Fichamento 1 - Arte e Descolonização
Fichamento 1 - Arte e Descolonização
Fichamento 1 - Arte e Descolonização
CENTRO DE ARTES
ESTUDO DE FICHAMENTO
PROFA. DRA. NEIVA BOHNS
Data: 29/11/2023
QUINTERO, Pablo; FIGUEIRA, Patrícia; ELIZALDE, Paz Concha. Uma breve história dos estudos
decoloniais. São Paulo: MASP; Centro de Pesquisa Afterall, 2019. p.01-12
1.1-Biografia da artista
2. Descrição da obra
Texto publicado em 2019.
O centro de pesquisa Afterall e o MASP firmaram parceria para explorar o tema arte e
descolonização. O objetivo desta iniciativa é desafiar as narrativas oficiais e os pontos de
vista eurocêntricos que dominam o mundo da arte e apresentá-los como uma história
completa. O projeto alcançará isso oferecendo workshops, seminários e publicando
artigos que fornecem novos insights sobre coleções de museus e exposições. Além disso,
os eventos abordarão o surgimento de novas práticas artísticas e curatoriais que
questionam e criticam explicitamente os legados coloniais na arte, na curadoria e na
crítica de arte. Com a parceria, MASP e Afterall esperam estimular novas discussões e
pesquisas sobre temas como descolonização, decolonialidade e estudos pós-coloniais.
Assim, buscando questionar as narrativas eurocêntricas da arte e promover novas
discussões sobre descolonização.
3. Palavras-chaves
4. Linha conceitual
O emprego do conceito decolonial ou decolonialidade é um tema de considerável debate,
sem consenso claro entre os estudiosos. Tanto o conceito de decolonial como de
decolonialidade pretendem descrever o desmantelamento das estruturas de exploração e
dominação estabelecidas pela colonialidade, juntamente com o desmantelamento dos
seus mecanismos primários. Enquanto alguns autores, como Aníbal Quijano, favorecem o
termo descolonialidad, a maioria dos estudiosos usa o termo decolonialidad.
A colonialidade do poder num contexto histórico amplo é moldada pela fusão de dois
elementos distintos.
Os eixos centrais são componentes essenciais de muitos sistemas mecânicos. Esses eixos
servem como pontos de articulação principais em torno dos quais outros componentes
giram ou se movem. Sem estes eixos centrais, o sistema mecânico em questão seria
incapaz de funcionar adequadamente e provavelmente não conseguiria cumprir a
finalidade pretendida.
Uma perspectiva postula a criação de uma hegemonia cultural que controla a geração e a
perpetuação de experiências subjetivas. Isto seria conseguido através das lentes do
eurocentrismo e da racionalidade moderna, que se baseia numa estrutura hierárquica
para a população mundial.
Por um lado, existe a criação de um sistema global que explora as sociedades, que
abrange todas as formas de regulamentação laboral que existem hoje sob o domínio
exclusivo do capital. Por outro lado, há o desenvolvimento de um sistema de exploração
social global que articulará todas as formas conhecidas e atuais de controlo do trabalho
sob a hegemonia exclusiva do capital.
5. Resumo
Uma breve história dos estudos decoloniais apresenta uma discussão sobre a
descolonização na arte e na cultura em geral, buscando questionar as narrativas
eurocêntricas que dominam esses campos. Para isso, ele se baseia em reflexões e
discussões sobre práticas artísticas e curatoriais que possam contribuir para essa
transformação, bem como em uma história dos estudos decoloniais e autores que
contribuem para essa perspectiva crítica. O texto começa apresentando a configuração do
projeto Modernidade/Colonialidade/Decolonialidade (MCD), que se tornou um tema de
debate e uma categoria de uso comum em diversas disciplinas. Ele destaca a presença
crescente de coletivos, grupos de discussão e institutos de pesquisa em torno desses
assuntos, que buscam aprofundar e expandir as reflexões sobre a colonialidade e seus
correlatos. Em seguida, apresenta uma discussão sobre a relação entre as ideias centrais de
Quijano e o método foucaultiano, que permitiu a identificação de uma colonialidade que
se articulou com diferentes dispositivos históricos de poder/saber. Ele também destaca o
crescente número de trabalhos sobre movimentos sociais e alternativas de vida, que
recolhem as trajetórias de coletivos humanos historicamente subordinados pela
colonialidade. O texto diz sobre a crítica de arte decolonial, que busca questionar as
narrativas eurocêntricas que dominam a história da arte e promover novas reflexões e
práticas artísticas que possam contribuir para a descolonização. Ele destaca a importância
de uma abordagem crítica e reflexiva, que possa promover uma transformação na arte e na
cultura em geral. Por fim, faz uma reflexão sobre a importância da descolonização na arte
e na cultura, destacando a necessidade de uma perspectiva crítica e reflexiva que possa
questionar as narrativas eurocêntricas e promover novas práticas artísticas e curatoriais.
Ele destaca a importância de uma abordagem descolonial, que possa contribuir para a
transformação da arte e da cultura em geral.
6. Citações diretas
“Os estudos pós -coloniais, por sua vez, são oriundos de importantes centros de produção
acadêmica do chamado “primeiro mundo” e surgiram com uma forte influência do pós -
modernismo e do pós -estruturalismo, mais focados, portanto, na análise do discurso e da
textualidade.” p. 04
“(...) o pós -colonialismo teve, também desde os anos 1990, uma forte influência na
produção intelectual periférica, sempre atenta ao discurso dominante.” p.04
“ Embora em cada uma das diversas sociedades os setores brancos fossem uma reduzida
minoria do total da população, eles exerceram a dominação e a exploração das maiorias de
indígenas, afrodescendentes e mestiços que habitavam as repúblicas nascentes.” p.06
7. Citações indiretas
De acordo com Pablo Quintero, Patrícia Figueira e Paz Elizalde, a formação da modernidade
ao longo da história e de suas mudanças na América Latina serviu de ponto de partida para
essas indagações. Estas questões foram formuladas tendo em conta o conceito de
colonialidade, que é o oposto da modernidade. p.03
Como esclarecem Pablo Quintero, Patrícia Figueira e Paz Elizalde, a partir da década de
1990, o pós-colonialismo exerceu um impacto significativo na produção intelectual
originária da periferia. Essa produção permanece perfeitamente sintonizada com o
discurso predominante, embora simultaneamente influenciada pelo pós-colonialismo. P.04
Segundo Pablo Quintero, Patrícia Figueira e Paz Elizalde, o campo dos estudos decoloniais é
caracterizado por uma coleção sistemática de afirmações teóricas que reexaminam o
conceito de poder na modernidade. p. 05
A questão tem sido estudada insistentemente pelos autores, Pablo Quintero, Patrícia
Figueira e Paz Elizalde, a colonialidade do género (e da sexualidade) tem recebido atenção
insuficiente nos estudos decoloniais atuais. Existem inúmeras áreas de sobreposição entre
os princípios fundamentais do Sistema Mundial Moderno/Colonial, a teoria feminista nos
contextos latino-americanos contemporâneos e o pós-colonialismo; no entanto, este
tópico é frequentemente esquecido. P.08
Pablo Quintero, Patrícia Figueira e Paz Elizalde declaram que o conceito de colonialidade do
poder de Quijano é uma ferramenta crucial para analisar a intersecção entre modernidade
e capitalismo. Através desta lente, podemos compreender melhor o campo criado pela
associação estrutural entre estas duas forças. Este campo de conjunção e confluência
impacta todas as áreas da existência social, incluindo, mas não se limitando, à sexualidade,
à autoridade coletiva e ao conceito de “natureza”. Os efeitos dessa associação são diversos
e contínuos, impactando não só o trabalho e a subjetividade, mas também diversas facetas
da vida social de forma heterogênea. P.06
Nas palavras de Pablo Quintero, Patrícia Figueira e Paz Elizalde, o padrão de poder
conhecido na colonialidade teve ramificações significativas para o desenvolvimento das
sociedades latino-americanas. Formou a base para o estabelecimento de novas repúblicas
e, consequentemente, moldou a estrutura das suas instituições. Como resultado, a
dependência histórico-estrutural foi perpetuada através deste processo. P.06
Aníbal Quijano
Arturo Escobar
Boris Marañón
Carolina Ortiz Fernández
Catherine Walsh
Cornejo Polar
Edgardo Lander
Edward Said
Enrique Dussel
ESCOBAR, Arturo. Más allá del Tercer Mundo. Globalización y diferencia. Bogotá: Instituto
Colombiano de Antropología e Historia-Universidad del Cauca, 2005.
ESTEFANIA PEÑAFIEL LOAIZA
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