Apostila
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Equipe Direito Constitucional
Estratégia Concursos
10 de Janeiro de 2024
Equipe Direito Constitucional Estratégia Concursos
Aula 01 - Somente PDF
Índice
1) Lei Orgânica do Município de Fortaleza-CE - Parte I
..............................................................................................................................................................................................3
Antes de adentrarmos no estudo da Lei Orgânica propriamente dita, na primeira parte desta aula
abordaremos aspectos constitucionais fundamentais para compreender a legislação e a organização dos
municípios. Como não poderia deixar de ser diferente, o município de Fortaleza deve respeitar essas
disposições que constam na Constituição Federal.
Após a reprodução dos trechos da Lei, procuraremos tecer comentários objetivos e relevantes, sempre com
o objetivo de identificar os pontos sensíveis que poderão ser objeto de cobrança em prova.
Até a promulgação da CF/88, os Municípios não eram considerados entes federativos; com a promulgação
da atual Carta Magna, eles passaram a também ser dotados de autonomia política. Com base nisso, a
doutrina dominante reconhece que a federação brasileira é de 3º grau.1
Há que se dizer que autonomia difere de soberania. Os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e
Municípios) são todos autônomos, isto é, são dotados de auto-organização, autolegislação,
autoadministração e autogoverno, dentro dos limites estabelecidos pela Constituição Federal. Note-se que
há um limitador ao poder dos entes federativos.
A soberania é atributo apenas da República Federativa do Brasil (RFB), do Estado federal em seu conjunto.
A União é quem representa a RFB no plano internacional (art. 21, inciso I), mas possui apenas autonomia,
jamais soberania.
Os Municípios, na condição de entes federativos, são dotados de autonomia política, que se manifesta por
1O Prof. Manoel Gonçalves Ferreira Filho diz que o federalismo brasileiro é de 2º grau, apesar de reconhecer a existência de 3 (três) ordem jurídicas. Segundo ele,
haveria um grau da União para os Estados e outro grau, dos Estados para os Municípios.
É necessário que se tenha em mente que as Leis Orgânicas devem observar todas as normas da
Constituição Federal, sob pena de serem declaradas inconstitucionais no que forem divergentes.
c) Autoadministração: É o poder que os Municípios têm para exercer suas atribuições de natureza
administrativa, tributária e orçamentária. Os Municípios elaboram seus próprios orçamentos,
arrecadam seus próprios tributos e executam políticas públicas, dentro da sua esfera de atuação,
segundo a repartição constitucional de competências.
d) Autogoverno: Os Municípios têm poder para eleger seus próprios representantes. É com base
nessa capacidade que os Municípios elegem seus Prefeitos e Vereadores.
A CF/88 determina que a Lei Orgânica do Município será votada em dois turnos, com o interstício mínimo
de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos
os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado. Serão objeto da Lei
Orgânica a organização dos órgãos da Administração, a relação entre os Poderes, bem como a disciplina da
competência legislativa do Município.
É necessário que se tenha em mente que as Leis Orgânicas devem respeitar os princípios previstos no texto
constitucional. Assim, vale a pena destacar o seguinte:
a) Os princípios fundamentais da República Federativa do Brasil (art. 1º - art. 4º, CF/88) devem ser
observados pelos Municípios.
b) Os direitos e garantias fundamentais previstos na CF/88 devem ser observados em âmbito
municipal.
c) A repartição de competências entre os entes federativos, definida pela CF/88, deve ser observada
pela Lei Orgânica Municipal.
d) As regras gerais do processo legislativo previstas na CF/88 devem ser aplicadas, por simetria, ao
processo legislativo municipal definido pelas Leis Orgânicas.
e) Os princípios da Administração Pública previstos na CF/88 também se aplicam à esfera municipal.
f) Além dos demais direitos e garantias definidos pela Constituição do Estado do Ceará.
Além disso, a Constituição Federal de 1988 prevê, em seu art. 29, regras gerais de organização para os
Municípios. Em outras palavras, a CF/88 estabelece diretrizes a serem observadas pelas Leis Orgânicas dos
Municípios.
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:
O Prefeito e Vice-Prefeito serão eleitos pelo sistema majoritário, para mandato de 4 (quatro) anos. A eleição
é realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devem suceder.
No caso de Municípios com mais de 200.000 eleitores, a eleição de Prefeito e Vice-Prefeito ocorrerá pelo
sistema majoritário de 2 turnos; caso o número de eleitores seja inferior a 200.000, haverá apenas 1 (um)
turno de votação.
Os Vereadores são eleitos pelo sistema proporcional e irão compor a Câmara Municipal. Compete à Lei
Orgânica fixar o número de Vereadores, observados limites máximos definidos pela Constituição,
escalonados segundo o número de habitantes do Município. Nos Municípios com até 15 mil habitantes, por
exemplo, o número máximo de Vereadores é 9 (nove); já nos Municípios com mais de 8 milhões de
habitantes, o número máximo de Vereadores é 55 (cinquenta e cinco).
Em Fortaleza, conforme o art. 16 da Lei Orgânica do Município, há 43 (quarenta e três) vereadores. Esse
quantitativo se mostra compatível com o número máximo de vereadores disposto na CF/88. De acordo com
o IBGE, em 2021 a população estimada para Fortaleza era de aproximadamente 2,7 milhões de pessoas.
Segundo o art. 29, inciso IV, alínea "r", da CF/88, o Município poderia ter até 43 (quarenta e três vereadores).
Sendo assim, o número de vereadores se mostra adequado ao texto constitucional.
O subsídio do Prefeito, Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais é fixado mediante lei de iniciativa da
Câmara Municipal. Destaque-se que os demais servidores públicos municipais terão sua remuneração fixada
por lei de iniciativa do Prefeito.
Os subsídios dos Vereadores, por outro lado, são fixados pelas Câmaras Municipais. Para evitar que os
Vereadores possam determinar seus próprios subsídios, a CF/88 estabelece que o subsídio dos Vereadores
será fixado em cada legislatura para a subsequente. Assim, um ato da Câmara Municipal fixando o subsídio
dos Vereadores somente será aplicável aos Vereadores que estiverem em exercício na próxima legislatura.
A CF/88 prevê limites máximos para os subsídios dos Vereadores. Esses limites variam conforme o número
de habitantes dos Municípios e estão relacionados a um percentual do subsídio dos Deputados Estaduais, o
que pode ser resumido no quadro abaixo.
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o
montante de cinco por cento da receita do Município;
Com o objetivo de estabelecer limites aos gastos públicos, a CF/88 dispõe que o total da despesa com a
remuneração de Vereadores não poderá ultrapassar 5% (cinco por cento) da receita do Município.
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município;
Os Vereadores não têm imunidade formal (processual), mas apenas imunidade material. Eles são invioláveis
por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato, mas apenas na circunscrição do Município.
O artigo 29, X, da Constituição Federal trata do julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça.
Considerando que o constituinte não foi muito claro nessa determinação, o STF entende que a competência
do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos se limita aos crimes de competência da justiça comum estadual.
Nos demais casos, a competência originária cabe ao respectivo tribunal de segundo grau. Assim, em caso de
crimes eleitorais, a competência será do Tribunal Regional Eleitoral; nos crimes federais, a competência será
do Tribunal Regional Federal.
Há duas importantes súmulas do STJ sobre esse assunto. A primeira delas é a Súmula 208, que determina
que “compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação
de contas perante órgão federal”. A segunda é a Súmula 209, que estabelece que “compete à Justiça
Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio
municipal”. Ainda segundo o STJ, o Prefeito será julgado pelo Tribunal de Justiça (e não pelo tribunal do júri)
no caso de crimes dolosos contra a vida.
No que se refere aos crimes de responsabilidade praticados pelo Prefeito Municipal, é importante que os
classifiquemos em próprios ou impróprios. Enquanto os primeiros são infrações político-administrativas, cuja
sanção corresponde à perda do mandato e à suspensão dos direitos políticos, os segundos são verdadeiras
infrações penais, apenados com penas privativas de liberdade. Os crimes próprios deverão ser julgados pela
Câmara Municipal, enquanto os crimes impróprios deverão ser julgados pelo Judiciário,
independentemente do pronunciamento da Câmara de Vereadores.
Destaca-se, porém, que a Constituição Federal prevê a competência originária do Tribunal de Justiça, salvo
as exceções anteriormente mencionadas, apenas para o processo e julgamento das infrações penais comuns
contra o Prefeito Municipal. Não se admite a extensão interpretativa para se considerar a existência de
foro privilegiado para as ações populares, ações civis públicas e demais ações de natureza cível. Essa
proibição também vale para as ações de improbidade administrativa, por ausência de previsão constitucional
específica.
A Constituição prevê algumas hipóteses de crime de responsabilidade do Prefeito em seu art. 29-A, § 2º (rol
exemplificativo): efetuar repasse que supere os limites definidos no artigo 29-A; não enviar o repasse até o
dia vinte de cada mês; ou enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária.
A Câmara Municipal exerce as duas funções típicas do Poder Legislativo: a função legislativa e a função
fiscalizatória. A Lei Orgânica Municipal deverá tratar dessas duas funções do Poder Legislativo Municipal.
O titular do poder político é o povo. O exercício do poder, em regra, se dá por meio dos representantes
eleitos. No entanto, também é possível o exercício do poder diretamente pelo povo. Dois exemplos estão
no art. 29, XII e XIII:
b) É possível a iniciativa popular de leis municipais. Exige-se, para tanto, a manifestação de pelo
menos 5% do eleitorado municipal. É esse o quórum exigido para a apresentação de projetos de lei
de iniciativa popular em âmbito municipal.
XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único.
O Prefeito perderá o mandato ao assumir outro cargo ou função na Administração Pública direta ou indireta,
ressalvada a posse em virtude de concurso público.
A formação de Municípios é regulada pelo art. 18, §4º da Constituição, cuja redação foi dada pela EC nº
15/1996:
De 1988 até 1996, a criação de Municípios era bem simples. As restrições não eram tão grandes e, como
consequência disso, multiplicaram-se os Municípios. Na tentativa de moralizar a criação de Municípios, foi
promulgada a EC nº 15/1996, cujas regras estão válidas até hoje.
a) Edição de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando genericamente o período
dentro do qual poderá ocorrer a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios.
Destaque-se que esta lei complementar até hoje não editada.
b) Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos genéricos e a forma de divulgação,
apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal;
c) Divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida pela lei mencionada
acima;
d) Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos. O resultado do
plebiscito, quando desfavorável, impede a criação do novo Município. Por outro lado, caso seja
favorável, caberá à Assembleia Legislativa decidir se irá ou não criar o Município.
e) Aprovação de lei ordinária estadual pela Assembleia Legislativa determinando a criação,
incorporação, fusão e desmembramento do(s) município(s). Trata-se de ato discricionário da
Assembleia Legislativa.
Tendo em vista que, até hoje, o Congresso Nacional não editou lei complementar dispondo sobre o período
dentro do qual poderão ocorrer alterações na estrutura de Municípios, conclui-se que, atualmente, esses
entes federativos não podem ser criados. Aliás, esse impedimento existe desde a promulgação da Emenda
Constitucional nº 15/1996.
No entanto, a realidade foi diferente. Mesmo após a promulgação da EC nº 15/96, foram criados centenas
de Municípios pelo Brasil afora. A doutrina os chamou de “Municípios putativos”, pois existiam de fato, mas
sua criação havia sido inválida, inconstitucional.
Como não poderia ser diferente, o STF foi chamado a apreciar o problema na ADIN nº 3.682/MT. Na
oportunidade, a Corte reconheceu a mora do Congresso Nacional, que deu “ensejo à conformação e à
O Congresso Nacional editou, então, a Emenda Constitucional nº 57/2008, que convalidou os atos de criação,
fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro
de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação.
No Brasil, adota-se o princípio da predominância do interesse, em que a União cuidará das matérias de
predominância do interesse geral (nacional); aos Estados, caberão as matérias de interesse regional; e aos
Municípios, caberão as matérias de interesse local.
O princípio da subsidiariedade, por sua vez, se baseia na lógica de que, sempre que for possível, as questões
devem ser resolvidas pelo ente federativo que estiver mais próximo da tomada de decisões. Como
exemplo, a exploração do transporte municipal é matéria de competência dos Municípios. Cada Município,
afinal, consegue regular satisfatoriamente o transporte urbano (municipal).
O Município irá dispor sobre sua organização e administração através da edição de sua lei orgânica e demais
normas relativas a matérias de sua competência, autogovernar-se-á por meio da eleição de seu governo
(Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores) e também organizará a execução de serviços públicos de interesse
local.
A CF/88 relaciona, em seu art. 30, as competências legislativas e administrativas (materiais) dos Municípios.
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados
em lei;
a) Competência exclusiva para legislar sobre assuntos de interesse local (CF, art. 30, I);
b) Competência suplementar, para suplementar a legislação federal ou estadual, no que couber (CF,
art. 30, II). Destaque-se que os Municípios poderão, inclusive, suplementar a legislação federal ou
estadual que trate de matéria afeta à competência concorrente. É o caso, por exemplo, da legislação
tributária municipal, que suplementa a legislação federal e estadual.
A competência administrativa dos Municípios autoriza sua atuação sobre matérias de interesse local,
especialmente sobre aquelas constantes dos incisos III a IX do art. 30 da Carta Magna.
Questão complexa é definir exatamente o que é ou não considerado interesse local. A jurisprudência do STF
já teve a oportunidade de se firmar em distintas situações relacionadas ao tema:
b) O STF considera que o Município é competente para, dispondo sobre a segurança de sua população, impor
a estabelecimentos bancários a obrigação de instalarem portas eletrônicas, com detector de metais,
travamento e retorno automático e vidros à prova de balas.
Entende, ainda, a Corte que o Município pode editar legislação própria, com fundamento na autonomia
constitucional que lhe é inerente (CF, art. 30, I), com o objetivo de determinar, às instituições financeiras,
que instalem, em suas agências, em favor dos usuários dos serviços bancários (clientes ou não),
equipamentos destinados a proporcionar-lhes segurança (tais como portas eletrônicas e câmaras filmadoras)
ou a propiciar-lhes conforto, mediante oferecimento de instalações sanitárias, ou fornecimento de cadeiras
de espera, ou, ainda, colocação de bebedouros.
Não há, portanto, necessidade de que essa legislação municipal obedeça a diretrizes definidas em lei federal
ou estadual, dado que a competência para tratar do assunto é do Município (AI 347.717-AgR, Rel. Min. Celso
de Mello, julgamento em 31-5-2005, Segunda Turma, DJ de 5-8-2005.).
c) O STF entende que a fixação do horário de funcionamento das agências bancárias, por estar relacionado
ao sistema financeiro nacional, extrapola o interesse local. Portanto, não é de competência dos Municípios.
d) Segundo o STF, o Município é competente para legislar sobre limite de tempo de espera em fila dos
usuários dos serviços prestados pelos cartórios localizados no seu respectivo território, sem que isso
represente ofensa à competência privativa da União para legislar sobre registros públicos. Também entende
a Corte que o Município possui competência para legislar sobre tempo de atendimento em filas nos
estabelecimentos bancários, tratando-se de assunto de interesse local, o que não se confunde com a
atividade-fim do banco.
e) É constitucional lei estadual que concede “meia passagem” aos estudantes nos transportes coletivos
intermunicipais. Já no caso de serviço de transporte local, a competência para dispor a respeito é da
legislação municipal.
f) É inconstitucional lei municipal que obriga ao uso de cinto de segurança e proíbe transporte de menores
de 10 anos no banco dianteiro dos veículos, por ofender à competência privativa da União Federal para
legislar sobre trânsito (CF, art. 22, XI).
g) Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos
comerciais do mesmo ramo em determinada área. (Súmula Vinculante nº 49). Seria o caso, por exemplo,
de uma lei municipal que impede a existência de dois restaurantes em uma mesma rua. Essa lei seria
inconstitucional, por violar o princípio da livre concorrência.
Ao debater a aprovação da Súmula Vinculante nº 49, os Ministros do STF deixaram claro que esta deveria ser
encarada como um princípio geral, não devendo se aplicar a todos os casos. Nesse sentido, o STF reconhece
a constitucionalidade de lei municipal que fixa distanciamento mínimo entre postos de revenda de
combustíveis, por motivo de segurança.
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o
patrimônio público;
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,
os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.
a) É competência desses três entes cuidar da saúde e assistência pública, em especial dos direitos das
pessoas com deficiência.
b) Compete a eles preservar os bens, documentos e obras de valor histórico, artístico e cultural, as
paisagens naturais e os sítios arqueológicos.
c) Compete ao Município de Fortaleza, juntamente com a União e o Estado, promover programas de
construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico.
d) Apesar de o art. 22, XI, da CF/88 dispor que é competência privativa da União legislar sobre trânsito
e transporte, todos os entes têm competência para instituir programas de educação para segurança
no trânsito.
1. (Questão Inédita) Os Municípios possuem autonomia política, administrativa e financeira, mas não
autonomia legislativa.
Comentários:
Os Municípios também possuem autonomia legislativa, já que também têm competência para editar as
próprias leis. A questão está errada.
Comentários:
De fato, a autonomia dos entes da federação se traduz em três aptidões: auto-organização, autogoverno e
autoadministração. Alguns autores acrescentam, ainda, a capacidade de autolegislação a esse rol. Questão
correta.
3. (TCM / SP – 2015) Lei Orgânica Municipal, como projeção da autonomia municipal, deve disciplinar
a organização municipal consoante os balizamentos estabelecidos pela Constituição da República, não
sendo possível que a Constituição Estadual o faça.
Comentários:
A Lei Orgânica é o instrumento por meio do qual o Município manifesta o seu poder de auto-organização,
sendo, portanto, projeção da autonomia municipal. A organização municipal é matéria que cabe à Lei
Orgânica, devendo observar as regras gerais estabelecidas pela CF/88. A Constituição Estadual não pode
versar sobre a organização municipal, sob pena de violar o pacto federativo. Questão correta.
Comentários:
5. (Questão inédita) A Lei Orgânica do Município deve ser votada pela Câmara Municipal, em dois
turnos, com interstício mínimo de 30 dias, sendo aprovada se obtiver dois terços dos votos dos vereadores.
Comentários:
A CF/88 determina que a Lei Orgânica do município será votada em dois turnos, com o interstício mínimo de
dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal. A questão está errada.
6. (PGM / Salvador – 2015) A competência dos municípios para legislar é residual, haja vista que será
atribuição dos municípios disciplinar sobre aquilo que não seja constitucionalmente atribuído à
competência da União ou dos Estados.
Comentários:
Os Estados é que possuem competência legislativa residual ou remanescente. A questão está errada.
Comentários:
Comentários:
Esta é uma competência comum da União, dos Estados e dos Municípios. A questão está errada.
9. (TRF 3a Região – 2016) A incorporação e a fusão de Municípios deverão ser feitas por intermédio
de lei federal, em qualquer oportunidade, após consulta prévia, mediante referendo, às populações dos
Municípios envolvidos e autorização da Assembleia Legislativa do Estado em que se encontrem as
mencionadas unidades Federativas.
Comentários:
Segundo o art. 18, § 4º, “a criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão
por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta
prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei”. A questão está errada.
Comentários:
A consulta plebiscitária será feita para toda a população do Município, o que abrange tanto a população da
área a ser desmembrada quanto a população remanescente. A questão está correta.
11. (COPESE CM Palmas/ 2018) Levando-se em consideração que o Congresso Nacional não editou a lei
complementar que dispõe sobre o período dentro do qual poderão ocorrer alterações nas estruturas dos
municípios, atualmente esses entes federativos não podem ser criados.
Comentários:
Como, até hoje, o Congresso Nacional não editou lei complementar dispondo sobre o período dentro do qual
poderão ocorrer alterações na estrutura de Municípios, conclui-se que, atualmente, esses entes federativos
não podem ser criados. A questão está correta.
O Município de Fortaleza, integrante do Estado do Ceará, é pessoa jurídica de direito público interno, assim
como também o são todos os entes federativos. O Município possui capacidade de auto-organização,
autolegislação, autoadministração e autogoverno e rege-se por sua Lei Orgânica, respeitadas as disposições
previstas nas Constituições Estadual e Federal.
Destaca-se que serão 3 os símbolos oficiais do Município de Fortaleza, sem o prejuízo de outros
representativos de sua cultura e história que sejam instituídos por lei:
a) Brasão;
b) Bandeira;
c) Hino
A administração Municipal deverá ser realizada com base em 5 princípios, de modo a garantir a vida digna
de seus munícipes. São eles: legalidade, impessoalidade, moralidade, transparência e participação popular.
Além disso, deverão observar na execução de suas políticas o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e da propriedade urbana, bem como a preservação de valores culturais e históricos da população de
Fortaleza. Sua organização, cumpre destacar, será descentralizada.
Art. 3º. Todo cidadão tem o direito de requerer informações sobre os atos da
administração municipal, sendo parte legítima para pleitear, perante os poderes públicos
competentes, a declaração de nulidade ou anulação de atos lesivos aos patrimônios
público, histórico e cultural.
O direito à informação sobre atos da administração municipal e o direito ao consumidor, dada a sua
importância, encontram previsão já nos arts. 3º e 4º do texto da Lei Orgânica.
Assim, todo cidadão poderá requerer informações sobre atos da Administração Pública Municipal, figurando
como parte legítima para requerer a declaração de nulidade ou a anulação de atos considerados lesivos.
Parágrafo único. O veto popular não alcançará matérias que versem sobre tributos,
organização administrativa, servidores públicos e seu regime jurídico, funções ou empregos
públicos, aumento de remuneração de pessoal, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria, criação, estruturação e atribuições das secretarias e órgãos da
administração pública.
No art. 5º encontramos as formas diretas de participação do povo de Fortaleza nas decisões tomada pelo
Município. Cada uma delas serão vistas oportunamente: iniciativa popular, plebiscito, referendo,
orçamento participativo e veto popular (que não alcançará matérias específica, como tributos, organização
administrativa, servidores públicos e seu regime jurídico, funções ou empregos públicos, aumento de
remuneração de pessoal, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria, criação, estruturação e
atribuições das secretarias e órgãos da administração pública.
Obs: A primeira vez que o veto popular foi utilizado foi em Fortaleza, ocasião em que se vetou a construção
de obras em até 500 metros dos limites da área do Parque Ecológico de Cocó.
Art. 6º. Para garantir a gestão democrática da cidade, deverão ser utilizados, entre outros,
os seguintes instrumentos:
O art. 6º é o responsável por dispor sobre quais serão os instrumentos utilizados para garantir a gestão
democrática da cidade, ou seja, a gestão da cidade com a devida participação do povo.
Art. 7º. Os direitos e as garantias expressos nesta Lei Orgânica não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios adotados pela Constituição Federal e por ela
própria.
Por fim, é importante que você saiba que os direitos trazidos por esta lei orgânica não excluem os demais
previstos pelo texto constitucional de 1988 e decorrentes da aplicação de seus princípios.
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO
Art. 8º. Compete ao Município:
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas;
XIII – equipar a Guarda Municipal com armamento e viaturas, para que, de acordo com o
programa de segurança pública, possa dar proteção e segurança de seus bens, serviços e
instalações, inclusive nas escolas, unidades de saúde, centros sociais e praças, conforme
dispuser lei complementar;
XVII – fixar tarifas dos serviços públicos, inclusive as dos serviços de táxi, obedecendo à
proporcionalidade de trezentos e vinte e cinco habitantes por unidade, de acordo com a
projeção do IBGE; Alteração feita pelo Art. 1º. - Emenda à Lei Orgânica nº 16 de 08 de Maio
de 2018.
XXV – realizar campanhas educativas de combate à violência causada pelo trânsito, a fim
de promover a educação de motoristas e transeuntes;
O art. 8º da Lei Orgânica enumera as competências privativas do município de Fortaleza. Chamamos sua
atenção para aquelas mais prováveis de serem exigidas em provas:
e) Celebrar convênios com a União, o Estado e com outros Municípios, desde que mediante
autorização da Câmara Municipal, com o objetivo de executar serviços, obras e decisões, bem como
de encargos dessas esferas.
Cumpre destacar que a delegação entre o Estado e o Município, através de convênios, de competências
concorrentes.
Comentários:
A exploração dos serviços locais de gás canalizado é competência dos Estados, na forma do art. 25, § 2º,
CF/88.
Gabarito: errada.
13. (Questão Inédita) É competência privativa do município implantar política de educação para
segurança no trânsito.
Comentários:
Gabarito: errada.
Comentários:
Gabarito: correta.
15. (Questão inédita) O Município de Fortaleza tem competência para equipar sua guarda municipal
com os armamentos e viaturas necessários.
Comentários:
Esta é uma competência definida na Lei Orgânica de Fortaleza no seu inciso XIII do art. 8º.
Gabarito: correta.
16. (Questão Inédita) O Município de Fortaleza tem competência para, mediante lei complementar,
instituir regiões metropolitanas e microrregiões.
Comentários:
São os Estados que podem, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações
urbanas e microrregiões.
Gabarito: errada.
Art. 9º. Todo poder emana do povo, e em seu nome será exercido, direta ou
indiretamente, por meio de seus representantes eleitos para desempenharem seus
respectivos mandatos.
Seguindo o modelo federal, o art. 9º dispõe que o poder municipal emana do povo, que o exerce por meio
dos seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos das Constituições Federal e Estadual e desta
Lei Orgânica. Reforça-se, assim, a ideia de que vivemos em uma democracia semidireta. A participação
direta do povo se dá mediante plebiscito, referendo ou, ainda, por meio da iniciativa popular de leis.
I – a prática democrática;
VIII – a garantia de acesso, a todos, de modo justo e igual, sem distinção de origem, raça,
sexo, orientação sexual, cor, idade, condição econômica, religião, ou qualquer outra
Os princípios e diretrizes que deverão ser seguidos por Fortaleza no momento de sua organização estão
dispostos no art. 10. Dentre eles, destacam-se:
a) a prática democrática;
Art. 11. É dever do Poder Municipal, em cooperação com a União, o Estado e com outros
Municípios, assegurar a todos o exercício dos direitos individuais, coletivos, difusos e
sociais estabelecidos pela Constituição da República e pela Constituição Estadual, e
daqueles inerentes às condições de vida na cidade, inseridos nas competências municipais
específicas, em especial no que respeita a:
Já os deveres do Poder Municipal de Fortaleza estão dispostos no art. 11. Assim, em cooperação com a
União, com o Estado e com outros Municípios, deverá assegurar o exercício dos direitos individuais,
coletivos, difusos e sociais trazidos pela CF/88 e pela Constituição do Estado, bem como daqueles essenciais
para a manutenção da vida na cidade.
Art. 12. O Poder Municipal criará, por lei, Conselhos compostos de representantes eleitos
ou designados, a fim de assegurar a adequada participação de todos os cidadãos em suas
decisões.
Assegura-se a criação de Conselhos compostos por representantes eleitos visando a participação popular
nas decisões do Município.
II – a fiscalização popular dos atos e decisões do Poder Municipal e das obras e serviços
públicos;
III – a participação popular nas audiências públicas promovidas pelo Legislativo ou pelo
Executivo.
Art. 15. São poderes do Município, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo e o
Executivo.
No âmbito municipal, não existe Poder Judiciário. É por isso que é possível afirmar que o Governo do
Município é exercido pelos Poderes Legislativo e Executivo, que, juntos, deverão tomar a iniciativa de
convocar plebiscitos antes de discutir e aprovar obras de valor elevado ou que tenham grande impacto
ambiental.
Por fim, a fiscalização dos atos e decisões Municipais, a forma de participação nos Conselhos e a participação
popular nas audiências públicas serão definidas em lei.
Do Poder Legislativo
Disposições Preliminares
Art. 16. O Poder Legislativo do Município é exercido pela Câmara Municipal, composta de
43 (quarenta e três) vereadores, representantes da comunidade, eleitos pelo sistema
proporcional por livre escolha dos cidadãos no exercício dos seus direitos políticos.
Nos Municípios, o Poder Legislativo é unicameral, sendo exercido pela Câmara Municipal (também
conhecida como Câmara de Vereadores). Em Fortaleza há 43 Vereadores, eleitos pelo sistema proporcional,
por escolha dos cidadãos que estejam em exercício de seus direitos políticos.
Art. 17. (Revogado) Revogado pelo Art. 3º. - Emenda à Lei Orgânica nº 7 de 22 de Setembro
de 2011.
Art. 17. O número de vagas de Vereadores deverá ser fixado pelo Poder Legislativo
Municipal, obedecidos os princípios de limites estabelecidos no Inciso IV, alíneas a, b e c do
Art. 29 da Constituição Federal.
Art. 17. (Revogado) Revogado pelo Art. 3º. - Emenda à Lei Orgânica nº 7 de 22 de
Setembro de 2011.
§ 1º Permanecerá, até que haja nova fixação, o número de vagas existentes e sua
alteração dar-se-á mediante decreto legislativo da Mesa da Câmara, no final da sessão
legislativa do ano que anteceder as eleições.
§ 2º A Mesa da Câmara remeterá ao Tribunal Regional Eleitoral, logo após sua edição,
cópia do decreto legislativo de que trata o caput deste artigo.
Art. 18. Cada legislatura terá a duração de quatro anos, correspondendo cada ano a uma
sessão legislativa.
A legislatura, que coincide com o tempo do mandato dos Vereadores, terá duração de 4 anos. Cada um
destes períodos anuais corresponderá a uma sessão legislativa.
Art. 20. No primeiro ano de cada legislatura, no dia 1º de janeiro, em sessão solene de
instalação, independentemente do número de Vereadores presentes, sob a presidência do
Vereador mais idoso dentre os de maior número de legislaturas presente, os Vereadores
prestarão compromisso e tomarão posse.
Parágrafo único. O Vereador que não tomar posse na sessão de instalação deverá fazê-lo
dentro do prazo de 15 (quinze) dias, salvo motivo justo, apresentado por escrito e aceito
pela Mesa Diretora, sob pena de considerar-se haver renunciado tacitamente.
A Câmara se reunirá no dia 1º de janeiro do primeiro ano da legislatura, em uma sessão solene, para dar
posse aos Vereadores. Aquele que não tomar posse neste dia poderá fazê-lo em até 15 dias após o início do
funcionamento ordinário da Câmara, sob pena de perda de mandato, salvo motivo justo aceito pela Mesa
Diretora.
Art. 23. As sessões da Câmara Municipal deverão ser realizadas em recinto destinado ao
seu funcionamento, considerando-se nulas as que se realizarem fora dele.
Parágrafo único. Somente por decisão da maioria absoluta do Plenário, a Câmara Municipal
poderá realizar sessões em local distinto de sua sede.
Art. 24. A convocação extraordinária da Câmara Municipal far-se-á pelo Prefeito, pelo
Presidente da Câmara ou a requerimento da maioria absoluta da Casa, em caso de urgência
e de interesse público relevante.
A sessão legislativa ordinária é o período normal de trabalho da Câmara Municipal. Ela está descrita no art.
21, caput, que dispõe que a Câmara Municipal se reunirá anualmente de 1º de fevereiro a 30 de junho e de
1º de agosto a 22 de dezembro.
As sessões especiais servem para a discussão de assuntos de interesse público relevante, não há o
pagamento de qualquer remuneração em razão destas sessões.
As sessões legislativas extraordinárias, por sua vez, são as que ocorrem fora do período normal de trabalho
da Câmara Municipal e podem ser convocadas pelo:
a) Prefeito.
b) Presidente da Câmara ou por maioria dos membros desta em casos de urgência ou interesse público
relevante.
É válido ressaltar que na sessão legislativa extraordinário só haverá deliberação sobre a matéria para a qual
foi convocada.
As sessões deverão ser realizadas em recintos adequados para seu funcionamento, sob pena de serem
consideradas nulas, salvo decisão em contrário tomada pela maioria absoluta dos membros da Casa.
Art. 25. Na primeira sessão legislativa de cada legislatura, imediatamente após a posse
dos Vereadores, sob a presidência do Vereador mais idoso dentre os de maior número de
legislaturas presente, realizar-se-á a eleição da Mesa Diretora para o primeiro biênio.
Parágrafo único. Os membros da Mesa Diretora eleitos na eleição de que trata o caput
tomarão posse imediatamente após a proclamação do resultado.
Art. 25-A. Na primeira sessão ordinária do mês de dezembro da segunda sessão legislativa
de cada legislatura, realizar-se-á a eleição da Mesa Diretora para o segundo biênio.
§ 1º Os membros da Mesa Diretora eleitos na eleição de que trata o caput tomarão posse
no dia 1º de janeiro da sessão legislativa subsequente.
§ 2º A segunda sessão legislativa não será encerrada sem que tenha ocorrido a eleição de
que trata o caput.
Art. 25-B. O mandato dos membros da Mesa Diretora será de dois anos, permitida a
reeleição para os mesmos cargos, independentemente de legislatura.
Logo após a posse dos Vereadores eleitos, deverá ser realizada a votação para a composição da Mesa
Diretora da Câmara Municipal de Fortaleza, sob a presidência do Vereador mais idoso dentre os de maior
número de legislaturas presente. Após a eleição dos membros, sua posse será imediata.
O mandato dos membros da Mesa Diretora será de 2 anos, permitida a reeleição para os mesmos cargos,
independentemente de legislatura.
II – propor projetos de lei que criem ou extingam cargos nos serviços da Câmara e fixem
os respectivos vencimentos;
A leitura atenta do art. 26 da LO é obrigatória, pois apresenta quais serão as principais atribuições da Mesa
Diretora, incluída, dentre elas, a proposição de ação direta de inconstitucionalidade de lei ou de ato
normativo municipal em face da Constituição Estadual, bem como tomar as medidas necessárias para que
os trabalhos administrativos corram sem qualquer problema.
Art. 27. São de iniciativa privativa da Mesa Diretora as proposições que disponham sobre:
Parágrafo único. Nas proposições de iniciativa privativa da Mesa Diretora, não serão
admitidas emendas que aumentem a despesa prevista.
O art. 27, por sua vez, elenca quais serão as competências legislativas exclusivas da Mesa Diretora. Obs.:
Cumpre destacar que não será admitida qualquer emenda aos projetos de leis de iniciativa exclusiva da Mesa
Diretora que tenha como objetivo aumentar a despesa prevista.
São elas:
b) organização dos serviços administrativos da Câmara, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções e fixação da remuneração
Das Comissões
As Comissões Parlamentares são órgãos criados pela Câmara Municipal para facilitar-lhe os trabalhos, sendo
dotadas de natureza técnica e política. Podem ser criadas, por exemplo, uma Comissão de Direitos Humanos
e uma Comissão de Meio Ambiente. Na constituição de cada Comissão assim como na composição da Mesa
(órgão administrativo da Câmara Municipal), deverá, sempre que possível, ser observada a representação
proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares, ou seja, a bancada ou o bloco com maior número
de vereadores possui mais vagas.
A Câmara Municipal possui dois tipos de Comissões: as comissões permanentes e as comissões especiais.
Estas serão destinadas ao estudo de assuntos específicos e à representação da Câmara em Congressos,
solenidades ou outros atos.
O § 1º versa sobre as competências das Comissões permanentes Câmara Municipal. E, claro, cada uma das
comissões da Câmara possuem competências específicas definidas no Regimento Interno. As competências
acima relacionadas são genéricas.
III – transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença, ali realizando os atos
que Ihe competirem.
§ 2º É fixada em 15 (quinze) dias, prorrogáveis por igual período, desde que solicitado e
devidamente justificado, o prazo, para que os responsáveis pelos órgãos da administração
direta ou indireta prestem as informações e encaminhem os documentos requisitados
pelas comissões parlamentares de inquérito.
O art. 29 cita as Comissões Especiais ou Parlamentares de Inquérito (CPI’s), que também podem ser
instituídas em âmbito municipal. São as CPI’s municipais.
O trabalho das CPI’s é uma das formas pelas quais o Poder Legislativo exerce sua função típica de
fiscalização. Trata-se de controle político-administrativo exercido pelo Poder Legislativo com a finalidade
de, em busca da verdade, apurar acontecimentos e desvendar situações de interesse público. É mecanismo
típico do sistema de freios e contrapesos, de controle do Poder Legislativo sobre os demais Poderes.
Estas comissões são criadas mediante requerimento de 1/3 dos membros da Câmara dos Vereadores e
destinam-se a apurar fato determinado e por prazo certo.
As CPI’s têm como atribuição realizar a investigação parlamentar, produzindo o inquérito legislativo. Nesse
sentido, CPI não julga, não acusa e não promove responsabilidade de ninguém. Sua função é meramente
investigatória; todavia, suas conclusões, quando for o caso, serão encaminhadas ao órgão competente para
que, esse sim, promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.
É bem vasta a jurisprudência sobre as CPI’s, de forma que vale a pena mencionarmos alguns entendimentos
do STF:
Art. 30. A Câmara Municipal, bem como qualquer uma de suas comissões, poderá,
mediante requerimento aprovado pela maioria absoluta de seus respectivos membros,
convocar Secretários Municipais ou responsáveis pela administração direta e indireta para
prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, ficando
sujeita às sanções penais e administrativas cabíveis a ausência sem justificação adequada.
Garante-se à Câmara e às suas comissões, após requerimento aprovado por maioria absoluta, realizar a
convocação dos Secretários ou responsáveis pela administração direta e indireta, para que prestem,
pessoalmente, informações sobre assuntos previamente estabelecidos.
III – Revogado
VII – Revogado
b) Revogado
XIII – criar comissão parlamentar de inquérito sobre fato determinado em prazo certo,
mediante requerimento de um terço de seus membros;
XIV – conceder, mediante Projeto de Decreto Legislativo, apoiado com a assinatura de 2/3
(dois terços) dos seus membros, o Título de Cidadão Honorário, no máximo de 4 (quatro)
XVI – julgar o Prefeito, o Vice-Prefeito e os Vereadores, nos casos previstos em lei federal;
XVIII – denominar bairros, praças, vias e logradouros públicos, bem como sua
modificação;
XIX – fixar, por lei de sua iniciativa, para viger na legislatura subsequente, até o
encerramento do 1º período legislativo do ano das eleições municipais, os subsídios dos
Vereadores, observado para estes, a razão de no máximo, 75% (setenta e cinco por cento)
daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Estaduais e respeitadas as condições
da Constituição Federal, considerando-se mantido o subsídio vigente, na hipótese de não
se proceder à respectiva fixação na época própria, atualizado o valor monetário conforme
estabelecido em lei municipal específica;
As atribuições privativas da Câmara dos Vereadores estão dispostas no art. 32 do texto da Lei Orgânica de
Fortaleza. Dentre elas, algumas de destacam:
e) criar comissão parlamentar de inquérito sobre fato determinado em prazo certo, mediante requerimento
de um terço de seus membros;
Art. 33. Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito, dispor sobre todas as
matérias de competência do Município e especialmente:
I – instituir e arrecadar tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas;
III – votar o projeto de lei de diretrizes orçamentária (LDO), o projeto de lei orçamentário
anual (LOA) e o projeto de lei do plano plurianual (PPA), bem como autorizar a abertura de
créditos suplementares e especiais;
IX – autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando se tratar de doação sem encargo;
XIII – autorizar convênios com entidades públicas ou particulares e consórcios com outros
Municípios;
As matérias elencadas no art. 31, da Lei Orgânica, são da competência da Câmara Municipal, que sobre elas
disporá mediante lei (ordinária ou complementar). Para isso, é necessária a sanção do Prefeito Municipal.
Cabe à Câmara dos Vereadores, assim, legislar sobre assuntos de interesse local, dentre eles cabe destacar:
a) Dispor sobre os tributos municipais, arrecadação e autorizar isenções, anistias fiscais e remissão de
dívidas.
b) Deliberar sobre as leis orçamentárias municipais: plano plurianual (PPA), orçamento anual (LOA),
abertura de créditos especiais e suplementares.
c) Organização dos serviços públicos, sua prestação direta ou indireta (permissão, concessão e
autorização).
d) Legislar sobre alienação, concessão de bens públicos e aquisição de bens imóveis.
III – elaborar o programa de moradia popular, a ser executado pelo Município, visando ao
atendimento da população de baixa renda;
V – estabelecer critérios para permissão dos serviços de táxi e fixação de sua tarifa;
Por seu turno, as matérias elencadas no art. 34, da Lei Orgânica, também são de competência da Câmara
Municipal. Todavia, trata-se de competências que são exercidas por meio de decreto legislativo ou resolução
e, portanto, independem de sanção do Prefeito. Chamo sua atenção para as seguintes:
a) A Câmara Municipal tem autonomia elaborar a política de transportes coletivos e aprovar o plano
viário do Município,
b) Cabe à Câmara Municipal, elaborar o programa de moradia popular
c) Legislar sobre feriados municipais obedecido o disposto pela legislação federal;
d) A Câmara pode, também, estabelecerá critérios para permissão dos serviços de táxi e fixação de sua
tarifa
e) A Câmara legislará sobre o plano de desenvolvimento urbano.
Art. 35. À Câmara Municipal, observado o disposto nesta Lei Orgânica, compete elaborar
seu regimento interno, dispondo sobre a organização, a política, o provimento de cargos
de seus serviços e, especialmente, sobre:
V – comissões;
VI – sessões;
VII – deliberações;
À Câmara dos Vereadores também competirá a elaboração de seu Regimento Interno, responsável por
dispor sobre a organização, a política, o provimento de cargos na Câmara, bem como sua forma de
instalação e funcionamento, posse de seus membros, eleição de mesa, dentre outros assuntos.
V – promulgar as leis aprovadas com sanção tácita e aquelas, cujo veto tenha sido
rejeitado pelo Plenário, desde que essa decisão não tenha sido aceita, em tempo hábil, pelo
Prefeito;
VII – ordenar as despesas da Câmara, podendo delegar este poder ao chefe de gabinete
da Presidência ou ao Diretor-Geral;
X – manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar força necessária para esse
fim;
XIII – autorizar despesas da Presidência da Câmara, através de verba específica, com valor
total instituído e atualizado por ato normativo.
Parágrafo único. No caso do inciso VII deste artigo, os Vereadores serão corresponsáveis
na gestão das verbas de gabinete e de Desempenho Parlamentar, incidindo as sanções
previstas em lei pelo mau uso das verbas citadas.
O art. 36 da Lei Orgânica de Fortaleza versa sobre as atribuições do Presidente da Câmara de Vereadores,
tendo como exemplos: representar a Câmara Municipal, promulgar leis não sancionadas (caso de sanção
tácita ou veto rejeitado) ou não promulgadas pelo Prefeito, promulgar as resoluções e decretos legislativos,
e solicitar, por decisão da maioria absoluta, a intervenção no Município.
Art. 37. A Mesa Diretora da Câmara Municipal prestará contas, mensalmente, aos
Vereadores e ao Tribunal de Contas dos Municípios, através de balancetes acompanhados
da respectiva documentação comprobatória, até o dia 30 (trinta) do mês subsequente.
Dos Vereadores
Disposições Gerais
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
II – desde a posse:
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no
inciso I, alínea “a”;
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o inciso
I, alínea “a”;
O art. 34 reitera a imunidade material dos vereadores que foi estabelecida no art. 29, VIII, da CF/88, que
lhes garante a possibilidade de, na vigência do mandato e na circunscrição do Município, serem invioláveis
por suas opiniões, palavras e votos. Tal inviolabilidade alcança todas as repercussões veiculadas pela mídia.
Observação: ao contrário dos Deputados Federais e Senadores, a imunidade material dos Vereadores está
limitada à circunscrição do Município.
III – que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa ordinária, à terça parte das
sessões ordinárias da Câmara, salvo licença ou missão autorizada;
§ 2º Nos casos dos incisos I, II, VI e VII, a perda do mandato será decidida pela Câmara, por
maioria absoluta, mediante provocação da Mesa Diretora ou de Partido com representação
na Casa, assegurada ampla defesa.
§ 3º Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda do mandato será declarada pela Mesa
Diretora, de ofício ou mediante provocação de qualquer Vereador ou de Partido com
representação na Casa, assegurada ampla defesa.
No art. 39, são relacionadas as hipóteses de perda do mandato do Vereador. Dentre outros casos, citamos
a quebra de decoro parlamentar (art. 96, II), cujos procedimentos incompatíveis são determinados no
Regimento Interno da Câmara, além do caso onde o Vereador deixe de comparecer a 1/3 das sessões
ordinárias da Câmara (salvo casos de doenças devidamente comprovadas ou missão ou licença autorizadas).
II – licenciado pela Câmara Municipal por motivo de doença ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não exceda a
120 (cento e vinte) dias por sessão legislativa.
§ 1º Para efeito de pagamento, o Vereador licenciado para tratamento de saúde, fará jus
ao subsídio como se em exercício estivesse.
Todavia, aquele parlamentar licenciado pela Câmara dos Vereadores para ocupar qualquer um dos cargos
mencionados pelo inciso I deste artigo (ocasião em que o parlamentar poderá optar pelo subsídio do
mandato), por motivo de doença (ocasião em que o subsídio será devido) ou para tratar de assuntos de
interesse particular por no máximo 120 dias por sessão legislativa (aqui o subsídio não será devido).
Art. 42. O Vereador que faltar, injustificadamente, a mais de três sessões mensais
ordinárias, extraordinárias e especiais, com exceção das sessões solenes, sofrerá,
automaticamente, por cada falta, um trinta avos de desconto de seu subsídio.
Faltas injustificadas a mais de 3 sessões mensais, sejam elas ordinárias, extraordinárias ou especiais,
excluídas as solenes, acarretarão descontos no subsídio no montante de 1/30 por cada uma delas.
O Vereador suplente será convocado em caso de vaga ou licença superior a 120 dias ou em razão de
investidura nos cargos apresentados pelo inciso I do art. 40. Salvo motivo justo, o suplente deve tomar posse
até 15 dias após a convocação.
Do Processo Legislativo
Das Leis
IV – leis delegadas;
V – decretos legislativos;
VI – resoluções;
VII – indicação;
VIII – requerimento.
No Município de Fortaleza, o processo legislativo, rito por meio do qual são elaboradas certas normas,
compreende a elaboração de emendas à Lei Orgânica, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas,
resoluções, decretos legislativos, indicação e requerimento.
Quanto às leis, há duas espécies diferentes: leis ordinárias e leis complementares, e a diferença entre elas
está no quórum de aprovação. A primeira é aprovada por maioria simples dos votos, ou seja, maioria dos
votos dos presentes. A lei complementar depende de aprovação da maioria absoluta, que representa mais
da metade da totalidade dos membros. Já as leis delegadas são prerrogativas legislativas que são atribuídas,
pela Câmara Municipal, ao Prefeito, respeitados certos limites.
Os decretos legislativos e as resoluções são atos privativos da Câmara Municipal, que não dependem da
sanção do Prefeito. O decreto legislativo trata de matéria de competência exclusiva da Câmara, mas que
produza efeitos externos, enquanto as resoluções tratam de aspectos internos da Câmara, visam regular
matéria político-administrativa, de sua competência exclusiva.
Ao observarmos esse dispositivo, comparando-o com a Constituição Federal, percebe-se que não há
previsão, na Lei Orgânica de Fortaleza, da edição de medida provisória pelo Prefeito. Isso é muito importante
para a sua prova!
Art. 46. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer Vereador, ao
Prefeito e aos cidadãos.
II – Revogado
O art. 46 da Lei Orgânica de Fortaleza relaciona os legitimados a apresentar projetos de lei, ordinária ou
complementar. Assim, são legitimados qualquer Vereador, Prefeitos e cidadãos.
O §1º, por seu turno, enumera as matérias para as quais apenas o Prefeito pode elaborar projeto de leis.
Dentre elas está a competência para submeter projeto sobre o regime jurídico dos servidores públicos
municipais e criação e extinção de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica do Município.
O parágrafo único ressalta que os projetos de lei de iniciativa exclusiva do Prefeito não podem prever
aumento de despesa, exceto se dispor sobre matéria orçamentária.
Art. 47. As deliberações da Câmara serão tornadas por maioria simples de votos, presente
a maioria absoluta de seus membros, salvo disposição em contrário constante nesta Lei
Orgânica.
Art. 48. O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
§ 2º Esgotado o prazo previsto no parágrafo anterior sem deliberação pela Câmara, será
a proposição incluída na ordem do dia. sobrestando-se às demais proposições, para que se
ultime a votação.
§ 3º O prazo do § 1º não corre no período de recesso da Câmara nem se aplica aos projetos
de Código.
O art. 48 da Lei Orgânica que foi reproduzido acima prevê o chamado procedimento legislativo sumário. O
Prefeito pode solicitar urgência nos projetos de lei de sua iniciativa, não pode, porém, solicitar urgência para
a tramitação de um projeto de lei de iniciativa da Câmara, ainda que a Administração Municipal tenha
interesse na sua aprovação. Ao fazer isso, os projetos de lei deverão ser apreciados em até 30 (trinta) dias,
se não o forem, serão colocados na ordem do dia e sobrestarão as deliberações de demais assuntos até que
sejam apreciados.
Este rito não é válido durante o recesso parlamentar e nem se aplica à projetos de lei complementar.
Art. 49. A matéria constante de projeto de lei rejeitado ou havido por prejudicado,
somente poderá ser objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa, mediante
proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara.
Aqui temos o chamado “princípio da irrepetibilidade”. A matéria de projeto de lei rejeitado não poderá, em
regra, ser objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa. Todavia, essa vedação não é absoluta. É
possível que seja flexibilizada mediante proposta da maioria absoluta dos membros da Câmara Municipal.
Art. 50. O voto será sempre descoberto e nominal em todas as matérias apreciadas em
plenário.
Em regra, os votos dos parlamentares nas sessões da Câmara dos Vereadores será descoberto e nominal.
Art. 51. Serão leis complementares, além de outras previstas nesta Lei Orgânica:
II – Código de Obras;
IV – Código de Posturas;
X – Código de Saúde;
Art. 52. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta, observado o
mesmo rito de votação das leis ordinárias.
No art. 51 encontramos quais serão as leis complementares, que deverão ser aprovadas por maioria
absoluta, respeitado o mesmo rito de votação das leis ordinárias.
Art. 53. Aprovado o projeto de lei, será enviado ao Prefeito que, aquiescendo, o
sancionará.
§ 3º O veto será apreciado pela Câmara, dentro de 30 (trinta) dias, a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Vereadores.
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de 48 (quarenta e oito) horas pelo Prefeito, nos
casos dos §§ 2º e 6º, o Presidente da Câmara a promulgará em igual prazo.
Após aprovado pela Câmara Municipal, o projeto de lei será enviado ao Prefeito, para sanção ou veto, no
prazo de 15 dias úteis.
A sanção pode ser expressa ou tácita. Haverá sanção tácita quando o Prefeito não se manifestar (permanecer
em silêncio) pelo prazo de 15 dias úteis após recebido o projeto. Sancionado o projeto, ele se transforma em
lei, que deverá ser promulgada e publicada.
Havendo sanção expressa, a promulgação é automática. Por outro lado, diante de sanção tácita, no caso de
o Prefeito não se pronunciar em 15 dias, ele tem 48 horas para fazer a promulgação. Caso não o faça, o
Presidente da Câmara Municipal deverá fazê-lo.
O Prefeito pode, também, rejeitar o projeto de lei. Este veto pode ser político (quando o Prefeito julgar que
o projeto de lei contraria o interesse público) ou jurídico (quando o Prefeito entender que o projeto é
inconstitucional ou incompatível com a Constituição Estadual ou Federal).
O veto será sempre expresso. Se o Prefeito considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional, ilegal
ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis,
encaminhando ao Presidente da Câmara os motivos do veto.
Mas o veto poderá ser rejeitado pela Câmara. Segundo o art. 53, § 3º, o veto será apreciado pela Câmara
dentro de 20 (vinte) dias a contar do seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria dos
Vereadores (ou por maioria absoluta em se tratando de leis complementares). Rejeitado o veto, o projeto
será enviado para o Prefeito para que este promulgue a lei em 48 horas, se não o fizer, essa obrigação passa
para o Presidente da Câmara que deverá fazê-lo também em 48 horas.
Art. 54. As leis delegadas serão elaboradas pelo Prefeito que deverá solicitar a delegação
à Câmara Municipal.
A Lei Orgânica de Fortaleza permite que o Prefeito edite Leis Delegadas após solicitação à Câmara Municipal.
III – popular, subscrita por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado do Município.
§ 1º A proposta será discutida e votada em dois turnos, com interstício mínimo de 10 (dez)
dias, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, o voto favorável de 2/3 (dois terços)
dos membros da Câmara.
§ 2º A emenda à Lei Orgânica do Município será promulgada pela Mesa Diretora da Câmara,
com o respectivo número de ordem.
Art. 57. Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I – a autonomia do Município;
Art. 58. A Lei Orgânica não poderá ser emendada na vigência do estado de sítio ou de
intervenção no Município.
As possibilidades de iniciativa para propor emenda à Lei Orgânica são restritas a 1/3, no mínimo, do número
de Vereadores, do Prefeito e por 5%, no mínimo, do eleitorado do Município.
O texto estabeleceu limitações circunstanciais, segundo as quais a Lei Orgânica não poderá ser emendada
na vigência de estado de sítio ou de intervenção no Município, além das limitações materiais trazidas pelo
art. 57, segundo o qual a emenda à LO não poderá ser tentende abolir a autonomia do Município, a
independência e harmonia dos Poderes e o direito de participação popular.
Da Iniciativa Popular
Art. 59. A soberania popular se manifesta pelo exercício direto do poder pelo povo e
quando a todos são asseguradas condições dignas de existência e será exercida
especialmente:
I – pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos;
II – pelo plebiscito;
A soberania popular, sem o prejuízo das demais ações que exaltem o poder do povo, será exercida pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos e ainda, por:
a) iniciativa popular de leis: realizada de acordo com as regras de processo legislativa, que serão vistas
oportunamente
d) orçamento participativo
e) veto popular: por este instrumento o povo pode vetar uma lei já aprovada, que, conforme você verá em
seguida, deverá ser submetida a referendo popular.
Art. 60. A iniciativa popular, no âmbito do Poder Legislativo Municipal, será tomada por
5% (cinco por cento) do eleitorado do Município, mediante apresentação de:
I – projeto de lei;
§ 5º A alteração ou revogação de uma lei, cujo projeto seja originário de iniciativa popular,
quando feita por lei, cujo projeto não teve iniciativa do povo, deve ser obrigatoriamente
submetida a referendo popular.
A forma como a iniciativa popular será exercida tem o início de sua previsão na Lei Orgânica de Fortaleza no
art. 60. Assim, os projetos de lei apresentados deverão ser inscritos prioritariamente na ordem do dia, sendo
discutidos e votados em, no máximo, 60 dias. Passado esse prazo, o projeto irá automaticamente para a
votação, independente de parecer.
A alteração ou revogação de uma lei fruto de iniciativa popular deverá ser submetido a referendo caso sua
alteração ou revogação não seja de iniciativa do povo.
Art. 61. A iniciativa popular, no âmbito do Poder Executivo Municipal, será tomada por 5%
(cinco por cento) do eleitorado do Município, mediante apresentação de:
No Poder Executivo, a iniciativa popular poderá ser exercida mediante apresentação, por 5% do eleitorado,
de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano e pelo veto popular a obra pública ou privada
considerada atentatória ao interesse público ou ao meio ambiente.
Disposições Gerais
Art. 64. O Plenário pode avocar, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, qualquer
matéria ou ato submetidos à Mesa, à Presidência ou às Comissões, para sobre eles
deliberar.
Art. 65. Os casos omissos no regimento interno, bem como a interpretação de seus
diversos dispositivos, serão decididos pelo Plenário da Câmara pelo voto da maioria
absoluta dos Vereadores.
Comentários:
A Câmara Municipal, de fato, legisla sobre sistema tributário municipal. No entanto, há participação do
Prefeito, que é responsável por sancionar ou vetar os projetos de lei (art. 33, I, da Lei Orgânica de Fortaleza.
Gabarito: errada.
Comentários:
Gabarito: correta.
19. (Questão inédita) Para que incida a inviolabilidade do vereador, é necessário que suas opiniões,
palavras e votos sejam expressos em razão do mandato e na circunscrição do município em que atua.
Comentários:
A imunidade material do vereador por suas opiniões, palavras e votos só existirá se o ato for praticado no
exercício do mandato e na circunscrição do Município.
Gabarito: correta.
20. (Questão Inédita) O vereador que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa (período de 1
ano), a 2/3 das sessões ordinárias do ano, salvo licença ou missão autorizada pela Câmara, perderá seu
mandato.
Comentários:
Neste caso, se o Vereador faltar, salvo licença ou missão autorizada, a 1/3 das sessões ordinárias no ano já
perderá o mandato.
Gabarito: errada.
21. (Questão Inédita) O prefeito, caso julgue relevante, poderá solicitar urgência para apreciação de
projetos de iniciativa da Câmara em caso de relevante interesse público.
Comentários:
De acordo com a Lei Orgânica de Fortaleza, o Prefeito poderá solicitar urgência apenas para a apreciação de
projetos de sua iniciativa.
Gabarito: errada.
22. (Questão Inédita) A matéria constante no projeto de lei rejeitado não poderá constituir objeto de
novo projeto, na mesma sessão legislativa.
Comentários:
A irrepetibilidade não é absoluta. Poderá haver novo projeto com a mesma matéria caso este seja proposto
por maioria absoluta dos membros da Câmara.
Gabarito: errada.
23. (Questão Inédita) Segundo a Lei Orgânica de Fortaleza, o Prefeito pode editar medidas provisórias.
Comentários:
O processo legislativo de Fortaleza não dispõe sobre a possibilidade de o Prefeito elaborar medidas
provisórias.
Gabarito: errada.
24. (Questão Inédita) Em Fortaleza existe a possibilidade de a Lei Orgânica ser emendada por proposta
dos eleitores.
Comentários:
O item está correto! A LO poderá ser emendada pela proposta de 5% dos eleitores de Fortaleza.
Gabarito: correta.
25. (Questão inédita) As CPI’s têm poderes de investigação próprios de autoridades judiciais e podem
promover a responsabilidade civil, mas não criminal dos infratores.
Comentários:
De fato, as CPI’s têm poderes de investigação próprios de autoridades judiciais, no entanto, não dispõem de
competência para promover responsabilização dos infratores. Caso encontrem irregularidades, devem
encaminhá-las ao Ministério Público para que este responsabilize os culpados.
Gabarito: errada.
Do Poder Executivo
Do Prefeito e do Vice-Prefeito
Art. 67. O Poder Executivo do Município é exercido pelo Prefeito, com o auxílio dos
Secretários Municipais, diretores de órgãos públicos e administradores regionais.
No Município de Fortaleza, assim como nos demais municípios da federação, a chefia do Poder Executivo é
exercida pelo Prefeito, que é auxiliado nessa tarefa pelos Secretários Municipais e pelos Diretores de órgãos
públicos e administradores regionais. Os Secretários Municipais, na órbita municipal, são equivalentes aos
Ministros de Estado, na órbita federal. Assim como existe o Ministro da Fazenda e o Ministro do
Planejamento, nos Municípios existem o Secretário Municipal da Fazenda e o Secretário Municipal de
Planejamento.
Art. 68. O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse no dia primeiro de janeiro do ano
subseqüente ao da eleição, em sessão da Câmara Municipal, prestando o compromisso de
manter, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República, a Constituição do Estado do
Ceará, esta Lei Orgânica e a legislação em vigor, promover o bem geral do povo
fortalezense, a gestão democrática e o desenvolvimento sustentável da cidade e defender
a união, a integridade e a autonomia do Município.
Art. 69. Se decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou Vice-Prefeito,
salvo comprovado motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, será este declarado
vago.
O Prefeito e o Vice-Prefeito tomam posse numa perante a Câmara Municipal, no dia 1º de janeiro do
primeiro ano da legislatura. Se, decorridos 10 (dez) dias da data fixada para a posse, o Prefeito ou o Vice-
Prefeito, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
Assim como acontece com os Vereadores, o Prefeito e o Vice também deverão apresentar declaração pública
de seus bens e rendimentos.
Parágrafo único. O Vice-Prefeito não poderá recusar-se a substituir o Prefeito, sob pena de
extinção do mandato, na forma da lei.
Uma das atribuições ao Vice-Prefeito é a de substituir o Prefeito em caso de impedimento ou vacância, não
podendo se recursar a tanto sob pena de extinção do mandato.
A Lei Orgânica de Fortaleza prevê, também, que, na “linha sucessória” do Prefeito, estão o Vice-Prefeito e
Se o Presidente da Câmara recusar assumir o cargo de Prefeito, estará, automaticamente, renunciando a sua
função de dirigente do Legislativo.
Art. 73. Perderá o mandato o Prefeito, se assumir outro cargo ou função na administração
pública, ressalvada a posse em virtude de concurso público.
Com exceção à posse em concurso público, veda-se ao Prefeito, sob pena de perda do cargo, que assuma a
qualquer outro cargo ou função na Administração Pública.
Art. 74. Será declarado vago pelo Presidente da Câmara Municipal o cargo de Prefeito,
quando:
II – deixar de tomar posse, sem motivo justo, aceito pela Câmara, dentro do prazo de dez
dias;
As hipóteses de vacância estão dispostas no art. 74, sendo elas o falecimento, a ausência no momento de
tomada de posse ou a perda ou suspensão de direitos políticos.
Lei de iniciativa da Câmara deverá fixar os subsídios do Prefeito, do Vice dos Secretários.
Art. 76. O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando no exercício do cargo, não poderão, sem
autorização da Câmara Municipal, ausentar-se do Município, por período superior a 15
(quinze) dias, sob pena de perda do cargo.
O Município não poderá ficar sem seus dirigentes, então, o Prefeito e o Vice-Prefeito somente poderão se
ausentar, por mais de 15 dias, se autorizado pela Câmara Municipal, sob pena de perda do cargo ou de
mandato.
I – pelo Tribunal de Justiça dos Estado nos crimes comuns e nos de responsabilidade, nos
termos da legislação federal aplicável;
Art. 79. O Vice-Prefeito, além de outras atribuições que Ihe forem concedidas por lei,
auxiliará o Prefeito, sempre que por ele for convocado para missões especiais.
§ 3º O disposto neste artigo não prejudica as atribuições previstas no art. 71 desta Lei
Orgânica.
Art. 80. O Prefeito regularmente licenciado perceberá sua remuneração, salvo no caso de
licença para tratar de interesse particular.
Art. 82. Cabe ao Prefeito a administração dos bens municipais, respeitada a competência
da Câmara quanto àqueles utilizados em seus serviços.
Ao Prefeito de Fortaleza competirá dar cumprimento às deliberações realizadas na Câmara, além de dirigir,
fiscalizar e defender os interesses de Fortaleza e adotar as medidas administrativas e de utilidade pública
sem que exceda as verbas orçamentárias. Caberá a ele, também, a administração dos bens municipais, com
exceção dos bens utilizados pela Câmara.
I – iniciar o processo legislativo na forma e nos casos previstos nesta Lei Orgânica;
III – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas pela Câmara Municipal e
expedir os regulamentos para sua fiel execução;
cópia fiel do inteiro teor dos instrumentos respectivos à Câmara Municipal, no prazo
constante desta Lei Orgânica;
XIII – remeter mensagem e plano de governo à Câmara Municipal por ocasião da abertura
das sessões legislativas, expondo a situação do Município e solicitando as providências que
julgar necessárias;
XVII – enviar à Câmara Municipal, cumprindo o disposto no inciso V do art. 6º desta Lei
Orgânica, o plano plurianual de investimentos, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
e o projeto de lei orçamentário anual;
XXIX – organizar os serviços internos dos órgãos da administração pública direta, indireta,
autárquica e fundacional;
XXXII – organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços relativos às terras do Município;
XXXIV – conceder auxílios, prêmios e subvenções, nos limites das respectivas verbas
orçamentárias e do plano de distribuição, prévia e anualmente aprovado pela Câmara;
XXXVII – solicitar, quando necessário, o auxílio das autoridades policiais do Estado para a
garantia do cumprimento dos seus atos;
XL – prestar à Câmara, dentro de quinze dias, as informações por ela solicitadas, salvo
quando houver prorrogação a seu pedido e por prazo determinado, em face da
complexidade da matéria ou da dificuldade de obtenção, nas respectivas fontes, dos dados
pleiteados;
XLI – aplicar multas previstas em lei e contratos, bem como revê-las, quando impostas
irregularmente.
XLII – comunicar à câmara a aquiescência ou não das indicações aprovadas pela Câmara
Municipal, no prazo estabelecido no § 1º do art. 47 desta Lei orgânica.
O art. 83, da Lei Orgânica, relaciona as atribuições privativas do Prefeito de Fortaleza. Não precisa decorar
todas, mas vale a pena que você tenha uma noção sobre esse rol de competências. Chamo sua atenção para
algumas atribuições:
a) O Prefeito sanciona, promulga e publica leis, além de expedir decretos para sua fiel execução.
b) O Prefeito deve prestar as informações solicitadas pela Câmara Municipal, dentro de 15 dias.
c) Encaminhar à Câmara Municipal o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e o
orçamento anual do Município
d) O Prefeito pode determinar a desapropriação de bens.
e) Cabe a ele, também, permitir ou autorizar a execução de serviços públicos por terceiros
f) O Prefeito pode celebrar convênios, acordos, contratos e outros ajustes de interesse do Município.
Algumas destas competências são delegáveis, desde que feitas por decreto. São elas:
a) dispor sobre a estruturação, as atribuições e o funcionamento dos órgãos da administração pública;
b) resolver sobre requerimentos, reclamações ou representações que Ihe forem dirigidas;
c) aprovar projetos de edificação e planos de loteamento e arruamento para fins urbanos;
d) comunicar à câmara a aquiescência ou não das indicações aprovadas pela Câmara Municipal, no
prazo estabelecido no § 1º do art. 47 desta Lei orgânica.
Art. 85. Os auxiliares do Prefeito farão declaração de bens no ato da posse e no término
do exercício de suas funções.
Art. 86. Os Secretários e demais auxiliares do Prefeito são responsáveis com o Prefeito
pelos atos que assinarem, ordenarem ou praticarem.
Art. 87. Lei Municipal estabelecerá as atribuições dos auxiliares do Prefeito, definindo-
lhes a competência, dever e responsabilidade.
São auxiliares diretos do Prefeito, ocupando cargos de livre nomeação e exoneração, os Secretários
Municipais e os diretores de órgãos da Administração Pública Direta, Indireta, Autárquica e Fundacional.
Deverão, também, apresentar no ato da posse e no término do exercício de suas funções declaração de bens.
Além disso, respondem, juntamente com o Prefeito, pelos atos que assinarem, ordenarem ou praticarem.
Art. 89. Lei complementar disporá sobre a Procuradoria Geral do Município, disciplinando
as competências e o funcionamento dos órgãos que a integram, bem como estabelecerá o
regime jurídico dos integrantes da carreira de Procurador do Município, observados os
princípios e regras contidos nesta Lei Orgânica.
Art. 90. O Poder Executivo manterá órgão de controle interno da administração pública
municipal, integrante do sistema de controle interno, com o objetivo de atuar na defesa
dos princípios da legalidade, legitimidade, impessoalidade, moralidade, e publicidade
administrativa, bem como estimular o controle social e a defesa dos direitos e os interesses
individuais e coletivos que deverão ser fomentados pelo Município e seus órgãos.
No art. 90 encontramos a previsão e a forma de funcionamento de órgão municipal, que exercerá funções
de Ouvidoria-Municipal (visando a promoção do exercício da cidadania), integrante do sistema de controle
interno que terá como objetivo atuar na defesa dos princípios considerados mais caros para a Administração,
bem como estimular a defesa dos direitos e interesses individuais e coletivos.
Cumpre destacar que as competências do órgão de controle interno não excluem as competências da PGM.
O titular da Ouvidoria Municipal, que será estruturada por lei complementar, terá status de Secretário
Municipal.
Da Assistência Jurídica
Art. 91. O Município apoiará serviço público de assistência jurídica, que deverá ser
prestado gratuitamente às comunidades e grupos sociais menos favorecidos para prover,
por seus próprios meios, a defesa de seus direitos, em convênio com a Defensoria Pública.
Garante-se a assistência jurídica gratuita às comunidades e aos grupos sociais carentes para a defesa de
seus direitos, em atuação realizada em convênio com a Defensoria Pública do Estado.
26. (Questão Inédita) Para se ausentarem do Município por mais de 15 dias, o Prefeito e o Vice-Prefeito
deverão requerer licença prévia da Câmara Municipal, sob pena de perda de mandato.
Comentários:
Gabarito: correta.
27. (Questão inédita) É competência privativa do Prefeito permitir e autorizar a execução de serviços
públicos por terceiros.
Comentários:
Gabarito: correta.
28. (Questão inédita) Os Secretários Municipais são livremente nomeados pelo Prefeito e deverão
apresentar declaração de bens no ato da posse e após o exercício da função.
Comentários:
Os Secretários do Município, bem como os Diretores de órgãos da Administração Pública, ocupam cargos de
confiança do Prefeito e são por ele livremente nomeados e exonerados. A Lei Orgânica de Fortaleza
estabeleceu que no início e após o exercício da função deverão apresentar declaração de bens.
Gabarito: correta.
29. (Questão inédita) Cabe ao Prefeito de Fortaleza superintender a arrecadação dos tributos, bem
como a guarda e aplicação da receita autorizando as despesas e pagamentos dentro das disponibilidades
orçamentárias ou dos créditos votados pela Câmara.
Comentários:
Gabarito: correta.
30. (Questão inédita) Passados dez dias da data fixada para a posse sem que o Prefeito ou Vice tenham
assumido o cargo, as autoridades serão consideradas impedidas para o exercício.
Comentários:
Errado! Conforme art. 69, nesses casos, o cargo será considerado vago.
Gabarito: errada.
DA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL
Da Estrutura Administrativa
A Administração Pública, em todos os seus níveis deverá observar alguns princípios, que a Lei Orgânica
determinou como sendo legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade,
indivisibilidade e indisponibilidade do interesse público, participação popular, transparência, finalidade,
eficiência, razoabilidade, motivação, bem como outros princípios insculpidos na Constituição Federal e
Estadual. Fortaleza deverá, também, criar o Conselhos Geral do Município e Conselhos Municipais de
Participação Popular, com o objetivo de dar instrumentalidade ao princípio da democracia representativa
trazido pela CF/88 e à todos os outros princípios trazidos pela Lei Orgânica.
Art. 96. O Município, na ordenação de sua estrutura orgânica e funcional, atenderá aos
princípios da desconcentração e descentralização e buscará o constante aprimoramento
da gestão pública, adotando as normas técnicas mais recomendáveis ao bom desempenho
de suas atribuições e ao ágil e eficaz atendimento dos usuários.
I – autarquia;
II – empresa pública;
IV – fundação pública.
A diferenciação entre Administração Pública Direta e Indireta é encontrada no art. 96, de modo que a
Administração será Direta quando realizada por órgãos da Prefeitura ou da Câmara, ao passo que a
Administração Indireta será aquela realizada por autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
mista, fundação ou outras entidades.
§ 3º Ao usuário fica garantido serviço público compatível com sua dignidade humana,
prestado com eficiência, regularidade, pontualidade, uniformidade, conforto e segurança,
sem distinção de qualquer espécie.
§ 4º Ao usuário fica garantido serviço público compatível com sua dignidade humana,
prestado com eficiência, regularidade, pontualidade, uniformidade, conforto e segurança,
sem distinção de qualquer espécie.
Algumas garantias são encontradas nos §§ do art. 96, de modo que garante-se o serviço público compatível
com a dignidade humana dos usuários, bem como sua prestação com eficiência, sem a distinção de qualquer
espécie.
Por fim, é assegurada a participação de servidores e empregados em colegiados dos órgãos públicos em que
seus interesses sejam objeto de discussão.
Art. 97. É vedada a dispensa do empregado a partir do registro de sua candidatura a cargo
de direção ou de representação nas Comissões de Representantes e, se eleito, ainda que
suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave.
O empregado que registre sua candidatura a cargo de direção ou de representação nas Comissões de
Representantes não poderá ser dispensado e, se eleito, ainda que suplente, também está vedada sua
dispensa até um ano após o final de seu mandato.
Art. 98. A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes
do Município, obedecerá aos seguintes princípios:
III – o prazo de validade do concurso público será de dois anos, prorrogável, por igual
período, uma única vez;
Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei. Em virtude de expressa determinação do art. 37, I, da CF/88 os cargos também podem
ser ocupados por estrangeiros, na forma da lei. Observe que estrangeiros também podem ocupar cargos,
empregos e funções públicas, mas é necessária uma lei que defina as hipóteses e condições a serem
obedecidas.
Para ser investido em cargo ou emprego público, é necessário, em regra, a aprovação prévia em concurso
público, que poderá ser de provas ou de provas e títulos. Destaque-se, entretanto, que o provimento de
cargos em comissão independe de aprovação em concurso. Tais cargos são de livre nomeação e exoneração.
Os concursos públicos têm a validade de 2 (dois) anos, sendo possível uma prorrogação por igual período.
Durante esse período, os aprovados têm prioridade para nomeação em relação a novos concursados. Cabe
ressaltar que a nomeação dos candidatos deverá obedecer à ordem de classificação.
VII – a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;
Os servidores públicos podem se organizar em sindicatos. Já o direito de greve é norma de eficácia limitada,
uma vez que depende da edição de lei regulamentadora para que possa produzir todos os seus efeitos.
Enquanto esta lei não é editada, vem sendo aplicada aos servidores públicos a norma vigente para greve no
setor privado.
A lei preverá um percentual mínimo de cargos e empregos que deverá ser ocupado por servidores de
carreira.
A regra geral é a vedação da acumulação remunerada de cargos públicos e abrange, inclusive, empregos,
funções, entidades da administração indireta e suas subsidiárias e demais sociedades controladas pelo poder
público. Tal regra é excepcionada apenas quando houver compatibilidade de horários e se tratarem: i) de
dois cargos de professor; ii) de um cargo de professor com outro técnico ou científico ou; iii) de dois cargos
privativos de médico.
Essa proibição de acumular estende-se a empregos e funções em autarquias, empresas públicas, sociedades
de economia mista e fundações mantidas pelo poder público.
XIV – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista, e de fundação, cabendo à lei
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;
As autarquias são criadas por lei. Já as fundações públicas (de direito privado), as sociedades de economia
mista e as empresas públicas têm sua criação autorizada por lei. Observa-se que depende de autorização
legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso XIV, assim como a
participação de qualquer delas em empresa privada.
XVIII – a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos
públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de
autoridades ou servidores públicos;
O inciso XVIII é uma expressão do princípio da impessoalidade, que veda a promoção pessoal. O agente
público não pode utilizar-se das realizações da Administração Pública para promoção pessoal.
XXIV – pode o cidadão, diante de lesão ao patrimônio público municipal, promover ação
popular contra abuso de poder, para defesa do meio ambiente, ficando o infrator ou
autoridade omissa responsável pelos danos causados e custas processuais;
Art. 99. As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado que prestem serviços
ao Poder Executivo Municipal, sempre que solicitadas por cidadãos, órgãos públicos,
sindicatos ou entidades da sociedade civil local, inclusive as controladorias sociais criadas
livremente por usuários, prestarão, no prazo de 30 dias, informações detalhadas sobre
planos, projetos, investimentos, custos, desempenhos e demais aspectos pertinentes à sua
execução, sob pena de rescisão, sem direito a indenização.
§ 3º As pessoas jurídicas de direito privado a que se refere o caput deste artigo são as
concessionárias e permissionárias de serviços público, bem como toda e qualquer pessoas
jurídica de direito privado que tenha prestado serviço ao Poder público e resultante disto
tenha recebido recursos financeiros.
O direito de informação é assegurado no art. 99, de forma que as pessoas jurídicas de direito público e de
direito privado que prestem serviços ao Poder Executivo deverão prestar informações detalhadas sobre a
execução de seus serviços sempre que solicitadas em até 30 dias.
O § 1º do art. 99 dispõe sobre a responsabilidade civil do Estado, que é objetiva e foi descrita no art. 37, §
6º, CF/88:
Adota-se, no Brasil, a chamada teoria do risco administrativo. As pessoas jurídicas de direito público e as
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos terão a obrigação de reparar os danos
que seus agentes, atuando nessa qualidade, produzirem a terceiros, independentemente de dolo ou culpa.
É relevante assinalar o “direito de regresso”, que deverá ser exercido pela Administração Pública mediante
ação judicial (denominada ação regressiva) contra o agente público que deu causa ao dano, caso este tenha
agido com dolo ou culpa.
b) as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, empresas públicas e sociedades
de economia mista prestadoras de serviço público. Não alcança as EP e SEM exploradoras de atividade
econômica.
c) as pessoas jurídicas de direito privado que não integram a administração indireta, mas prestam serviços
públicos.
III – patrocinar causa em que seja interessada pessoa jurídica de direito público,
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista e fundação.
Cabe à lei estabelecer as circunstâncias e as exceções em que as sanções administrativas serão aplicadas,
inclusive a demissão, ao servidor público que firme ou mantenha contrato com pessoas jurídicas de direito
público, autarquia, empresa pública ou sociedade de economia mista ou, ainda, com empresa concessionária
de serviço público no âmbito do Município, bem como ao servidor que seja proprietário, controlador ou
diretor de empresa que tenha contrato com a Administração ou que patrocine causa em que seja interessada
pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista e fundação.
Art. 101. Qualquer cidadão, partido político, sindicato ou entidade da sociedade civil local,
inclusive controladoria social criada livremente por usuários, na forma e prazo
estabelecidos em lei, poderá obter informações a respeito da execução de contratos ou
consórcios firmados por órgãos públicos ou entidades integrantes da administração direta,
indireta e fundacional do Município, podendo, ainda, denunciar quaisquer irregularidades
ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas ou à Câmara Municipal.
Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, os órgãos e entidades contratantes
deverão remeter ao Tribunal de Contas e à Câmara Municipal cópias do inteiro teor dos
contratos ou convênios respectivos, no prazo de 10 dias após a sua assinatura.
Mais uma garantia de direito de informação trazida pelo art. 101, de modo que se garante a obtenção de
informações por cidadão, partido político, sindicato ou entidade da sociedade civil sobre a execução de
contratos ou consórcios firmados pelo Município.
Art. 103. Constituem bens do Município todas as coisas móveis, imóveis e semoventes,
direitos e ações que a qualquer título lhes pertençam.
Art. 104. Os bens públicos municipais, quanto a sua destinação, podem ser:
I – de uso comum do povo: tais como estradas municipais, ruas, praças, logradouros
públicos e outros da mesma espécie;
III – bens dominiais: aqueles sobre os quais o Município exerce os direitos de proprietário
e são considerados como bens patrimoniais disponíveis.
Os bens do Município serão todas as coisas móveis, imóveis, semoventes, direitos e ações, podendo ser
classificados, quanto à sua destinação, em bens de uso comum do povo, bens de uso especial e bens
dominiais.
Art. 105. Deverá ser feita, anualmente, a conferência da escrituração patrimonial com
bens existentes e, na prestação de contas de cada exercício, será incluído o inventário de
todos os bens móveis e imóveis do Município, compreendendo os últimos aqueles de uso
especial e os dominiais.
Art. 106. Todos os bens municipais deverão ser cadastrados, com a identificação
respectiva, numerando-se os bens imóveis aludidos no artigo anterior, segundo o que for
estabelecido em regulamento, ficando esses bens imóveis sob a responsabilidade do chefe
da secretaria ou diretor do órgão a que forem destinados.
Todos os bens municipais devem ser cadastrados com um respectivo número de patrimônio. Anualmente
deverá haver uma conferência entre a relação patrimonial e os bens existentes. Na prestação de contas anual
deverá haver o inventário de bens.
Art. 108. A venda aos proprietários de imóveis lindeiros de áreas urbanas remanescentes
e inaproveitáveis para edificações resultantes de obras públicas dependerá apenas de
prévia avaliação e autorização legislativa, dispensada a licitação; as áreas resultantes de
modificação de alinhamento serão alienadas nas mesmas condições, quer sejam
aproveitáveis, ou não.
O art. 107 da Lei Orgânica de Fortaleza explicita as condições para alienação de bens públicos municipais,
desde que haja interesse público devidamente justificado e seja precedido de avaliação.
Para alienação de bens móveis, a autorização legislativa não é obrigatória, mas hasta pública é. A licitação
será dispensável no caso de doação, sendo permitida apenas para fins assistenciais ou quando houver
interesse público devidamente justificado.
Art. 109. Os bens municipais poderão ser utilizados por terceiros, mediante concessão,
permissão e autorização conforme o caso e o interesse público ou social o exigir,
devidamente justificado.
O uso de bens municipais por terceiros poderá ser feito mediante concessão, permissão ou autorização,
conforme o caso, atendido o interesse público.
A concessão de bens municipais, depende de lei, é formalizada por contrato administrativo, após licitação
na modalidade concorrência e deve ser remunerada. A concorrência poderá ser dispensada, por lei, quando
o uso se destinar a concessionária de serviços públicos, a entidades assistenciais ou quando houver interesse
público devidamente justificado.
A permissão é formalizada por ato administrativo, será remunerada e a título precário, ou seja, revogável a
qualquer tempo.
Por seu turno, a autorização dependerá de termo administrativo para a realização de atividade ou uso
específico e momentâneo por até 12 meses.
§ 1º Considerar-se-ão como população de baixa renda as famílias com renda média não
superior a três salários mínimos.
b) impenhoráveis;
Art. 112. A manutenção das áreas verdes, equipamentos de uso público e unidades de
conservação pode ser feita com a participação da comunidade.
Art. 113. Os bens considerados inservíveis deverão ser protegidos da ação do tempo ou
levados a leilão o mais rápido possível, visando à obtenção do melhor
LISTA DE QUESTÕES
1. (Questão Inédita) Os Municípios possuem autonomia política, administrativa e financeira, mas não
autonomia legislativa.
2. (Questão Inédita) Os Municípios, na condição de entes federativos, possuem uma tríplice
capacidade da autonomia: auto-organização, autogoverno e autoadministração.
3. (TCM / SP – 2015) Lei Orgânica Municipal, como projeção da autonomia municipal, deve disciplinar
a organização municipal consoante os balizamentos estabelecidos pela Constituição da República, não
sendo possível que a Constituição Estadual o faça.
4. (Questão inédita) O número de Vereadores de um Município depende de seu número de eleitores.
5. (Questão inédita) A Lei Orgânica do Município deve ser votada pela Câmara Municipal, em dois
turnos, com interstício mínimo de 30 dias, sendo aprovada se obtiver dois terços dos votos dos vereadores.
6. (PGM / Salvador – 2015) A competência dos municípios para legislar é residual, haja vista que será
atribuição dos municípios disciplinar sobre aquilo que não seja constitucionalmente atribuído à
competência da União ou dos Estados.
7. (VUNESP – Procurador Legislativo – Tatuí/2019) Compete ao Município organizar e prestar,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o
de transporte coletivo, que tem caráter essencial.
8. (Questão Inédita) É competência privativa do Município de Fortaleza implantar política de
educação para segurança no trânsito.
9. (TRF 3a Região – 2016) A incorporação e a fusão de Municípios deverão ser feitas por intermédio
de lei federal, em qualquer oportunidade, após consulta prévia, mediante referendo, às populações dos
Municípios envolvidos e autorização da Assembleia Legislativa do Estado em que se encontrem as
mencionadas unidades Federativas.
10. (TRE SP – 2017) No caso de desmembramento de Município, é necessária tanto a consulta à
população do território a ser desmembrado, quanto a do território remanescente.
11. (COPESE CM Palmas/ 2018) Levando-se em consideração que o Congresso Nacional não editou a lei
complementar que dispõe sobre o período dentro do qual poderão ocorrer alterações nas estruturas dos
municípios, atualmente esses entes federativos não podem ser criados.
12. (Questão inédita) Compete ao Município de Fortaleza explorar diretamente, ou mediante
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei.
13. (Questão Inédita) É competência privativa do município implantar política de educação para
segurança no trânsito.
14. (Questão inédita) O Município deve elaborar e executar o plano plurianual.
15. (Questão inédita) O Município de Fortaleza tem competência para equipar sua guarda municipal
com os armamentos e viaturas necessários.
16. (Questão Inédita) O Município de Fortaleza tem competência para, mediante lei complementar,
instituir regiões metropolitanas e microrregiões.
17. (Questão inédita) Compete à Câmara Municipal legislar, independentemente de manifestação do
Prefeito, sobre a instituição e arrecadação dos tributos de sua competência
GABARITO
1. ERRADA
2. CORRETA
3. CORRETA
4. ERRADA
5. ERRADA
6. ERRADA
7. CORRETA
8. ERRADA
9. ERRADA
10. CORRETA
11. CORRETA
12. ERRADA
13. ERRADA
14. CORRETA
15. CORRETA
16. ERRADA
17. ERRADA
18. CORRETA
19. CORRETA
20. ERRADA
21. ERRADA
22. ERRADA
23. ERRADA
24. CORRETA
25. ERRADA
26. CORRETA
27. CORRETA
28. CORRETA
29. CORRETA
30. ERRADA
31. CORRETA
32. CORRETA
33. CORRETA
34. ERRADA