Aula 10 - o Poder Nas Organizações
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Tecla Geral da Admunistração ms Edilora Thomson
12.1 Introdução
Como bem colocam Pagês, Bonnetti, De Gaulejac e outros autores ao tratar
de poder, esse tema é frequentemente analisado de quatro formas:
A tipologia “ação não social” discute ações simplesmente técnicas, que não
envolvem interação entre indivíduos. Um exemplo é a operação de uma
máquina por um técnico especializado. As ações não sociais voltadas para o
sucesso são as ações instrumentais direcionadas para a eficiência admi-
nistrativa ou técnica.
Tratando-se de ação social e política nas organizações, falamos em ação
estratégica, ou seja, na capacidade de os indivíduos perceberem as opor-
tunidades de ação, prever as conseguências e os riscos de cada alternativa
e assumir esses riscos executando a decisão. Essa capacidade não se mani-
festa necessariamente de modo consciente, como vimos no Capítulo 4, ao
abordarmos o “homem que decide”, Nesse capítulo, a ação estratégica é
definida com base nos pressupostos da racionalidade limitada e integra os
elementos cognitivos e afetivos do ser humano.
O modelo de Habermas prevê ainda uma ação social não estratégica,
não voltada necessariamente para a realização de um interesse em jogo, e
sim para a compreensão entre as partes. A esse tipo Habermas bem deno-
minou “ação comunicativa”.
Vamos nos concentrar, neste capítulo, ao tratarmos de poder, na dimen-
são estratégica da ação social.
e) As incertezas e o poder
O controle dos recursos organizacionais é distribuído de modo desigual. As
organizações dependem de recursos materiais, tecnológicos e de certos tipos de
CaptuLo 12= Q Podes nas Organizações m Matta
/ Vascancelos
e Para manter ganhos constantes e médios, evitar conflitos que não são
necessários e, quando o outro coopera, continuar a cooperar também
até que o outro jogador adote uma estratégia não-cooperativa.
e Responder a uma “não-cooperação” com outra “não-cooperação” a fim
de mostrar que não “se deixa explorar” e não criar tal reputação, não
pagando sempre o “salário do trouxa” — ganho zero enquanto o outro ganha
5 pontos.
e Caso seja necessário, voltar a jogar com indivíduos que não coope-
raram, estabelecendo novas cooperações que podem oferecer ganhos
futuros, caso seja interessante.
e Ter uma estratégia estável e comunicá-la claramente, permitindo ao
outro adaptar-se à estratégia do adversário/sócio.
e Orientação
para a ação com base nas
perspectivas
de ganho futuro.
Leonard Sayles desenvolveu no fim dos anos 1950, nos Estados Unidos, um
estudo em que mostrou o inter-relacionamento entre a capacidade de
ação estratégica individual e a ação estratégica coletiva.
O autor mostrou com suas pesquisas que existem quatro tipos de luta
coletiva:
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