Parte 4 - Capítulo 21 - Melhorando A Performance
Parte 4 - Capítulo 21 - Melhorando A Performance
Parte 4 - Capítulo 21 - Melhorando A Performance
RESUMO
A segunda pergunta responde aos principais fatores que devem ser levados em
consideração na implementação das habilidades psicológicas nos Programas de
Avaliação e Intervenção Psicológica (PAPI) (Dosil, 2008), no Programa de
Treinamento de Habilidades Psicológicas (PSTP) e no Programa de Psicologia
Aplicada às Sessões de Treinamento (APPPS).
OBJETIVOS
Isso pode ser explicado por várias razões (Friedrickson, 1998): primeiro, a tendência
natural de estudar fenômenos que ameaçam o bem-estar humano levou ao foco nas
emoções que nos ajudam a lidar com uma situação perigosa ou urgente. Portanto, é
mais fácil definir a direção adaptativa desejada da mudança se alguém estiver
buscando restaurar a normalidade (Aspinwall e Staudinger, 2003) (por exemplo,
exigindo uma intervenção urgente para diminuir a ansiedade pré-competição antes
de uma partida final). Em segundo lugar, há uma tendência a negligenciar o que é
normal e prestar mais atenção ao que é anormal ao experimentar um estado de
bem-estar como dado; então, tudo o que contribui para ameaçar esse bem-estar é o
foco de interesse e estudo (por exemplo, a queda incomum no desempenho de um
atleta de elite). Em terceiro lugar, o fato de haver menos palavras para descrever
estados emocionais positivos em vez de negativos tem um tremendo impacto em
nossa percepção desses estados (ou seja, positivos), tornando-os mais difíceis de
distinguir e, por sua vez, esses estados negativos se tornam automáticos, pois
essas emoções fazem parte de nosso núcleo interno (por exemplo, isso se traduz
na dificuldade que muitos atletas têm em avaliar objetivamente seu desempenho).
Em quarto lugar, existem diferenças na expressão de emoções, pois as negativas
têm características faciais específicas que facilitam seu reconhecimento universal
(por exemplo, é fácil reconhecer um atleta com raiva; no entanto, nem sempre é fácil
reconhecer um relaxado).
De uma perspectiva holística, a estratégia de intervenção mais completa e
avançada seria aquela que integra aspectos relativos à saúde e ao bem-estar (por
exemplo, emoções coletivas que surgem após vencer uma partida) juntamente com
outros elementos usuais. Esses elementos se concentram no déficit (por exemplo,
falta de foco atencional durante momentos decisivos em uma partida) a partir do
processo de avaliação e por todas as fases da intervenção (Hervás, Sánchez e
Vásquez, 2008).
Assim como tem acontecido no campo da psicologia geral, a psicologia do esporte
também tem sido associada a um modelo de intervenção baseado na resolução de
problemas, no qual o psicólogo lida com atletas que apresentam "problemas
clínicos" (que podem ou não estar relacionados ao esporte), implementando
técnicas oriundas do campo da psicologia clínica. Essa abordagem tem gerado
controvérsias tanto no campo da psicologia quanto no cenário esportivo. No campo
da psicologia, há alguma confusão sobre se esses tratamentos podem ser inseridos
na psicologia do esporte ou na psicologia clínica. Da mesma forma, no campo
esportivo, esse é um assunto antigo que leva muitos atletas a associarem um
psicólogo esportivo a cenários de resolução de problemas. Esse fato limita bastante
o campo de intervenção.
É importante entender que, quando um atleta procura um psicólogo porque ele tem
um problema clínico (por exemplo, sentindo-se triste porque está passando por um
divórcio e acredita que isso está afetando seu desempenho atlético), o serviço
prestado pode ser bem realizado por um psicólogo clínico sem treinamento em
ciências do esporte, já que trabalhar com um atleta se torna de menor importância.
Quando há um problema diretamente relacionado ao desempenho atlético (por
exemplo, estar excessivamente ansioso antes da competição ou travar), tanto um
psicólogo clínico quanto um psicólogo esportivo podem trabalhar junto com o atleta,
embora seja recomendado um especialista em psicologia esportiva com
conhecimento e experiência no domínio específico. Por fim, quando um atleta
procura um profissional para aprimorar os aspectos psicológicos relacionados ao
desempenho esportivo, não há dúvida de que o profissional adequado é o psicólogo
especializado em esportes, pois as limitações clínicas nesses casos são óbvias.
Muitos psicólogos clínicos foram treinados em ciências do esporte, o que lhes
permite enfrentar qualquer situação e ser capazes de lidar com os problemas, além
de indicar ao atleta o potencial que o campo da psicologia tem a oferecer quando
ligado ao aprimoramento do desempenho (as virtudes da psicologia para aprimorar
o desempenho geralmente são "desconhecidas" pela maioria das pessoas no
contexto esportivo). Além disso, um psicólogo esportivo sem formação clínica terá
que encaminhar casos específicos que, devido à sua natureza, são mais adequados
ao tratamento no ambiente clínico. Profissionais na área da psicologia do esporte
(Andersen, Denson, Brewer e Van Raalte, 1994; Schack, Moncier III e Taylor, 2007)
indicaram várias considerações que devem ser levadas em conta quando um
psicólogo esportivo tem dúvidas sobre encaminhar um caso para um profissional
clínico. Embora os psicólogos esportivos não precisem ser competentes para lidar
com transtornos clínicos, eles devem ser capazes de avaliar tais transtornos e saber
quando encaminhar o cliente para um profissional clínico (Frank, Gardner e Moore,
2006).
A diferença entre atletas com habilidades físicas, técnicas e táticas similares está no
componente psicológico. Até agora, não houve um grande influxo de psicólogos
para o cenário esportivo; portanto, há poucos atletas com treinamento psicológico. É
apreciado que a maioria dos melhores atletas tenha aprendido "técnicas" por si
mesmos para solucionar problemas em diferentes situações, o que lhes
proporcionou uma vantagem sobre seus rivais. Outros atletas têm buscado suas
próprias estratégias para melhorar seu desempenho, mas não têm tido sucesso em
sua empreitada. É nesse aspecto que a psicologia do esporte deve enfatizar como
uma ciência que fornece estratégias para que o atleta alcance um desempenho
máximo. Se todos os atletas incluíssem o treinamento de habilidades psicológicas
em sua programação para a temporada, a qualidade daqueles que teriam sucesso
em alcançar a elite seria muito maior.
O estudo das características psicológicas em atletas bem-sucedidos tem sido
abordado nos últimos anos (ver Tabela 21.1). A capacidade de lidar com problemas
tem sido considerada uma das características mais importantes, levando à
conclusão de que, para alcançar o mais alto nível de desempenho, é necessário
usar diferentes estratégias para solucionar as dificuldades que surgem ao longo da
temporada (Dosil, 2008).
- Resistência/resiliência mental
- Confiança
- Inteligência esportiva
- Competitividade
- Orientação
- Otimismo
- Perfeccionismo adaptativo
- Buscadores de sensações
- Competitividade
- Autoconfiança
- Estilo de atenção
- Expectativas de sucesso
- Resistência mental
- Compromisso
- Confiança
- Imagens positivas
- Disposição mental
- Controle de distração
- Aprendizagem contínua
As técnicas são as "ferramentas" que o psicólogo usa para trabalhar com os atletas;
portanto, dominar habilidades psicológicas por meio do uso dessas técnicas é
essencial ao tentar avaliar ou intervir no contexto esportivo. Da mesma forma,
atletas, treinadores, árbitros e gestores também devem conhecer essas técnicas
para entender melhor como os psicólogos esportivos trabalham com os atletas e
fornecer-lhes oportunidades de praticar por conta própria.
Todos os atletas e treinadores adquiriram, ao longo de suas vidas, diferentes
estratégias para lidar com as dificuldades que surgem nos treinos e competições,
então o papel do psicólogo às vezes será simplesmente aperfeiçoar essas
estratégias; no entanto, em outras ocasiões, o psicólogo ajudará o atleta a mudá-las
(se forem inadequadas) ou ensinará ao atleta novas estratégias para modificar seu
comportamento em situações específicas.
2. Técnicas de relaxamento.
4. Registro de pensamentos.
Definição de metas
Relaxamento
Imagens
Existem muitos atletas de elite que relatam o uso de visualização antes de iniciar
uma sessão de treinamento ou uma competição, com a ideia de "viver" a situação
antes que ela se torne realidade e, assim, garantir um desempenho bem-sucedido
(por exemplo, Tiger Woods, Michael Jordan, André Agassi, etc.). Alguns atletas o
utilizam de maneira não estruturada e intuitiva, enquanto outros o implementam com
estrutura e propósitos específicos. No entanto, essa técnica deve ser aplicada sob a
supervisão de um psicólogo esportivo e no momento certo, pois pode se tornar
prejudicial e até mesmo prejudicar o desempenho ideal do atleta. Além disso,
diferentes métodos devem ser implementados para avaliar a capacidade de
imaginação de um atleta, como o Questionário de Imaginação de Movimento (MIQ-
R; Hall e Martin, 1997), que se baseia em um autorrelato do indivíduo, ou o
eletroencefalograma (Cremades e Pease, 2007), que fornece mapeamento da
atividade das ondas cerebrais durante a realização da imaginação.
Auto Fala
Habilidades de comunicação
Primeiro, o atleta será avaliado por meio de observação e gravações em vídeo para
determinar suas interações com os outros no campo (por exemplo, treinador,
companheiros de equipe). Uma vez que o atleta tenha sido observado, ele será
então entrevistado e sua comunicação verbal e expressões emocionais (por
exemplo, tom e entonação da voz, movimento das mãos, gestos faciais) serão
avaliados. Com base em suas habilidades de comunicação, o psicólogo do esporte
trabalhará em uma técnica específica (ou técnicas específicas). Dois métodos
comuns utilizados no campo da psicologia do esporte são o treinamento de
assertividade e empatia.
Uma vez que esse objetivo seja alcançado, cada modalidade e cada atleta terá
necessidades específicas que o psicólogo deve atender. Em geral, pode-se seguir
as instruções de Balague (1997), que sugerem que motivação, tolerância à fadiga,
perseverança e concentração são características que o psicólogo esportivo deve
reforçar durante as sessões de treinamento para alcançar a qualidade. A motivação
é o motor da prática; é o que faz com que o atleta se sacrifique diariamente para
alcançar um objetivo. A tolerância à fadiga é fundamental quando se pratica uma
modalidade que requer muitas horas de treinamento. A fadiga pode ser física e/ou
mental, e é aconselhável tê-la sob controle durante os períodos de treinamento
(Dosil, 2006).
Intervenção clínica
Intervenção de campo
Intervenção Online
Conclusão
O objetivo deste capítulo é fornecer insights sobre a definição eficaz de metas, com
o objetivo específico de fornecer diretrizes sobre como desenvolver e implementar
um programa de definição de metas com equipes esportivas e indivíduos. São
fornecidas diretrizes para facilitar a compreensão de como identificar metas, a
importância de estabelecer diferentes tipos de metas (ou seja, resultado,
desempenho, processo) e também qual tipo de metas priorizar em diferentes
situações (por exemplo, competição versus treinamento). A pesquisa atual sobre
definição de metas nos domínios do esporte e do exercício é revisada para ilustrar
por que as metas são importantes. Do ponto de vista prático, é apresentado um
estudo de caso para demonstrar os princípios necessários para a definição eficaz de
metas e como esses princípios podem ser usados no desenvolvimento e
implementação de um programa de definição de metas
Introdução
Treinadores e atletas têm usado há muito tempo a definição de metas como uma
estratégia mental para melhorar o desempenho esportivo. É considerada uma das
estratégias mais populares para aumentar a motivação, confiança e foco na tarefa
dos atletas. Especificamente, estabelecer metas pode ajudar os atletas a priorizar o
que é mais importante para eles em seu esporte e, consequentemente, orientar as
práticas diárias, sabendo no que trabalhar. As duas citações abaixo, a primeira de
um atleta e a segunda de um treinador, demonstram os papéis importantes que as
metas podem ter no impulso de um atleta para ser bem-sucedido, e também que a
definição de metas pode fornecer foco e direção.
"O treinador deve ter metas. A equipe deve ter metas. Cada jogador de tênis
individual deve ter metas - metas reais, vívidas e vivas. As metas mantêm todos no
alvo. As metas me comprometem com o trabalho, tempo, dor e qualquer outra coisa
que faça parte do preço para alcançar o sucesso" (Weinberg, 2002, p. 34).
"Meu objetivo é garantir que eu permaneça alinhado e no caminho certo. Não quero
apenas ficar patinando, quero ter algo pelo que trabalhar e em direção ao qual me
esforçar" (Weinberg, Butt, Knight & Peritt, 2001, p. 391).
OBJETIVOS
Após ler este capítulo, o leitor deverá ser capaz de:
DEFININDO METAS
Na literatura científica, uma meta é considerada de natureza objetiva e está
centrada em alcançar um nível específico de proficiência. A definição mais
amplamente aceita de meta foi apresentada por Locke, Shaw, Saari e Latham
(1981), que a definiram como alcançar um nível específico de proficiência em uma
tarefa, geralmente dentro de um limite de tempo determinado. Um nadador que
define como meta diminuir seu tempo de chegada em dois segundos está
estabelecendo uma meta objetiva e específica. Atletas também podem estabelecer
metas subjetivas, como querer se divertir mais nesta temporada do que na anterior.
Estabelecer tanto metas subjetivas quanto objetivas é considerado importante; no
entanto, metas objetivas são mais fáceis de quantificar do que metas subjetivas. Ou
seja, ao quantificar metas de maneira objetiva, podemos monitorar nosso progresso
e saber quando alcançamos. Na literatura esportiva e de exercícios, três tipos de
metas são predominantemente discutidos: metas de resultado, metas de
desempenho e metas de processo. Metas de resultado geralmente se concentram
no resultado final ou resultado de um evento ou competição, como vencer ou
perder. Exemplos de uma meta de resultado podem incluir ganhar um campeonato
de liga, vencer um oponente em pontos/pontuações, alcançar uma classificação
específica ou obter um registro de 12-6 em uma temporada. O ponto chave a
lembrar sobre o estabelecimento de metas de resultado é que nós temos controle
sobre se as alcançamos ou não. Consequentemente, alcançar uma meta de
resultado, em grande parte, depende do desempenho dos outros (ou seja, a
oposição). Atletas que se concentram exclusivamente em metas de resultado
podem ficar ansiosos e frequentemente distraídos durante as competições, pois
estão mais preocupados com o resultado final do que em se concentrar na tarefa
em questão.
Pontos-chave
De acordo com pesquisas conduzidas por Locke e seus colegas (Locke et al., 1981;
Locke & Latham, 1990), o estabelecimento de metas é eficaz porque as metas
conscientes de um indivíduo, ao tentar realizar uma tarefa, realmente regulam o
desempenho da tarefa. As metas são formadas por meio de comparações internas e
padrões para avaliar o desempenho; portanto, acredita-se que os atletas possam
atingir um nível de desempenho mais alto se forem estabelecidas metas específicas
e difíceis. Geralmente, acredita-se que as metas direcionem a atenção e a ação e
ajudem os atletas a se concentrarem no que precisam fazer tanto a curto quanto a
longo prazo. Pesquisas apontam que estabelecer metas específicas e difíceis
produz um desempenho melhor do que metas fáceis, metas do tipo "faça o seu
melhor" ou nenhuma meta.
Pontos-chave:
● Estabelecer metas específicas, difíceis e desafiadoras leva a níveis mais altos de
desempenho na tarefa do que estabelecer metas fáceis, não estabelecer metas ou
estabelecer metas de "faça o seu melhor".
● A visão mecanicista explica por que as metas influenciam o desempenho de três
maneiras:
● Ajudando os atletas a direcionar sua atenção para a tarefa em questão.
● Aumentando o esforço e a persistência.
● Auxiliando os atletas a desenvolver estratégias de aprendizagem relevantes.
Ao estabelecer metas, um princípio consistente a ser seguido é que elas devem ser
desafiadoras e realistas. Metas muito fáceis não apresentam um desafio para os
indivíduos, o que leva à complacência e a um esforço inferior ao máximo. Por outro
lado, se as metas forem muito difíceis, os indivíduos terão tendência a perder a
motivação e possivelmente desistir quando não alcançarem suas metas. Mas como
determinar se uma meta é realista e desafiadora? É aqui que a arte do treinamento
se torna importante, pois os treinadores precisam conhecer cada atleta
individualmente para determinar o desafio apropriado para esse atleta.
Uma boa regra a ser lembrada é estabelecer metas imediatas não mais do que 5%
acima do desempenho atual nas últimas semanas. No entanto, em muitos esportes
(por exemplo, natação, esqui, atletismo), mesmo um aumento de 1% no
desempenho pode ser uma melhoria significativa e fazer a diferença entre vencer e
perder. Portanto, o segredo é encontrar um equilíbrio entre se colocar em situação
de fracasso (metas muito difíceis) e permitir um sucesso fácil (metas muito fáceis).
Nesse meio-termo residem metas desafiadoras, realistas, moderadamente difíceis e
alcançáveis.
A pesquisa também revelou que tanto as metas de curto prazo quanto as de longo
prazo são necessárias para manter a motivação e o desempenho ao longo do
tempo (Weinberg et al., 2001). As metas de curto prazo são importantes porque
ajudam os indivíduos a se concentrarem em pequenas melhorias e também
fornecem um feedback contínuo sobre o progresso em relação à meta de longo
prazo. Esse feedback pode ter uma função motivacional e permitir o ajuste das
metas para cima ou para baixo, dependendo da situação. Uma meta de longo prazo
pode parecer inalcançável, mas dividi-la em metas de curto prazo gerenciáveis pode
tornar o aparentemente impossível possível. Uma boa maneira de visualizar a
interação entre metas de curto prazo e de longo prazo é pensar em uma escada
com a meta de longo prazo no topo, o nível atual de desempenho na parte inferior e
uma sequência de metas de curto prazo progressivamente conectadas ligando o
topo e a base da escada.
Reavaliar metas
Definir metas deve ser um ponto de partida e não um ponto final. Muitos treinadores
e atletas cometem o erro de estabelecer metas e nunca mais voltar a elas para
verificar como estão progredindo em relação a essas metas. No entanto, as metas
devem ser reavaliadas periodicamente com base no desempenho atual em
comparação com a meta original estabelecida e, potencialmente, tornadas mais
fáceis ou mais difíceis. Por exemplo, se um jogador de beisebol estabeleceu a meta
de rebater 0,300 e estava rebatendo apenas 0,220 na metade da temporada, ele
provavelmente deveria ajustar sua meta para algo mais realista, como rebater 0,275
até o final da temporada.
No entanto, se ele estivesse rebatendo 0.340 na metade da temporada, ele poderia
aumentar sua meta para 0.325, pois isso pareceria agora muito realista. O ponto é
que a meta de uma pessoa pode ser alterada com base na situação atual (talvez o
jogador tenha se machucado ou simplesmente tenha começado muito devagar ou
rápido demais). Ao revisitar periodicamente (e potencialmente ajustar) a meta, ela
sempre permanece realista, mas desafiadora, como mencionado acima. Isso deve
ajudar a manter os atletas motivados de forma ideal, à medida que se esforçam
para alcançar sua meta.
Muitos artigos têm sido escritos tanto dentro quanto fora do esporte detalhando os
princípios da definição de metas. Ao conversar com treinadores, muitos entendem
os princípios, mas poucos efetivamente implementam um programa completo de
definição de metas, em vez de simplesmente estabelecer algumas metas individuais
e/ou de equipe. Para tentar aliviar esse problema, é apresentado um estudo de caso
de um treinador de basquete e sua equipe, que emprega muitos dos princípios
envolvidos na definição de metas, além de destacar obstáculos na criação e
implementação de uma intervenção de definição de metas.
Uma reunião formal e uma série de reuniões breves e menos formais foram
agendadas antes do início dos treinos e das aulas. Durante essas reuniões, o
treinador Stone apresentou aos jogadores exemplos de metas eficazes e ineficazes,
juntamente com informações básicas sobre diferentes tipos de metas (por exemplo,
resultado, desempenho e processo). Embora a maioria dos atletas já tivesse
estabelecido metas, geralmente não as haviam estabelecido de maneira que
maximizasse sua eficácia. Os princípios mencionados acima foram digitados e
entregues a todos os jogadores para que pudessem entender melhor os diferentes
tipos de metas e as maneiras mais eficazes de estabelecê-las. Em seguida, eles
foram discutidos pela equipe técnica e pelos jogadores, e exemplos específicos
foram fornecidos aos jogadores, resultando em uma melhor compreensão de como
estabelecer metas de forma eficaz.
Após a reunião inicial, o treinador Stone agendou uma segunda reunião em que as
metas da equipe foram discutidas e decididas pelo treinador e pela equipe. Para
fazer isso, as metas da equipe de cada jogador para as três áreas mencionadas
pelo treinador Stone foram colocadas no quadro-negro e discutidas. Dessa forma,
os jogadores tiveram sua contribuição na definição das metas da equipe.
As metas finais foram então estabelecidas e, assim, os jogadores estariam mais
comprometidos e investidos em trabalhar arduamente para alcançar essas metas.
Após essa discussão, foi feita uma votação em cada meta da equipe, e o treinador
Stone registrou as diferentes estratégias necessárias para alcançar cada uma
dessas metas da equipe. Por exemplo, meia hora de treino três dias por semana foi
direcionada para a técnica correta de arremesso, garantindo que os jogadores
finalizassem seus arremessos adequadamente (para melhorar a porcentagem de
acertos).
Ajuda de aprendizado
4. Explicação de por que estabelecer metas do tipo "faça o seu melhor" não é
tão eficaz quanto estabelecer metas objetivas: As metas de "faça o seu
melhor" não são suficientemente específicas, uma vez que os atletas
realmente não sabem se deram o seu melhor. No entanto, definir uma meta
específica, como correr uma milha em cinco minutos, pode dar aos atletas
clareza em termos do que estão tentando alcançar.
Visualização
A visualização mental é uma das técnicas mais amplamente praticadas para
aprimorar o desempenho no esporte. Ela envolve a criação de experiências mentais
que podem afetar comportamentos, pensamentos e emoções. Várias teorias foram
desenvolvidas para explicar como a visualização mental funciona. Essas teorias
incluem a teoria psiconeuromuscular, a teoria de aprendizado simbólico, a teoria
bioinformacional e a teoria do código triplo. As medidas de visualização mental
ajudam a identificar os tipos de imagens mentais que os atletas utilizam, bem como
suas forças e fraquezas na visualização. Com base nessas informações, os
psicólogos desenvolvem treinamentos de visualização mental para atender às
necessidades individuais dos atletas. A medição da visualização mental também
fornece um meio de monitorar o progresso do uso das imagens mentais.
Introdução
OBJETIVOS
Após ler este capítulo, você deverá ser capaz de:
Uma definição de visualização que resistiu ao teste do tempo foi proposta por
Richardson (1969), que descreveu a visualização como "experiências quase
perceptuais das quais estamos conscientes e que existem para nós na ausência das
condições de estímulo conhecidas por produzir seus verdadeiros contrapartes
sensoriais ou perceptuais" (p. 2–3). Assim, a visualização é uma experiência e
porque o visualizador está consciente do que imagina, a visualização é distinguível
dos sonhos. Além disso, a visualização geralmente está sob o controle volitivo do
visualizador, embora haja ocasiões em que as pessoas imaginem circunstâncias
que escolheriam não pensar. No esporte, isso inclui relatos comuns de atletas de
que eles imaginam erros de desempenho, como errar um putt, fazer um saque duplo
ou perder um chute de penalidade no gol. A definição de Richardson não parece ser
suficientemente inclusiva, pois se concentra em percepções, sem mencionar a
experiência sensorial ou emocional. Morris et al. definiram a visualização no esporte
como: a criação ou recriação de uma experiência gerada a partir de informações
memorizadas, envolvendo características quasi-sensoriais, quasi-perceptuais e
quasi-afetivas, que está sob o controle volitivo do visualizador e que pode ocorrer na
ausência dos antecedentes de estímulo real normalmente associados à experiência
real (p. 19).
Além de apresentar definições, pesquisadores propuseram modelos que visam
conceitualizar a visualização. Paivio (1985) propôs um modelo popular que se
tornou a base para uma medida única, o Questionário de Visualização Esportiva
(consulte a seção de Medidas deste capítulo), bem como muitos projetos de
pesquisa. Paivio argumentou que a visualização tem usos cognitivos e
motivacionais, e esses usos podem ser específicos ou gerais. Assim, a visualização
cognitiva específica concentra-se na execução de habilidades específicas, como um
arremesso ou um passe, enquanto a visualização cognitiva geral está relacionada à
execução de estratégias, como um movimento ensaiado no basquete ou futebol. A
visualização motivacional específica concentra-se em respostas orientadas para
objetivos, enquanto a visualização motivacional geral está relacionada a aspectos
mais amplos de motivação, como arousal e alcance de metas. Outros modelos,
descritos em Munroe-Chandler e Morris (2011), incluem o Modelo Aplicado de Uso
de Visualização no Esporte, que consiste em quatro componentes sequenciais:
aspectos da situação esportiva, tipo de visualização, habilidade de visualização e
resultado da visualização; o modelo Níveis de Visualização, que inclui três níveis:
compreensão da natureza da visualização, uso da visualização para alcançar metas
de desempenho e significado da imagem para o atleta; e o modelo PETT-LEP, que
é descrito na seção aplicada deste capítulo. A visualização é um processo mental
tão abrangente que é difícil para uma única definição ou modelo conceitual abranger
tudo o que representa, mas cada contribuição parece acrescentar conhecimento à
compreensão deste fascinante processo.
TEORIAS DE VISUALIZAÇÃO
Medição de visualização
Habilidade de Visualização
Mais relevantes para o relato atual são as escalas desenvolvidas para medir a
visualização para movimento ou esporte. Essas incluem o Questionário de
Visualização de Movimento (MIQ; Hall, Pongrac & Buckolz, 1995), o Questionário de
Vivacidade da Visualização de Movimento (VMIQ; Isaac, Marks & Russell, 1986), a
Medida de Habilidade de Visualização Esportiva (SIAM; Watt, Morris & Andersen,
2004) e o Questionário de Habilidade de Visualização Esportiva (SIAQ; Williams &
Cumming, 2011).
Visualização e o cérebro
Resolução de problemas
Quando algo dá errado durante o desempenho, a fonte do problema pode não ser
imediatamente óbvia. Nesse caso, a revisão do desempenho usando a imaginação
pode ajudar os atletas a identificar onde cometeram o erro e atuar como uma
ferramenta no diagnóstico da razão para o erro. A habilidade de executar a
imaginação em "câmera lenta" pode ser útil, com a "avançar rápido" na imaginação
sendo usado para pular as partes que não são problemáticas. Assim como no uso
de vídeo, os atletas muitas vezes podem usar sua imaginação para "aproximar" um
aspecto técnico de seu desempenho que pode estar errado. Uma vez que um
problema é identificado, o foco deve mudar para a ação corretiva, que pode
envolver prática física e de imaginação da técnica correta. Se o problema for
estratégico, novamente o ensaio mental da estratégia correta pode aumentar a
probabilidade de que os atletas se apresentem como pretendem no futuro.
Uma série de questões relacionadas à eficaz reabilitação de lesões. Isso inclui lidar
com a dor na região do corpo lesionada, gerenciar o estresse associado à dor,
acreditar no processo de reabilitação, reduzir a frustração por não poder treinar e
competir, e realizar os comportamentos necessários para facilitar a reabilitação.
Programas de visualização podem ser elaborados para abordar cada uma dessas
questões separadamente ou em conjunto. Por exemplo, imaginar uma bola grande e
colorida representa a dor e, em seguida, diminuir o tamanho da bola e desbotar a
cor para um cinza claro pode ajudar a reduzir a dor. Imaginar-se executando com
sucesso os exercícios de reabilitação pode aumentar a confiança de que eles
podem ser feitos e motivar os atletas a seguir sua reabilitação prescrita. Também é
possível facilitar o processo de reabilitação física imaginando a área da panturrilha
onde um músculo está rompido e visualizando e sentindo o sangue quente e fresco
fluindo para reparar o dano. Um processo semelhante pode ser usado para facilitar
a recuperação após um treinamento intenso, onde se imagina que o sangue está
infundindo e limpando os músculos cansados e doloridos.
Talvez a questão mais óbvia a ser abordada seja se a visualização deve ser positiva
ou negativa. Munroe-Chandler e Morris (2011) relataram algumas pesquisas que
identificaram um "efeito paradoxal" da visualização negativa, ou seja, imaginar um
desempenho ruim levou a melhorias no desempenho real. No entanto, o equilíbrio
das pesquisas indica que quando os atletas imaginam um desempenho negativo,
seu desempenho real diminui, e quando imaginam um bom desempenho, seus
resultados de desempenho são aprimorados.
Um fator que tem sido examinado há algum tempo é o tipo de tarefa à qual a
visualização é aplicada. Em sua meta-análise seminal, Feltz e Landers (1983)
afirmaram que as evidências na época sugeriam que a visualização é mais efetiva
em tarefas cognitivas ou tarefas com grandes componentes cognitivos do que em
tarefas motoras. Outro aspecto das tarefas que foi examinado é a variabilidade
ambiental. Habilidades fechadas, como tiro ou mergulho, ocorrem em ambientes
estáveis, enquanto o ambiente está em constante mudança em habilidades abertas,
como futebol ou tênis. Pesquisas recentes sugerem que atletas que realizam
habilidades fechadas utilizam funções específicas de visualização com mais
frequência do que atletas que executam habilidades abertas (Munroe-Chandler e
Morris, 2011).
A função da visualização, baseada no SIQ (Hall et al., 1998), é outro fator que tem
sido examinado em relação ao efeito da visualização nos resultados de
desempenho. Embora a visualização específica do componente cognitivo (CS) seja
intuitivamente útil para aprimorar habilidades esportivas, talvez mais apoio tenha
sido obtido para o benefício da visualização motivacional geral - mestria (MG-M)
nesse contexto (Munroe-Chandler e Morris, 2011). É possível que um mediador de
qualquer ligação entre a visualização MG-M e o desempenho seja a autoeficácia.
Pesquisadores têm demonstrado uma ligação entre a visualização MG-M e a
autoeficácia. Da mesma forma, há evidências substanciais de uma associação
positiva entre autoeficácia e desempenho. Imaginar a maestria da habilidade parece
aumentar a confiança e o desempenho. Uma combinação de visualização MG-M e
CS, que tem se mostrado benéfica para jogadores de tênis (Koehn et al., 2005),
poderia ser uma abordagem eficaz na qual habilidades específicas são imaginadas
junto com a maestria geral.
AUXÍLIO DE APRENDIZAGEM
As modalidades sensoriais medidas pela SIAM são visual, auditiva, cinestésica, tátil,
olfativa (odor) e gustativa (paladar). As dimensões são: vividez, controle, facilidade,
velocidade e duração da visualização. A SIAM também mede a emoção
experimentada durante a visualização.
Capítulo 24
Auto-fala
RESUMO
Introdução
Totalmente preparado
Um estado de espírito perfeito antes de competir é descrito pelos pensamentos de
dois atletas que alcançaram a glória olímpica:
Meus pensamentos antes de uma grande corrida geralmente são bastante simples.
Eu digo a mim mesmo: Saia dos blocos, corra sua corrida, mantenha-se relaxado.
Se você correr sua corrida, você vencerá... canalize sua energia. Foco.
(Carl Lewis, Atletismo, Medalhista de Ouro Olímpico)
Quando estou de pé nos blocos, apenas digo a mim mesma: Ok, vou fazer um 200
borboleta, e já fiz um milhão de 200 borboletas na minha vida. Tenho treinado para
isso e sei exatamente o que preciso fazer.
Por fim, um cenário ideal para se concentrar onde importa é fornecido em nossa
última citação:
OBJETIVOS
página 368