MAPPA - PAD Anotado Vagner Paulo

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DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD)


Seção I
Da destinação e designação
Art. 325. O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) é destinado a examinar e dar parecer
sobre a incapacidade do militar para permanecer na situação de atividade ou inatividade nas
IME, tendo como princípios o contraditório e a ampla defesa.
Parágrafo único. No PAD, apesar de sua finalidade precípua, podem e devem ser
desenvolvidas todas as diligências que se fizerem necessárias à cabal elucidação dos fatos.
OBS: O PAD tem dois objetivos: 1º provar a falta; 2º concluir se essa falta é caso de
demissão. Por exemplo, não é o simples fato do militar ser desertor que ele precisará ser
demitido, a CPAD não está vinculada. Da mesma forma que nos demais casos de falta contra
a honra pessoal e o decoro da classe cabe â CPAD emitir juízo quanto a tratar-se de uma
falta que justifique a demissão. O entendimento majoritário é que só causas extremas devem
elidir a demissão.

Art. 326. Será submetido ao PAD, nos termos do art. 64 do CEDM, o militar que:
OBS: Deve-se verificar o tempo de serviço do militar ao tempo da INSTAURAÇÃO: Se for
inferior a 3 anos será caso de PADS e não de PAD.

DEPRECIAÇÃO DE CONCEITO
I – cometer nova17 falta disciplinar de natureza grave, se classificado no conceito “C” (a falta
grave pode ser originária, não se exigindo a reincidência, mas tão somente o cometimento de
falta disciplinar grave);
17 Nova falta para fins de submissão a PAD significa a prática de qualquer modalidade de
transgressão disciplinar de natureza grave após encontrar-se o militar no conceito “C”,
estando devidamente notificado.
OBS: Para o PAD basta uma nova falta, que precisa ser grave, estando o militar no conceito
“C” e já notificado, não importando qual a natureza da transgressão que o fez entra no
conceito “C”. Para o PADS, de forma diversa, é preciso a reincidência em falta grave, ou seja,
necessariamente precisa ter uma falta grave anterior e cometer nova grave.
OBS 2: NOTIFICAÇÃO: deve ocorrer quando da ativação da sanção (transito em julgado) e
não quando do enquadramento em qualquer instancia em que caiba recurso. O MAPPA
manda notificar em todas as ativações após o militar estar no conceito “C”.
OBS 3: A melhoria do conceito após a instauração do PAD: os trabalhos devem prosseguir,
pois não impede as sanções do art.24. Se a melhoria ocorrer antes não haverá motivo para
instalar o PAD.
CEDM:
Art. 24 – Conforme a natureza, a gradação e as circunstâncias da transgressão, serão
aplicáveis as seguintes sanções disciplinares:
I – advertência;
II – repreensão;
III – prestação de serviços de natureza preferencialmente operacional, correspondente a um
turno de serviço semanal, que não exceda a oito horas;
IV – suspensão, de até dez dias;
V – reforma disciplinar compulsória;
VI – demissão;
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VII – perda do posto, patente ou graduação do militar da reserva.

Art. 372. Ocorrendo melhoria de conceito do militar submetido ao PAD, com base no inciso I
do art. 64 do CEDM, deverá ser observado o seguinte:
I – quando a melhoria de conceito ocorrer antes da reunião de instalação, não haverá razão
para a continuidade dos trabalhos, devendo a autoridade convocante anular a portaria de
convocação, por perda do objeto;
II – quando a melhoria de conceito ocorrer após a reunião de instalação, os trabalhos da
CPAD devem prosseguir normalmente, até a decisão final. A circunstância da melhoria de
conceito poderá constituir em atenuante quando da aplicação da sanção disciplinar o que não
impedirá a aplicação de quaisquer das sanções definidas no art. 24 do CEDM;
III – caso o militar seja submetido ao processo, com base nos incisos I e II do art. 64 do
CEDM, simultaneamente, e ocorrer a melhoria de conceito, os trabalhos da CPAD
prosseguirão normalmente, até a sua decisão final.

AFETAÇÃO DA HONRA PESSOAL OU DECORO DA CLASSE


II – praticar ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe, independentemente do
conceito em que estiver classificado.
OBS: Se a transgressão for enquadrada nos dois motivos (I e II) do PAD instala-se baseado
em ambos os motivos.

§1º. Considera-se incurso no inciso II (CONTRA O DECORO) do art. 64 do CEDM o militar


que praticar fato tipificado como transgressão disciplinar de natureza grave, autônoma ou
residual à prática de infração penal militar, comum ou ato de improbidade administrativa, que
por sua natureza afete a honra pessoal ou o decoro da classe.
§2º. As transgressões disciplinares residuais, de materialidade e autoria definidas, quando
afloradas em processo de deserção, inquérito policial, auto de prisão em flagrante, relatório
de investigação preliminar ou processo criminal, dentre outros de mesma natureza ou
semelhantes, bastam para a submissão do militar ao PAD, devendo, a cópia integral ou
parcial dos autos, subsidiar a instauração do referido processo.
OBS 2: Para a submissão do militar a um PAD não é preciso um contraditório e ampla defesa
prévia. Por ex.: através de uma notícia vinda de um IP. Nos casos mais graves, inclusive, o
ideal é fazer um IP antes, pois algumas provas só a autoridade de polícia judiciária pode
realizar. O PAD usa essa prova como prova emprestada.
Art. 373. As irregularidades existentes no processo/procedimento administrativo que derem
ensejo ao PAD serão sanadas no curso deste, não havendo que se falar em cerceamento de
defesa, considerando que não houve aplicação de sanção ao acusado até este momento.
Parágrafo único. O processo/procedimento administrativo precedente ao PAD, mesmo que
possua defesa final, não necessita ser submetido à análise do CEDMU, que ocorrerá somente
ao final do novo processo.

DESERTOR
§3º. A submissão do militar a PAD deverá ocorrer tão logo o desertor seja capturado ou se
apresente em qualquer Unidade das Instituições Militares Estaduais, devendo aos autos ser
anexada a cópia do processo de deserção.
EMEMG
Art. 240-A. O desertor comete ato atentatório à honra pessoal e ao decoro da classe.
(Acrescentado pela Lei Complementar 95, de 17/01/2007)
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Parágrafo único. O prazo para submissão do militar a processo administrativo-disciplinar é de,


no máximo, cinco anos, contado da data em que ele foi capturado ou se apresentar.
Art.240-C. Considera-se consumada a deserção prevista no art. 240-A no nono dia de
ausência do militar, sem licença, da unidade em que serve ou do lugar em que deve
permanecer. (Acrescentado pela Lei Complementar 109, de 23/12/2009)

NOTIFICAÇÃO DO CONCEITO “C”


§4º. O militar será formalmente cientificado de sua classificação no conceito “C”, para fins de
sua submissão a PAD pelo cometimento de falta disciplinar de natureza grave.
§5º. A notificação a que alude o parágrafo anterior dar-se-á quando da efetivação (ativação)
da sanção disciplinar no Sistema Informatizado que redundar na depreciação do conceito do
militar e não quando da notificação da solução do processo e respectivo enquadramento
disciplinar.
OBS 2: NOTIFICAÇÃO: deve ocorrer quando da ativação da sanção (transito em julgado) e
não quando do enquadramento em qualquer instancia em que caiba recurso. O MAPPA
manda notificar em todas as ativações após o militar estar no conceito “C”.
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Seção II
Da instauração
OBS: A instauração do PAD é um ato complexo. Começa com a convocação e termina com a
instalação. Se antes de todos estes atos o militar melhora de comportamento, o PAD não
pode ser instaurado. No PADS a autuação substitui a instalação.
AUTORIDADE CONVOCANTE
Art. 327. São autoridades competentes para nomear e convocar a Comissão de Processo
Administrativo Disciplinar (CPAD):
I – o Comandante Regional ou a autoridade com atribuição equivalente, assim entendidos os
Diretores;
II – o Corregedor da PMMG/CBMMG;
III – o Chefe do Estado-Maior, ou por sua determinação. Essa determinação deverá ser
formal, expressa, específica, e só poderá ser dirigida às autoridades elencadas nos incisos I e
III do art. 65 do CEDM e a decisão do processo caberá ao Chefe do Estado-Maior, nos limites
de sua competência.
OBS: O PAD exige no mínimo um comandante REGIONAL. O PAE permite até Cmt de
Unidade.
- O CMT Geral é quem demite, logo a legislação não prevê a possibilidade dele instaurar
PAD.
- O rol de autoridades é taxativo. Ele é definido no CEDM (Art.65), sendo ilegal o ato praticado
por autoridade que não possui as atribuições fixadas pelo art. 65.
-AUT PROCESSANTE: No caso do PAD é a CPAD. Nos demais casos é o encarregado que
conduz o processo.
-AUT CONVOCANTE: é quem instaura.
PORTARIA
Art. 328. A CPAD será nomeada e convocada, por meio de portaria, na qual deverá constar
os seguintes aspectos:
I – a convocação da Comissão, a acusação e será acompanhada, sempre que possível, do
Extrato dos Registros Funcionais (ERF) do acusado e dos documentos que fundamentam a
acusação;
II – o nome ou o número do militar acusado;
III – procurar relatar o fato de maneira clara, objetiva e precisa, adequando a redação da falta
o mais próximo possível ao texto específico da transgressão disciplinar contida no CEDM,
tipificando a(s) transgressão(ões), que será(ão) apurada(s) no processo em um(uns) dos
incisos do art. 13, do CEDM, necessariamente, podendo ser conjugado com os incisos dos
arts. 14 e/ou 15, também do CEDM, além de fundamentar no inciso I ou II do art. 64 do
CEDM.
OBS: Transgressão média ou leve não possibilitam submeter o militar a PAD, pois o
entendimento é que para a sanção mais grave deve-se estar baseado em uma das faltas
mais graves. Por isso na Portaria exige-se que haja o amoldamento da conduta em um dos
incisos do art. 13 do CEDM.
OBS 2: Se está submetido a PAD por transgressão do Art.13 junto com outra do Art.14 e o
militar consegue elidir a do art.13, não há como sugerir a demissão do militar.
OBS 3: Não se instaura PAD com dúvida de autoria. Havendo dúvida deve-se valer de outro
procedimento apuratório, tendo em vista a gravidade do PAD.
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Parágrafo único. Quando forem 02 (dois) ou mais acusados por faltas disciplinares conexas
que justifiquem a submissão ao PAD, adotar-se-á o princípio da economia processual,
convocando-se uma só CPAD, salvo se inconveniente ou prejudicial ao curso do processo.

COMPOSIÇÃO DA CPAD
Art. 329. A CPAD será composta por 03 (três) militares possuidores de precedência
hierárquica em relação ao acusado, sendo que a Presidência recairá, obrigatoriamente, em
oficial do QOPM/BM, de maior grau hierárquico ou mais antigo.
Parágrafo único. As funções de Interrogante e Relator do PAD e a de Escrivão serão
executadas pelos outros 02 (dois) militares integrantes da CPAD, sendo que o Escrivão será
o de menor grau hierárquico ou o mais moderno dos membros.
Art. 330. Excepcionalmente e por motivo justificado, poderá ser designado um escrevente, de
posto ou graduação inferior ao escrivão, para auxiliar nos trabalhos de digitação da
Comissão.
Parágrafo único. A nomeação do escrevente ficará sob a responsabilidade do Presidente da
CPAD e seu nome não constará de nenhuma peça do processo, haja vista que ele não
integra a comissão, mas apenas auxilia nos trabalhos de digitação.
Art. 331. Poderão compor a CPAD, conforme EMEMG e CEDM, como membros, militares
integrantes dos seguintes quadros:
I – Quadro de Oficiais Militares (QOPM/QOBM);
II – Quadro de Oficiais Complementares (QOC);
III – Quadro de Praças Militares (QPPM/QPBM).

Art. 366. A autoridade que convocar a CPAD poderá, a qualquer tempo, anular ou revogar
sua portaria, suspender seu funcionamento ou modificar sua composição, em ato motivado.
Parágrafo único. A modificação da composição da Comissão é permitida apenas quando
indispensável para assegurar o seu normal funcionamento.
OBS: Os praças precisam ser do QPPM, não se admitindo QPE.
-QOS: Não pode integrar CPAD da mesma forma que os Especialistas. No caso do CEDMU
pode qualquer quadro.
-Conforme o art.329 o mais antigo precisa ser QOPM.
-Não é possível a nomeação de Aspirante a oficial para atuar como membro da CPAD. Não
há previsão do Quadro de Praças Especiais no parágrafo 2º do Art.66 do CEDM.

IMPEDIMENTOS
Art. 332. Fica impedido de atuar na mesma Comissão o militar que:
I – tiver comunicado o fato motivador da convocação ou tiver sido encarregado do inquérito
policial militar, do auto de prisão em flagrante, da sindicância, do RIP ou de qualquer outro
procedimento investigatório referente ao motivo ensejador do PAD;
II – tenha emitido parecer sobre a acusação;
III – estiver submetido a PAD/PADS/PAE;
IV – tenha parentesco consanguíneo ou afim, em linha ascendente, descendente ou colateral,
até o 4° grau, seja cônjuge ou companheiro, com quem fez a comunicação ou realizou a
apuração, com a vítima ou com o acusado e seu defensor;
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V – tenha entre si parentesco em linha ascendente, descendente ou colateral até o 4° grau ou


seja cônjuge ou companheiro.

SUSPEIÇÃO
Art. 333. Ficam sob suspeição para atuar na mesma Comissão os militares que:
I – sejam inimigos ou amigos íntimos do acusado;
II – tenham particular interesse na decisão da causa.

PROCEDIMENTO NA SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO


Art. 334. O militar que se enquadrar nos casos de impedimento e suspeição fará a arguição
antes da reunião de instalação da Comissão.
Art. 335. Havendo arguição de impedimento ou suspeição de membro da CPAD, a situação
será resolvida pela autoridade convocante e, sempre que necessário mediante prévia
manifestação do membro arguido.
§1º. A arguição de impedimento poderá ser feita a qualquer tempo e a de suspeição até o
término da primeira reunião, sob pena de decadência, salvo quando fundada em motivo
superveniente.
§2º. Quaisquer outras arguições ou alegações serão recebidas e juntadas aos autos como
matéria de defesa, para apreciação quando da reunião de deliberação.
§3º. Não constituirá causa de anulação do processo ou de qualquer de seus atos, a
participação de militar cuja suspeição não tenha sido arguida, até o término da primeira
reunião, exceto em casos de comprovada má-fé.
OBS: Quem decide incidente de suspeição ou impedimento é a autoridade. O membro
suscitado somente se manifesta.
- Se a defesa alega que a autoridade convocante é suspeita não gera o incidente, continua o
processo e a autoridade decide no final.

REUNIÃO DE INSTALAÇÃO
Art. 336. A reunião de instalação deverá ocorrer no prazo máximo de 10 (dez) dias, a contar
da data do recebimento da portaria de nomeação e convocação devidamente publicada, e
será o marco efetivo para a contagem do prazo processual, observando o seguinte:
OBS: A instauração do PAD é um ato complexo. Começa com a convocação e termina com a
instalação. Se antes de todos estes atos o militar melhora de comportamento, o PAD não
pode ser instaurado. No PADS a autuação substitui a instalação.
RECEBIMENTO DA PORTARIA: Só serve para contar os 10 dias para instalar ou autuar (no
caso do PADS). É prazo processual. Ex. Recebeu a portaria dia 02, segunda: o dia 03 é o um.
Deverá instalar no máximo até dia 12, quinta feira.
- Para iniciar a contagem dos 40 dias o dia 13 será o dia 01. Também prazo processual.
- No PAD o prazo de instalação é de 10 dias corridos. Já no PADS o prazo é de 10 dias últeis
para a autuação (art.376, p. único).
- ANTES DA INSTALAÇÃO: nos 10 dias prévios: o presidente faz um despacho para o
escrivão.
- Há o modelo do despacho com as determinações direcionadas ao escrivão.
- NOTIFICAÇÃO INICIAL: se não for corretamente feita poderá invalidar todo o processo. Se
não há advogado constituído notifica-se só o militar para ele comparecer com um advogado
ou defensor.
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- PUBLICAÇÃO: É necessário que a portaria tenha sido publicada (é preciso que esteja com o
carimbo da publicação, pois os 10 dias contam daí, ou do recebimento). A publicidade é
princípio constitucional que deve ser observado. Além de dar transparência, faz com que o
ato passe a produzir efeitos legais.
- AUTUAÇÃO: ocorre na reunião de instalação (capa do PAD), por isso devem ter a mesma
data.
- JUNTAR PROCURAÇÃO: ou nomeação de Ad Hoc: deve ser feito nessa reunião.
- ATA: tudo registrado em ata.

IV – a reunião de instalação terá a seguinte ordem:


a) o Presidente da Comissão prestará o compromisso, em voz alta, de pé e descoberto, com
as seguintes palavras: “Prometo examinar, cuidadosamente, os fatos que me forem
submetidos e opinar sobre eles, com imparcialidade e justiça”, ao que, em idêntica postura,
cada um dos outros membros confirmará: “Assim o prometo”;
OBS: A certidão de compromisso é essencial, sob pena de invalidação do procedimento.
b) será determinado ao escrivão a autuação da portaria e das demais peças existentes;
c) será marcado o dia, a hora e o local para a próxima reunião, no mínimo, 02 (dois) dias
úteis, na qual, em regra, será procedido ao interrogatório do acusado, quando for esta a
situação;
d) será juntada aos autos a procuração concedida ao defensor constituído pelo acusado.
§2º. É vedada a realização de interrogatório do acusado, a oitiva de testemunhas ou as
diligências correlatas na reunião de instalação.
§4º. Havendo substituição de membro da Comissão, o seu juramento ocorrerá na primeira
reunião em que estiver presente, fazendo registrar o procedimento em ata.

NOTIFICAÇÃO DO ACUSADO PARA A INSTALAÇÃO


I – por meio de seu Presidente, o militar acusado e seu defensor, caso este já tenha sido
constituído, serão notificados da acusação que lhe é feita, da data, da hora e do local da
reunião, com no mínimo 02 (dois) dias úteis de antecedência, fornecendo-lhe cópia da
portaria e dos documentos que a acompanham ou a documentação original, devendo ser
observado:
OBS: A regra do MAPPA é a notificação pessoal.
- Também regra é a DUPLA NOTIFICAÇÃO, ou seja, do militar acusado e do seu advogado.
- É necessário entregar a cópia da portaria e de toda a documentação do processo, mesmo
que sejam 1000 folhas, por exemplo. Uma alternativa é escanear e entregar a cópia digital,
deixando claro que o processo físico estará a disposição para consulta em determinado local.
ART.354
§7º. Por conveniência administrativa ou por pedido do defensor, poderão ser disponibilizados
os autos à defesa por meio informatizado, ficando os autos originais na Administração à
disposição para manuseio e conferência.

a) antes da notificação a que se refere este inciso, deverá a CPAD buscar saber junto ao
acusado os dados do seu defensor, para fins de acioná-lo;
OBS: Se não há advogado constituído basta notificar apenas o militar, orientando-o a
comparecer à reunião com o advogado ou defensor.
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b) caso o acusado não apresente defensor ou este não compareça, sem justo motivo
devidamente comprovado, deverá o Presidente da Comissão nomear um defensor ad hoc
para a reunião de instalação e, no curso do processo, este poderá retomar a defesa,
constituindo defensor;
c) a notificação do defensor do acusado será suprida pela nomeação do defensor ad hoc;
d) se o acusado e/ou seu defensor se recusar a receber a notificação, sem justo motivo
devidamente comprovado, o Presidente da Comissão formalizará o termo de recusa,
devidamente presenciado por 02 (duas) testemunhas idôneas, nomeando um defensor ad hoc
para a reunião de instalação;
ART.343 (TOMAR CUIDADO)
MILITAR QUE RECUSA A RECEBER NOTIFICAÇÃO
§7º. Havendo recusa do acusado em receber pessoalmente a notificação, o militar
encarregado da diligência certificará, de próprio punho, esta situação na via a ser juntada aos
autos, dando-se por realizada a diligência.
OBS: Não receber faz parte da ampla defesa do acusado, ou seja, é direito dele, porém, tal
fato precisa ser documentado.
- SE RECUSAR A RECEBER: deve-se colher o termo de recusa (existe modelo no MAPPA).
Se ele se recusar a assinar colhe-se duas testemunhas e coloca-se que ele se recusou a
assinar.

NOTIFICAÇÃO POR EDITAL - REVELIA


II – quando o acusado for militar da reserva remunerada ou desertor e não for localizado ou
deixar de atender à notificação escrita para comparecer perante a CPAD, observar-se-ão
os seguintes procedimentos:
a) a notificação será publicada em órgão de divulgação na área do domicílio do acusado ou
no órgão oficial dos Poderes do Estado;
b) o processo correrá à revelia, se o acusado não atender à publicação no prazo de 30 (trinta)
dias corridos e ser-lhe-á nomeado defensor, caso o acusado não tenha defensor;
c) não tendo o acusado constituído defensor, este deverá ser nomeado pelo Presidente da
Comissão ou pela autoridade convocante;
d) será designado curador para o processo, em favor do revel, sendo este, em regra, o
próprio defensor nomeado;
e) o processo será desenvolvido regularmente, mesmo com a ausência do militar acusado,
desde que efetivamente representado nos autos.
OBS: Deve-se demonstrar, nos autos, a situação de não localização do militar. Deve-se
documentar as diligencias. Nestes casos será feita a notificação por edital. Da mesma forma
para o caso do militar que fica sabendo do PAD e deserta. Além da citação do edital deve-se
nomear um curador e um defensor, que podem ser a mesma pessoa. Deve-se oportunizar
para que algum familiar se manifeste desejando ser o curador. Deve-se, ainda, observar que
é necessário notificar os dois, curador e defensor, de todos os atos.
- O edital é publicado com 30 dias antes da data do ato, para dar tempo do militar aparecer.
Se ele não aparecer marca-se outra instalação e para ela nomeia o curador.
- É possível também, assim que publicar o edital já nomear o curador e um defensor
notificando-os 2 dias úteis da data do ato. Não basta nomear, é preciso notificar para a
reunião.
- O assessor jurídico do Batalhão jamais pode ser nomeado!!!
§3º. Será designado curador em favor do revel o próprio defensor, podendo, caso queira, ser
assistido por algum familiar ou outra pessoa de confiança do acusado.
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Art. 176. Restando indícios de conduta procrastinatória (simulação, ocultação) por parte do
acusado licenciado deverá o encarregado ou comissão processante notificá-lo por edital
(jornal de grande circulação no seu domicílio) ou por hora certa, para posterior nomeação de
defensor.
Parágrafo único. O contido no caput deste artigo aplica-se ao defensor do acusado, quando
existente. Nesse caso somente o defensor será notificado.
OBS: O simples fato do militar estar licenciado ou internado não faz configurar a recusa,
desta forma, estes casos devem ser registrados nos autos e não acarretarão a paralização do
PAD. Deve-se registrar e notificar apenas o advogado. Se porém não houver advogado, ai
sim, poderá ser o caso de notificar por edital ou por hora certa, conforme seja o caso.

MILITAR LICENCIADO E/OU INTERNADO


III – não sendo possível notificar o acusado para reunião de instalação pelo fato de encontrar-
se licenciado e/ou internado, a CPAD deverá observar as orientações contidas nos artigos
175 a 177 e 248 a 253 deste manual, no que couber, e, concomitantemente adotar as
providências descritas nas alíneas “c” do inciso anterior, conforme o caso, e dar
prosseguimento aos trabalhos;

Art. 175. A licença e/ou internação de militares acusados em processos disciplinares


diversos, a princípio, por si só, não deve conduzir à paralisação dos trabalhos, podendo
seguir com acompanhamento do defensor(a) que o represente por meio de procuração, caso
haja ou por meio de defensor ad hoc.
- Não pode parar, pois o prazo prescricional não para. Não há causa legal de
suspensão ou interrupção da prescrição. A única exceção é a paralisação
determinada judicialmente.
§1º. O fato do acusado estar licenciado e/ou internado não impede que seja submetido à
perícia psicopatológica.
§2º. A perícia psicopatológica, caso necessário, e em comum acordo entre os profissionais de
saúde da IME e os particulares que acompanham o acusado, poderá ser realizada no local
onde este se encontra internado ou em tratamento.
§3º. Em sendo marcada a perícia psicopatológica no local predeterminado pela JCS, caso
haja negativa injustificada por parte do acusado em se submeter à mesma, ou caso o
profissional de saúde ou a clínica não autorizem o procedimento, deve a comissão ou
encarregado formalizar a circunstância nos autos do processo.
§4º. Havendo parecer do médico da SAS/NAIS em encaminhar o acusado para a realização
da perícia psicopatológica, deve-se notificar a defesa com antecedência mínima de 48
(quarenta e oito) horas da data agendada para a realização da atividade para, caso queira,
apresentar quesitos complementares aos oficiais.
§5º. O médico da SAS/NAIS deve estar ciente de que, em regra, a perícia psicopatológica
somente deve ser indicada quando restar "fundada suspeita sobre a sanidade mental" do
militar processado, nos termos do art. 73 do CEDM.
§6º. Sempre que se fizer necessário, nos termos da legislação de saúde vigente, o médico da
SAS/NAIS/JCS poderá homologar, não homologar, restringir, cassar, aumentar ou substituir
por dispensa, as licenças "sugeridas" por profissionais de saúde conveniados ou particulares.
§7º. Havendo recusa injustificada por parte do acusado, licenciado e/ou internado, em receber
notificações e/ou nomear defensor, deverá ser registrado nos autos do processo todas as
negativas.
Art. 176. Restando indícios de conduta procrastinatória (simulação, ocultação) por parte do
acusado licenciado deverá o encarregado ou comissão processante notificá-lo por edital
(jornal de grande circulação no seu domicílio) ou por hora certa, para posterior nomeação de
defensor.
Parágrafo único. O contido no caput deste artigo aplica-se ao defensor do acusado, quando
existente. Nesse caso somente o defensor será notificado.
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Art. 177. As orientações alusivas a militar dispensado ou licenciado envolvido em processo


disciplinar, especialmente a nomeação de defensor/curador, não se esgotam nesta seção,
devendo ser observados os demais dispositivos específicos deste manual, especialmente o
artigo 248 e seguintes, e as normas que tratam do assunto na Instituição.

Subseção III
Da perícia psicopatológica
Art. 248. A realização da perícia psicopatológica, observando-se as orientações previamente
expostas nos art. 173 a 177 deste manual, é de competência da JCS, que deverá observar,
quando da submissão de militar ao referido procedimento, as normas internas que dispõem
sobre Inspeções e Perícias de Saúde na IME.
§1º. A perícia psicopatológica visa resguardar, primordialmente, o interesse do acusado, haja
vista que, conforme seu resultado, poderá ensejar no imediato arquivamento do processo.
§2º. Todo militar submetido a PAD/PADS deverá ser encaminhado, no início do processo,
pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar (CPAD) ou encarregado, à SAS/NAIS
para fins de avaliação clínica e também quanto à necessidade do seu encaminhamento à JCS
para eventual submissão à perícia psicopatológica a que alude o art. 73 do CEDM.
§3º. Confirmada a insanidade mental, o processo disciplinar, em regra, não poderá ser
instaurado, instalado ou prosseguir, devendo a autoridade competente determinar seu
encerramento, arquivando-o na pasta funcional do acusado para futuros efeitos e remetendo
o respectivo laudo à Diretoria de Recursos Humanos ou Unidade correspondente para
adoção de medidas decorrentes.
Art. 249. A simples alegação ou o pedido do acusado/defensor para que seja realizada a
perícia psicopatológica não se presta para que o exame seja deferido, devendo os
interessados apresentarem provas que convençam da necessidade de sua realização. Para
tanto, poderão apresentar laudo ou atestado médico que fundamente o pedido, bem como
histórico médico do acusado que evidencie sua condição mental.
Art. 250. Não é cabível o pedido da perícia na fase recursal, quando não há, nos autos do
processo, indícios de que o acusado, ao tempo da transgressão, sofria de insanidade mental.
Art. 251. Realizada a perícia, a JCS emitirá laudo que conterá respostas aos quesitos oficiais
definidos em norma própria.
§1º. A Autoridade Militar ou o encarregado/presidente do processo poderá apresentar à JCS
quesitos complementares aos oficiais, nos casos em que verificar ser necessários, bem como
os eventuais quesitos apresentados pela defesa.
§2º. A defesa deverá ser notificada formalmente acerca da perícia que será realizada para
que, no prazo preclusivo de 48 (quarenta e oito) horas contados da data da notificação, possa
apresentar, facultativamente, quesitos complementares.

FALTAR À PERICIA É DESOBEDIÊNCIA


Art. 252. A ausência do militar no dia e local designado para a realização da perícia
psicopatológica, salvo justo motivo devidamente comprovado, será considerada como ato de
desobediência
Parágrafo único. Ocorrendo a situação prevista no caput, não será agendada nova perícia
psicopatológica.
Art. 253 . O princípio da não autoincriminação garante ao militar acusado o direito de, uma
vez comparecendo ao local determinado, não se submeter à perícia psicopatológica, não
podendo a Administração Militar obrigá-lo a participar do procedimento.
OBS: A perícia é um direito do militar, um benefício. Se ele não comparecer, deve-se
continuar com o processo.
- Estar licenciado, por exemplo, não é motivo para não comparecer à perícia. Não é
motivo justificante, por si só. Deve-se verificar o motivo do atestado médico, não se
verificando que se trata de um motivo justo, considera-se que o acusado abriu mão de
seu direito e não se remarca a perícia.
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- Se tiver internado trata-se de caso a ser resolvido junto à JCS. Ela pode deslocar até o
local.
- É possível, inclusive, conceder o ato posteriormente, caso haja justificativa.

IV – a reunião de instalação terá a seguinte ordem:


a) o Presidente da Comissão prestará o compromisso, em voz alta, de pé e descoberto, com
as seguintes palavras: “Prometo examinar, cuidadosamente, os fatos que me forem
submetidos e opinar sobre eles, com imparcialidade e justiça”, ao que, em idêntica postura,
cada um dos outros membros confirmará: “Assim o prometo”;
b) será determinado ao escrivão a autuação da portaria e das demais peças existentes;
c) será marcado o dia, a hora e o local para a próxima reunião, no mínimo, 02 (dois) dias
úteis, na qual, em regra, será procedido ao interrogatório do acusado, quando for esta a
situação;
d) será juntada aos autos a procuração concedida ao defensor constituído pelo acusado.

MILITAR COMPARECE SEM DEFENSOR – ad hoc na reunião de instalação


§1º. Nos casos em que o militar compareça à reunião de instalação sem defensor, o
Presidente da CPAD nomeará um defensor ad hoc para aquele ato ou remarcará a reunião
para outra data, se o motivo for justificado.
ART.336, INC I:
b) caso o acusado não apresente defensor ou este não compareça, sem justo motivo
devidamente comprovado, deverá o Presidente da Comissão nomear um defensor ad hoc
para a reunião de instalação e, no curso do processo, este poderá retomar a defesa,
constituindo defensor;
c) a notificação do defensor do acusado será suprida pela nomeação do defensor ad hoc;
d) se o acusado e/ou seu defensor se recusar a receber a notificação, sem justo motivo
devidamente comprovado, o Presidente da Comissão formalizará o termo de recusa,
devidamente presenciado por 02 (duas) testemunhas idôneas, nomeando um defensor ad hoc
para a reunião de instalação;
Art. 340. Todas as reuniões da CPAD deverão ser acompanhadas pelo defensor do acusado
e a sua ausência injustificada não impedirá a realização de qualquer ato, desde que
previamente notificado, oportunidade em que o Presidente da Comissão nomeará um
defensor para o ato específico.
§2º. Nos termos do CEDM18, a ausência do defensor na reunião de deliberação dispensa a
nomeação de defensor ad hoc.
§3º. No transcorrer do processo, havendo o abandono injustificado por parte do defensor de
qualquer reunião, deverá o presidente constar esta situação em ata e nomear, imediatamente,
um defensor ad hoc, militar de maior precedência hierárquica que o acusado, para o seu
prosseguimento.
§2º. É vedada a realização de interrogatório do acusado, a oitiva de testemunhas ou as
diligências correlatas na reunião de instalação.
§3º. Será designado curador em favor do revel o próprio defensor, podendo, caso queira, ser
assistido por algum familiar ou outra pessoa de confiança do acusado.
§4º. Havendo substituição de membro da Comissão, o seu juramento ocorrerá na primeira
reunião em que estiver presente, fazendo registrar o procedimento em ata.
12

Seção III
Dos prazos
Art. 337. O prazo regulamentar para elaboração do PAD é de 40 (quarenta) dias corridos,
podendo ser prorrogado por até 20 (vinte) dias corridos em casos de necessidade, pela
autoridade militar convocante, quando tempestiva e devidamente motivada pela Comissão.
OBS: O prazo é de 40 dias, prorrogáveis por mais 20, contados a partir da reunião de
instalação.
-Esse dia seguinte precisa ser útil (ao contrário do RIP).
-Recebimento da Portaria: só serve para contar os 10 dias para instalar ou autuar (no caso do
PADS). É prazo processual.
-Ex: recebeu a portaria dia 02, segunda: dia 03 é o dia um. Deverá instalar no máximo até dia
12, quinta feira.
-Para iniciar a contagem dos 40 dias o dia 13 será o dia 01. Também é prazo processual.
OBS 2: No PAD o prazo de instauração é de dez dias corridos. Já no PADS o prazo é de 10
dias úteis para a autuação (art.376, p. único).

SOBRESTAMENTO
§1º. Quando for imprescindível juntar aos autos o laudo pericial, a peça técnica de difícil
preparo ou as outras diligências de demorada realização, o PAD poderá ser sobrestado pela
autoridade militar convocante por prazo razoável, em regra não superior a 60 (sessenta)
dias corridos. Ultrapassando esse prazo, deverá a CPAD, antecipadamente, requerer a
continuidade do sobrestamento, devendo comprovar que efetuou diligências no sentido de
procurar abreviar o tempo para a realização da pendência, fazendo registrar tudo no relatório
do processo.
§4º. O sobrestamento deve sempre ser solicitado pela CPAD e o dessobrestamento
comunicado à autoridade convocante, tão logo o motivo do sobrestamento deixe de existir.
ART338
§2º. No caso de sobrestamento, a contagem do prazo restante será retomada da data do
dessobrestamento dos autos, computando-se este dia.
ART349
§2º. A simples realização da perícia ou do exame não interrompe o curso do processo,
devendo a CPAD solicitar o seu sobrestamento somente se o respectivo laudo pericial não
tiver sido emitido até antes da elaboração do termo de abertura de vista para a defesa final.
Nesse período, a Comissão poderá desenvolver qualquer outra diligência necessária à
instrução do processo.
ART350
§3º. O encaminhamento do militar para submissão à perícia psicopatológica, pelo médico
da SAS/NAIS da Unidade do acusado ou apoiadora, confere justa causa para sobrestamento
do PAD, nos termos do art. 73 do CEDM.

§2º. Eventual dilação dos prazos deste artigo ocorrerá, por situação devidamente motivada
pela CPAD, em situações excepcionais, a critério da autoridade delegante, haja vista tratar-se
de prazo impróprio e sempre tendo como objetivo a busca da verdade real e o asseguramento
da ampla defesa e do contraditório.
§3º. Os atos alusivos a prazos não necessitam de publicação, bastando juntar aos autos o
despacho da autoridade convocante. Deve ser alimentado, de imediato, o Sistema
informatizado da Instituição.
13

§4º. O sobrestamento deve sempre ser solicitado pela CPAD e o dessobrestamento


comunicado à autoridade convocante, tão logo o motivo do sobrestamento deixe de existir.
Art. 338. Os prazos previstos nesta seção são contínuos e ininterruptos, salvo quando
vencerem em dia em que não houver expediente administrativo na Unidade, caso em que
serão considerados prorrogados até o primeiro dia útil imediato.
§1º. A contagem do prazo do processo inicia-se no primeiro dia útil seguinte à data da reunião
de instalação, que deverá ocorrer, em regra, no prazo de até 10 (dez) dias corridos a contar
do recebimento da portaria devidamente publicada.
§2º. No caso de sobrestamento, a contagem do prazo restante será retomada da data do
dessobrestamento dos autos, computando-se este dia.

EMEMG:
Art. 240-A. O desertor comete ato atentatório à honra pessoal e ao decoro da classe.
(Acrescentado pela Lei Complementar 95, de 17/01/2007)
Parágrafo único. O prazo para submissão do militar a processo administrativo-disciplinar é de,
no máximo, cinco anos, contado da data em que ele foi capturado ou se apresentar.

Art. 336. A reunião de instalação deverá ocorrer no prazo máximo de 10 (dez) dias, a contar
da data do recebimento da portaria de nomeação e convocação devidamente publicada, e
será o marco efetivo para a contagem do prazo processual, observando o seguinte:
14

Seção IV
Da instrução
Art. 339. No processo, serão assegurados o contraditório e a ampla defesa.
§1º. Cabe ao acusado a prova dos fatos que alegar, sem prejuízo do dever atribuído à
Administração pela busca da verdade real.
§2º. É admissível qualquer espécie de prova, desde que não atente contra a legalidade, a
moral, a saúde, a segurança individual ou coletiva, a hierarquia ou a disciplina militar.
Art. 340. Todas as reuniões da CPAD deverão ser acompanhadas pelo defensor do acusado
e a sua ausência injustificada não impedirá a realização de qualquer ato, desde que
previamente notificado, oportunidade em que o Presidente da Comissão nomeará um
defensor para o ato específico.

PRAZO DAS NOTIFICAÇÕES


§1º. O acusado e o seu defensor serão notificados, por escrito, com antecedência mínima de
48 (quarenta e oito) horas, exceto quando já tiverem sido intimados na reunião anterior,
observado o interstício mínimo de 24 (vinte e quatro) horas entre o término de uma reunião e
a abertura de outra.
Art. 159. O sindicado/acusado e/ou seu defensor, caso exista, deverão ser notificados com no
mínimo 24 (vinte e quatro) horas de antecedência, acerca da data, da hora e do local da
audição das testemunhas para, caso queiram, poder acompanhar o ato e, efetivamente,
participar do processo.
§1º. Para as testemunhas a serem ouvidas no PAD, acusado e o seu defensor serão
notificados com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, exceto quando já tiverem
sido intimados na reunião anterior, observado o interstício mínimo de 24 (vinte e quatro) horas
entre o término de uma reunião e a abertura de outra.
§2º. Nos termos do CEDM18, a ausência do defensor na reunião de deliberação dispensa a
nomeação de defensor ad hoc.
18 Art.70, XVI - Na reunião para deliberação dos trabalhos da Comissão, será facultado ao defensor do acusado
assistir à votação, devendo ser notificado pelo menos quarenta e oito horas antes da data de sua realização.

ABANDONO DE REUNIÃO POR PARTE DO DEFENSOR


§3º. No transcorrer do processo, havendo o abandono injustificado por parte do defensor de
qualquer reunião, deverá o presidente constar esta situação em ata e nomear, imediatamente,
um defensor ad hoc, militar de maior precedência hierárquica que o acusado, para o seu
prosseguimento.
§4º. Nas reuniões posteriores, caso o defensor se recuse a receber novas notificações, sob
qualquer pretexto, observar-se-á as orientações constantes no artigo subsequente, no que
couber.
§5º. Não sendo possível notificar o acusado para os atos do processo pelo fato de encontrar-
se licenciado e/ou internado, a CPAD deverá observar as orientações contidas no inciso III,
art. 336 deste manual, no que couber.

NOTIFICAÇÃO DO ADVOGADO
Art. 341 O defensor constituído pelo militar acusado, sendo advogado, será notificado no
endereço constante do instrumento de procuração juntado aos autos.
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NOTIFICAÇÃO PELA RECEPCIONISTA


§1º. Estando ausente o advogado em seu escritório, a notificação será entregue à(ao)
recepcionista, secretária(o). Havendo recusa do funcionário em receber a notificação, o militar
encarregado da diligência procederá a sua leitura e certificará, de próprio punho, esta
situação na via a ser juntada aos autos, dando-se por realizado o ato.

NOTIFICAÇÃO DO ADVOGADO POR HORA CERTA DO ADVOGADO


§2º. Quando, por (03) três vezes, o advogado for procurado em seu escritório, sem ser
encontrado, e não havendo qualquer funcionário no local para receber a notificação, deverá,
havendo suspeita de ocultação, intimar o porteiro ou síndico do edifício, ou em sua falta a
qualquer vizinho do estabelecimento que, no dia imediato, voltará, a fim de efetuar a
notificação, na hora que designar.
§3º. No dia e hora designados, o militar que for proceder a notificação, comparecerá ao
escritório do advogado, a fim de realizar a diligência.
§4º. Se o advogado não estiver presente, o militar procurará informar-se das razões da
ausência, dando por feita a notificação, ainda que o advogado tenha se ocultado em outro
local.
§5º. Na hipótese descrita no parágrafo anterior, o militar certificará de próprio punho, na via da
notificação a ser juntada aos autos, a ausência do advogado e deixará a segunda via da
notificação com o funcionário, porteiro, síndico ou com qualquer vizinho do estabelecimento,
conforme o caso, declarando-lhe os dados de identificação e colhendo o recibo, se possível.
§6º. Havendo recusa de qualquer das pessoas descritas no parágrafo anterior, em receber a
notificação, o militar encarregado da diligência procederá a sua leitura e certificará, de próprio
punho, esta situação na via a ser juntada aos autos.
§7º. Feita a notificação com hora certa, o Presidente da CPAD enviará ao advogado carta,
mensagem eletrônica, fax, telegrama ou qualquer outro meio hábil, dando-lhe de tudo ciência.
Art. 342 Realizada a notificação com hora certa, se o defensor do acusado não comparecer,
ser-lhe-á nomeado defensor ad hoc (militar de maior precedência hierárquica), prosseguindo-
se com o curso do processo até o final.

RECUSA DO ADVOGADO EM RECEBER NOTIFICAÇÃO


§8º. Havendo recusa do advogado em receber pessoalmente a notificação, o militar
encarregado da diligência procederá a sua leitura e certificará, de próprio punho, esta
situação na via a ser juntada aos autos, dando-se por realizada a diligência.

Art. 342 Realizada a notificação com hora certa, se o defensor do acusado não comparecer,
ser-lhe-á nomeado defensor ad hoc (militar de maior precedência hierárquica), prosseguindo-
se com o curso do processo até o final.
Parágrafo único. A qualquer momento, antes do trânsito em julgado da sanção, poderá o
defensor nomeado pelo acusado retomar a defesa do processo.

NOTIFICAÇÃO DE MILITAR EM CASA


Art. 343 O militar da reserva remunerada ou da ativa que, por qualquer motivo, esteja
afastado do serviço, poderá ser notificado diretamente em seu endereço residencial.
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NOTIFICAÇÃO DE MILITAR POR HORA CERTA


§1º. Quando, por (03) três vezes, o militar que for proceder a notificação do acusado, o
houver procurado em sua residência sem encontrá-lo, deverá, havendo suspeita de
ocultação, intimar a qualquer pessoa da família, ou em sua falta a qualquer vizinho, que, no
dia imediato, voltará, a fim de efetuar a notificação, na hora que designar.
§2º. No dia e hora designados, o militar que for proceder a notificação por hora certa,
comparecerá à residência do acusado, a fim de realizar a diligência.
§3º. Se o acusado não estiver presente, o militar procurará informar-se das razões da
ausência, dando por feita a notificação, ainda que o acusado tenha se ocultado na própria
residência ou em outro local.
§4º. Na hipótese descrita no parágrafo anterior, o militar que for proceder a notificação
certificará, de próprio punho, na via da notificação a ser juntada aos autos a ausência do
acusado e deixará a segunda via da notificação com pessoa da família, funcionária ou com
qualquer vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome e colhendo o recibo.
§5º. Havendo recusa de qualquer das pessoas descritas no parágrafo anterior em receber a
notificação, o militar encarregado da diligência certificará, de próprio punho, esta situação na
via a ser juntada aos autos.
§6º. Feita a notificação com hora certa, o Presidente da CPAD enviará ao acusado carta,
mensagem eletrônica institucional, telegrama ou qualquer outro meio hábil, dando-lhe de tudo
ciência.

MILITAR QUE RECUSA A RECEBER NOTIFICAÇÃO


§7º. Havendo recusa do acusado em receber pessoalmente a notificação, o militar
encarregado da diligência certificará, de próprio punho, esta situação na via a ser juntada aos
autos, dando-se por realizada a diligência.
OBS: Não receber faz parte da ampla defesa do acusado, ou seja, é direito dele, porém, tal
fato precisa ser documentado.
- SE RECUSAR A RECEBER: deve-se colher o termo de recusa (existe modelo no MAPPA).
Se ele se recusar a assinar colhe-se duas testemunhas e coloca-se que ele se recusou a
assinar.

PERGUNTAS NAS OITIVAS


Art. 344. No interrogatório do acusado, bem como na inquirição de testemunhas, podem os
membros da Comissão e a defesa, por intermédio do vogal-interrogante, perguntar e
reperguntar.
ART.352 [...]
§6º. É permitido à defesa, em assunto pertinente à matéria do processo, perguntar às
testemunhas, por intermédio do vogal-interrogante, e apresentar questões de ordem, que
serão respondidas pela CPAD ou, quando lhe fugir a competência, encaminhar a quem de
direito.
ART.160 [...]
§1º. Não poderão ser recusadas as perguntas da defesa, salvo se ofensivas ou impertinentes
ou sem relação com o fato apurado, ou importarem repetição de outra pergunta já respondida

DEFESA PRÉVIA
Art. 345. Após o interrogatório do acusado, ser-lhe-á facultada a possibilidade de apresentar
a defesa prévia e o rol de testemunhas, concedendo-lhe o prazo de 05 (cinco) dias úteis.
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§3º. A não apresentação de defesa prévia pela defesa do acusado, dispensa a nomeação de
defensor ad hoc para sua este mister.
- Não se deve nomear defensor ad hoc para apresentar defesa prévia.
OBS: A defesa prévia não está vinculada ao interrogatório, precisar ser apresentada no início,
mesmo que o interrogatório seja marcado para o final do procedimento. É prévia à instrução.
Não pode ser postergada para o final do processo por exemplo.
- É possível, por exemplo, notificar para a defesa prévia no mesmo momento em que se
notifica para a audiência de interrogatório. Lembrando que o prazo para a apresentação da
defesa prévia é de 5 dias úteis em que o prazo da CPAD fica suspenso.
- Se não comparecerem ao interrogatório deve-se procurar o militar e seu advogado para
notificá-los para a devesa prévia.
- Não havendo apresentação da defesa prévia pode-se perguntar na próxima reunião, se não
quer apresentar o rol de testemunhas.
- O momento preclusivo para o rol de testemunhas é o fim do prazo para a apresentação da
defesa prévia. O art.246 possibilita a juntada de provas e não cria a abertura para a
apresentação de testemunhas intempestivas.
- O prazo de 5 dias é da defesa. O processo fica sobrestado nesse período, não se pode
realizar atos de instrução, só preparatórios, por ex. notificações.
- É preciso preencher termo específico referente à defesa prévia, que será entregue à defesa.

INTERROGATÓRIO
§1º. O militar acusado não poderá deixar de comparecer, injustificadamente, ao interrogatório,
para o qual foi devidamente notificado, sob pena de responsabilidade administrativa e/ou
penal, entretanto, presente, poderá se valer do direito constitucional ao silêncio.
OBS: O comparecimento é obrigatório. Em regra é a primeira pessoa a ser ouvida.
- O militar da ativa é obrigado a ir ao interrogatório. Não é obrigado o licenciado sem
condições de se locomover e o inativo.
- Se não comparecerem ao interrogatório deve-se procurar o militar e seu advogado para
notificá-los para a devesa prévia.
Art. 126.
§2º. O interrogatório é, também, momento de defesa, sendo direito do sindicado/acusado
calar-se diante das perguntas formuladas, o que, por si só, não pode ser considerado em seu
desfavor.
Art. 127.
§6º. O sindicado/acusado, devidamente notificado, não poderá deixar de comparecer ao ato,
injustificadamente, pelo que responderá administrativa e/ou penalmente pela conduta,
conforme o caso.
§7º. Mesmo que o sindicado/acusado/defensor permaneça calado, deve o responsável fazer-
lhe perguntas, com os respectivos registros no termo, demonstrando que foi dada
oportunidade para que ele apresentasse a sua versão dos fatos.

§2º. A CPAD poderá proceder, a qualquer momento, a novo interrogatório de ofício ou a


pedido fundamentado da defesa.
Art. 126. A primeira pessoa a ser formalmente ouvida em um processo será, em regra, o
sindicado/acusado ou, quando devidamente justificado, em qualquer outra fase da apuração,
antes da abertura de vista para defesa final.
§1º. A todo tempo, o encarregado poderá realizar o interrogatório complementar, de ofício ou
a pedido, visando à efetiva apuração dos fatos.
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§3º. A não apresentação de defesa prévia pela defesa do acusado, dispensa a nomeação de
defensor ad hoc para sua este mister.

PRAZO PARA O INTERROGATÓRIO


ART.345 [...]
IV – a reunião de instalação terá a seguinte ordem:
[...]
c) será marcado o dia, a hora e o local para a próxima reunião, no mínimo, 02 (dois) dias
úteis, na qual, em regra, será procedido ao interrogatório do acusado, quando for esta a
situação;
OBS: Sr Cap Maurício entende que o prazo para qualquer interrogatório é de 2 dias úteis.
- ATO PROLIMINAR AO INTERROGATÓRIO: Também é a notificação com dois dias úteis de
antecedência, desde que seja para o próprio interrogatório, pois se for para interrogatório de
co-réu o prazo é outro: 48 horas.
- Normalmente essa notificação é feita na audiência de instalação.
Art. 130. Se o processo possuir mais de um sindicado/acusado, estes serão interrogados
separadamente, de preferência, no mesmo dia, podendo estar presente o defensor de
sindicado/acusado diverso. Haverá necessidade de notificações a todos os
sindicados/acusados e/ou defensores para todos os interrogatórios.
§3º. Na SAD, o sindicado e/ou seu defensor deverá(ão) ser notificado(s) com no mínimo 48
(quarenta e oito) horas de antecedência, acerca da data, da hora e do local do seu
interrogatório, e 24 (vinte e quatro) horas de antecedência em relação aos demais
interrogatórios, caso exista mais de um sindicado.
§4º. No caso de PAD, o(s) acusado(s) e o seu(s) defensor(es) serão notificados com
antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, exceto quando já tiverem sido
intimados na reunião anterior, observado o interstício mínimo de 24 (vinte e quatro) horas
entre o término de uma reunião e a abertura de outra.
Art. 126.
§4º. Caso o sindicado/acusado/defensor requeira a realização do interrogatório ao final da
apuração deverá o sindicante/encarregado/comissão atender o pedido, realizando a diligência
antes da abertura de vista final, caso exista.

PROCEDIMENTO DO INTERROGATÓRIO
Art. 126. A primeira pessoa a ser formalmente ouvida em um processo será, em regra, o
sindicado/acusado ou, quando devidamente justificado, em qualquer outra fase da apuração,
antes da abertura de vista para defesa final.
§3º. É fundamental que se explore bem a oitiva do sindicado/acusado, colhendo detalhes a
respeito dos fatos, para que possa subsidiar as demais audições e os procedimentos
subsequentes.
Art. 127. O interrogatório será constituído de 02 (duas) partes, sobre a pessoa do
sindicado/acusado e sobre os fatos, conforme modelo referencial.
§1º. Na primeira parte, será devidamente qualificado e cientificado da acusação, pela leitura
da portaria e de esclarecimentos alusivos aos demais documentos anexos.
§2º. Na segunda parte, deverá o responsável iniciar o interrogatório deixando que o
sindicado/acusado fale livremente sobre o fato em apuração, evitando que ocorram desvios
do assunto e, em seguida, será perguntado, no que couber, sobre:
I – ser verdadeira ou não a acusação que lhe é feita;
II – não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a quem atribuí-la, se
conhece a pessoa ou pessoas a quem deva(m) ser imputada a prática da transgressão
disciplinar, e quais sejam, e se com elas esteve antes ou depois da prática da infração;
19

III – onde estava ao tempo em que foi cometida a transgressão disciplinar e se teve notícia
dela;
IV – as provas já apuradas e constante dos autos;
V – se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, desde quando, e se tem
o que alegar contra elas;
VI – se conhece o instrumento com que foi praticada a transgressão disciplinar, ou qualquer
objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido;
VII – todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e
das circunstâncias da transgressão disciplinar;
VIII – se tem algo mais a alegar em sua defesa.
§3º. Se o sindicado/acusado negar a acusação, no todo ou em parte, poderá prestar
esclarecimentos e indicar provas.
§4º. Para as perguntas formuladas pelo sindicado/acusado/defensor logo após este falar
livremente sobre o fato em apuração, transcrevem-se as respostas. No caso em que o militar
responder efetivamente o que lhe for perguntado, sem omissões ou evasivas, não há
necessidade de se proceder ao registro das perguntas, apenas das respostas.
§5º. Outros questionamentos que forem necessários ao esclarecimento do caso deverão, de
igual forma, ser formulados.
§6º. O sindicado/acusado, devidamente notificado, não poderá deixar de comparecer ao ato,
injustificadamente, pelo que responderá administrativa e/ou penalmente pela conduta,
conforme o caso.
§7º. Mesmo que o sindicado/acusado/defensor permaneça calado, deve o responsável fazer-
lhe perguntas, com os respectivos registros no termo, demonstrando que foi dada
oportunidade para que ele apresentasse a sua versão dos fatos.
Art. 128. O responsável deverá utilizar técnicas de entrevista e interrogatório com o objetivo
de buscar a verdade real dos fatos que está apurando.
Art. 129. Deverá sempre constar no termo, formalmente, que foi dada a palavra ao
sindicado/acusado ou ao seu defensor, ou ainda ao defensor de outro sindicado/acusado que
se fizer presente, mesmo que ele não faça perguntas. Nessa hipótese, deve citar que “pelo
defensor (citar o nome) nada foi perguntado”.
Art. 130. Se o processo possuir mais de um sindicado/acusado, estes serão interrogados
separadamente, de preferência, no mesmo dia, podendo estar presente o defensor de
sindicado/acusado diverso. Haverá necessidade de notificações a todos os
sindicados/acusados e/ou defensores para todos os interrogatórios.
OBS: Os acusados são ouvidos em separado, mas o advogado do co-réu pode se fazer
presente, para tanto deve ser notificado. Os defensores dos outros acusados precisam
necessariamente estar presentes. Se não estiverem deve-se nomear ad hoc.
- No interrogatório é preciso confrontar o depoimento com as provas dos autos.
- A defesa pode perguntar, mesmo que seja ad hoc.

AUTODEFESA
§1º. Caso o sindicado/acusado esteja realizando sua autodefesa, ficará prejudicado quanto a
assistir pessoalmente o interrogatório de sindicado/acusado diverso e, caso queira, deverá
constituir defensor para acompanhar a realização do ato.
§2º. Na hipótese do parágrafo anterior, não constituindo o sindicado/acusado defensor para
acompanhar a realização do ato, o encarregado e/ou a administração ficarão obrigados de
nomear defensor ad hoc.
Art. 131. Aplicam-se, no que couber, para coleta deste termo, as orientações alusivas à
audição das demais pessoas do processo.
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SOLICITAÇÕES DE PROVA E OUTRAS DA DEFESA


Art. 346. O acusado poderá, no seu interrogatório e em todo o curso da fase instrutória,
solicitar a juntada de provas aos autos.
OBS: O momento preclusivo para o rol de testemunhas é o fim do prazo para a apresentação
da defesa prévia. O art.246 possibilita a juntada de provas e não cria a abertura para a
apresentação de testemunhas intempestivas.

§1º. Os elementos probatórios trazidos pela defesa deverão ser, isolada ou agrupadamente,
considerados na motivação do relatório e na decisão do processo.
§2º. O Presidente da CPAD poderá indeferir motivadamente os pedidos considerados
impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse para o processo,
especificando a referida circunstância na ata e/ou no relatório do processo.
Art. 347. As diligências solicitadas pela defesa deverão ser formalizadas, registradas em ata
e devidamente solucionadas pela Comissão, nos limites de sua competência.
OBS: Não há obrigação de responder todas as argüições de ordem da defesa na reunião,
pois várias podem demandar análises. “Nós vamos deliberar e depois notificaremos a defesa
da resposta”.
ART352
§6º. É permitido à defesa, em assunto pertinente à matéria do processo, perguntar às
testemunhas, por intermédio do vogal-interrogante, e apresentar questões de ordem, que
serão respondidas pela CPAD ou, quando lhe fugir a competência, encaminhar a quem de
direito.
ART.160 [...]
§1º. Não poderão ser recusadas as perguntas da defesa, salvo se ofensivas ou impertinentes
ou sem relação com o fato apurado, ou importarem repetição de outra pergunta já respondida.
Art. 358. Na hipótese da defesa requerer a realização de alguma diligência complementar e,
desde que tal pedido não seja procrastinatório ou não esteja precluso o direito, deverá o
Presidente da CPAD acolher o pedido e determinar que se proceda à sua realização.
OBS: Não basta negar dizendo que o pedido é procrastinatório, é preciso justificar
demonstrando o porquê.
IMPORTÂNCIA DA ATA
Toda reunião deve ter uma ATA.
Deve-se concitar à defesa a se manifestar em toda audiência, para se sanear gradativamente
o processo.
- REUNIÃO: É possível reunir só para sanear o processo. Ouvir a defesa quanto a certos
atos, para convalidá-los e/ou rever algumas tomadas de decisões.

Art. 348. A CPAD providenciará a tomada de depoimentos, de declarações e a produção das


provas necessárias à busca da verdade real, inclusive a pericial, se necessária.

OITIVA DA VÍTMA
- É preciso definir se a pessoa é testemunha, vítima ou acusado. Não se pode colocar
“envolvido pois essa classificação é gênero.
- A vítima é a primeira a ser ouvida após o interrogatório , em regra. O ideal é que seja ouvida
antes das testemunhas.
- Não presta compromisso de dizer a verdade, mas não está autorizada a mentir, podendo
responder por isso, pois visa-se apenas evitar a auto-incriminação. Em razão disso pode
recusar a responder em alguns momentos.
21

Art. 132. O reclamante/vítima deverá, em regra, ser ouvido após o interrogatório do


sindicado/acusado objetivando dar mais conhecimento e poder de argumentação ao
encarregado/responsável pela formalização da oitiva, conforme modelo referencial.
Parágrafo único. O militar responsável pela confecção da Comunicação Disciplinar, Queixa
Disciplinar ou Relatório Reservado poderá ser eventualmente ouvido na condição de
testemunha ou ofendido em processo/procedimento que for instaurado em decorrência do
fato.
Art. 133. O reclamante/vítima deverá ser alertado sobre a necessidade de falar somente a
verdade do que souber ou lhe for perguntado, sob pena de incorrer em eventual prática de
infração penal por denunciação caluniosa ou outro delito, bem como responder a processo
cível por danos morais e patrimoniais.
Parágrafo único. O reclamante/vítima não presta o compromisso legal de dizer a verdade em
razão de não estar obrigado a responder pergunta que possa incriminá-lo ou seja estranha ao
processo, o que não o desobriga de falar somente a verdade naquilo que declarar.
Art. 134. Na audição de reclamante/vítima e demais pessoas chamadas ao processo, as
orientações alusivas à oitiva de testemunhas e o emprego de técnicas de interrogatório
devem ser observadas no que couber.
Art. 135. O sindicado/acusado e/ou seu defensor, caso exista, deverá(ão) ser notificado(s)
com no mínimo 24 (vinte e quatro) horas de antecedência, acerca da data, da hora e do local
da audição do reclamante/vítima, para, caso queiram, poder acompanhar o ato e,
efetivamente, participar do processo.
§1º. Para o reclamante/vítima a ser ouvido no PAD, acusado e o seu defensor serão
notificados com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, exceto quando já tiverem
sido intimados na reunião anterior, observado o interstício mínimo de 24 (vinte e quatro) horas
entre o término de uma reunião e a abertura de outra.
§2º. Sentindo-se o reclamante/vítima intimidada com a presença do sindicado/acusado,
poderá requerer sua saída ou sua não presença, permanecendo no recinto apenas o defensor
constituído.
§3º. Na hipótese no parágrafo anterior não tendo o sindicado/acusado defensor constituído,
deverá o responsável pelo ato proporcionar-lhe oportunidade para que o constitua. Havendo
negativa por parte do militar, deverá lhe ser nomeado defensor ad hoc para a referida
circunstância.

PERÍCIA
Art. 349. Sendo necessária a elaboração de perícias e exames, estes serão procedidos,
sempre que possível, por órgão oficial. Não sendo possível, deverá ser realizada por peritos
designados, recaindo em profissionais especializados ou com habilitação técnica no assunto.
§1º. Caberá a CPAD a elaboração de quesitos complementares aos legalmente instituídos à
perícia, bem como propiciar que a defesa também formule outros que entender necessários.
§2º. A simples realização da perícia ou do exame não interrompe o curso do processo,
devendo a CPAD solicitar o seu sobrestamento somente se o respectivo laudo pericial não
tiver sido emitido até antes da elaboração do termo de abertura de vista para a defesa final.
Nesse período, a Comissão poderá desenvolver qualquer outra diligência necessária à
instrução do processo.

PERÍCIA PSICOPATOLÓGICA
Art. 350. Todo militar submetido a PAD deverá ser encaminhado à SAS/NAIS para fins de
avaliação clínica e também quanto à necessidade do seu encaminhamento à JCS para
eventual submissão à perícia psicopatológica.
22

§1º. O encaminhamento do militar a ser inspecionado para avaliação do médico da SAS/NAIS


será providenciado no início da instrução do processo.
OBS: Envolve-se o médico desde o início.
- Sempre deve-se fazer esse encaminhamento.
- Esse encaminhamento é para a SAS da UNIDADE DO MILITAR acusado. Se não houver
médico nessa SAS, deve-se oficiar à autoridade convocante para que ela determine em que
SAS será feita.
OBS: O encaminhamento pode ser feito antes ou depois do interrogatório.
- Como se vê o encaminhamento é para a SAS e não para a JCS.
- Se marcou o interrogatório, mas foi informado pela SAS que o militar será submetido à
perícia na JCS, deve-se cancelar o interrogatório e pedir o sobrestamento até o recebimento
do laudo.
- Não se notifica a defesa para a apresentação de quesitos quando se encaminha o militar
para a SAS. Isso só é feito quando o acusado é encaminhado pela SAS para a perícia na
JCS.
- Se a SAS não encaminhar e o militar pedir para ser encaminhado deve-se repassar para a
decisão da autoridade convocante.

§2º. No caso de perícia psicopatológica, deverão ser observados os dispositivos constantes


nos artigos 175 a 177 e 248 a 253 deste Manual, bem como da Resolução Conjunta das IME.
§3º. O encaminhamento do militar para submissão à perícia psicopatológica, pelo médico da
SAS/NAIS da Unidade do acusado ou apoiadora, confere justa causa para sobrestamento do
PAD, nos termos do art. 73 do CEDM.
OBS: Se a SAS encaminhou somente um dos acusados já é motivo para pedir à autoridade
convocante o sobrestamento. Desta forma, o processo estará paralisado, afetando a todos os
acusados. O dessobrestamento, diferentemente, só é comunicado à autoridade convocante (é
feito pelo presidente da CPAD).

§4º. Comprovada a insanidade mental do acusado, por meio da perícia psicopatológica, o


PAD será arquivado, na fase em que se encontrar.

Art. 175. A licença e/ou internação de militares acusados em processos disciplinares


diversos, a princípio, por si só, não deve conduzir à paralisação dos trabalhos, podendo
seguir com acompanhamento do defensor(a) que o represente por meio de procuração, caso
haja ou por meio de defensor ad hoc.
- Não pode parar, pois o prazo prescricional não para. Não há causa legal de
suspensão ou interrupção da prescrição. A única exceção é a paralisação
determinada judicialmente.
§1º. O fato do acusado estar licenciado e/ou internado não impede que seja submetido à
perícia psicopatológica.
§2º. A perícia psicopatológica, caso necessário, e em comum acordo entre os profissionais de
saúde da IME e os particulares que acompanham o acusado, poderá ser realizada no local
onde este se encontra internado ou em tratamento.
NEGATIVA EM SE SUBMETER À PERÍCIA
§3º. Em sendo marcada a perícia psicopatológica no local predeterminado pela JCS, caso
haja negativa injustificada por parte do acusado em se submeter à mesma, ou caso o
profissional de saúde ou a clínica não autorizem o procedimento, deve a comissão ou
encarregado formalizar a circunstância nos autos do processo.
OBS: A perícia é um direito do militar, um benefício. Se ele não comparecer, deve-se
continuar com o processo.
23

- Estar licenciado, por exemplo, não é motivo para não comparecer à perícia. Não é
motivo justificante, por si só. Deve-se verificar o motivo do atestado médico, não se
verificando que se trata de um motivo justo, considera-se que o acusado abriu mão de
seu direito e não se remarca a perícia.
- Se tiver internado trata-se de caso a ser resolvido junto à JCS. Ela pode deslocar até o
local.
- É possível, inclusive, conceder o ato posteriormente, caso haja justificativa.

QUESITOS
§4º. Havendo parecer do médico da SAS/NAIS em encaminhar o acusado para a realização
da perícia psicopatológica, deve-se notificar a defesa com antecedência mínima de 48
(quarenta e oito) horas da data agendada para a realização da atividade para, caso queira,
apresentar quesitos complementares aos oficiais.
OBS: Não se notifica a defesa para a apresentação de quesitos quando se encaminha
o militar para a SAS. Isso só é feito quando o acusado é encaminhado pela SAS para a
perícia na JCS.
- A CPAD, se quiser, também pode apresentar quesitos.
- Os quesitos do acusado devem ser repassados à CPAD que os encaminhará para a
JCS, devendo esta certificar-se do recebimento.
- Se a CPAD esquecer de notificar a defesa para a apresentação de quesitos pode
fazê-lo posteriormente.
- ARROLAMENTO DO PERITO COMO TESTEMUNHA: O perito pode ser demandado
a esclarecer o laudo, mas não para ser pressionado ou desacreditado. Assim, entende-
se que deve-se usas o CPP subsidiariamente neste caso. Ou seja, deve-se intimar a
defesa a apresentar os quesitos que pretendem ver respondidos pelo perito, conforme
dúvida gerada pelo laudo (como se vê é necessário apontar dúvida do laudo!).
- No quesitos iniciais, por exemplo, pode-se perguntar a especialização do perito, já na
apresentação de quesitos complementares isso não é possível, pois deve-se se ater ao
laudo.
- Se colocou os peritos no rol dos 5 testemunhas, pode-se, posteriormente, possibilitar
que a defesa arrole outras no lugar dos peritos.

§5º. O médico da SAS/NAIS deve estar ciente de que, em regra, a perícia psicopatológica
somente deve ser indicada quando restar "fundada suspeita sobre a sanidade mental" do
militar processado, nos termos do art. 73 do CEDM.
§6º. Sempre que se fizer necessário, nos termos da legislação de saúde vigente, o médico da
SAS/NAIS/JCS poderá homologar, não homologar, restringir, cassar, aumentar ou substituir
por dispensa, as licenças "sugeridas" por profissionais de saúde conveniados ou particulares.
§7º. Havendo recusa injustificada por parte do acusado, licenciado e/ou internado, em receber
notificações e/ou nomear defensor, deverá ser registrado nos autos do processo todas as
negativas.
Art. 176. Restando indícios de conduta procrastinatória (simulação, ocultação) por parte do
acusado licenciado deverá o encarregado ou comissão processante notificá-lo por edital
(jornal de grande circulação no seu domicílio) ou por hora certa, para posterior nomeação de
defensor.
Parágrafo único. O contido no caput deste artigo aplica-se ao defensor do acusado, quando
existente. Nesse caso somente o defensor será notificado.
Art. 177. As orientações alusivas a militar dispensado ou licenciado envolvido em processo
disciplinar, especialmente a nomeação de defensor/curador, não se esgotam nesta seção,
devendo ser observados os demais dispositivos específicos deste manual, especialmente o
artigo 248 e seguintes, e as normas que tratam do assunto na Instituição.
24

Subseção III
Da perícia psicopatológica
Art. 248. A realização da perícia psicopatológica, observando-se as orientações previamente
expostas nos art. 173 a 177 deste manual, é de competência da JCS, que deverá observar,
quando da submissão de militar ao referido procedimento, as normas internas que dispõem
sobre Inspeções e Perícias de Saúde na IME.
§1º. A perícia psicopatológica visa resguardar, primordialmente, o interesse do acusado, haja
vista que, conforme seu resultado, poderá ensejar no imediato arquivamento do processo.
§2º. Todo militar submetido a PAD/PADS deverá ser encaminhado, no início do processo,
pela Comissão de Processo Administrativo Disciplinar (CPAD) ou encarregado, à SAS/NAIS
para fins de avaliação clínica e também quanto à necessidade do seu encaminhamento à JCS
para eventual submissão à perícia psicopatológica a que alude o art. 73 do CEDM.
§3º. Confirmada a insanidade mental, o processo disciplinar, em regra, não poderá ser
instaurado, instalado ou prosseguir, devendo a autoridade competente determinar seu
encerramento, arquivando-o na pasta funcional do acusado para futuros efeitos e remetendo
o respectivo laudo à Diretoria de Recursos Humanos ou Unidade correspondente para
adoção de medidas decorrentes.
Art. 249. A simples alegação ou o pedido do acusado/defensor para que seja realizada a
perícia psicopatológica não se presta para que o exame seja deferido, devendo os
interessados apresentarem provas que convençam da necessidade de sua realização. Para
tanto, poderão apresentar laudo ou atestado médico que fundamente o pedido, bem como
histórico médico do acusado que evidencie sua condição mental.
Art. 250. Não é cabível o pedido da perícia na fase recursal, quando não há, nos autos do
processo, indícios de que o acusado, ao tempo da transgressão, sofria de insanidade mental.
Art. 251. Realizada a perícia, a JCS emitirá laudo que conterá respostas aos quesitos oficiais
definidos em norma própria.
§1º. A Autoridade Militar ou o encarregado/presidente do processo poderá apresentar à JCS
quesitos complementares aos oficiais, nos casos em que verificar ser necessários, bem como
os eventuais quesitos apresentados pela defesa.
§2º. A defesa deverá ser notificada formalmente acerca da perícia que será realizada para
que, no prazo preclusivo de 48 (quarenta e oito) horas contados da data da notificação, possa
apresentar, facultativamente, quesitos complementares.

FALTAR À PERÍCIA É DESOBEDIÊNCIA


Art. 252. A ausência do militar no dia e local designado para a realização da perícia
psicopatológica, salvo justo motivo devidamente comprovado, será considerada como ato de
desobediência
Parágrafo único. Ocorrendo a situação prevista no caput, não será agendada nova perícia
psicopatológica.
Art. 253 . O princípio da não autoincriminação garante ao militar acusado o direito de, uma
vez comparecendo ao local determinado, não se submeter à perícia psicopatológica, não
podendo a Administração Militar obrigá-lo a participar do procedimento.
OBS: A perícia é um direito do militar, um benefício. Se ele não comparecer, deve-se
continuar com o processo.
- Estar licenciado, por exemplo, não é motivo para não comparecer à perícia. Não é
motivo justificante, por si só. Deve-se verificar o motivo do atestado médico, não se
verificando que se trata de um motivo justo, considera-se que o acusado abriu mão de
seu direito e não se remarca a perícia.
- Se tiver internado trata-se de caso a ser resolvido junto à JCS. Ela pode deslocar até o
local.
- É possível, inclusive, conceder o ato posteriormente, caso haja justificativa.
25

Art. 351. A CPAD providenciará quaisquer diligências que entender necessárias à completa
instrução do processo.

TESTEMUNHAS
Art. 352. As testemunhas serão intimadas por meio de ato expedido pelo Presidente da
Comissão, ou pelo membro por ele determinado.
OBS: Não se reinicia a numeração das testemunhas. Para se entender a história do
processo.
- HORÁRIO: agora é possível ouvir testemunhas de 06 às 20 horas.
- REINQUIRIÇÃO: o termo chamará “Reinquirição da 2ª Testemunha” por exemplo,
justamente para respeitar a numeração.
- QUER ASSINAR MAS NÃO CONSEGUE: Chama-se duas testemunhas que assinarão a
rogo (no lugar).

§1º. Sendo a testemunha servidor público ou militar, a intimação será feita mediante
requisição ao chefe da repartição onde serve, com indicação do dia, da hora e do local
marcado para a audiência.
§2º. As testemunhas civis arroladas pela defesa, caso não sejam encontradas, estiverem fora
do país ou se recusarem a comparecer onde for determinado pela CPAD, prosseguir-se-á nos
demais atos do processo, podendo essas testemunhas serem substituídas por outras.
OBS: Não existe condução coercitiva em procedimento administrativo. Se não comparece
sendo testemunha arrolada pela defesa pode a CPAD oportunizar a substituição.
- A CPAD pode deslocar até a casa da testemunha, só tem que notificar a defesa do horário e
local.
§3º. O vogal-interrogante inquirirá, sucessiva e separadamente, as testemunhas que a
Comissão julgar necessárias ao esclarecimento da verdade e, posteriormente, as
apresentadas pela defesa, estas limitadas a 05 (cinco) por acusado, salvo quando a portaria
for motivada por mais de um fato, quando o limite máximo será de 10 (dez).
OBS: Para um fato, 5 testemunhas. Para dois ou mais, 10 testemunhas. É o acusado que
coloca e a CPAD delibera, podendo indeferir. Se houver dúvida em ser 1 ou mais fatos deve-
se privilegiar a defesa.
- O fato da testemunha arrolada notadamente não saber nada do fato não é motivo suficiente
para se indeferir seu arrolamento, pois a defesa pode estar pretendendo fazer perguntas
importantes.
OBS: A função do vogal é presidir a inquirição. Abre para perguntas e defere-as ou não.
Pergunta, por exemplo: “Você entendeu a pergunta? Então responda.”.
OBS: A CPAD inquirirá quantas testemunhas julgar necessário. O ideal é ouvir no Maximo o
mesmo numero que foi utilizado pela defesa.
Art. 150. As testemunhas serão inquiridas separadamente, de modo que uma não ouça o
depoimento da outra.
Art. 151. Deve-se, em regra, primeiramente, ouvir todas as testemunhas do processo
(aquelas arroladas pelo responsável da apuração) e depois as apresentadas pela defesa.
Parágrafo único. A inversão na ordem da audição das testemunhas, quando autorizadas
pela defesa ou, excepcionalmente, quando forem devidamente justificadas pelo
sindicante/comissão durante o curso do processo, não importarão em causa de nulidade.
OBS: O desrespeito a estas regras que tratam da ordem de testemunhas a serem ouvidas
acarreta a invalidação dos atos pois o prejuízo é presumido.
26

§4º. Antes de iniciado o depoimento, a defesa poderá contraditar a testemunha e, em caso de


acolhimento pelo Presidente do CPAD, não lhe deferirá o compromisso ou a dispensará nos
casos de impedimento legal ou outro motivo justo.

CONTRADITA DE TESTEMUNHA - é ato pelo qual uma das partes envolvidas no processo
requer a impugnação da oitiva de 01 (uma) testemunha, arguindo-lhe a incapacidade, o
impedimento ou a suspeição. São casos de contradita: amizade íntima, inimizade capital,
parentesco, interesse pessoal no processo. O momento processual para que a contradita seja
requerida é logo após a qualificação da testemunha que se pretende impugnar.
Art. 137. São proibidas de depor as pessoas que devam guardar segredo em razão de
função, ministério, ofício ou profissão, em relação à respectiva matéria e fato acusatório, salvo
se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho6.
Art. 138. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor, salvo se for ascendente
(pais, avós, bisavós, trisavós), descendente (filhos, netos, bisnetos, trinetos), afim em linha
reta (são os mesmos ascendentes e descendentes do cônjuge), cônjuge (ou pessoa com
quem viva em união estável), ainda que separado judicialmente ou divorciado, ou irmão do
sindicado/acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter prova do fato e de
suas circunstâncias, situação em que não prestará o compromisso legal de dizer a verdade,
devendo ser ouvida em termo de declarações, especificando-se o referido aspecto no próprio
termo.
§1º. A inquirição de testemunha descompromissada possuirá valor relativo, devendo ser
considerada se estiver em consonância com as demais provas do processo.
Art. 140. A testemunha prestará o compromisso legal de dizer a verdade do que souber e lhe
for perguntado, atentando para a eventual prática de crime militar de falso testemunho (art.
346 do CPM) ou de crime comum da mesma natureza (art. 342 do CP), conforme o caso.
§1º. Este compromisso não será deferido aos doentes e deficientes mentais, aos menores de
14 (quatorze) anos e nem às pessoas que não tenham obrigação de depor.
§2º. Serão ouvidos na condição de informantes, em termos de declarações, os menores de 14
(quatorze) anos, os doentes e deficientes mentais e as pessoas que não tenham obrigação de
depor, especificando o referido aspecto no próprio termo.
Art. 148. A expressão “aos costumes disse nada”, quando constar na qualificação da
testemunha, significa que ela é idônea e não tem parentesco, amizade íntima, inimizade, nem
qualquer outra causa que possa comprometer seu depoimento.
§1º. Havendo qualquer causa que possa tornar a testemunha inidônea escreve-se: “aos
costumes disse ser irmão do sindicado (ou da vítima etc.), ou simplesmente, “esclareceu ser
esposa do sindicado/acusado”, ou outra situação específica conforme a situação.
§2º. Deve o encarregado do ato, mesmo nesses casos, ressaltar a importância da pessoa
falar a verdade visando ao efetivo esclarecimento dos fatos.

§5º. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo, sendo vedado à testemunha
trazê-lo por escrito.
TESTEMUNHA SUPERIOR: Pode escolher o dia e o horário, mas não pode dar seu
depoimento através de termo. Isso só é possível para as autoridades previstas no CPP.

§6º. É permitido à defesa, em assunto pertinente à matéria do processo, perguntar às


testemunhas, por intermédio do vogal-interrogante, e apresentar questões de ordem, que
serão respondidas pela CPAD ou, quando lhe fugir a competência, encaminhar a quem de
direito.
27

ART.160 [...]
§1º. Não poderão ser recusadas as perguntas da defesa, salvo se ofensivas ou impertinentes
ou sem relação com o fato apurado, ou importarem repetição de outra pergunta já respondida.

Art. 353. Para a instrução do PAD, além das orientações contidas nesta seção, deverão ser
observadas, no que couber, aquelas contidas nos capítulos VI19 e VII20 deste manual, bem
como outras que se fizerem necessárias ao desenvolvimento do devido processo legal.
19 Dos atos probatórios em processos administrativos.

20 Da juntada, desapensação, desentranhamento e desmembramento de documentos e autos de processo.


28

Seção V
Da defesa
Art. 354. A defesa será promovida por advogado ou por militar da ativa (sem causas de
suspeição ou impedimento) possuidor de precedência hierárquica em relação ao acusado,
ficando impedido de atuar no processo civis ou militares inativos não inscritos na OAB.
§1º. Caso o defensor do acusado, devidamente notificado, não compareça aos atos do
processo, sem motivo justificado, o presidente da CPAD nomeará defensor para o ato,
devendo recair em militar de maior precedência hierárquica que a do acusado.
§2º. Justificando o defensor do acusado a sua ausência, o Presidente designará nova data
para a realização da diligência.
§3º. A nomeação do defensor pela Administração far-se-á depois de decorrido o prazo para
que o acusado constitua seu procurador.
§4º. Para que a Administração ou a Comissão possa nomear defensor, deve-se, em regra,
oportunizar ao acusado a possibilidade de que este constitua o defensor de seu interesse.
§5º. A motivação para a nomeação de defensor ad hoc ou curador será formalizada nos autos
do processo por intermédio de notificações diretas ao acusado, seu representante legal ou até
mesmo ao defensor/curador já constituído que se mostra inerte ou que adote condutas
contrárias ao regular andamento do processo.

DEFESA FINAL – ALEGAÇÕES FINAIS DE DEFESA (AFD)


Art. 355. Ao final da fase de instrução, realizadas todas as diligências necessárias à cabal
instrução do processo, permanecendo os indícios de autoria e materialidade da conduta
antiética em desfavor do acusado, o Presidente concederá ao defensor, o prazo de 05 (cinco)
dias úteis para a apresentação das alegações finais de defesa, mediante recibo dos autos.
OBS: Deve-se fazer o Check List (modelo da Corregedoria).

§1º. As alegações finais de defesa deverão ser apresentadas pelo defensor legalmente
constituído ou nomeado, a quem será disponibilizada a carga dos autos.
§2º. Havendo pluralidade de acusados, o prazo para apresentação das alegações finais de
defesa será comum de 10 (dez) dias úteis, contados da notificação do último.
OBS: Como se vê, o prazo é de 10 dias contados da notificação, no caso de mais de 1
acusado. Se eles forem notificados em datas diferentes a data do fim também será diferente,
pois não se pode dar mais de 10 dias para nenhum deles.

§3º. Se a defesa não apresentar suas alegações finais; tempestivamente; e sem motivo
justificado, novo defensor será nomeado pela Administração, renovando-se o prazo, que será
acrescido ao tempo estipulado para o encerramento do processo. Sendo justificado o motivo,
ser-lhe-á renovado o prazo.
OBS: O justo motivo precisa ser comprovado por quem o alega. Ex: o advogado não
comparece e manda o recado de que foi intimado de ultima hora para se apresentar à justiça.
Entende-se que não justifica o cancelamento da audiência, deve-se nomear ad hoc.
- Sempre que for nomear um ad hco deve-se intimar o acusado para se manifestar, se quer
indicar um defensor.
- Para militar da ativa, fazer a defesa, precisa ser precedente e se trata de um encargo.
- Ex 2: Se for para ouvir testemunha mas o advogado faltou, em tese justificadamente, deve-
se ouvir a testemunha, nomeando-se ad hoc e, posteriormente, se for o caso, faz-se uma
reinquirição. Não se dever perder a oportunidade de ouvir testemunhas.
29

AUTODEFESA: Nos termos da súmula vinculante nº5.

§4º. Havendo atraso na devolução dos autos, com ou sem a peça de defesa, a Administração
Militar deverá adotar as medidas que lhe convierem para apurar o fato, bem como comunicá-
lo à Corregedoria ou Conselho de Ética da OAB, no caso de conduta antiética praticada por
advogados e seus prepostos.
OBS: Em regra deve-se receber a defesa final atrasada, pois é mais econômico.
§5º. Os prazos para a apresentação de defesa prévia e das alegações finais, não serão
computados no prazo regular do processo.
§6º. Os autos do PAD, nos casos em que houver 02 (dois) ou mais acusados ou quando
conveniente à Administração, permanecerão na secretaria da Unidade, sendo facultado o
acesso ao defensor, na repartição, assegurada a obtenção de cópias e a tomada de
apontamentos.
§7º. Por conveniência administrativa ou por pedido do defensor, poderão ser disponibilizados
os autos à defesa por meio informatizado, ficando os autos originais na Administração à
disposição para manuseio e conferência.
30

Seção VI
Do relatório e parecer
REUNIÃO DE DELIBERAÇÃO
Art. 340 [...]
§2º. Nos termos do CEDM18, a ausência do defensor na reunião de deliberação dispensa a
nomeação de defensor ad hoc.
18 Art.70, XVI - Na reunião para deliberação dos trabalhos da Comissão, será facultado ao defensor do acusado
assistir à votação, devendo ser notificado pelo menos quarenta e oito horas antes da data de sua realização.

OBS: Como se vê o art.70 só fala em 48 horas para a notificação, não cita a hipótese de 24
horas, por isso não se aceita esse prazo. Porém se isso ocorrer, o comparecimento sana o
vício.
- É a única reunião que dispensa o defensor (o acusado também não precisa, pois ele não
precisa estar em nenhuma reunião)
- Porém é IMPRESCINDÍVEL a notificação tempestiva.

Art. 356. Realizadas todas as diligências e apreciadas as alegações finais de defesa, a CPAD
se reunirá para deliberar sobre o relatório produzido pelo vogal-interrogante, emitindo parecer
sobre a procedência total ou parcial da acusação, ou sua improcedência, propondo as
medidas cabíveis.
OBS: Os pareceres possíveis são: PROCEDENCIA TOTAL, PROCEDÊNCIA PARCIAL e
IMPROCEDÊNCIA.
TOTAL: aconteceu a transgressão e opino pela demissão.
PARCIAL: Conclui que houve a transgressão, mas não é o caso de demissão. O militar vai
ser punido, mas não com a demissão. – Também é possível no art. 64, II, não só no 64, I.
Observe-se que não dá pra falar, por exemplo, que o militar é excelente se ele está no
conceito “C”, ou seja, precisa estar bem fundamentado ao se pedir sanção diversa da
demissão.
OBS: MILITAR DA RESERVA: por depreciação de conceito: arquiva-se. Isso porque a
questão conceitual dele muda. Assim, só por ato atentatório à honra pessoal ou decoro da
classe é possível a sanção de perda da graduação ou do posto.
RELATÓRIO: Não é feito para a CPAD, é para quem vai ler, pois este precisa entender.
- O modelo não é amarrado, pode-se alterá-lo.
- Quem ler tem que entender a história, por isso as vezes cita-se envolvidos fora da ordem do
processo.
ADVOGADO NÃO ENTRA NO MÉRITO: Abre-se nova oportunidade para fazê-lo. Se
continuar sem fazer nomeia-se ad hoc.
- Deve-se escrever passo a passo o desenrolar do prazo.
- Todas as folhas precisam estar devidamente assinadas. Isso é função do escrivão que deve
conferir. A assinatura no alto da folha está atestando e dando fé ao nº da folha e não substitui
a assinatura no documento.

Art. 357. Nessa fase, as provas serão novamente examinadas e confrontadas com os
argumentos elaborados pela defesa, bem como as provas porventura produzidas pelo
acusado.
Art. 358. Na hipótese da defesa requerer a realização de alguma diligência complementar e,
desde que tal pedido não seja procrastinatório ou não esteja precluso o direito, deverá o
Presidente da CPAD acolher o pedido e determinar que se proceda à sua realização.
31

OBS: Não basta negar dizendo que o pedido é procrastinatório, é preciso justificar
demonstrando o porquê.

Parágrafo único. Ocorrendo realização de diligências, juntada de documentos ou de


quaisquer outras provas após a entrega das RED finais, nova abertura de vista deverá ser
propiciada à defesa, renovando-lhe o prazo para o mister e, após a referida providência é que
se finalizará o relatório e será emitido o parecer da Comissão.
Art. 359. Na reunião de deliberação, a decisão será tomada por maioria de votos, devendo o
membro vencido fundamentar o seu voto.

SUSPENSÃO DA DEMISSÃO
Art. 360. Nas situações previstas no inciso I do art. 64 do CEDM, a CPAD, atendendo às
circunstâncias especiais do caso e reconhecendo a possibilidade de recuperar o acusado,
poderá sugerir a aplicação do disposto no §2° do art. 74 do CEDM21.
21 Art. 74, § 2º - O Comandante-Geral poderá conceder o benefício da suspensão da
demissão pelo período de um ano, caso o militar tenha sido submetido a processo com base
no inciso I do art. 64.
OBS: No caso de depreciação de conceito o Cmt Geral pode suspender a demissão (Não
cabe para PADS por depreciação de conceito).
- A CPAD pode sugerir ao Cmt Geral a aplicação ou a não aplicação.
- A CPAD também pode sugerir a reforma disciplinar compulsória, mas só para os casos do
art.64, II (Decoro da Classe).

§1º. Se no prazo estabelecido no caput deste artigo, o militar vier a cometer transgressão
disciplinar de qualquer natureza, será efetivada a sua demissão, após a observância do
regular rito do procedimento apuratório da nova falta.
§2º. O benefício a que se refere este artigo será concedido apenas uma vez ao mesmo
militar.
Art. 361. Encerrados os trabalhos da CPAD, o processo será remetido à autoridade que
determinou a sua instauração, para fins de solução, no âmbito de suas atribuições.
32

Seção VII
Do julgamento
Art. 362. A autoridade convocante, ao receber os autos do processo, poderá recomendar à
CPAD, via despacho administrativo motivado, o saneamento de eventuais irregularidades, a
realização de diligências complementares ou outras medidas que julgar necessárias à
escorreita e/ou cabal elucidação dos fatos, caso contrário, remeterá os autos ao CEDMU para
análise e parecer.
OBS: A mesma comissão fará as novas diligencias. Isso não é caso de impedimento, pois se
assim fosse, todo parecer dado pela CPAD acarretaria impedimento. Pode tranquilamente
mudar de parecer.

TIPOS DE DECISÃO DA AUTORIDADE CONVOCANTE


§1º. Estando em condições de decisão, emitirá a autoridade convocante, nos limites de sua
competência e com observância do contido no §1º do art. 364 deste manual, no prazo de 10
(dez) dias úteis, ato de solução motivado e fundamentado, que será publicado em Boletim:
- CPAD = pela demissão; CEDMU = pela demissão; AUT CONV= pela sanção diversa ==
NÃO VAI PARA O CG.
- CPAD = Sanção diversa; CEDMU = Sanção diversa; AUT CONV= Demissão == VAI PARA
O CG.
ENTENDA: Sempre que a autoridade convocante decidir pela demissão VAI PARA O CG.
- Para fins de decisão, o parecer da CPAD não tem vinculação nenhuma.
- Se o CEDMU fala em Demissão ele está decidindo pela existência de transgressão. Se a
autoridade quer aplicar sanção diversa não precisa mandar para o CG, pois está em
concordância com o CEDMU na existência de transgressão, o que já é suficiente, e a sanção
diversa ela mesma pode aplicar, tem competência para tal.
- Se o CEDMU opina pelo arquivamento e a autoridade quer aplicar sanção diversa, há
discordância e não precisa ir para o CG pois não é o caso de demissão, assim deve ir para a
autoridade superior à autoridade convocante.

I – determinando o arquivamento do processo, se considerar improcedente a acusação ou


sendo justificada a falta constante no libelo acusatório;
II – aplicando sanção disciplinar na esfera de sua competência;
III – remetendo fotocópia autenticada do processo à Justiça Militar ou ao Ministério Público,
conforme o caso, se a conduta do acusado constituir infração penal;
IV – propondo, se cabível, a aplicação da sanção disciplinar de reforma disciplinar
compulsória;
V – propondo a aplicação da sanção disciplinar de demissão;
VI – propondo a sanção disciplinar de perda do posto ou da graduação do militar da reserva
remunerada;
OBS: MILITAR DA RESERVA: por depreciação de conceito: arquiva-se. Isso porque a
questão conceitual dele muda. Assim, só por ato atentatório à honra pessoal ou decoro da
classe é possível a sanção de perda da graduação ou do posto.
§3º. O Comandante-Geral poderá conceder o benefício da suspensão da demissão pelo
período de 1 (um) ano, caso o militar tenha sido submetido a processo com base no inciso I
do art. 64 do CEDM.
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SUSPENSÃO DA DEMISSÃO
VII – propondo a aplicação da sanção de demissão, com a aplicação da suspensão da
demissão pelo período de 01 (um) ano;
OBS: Art. 74, § 2º - O Comandante-Geral poderá conceder o benefício da suspensão da
demissão pelo período de um ano, caso o militar tenha sido submetido a processo com base
no inciso I do art. 64.
OBS: No caso de depreciação de conceito o Cmt Geral pode suspender a demissão (Não
cabe para PADS por depreciação de conceito).
- A CPAD pode sugerir ao Cmt Geral a aplicação ou a não aplicação.

VIII – outras medidas, conforme o caso.


§2º. O processo cuja solução propuser a demissão, reforma disciplinar compulsória, perda do
posto ou da graduação será encaminhado ao Comandante-Geral para decisão.
3º. O Comandante-Geral poderá conceder o benefício da suspensão da demissão pelo
período de 1 (um) ano, caso o militar tenha sido submetido a processo com base no inciso I
do art. 64 do CEDM.

PERDA DO POSTO DO OFICIAL


Art. 363. Caso o Comandante-Geral decida pela aplicação da sanção disciplinar de
demissão, reforma disciplinar compulsória ou perda do posto de oficial acusado, os autos do
PAD serão encaminhados ao TJM/MG, para deliberação, no prazo de 05 (cinco) dias úteis.
OBS: O TJM, no caso de oficial, instaura o processo de justificação.

PRESCRIÇÃO
Art. 364. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade competente reconhecerá a
referida circunstância na própria solução do processo, sem prejuízo de eventuais medidas
administrativas e/ou criminais em relação aos responsáveis pela inércia do processo.
Art. 365. Se, ao examinar o processo, a autoridade julgadora verificar a existência de algum
fato passível de medida penal ou disciplinar que atinja o militar que não esteja sob seu
comando, fará a remessa de cópias das respectivas peças à autoridade competente.
Art. 366. A autoridade que convocar a CPAD poderá, a qualquer tempo, anular ou revogar
sua portaria, suspender seu funcionamento ou modificar sua composição, em ato motivado.
Parágrafo único. A modificação da composição da Comissão é permitida apenas quando
indispensável para assegurar o seu normal funcionamento.
Art. 367. O Chefe do Estado-Maior e o Corregedor poderão avocar, motivadamente, o
processo ou a solução da autoridade convocante.
§1º. Conforme o parecer do CEDMU e da Autoridade convocante sejam harmônicos ou
divergentes a decisão cabal do processo ocorrerá conforme tabela abaixo:
§2º. No caso de perda do posto e da patente do oficial, a solução preliminar será do
Comandante-Geral, que encaminhará os autos ao TJM/MG para decisão.
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Seção VIII
Das prescrições diversas
Art. 368. O militar submetido a PAD poderá ter as férias anuais cassadas, enquanto
necessário à instrução do processo.
OBS: A regra é cassar (é um permissivo legal pra cassar), mas a CPAD pode autorizar as
férias dependendo da situação.

CARTA PRECATÓRIA
Art. 369. Havendo necessidade de expedir carta precatória, o processo terá seu curso
normal, ressaltando a necessidade da juntada de sua resposta antes da abertura de vista
para a defesa final do acusado.
OBS: Na precatória o contraditório é feito antecipadamente, por isso não é considerada
irregular, é especial.
- Não se reinicia a numeração das testemunhas, continua-a. Isso para que se entenda a
história do processo. O horário da oitiva permanece sendo de 06 às 20 horas. No caso de
reinquirição, por exemplo, o termo se chama “reinquirição da 2ª testemunha”, de forma que
não haja confusão na história do processo.
- A forma de envio é forma livre.
- O interrogatório no PAD é sempre pessoal, não pode ser feito por precatória. Se o Batalhão
da CPAD tiver verba paga a diária para a CPAD, se não tiver o Batalhão do acusado paga
para ele deslocar até a CPAD.
- Para o PAD é dupla notificação inclusive na precatória (§5º e §6 do art.186). Para a SAD só
um deles ser notificado é suficiente.
- O momento do contraditório é o do §5º do art.186.
- Art.188, VI – É o mesmo prazo para notifica a defesa. Desta forma deve-se entender que
esse prazo de 48 horas só é possível se a autoridade deprecada notifica tanto a CPAD
quanto a defesa, fora isso o prazo precisa ser maior.
- Quem está fazendo a oitiva da precatória não precisa nomear ad hoc, pois o momento do
contraditório foi anterior, da mesma forma não precisa ser feita por comissão. Precisa ser no
mínimo Sgt e superior ao acusado.
- Art. 369 – A carta precatória não paraliza o PAD. Expede-se a carta precatória e continua
ouvindo as outras testemunhas. Não há problema se ocorrer eventual desobediência da
ordem em que deveria se ouvir as testemunhas. O ideal é que se espessa-se a carta
precatória logo após a defesa prévia.
- Se não chegar antes do momento da defesa final deve-se pedir sobrestamento.
- Se o acusado pediu o interrogatório somente ao final, também precisa aguardar a chegada
da carta. Enquanto não chegar não se pode fazer o interrogatório. Se for o caso deve-se pedir
sobrestamento.
CARTA PRECATÓRIA – documento pelo qual um órgão judicial demanda a outro a prática
de ato processual que necessita ser realizado fora dos limites de sua competência territorial.
Diz-se simplesmente precatória. Hoje tanto pode ser solicitada por carta como por telegrama,
telefone, e-mail e outros. A carta precatória deve conter todos os elementos que são
indicados para sua formação:
a) a indicação da autoridade deprecada e da deprecante;
b) a designação dos lugares, de onde e para onde é expedida;
c) o inteiro teor da documentação de origem e do respectivo despacho;
d) os quesitos a serem respondidos;
e) observar a forma apropriada para sua elaboração.
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A carta precatória é o instrumento que serve para indicar o ato, cuja prática se requisita de
outra autoridade. Serve a vários fins: audição de pessoas, notificação, apreensão ou qualquer
outra medida processual, que não possa ser executada na localidade em que tramita o
processo/procedimento administrativo. Não deve ser utilizada, em regra, em relação aos
acusados em geral.

Art. 185. Carta Precatória, conforme modelo referencial é o documento que tem por objetivo
requisitar diligência que deva ser cumprida em localidade diversa daquela em que foi
instaurado o processo ou procedimento administrativo.
Art. 186. No curso da instrução, o encarregado poderá expedir carta precatória à autoridade
militar do local onde a testemunha a ser ouvida, militar ou civil, estiver servindo ou residindo,
a fim de notificá-la, inquiri-la ou designar militar que a inquira, obedecendo a princípio, as
normas de hierarquia, para cumprimento da diligência.
§1º. O reclamante/vítima poderá, também, ser ouvido por carta precatória, mediante avaliação
do encarregado, quando a situação assim o exigir.
§2º. O sindicado, somente em caso de impossibilidade ou conveniência administrativa, será
inquirido por carta precatória. A regra é a audição pessoal do referido militar, principalmente
na fase do interrogatório e da defesa final. Nesses dois casos, se feito por precatória, a
notificação deve ser, obrigatoriamente, formulada pelo encarregado e encaminhada à
autoridade deprecada.
§3º. O parágrafo anterior não se aplica a acusados em PAD/PADS/PAE.
§4º. Juntamente com a carta precatória, o encarregado enviará, no mínimo, a cópia da
portaria do processo.
§5º. Antes da remessa da precatória, o sindicado/acusado ou seu defensor, obrigatoriamente,
deverá ser notificado do conteúdo do documento, com no mínimo 48 (quarenta e oito) horas
de antecedência, com vistas a conhecer, previamente, as perguntas que serão elaboradas,
possibilitando-lhe inserir outros questionamentos no referido documento, antes de sua
remessa.
§6º. O sindicado/acusado ou seu defensor serão notificados, com no mínimo 48 (quarenta e
oito) horas de antecedência, acerca da data e local onde será cumprida a diligência constante
da carta precatória.
§7º. Será expedida carta rogatória quando se tratar de diligência a ser cumprida fora do país,
se demonstrada previamente a imprescindibilidade da medida, devendo arcar a parte
requerente com os custos do seu envio.
Art. 187. A expedição de precatória, para instrução de processos, objetiva dar celeridade aos
feitos e atender ao pressuposto da economia processual e, para isso, o encarregado poderá
utilizar os meios de comunicações disponíveis, como correio eletrônico, telegrama, fax e
outros.
Art. 188. A Carta Precatória deverá conter no mínimo, os seguintes elementos:
I – a indicação da autoridade deprecada (que cumprirá ou nomeará o encarregado para
cumprir a precatória) e a deprecante (que solicita a diligência);
II – a designação dos lugares de onde e para onde é expedida (remetente e destinatário);
III – a cópia da portaria ou do despacho que deu origem ao processo ou procedimento;
IV – a individuação e o endereço da pessoa a ser ouvida ou outra diligência a ser realizada;
V – os questionamentos e quesitos formulados pelo deprecante e, quando for o caso, de
processo de natureza acusatória, também os formulados pelo sindicado/acusado e/ou seu
defensor;
VI – solicitação de que a autoridade deprecada informe à autoridade deprecante, com
antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, acerca da data e local onde será
cumprida a diligência, a fim de que sindicado/acusado ou seu defensor seja notificado para,
caso queira, acompanhe o ato.
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Art. 189. A linguagem a ser utilizada deverá ser a mais clara possível e os quesitos a serem
respondidos pela autoridade deprecada serão elaborados de forma ordenada, para
compreensão no seu cumprimento.
Parágrafo único. Deve-se alertar a autoridade deprecada de que outras perguntas que se
fizerem necessárias poderão ser formuladas pelo encarregado do cumprimento da precatória,
além daquelas já existentes na documentação que receber.
Art. 190. A expedição da carta precatória, por si só, não suspende ou interrompe o
andamento do processo. Poderá o encarregado, quando não tiver outras diligências a serem
desenvolvidas, solicitar o sobrestamento dos autos, até a resposta da autoridade deprecada.
Art. 191. A carta precatória será expedida diretamente pelo encarregado (deprecante), ao
comandante, diretor ou chefe (deprecado) da localidade onde se encontrar a pessoa a ser
ouvida.
Parágrafo único. Caso a resposta ao pedido do encarregado esteja sendo dificultada ou
negada pelo órgão deprecado, nova cobrança deverá ser feita por intermédio da autoridade
militar delegante ou do Comandante da Unidade de Direção Intermediária. Permanecendo a
pendência e sendo efetivamente relevante o cumprimento da precatória, deverá ser acionada
a Corregedoria da IME (CPM ou CCBM) para intervenção no procedimento.
Art. 192. Recebida a carta precatória, deverá a autoridade deprecada designar,
imediatamente, militar sob o seu comando para a realização das diligências, observando-se o
grau hierárquico em relação ao militar sindicado/acusado, conforme modelo referencial.
§1º. No ato da designação, deverá a autoridade deprecada estipular o prazo para
cumprimento da carta precatória, que, em regra, será de 05 (cinco) dias úteis.
§2º. Nos casos de maior complexidade ou por conveniência administrativa, poderá,
motivadamente, ser estipulado prazo diverso ao previsto no parágrafo anterior para
cumprimento da carta precatória.
Art. 193. O encarregado do cumprimento da carta precatória deverá observar todas as
orientações especificadas neste manual para a produção dos atos probatórios em processos
administrativos.

Art. 370. Para o militar que durante a instrução do PAD vier a praticar nova falta disciplinar,
incurso no inciso I e/ou II do art. 64 do CEDM, deverá ser adotado novo rito processual,
independente, inclusive com aplicação da sanção disciplinar cabível, que poderá ensejar na
submissão de um novo PAD.
Art. 371. O PAD que tiver como acusado um oficial deverá ser encaminhado à Justiça Militar
para decisão, via Comandante-Geral, no caso de possível aplicação de reforma disciplinar
compulsória, demissão ou perda do posto e patente, nos termos do §3º do art. 74 do CEDM.

MELHORIA DE CONCEITO
Art. 372. Ocorrendo melhoria de conceito do militar submetido ao PAD, com base no inciso I
do art. 64 do CEDM, deverá ser observado o seguinte:
I – quando a melhoria de conceito ocorrer antes da reunião de instalação, não haverá razão
para a continuidade dos trabalhos, devendo a autoridade convocante anular a portaria de
convocação, por perda do objeto;
II – quando a melhoria de conceito ocorrer após a reunião de instalação, os trabalhos da
CPAD devem prosseguir normalmente, até a decisão final. A circunstância da melhoria de
conceito poderá constituir em atenuante quando da aplicação da sanção disciplinar o que não
impedirá a aplicação de quaisquer das sanções definidas no art. 24 do CEDM;
III – caso o militar seja submetido ao processo, com base nos incisos I e II do art. 64 do
CEDM, simultaneamente, e ocorrer a melhoria de conceito, os trabalhos da CPAD
prosseguirão normalmente, até a sua decisão final.
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IRREGULARIDADES ANTERIORES AO PAD


Art. 373. As irregularidades existentes no processo/procedimento administrativo que derem
ensejo ao PAD serão sanadas no curso deste, não havendo que se falar em cerceamento de
defesa, considerando que não houve aplicação de sanção ao acusado até este momento.
Parágrafo único. O processo/procedimento administrativo precedente ao PAD, mesmo que
possua defesa final, não necessita ser submetido à análise do CEDMU, que ocorrerá somente
ao final do novo processo.

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