Princípios Gerais de Direito
Princípios Gerais de Direito
Princípios Gerais de Direito
Período: 1º Turma: M2
Belo Horizonte
2013
Princípios Gerais de Direito
Adriane
Júbia Stefane
Karolina Nascimento
Maria do Socorro Resende
Rosilene
Samara Nunes
Belo Horizonte
2013
Introdução
Sabe-se que o ordenamento positivado possui lacunas, pois não há normas para resolver
todos os conflitos.
Ainda segundo Bobbio, há dois métodos utilizados como forma de completar o ordenamento
jurídico e, assim, resolver o aparente problema da completude. Esses dois métodos são:
Recorre-se ao Direito Natural: era considerado um Direito perfeito, mas essa prática já foi
abandonada.
Recorre-se a outros ordenamentos positivos: seja reenviando a ordenamentos anteriores ou a
ordenamentos vigentes contemporâneos.
Analogia: aplica-se a um caso não regulamentado uma norma utilizada para regulamentar
caso semelhante, mas para isso a semelhança deve ser relevante.
Princípios Gerais de Direito: são normas fundamentais ou generalíssimas do sistema.
Como aponta Paulo Nader, a expressão “princípios gerais de direito” já constava no artigo 7º
da Lei Preliminar que acompanhou o Código Civil de 1916.
Também o Código de Processo Civil, em seu artigo 126, dispõe que “o juiz não se exime de
sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á
aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais
de direito.”
Miguel Reale define princípios gerais de direito como sendo “enunciações normativas de valor
genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico, quer para a sua
aplicação e integração, quer para a elaboração de novas normas.”
Porém, Tércio Sampaio Ferraz Jr. diz que os princípios gerais de direito, ainda que possam
ser aplicados diretamente, não são normas, são princípios. E na sua forma indefinida, compõem a
estrutura do sistema, não o seu repertório. São regras de coesão que constituem as relações entre as
normas como um todo.
Assim como Tércio, há outros doutrinadores que não aceitam os princípios gerais como sendo
normas, mas a corrente doutrinária majoritária afirma que os princípios são, efetivamente, normas,
pois dizem o que deve ser.
Sendo assim, o objeto do nosso trabalho será apresentado a seguir, com alguns conceitos de
princípios e a aplicação dos mesmos em casos concretos.
Princípio da Insignificância
Segundo tal preceito, não cabe ao Direito Penal preocupar-se com bagatelas, do mesmo
modo que não podem ser admitidos tipos incriminadores que descrevam condutas totalmente
inofensivas ou incapazes de lesar o bem jurídico. Nesse contexto, se a finalidade do tipo penal é
assegurar a proteção de um bem jurídico, sempre que a lesão for insignificante, a ponto de se tornar
incapaz de ofender o interesse tutelado, não haverá adequação típica.
Aplica-se também o Princípio da Insignificância ou bagatela, por exemplo, nos casos de lesão
corporal, quando a lesão provocada na vítima, não é suficientemente grave a ponto de não haver
necessidade de punir o agente nem de se recorrer aos meios judiciais, por exemplo, um leve beliscão,
ou uma palmada.
(HC 109231 – RA, 2ª T., rel. Ricardo Lewandowski, 04.10.2011 e HC 91.920-RS, 2ª T., rel. Joaquim
Barbosa, 09.02.2010).
CASO: Tribunal de Justiça de Minas Gerais aplica princípio da insignificância
no caso de um homem que furtou produtos avaliados em R$20,80
Responsabilidade consiste no dever de reparação dos danos que determinado ato provocou e
constitui instituto fundamental que disciplina os critérios pelos quais uma pessoa deve responder, ou
não, pelos prejuízos causados à vítima ou a terceiros. Mais que isso, a responsabilidade deve ser
entendida como forma de garantia do direito de alguém não ser vítima de danos.
No Direito francês, esse princípio da reparação de danos foi sintetizado pela doutrina com um
adágio: tout le dommage, mais rien que le dommage ("todo o dano, mas nada mais do que o dano").
Extrai-se desse enunciado que o princípio da reparação integral possui dupla função:
O princípio da confiança funda-se na premissa de que todos devem esperar que as outras
pessoas sejam responsáveis e atuem de acordo com as normas da sociedade, visando evitar danos a
terceiros.
Uma estudante de música viajou para São Paulo com o seu instrumento de corda violoncelo.
A mesma tomou todos os cuidados para que o instrumento antigo, criação atribuída a Luthier Lafleur e
avaliado em R$26 mil, não sofresse nenhum tipo de avaria. Afirmou que no momento do embarque fez
alerta e etiquetou o instrumento como frágil, o que, de acordo com a empresa, era o suficiente para os
cuidados na viagem. Porém, ao chegar no destino, percebeu que o instrumento estava danificado. A
estudante entrou com a ação de indenização pelos danos materiais e também por danos morais, visto
que o instrumento é de estimação, onde a artista tem apego ao bem, que a acompanha em aulas,
ensaios e concertos, mesmo porque não é uma peça comum e sim um violoncelo diferenciado.
A Gol Transportes Aéreos contestou a ação, dizendo que o fato não se trata de uma relação
de consumo, e que a reclamação foi feita após a retirada do bem no aeroporto. A empresa alegou que
a estudante deveria ter tido mais cuidado, feito um seguro ou até mesmo procurado outro meio de
transporte mais adequado ao violoncelo. Pediu improcedência nos pedidos de danos materiais e
morais.
Ao analisar o processo, o juiz da 30º Vara Cível de Belo Horizonte, Geraldo David Camargo,
afirmou que o Código de Defesa do Consumidor se aplica à empresa de aviação, já que a discussão é
sobre a responsabilidade civil comum. Nesse caso, a empresa aceitou em fazer o transporte e ainda
colocou a etiqueta Frágil, portanto assumiu compromisso de entregar o bem em seu destino de forma
intacta, afirmou o magistrado. O juiz citou ainda que, o fato de a estudante não ter reparado o dano na
hora da retirada do seu bem no aeroporto não tira o direito dela de ajuizar ação. Segundo ele, como o
dano não era aparente, já que o violoncelo estava em uma caixa própria lacrada, não era necessário
conferir seu estado no local. Também foi destacado pelo juiz o princípio da confiança, inspirado pelo
cuidado inicial de se afixar a advertência de fragilidade na caixa do instrumento.
Em relação aos danos materiais, a estudante requereu o valor de mercado, de R$26 mil,
porém, pelo relatório técnico, o valor do violoncelo foi depreciado pela metade. Dessa forma, o juiz
condenou a Gol a indenizar em R$13 mil a estudante. Em relação aos danos morais, o juiz entendeu
que também tinha incidência no caso e arbitrou o valor de indenização em R$3.360,00.
c) Como cediço, os contratos de trabalho podem ser escritos ou verbais. Evidente que nos verbais o
contrato só assume condição de efetiva existência com o decorrer do tempo, ditado pelas práticas
estabelecidas entre os sujeitos da relação de trabalho.
Princípio da precaução
O Principio da precaução é o princípio basilar do Direito Ambiental e traduz a busca da
proteção do meio ambiente integrado à proteção humana, uma vez que deve haver um equilíbrio entre
o desenvolvimento econômico e a utilização racional dos recursos naturais, minimizando assim os
impactos ambientais.
O princípio da precaução foi formulado pelos gregos e, na era moderna, foi desenvolvido e
consolidado na Alemanha, em 1970, na Declaração de Wingspread, que tratou da Precaução, da
Participação e do Poluidor-Pagador, uma vez que os danos ambientais verificados devem,
obrigatoriamente, ter seus autores identificados, a fim de responsabilizá-los pelos seus atos.
· Aquele que acautela para que uma atitude ou ação não venha resultar em efeitos indesejáveis para o
meio ambiente e a população.
Na ação, o Ministério Público Federal registrou que esse é um problema comum na maioria
das barragens existentes em Minas Gerais. A Vale alegou que o Ministério Público Federal não
comprovou a ocorrência de nenhum dano, mas apenas a “existência de risco de futuro dano
ambiental”. Diante dessa alegação, o juiz destacou a imprescindibilidade da aplicação do princípio da
precaução. Segundo ele, deve-se coibir toda e qualquer atividade potencialmente lesiva, exatamente
em razão da existência da dúvida e afirmou que “uma questão que afeta o meio ambiente e a saúde
pública como é o caso de eventual rompimento de uma barragem de rejeitos em decorrência da
descarga descontrolada de substâncias nocivas ao meio ambiente, não pode ceder a interesses
meramente econômicos do empreendedor”. Portanto, a Vale ficou obrigada a apresentar e
implementar todas as medidas indicadas no plano de contenção, ainda que tivesse que desembolsar
elevadas quantias de dinheiro, de tempo e pessoal na elaboração e execução do projeto. O juiz ainda
lembrou que, o rompimento de barragens de rejeitos já provocou, nos últimos anos, graves danos
ambientais e mortes no estado de Minas Gerais.
Por ampla defesa entende-se o direito que é dado ao indivíduo de trazer ao processo
administrativo ou judicial, todos os elementos de prova licitamente obtidos para provar a verdade, ou
até mesmo de omitir-se ou calar-se, se assim entender, para evitar sua autoincriminação.
Tanto o contraditório como a ampla defesa deve estar presente em qualquer forma de
acusação, o acusado possui o direito de se defender ou de ser defendido pelos meios legais, vale
observar que se este não possuir advogado, o Estado deverá nomear defensor público para que não
se configure violação dos direitos subjetivos daquele a quem se imputa a autoria do crime.
CASO: Processo contra menor sem advogado foi anulado devido a violação
dos princípios do contraditório e da ampla defesa
Um menor foi acusado de crime por porte de substância entorpecente para consumo. O
Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), decidiu inserir o menor em medida socioeducativa de
prestação de serviços à comunidade, pelo período de 30 dias. A defesa requereu que fosse decretada
a nulidade do processo desde a audiência de apresentação e de todos os atos subseqüentes, por
ausência de defensor, violando os princípios do contraditório e da ampla defesa. Em parecer enviado
ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Ministério Público Federal manifestou-se em favor da
concessão da ordem. A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus para
decretar a nulidade do processo. “O direito de defesa e do contraditório, é irrenunciável”, observou o
relator, ao conceder a ordem.
Conclusão
Bibliografia
ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplicado, 8º Ed. Revista e atualizada. São
Paulo: Editora Metodo, 2012.
BRASIL. Código de processo civil (1973). In: ANGHER, Anne Joyce. Vade mecum acadêmico de
direito RIDEEL. 16º ed. São Paulo: RIDEEL, 2013, p. 261.
BRASIL. Lei de introdução às Normas do Direito Brasileiro (1942). In: ANGHER, Anne Joyce. Vade
mecum acadêmico de direito RIDEEL. 16º ED. São Paulo: RIDEEL, 2013, p. 140.
FERRAZ JR, Tércio Sampaio. Introdução ao Estudo do Direito – Técnica, Decisão, Dominação,
São Paulo: Editora Atlas, 1988, p. 223.
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito, 17º Ed. rev.e ampliada. Rio de Janeiro: Editora
Forense, 1999, p. 235.
REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito, 27º Ed. Ajustada ao novo Código Civil. São Paulo:
Saraiva, 2002, p. 304.
Sites
WWW.jusbrasil.com.br
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