de
um povo simples, mas determinado pelo que almeja. A estrela significa o município unido e
indivisível.
Hino
Cidade de agricultores,
pedreiros e muito mais
que semeiam e colhem,
que criam e constroem
fazendo crescer a paz.
Localização
Extensão
O município ocupa a 28ª posição no ranking estadual em extensão com 2.676,980 km²,
representando 0,81% do território maranhense. Em relação à Região de Desenvolvimento da
Amazônia Maranhense, ocupa a 3ª posição com 17,43%.
68
Processo de Ocupação5
5
Histórico retirado de AGUIAR, Isaías Neres. História e aspectos gerais: do Povoado Km 100 ao Município
de Bom Jesus das Selvas - MA, 2010.
70
conhecer o convidou a mudar-se para ali. Seu Vicente Bezerra queria mesmo era povoar e
desenvolver aquela área verde, lugar completamente desocupado e nunca antes explorado, com
considerável potencial em madeira, caça e pesca.
Neco, bastante curioso, não resistiu ao convite de mudar com sua família para explorar
uma região repleta de matas virgens, boa para o cultivo. O lugar era apenas uma passagem de
alguns silvícolas, e habitado por animais e pássaros diversos.
Em um velho jipe, na companhia de um amigo conhecido por Zé Vermelho que serviu
de motorista, em maio de 1970, fez a primeira visita ao local, desacompanhado de sua família,
visto que era uma viagem apenas para um ligeiro reconhecimento da região. Neco se encontrava
viúvo, havia perdido sua esposa no dia 21 de abril daquele mesmo ano.
Dois meses depois, Neco resolveu fazer uma nova viagem, almejando cuidar de sua
primeira roça. Assim, partiu com sua família numa extenuante viagem que teve início no dia
14 de julho de 1970. De jipe foi fácil chegar até o povoado Pequiá, local em que estava instalado
o acampamento da construtora Mendes Jr. onde Manoel Neco e os demais companheiros
pernoitaram.
No dia seguinte, Neco procurou conversar com o Dr. Dario (engenheiro civil e diretor
daquela construtora), ele queria apoio para chegar até o km 100. Porém, Dr. Dario, desconfiado
fez algumas perguntas antes de qualquer decisão. A maior preocupação do diretor era que seu
Neco estivesse a serviço de latifundiários. Depois de constatar que se tratava de um pequeno
produtor rural à procura de terras para produzir, as portas se abriram para seu Neco. Dr. Dario
garantiu apoio ao lavrador, não apenas para aquela viagem, mas, durante todo o período em que
a construtora Mendes Jr. estivesse trabalhando na obra da rodovia. Para isso, ele elaborou um
documento declarando apoio logístico ao seu Neco e família. A declaração foi fundamental para
o pioneiro e sua família durante os três primeiros anos.
Para continuar a viagem, seu Manoel e família só tinham duas alternativas: ir
caminhando ou em cima dos tratores da construtora. Qualquer que fosse a escolha, a viagem
seria feita com bastante morosidade. No dia seguinte, após uma longa caminhada, mas ainda
dentro do extenso município de Imperatriz, numa região onde hoje está localizado o povoado
Córrego Novo, com o sol já escondido por trás das selvas e com as sombras da noite já
envolvendo tudo, novamente eles tiraram um tempo para dormir.
A grande expectativa de chegar ao destino parecia superar o cansaço, e, no outro dia
cedinho partiam novamente; agora já estavam mais perto, tinham que atravessar o rio Pindaré.
Atravessaram com muita dificuldade por cima de pranchas de madeiras, mas depois de três dias
71
andando com seus pertences, no dia 16 de julho de 1970, às 16h chegaram ao km 100. O
pequeno número de pessoas iniciava naquele momento uma colonização que mais tarde deu
origem ao município de Bom Jesus das Selvas. Parte da família de seu Neco chegou à
localidade, a mesma era composta por: Raimundo Soares (filho mais velho), Pedro Mariano
(irmão) e José da Bêca (sobrinho). Pessoas simples atraídas pelo desejo de produzir; suas
bagagens eram poucos pertences de uso pessoal.
Durante a viagem eles utilizaram apenas o pico da estrada feito pelos homens da linha
de frente da construtora Mendes Jr., uma indicação de que em pouco tempo passaria por ali
uma estrada para elevar o desenvolvimento daquela terra.
Tão logo chegaram utilizaram como abrigo, as sombras de duas frondosas copaíbas. Ali
armaram suas redes para descansarem (hoje naquele local encontra-se a igreja matriz). Como a
construção de habitação não foi de imediato uma prioridade do grupo, quando chovia, os
pioneiros sofriam muito. Os pioneiros trataram de cuidar das suas roças e em pouco tempo
realizaram os broques, derrubadas, coivaras e queima, e em seguida plantaram.
Em dezembro de 1970 viajaram para a cidade de Imperatriz onde foram se preparar para
definitivamente retornar. Em março de 1971, retornaram e trataram de fazer seus barracos de
lonas e, em seguida, de taipa coberta de palhas de anajá, escolhendo as proximidades do pico
da estrada e do rio Pindaré para instalarem as primeiras habitações. Eles encontraram uma
chapada coberta pela floresta amazônica, a qual oferecia uma bonita visão. Estava instalado o
pequeno povoado km 100. A posse daquelas terras passou a ser do senhor Manoel Gonçalves
dos Santos (Neco), num total de 95 alqueires (2,299 km2).
Em 1973, chegaram mais imigrantes, vindos principalmente do município de Caxias.
Muitos deles eram parentes, e vieram por meio das informações do seu Neco. Os moradores
que chegaram posteriormente foram: Antonio Lopes Bonfim Filho (Antonio Preto), José Luís
da Silva (Zé Luzia), Geraldo Orlando dos Santos (Geraldo Juvenal), Raimundo Nonato Silva,
Antonio Orlando dos Santos (Antonio Juvenal), Luís Orlando dos Santos (Luís Juvenal). Como
na época ainda não existia a BR-222, esses trabalhadores utilizaram outro percurso saindo de
Caxias passando pelo município de Barra do Corda com destino a cidade de Imperatriz. Todos
eles com o mesmo objetivo, procurar terras para trabalhar. A ideia deles inicialmente era
localizar o seu conterrâneo Manoel Neco e, em Imperatriz se estabeleceram. Quando souberam
que Neco não morava mais em Imperatriz, nem bem desceram do ônibus, já apanharam outro,
em direção à localidade km 100. Na mesma década também chegaram ao então povoado os
seguintes moradores: João Gonçalves (João Mariano), João Vieira, Gilson fotógrafo, Domingos
72
Rocha, Mário Fogoió, Emídio Lima dos Santos, José Mendes, José Esmeraldo, Apolônio, José
Ferreira da Silva (Zé Baú), José Rocha, Augusto Cantanhede (Sinôca), Toinho Preto, Raimundo
Nonato Sousa Bezerra, Abidias, Antonio Biluca, Antonio Vieira da Silva (Pé de Curica) e
Raimundo Beto.
O então povoado formado por apenas oito casas, se distribuía em uma única rua,
atualmente denominada Sete de Setembro, localizada às margens da futura rodovia. Mais tarde
foram criadas outras ruas, dentre as quais se podem citar: 21 de maio, 02 de abril e 13 de maio.
Vários desafios tiveram que ser enfrentados pelos pioneiros, dentre eles: falta de
estradas, de energia elétrica e de água potável. A iluminação era através de velas, lamparinas e
lampiões. A água, era transportada do rio Pindaré em lombo de animais, numa distância de
aproximadamente 1.300 metros. O senhor Valdemir Coelho Lobo, conhecido como Bombeiro,
foi um dos pioneiros que sentiu na pele a dificuldade de adquirir água potável. A partir do ano
de 1974, Valdemir (Bombeiro), além de transportar água para si mesmo e família, passou a
ganhar o sustento utilizando a sua pequena tropa de jumentos no transporte de água para
moradores da pequena vila.
Para suprimento dos moradores, na época existia apenas uma meia dúzia de poços,
perfurados manualmente, os quais tinham em média 5 metros de profundidade. Aquela situação
se estendeu por toda década de 1970. Os pioneiros passaram por muitos problemas para
sobreviver, como fome, frio, animais selvagens, doenças e longas caminhadas para as roças e
para as compras.
Nos dois primeiros anos não existiam estabelecimentos comerciais no povoado. Os
destemidos pioneiros sofriam muito fazendo viagens demoradas e penosas, muitas vezes
andavam dias a pé para realizarem suas compras. Por muitas vezes foram utilizadas tropas de
animais para o transporte dessas mercadorias. Os tropeiros, como eram chamados, conduziam
essas tropas, destacando-se dentre eles: Raimundo Cícero, Valdecir, Conceição, Antonio
Carneiro e Antonio Vieira (Pé de Curica). Em 1972, o senhor Antonio Vieira (Pé de Curica),
observando as dificuldades dos moradores para efetuarem suas compras, resolveu montar seu
próprio estabelecimento comercial. Era uma pequena quitanda, que funcionava na sua própria
residência, na Rua Sete de Setembro.
A venda de medicamentos também não demorou a chegar. Em 1972, a pequena
comunidade já era atendida com a venda de remédio por meio do senhor Abidias da Silva
Santos. Como não havia nenhum posto de saúde, os atendimentos mais simples eram feitos pelo
próprio Abidias.
73
Buscando facilitar o acesso à compra de carne e melhorar a sua renda familiar, em 1973,
Neco, o morador pioneiro, assumiu a profissão de açougueiro, tornando-se o primeiro do
povoado. A partir de então, a carne passou a ser adquirida em Açailândia e vendida aos
moradores do povoado km 100.
Quanto a distribuição dos lotes, tanto para as roças, como para construções de barracos,
o próprio Neco era o responsável pela entrega. Os moradores da vila viviam de forma bastante
comunitária, onde prevalecia a genuína relação de parentesco das famílias Gonçalves e Santos.
Posteriormente, devido a boa condição de tráfego da rodovia, houve uma aceleração na
ocupação da região em áreas já desbravadas bem como em áreas novas.
As viagens passaram a ser em caminhões conhecidos como pau de arara, dentre os
proprietários desses transportes, o mais conhecido era o senhor Pedro Caetano. Pouco tempo
depois já se podia contar com os serviços das empresas de ônibus Estrela d’Alva, Braga, Nobre
e Florêncio. A movimentação de embarques e desembarques geralmente era feito no hotel
Central que ficava localizado na rua Sete de Setembro.
Em 1975, houve grande incidência de malária deixando graves consequências na
população, inclusive com óbitos, já que não havia posto de saúde. Apenas no final da década
de 1970 foi construído um posto de saúde na comunidade, que prestava serviços ambulatoriais.
Apenas em 1979, por iniciativa da própria comunidade iniciou-se a construção de um
novo estabelecimento de ensino, pois anteriormente as aulas eram ministradas em uma pequena
sala na residência do seu Manoel Gonçalves. Denominada de Escola Barão do Rio Branco, as
aulas eram realizadas à noite com uso de lampiões e disponibilizava apenas até a 4ª serie,
posteriormente essa escola ganhou outro nome, passou a ser chamada de Escola Padre Ivo
Nicolau. Só a partir de 1982 foi implantado o ensino fundamental completo. Em 1985, durante
um motim realizado por populares, a Escola Ivo Nicolau foi completamente destruída. Como
continuava a grande necessidade daquele espaço de aprendizado, em 1988 o município de Santa
Luzia reconstruiu o prédio e o denominou de Escola Francisco Ximenes Aragão Filho.
Durante a década de 1980, aumentou assustadoramente os conflitos agrários em toda a
região. A pistolagem e a grilagem de terras eram comuns e Km 100 era “terra de ninguém”,
mandavam os mais fortes. A grilagem de terras, conseguida por intermédio de várias
procurações falsas, facilitava a compra de várias propriedades que unidas formavam grandes
latifúndios, com o intuito principal de explorar a madeira abundante na região.
74
Em setembro de 1985, ocorreu mais um conflito na região. Várias pessoas saíram feridas
e mortas. Só neste ano, cerca de 60 assassinatos haviam sido registrados na região,
encomendados por grandes latifundiários mediante pistoleiros sanguinários e cruéis.
O povoado Km 100 vivia momentos de fortes tensões. Existia um clima de desconfiança
entre as pessoas, os recém-chegados eram recebidos com mais desconfiança ainda.
Os anos passavam e as madeireiras continuaram se instalando, empregando centenas de
pessoas e distribuindo inúmeros metros cúbicos de madeira beneficiada para boa parte do Norte
e Nordeste do país. Apesar de sofrerem com grave problema da escassez de água, muitos ainda
se aventuravam a encarar os árduos desafios e lutar pela sobrevivência morando na região.
O extrativismo vegetal atraia muitos madeireiros e grileiros. O setor madeireiro e a
abundância de terras agricultáveis impulsionavam grandes aglomerações de trabalhadores para
a região, os quais se aventuravam sozinhos ou acompanhados da família. Quando chegavam,
normalmente encontravam uma realidade totalmente adversa de suas expectativas. O papel da
economia extrativista, sobretudo a extração da madeira contribuiu significativamente para o
crescimento demográfico da localidade.
Por outro lado, a exploração agrícola do solo foi outro elemento que deu certo impulso
à economia, dando bons resultados na produção de cerais.
Outro fator que impulsionou o desenvolvimento do Km 100, foi a construção do trecho
da Estrada de Ferro Carajás. Em 1981, iniciou a construção da ferrovia, que passaria pelo
povoado 100. A partir de então, o povoado passou a atrair muita gente, motivada não só pela
indústria madeireira ou pela lavoura, mas também pela busca de emprego na construção da
Estrada de Ferro Carajás. Essa construção absorveu grande parte da mão de obra de Km 100.
Ainda com grandes problemas agrários no então povoado e a obsolescência de
determinados órgãos, foi criado o GETAT (Grupo Executivo das Terras do Araguaia e
Tocantins), que tinha por finalidade solucionar conflitos rurais. Como já era do conhecimento
das autoridades que o povoado Km 100 integrava uma área de grandes conflitos, sendo a
grilagem um dos problemas mais sérios, imediatamente o órgão designou o agrônomo Dr. Luiz
Sabry Azar para a região. A missão foi árdua, mas com um conjunto de procedimentos como:
vistoria de imóveis rurais e posse das terras, demarcação e parcelamento do solo em
loteamentos e distribuições de lotes para construções de residências, variados problemas foram
sanados no povoado.
Após 25 anos de fundação o povoado onde antes havia densas florestas já se encontrava
num estágio avançado de desmatamento com as selvas substituídas por pastos. A indústria
75
madeireira que aparentemente alicerçava sua economia não tinha raízes na localidade. A maior
parte do capital gerado pela atividade madeireira era voltada para outros centros abastecedores.
As dificuldades de sobrevivência eram grandes, porque a atividade agrícola era feita de forma
desorganizada sem apresentar resultados satisfatórios em termos de contribuição para retirar o
povoado da estagnação. A falta de infraestrutura e de saneamento básico, principalmente o
abastecimento de água ainda eram problemas graves que afetavam a população.
Visando a promoção do bem-estar social da comunidade, os moradores liderados por
Luiz Sabry, resolveram criar uma associação que foi denominada de Associação Pró-Progresso
de Bom Jesus das Selvas. Por meio dessa associação, vários benefícios foram conseguidos para
o povoado como: distribuição de filtros para os mais carentes, creches foram construídas e
consultas e medicamentos distribuídos à população.
A mudança do nome do povoado de Km 100, para Bom Jesus das Selvas se deu mais
precisamente em setembro de 1975, quando o padre Ivo Ritle veio celebrar a primeira missa no
povoado e ficou intrigado com o nome da localidade e sugeriu, com o apoio do Sr. Neco mudar
o nome da localidade para Bom Jesus, nome do padroeiro local. Durante a missa a população
foi consultada e aceitaram que o nome fosse mudado. Quanto ao termo “das Selvas” o próprio
Padre sugeriu, por a região naquela época ser cercada de muitas matas.
O processo de emancipação política só começou a ser discutido a partir do início da
década de 1990, mediante o plebiscito. A maioria da população local almejava ver o povoado
tornar-se cidade, no entanto, ficava com certo receio devido às manobras de políticos e até
mesmo de moradores que queriam adiar a criação do município. Apesar disso, a maioria da
população votou a favor da emancipação, ocorrida em junho de 1994. Então, pela Lei Estadual
n° 6.166, de 10 de novembro de 1994, foi elevado à categoria de município com a denominação
de Bom Jesus das Selvas, desmembrado de Santa Luzia e instalado em 01 de janeiro de 1997.
A vida política do novo município iniciou-se em 1996 com as primeiras eleições,
tornando o primeiro prefeito municipal o Sr. José de Ribamar Silva Moraes Filho (1997-
21/05/1998). Cassado por improbidade administrativa, o vice-prefeito Pedro Fernandes Silva,
assumiu no período de 21 de maio de 1998 a abril de 2000, quando este é também cassado,
assume o Marcos Davi Gomes de Oliveira, presidente da Câmara Municipal, para o período de
abril a dezembro de 2000. Posteriormente foram eleitos: Luiz Sabry Azar (2001-2004), Maria
de Sousa Lira (2005-2008), Luiz Sabry Azar (2009-2012), Cristiane Campos Damião Daher
(2013-2016) e atualmente Luís Fernando Lopes Coelho (2017-2020).
76
Ambiente Físico
Inserida na Província Parnaíba, o município Bom Jesus das Selvas faz parte da Bacia
Sedimentar do Grajaú. Esta bacia teve o início de seu preenchimento no Aptiano, com uma fase
transgressiva representada por arenitos finos e conglomeráticos depositados em ambiente
fluvio-deltaico (Formação Grajaú), folhelhos calcários e anidritas depositados em ambiente
marinho (Formação Codó). O estágio seguinte de preenchimento, que seria regressivo, recobriu
em concordância essas unidades durante o final do Cretáceo e início do Terciário, com
depósitos interpretados como fluvio-lacustres das formações Itapecuru e Ipixuna. Em seguida
ao preenchimento da Bacia do Grajaú, houve um período de estabilidade tectônica (Paleógeno),
marcado pelo desenvolvimento de bauxita/laterita ferruginosa sobre os depósitos Itapecuru e
Ipixuna (SILVA et al., 2003).
A base geológica da área, de acordo com Klein e Sousa (2012), corresponde a três
unidades principais: Aluviões Holocênicos, Cobertura Laterítica Matura, Grupo Itapecuru e
Formação Ipixuna.
Os Aluviões Holocênicas são formados por depósitos grossos a conglomeráticos,
constituídos por sedimentos arenosos, pelíticos e cascalhos distribuídos ao longo do leito do rio
Pindaré.
As coberturas Lateríticas Maturas são caracterizadas por apresentarem um perfil
laterítico completo, constituído da base para o topo pelos horizontes pálido ou transicional,
argiloso, bauxítico e/ou fosfático e crosta ferruginosa, relacionada à Superfície de
Aplainamento Sul-Americana, do Cretáceo Superior ao Terciário Inferior. Geralmente define
um relevo tabular, fortemente dissecado. Existem dois tipos de perfis lateríticos dominantes
separados por uma inconformidade maior. A sequência mais antiga (Paleógeno) abrange as
topografias mais altas e é profundamente dissecada por amplos vales e a sequência mais jovem
(Neógeno) está numa superfície 70m abaixo da superfície mais antiga.
O Grupo Itapecuru é composto por arenitos finos, estratificados, caulínicos, friáveis e
de cor rosa a amarela esbranquiçada. Pelitos e arenitos conglomeráticos ocorrem
subordinadamente. O contato inferior com as formações Codó e Grajaú é predominantemente
concordante, porém com discordâncias locais. A unidade é recoberta discordantemente por
material argilo-arenoso cenozoico.
A Formação Ipixuna, datada do Cretáceo Superior-Paleógeno Inferior, é formada por
camadas compostas, essencialmente, por argilas e arenitos caulínicos com estratificação
77
principalmente pela silvicultura, com grandes áreas plantadas com eucalipto (eucalyptus) e
outros vegetais.
O clima caracteriza-se por ser tropical quente e úmido, com moderada deficiência de
água entre os meses de junho a setembro, megatérmico, ou seja, temperatura média anual entre
25°C e 26°C, sendo que a soma da evapotranspiração potencial nos três meses mais quentes do
ano é inferior a 48%, em relação à evapotranspiração potencial anual. A umidade relativa do ar
anual está entre 73 e 79% e totais pluviométricos anuais entre 1200 a 1600 mm (UEMA, 2002).
O município tem parte de seu território inserido na Terra Indígena Arariboia.
Espaço Urbano
O núcleo urbano de Bom Jesus das Selvas (Figura 31), começa a se delinear a partir da
década de 1970, com a construção da BR-222. Situada em uma área plana próximo ao rio
Pindaré, várias residências começaram a surgir ao longo da BR e a se aglomerar no primeiro
logradouro da cidade, a Avenida Sete de Setembro. A partir disso, a cidade começa a se delinear
na direção Oeste da rodovia conformando outras ruas como a Quinze de Novembro, Primeiro
de Maio, 21 de Abril, Dois de Abril e outras, núcleo mais antigo e onde se localiza a igreja
Matriz. Posteriormente, o núcleo se expandiu em direção Leste da rodovia, onde se localiza o
centro administrativo municipal, conformando o Centro da cidade.
Até o ano 2000, o espaço urbano continuou inalterado. A partir desse ano, surgiram
vários bairros como as vilas Davi, Roseana e Sabry e do Loteamento Jardim Imperial, todos
formados ao longo da BR-222, expandindo-se no sentido Leste e Oeste. Em 2010, começou a
se configurar o Bairro Nova Bom Jesus e o Loteamento Nestor Lemes e a partir de 2014 o
Loteamento JK.
81
A área urbana estende-se entre as margens esquerda e direita da BR 222, com extensão
de 3 km. O início e o fim da referida BR na cidade, demarca-se com dois arcos (Figura 32),
um na entrada e outro na saída, delimitando atualmente, no sentido Leste-Oeste o começo e o
fim da área urbana.
A BR 222 (Figura 33) é ladeada pela Avenida JK. Essa avenida é separada da BR por
canteiros centrais com grama, ajardinados e com pergolados, muitas vezes com a presença de
bougainville. Nela estão vários comércios, borracharias, oficinas mecânicas, hotéis,
restaurantes, posto de combustíveis, terminal rodoviário, batalhão da polícia militar, delegacia,
a praça Luiz da Silva Fabricante (Figura 34) e o Monumento a Bom Jesus, padroeiro do
município.
Além da Avenida JK, a Rua dos Jambeiros é uma das principais ruas comerciais da
cidade, composta por comércios geminados, e com dois pavimentos, nela se concentram lojas
de eletrodomésticos, móveis, farmácias, supermercados e outros estabelecimentos.
As residências possuem bom padrão construtivo, em alvenaria e telhado aparente, em
sua maioria térreas, muitas são geminadas, principalmente, no Centro da cidade. As ruas em
sua maioria são pavimentadas com asfalto e bloquetes hexagonais (Figura 35). Nos bairros
Nova Bom Jesus, Loteamento Nestor Lemes e Residencial JK, as ruas são quase em sua
totalidade piçarradas ou de chão batido.
84
Os principais bairros são: Centro, Vila Davi, Vila Roseana, Vila Sabry, Jardim Imperial,
Nova Bom Jesus, Nestor Lemes e Residencial JK (Figura 36).
Espaço Rural
Condição do Produtor
Demografia
Com um total de 28.459 habitantes no ano de 2010 (IBGE), Bom Jesus das Selvas
ocupava a 55° posição no ranking populacional do Maranhão, representando 0,43% da
população do estado. Em termos regionais, situava-se na 3ª posição em relação a Região de
Desenvolvimento da Amazônia Maranhense, correspondendo a 12,22%. O Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM foi de 0,558 ocupando a 139º posição no estado.
Em 2020 a estimativa da população era de 34.567 habitantes. Sua densidade demográfica é de
12,91 hab./km²; quem nasce no município é denominado bom-jesuense.
No decênio de 2000 a 2010 a população de Bom Jesus das Selvas obteve uma taxa de
crescimento de 72%. A população urbana e rural do município, também, tivera crescimento
positivo de 69% e 75%, respectivamente. Naquele intervalo, a população masculina aumentou
71% e a feminina 73%.
Em relação ao gênero, a população masculina, em 2000, representava 53% e a feminina
47%. Em 2010, os percentuais mantiveram-se estáveis, correspondendo ao sexo masculino 52%
e ao feminino 48%. Quanto a área, no ano 2000, a população urbana equivaleu a 48% e a rural
a 52%. Em 2010, a população rural continua maior representando 53% e a urbana 47% (Tabela
15).
Educação
Em relação a rede estadual, há uma escola, dividida em três extensões, com 28 salas e
dois anexos na área rural, nessas há oito salas, com funcionamento no período noturno. Há
1.331 alunos matriculados, sendo 1.179 na escola estadual urbana e 152 na área rural e um total
de 65 professores, dispostos 52 na cidade e 13 no rural, desses todos possuíam pós-graduação
e apenas um morava fora do município.
O município ainda dispõe de duas bibliotecas, 53 salas de leitura, distribuição de
material escolar e merenda escolar, utilizando produtos locais. Há também transporte escolar,
com cinco ônibus próprios e 18 locados.
Há ainda uma escola técnica comunitária particular (Casa Familiar “Padre Josino
Tavares”), oferecendo médio técnico em duas turmas e 55 alunos.
No município há um polo da Universidade Aberta do Brasil, com os seguintes cursos:
Pedagogia, Geografia, Química e Computação e ensino superior à distância representado pelo
Instituto Educacional Superior e Profissional - IESP e pelo Uniasselvi, esse último oferece
vários cursos em nível de graduação e pós-graduação, nas áreas de educação, administração e
ciências contábeis.
Economia
O PIB municipal em 2017 foi 56º no ranking estadual, correspondendo a 0,29% do PIB
do Maranhão com o valor de R$ 262,621 milhões. Para este valor, o setor de serviços participou
com R$ 182,994 milhões, o agropecuário R$ 57,013 milhões, o industrial com R$ 9,817
milhões e os R$ 12,798 milhões restantes referem-se a cobrança de impostos. Em 2010, o IPEA
registrou uma renda per capita de R$ 226,09 reais.
Agricultura
Agricultura temporária
Entre 2010 e 2019 a área colhida, a quantidade produzida tiveram redução de 45%,
120% respectivamente e o valor da produção aumentou 17%. No período mencionado, à área
colhida de todos os produtos diminuiu, o arroz em 96%, o feijão em 88%, a mandioca em 99%,
a melancia em 83% e o milho em 22%. Referente a quantidade produzida, apenas o milho, teve
crescimento positivo de 196%; os demais produtos tiveram queda na produção, o arroz em 95%,
o feijão em 91%, a mandioca em 99% e a melancia em 80%. No rendimento médio os produtos
91
que aumentaram, foram: o arroz 7%, a melancia 22% e o milho 278%; o feijão e a mandioca
diminuíram 25% e 2% respectivamente. Quanto ao valor da produção o arroz, o feijão, a
mandioca e a melancia diminuíram 96%, 88%, 98% e 72% respectivamente; o milho aumentou
214% (Tabela 16). A taxa de crescimento da soja e do tomate não foram analisados, pois esses,
são representativos apenas no ano de 2019.
Em 2010, dos 16.468 hectares de área colhida, 44% foram de arroz, 39% de milho, 13%
de mandioca, 4% de feijão e a melancia menos de 1%. Das 30.905 toneladas produzidas, 56%
eram de mandioca, 24% de arroz, 19% de milho e 1% para o feijão e a melancia juntos. O
rendimento médio pode ser observado na Tabela 16. No valor da produção, dos R$ 13.002
milhões, arroz participou com 38%, a mandioca com 37%, o milho com 21%, o feijão com 4%
e a melancia menos de 1% (Tabela 16).
Em 2019, dos 9.028 hectares, o milho ocupou 56% de área colhida, a soja 39%, o arroz
3%, o feijão 1%, a mandioca, a melancia e o tomate representaram menos de 1% cada.
Relacionada a quantidade produzida, das 24.713 toneladas, o milho contribuiu com 70%, a soja
com 27%, o arroz e a mandioca com 1% cada e o feijão, melancia e tomate com menos de 1%
cada. O rendimento médio pode ser observado na Tabela 16. Quanto ao valor da produção, dos
R$ 15.160 milhões, o milho contribuiu com 57%, a soja com 39%, o tomate com 2%, o arroz
com 1%, a mandioca, o feijão e a melancia representaram menos de 1% cada (Tabela 16).
Pelos dados, observa-se que, nos últimos anos há grande produção de soja no município,
acarretando na diminuição de outras culturas temporárias, apenas o milho continua estável e
com boa produção, já que esse é cultivado em consórcio com a soja.
Agricultura Permanente
Horticultura
Pecuária
Extrativismo e Silvicultura
Pesca e Aquicultura
Indústria
Comércio
Turismo
Folclore e Lazer
Lendas
A lenda do Boi-Onça, relatada pelos mais velhos, conta que em noites de São João o boi
se transforma em uma onça.
Religião
Infraestrutura
Serviços e Comunicação
A rede bancária possui uma agência do Bradesco, uma lotérica e uma agência dos
Correios. Na área da telefonia, há cobertura e internet da TIM, CLARO e OI, esta última com
linhas fixas.
Como meio de comunicação local, encontram-se três rádios.
Transporte
A cidade de Bom Jesus das Selvas localiza-se a 466 km da capital São Luís podendo ser
alcançada através das BRs 135 e 402, utilizando diariamente ônibus das empresas RA,
Açailândia, Aparecida, Satélite e outras. Outros veículos que fazem o percurso intermunicipal
são as vans, com saídas normalmente da rodoviária municipal (Figura 41).
O translado urbano – rural é realizado por veículos particulares, principalmente motos
e d-20 ou pau de arara. Quanto ao deslocamento na sede, se dá por intermédio de veículos
particulares, moto táxis e táxis.
5 BURITICUPU
Símbolos Municipais
Brasão
O brasão foi instituído pela lei municipal nº 14 de 23 de abril de 1997. Possui um círculo
entre ramas de arroz, principal produto naquela época do município, e na parte inferior uma
faixa com o nome do município com a data de sua criação. Nos quadrantes do círculo na parte
superior à esquerda, tem-se a bandeira do Maranhão e à direita uma enxada que representa o
trabalhador rural. Nos quadrantes inferiores, há um buritizeiro, uma das árvores que dá o nome
ao município, e à direita a bandeira municipal (AGUIAR, 2015).
103
Bandeira
Instituída pela lei municipal nº 13 de abril de 1997 a bandeira possui formato retangular
com faixas nas cores verde, branca, amarela e azul simbolizando respectivamente as matas, a
paz, as riquezas do solo e o céu. O triângulo vermelho significa o sangue dos buriticupuenses
derramado pela conquista da terra e o ciclo com a enxada ao centro representa o trabalho do
agricultor (AGUIAR, 2015).
Hino
Adiante Buriticupu,
Viva a memória do que aconteceu,
Em honra da instauração,
Pelo grande talento dos defensores teus.
REFRÃO
Localização
Extensão
O município possui uma área de 2.544,857 km² (IBGE, 2019), ocupando a 30ª posição no
ranking estadual, representando 0,77% do Maranhão. Na Região de Desenvolvimento Tocantins
Maranhense está na 4ª posição com 17% deste território regional.
Processo de Ocupação6
Antes do município possuir o nome atual e mesmo antes de se ter concebido a ideia de
implantar um projeto de colonização, a região já era habitada por tribos indígenas.
O território de Buriticupu já tinha sido visitado por povos indígenas, os primeiros foram os
Tupi-Guarani e Guajá que saíram do litoral para a região central do estado após a chegada dos
portugueses na costa maranhense. No ano de 1941, chegam os índios Guajajaras, trazidos pelo
extinto Serviço de Proteção ao Índio –SPI, os quais foram habitar uma área à beira do rio Zutiua.
Parte da tribo permaneceu de um lado do rio e a outra, atravessou o rio, instalando suas habitações
no local que mais tarde viria a se transformar no município de Arame.
O início do processo de ocupação do município de Buriticupu inicia-se na década de 1970,
estando vinculado a expansão da fronteira agrícola no Maranhão, quando o governo estadual
instalou o projeto de colonização para assentamento de trabalhadores rurais.
Com a necessidade de imprimir velocidade e dinamização no processo de ocupação
ordenada das terras devolutas do Maranhão, o governador Pedro Neiva de Santana (1971-1974)
cria pela lei 3.230 de 06 de dezembro de 1971, a Companhia Maranhense de Colonização –
COMARCO. No entanto, o projeto de colonização a ser implantado pela COMARCO ocuparia
apenas uma área localizada no município de Santa Luzia entre os municípios de Grajaú, Imperatriz
e Amarante do Maranhão.
6
AGUIAR, Isaias Neres. Buriticupu-MA: sua história, geografia, e características gerais – 42 anos de fundação,
21 de emancipação. Buriticupu: Gráfica Kairós, 2015.
107
Buriticupu realizar os preparativos para a recepção dos colonos. Nela, Boileau morou por oito
meses.
A princípio, a intenção era implantar a agrovila às margens do rio Buriticupu (atualmente
povoado de Buritizinho), a começar pela construção da casa do próprio Boileau. Essa ideia foi
concebida, naturalmente, em razão da proximidade de água. No entanto, com a realização dos
trabalhos de topográficos da área, os quais, depois de concluídos, evidenciaram a inviabilidade da
implantação naquela área, em razão de ser bastante acidentada. Imediatamente Boileau sugeriu
que a implantação da agrovila fosse numa área maior e mais plana. Com a ideia acatada o
administrador foi a procura da área ideal, bastou subir numa trilha no sentido da cidade de Santa
Luzia e lá no alto, encontrou uma chapada coberta pela floresta pré-amazônica, a qual oferecia
uma bonita visão para todos os lados. Ali se instalaria o I Núcleo de povoamento, que viria a ser
posteriormente a cidade de Buriticupu.
Enquanto uma equipe preparava o terreno, construindo as devidas instalações, outra
percorria o interior maranhense, cadastrando trabalhadores rurais que se encontravam sem terras
para produzir.
No ano de 1972, chegava, juntamente com os funcionários da COMARCO, o Sr. Satilo
Paulo Rodrigues, primeiro colono a chegar no projeto de assentamento, selecionado para trabalhar
na derrubada das árvores utilizando uma motosserra. Ele foi, o responsável pela derrubada das
primeiras árvores utilizadas nas construções das casas dos primeiros colonos. Outros operadores
de motosserra que trabalhavam com o pioneiro foram Francisco J. da Silva (Peteca), Raimundo
Oliveira Pinto e José de Castro (Gavião).
Em 23 de julho de 1973 chegam os primeiros colonos, vindos de Imperatriz, criando e
habitando a rua de Toro. Foram eles: Donato Uchôa Prado (Didi), Luís Alves Freitas, Manoel dos
Santos Pereira Cunha (Manoel Paciência) e Jovelino Freitas. Posteriormente chegam outros
colonos vindos de Açailândia (povoado na época), São Luís e de Santa Luzia, dos povoados de
Maguary e Floresta.
Até dezembro de 1973 chegaram, aproximadamente, nove levas de colonos que escolhiam
a região de Buriticupu para morar e sobretudo, por saberem dos incalculáveis recursos florestais
existentes na área. Por outro lado, toda essa abundância de recursos naturais despertou o interesse
de grandes grupos capitalistas, que tiveram a oportunidade de adquirir grandes áreas de terras por
preços simbólicos. Esses especuladores foram responsáveis por desenvolver a pecuária na região.
O processo de expansão econômica da região de Buriticupu, especificamente as atividades
baseadas na produção primária, foi marcado por choques entre especuladores de terra/ fazendeiros
109
Ambiente Físico
A base geológica da área, de acordo com Klein e Sousa (2012), corresponde a três
unidades principais: Aluviões Holocênicos, Cobertura Laterítica Matura, Grupo Itapecuru e
Formação Ipixuna.
Os Aluviões Holocênicas são formados por depósitos grossos a conglomeráticos,
constituídos por sedimentos arenosos, pelíticos e cascalhos distribuídos ao longo do leito do rio
Pindaré.
As coberturas Lateríticas Maturas são caracterizadas por apresentarem um perfil
laterítico completo, constituído da base para o topo pelos horizontes pálido ou transicional,
argiloso, bauxítico e/ou fosfático e crosta ferruginosa. É relacionada à Superfície de
Aplainamento Sul-Americana, do Cretáceo Superior ao Terciário Inferior. Geralmente define
um relevo tabular, fortemente dissecado. Existem dois tipos de perfis lateríticos dominantes
separados por uma inconformidade maior. A sequência mais antiga (Paleógeno) abrange as
topografias mais altas e é profundamente dissecada por amplos vales e a sequência mais jovem
(Neógeno) está numa superfície 70m abaixo da superfície mais antiga.
O Grupo Itapecuru é composto por arenitos finos, estratificados, caulínicos, friáveis e
de cor rosa a amarela esbranquiçada. Pelitos e arenitos conglomeráticos ocorrem
subordinadamente. O contato inferior com as formações Codó e Grajaú é predominantemente
concordante, porém com discordâncias locais. A unidade é recoberta discordantemente por
material argilo-arenoso cenozoico.
A Formação Ipixuna, datada do Cretáceo Superior-Paleógeno Inferior, é composta por
camadas compostas essencialmente por argilas e arenitos caulínicos com estratificação cruzada,
sobrepostas ao Grupo Itapecuru. A unidade é subdividida em duas litologias, designadas de A
e B. A litologia A é composta por arenitos brancos, finos, caulínicos, com estratificação cruzada
tangencial e restritamente por siltitos e argilitos vermelhos. A litologia B é composta por
ritmitos de argilitos e arenitos brancos, finos, caulínicos, com estratificação cruzada e bancos
de caulim.
Geomorfologicamente o município se insere no Planalto Dissecado Gurupi-Grajaú,
sendo representado por um conjunto de superfícies tabulares elevadas por epirogênese e
bruscamente delimitadas em rebordos erosivos, por onde se encaixam vales incisos e
aprofundados apresentando desnivelamentos locais, por vezes, superiores a 100 m. Esse
planalto dissecado se destaca topograficamente por apresentar um front movimentado de
colinas dissecadas e morros (BANDEIRA, 2013).
111
Os argissolos são constituídos por material mineral, que têm como características
diferenciais a presença de horizonte B textural de argila de atividade baixa ou alta, conjugada
com saturação por bases baixa ou caráter alítico. São de profundidade variável, desde forte a
imperfeitamente drenados, de cores avermelhadas ou amareladas. A textura varia de arenosa a
argilosa a muito argilosa. São forte a moderadamente ácidos, com saturação por bases alta ou
baixa e predominantemente cauliníticos. Nos baixos platôs dissecados e nas encostas dos vales
escavados, os solos são menos profundos e lixiviados, destacando-se os argissolos vermelho-
amarelos distróficos e eutróficos e argissolos vermelhos eutróficos
Os gleissolos são hidromórficos, constituídos por material mineral. Esses solos
encontram-se permanente ou periodicamente saturados por água. Caracterizam-se por solos mal
ou muito mal drenados, em condições naturais, tendo o horizonte superficial cores desde
cinzentas até pretas. Desenvolvem-se em sedimentos recentes nas proximidades dos cursos
d’água e em materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições de hidromorfia, podendo formar-se
também em áreas de relevo plano de terraços fluviais e lacustres, como também em materiais
residuais em áreas abaciadas e depressões. São solos que ocorrem sob vegetação hidrófila ou
higrófila herbácea, arbustiva ou arbórea.
Os neossolos são pouco evoluídos constituídos por material mineral, ou por material
orgânico com menos de 20cm de espessura, não apresentando qualquer tipo de horizonte B
diagnóstico. Esses dois últimos tipos de solos são encontrados principalmente no fundo do vale
do médio curso do rio Pindaré.
O município faz parte da bacia hidrográfica do rio Pindaré, sendo seu território cortado
pelo referido rio, tendo como afluentes no município os rios Buriticupu, Dente de Porco e
Córrego Açaizal. Outros rios encontrados no município são os córregos Jambu, Brejinho e Brejão.
A vegetação faz parte da Floresta Amazônica, composta pela floresta ombrófila aluvial
e submontana. O primeiro tipo ocupa as áreas mais úmidas dos vales onde se destacam as
palmáceas: açaí (Eurterpe olerácea), buriti (Mauritia Vinifera) e buritirana (Mauritia
aculeata); o segundo tipo corresponde às formações mais exuberantes, ocupando as áreas
dissecadas do relevo de planalto com solos medianamente profundos, composta principalmente
por árvores de alto porte, algumas ultrapassando 50 m. Entre as espécies mais comuns,
destacam-se a seringueira (Hevea brasiliensis) e a andiroba (Carapa guianensis). Essa
vegetação encontra-se bem descaracterizada no município, restando poucas áreas com este tipo
(IBGE, 2012).
113
Espaço Urbano
O espaço urbano além da avenida citada é estruturado em diversas ruas e travessas, estando
a maioria das vias pavimentadas principalmente com bloquetes (parte mais antiga da cidade),
asfalto e piçarra. Com relação às praças existem quatro: João Castelo, Castelo Branco, Santa
Helena e Assembleia de Deus.
Uma peculiaridade da cidade é o Bosque Maracajá (Figura 45) um resquício da floresta
tropical amazônica localizado próximo a prefeitura municipal. A aludida mata foi preservada com
o intuito de lembrar a vegetação nativa local que havia antes do processo de ocupação.
Os bairros (Figura 46) são: Centro, Cemitério, EIT, Baixão, Mansueto, Açude, Primavera,
Santos Dumont, Terra Bela, Matadouro, Caeminha, Colégio Agrícola, Vila Isaias, Vila Cajueiro,
Vila dos Professores, Vila Primo, Vila Davi, ECO I, ECO II, Serraria do Jorge, Novo Horizonte,
Dr. André, Sousalândia, Flor do Ipê e Nova Buriticupu.
116
Espaço Rural
Compõem o espaço rural de Buriticupu as seguintes localidades: Alto Bonito, Alto Bonito
I, Antônio das Almas, Buritizinho, Baixão do Cajá, Brejinho, Baixão do Cara Ruim, Barro Branco,
Beira Rio, Beira Rio I, Bela Vista, Boa Esperança, Brejão, Brejo Velho, Brejinho Cajueiro,
Califórnia, Casa Redonda, Centro do Ananias, Centro do Domingos Lobo, Centro do Meio, Centro
do Pemba, Centro do Renato, Centro do Zé Branco, Centros dos Farias, Chapada do Seringal I,
Chapada do Seringal II, Copo Cheio, Curva da Manteiga, Eucalipto, Entroncamento do Arame,
Estrada da Tucumã, Floresta Rio Doce, Forquilha da Loura, Fundão, Igarapé do Tucum, Lagoa
Azul, Lago Branco, Lagoas, Lagoa Bela, Lagoa da Onça, Lagoa da Areia, Lagoa do Capelão,
Lagoa do Hosano, Lagoa do Jenipapo, Ourinhos, Pau Ferrado, Pau Ferrado I, Piçarreira, Portão da
Cikel, Presa de Porco, Presinha, P1 V3, P1 V4, P1 V5, P1 V6, P2 V4, P3 V4, Quadra I, Sombra
Verde, Quentinha, Sagrima, Serra Quebrada, Sol Nascente, Sossego, Segundo Núcleo,
Segundinho, Serra da Onça, Três Irmãos, Três Lagoas, Triângulo de Prata, Trilha 405, Trilha 410,
Trilha Aeroporto, Vila São Francisco, Vila 11 de Julho, Vila Boa Esperança I, Vila Bom Jesus,
Vila Bom Querer, Vila Parafuso, Vila com Deus, Vila Guarita, Vila Ipiranga, Vila Nova, Vila
Padre Cícero, Vila Planalto, Vila 21 de Maio, Vila Santa Izabel, Vila Santo Antônio, Vila São
João, Vila São José, Vila 7 de Maio, Vila União, Vila São Raimundo, Casa Redonda, Vila Santa
Maria, Vila Sampaio, Vila Concórdia, Vila São João da Cikel, Vila São Raimundo da Cikel e Vila
São Francisco da Cikel.
117
O espaço rural do município de Buriticupu, de acordo com a utilização das terras é dividido
em número de estabelecimentos e área. Todavia, sabe-se que em um único estabelecimento podem
ocorrer inúmeras atividades, portanto, torna-se inviável uma análise em percentual dos mesmos.
Apesar desse cenário, evidenciaram-se que os estabelecimentos estão ocupados principalmente
por lâmina d'água, tanques, lagos, açudes, área de águas públicas para aquicultura, de construções,
benfeitorias ou caminhos, de terras degradadas e de terras inaproveitáveis; pastagens plantadas em
boas condições; pastagens plantadas em más condições; lavouras temporárias; pastagens naturais
e matas ou florestas naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal (Tabela 22).
Dos 98.977 hectares, em 2017, 35% eram de pastagens em boas condições, 23% lavoura
temporária, 13% pastagens plantadas em más condições e pastagens naturais cada, 9% matas ou
florestas naturais destinadas à preservação permanente ou reserva legal, 4% lâmina d'água,
tanques, lagos, açudes, área de águas públicas para aquicultura, de construções, benfeitorias ou
caminhos, de terras degradadas e de terras inaproveitáveis; matas ou florestas naturais e lavouras
permanentes com 1% cada. Não foram disponibilizados dados da área das florestas plantadas e
sistemas agroflorestais (Tabela 22).
Observando os dados estatísticos de 2017, a pecuária era a principal atividade econômica
desenvolvida no espaço rural do município, pois 61% da área destinavam-se às práticas
pecuaristas.
Condição do Produtor
Demografia
Educação
Dando suporte a rede de saúde municipal há 21 Unidades Básicas de Saúde (UBS), que
distribuem medicamentos por meio da Farmácia Básica. Compõem ainda a equipe de saúde 175
agentes comunitários de saúde, distribuídos 105 na área urbana e 50 na rural, 22 agentes da
vigilância epidemiológica e quatro da vigilância sanitária.
O município dispõe de um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), um Centro de
Atenção Psicossocial (CAPS), um centro de reabilitação e um centro de parto normal.
Os programas que mais se destacam na rede municipal são: o Programa Saúde na Escola
com campanhas de prevenções para os alunos dos municípios; Melhor em Casa, que tem o objetivo
de acompanhar os doentes em casa.
A Secretaria de Assistência Social do município desenvolve os programas de SCFV com
cerca de 569 usuários, sendo 15 em situação prioritária, o PAIF atendendo 63 famílias e o AEPETI
com duas pessoas cadastradas.
Há também um CRAS, um Conselho Tutelar e CREAS que até julho de 2019
acompanhava 104 famílias.
Quanto ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), o número foi de 1.113 famílias
cadastradas. No BPC escola há 246 beneficiários, sendo que 143 estão inseridos na escola.
Economia
Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) foi de R$ 497,781 milhões, situando-se na 24ª
posição no ranking estadual, correspondendo a 0,57%. O setor de serviços correspondeu a R$
375,783 milhões; o agropecuário a R$ 73,681 milhões; o industrial a R$ 20,632 milhões e R$
27,686 mil foram da arrecadação de impostos (IMESC, 2019). A renda per capita no ano de
2010 foi de R$ 336,91 colocando-o em 19° no ranking estadual (IPEA, 2013).
Agricultura
Agricultura Temporária
Entre 2010 e 2019 a área colhida da lavoura temporária aumentou 46%, a quantidade
produzida 177% e o valor da produção 421%. Referente aos hectares colhidos, o arroz diminuiu
90%, feijão 60%, mandioca 94%, melancia 78% e o milho 72%, enquanto o tomate aumentou
160%. Nas toneladas produzidas, o arroz decresceu 89%, o feijão 69%, a mandioca 94%, a
melancia 73% e o milho 14%; o tomate cresceu 34%. No rendimento médio, feijão e tomate
oscilaram negativamente 23% e 48% respectivamente; oscilou positivamente o arroz 6%, a
melancia 22% e o milho 206% e a mandioca permaneceu estável. No valor da produção, os
produtos que tiveram variação negativa foram o arroz 90%, o feijão 58%, a mandioca 93%, a
melancia 70% e o milho 2%; valorizou-se o tomate com 73%. A cana-de-açúcar e a soja não foram
analisadas devido ao fato de o primeiro ser quantificado somente no ano de 2010 e o segundo só
em 2019.
Em 2010, dos 24.264 hectares colhidos, 26% eram destinados ao arroz, 60% ao milho 9%
de mandioca, 5% de feijão e menos de 1% para a cana-de-açúcar, melancia e tomate. Das 51.375
toneladas, o milho participou com 51%, mandioca com 34%, o arroz 12% e a cana-de-açúcar, o
feijão e o tomate 1% cada. O rendimento médio pode ser observado na Tabela 25. O valor da
produção foi de R$ 22,222 milhões, o milho contribuiu com 52%, a da mandioca 22%, a do arroz
17%, a do feijão e tomate 4% cada e menos de 1% para a cana-de-açúcar e melancia (Tabela 25).
Em 2019, dos 35.401 hectares colhidos, 85% estavam com a soja, 12% com o milho, 2%
com o arroz, 1% com o feijão e menos de 1% para a mandioca, a melancia e o tomate. Das 142.267
toneladas, 82% foram de soja, 16% de milho, 1% de mandioca e o arroz, a mandioca e o tomate
menos de 1% cada. O rendimento médio pode ser observado na Tabela 25. Dos R$ 115.666
milhões, a soja cooperou com 88%, o milho com 10%, o tomate 1% e a mandioca, o feijão, o arroz
e a melancia menos de 1% cada (Tabela 25).
123
Agricultura Permanente
No intervalo entre 2010 e 2019, a área colhida da lavoura permanente diminuiu 31%, a
quantidade produzida 78% e o valor da produção 66%. Os hectares da castanha de caju caíram
27%, a quantidade produzida aumentou 50% e o valor da produção subiu 42%. Os demais produtos
não puderam ser analisados, pois a banana, o coco-da-baía e laranja foram quantificados apenas
em 2010 e a pimenta-do-reino somente no ano de 2019.
Em 2010, dos 541 hectares colhidos, 92% estavam direcionados a castanha de caju, 4%
para a banana, 3% coco-da-baía e 1% laranja. Das 462 toneladas produzidas (excluindo-se o coco-
da-baía, pois é quantificado em mil furtos e os demais produtos em toneladas), 52% foram de
banana, 43% de castanha de caju e 4% de laranja. O rendimento médio pode ser observado na
Tabela 26. No valor da produção, dos R$ 513 mil, a banana participou com 52%, a castanha de
caju 41%, o coco-da-baía e a laranja 4% cada (Tabela 26).
Em 2019, dos 373 hectares colhidos, 98% foram relacionados com a castanha de caju e
2% com a pimenta-do-reino. Das 111 toneladas produzidas, 91% foram de castanha de caju e 9%
de pimenta-do-reino. O rendimento médio pode ser observado na Tabela 26. No valor da
produção, dos R$ 175 mil, 69% foi a contribuição da castanha de caju e 31% a da pimenta-do-
reino (Tabela 26).
124
Horticultura
Pecuária
Na produção de origem animal, o IBGE (2019) registrou 3,877 milhões de litros de leite
com o valor de R$ 6,396 milhões e 41 mil dúzias de ovos de galinha que valiam R$ 221 mil.
Extrativismo e Silvicultura
No extrativismo mineral há a extração de areia, argila e pedra bruta para produzir piçarra.
Pesca e Aquicultura
A pesca é praticada de forma artesanal no rio Pindaré, nas áreas dos povoados Presinha,
Presa de Porco, Vila União, Vila Concórdia, Miriu, Cristalândia, Centro dos Farias, Vila Labote e
Casa Azul. Nas pescarias são utilizados barcos do tipo casco e os utensílios principais são o anzol
e linha e a tarrafa. As principais espécies são: curimatá (Prochilodus spp), piau (Leporinus
friderici), branquinha (Curimata cyprinoides), surubim (Pseudoplastystoma fasciatum) pescada
(Plagioscion squamosissimus) e tucunaré (Cichla spp.).
No Sindicato dos Pescadores de Buriticupu estão cadastrados 428 associados, com 200
recebendo o seguro defeso.
Quanto à aquicultura, dos 261.297 quilogramas produzidos, o tambaqui (Colossoma
macropomum) correspondeu a 35%; curimatã/curimbatá (Prochilodus lineatus) 21%;
pacu/patinga (Piaractus mesopotamicus) e tilápia (Oreochromis niloticus) 15% cada, 14% piau,
piapara, piauçu e piava (Megaleporinus obtusidens). Os R$ 1,811 milhão do valor da produção
estão assim distribuídos: 31% tambaqui; 23% curimatã e curimbatá; 16% tilápia, mesmo
quantitativo para o piau, piapara, piauçu, piava; 15% pacu e patinga (Tabela 29).
Indústria
Comércio
Turismo
Folclore e Lazer
O artesanato é representado por objetos feitos em palha (quibano), tapetes, vassouras, potes
e jarros.
O município é comarca, possui cartório e delegacia. Faz parte da 95° zona eleitora,
possuindo 41.119 eleitores e 15 vereadores (BRASIL, 2020).
Religião
Infraestrutura
Serviços e Comunicação
O município dispõe de uma agência do Bradesco e outra do Banco do Brasil, duas lotéricas
e uma agência dos Correios.
Prestando o serviço de telefonia móvel no município há a OI, VIVO, TIM e CLARO, que
também oferecem sinais de acesso à Internet, assim como as empresas TEX e Danlei.
Referente aos meios de comunicação há a TV Buriticupu (canal 13), Jornal hora do Povo,
impresso com circulação mensal e uma rádio local.
Transporte
6 ITINGA DO MARANHÃO
Símbolos Municipais7
Brasão
O brasão foi criado por Rui Fernando da Costa e oficializado pela Lei Municipal nº 35
de 22 de abril de 1998, com o seguinte significado: a moldura quadrangular na cor marrom
representa a madeira industrializada no município, o contorno e os retângulos amarelos
representam o município, envolto por açaizais. A estrela ao centro, significa que este é um
município maranhense e na base uma faixa com a data de emancipação do município
(BARROS, s/d).
7
Prefeitura municipal de Itinga do Maranhão. Disponível em: http://itinga.ma.gov.br/simbolos
134
Bandeira
Hino
O hino municipal de Itinga do Maranhão foi criado e oficializado pela lei nº 037 de 22
de abril de 1998.
136
Localização
Extensão
O município possui uma área de 3.581,723 km², ocupando a 19ª posição no ranking
estadual, representando 1,09% do Maranhão. Na Região de Desenvolvimento da Amazônia
Maranhense está na 2ª posição com 23%.
Processo de Ocupação8
8
Histórico retirado de BARROS, Frank. Itinga sua história, sua gente. Imperatriz: Editora Ética, 2003.
137
A caravana seguiu para Belém, porém, em julho de 1960 voltam para Itinga, onde
fixaram residência os senhores Manuel Ventinha e Manuel Baixinho, com seus respectivos
familiares. Posteriormente, chegou Manoel Tratorista e sua família atraídos por um pedaço de
terra e a vantagem de o lugar ter água disponível. No começo, esses habitantes viviam do
escambo com os indígenas da região trocando alguns produtos por farinha, frutas, caça e pesca,
além da produção de mandioca, arroz, feijão e criação de pequenos animais como porcos e
galinhas.
Com a construção da rodovia Belém-Brasília, originou-se um pequeno povoado às
margens do Rio Itinga, rio este que mais tarde daria nome ao povoado. Em 1961, é implantado
um Posto Fiscal, no limite entre os estados do Maranhão e Pará, o que estimulou o crescimento
do povoado. Nessa época, chegou a família do Sr. João Barbosa Botelho, cuja esposa, Luíza
Botelho da Costa, foi a primeira professora na localidade, na Escola Catulo da Paixão Cearense.
Com vistas ao crescimento da localidade, instalou-se a igreja católica, tendo como
primeiro padre o Frei Noé. Em seguida, seu primeiro hospital, Cristo Rei, tendo como médico
o Dr. José dos Santos.
O nome Itinga é de origem indígena e na sua tradução significa fome, ou seja, rio da
fome. Entretanto, o nome dado ao povoado tem outras explicações. De acordo com o relato de
uns do pioneiro do local, Manuel Baixinho, quando chegou ao povoado encontraram taperas
abandonadas pelos índios urubus, dos quais alguns possuíam contatos com os desbravadores
do lugar que os ajudavam a se alimentar e saciar sua fome. A estes indígenas “amigos” os
pioneiros denominaram urubutinga. Em homenagens a estes, Bernardo Sayão intitulou o nome
do rio de Itinga.
Outra hipótese para o significado do topônimo Itinga diz que quando os construtores da
linha de frente da rodovia BR 010 ao chegarem nas ribanceiras do rio Itinga no mês de setembro
de 1958 avistaram uma ave denominada urubutinga esquentando-se ao sol em cima de uma
árvore de cachimbeiro, no meio do leito daquele rio e resolveram batizar o rio de Itinga.
Entre a década de 1980 e os primeiros anos de 1990, ocorreu uma expansão no povoado
com abertura de novas vias e a criação de loteamentos. Devido ao crescimento econômico e
populacional do lugar com a chegada de novos comerciantes e indústrias, levou as lideranças
locais a reivindicar a criação do município.
O povoado foi elevado à categoria de município pela Lei Estadual Nº 6.147, de 10 de
novembro de 1994, com o nome de Itinga do Maranhão, desmembrado do município de
Açailândia e instalado em 01 de janeiro de 1997.
139
Ambiente Físico
e B. A litologia A é composta por arenitos brancos, finos, caulínicos, com estratificação cruzada
tangencial e restritamente por siltitos e argilitos vermelhos. A litologia B é formada por ritmitos
de argilitos e arenitos brancos, finos, caulínicos, com estratificação cruzada e bancos de caulim.
Geomorfologicamente o município se insere no Planalto Dissecado Gurupi-Grajaú,
sendo representado por um conjunto de superfícies tabulares elevadas por epirogênese e
bruscamente delimitadas em rebordos erosivos, por onde se encaixam vales incisos e
aprofundados apresentando desnivelamentos locais, por vezes, superiores a 100 m. Esse
planalto dissecado se destaca topograficamente por apresentar um front movimentado de
colinas dissecadas e morros (BANDEIRA, 2013).
Essas superfícies são sustentadas, indistintamente, por espessos perfis lateríticos
maturos, aluminoferruginosos. Sotopostos aos espessos perfis lateríticos, jazem os arenitos
cretácicos das formações Itapecuru e Ipixuna.
Os interflúvios localizados nesse domínio, abrangendo os vales dos rios Zutiua,
Buriticupu, Pindaré, Açailândia e Gurupi são modelados em cotas mais elevadas, apresentando
predomínio de planaltos mais elevados, profundamente sulcados em íngremes vales
encaixados, entalhados também por densa rede de drenagem de padrão subdendrítico à treliça.
Esse relevo movimentado, caracterizado por franca dissecação de extensas superfícies
planálticas alçadas em cotas relativamente modestas, caracteriza-se por apresentar topos planos
dos baixos platôs, recobertos por solos espessos e bem drenados, como latossolos, sendo os
mais elevados posicionados em cotas entre 250 e 400 m de altitude; patamares estruturais,
posicionados em cotas intermediárias, resultantes da dissecação diferencial do planalto
sedimentar; vertentes circunjacentes fortemente entalhadas, que, devido ao recuo progressivo
dos declivosos rebordos erosivos, vêm destruindo as baixas superfícies planálticas e; superfícies
onduladas, aplainadas ou reafeiçoadas em formas colinosas, que se espraiam pelos fundos de
vales.
Uma pequena parte, ao norte do município, se insere no domínio geomorfológico
Superfícies Aplainadas do Noroeste do Maranhão, sendo sustentado tanto pelo embasamento
ígneo-metamórfico do Cráton São Luís quanto por coberturas sedimentares de idade cretácica
da Formação Itapecuru. Esse domínio é delimitado, e a sul, pelo front entalhado do Planalto
Dissecado Gurupi-Grajaú. É representado por extensa superfície arrasada por processos de
erosão generalizados do relevo.
Destaca-se no município a Serra do Tiracambu, constituída por perfis lateríticos, muito
antigos e desenvolvidos, registrados sobre os diversos topos aplainados e posicionados em cotas
141
que variam entre 270 e 400 m, constitui-se no principal divisor de águas da bacia do rio Gurupi,
estabelecendo o limite com a bacia do rio Pindaré.
Os principais solos encontrados no município estão representados pelos latossolos,
argissolos, plintossolos e gleissolos (SANTOS et al., 2018). Os latossolos são constituídos por
material mineral, com horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer um dos tipos
de horizonte diagnóstico superficial, exceto hístico. São solos em avançado estágio de
intemperização, muito evoluídos, e virtualmente destituídos de minerais primários ou
secundários menos resistentes ao intemperismo. Variam de fortemente a bem drenados e
normalmente são muito profundos, sendo a espessura do solum raramente inferior a um metro.
Têm sequência de horizontes A, B, C, com pouca diferenciação de suborizontes, e transições
usualmente difusas ou graduais. São, em geral, solos fortemente ácidos, com baixa saturação
por bases, distróficos ou alumínicos. Sobre os topos planos das superfícies planálticas
predominam os Latossolos Amarelos distróficos.
Os argissolos são constituídos por material mineral, que têm como características
diferenciais a presença de horizonte B textural de argila de atividade baixa, ou alta conjugada
com saturação por bases baixas ou caráter alítico. São de profundidade variável, desde forte a
imperfeitamente drenados, de cores avermelhadas ou amareladas. A textura varia de arenosa a
argilosa a muito argilosa. São forte a moderadamente ácidos, com saturação por bases alta ou
baixa e predominantemente cauliníticos. Nos baixos platôs dissecados e nas encostas dos vales
escavados, os solos são menos profundos e lixiviados, destacando-se os Argissolos Vermelho-
Amarelos distróficos e eutróficos e Argissolos Vermelhos eutróficos.
Os plintossolos compreendem solos minerais formados sob condições de restrição à
percolação da água sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, de maneira geral
imperfeitamente ou mal drenados, e se caracterizam fundamentalmente por apresentar
expressiva plintitização com ou sem petroplintita. No município há uma pequena área desses
solos, sendo representados pelos plintossolos pétricos concrecionários.
Os gleissolos compreendem solos hidromórficos, constituídos por material mineral.
Esses solos encontram-se permanente ou periodicamente saturados por água. Caracterizam-se
por solos mal ou muito mal drenados, em condições naturais, tendo o horizonte superficial cores
desde cinzentas até pretas. Desenvolvem-se em sedimentos recentes nas proximidades dos
cursos d’água e em materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições de hidromorfia, podendo
formar-se também em áreas de relevo plano de terraços fluviais e lacustres, como também em
142
materiais residuais em áreas abaciadas e depressões. São solos que ocorrem sob vegetação
hidrófila ou higrófila herbácea, arbustiva ou arbórea.
O município faz parte da bacia do rio Gurupi, cujo rio hormônio banha o território
municipal ao Norte. Referido rio possui como afluentes os rios Itinga, com o tributário rio
Cajuapara; Açailândia (tendo como afluentes dos córregos Jatobá, Codó, Ferrugem, Tiradentes,
Água Branca e Oitenta); Guaramandi; Nova Descoberta (afluente rio das Flores); Ipuí; Ipanema e
os córregos Ferrugem, Três, Água Azul, Água Fria. Ao Norte corre o rio Ararandeua com os
afluentes os córregos da Prata e Jabuti.
A vegetação faz parte da Floresta Amazônica, composta pela floresta ombrófila aluvial
e submontana. O primeiro tipo ocupa as áreas mais úmidas dos vales onde se destacam as
palmáceas: açaí (Eurterpe olerácea), buriti (Mauritia Vinifera) e buritirana (Mauritia
aculeata); o segundo corresponde às formações mais exuberantes, ocupando as áreas dissecadas
do relevo de planalto com solos medianamente profundos, composta principalmente por árvores
de alto porte, algumas ultrapassando 50 m. Entre as espécies mais comuns, destacam-se a
seringueira (Hevea brasiliensis) e a andiroba (Carapa guianensis). Essa vegetação encontra-se
bem descaracterizada no município, restando poucas áreas com esse tipo de vegetação (IBGE,
2012).
Há também no município um mosaico de vegetação secundária, entremeada com
pastagem, agricultura, reflorestamento e/ou florestamento, reflexo da intervenção humana para
o uso da terra. A primeira refere-se à vegetação secundária, altamente descaracterizada da
vegetação primaria, caracteriza-se por apresentar porte arbóreo mediano a arbustivo, com
árvores muitas vezes espaçadas. As pastagens, representadas em sua maioria por gramíneas,
são utilizadas principalmente para a pecuária de corte e leite. A agricultura, é caracterizada por
culturas temporárias e permanentes e o reflorestamento e/ ou florestamento se dá
principalmente pela silvicultura, com grandes áreas plantadas com eucalipto (eucalyptus) e
outros vegetais.
O clima caracteriza-se por ser tropical quente e úmido, com moderada deficiência de
água entre os meses de junho a setembro, megatérmico, ou seja, temperatura média anual entre
25°C e 26°C, sendo que a soma da evapotranspiração potencial nos três meses mais quentes do
ano é inferior a 48%, em relação à evapotranspiração potencial anual. A umidade relativa do ar
anual está entre 73% e 79% e totais pluviométricos anuais entre 1200 a 1600 mm (UEMA,
2002).
143
Espaço Urbano
Os bairros da cidade são: Centro I, Centro II, Coquiral, Vila Emanuela, Vila Samuel,
Jardim Planalto, Parque Primavera, São Sebastião, Paraíso, São João e Vila Marcone.
Espaço Rural
O espaço rural do município, quanto à utilização das terras, é composto pelo número de
estabelecimentos e pela área em hectares. Salienta-se que em um estabelecimento podem ocorrer
inúmeras atividades, portanto, torna-se inviável uma análise em percentuais dos mesmos. Apesar
desse cenário, evidencia-se que os estabelecimentos estão ocupados principalmente por lâmina
d'água, tanques, lagos, açudes, área de águas públicas para aquicultura, construções, benfeitorias
ou caminhos, terras degradadas e terras inaproveitáveis; pastagens plantadas em boas condições;
lavoura temporária; pastagens plantadas em más condições; mata ou florestas naturais destinadas
à preservação ou reserva legal; sistema agroflorestais; lavoura permanente (Tabela 32).
Dos 200.528 hectares dos estabelecimentos no espaço rural, em 2017, 49% correspondia
as pastagens plantadas em boas condições; 20% matas ou florestas naturais destinadas à
preservação permanente ou reserva legal; 9% para a lâmina d'água, tanques, lagos, açudes, área de
águas públicas para aquicultura, de construções, benfeitorias ou caminhos, de terras degradadas e
de terras inaproveitáveis; 8% sistemas agroflorestais e lavouras temporárias cada; 6% pastagens
plantadas em más condições; 1% para as lavouras permanentes e matas ou florestas naturais cada.
Não foram disponibilizados os dados dos hectares da lavoura para cultivo de flores, pastagens
naturais e florestas plantadas (Tabela 32).
146
Condição do Produtor
Com relação à condição do produtor, dos 655 estabelecimentos do município, 60% eram
de responsabilidade dos proprietários, 34% dos concessionários ou assentados aguardando
titulação definitiva, 2% dos produtores sem área, comandatários e ocupantes com 1% cada.
Arrendatários e parceiros juntos têm 1% dos estabelecimentos sob sua reponsabilidade,
entretanto, como arrendamento e parceria são feitos diretamente com os proprietários, a
participação do mesmo eleva-se para 61% (Tabela 33).
Dos 216.014 hectares, 96% estavam com os proprietários, 4% com concessionário ou
assentado aguardando titulação definitiva, comandatários e ocupantes com menos de 1% cada.
Não foram disponibilizados dados sobre os hectares dos arrendatários e comandatários (Tabela
33).
147
Demografia
Educação
Há no municipal oito equipes do ESF, composta por oito médicos, dez enfermeiros e 14
técnicos de enfermagem e na parte odontológica, existe cinco equipes do Saúde Bucal com um
dentista em cada uma.
Os casos de enfermidades mais tratados pelos profissionais do ESF são: hipertensão,
diabetes, dengue e chikungunya.
Dando suporte a rede de saúde municipal há sete unidades básicas de saúde com as
farmácias básicas populares para distribuição de medicamentos para a população e um posto de
saúde. Conta com 84 agentes comunitários de saúde, distribuídos 45 na área urbana e 39 na rural,
12 agentes de vigilância epidemiológica e dois agentes da vigilância sanitária.
Funciona no município um NASF que conta com um assistente social, um nutricionista,
um fonoaudiólogo e um psicólogo.
Outras atividades realizadas na rede municipal de saúde são os programas Saúde na Escola,
campanhas de imunização e prevenção do calendário das redes federal e estadual, campanha de
combate ao glaucoma e o Levantamento Rápido de Índices de Infestação por Aedes Aegypti
(LIRAA).
A Secretaria de Assistência Social do município desenvolve os seguintes programas:
Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – SCFV, com cerca de 102 idosos e 180
crianças/adolescentes; Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, que em
média atende 195 famílias mensal; Programa Criança Feliz, que acompanha aproximadamente150
crianças entre 0 a 6 anos e 20 gestantes e Benefício de Prestação Continuada – BPC, atendendo
idosos e deficientes.
Encontra-se ainda um CRAS, um Conselho Tutelar e um CREAS que por mês atende entre
25 a 30 pessoas aproximadamente.
Economia
Em 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) foi de R$ 284,222 milhões, situando-se na 48°
posição no ranking estadual, correspondendo a 0,32%. O setor de serviços correspondeu a R$
178,983 milhões; o agropecuário R$ 72,190 milhões; o industrial R$ 15,680 milhões e R$
17,370 mil foram da arrecadação de impostos (IMESC, 2016). A renda per capita no ano de
2010 foi de R$ 336,91 colocando-o em 19° no ranking estadual (IPEA, 2013).
A economia do município estrutura-se principalmente na agropecuária e no setor de
serviços.
151
Agricultura
Agricultura Temporária
Entre 2010 e 2019, a área colhida da agricultura temporária cresceu 242%, a quantidade
produzida 689% e o valor da produção 1.427%. Nesse intervalo os hectares colhidos do arroz
diminuíram 97%, do feijão 51% e do milho 33%, enquanto a área da mandioca aumentou 14%. A
quantidade produzida do milho aumentou 118% e a mandioca 5%, o arroz diminuiu 97% e o feijão
43%. O rendimento médio do arroz decresceu 15% e o da mandioca 8%; o feijão aumentou 16%
e o milho 225%. No valor da produção o arroz caiu 96%; o feijão, a mandioca e o milho
aumentaram 34%, 136% e 182% respectivamente. O amendoim, a fava, a melancia e a soja não
foram analisadas, pois aparecem em anos distintos (Tabela 35).
Em 2010, dos 6.230 hectares colhidos, 46% eram de arroz, 3% de mandioca, 1% de feijão
e 50% de milho. Das 12.099 toneladas, o arroz correspondeu a 46%, o feijão a 1%, mandioca 3%
e o milho 50%. O rendimento médio pode ser observado na Tabela 35. Referente ao valor da
produção, dos R$ 5,676 milhões, o arroz contribuiu com 51%, o feijão com 3%, a mandioca 1% e
o milho 45% (Tabela 35).
Em 2019, dos 21.323 hectares colhidos, a soja equivaleu a 89%, o milho 10% e o
amendoim, o arroz, a fava, o feijão e mandioca menos de 1% cada. Na quantidade produzida, das
152
81.936 toneladas, 83% foram de soja, 16 % de milho e menos de 1% para o amendoim, arroz, fava,
feijão, mandioca e melancia. O rendimento médio pode ser observado na Tabela 35. No valor da
produção, dos R$ 86,650 milhões, a soja cooperou com 91%, o milho com 8% e os demais
produtos (amendoim, arroz, feijão, fava, mandioca e melancia) com menos de 1% (Tabela 35).
Agricultura Permanente
Em 2019, dos 1.196 hectares colhidos da lavoura permanente, 57% eram destinados a
borracha, 43% para a banana, 1% pimenta-do-reino. Das 25.764 toneladas produzidas, 99% eram
de banana, 1% de borracha e menos de 1% para a pimenta-do-reino. O rendimento médio pode ser
observado na Tabela 36. No valor da produção, dos R$ 18,741 milhões, a banana participou com
97%, a borracha 3% e a pimenta-do-reino menos de 1% e menos (Tabela 36).
Horticultura
Pecuária
Aos produtos de origem animal, de acordo com o IBGE (2019), registrou-se uma produção
de 9,194 milhões de litros de leite no valor de R$ 8,735 milhões e 48 mil dúzias de ovos de galinha
no valor de R$ 316 mil.
Extrativismo e Silvicultura
Dos produtos quantificados pelo IBGE em 2019, foram produzidas 164 toneladas, das
quais 95% eram de carvão vegetal e 5% de juçara. Dos 803 metros cúbicos, obteve-se as seguintes
participações: lenha 66% e madeira em tora 24%. Dos R$ 148 mil, do valor da produção, o carvão
vegetal participou com 62%, a madeira em tora 23%, o açaí 9% e a lenha com 6% (Tabela 39).
Pesca e Aquicultura
A pesca é realizada nos rios Gurupi, Açailândia e Itinga, principalmente nos povoados Rio
do Ouro, Santa Isabel e Bom Jardim. Utilizam principalmente a tarrafa, linha, anzol e malhadeira,
sendo voltada para o autoconsumo da família do pescador. Caso haja excedentes, é comercializado
no próprio local de residência ou levado para o mercado municipal localizado na sede. As
principais espécies são: pacu (Mylossoma sp.), surubim (Pseudoplastystoma fasciatum), piau
156
Indústria
Comércio
De acordo com Brasil (2019), existiam 920 estabelecimentos comerciais divididos em:
73 de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, 52 de comércio por atacado e
795 comércios varejistas.
Turismo
Folclore e Lazer
Itinga do Maranhão ficou conhecida por muitos como a Terra da Onça. Isso ocorreu devido
José Patrício de Carvalho, fotógrafo local, ter domesticado uma onça, conseguindo com índios que
viviam nas proximidades do Jenipapo dos Vieiras na década de 1970, um filhote de onça que levou
para Itinga do Maranhão.
O fotógrafo levava aquele animal para beira da estrada o que despertava a curiosidade de
quem por ali passava, especialmente dos caminhoneiros, que ao ver o felino manso paravam para
tirar fotos, geralmente dando leite numa mamadeira. Isso na época, gerou um lema para os
caminhoneiros que por ali passavam: caminhoneiro que circulava na região e não tirasse uma foto
com “A onça de Itinga” não era bem visto pelos colegas de profissão, pois a simples foto daquele
animal era motivo para um início de conversa que poderia tornar-se uma sólida amizade.
José Patrício faleceu em 1999 e seu “bicho” de estimação dois anos antes (1997). Mas até
hoje, a onça de Itinga é lembrada na cidade por meio de um monumento construído por um
particular (Figura 60).
160
Religião
Infraestrutura
Serviços e Comunicação
Transporte
Símbolos Municipais
Brasão
O brasão foi criado por Cantaneide Ferreira da Silva. Representa a riqueza da região: a
pecuária e a agricultura, pela imagem de plantas e animais. As estrelas que brilham refletem
que apesar da poluição, ainda há como desfrutar um ar puro na região. Na base do brasão, a
inscrição “Trabalhar e Desenvolver” e o nome do município.
165
Bandeira
A bandeira foi criada por Cristiane Passos Cordeiro e Francivaldo Silva Cunha.
O verde representa a grande quantidade de matas existentes nas décadas de 1960 a 1980,
primeira riqueza explorada no município.
O azul significa a abundância de água encontrada nos brejos do município.
A faixa amarela é alusão a BR 010, que atravessa o município na altura do povoado de
Trecho Seco.
A imagem central com o nome de São Francisco do Brejão é o próprio mapa do
município. A cor da imagem em forma de cone com pequenos traços no seu interior faz
referência a riqueza e ao crescimento do potencial municipal.
166
Hino
Salve pátria,
Pátria amada,
E a nossa união.
Salve Pátria,
Pátria amada,
São Francisco do Brejão
Salve pátria,
Pátria amada,
E a nossa união.
Salve Pátria,
Pátria amada,
São Francisco do Brejão
Salve pátria,
Pátria amada,
E a nossa união.
Salve Pátria,
Pátria amada,
São Francisco do Brejão
Salve pátria,
Pátria amada,
E a nossa união.
Salve Pátria,
Pátria amada,
São Francisco do Brejão.
Localização
Extensão
O município ocupa a 130° posição no ranking estadual em extensão com 745,606 km²,
representando 0,23% do território maranhense. Em relação a Região de Desenvolvimento da
Amazônia Maranhense, está na 5ª posição com 4,86%.
168
Processo de Ocupação9
O devassamento da área onde está a atual cidade de São Francisco do Brejão se deu a
partir de 1967, com a presença do baiano Clemente, morador de Pequiá dos Baianos, primeiro
desbravador a chegar nessas terras. Após produzir a primeira safra de cereais teve sua vida
ceifada numa vereda que dava acesso à cidade de João Lisboa, onde tivera um desentendimento
com seu companheiro de migração.
A maioria dessas terras estava sob custódia de um morador de Pequiá dos Baianos, o Sr.
Juvenor. Ele tomava posse das terras e as vendia como se fosse dono.
Em 1969, o baiano Claudino Borges Leal, conhecido por “Colodino” ou “Coló”, atraído
pela fertilidade do solo, fixou residência nessa terra, iniciando o povoamento do lugar e
tornando-se o fundador da localidade.
Com a abertura da estrada Belém-Brasília (BR-010), a região do entorno de Imperatriz
atraiu diversos imigrantes de Minas Gerais, Bahia, Ceará, Piauí e de outras cidades do
Maranhão.
Ainda em 1969, André Viana da Silva e sua esposa, Josefa Ferreira Alves, bem como
suas filhas, abrindo veredas a facão, chegaram até o local onde estava seu conterrâneo Colodino.
O casal ainda adquiriu um pedaço de terra que pertencia ao senhor Juvenor.
Passando algum tempo, Colodino desiludiu-se do Maranhão e retornou à sua terra natal.
O Sr. André adquiriu grande gleba de terras e abriu com força braçal estradas por onde escoaria
sua safra até Imperatriz.
Na década de 1970, houve uma expansão da povoação, com a chegada de José Pereira
(Zé da Latada), Maria Alexandrina de Meneses (Maria Moisés) e seus filhos Manoel, Francisco,
José e Expedito, que emigraram do estado do Ceará.
Em seguida chegou o Sr. Luís Teles de Meneses, mais conhecido por Luís Neco, foi ele
quem cavou uma cacimba, que atualmente está na área dos brejos. Em 1971 uma grande chuva
caiu sobre a região e destruiu grande número de plantações, formando um grande brejo que
praticamente circunda a cidade. Daí o nome dado a povoação “Brejão”.
O Sr. Luís Neco foi o dono da primeira casa construída em São Francisco do Brejão, de
onde originou-se a Avenida Castelo Branco, e demarcação de outras ruas. O senhor Antônio
Sendero era quem comprava a maioria dos legumes, o senhor João Pinto o que abastecia as
9
O processo de ocupação foi retirado da obra de VALE, Francisco. Lá entre os Brejos. Imperatriz: Ética, 2012.
170
casas com mercadorias e seu Cloves Matos era o farmacêutico. Posterioemenete, chegaram
outros moradores: Júlio Roque, Severiano Vitor Prates e muitos outros.
Quando da primeira missa na pequena localidade em 13 de dezembro de 1972, frei César
Gavazzi trouxe consigo uma imagem de São Francisco de Assis, o que incentivou alguns fiéis
a batizar a localidade de São Francisco. Porém, para não desapontar os que preferiam Brejão,
celebraram-se o acordo entre os moradores de chama-la São Francisco do Brejão.
Em 1979, foi construída a primeira escola no povoado, a Escola Municipal Tobias
Barreto.
Na década de 1980, o povoado se destacou como grande produtor de cereais e extração
da madeira, levando-o a ser conhecido como grande produtor de arroz. No final da década de
1980, a agricultura já não era mais a atividade principal, pois a criação de gado tinha aumentado
consideravelmente. Sua atividade econômica principal se voltou para a produção de leite.
Na metade da década de 1980, chegou em São Francisco do Brejão o posto telefônico e
um destacamento da polícia militar.
Em 30 de janeiro de 1981 o povoado, que já tinha pelo menos três mil habitantes,
recebeu a rede elétrica. Em 1983, a Fundação SESP – órgão de saúde do Governo Federal, em
parceria com a Prefeitura de Imperatriz, perfurou um poço artesiano e instalou um sistema de
distribuição de água no povoado. A Fundação SESP construiu também o primeiro posto de
saúde da localidade.
A partir de 1987, o povoado vive um momento de forte atração populacional e
econômica com a construção do trecho da Ferrovia Norte-Sul, recebendo um canteiro de obras
comandado pela empresa Paranapanema S/A. No dia 10 de janeiro de 1989, o trecho da obra
foi concluído.
Em 1988, a Escola Tobias Barreto já não era suficiente para abrigar a demanda de
alunos. Neste período foi construída uma nova escola, a Escola Municipal Raimundo de Moraes
Barros.
No início da década de 1990, foi instalada a Casa de Saúde São Francisco, que
possibilitou a realização de procedimentos médicos e a construção da Praça São Francisco.
O desenvolvimento do povoado, mobilizou a população em favor de um plebiscito para
desmembramento, até que pela Lei Estadual nº 6.139, de 11 de outubro de 1994, o povoado foi
elevado à categoria de município e distrito com a denominação de São Francisco do Brejão,
desmembrado de Imperatriz e Açailândia e instalado em 01 de janeiro de 1997.
171
A primeira eleição ocorreu em 3 de outubro de 1996, sendo eleita como prefeita a Sra.
Francisca Sônia Araújo dos Santos (1997-2000), no final do mandato a prefeita renunciou e em
seu lugar assumiu o vice-prefeito Nailton Alves Teixeira (10/2000-12/2000). O segundo
prefeito eleito foi Francisco Santos Soares, mais conhecido como Franciscano, assumindo dois
mandatos (2001-2004/2005-2008). Posteriormente assumiu Alexandre Araújo dos Santos
(2009-2012), Magnaldo Fernandes Gonçalves (2013-2016), que vítima de uma leucemia aguda
faleceu em 2015, assumindo o vice-prefeito, o senhor José Osvaldo Farias, conhecido como Zé
Dóia (06/2015-2016) e atualmente Adão de Sousa Carneiro (2017-2020).
Ambiente Físico
Inserida na Província Parnaíba, o município São Francisco do Brejão faz parte da Bacia
Sedimentar do Grajaú. Esta bacia teve o início de seu preenchimento no Aptiano, com uma fase
transgressiva representada por arenitos finos e conglomeráticos depositados em ambiente
fluvio-deltaico (Formação Grajaú) e folhelhos calcários e anidritas depositados em ambiente
marinho (Formação Codó). O estágio seguinte de preenchimento, que foi regressivo, recobriu
em concordância essas unidades durante o final do Cretáceo e início do Terciário, com
depósitos interpretados como fluvio-lacustres das formações Itapecuru e Ipixuna. Em seguida
ao preenchimento da Bacia do Grajaú, houve um período de estabilidade tectônica (Paleógeno),
marcado pelo desenvolvimento de bauxita/laterita ferruginosa sobre os depósitos Itapecuru e
Ipixuna (SILVA et al. 2003).
A base geológica da área, de acordo com Klein e Sousa (2012), corresponde a três
unidades principais: Cobertura Laterítica Matura, Grupo Itapecuru e Formação Ipixuna.
As coberturas Lateríticas Maturas são caracterizadas por apresentarem um perfil
laterítico completo, constituído da base para o topo pelos horizontes pálido ou transicional,
argiloso, bauxítico e/ou fosfático e crosta ferruginosa. É relacionada à Superfície de
Aplainamento Sul-Americana, do Cretáceo Superior ao Terciário Inferior. Geralmente define
um relevo tabular, fortemente dissecado. Existem dois tipos de perfis lateríticos dominantes
separados por uma inconformidade maior. A sequência mais antiga (Paleógeno) abrange as
topografias mais altas e é profundamente dissecada por amplos vales e a sequência mais jovem
(Neógeno) está numa superfície 70m abaixo da superfície mais antiga.
O Grupo Itapecuru é composto por arenitos finos, estratificados, caulínicos, friáveis e
de cor rosa à amarela esbranquiçada. Pelitos e arenitos conglomeráticos ocorrem
172
do relevo de planalto com solos medianamente profundos, composta principalmente por árvores
de alto porte, algumas ultrapassando 50 metros. Entre as espécies mais comuns, estão a
seringueira (Hevea brasiliensis) e a andiroba (Carapa Guianensis). Essa se encontra bem
descaracterizada no município, restando poucas áreas com este tipo de vegetação (IBGE, 2012).
No município, encontra-se um mosaico vegetacional interessante, reflexo da
intervenção humana para o uso da terra. A primeira refere-se à vegetação secundária, altamente
descaracterizada da vegetação primária, caracteriza-se por apresentar porte arbóreo mediano a
arbustivo, com árvores muitas vezes espaçadas. Entremeada entre a vegetação secundária, tem-
se as pastagens, representadas em sua maioria por gramíneas, utilizadas principalmente para a
pecuária de corte e leite; agricultura, caracterizada por culturas temporárias e permanentes e
reflorestamento e/ ou florestamento que se dá principalmente pela silvicultura, com grandes
áreas plantadas com eucalipto (eucalyptus) e outros vegetais.
O clima caracteriza-se por ser tropical quente e úmido, com moderada deficiência de
água entre os meses de junho a setembro, megatérmico, ou seja, temperatura média anual entre
25°C e 26°C, sendo que a soma da evapotranspiração potencial nos três meses mais quentes do
ano é inferior a 48%, em relação à evapotranspiração potencial anual. A umidade relativa do ar
anual está entre 73 e 79% e os totais pluviométricos anuais entre 1200 a 1600 mm (UEMA,
2002).
Espaço Urbano
O espaço urbano de São Francisco do Brejão (Figura 64) formou-se “a priori” em uma
área plana, próximo a vários brejos. Com a abertura da MA 125 e a constituição da primeira
rua, atualmente denominada de Avenida Castelo Branco, esta tornou-se o marco inicial da
povoação. A partir disso, a cidade se expandiu para ambos os lados da avenida, com ruas e
travessas retas, conformando um “tabuleiro de xadrez”, atual centro da cidade. Posteriormente,
surgiram vários bairros, como Novo Horizonte, Vila Franciscano I, Vila Franciscano II e
Habitat Brasil, fazendo com que a cidade se expandisse para outras direções.
175
A avenida principal da cidade é a Castelo Branco (Figura 65), com 1,2 km de extensão;
possui pavimentação diferenciada dos outros logradouros, toda formada por bloquetes
quadrados, possui canteiro central, arborizada por árvores frondosas, em seus primeiros 65
metros de extensão; posteriormente, toma a forma de uma rua simples em bloquetes hexagonais,
nessa também se distribui vários comércios, restaurantes, banco, loteria, hospital municipal,
biblioteca, igrejas evangélicas, posto de combustíveis e no final está uma praça (Figura 66) e
a igreja matriz de São Francisco de Assis.
176
Espaço Rural
Zezinho, Brejinho, Planalto Pequiá, Lindaura, Centro dos Curicas, Hotel da Moita, Lagoa do
Pote, Centro do Robertão, São Benedito e Capemba d’Água.
Assentamento: PA João Palmeira/Castália
Condição do Produtor
Demografia
Com um total de 10.261 habitantes no ano de 2010 (IBGE), São Francisco do Brejão
ocupava a 177° posição no ranking populacional do Maranhão, representando 0,16% da
população do estado. Em termos regionais, situa-se na 5ª posição em relação à Região de
Desenvolvimento da Amazônia Maranhense, correspondendo a 4,41%. O Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM foi de 0,584 ocupando a 83º posição no estado.
Em 2020 a estimativa da população foi de 11.941 habitantes. Sua densidade demográfica é de
16,01 hab./km²; os que nascem no município são denominados de brejãoense.
No decênio de 2000 a 2010 a população apresentou uma taxa de crescimento de 45%.
Nesse mesmo intervalo, a população urbana do município teve aumento de 26%, e por sua vez,
a população rural também cresceu 68%. Nesse período, a população masculina aumentou 43%
e a feminina 48%.
Em relação ao gênero, a população masculina, em 2000, representou 52%, enquanto a
feminina, correspondeu a 48% da população. Em 2010, há quase uma equiparação entre os
gêneros, a masculina representou 51% e a feminina 49%. Quanto a população urbana, em 2000,
essa representou 54% e a rural 46%; em 2010, há uma inversão nos percentuais, a população
rural é um pouco mais representativa, com 53% e a população urbana equivaleu a 47% (Tabela
44).
181
Educação
A rede municipal de ensino é composta por 12 escolas, dessas três estão na cidade e
nove na zona rural. Duas são de pré-escola e dez de ensino fundamental, funcionando no
período matutino e vespertino. Possui 47 salas de aulas e um total de 2.123 alunos. Há também
a Educação de Jovens de Adultos (EJA), funcionando no período noturno.
Em relação à educação estadual, há uma escola e um anexo em Trecho Seco. Nessas há
15 salas, funcionando no período matutino e noturno, com 450 alunos matriculados, sendo 284
na escola estadual e 166 no anexo e um total de 21 professores, dos quais apenas quatro
moravam fora do município. Quanto a EJA, dispõe de duas turmas que funcionam no período
noturno.
Como apoio, dispõe de uma biblioteca, oito salas de leitura, com distribuição de livros,
fardamento e merenda escolar, utilizando produtos locais. Há também transporte escolar, com
cinco ônibus, sendo três locados.
Na sede municipal há duas creches particulares e uma unidade semipresencial de ensino
superior particular, com os seguintes cursos: Pedagogia, História, Geografia, Filosofia e Letras.
O programa Estratégia da Saúde da Família (ESF), tem três equipes, com três médicos,
três enfermeiros e treze técnico ou auxiliares de enfermagem, cobrindo todo o município. Faz
parte também do ESF três equipes de saúde bucal, composta por três dentistas.
Funciona no município um Núcleo de Assistência à Saúde da Família (NASF), com
fonoaudiologia, fisioterapeuta, assistente social e educador físico. A hipertensão e a diabetes
são as doenças mais frequentes atendidas pelos profissionais ligados ao NASF. A distribuição
de medicamentos é feita pela Farmácia Básica ligada à UBS.
No município atuam 23 agentes de saúde, destes nove trabalham na área urbana e 14 na
zona rural. Além desses, tem sete agentes de vigilância epidemiológica e quatro agentes de
vigilância sanitária.
Além dos programas citados, funciona o Conselho Tutelar e dois Centros de Referência
da Assistência Social (CRAS). Onde são desenvolvidos os seguintes programas: Serviço de
Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), Serviço de convivência e fortalecimento de
vínculo (SCVF) e Serviço de proteção social básica no domicílio para pessoas com deficiência
183
e idosos. No CRAS Trecho Seco, são atendidos no SCVF: 57 crianças, 22 jovens e 20 idosos;
no PAIF: 18 gestantes, 35 mulheres; e 36 no Programa Criança Feliz.
Economia
Agricultura
Agricultura temporária
Em 2010, dos 551 hectares colhidos, 2% foram de amendoim, 36% de arroz, 12% de
feijão, 5% de mandioca, 44% de milho e melancia e tomate representaram menos de 1% cada.
Das 1.119 toneladas produzidas, 39% eram de milho, 27% de arroz, 23% de mandioca, 4% de
tomate, 3% de melancia e feijão, cada e 1% de amendoim. O rendimento médio pode ser
observado na Tabela 45. No valor da produção, dos R$ 541 mil, a milho participou com 33%,
o arroz com 30%, o feijão com 11%, o tomate com 10%, a mandioca com 9%, o amendoim 4%
e a melancia 2% (Tabela 45).
Em 2019, dos 561 hectares de área colhida, o milho ocupou 88%, o feijão 5%, a
mandioca 3%, o amendoim 2%, o arroz e a melancia, corresponderam com 1% cada.
Relacionada a quantidade produzida, das 1.601 toneladas, milho contribuiu com 82%, a
mandioca e a melancia 8% cada, o amendoim, o arroz e o feijão representaram 1% cada. O
rendimento médio pode ser observado na Tabela 45. Para o valor da produção, dos R$ 992 mil,
o milho contribuiu com 78%, o feijão, a mandioca e a melancia com 6% cada, o amendoim com
4% e o arroz com 1% (Tabela 45).
Agricultura Permanente
Entre 2010 e 2019, a área colhida e o valor da produção aumentaram 433% e 114%,
respectivamente, a quantidade produzida diminuiu em 19%. Na quantidade produzida não foi
adicionada o coco-da-baía, pois sua produção é dada em mil frutos, enquanto os demais
produtos são em toneladas.
185
Horticultura
Pecuária
Extrativismo e Silvicultura
Em 2019, foram produzidas 47 toneladas de carvão vegetal e 1.294 metros cúbicos, com
as seguintes participações: lenha com 994 m3 e madeira em tora com 300 m3, representando,
respectivamente 77% e 33%.
A renda adquirida com referidos produtos foi de R$ 114 mil com as seguintes
participações: carvão vegetal 20%, lenha 14% e madeira em tora 66% (Tabela 49).
Pesca e Aquicultura
Indústria
Comércio
Turismo
A culinária tem como pratos principais, os que utilizam queijo, o cozidão e a galinha
caipira. O município dispõe de um hotel, 22 estabelecimentos de alimentação e bebidas.
Folclore e Lazer
Religião
O principal templo católico é a Igreja de São Francisco de Assis (Figura 73) padroeiro
do município; além desse, há mais um na sede e três na área rural.
Os evangélicos, possuem dez templos na cidade e sete na zona rural, sendo as principais
congregações a Assembleia de Deus, Batista e Cristã do Brasil.
De acordo com o IBGE (2010), dos 10.261 habitantes, 71% se declararam católicos,
22% evangélicos e 6% sem religião; espíritas, outras religiões e não sabiam qual a sua religião,
representaram menos de 1% cada (Tabela 51).
194
Infraestrutura
Serviços e Comunicação
Transporte
A cidade de São Francisco do Brejão localiza-se a 604 km da capital São Luís podendo
ser alcançada por meio das BRs 135 e 222 e MA 125. As viagens podem ser realizadas por
intermédio de micro-ônibus e vans, que fazem viagens todos os dias pela manhã para as cidades
de Açailândia e Imperatriz.
O translado urbano–rural é realizado por veículos particulares e pelo caminhão que faz
transporte de leite e principalmente por motos. Na cidade, o transporte se dá mediante veículos
próprios.
O município é cortado por duas importantes ferrovias: Carajás e Norte-Sul (Figura 74).
REFERÊNCIAS
BARROS, Frank. Itinga sua história, sua gente. Imperatriz: Editora Ética, 2003.
KLEIN, Evandro Luiz; SOUSA, Cristiane Silva de (Orgs.). Geologia e Recursos Minerais
do Estado do Maranhão: Sistema de Informações Geográficas – SIG: texto explicativo dos
mapas Geológico e de Recursos Minerais do Estado do Maranhão. Escala 1:750.000. Belém:
Serviço Geológico do Brasil - CPRM, 2012.
NASCIMENTO, Evangelista Mota. 217: Literatura, contos, crônicas e poesias de cordel para
todas as idades e gostos. Açailândia - MA: Edição do Autor, 2013.
SANTOS, Humberto Gonçalves dos; JACOMINE, Paulo Klinger Tito; ANJOS, Lúcia Helena
Cunha dos; OLIVEIRA, Virlei Álvaro de; LUMBRERAS, José Francisco; COELHO,
Maurício Rizzato; ALMEIDA, Jaime Antonio de; ARAÚJO FILHO, José Coelho de;
OLIVEIRA, João Bertoldo de; CUNHA, Tony Jarbas Ferreira. Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos. 5. ed., rev. e ampl. Brasília, DF: Embrapa, 2018.
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