Temperança - Te
Temperança - Te
Temperança - Te
Ellen G. White
2005
Copyright © 2021
Ellen G. White Estate, Inc.
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Resumo
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G. White.
Sobre a Autora
Ellen G. White (1827-1915) é considerada como a autora Ameri-
cana mais traduzida, tendo sido as suas publicações traduzidas para
mais de 160 línguas. Escreveu mais de 100.000 páginas numa vasta
variedade de tópicos práticos e espirituais. Guiada pelo Espírito
Santo, exaltou Jesus e guiou-se pelas Escrituras como base da fé.
Outras Hiperligações
Uma Breve Biografia de Ellen G. White
Sobre o Estado de Ellen G. White
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derá financiar este serviço, é favor contactar o Estado de Ellen G.
i
White: (endereço de email). Estamos gratos pelo seu interesse e
pelas suas sugestões, e que Deus o abençoe enquanto lê.
ii
iii
Prefácio
vi
Conteúdo vii
10
Capítulo 2 — O início da intemperança
[21] ferozes tentações que Satanás podia inventar, ele, também, pode ter
inteiro êxito em sua guerra contra o mal, e poderá no final ter na
fronte a coroa do vencedor, no reino de Deus. — Conselhos Sobre o
Regime Alimentar, 167.
Vitória mediante obediência e esforço contínuo — Os que
vencem como Cristo venceu, necessitam guardar-se continuamente
contra as tentações de Satanás. O apetite e as paixões precisam ser
restringidos e postos sob o domínio de uma consciência esclarecida,
de modo que o intelecto seja preservado, claras as faculdades percep-
tivas e os manejos de Satanás e seus ardis não sejam interpretados
como providências de Deus. Muitos desejam a final recompensa
e vitória que são dadas aos vencedores, mas não estão dispostos
a sofrer labuta, privação e renúncia do próprio eu, como fez seu
Redentor. É somente mediante obediência e esforço contínuo que
venceremos como Cristo venceu.
O poder dominador do apetite demonstrar-se-á a ruína de mi-
lhares, quando caso houvessem vencido nesse ponto, haveriam tido
força moral para ganhar a vitória sobre qualquer outra tentação de
Satanás. Os escravos do apetite, porém, falharão no aperfeiçoar o
caráter cristão. A contínua transgressão do homem por seis mil anos
tem trazido doenças, dores e morte como colheita. E à medida que
nos aproximamos do fim do tempo, a tentação de Satanás para con-
descender com o apetite será mais poderosa e mais difícil de vencer.
— Testimonies for the Church 3:491, 492.
Reclamar o poder vencedor de Cristo — Cristo recebeu po-
der de Seu Pai para dar ao homem Sua graça e resistência divinas
— tornando-lhe possível vencer mediante Seu nome. Há poucos
seguidores de Cristo, apenas, que preferem empenhar-se com Ele na
obra de resistir às tentações de Satanás como Ele resistiu, e vence-
rem. ...
Todos se acham pessoalmente expostos às tentações que Cristo
[22] venceu, mas é-lhes proporcionada força no todo-poderoso nome do
grande Vencedor. E todos precisam vencer por si mesmos, individu-
almente. — The Signs of the Times, 13 de Agosto de 1874.
Que faremos? — Não nos achegaremos ao Senhor para que Ele
nos possa salvar de toda intemperança no comer e beber, de toda
paixão profana, concupiscente, toda impiedade? Não nos humilhare-
mos perante Deus, afastando de nós tudo quanto corrompe a carne
A importância da vitória de Cristo sobre o apetite 21
28
Problema econômico 29
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Uma causa de acidentes 35
mas para atuar naqueles que ainda não estão além do alcance da
simpatia e do auxílio. ...
Legalizando o tráfico de bebidas alcoólicas, a lei dá sua sanção
para a queda da alma, e recusa deter esse comércio que inunda a
Terra de males. Considerem os legisladores se todo esse risco para a
vida humana, a energia física e a visão mental, é ou não é evitável.
É acaso necessário toda essa destruição de vida humana? — The
Review and Herald, 29 de Maio de 1894.
A responsabilidade do comerciante de bebidas alcoólicas —
Os que vendem bebidas intoxicantes a seu próximo ... recebem
o ganho dos ébrios, e não lhes dão nenhum equivalente por seu
dinheiro. Ao contrário, dão-lhes aquilo que os enlouquece, fá-los
agir como tolos, e transforma-os em demônios de mal e crueldade.
...
Os anjos de Deus, porém, têm testemunhado todo passo na trilha [40]
descendente, e têm ligado toda conseqüência resultante de um ho-
mem pôr a garrafa nos lábios de seu semelhante. O comerciante de
bebidas está escrito nos registros entre aqueles cujas mãos se acham
tintas de sangue. É condenado por conservar em mãos o venenoso
trago pelo qual seu semelhante é tentado para a ruína, e pelo qual
os lares se enchem de miséria e degradação. O Senhor considera o
traficante de bebidas responsável por cada moedinha que lhe cai na
gaveta, vinda do ganho do pobre ébrio que perdeu a força moral, que
afogou sua varonilidade na bebida. — The Review and Herald, 8 de
Maio de 1894.
Ele deve responder perante Deus — Não importa qual seja a
fortuna, o poder ou a posição de um homem à vista do mundo, não
importa se ele teve ou não o consentimento da lei da Terra para
vender bebidas venenosas a seu semelhante; ele será considerado
responsável aos olhos do Céu por degradar a alma que foi redimida
por Cristo, e será citado perante o tribunal do juízo por rebaixar um
caráter que devia haver refletido a imagem de Deus, para refletir a
imagem daquilo que jaz abaixo da criação animal.
Estimulando os homens a se educarem no hábito da bebida,
o vendedor de álcool está efetivamente tirando a justiça da alma,
e levando homens a se tornarem abjetos escravos de Satanás. O
Senhor Jesus, o Príncipe da Vida, acha-Se em conflito com Satanás,
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nunca fez vinho intoxicante; tal ato haveria sido contrário a todos os
ensinos e exemplo de Sua vida. ... O vinho que Cristo fez da água
mediante um milagre de Seu poder, era o puro suco da uva. — The
Signs of the Times, 29 de Agosto de 1878.
Capítulo 5 — Os cristãos e a produção de artigos
para a manufatura de bebidas espirituosas
102
Seção 6 — Ativar princípios de uma vida [102]
transformada
Capítulo 1 — Unicamente quando a vida é
transformada
podereis fazer em vossas forças. Cristo diz: “Estou à tua direita para
te ajudar.” — Manuscrito 9, 1893.
Por que tantos fracassam? — Tentações à condescendência
com o apetite possuem um poder que só pode ser vencido pelo
auxílio dado por Deus. Mas com cada tentação temos a promessa de
Deus de que haverá um escape. Por que, então, tantos são vencidos?
[106] É porque não põem a confiança em Deus. Não se aproveitam dos
meios providenciados para sua segurança. As desculpas dadas para
satisfação do apetite pervertido são, portanto, de nenhum peso diante
de Deus. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 22.
O único remédio — Para toda alma em luta por se erguer de
uma vida de pecado a uma de pureza, o grande elemento de poder
reside no único nome “debaixo do céu”, “dado entre os homens,
pelo qual devamos ser salvos”. Atos dos Apóstolos 4:12. “Se alguém
tem sede” de tranqüilizadora esperança, de libertação de propensões
pecaminosas, Cristo diz: “venha a Mim, e beba.” João 7:37. O único
remédio para o vício, é a graça e o poder de Cristo.
As boas resoluções tomadas por alguém em suas próprias forças,
nada valem. Nem todos os votos do mundo quebrariam o poder
do mau hábito. Homem algum nunca praticará a temperança em
todas as coisas enquanto seu coração não estiver renovado pela graça
divina. Não nos podemos guardar de pecar por um momento sequer.
A cada instante dependemos de Deus. ...
Cristo viveu uma vida de perfeita obediência à lei de Deus,
deixando nisto um exemplo perfeito a toda criatura humana. A vida
que Ele viveu neste mundo, devemos nós viver, mediante Seu poder,
e sob as Suas instruções.
Requer-se obediência perfeita — Em nossa obra pelos caídos,
cumpre gravar na mente e no coração deles as reivindicações da lei
de Deus e a necessidade de lealdade para com Ele. Nunca deixeis
de mostrar que existe assinalada diferença entre os que servem a
Deus e os que O não servem. Deus é amor, mas não pode desculpar
a voluntária desconsideração de Seus mandamentos. Os decretos
de Seu governo são de tal ordem, que o homem não escapa às con-
seqüências da deslealdade. Somente àqueles que O honram pode Ele
honrar. A conduta do homem neste mundo decide seu destino eterno.
Segundo houver semeado, assim ceifará. A causa será seguida do
efeito.
O segredo da vitória — conversão 109
sozinhos; e quão gratos devemos ser por ter um Salvador vivo, pronto
e disposto a ajudar-nos!
Lembro-me do caso de um homem que se encontrava em uma
congregação à qual eu estava falando. Achava-se quase arruinado de
corpo e mente pelo uso da bebida alcoólica e pelo fumo. Achava-se
encurvado pelo efeito da dissipação; e sua roupa estava em harmonia
com a condição abalada de seu físico. Segundo todas as aparências,
ele fora demasiado longe para recuperar-se. Mas quando apelei para
ele a que resistisse à tentação no poder de um Salvador ressuscitado,
ele se ergueu tremente, e disse: “A senhora tem interesse por mim, e
eu terei interesse por mim mesmo.” Seis meses depois, veio à minha
casa. Não o reconheci. Com semblante que irradiava alegria e olhos
transbordantes de lágrimas, segurou-me a mão, e disse: “A senhora
não me reconhece, mas lembra-se do homem com o velho casaco
azul, o qual se ergueu em sua congregação, e disse que tentaria
reformar-se?” Fiquei pasma. Ali estava ele ereto, e parecia dez anos
mais jovem. Fora para casa depois daquela reunião, e passara longas
horas em luta e oração até ao raiar do Sol. Fora uma noite de conflito
mas, graças a Deus, saíra vitorioso. Esse homem podia contar por
triste experiência o que seja a escravidão dos maus hábitos. Sabia
advertir os jovens dos perigos da contaminação; e aos que, tal como
ele, haviam sido vencidos, podia ele indicar a Cristo como a única
fonte de auxílio. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 19,
20.
Nenhuma reforma genuína sem Cristo — À parte do poder
divino, nenhuma reforma genuína pode ser efetuada. As barreiras [110]
humanas erguidas contra as tendências naturais e cultivadas, não são
mais que bancos de areia contra uma torrente. Enquanto a vida de
Cristo não se torna um poder vitalizante em nossa vida, não nos é
possível resistir às tentações que nos assaltam interior e exterior-
mente.
Cristo veio a este mundo e viveu a Lei de Deus, a fim de que o
homem pudesse ter perfeito domínio sobre as naturais inclinações
que corrompem a alma. Médico da alma e do corpo, Ele dá vitória
sobre as concupiscências em luta no íntimo. Proveu toda facilidade
para que o homem possa possuir inteireza de caráter.
Quando uma pessoa se entrega a Cristo, seu espírito é posto sob o
domínio da lei; mas é a lei real que proclama liberdade a todo cativo.
112 Temperança
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contamina o corpo. Ele nos manda sair do meio delas e ser sepa-
rados, e não tocar coisa imunda. Cumpre-nos dar um exemplo de
temperança cristã. Fazer tudo ao nosso alcance pela abnegação e o
sacrifício, para controlar o apetite. E havendo feito tudo, pede-nos
que resistamos — resistamos em Sua força. Deseja que sejamos vi-
toriosos em todo conflito com o inimigo de nossa alma. Deseja que
procedamos com entendimento, como sábios generais de um exér-
cito, como homens que possuem perfeito domínio sobre si mesmos.
— Manuscrito 38, 1905.
[120] Capítulo 5 — Auxílio para o tentado
140
O que envolve a verdadeira temperança 141
eles o fazem para alcançar uma coroa corruptível, nós, porém, uma
incorruptível.” — The Signs of the Times, 2 de Outubro de 1907.
O apóstolo Paulo menciona aqui as corridas a pé, com as quais os
coríntios se achavam familiarizados. Os competidores nas corridas
eram submetidos à mais severa disciplina a fim de se adaptarem à
prova de sua resistência. Simples era seu regime. Eram proibidos
o vinho e as comidas indigestas. Seu alimento era cuidadosamente
escolhido. Eles procuravam saber o que era mais apropriado para
torná-los sadios e ativos, e comunicar-lhes vigor e resistência físicos,
de modo que pudessem exigir o máximo possível de suas forças.
Toda satisfação que tendesse a enfraquecer-lhes as faculdades físicas,
era-lhes proibida. — The Signs of the Times, 27 de Janeiro de 1909.
Se homens pagãos, que não eram regidos por uma consciência
esclarecida, que não tinham o temor de Deus diante de si, submetiam-
se à privação e à disciplina do treino, negando-se a si mesmos toda
satisfação enfraquecedora meramente por uma coroa de material
perecível e os aplausos da multidão, quanto mais devem os que
estão correndo a carreira cristã na esperança da imortalidade e da
aprovação do Alto Céu ser voluntários em renunciar aos nocivos
estimulantes e satisfações que degradam os costumes, enfraquecem
o intelecto e põem as faculdades mais elevadas em sujeição aos
apetites e paixões animais!
Multidões no mundo estão testemunhando esta partida da vida,
o combate cristão. E isto não é tudo. O Monarca do Universo e
as miríades de anjos celestes são espectadores dessa corrida, estão
observando ansiosamente a ver os que sairão vitoriosos, e hão de ga-
nhar a coroa de glória imarcescível. Com intenso interesse Deus e os
anjos celestes assinalam as renúncias, os sacrifícios e os angustiados [145]
esforços dos que se empenham na corrida cristã. A recompensa dada
a todo homem estará em harmonia com a energia perseverante e a
diligência fiel com que ele desempenha sua parte no grande pleito.
Nos aludidos jogos, apenas um tinha assegurado o prêmio. Na
corrida cristã, diz o apóstolo: “eu assim corro, não como a coisa
incerta.” Não devemos ser decepcionados ao fim da carreira. A
todos quantos satisfizerem plenamente as condições indicadas na
Palavra de Deus, e tiverem o senso de sua responsabilidade quanto
a conservar o vigor e a atividade físicos, a fim de possuírem mente
equilibrada e costumes saudáveis, a corrida não é incerta. Todos
148 Temperança
a Deus, era respeitoso e obediente para com aqueles que sobre ele
tinham autoridade; mas tinha tão elevada consciência dos direitos
de Deus que as exigências dos governadores terrestres se lhes subor-
dinavam. Não seria induzido por nenhuma consideração egoísta a
desviar-se do dever.
O caráter de Daniel é apresentado ao mundo como um admirável
exemplo do que a graça de Deus pode fazer de homens caídos
por natureza e corrompidos pelo pecado. O registro de sua vida
nobre, abnegada, é uma animação para a humanidade em geral. Dela
podemos reunir forças para resistir nobremente à tentação e, firmes
e na graça da mansidão, manter-nos na defesa do direito sob a mais
severa provação.
A aprovação de Deus, mais cara que a própria vida — Daniel
poderia haver encontrado uma desculpa plausível para desviar-se
de seus estritos hábitos de temperança; mas a aprovação de Deus
era para ele mais cara do que o favor do mais poderoso potentado
terrestre — mais cara mesmo do que a própria vida. Havendo, por
sua conduta cortês, obtido o favor de Melzar — o oficial que tinha a
seu cargo os jovens hebreus — Daniel pediu que lhes concedesse
não precisarem comer o manjar da mesa do rei, nem beber de seu
vinho. Melzar temia que, condescendendo com este pedido, poderia
incorrer no desagrado do rei, e assim pôr em perigo a própria vida.
Como acontece com muitos hoje em dia, ele pensava que um regime
moderado faria com que esses jovens se tornassem pálidos e de
aparência doentia, e deficientes na força muscular, ao passo que o
abundante alimento da mesa do rei os tornaria corados e belos, e
promoveria as atividades físicas e mentais.
Daniel pediu que a questão se decidisse por uma prova de dez
[154] dias, sendo permitido aos jovens hebreus, durante esse breve período,
comer alimento simples, enquanto seus companheiros participavam
das guloseimas do rei. A petição foi, finalmente, deferida, e então
Daniel se sentiu seguro de que havia ganho a causa. Conquanto
jovem, havia visto os danosos efeitos do vinho e de um viver luxuoso,
sobre a saúde física e mental.
Deus defende seus servos — Ao fim dos dez dias achou-se
ser o resultado exatamente o contrário das expectativas de Melzar.
Não somente na aparência pessoal, mas em atividade física e vi-
gor mental, aqueles que haviam sido temperantes em seus hábitos
O exemplo de Daniel 157
vinha sobre ele. Enquanto era instruído pelos homens nos deveres da
vida da corte, era por Deus ensinado a ler os mistérios dos séculos
futuros e a apresentar às gerações vindouras, mediante números
e símiles, as maravilhosas coisas que se dariam nos últimos dias.
— Santificação, 19-25.
Os jovens hebreus não agiram presunçosamente, mas com firme
confiança em Deus. Não escolheram ser singulares, mas sê-lo-iam
de preferência a desonrar a Deus. — Profetas e Reis, 483.
A recompensa da temperança para nós, também — Os he-
breus cativos eram homens sujeitos às mesmas paixões que nós.
Em meio às sedutoras influências das luxuosas cortes de Babilô-
nia, permaneceram fiéis. A juventude de hoje se acha cercada de
engodos que os convidam à condescendência consigo mesmos. Es-
pecialmente em nossas cidades grandes, toda forma de satisfação
[156] sensual se torna fácil e convidativa. Aqueles que, à semelhança de
Daniel, se recusam a contaminar-se, colherão a recompensa dos
hábitos temperantes. Com sua maior capacidade de resistência física
e aumentado vigor, possuem um banco de onde sacar nos casos de
emergência.
Os hábitos físicos corretos promovem superioridade mental.
Capacidade intelectual, resistência física e longevidade, dependem
de leis imutáveis. O Deus da natureza não interferirá para preservar
os homens das conseqüências de violação das regras da natureza.
Aquele que luta pelo domínio, precisa ser temperante em tudo. A
clareza mental e a firmeza de propósitos de Daniel, sua capacidade
de adquirir conhecimentos e de resistir à tentação, deviam-se, em
alto grau, à simplicidade de seu regime alimentar aliada a uma vida
de oração.
Há muita verdade genuína no adágio: “Todo homem é o arquiteto
de sua própria sorte.” Ao passo que os pais são responsáveis pelo
cunho do caráter de seus filhos, bem como pela sua educação, é ainda
verdade que nossa posição e utilidade no mundo dependem, em
grande parte, de nossa maneira de agir. Daniel e seus companheiros
gozaram os benefícios da educação correta na infância, mas essas
vantagens apenas não os haveriam tornado o que eles foram. Chegou
o tempo em que tiveram de agir por si mesmos — quando seu
futuro dependia de sua própria conduta. Decidiram então ser fiéis às
lições a eles dadas na infância. O temor de Deus, que é o princípio
O exemplo de Daniel 159
168
Capítulo 8 — Os Adventistas do Sétimo Dia, líderes
espirituais
174
Influência pré-natal 175
178
O poder das tendências hereditárias 179
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192 Temperança
fez de Deus sua força e não foi por Ele abandonado no tempo de sua
maior necessidade. — Testimonies for the Church 4:569, 570.
O resultado da fiel educação doméstica — Os pais de Daniel
haviam-no educado em sua infância em hábitos de estrita tempe-
rança. Haviam-lhe ensinado que se devia harmonizar em todos os
seus hábitos com as leis da natureza; que a maneira por que ele co-
mia e bebia tinha direta influência sobre sua natureza física, mental
e moral, e que ele era responsável para com Deus por seus dons;
pois considerava-os a todos como dotes vindos de Deus, e não devia,
por qualquer modo de proceder, amesquinhá-los ou prejudicá-los. [191]
Em resultado desse ensino, a lei de Deus foi exaltada em seu es-
pírito, e reverenciada em seu coração. Nos primeiros anos de seu
cativeiro, Daniel passou por uma prova que o devia familiarizar
com a grandeza da corte, com a hipocrisia e o paganismo. Estranha
escola, em verdade, para habilitá-lo para uma vida de sobriedade,
laboriosidade e fidelidade! Todavia ele viveu incontaminado pela
atmosfera corrupta que o circundava.
A experiência de Daniel e seus jovens companheiros ilustra os
benefícios que podem resultar de um regime abstêmio, e mostra o
que Deus fará por aqueles que cooperam com Ele na purificação e
erguimento da alma. Eles foram uma honra para Deus, e uma luz
ardente e resplandecente na corte de Babilônia.
O chamado de Deus a nós — Ouvimos, nessa história, a voz
de Deus se dirigindo a nós, individualmente, ordenando-nos que
reunamos todos os preciosos raios de luz sobre esse assunto que é a
temperança cristã, e coloquemo-nos na devida relação para com as
leis da saúde.
Queremos uma parte na herança eterna. Queremos um lugar na
cidade de Deus, livre de toda impureza. Todo o Céu está observando
a ver como estamos combatendo o combate contra a tentação. Todos
os que professam o nome de Cristo, andem de tal maneira perante
o mundo, que ensinem pelo exemplo assim como por preceito os
princípios da verdadeira maneira de viver. “Rogo-vos pois, irmãos,
pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacri-
fício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
— Christian Temperance and Bible Hygiene, 23, 24.
Estudantes cuidarem — A natureza do alimento e o modo por
que é ele comido exercem poderosa influência sobre a saúde. Mui-
196 Temperança
200
Educação na temperança 201
204
Assinar o compromisso 205
que eles reconheçam ainda que tendes em vista o que lhes é melhor.
— The Review and Herald, 9 de Dezembro de 1884.
Providenciar feriados interessantes — Temos buscado zelosa-
mente tornar os feriados o quanto possível interessantes para jovens
e crianças. ... Nosso objetivo tem sido conservá-los afastados de
cenas de diversões entre incrédulos.
Tenho pensado que, enquanto restringimos nossas crianças dos
prazeres mundanos, que têm a tendência de corromper e desenca-
minhar, devemos prover-lhes recreações inocentes, conduzi-los por
trilhos aprazíveis em que não haja perigo. Nenhum filho de Deus
precisa ter uma vida triste e lamentosa. Os mandamentos divinos, as
divinas promessas mostram que é assim. Os caminhos da sabedoria [212]
“são caminhos de delícias, e todas as suas veredas paz”. Os prazeres
mundanos são absorventes, e por seu momentâneo gozo sacrificam
muitos a amizade do Céu, com a paz, o amor e a alegria que ela
proporciona. Esses preferidos objetos de deleite em breve se tornam
enfadonhos, não mais satisfazem.
As atrações da vida cristã — Precisamos fazer tudo ao nosso
alcance para ganhar almas mediante as atrações da vida cristã. Nosso
Deus é amante do belo. Ele poderia haver revestido a Terra de
marrom e cinza, e as árvores com roupagem de luto em vez de sua
folhagem de vivo verdor; Ele, porém, queria Seus filhos felizes.
Toda folha, todo botão a entreabrir-se e toda flor que desabrocha, é
um sinal de Seu terno amor; e nós devemos almejar apresentar aos
outros o maravilhoso amor por Ele expresso nas obras que criou.
Deus desejaria que toda família e toda igreja exercesse um poder
atrativo que afastasse seus filhos dos sedutores prazeres do mundo,
e do convívio com aqueles cuja influência tenderia a corromper.
Estudai a maneira de conquistar os jovens para Jesus. Impressionai-
lhes a mente com a misericórdia e a bondade de Deus em permitir-
lhes, a eles, pecadores como sejam, fruírem as vantagens, a glória
e a honra de serem filhos e filhas do Altíssimo. Que estupendo
pensamento, que condescendência inominável, que pasmoso amor,
serem homens finitos aliados ao Onipotente! “Deu-lhes o poder de
serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome.”
“Amados, agora somos filhos de Deus.” Pode acaso qualquer
honra mundana ser igual a isto?
218 Temperança
229
230 Temperança
teresse, entre nosso povo, para ampliar este ramo da obra do Senhor.
Não nos podemos permitir perder uma ocasião de unir-nos com a
[226] obra da temperança em qualquer parte. Se bem que a causa da tem-
perança nos países estrangeiros não avance sempre tão rapidamente
como poderíamos desejar, todavia em alguns lugares os esforços
dos que se empenharam nela foram seguidos de decidido êxito. Na
Europa, achamos o povo acessível nesta questão. Uma ocasião em
que aceitei um convite para falar a um grande auditório acerca da
temperança, o povo honrou-me colocando no púlpito a bandeira
americana. Minhas palavras foram recebidas com a mais profunda
atenção, e ao fim de minha palestra foi-me concedido caloroso voto
de agradecimentos. Nunca, em toda a minha obra nesse sentido,
recebi uma palavra de desrespeito. — Carta 278, 1907.
Seção 12 — O desafio do momento [227]
244
Pela voz — parte de nossa mensagem evangelística 245
* Nota: Em princípios do verão de 1881, na reunião campal de Des Moines, Iowa, foi
apresentada aos delegados uma resolução, que reza: “Resolvido: Que expressemos nosso
profundo interesse no movimento pró-temperança ora em andamento neste Estado; e que
instruamos todos os nossos ministros a usarem sua influência entre nossas igrejas e junto
ao povo em geral para induzi-los a envidar todo esforço coerente, pelo trabalho individual
e na urna eleitoral, em favor da emenda proibitória à Constituição, a qual os amigos da
temperança estão procurando conseguir.” — The Review and Herald, 5 de Junho de 1881.
Alguns, porém, objetaram à cláusula que pedia ação à “urna eleitoral” e insistiam em sua
supressão. A Sra. White, que assistia à reunião campal, retirara-se, mas foi chamada a dar
seu conselho. Escrevendo sobre isso naquele tempo, diz ela: “Preparei-me e achei que
devia falar sobre o assunto se nosso povo devia votar pela proibição. Disse-lhes: ‘Sim’, e
falei por vinte minutos.” — Carta 6, 1881.
Capítulo 7 — O chamado à ceifa
262
O chamado à ceifa 263
que deviam ministrar nas coisas santas, para que pudessem “fazer
diferença entre o santo e o profano”, e pudessem ensinar “os estatu-
tos que o Senhor lhes tem falado”. O efeito das bebidas intoxicantes
é enfraquecer o corpo, confundir a mente, e aviltar a moral. Todos
quantos ocupavam posições de responsabilidade deviam ser homens
estritamente temperantes, a fim de que sua mente fosse clara para
discriminar entre o direito e o erro, e assim pudessem possuir fir-
meza de princípios, e sabedoria para administrar justiça e mostrar
misericórdia.
Esse mandamento direto e solene devia-se estender de geração a
geração, até ao fim do tempo. Em nossos salões legislativos e cortes
de justiça não menos que em nossas escolas e igrejas, necessitam-se
homens de princípios; homens que se dominem a si mesmos, de
vivas percepções e juízo são. Se a mente fica nublada ou os princípios
são rebaixados pela intemperança, como pode o juiz dar uma justa
decisão? Tornou-se incapaz de pesar as evidências ou entrar em
investigação crítica; ele não possui força moral para erguer-se acima
dos motivos de interesse próprio ou da influência da parcialidade ou
do preconceito. E por isso talvez uma vida humana seja sacrificada,
ou um inocente privado de sua liberdade ou do seu bom nome que é
mais caro que a própria vida. Deus proibiu que aqueles a quem Ele
confiou sagrados depósitos como mestres ou governadores do povo [269]
se incapacitem assim para os deveres de sua elevada posição.
Instruções a Manoá e a Zacarias — Há lição para os pais
nas instruções dadas à mulher de Manoá, e a Zacarias, pai de João
Batista. O anjo do Senhor trouxe as novas de que Manoá devia
ser pai de um filho que devia libertar a Israel; e, em resposta à
ansiosa pergunta: “Como se há de criar o menino, e que fará ele?”
o anjo deu especiais direções para a mãe: “De nenhum produto
da vinha poderá ela comer, não beba vinho nem bebida que possa
embriagar, e não coma cousa alguma imunda. Guarde tudo quanto
lhe ordenei.” [Trad. Brasileira.] A criança será afetada, para bem
ou mal, pelos hábitos da mãe. Ela própria deve ser controlada por
princípios, e precisa observar temperança e abnegação, caso busque
o bem-estar de seu filho. E os pais da mesma maneira que as mães
são incluídos nessa responsabilidade. Ambos transmitem os próprios
característicos, mentais e físicos, suas disposições e apetites, a seus
filhos. Em resultado da intemperança paterna, são os filhos muitas
276 Temperança
Pôs-lhes Deus nas mãos a preciosa mocidade, não somente para ser
preparada para um lugar de responsabilidade nesta vida, mas para as
cortes celestes. Cumpre-nos manter em vista a vida futura, e traba-
lhar de maneira que, ao chegarmos às portas do Paraíso, possamos
dizer: “Eis-me aqui, com os filhos que me deu o Senhor.”
Mas no trabalho de temperança há deveres impendentes sobre
os jovens, os quais ninguém pode fazer por eles. Ao passo que os
pais são responsáveis pelo cunho de caráter bem como quanto à [271]
educação e preparo que dão a seus filhos e filhas, ainda permanece
verdade que nossa posição e utilidade no mundo dependem, em alto
grau, de nossa própria conduta.
Daniel, um nobre exemplo — Em parte alguma encontraremos
ilustração mais compreensiva e eloqüente da verdadeira temperança
e das bênçãos que a acompanham do que na história do jovem Daniel
e seus companheiros na corte de Babilônia. Quando eles foram
escolhidos para ser instruídos nas letras e na língua dos caldeus,
para “viverem no palácio do rei”, este lhes determinou “a ração de
cada dia, da porção do manjar do rei, e do vinho que ele bebia”. “E
Daniel assentou no seu coração não se contaminar com a porção do
manjar do rei, nem com o vinho que ele bebia.” Não somente esses
mancebos declinaram o beber o vinho do rei, mas abstiveram-se
das iguarias de sua mesa. Obedeceram à lei divina, tanto a natural
como a moral. A seus hábitos de renúncia aliavam-se a sinceridade
de propósito, a diligência e a firmeza. E os resultados manifestam a
sabedoria de sua orientação.
Deus honra sempre o direito. Os jovens mais promissores de
todas as terras sujeitadas pelo grande conquistador, haviam-se reu-
nido em Babilônia; todavia entre todos eles, os cativos hebreus não
tinham rival. A figura ereta, o passo firme e flexível, o semblante
sereno, mostrando a pureza do sangue, os sentidos não embotados,
o hálito incontaminado — tudo era testemunho dos bons hábitos,
insígnia de nobreza com que são honrados pela Natureza aqueles
que são obedientes a suas leis. E quando sua capacidade e suas aqui-
sições foram provadas pelo rei ao fim daqueles três anos de preparo,
nenhum foi achado “como Daniel, Hananias, Misael e Azarias”. Sua
pronta percepção, sua linguagem escolhida e correta, seus extensos
e variados conhecimentos, testificaram do equilíbrio de resistência e
do vigor de suas faculdades mentais.
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