Historia 9
Historia 9
Historia 9
Pela sua importância destaca-se a máquina a vapor, aperfeiçoada por James Watt em
1769. Graça a ela, a hulha torna-se uma espantosa fonte de energia que substituiu a
força muscular humana, animal, a água e o vento.
- a electricidade, que passou a ter o uso industrial quando uma série de inventos
facilitaram a sua produção , transporte e aplicação à industrial : o dínamo, a
turbina hidráulica, o “ fio eléctrico “ o alternador, o transformador de corrente e o
motor eléctrico.
- o petróleo , até ai utilizado sobretudo para a iluminação , que passou a ter , com a
invenção do motor de explosão , uma importância fundamental no mundo
industrial .
A invenção da máquina a vapor e a sua aplicação rentável aos transportes deu origem ao
comboio. Em 1830, a locomotiva “ Rockt” , criada por Stephenson , foi seleccionada
para equipar a linha Liverpool-ManchesterA sua eficácia era notável , conseguindo
atingir a velocidade de 48 km/h .
Os progressos foram espantosos . “Em 1849 , foi criada a locomotiva “ Crampton” que
conseguia transportar centenas de toneladas a 100 Km/h , que diferencia dos meios de
transporte de atracção animal , que apenas vinte anos antes , constituíam o principal
meio de locomoção terrestre ./
2.3. No ar
O avião. O desenvolvimento de aeronáutica esteve, no seu inicio, ligado a actividades
desportivas e, também, ao seu potencial interesse militar.
Os balões tendem a dar ligar a dirigíveis com motor . O alemão Zeppelin constrói, a
partir do século XIX , enormes dirigíveis cm estrutura metálica .
2.4. As comunicações
O correio postal conheceu , nesta época uma forte expansão , ganhando uma grande
importância na vida quotidiana . Os preços dos selos diminuíram e os postos de correio
multiplicaram-se .
3. O LIBERALISMO ECONÓMICO
3.1. A afirmação do capitalismo
Defende-se, também , que este liberalismo se deve reger as relações entre os Estados ,
Através da supressão de todos os entraves ao comércio . Com efeito , se um pais quer
exportar os seus produtos , deve aceitar a importação de produtos estrangeiros . A
tendência será , portanto , para que os Estados estabeleçam tratados comerciais que
reduzem as taxas alfandegarias , para incentivar as relações comerciais .
Pretende-se , assim , uma divisão mundial do trabalho , ou seja, que cada região se
especialize nos produtos para as quais possui melhores condições . Considera-se que
essa divisão é geradora de comércio, progresso e entendimento internacional .
Eram sobretudo os bancos que possuíam capacidade para investirem , desta forma , na
industria . Surgiram diversos bancos de investimento , com participação de um número
limitado de detentores de grandes capitais , e bancos de depósitos , que admitiam
depósitos a todos interessados , em troca de um juro determinado . Todos eles investem
e concedem empréstimos, cobrando juros elevados.
- o funcionamento das empresas , que exigiam , cada vez mais , capitais elevados para
equipamentos , organização , organização técnica , stock de matérias-primas e salários
;
Esta concentração era horizontal, se dela resultava uma grande empresa que se
consagrava a um mesmo tipo de actividades, reduzindo a concorrência no mercado.
A concentração era vertical, quando uma mesma unidade económica reunia estádios
diferentes de produção e mesmo de transporte. Por exemplo, se uma industria de
metalurgia pesada dispõe de minas, industriais metalúrgicas diferenciadas e meios de
transporte.
Para além da sua periodicidade cíclica , estes ciclos tendem a caracterizar-se pela sua
generalidade , já que a crescente interdependência da economia mundial faz com que
esta avance segundo os mesmos ritmos .
A natalidade teve igualmente tendência para descer , ainda que de forma muito ligeira .
Para tal contribuíram as novas condições de vida nas cidades e uma crescente
preocupação em melhorar o nível de vida e assegurar um melhor futuro para os filhos
do casal .
Mas a queda da taxa de mortalidade foi muito mais acentuada de que a natalidade. Daí
resultou uma acentuada explosão demográfica. Ainda que tenha sido generalizado, este
aumento da população fez-se sentir de forma desigual nos diversos países , como
resultado de condições locais particulares .
Nas cidades , o crescimento da população foi muito rápido . Não só porque aí existia ,
também , um excedente dos nascimento sobre os óbitos (sobretudo nos bairros pobres),
mas pela constante chegada de rurais e mesmo , sobretudo no continente americano ,
pela imigração estrangeira .
O crescimento das cidades levantou diversos problemas tanto mais que estes
crescimento foi demasiado rápido e as respostas encontradas eram , normalmente ,
incompletas e meramente empíricas . De entre esses problemas , convêm destacar os:
Esta emigração europeia para a Oceânia, África e sobretudo para a América foi
fundamental para reforçar o domínio do mundo pela Europa e essencial para o
desenvolvimento dos Estados Unidos .
Os Estados Unidos foram , com efeito , o principal destino desta corrente migratório e
Nesta emigração europeia para os Estados Unidos são visíveis duas fases distintas:
1a fase: até 1880, ela será dominada por britânicos, alemães e escandinavos. Estes
partiam, normalmente, com a intenção de se estabelecerem definitivamente e eram ,
muitas vezes, oriundos das zonas urbanas com excesso demográfico . A sua adaptação
ao modo de vida americano será fácil e a sua assimilação rápida .
2a fase: a partir de 1880, esta emigração passará a ser constituída, periodicamente, por
latinos e eslavos. Eram emigrantes oriundos sobretudo de zonas agrícolas, normalmente
sem intrusão e com projectos de regresso à terra natal. Aceitavam qualquer trabalho e os
seus salários estavam, normalmente, abaixo de média americana. A sua assimilação foi
muito homogénea, onde conservavam, muitas vezes, a sua língua e muitos dos seus
costumes.
Isto não significa que tenha perdido toda a sua influencia . O seu prestigio mundano
mantinha-se intacto e os seus títulos continuavam a ser muito apetecidos . Os
casamentos entre os membros da nobreza e da alta burguesia multiplicaram-se , com
vantagens mutuas : prestígios para os burgueses e solução de dificuldades financeiras
para os nobres .
No entanto a sua é inevitável e o topo da escala social tenderá a ser ocupado por uma
alta burguesia com uma força económica crescente.
A mentalidade burguesa marca , cada vez mais , a vida na época e , nas artes , os
burgueses exercem , muitas das vezes , uma acção de mecenas .
Esta classe média valoriza a estabilidade financeira e a ascensão social , pelo que se
preocupa em assegurar estudos para os seus folhos .
O tipo de funções que exercem, o seu modo de vida e mentalidade levam a sentirem
claramente distintos dos operários e dos camponeses. A industrialização permite a
vulgarização dos objetos de luxo, que esta classe média se esforça para adquirir. Ainda
que disponha de menos meios, ele vê na alta burguesia o modelo a imitar. O seu peso na
opinião pública assegura-lhe um papel político cada vez mais importante. Valorizam a
Se resto , para que uma família sobrevivesse era necessário que vários dos seus
membros trabalhassem . Todavia , sobretudo em épocas de crise , o desemprego era
frequente , o que agravava as dificuldades do operário . Este desemprego contribuía ,
aliás , para que o operário aceitasse trabalhar nas mais duras condições laborais .
A greve constituiu , desde muito cedo, a forma mais eficaz de luta. A sua preparação e
direção passou progressivamente para os sindicatos . Os empregadores resistiram ,
recusando dialogo com as direcções sindicais e apelando ao uso da força pública. Mas o
direito à greve acabaria por ser reconhecido em diversos países e os operários vão
conseguindo melhorias sensíveis nas suas condições de trabalho .
Todo o moimento sindical ia recebendo , de resto, uma crescente influencia das ideias
socialistas e as divergências no seio destas correntes reflectiam-se , naturalmente, no
seio do movimento sindical .
4.13. O 10 de Maio
O 10 de Maio tornou-se num dia comemorado por todo o movimento sindical ,
assinalando os acontecimentos sangrentos que marcaram a luta pela jornada de trabalho
de oito (8) horas , em Chicago , no dia 1 de Maio de 1886.
As ideias marxistas irão exercer uma forte influência no pensamento socialista. Nem
todos os marxistas, porém, defendem uma solução revolucionária. Alguns, como o
francês Jaurés e o alemão Bernstein , empreendem a revisão das ideias marxistas e
preconizam um socialismo reformista , preferindo a ação parlamentar e a
implementação de reformas legislativas aos meios revolucionários . Insistem na
necessidade de alargar a base social de apoio aos socialistas, para que estes possam
conquistar a maioria nos parlamentos. Para eles a democracia reconduziria ao
socialismo, como dizia Jaurés , “ sem que nos apercebemos “ e Bernstein proclama a
necessidade de colocar os “ germes do socialismo” no seio do capitalismo.
Foi nas mais industrializadas potências europeias do século XIX (Inglaterra, França,
Bélgica, Itália e Alemanha) que este imperialismo, primeiro se manifestou.
O rei dos belgas, Leopoldo II, fundou uma associação Internacional, de fins
humanitários e científicos, através do qual se tornou proprietário de um enorme
território, para ele adquirido por Staley, no centro da África, e que legou a Bélgica,
pouco antes de morrer, em 1908; ex-Congo Belga.
A Alemanha, Aida que tanto atrasada em relação às nações já referidas, ainda conseguiu
ficar, entre 1884 e 1899, com o Togo, os Camarões, o Sudoeste Africano Alemão e a
África Ocidental Alemã, no continente africano; e com uma parte da Nova Guiné, o
arquipélago Bismark, as ilhas Marshal, as Carolinas e uma parte das ilhas Samoa, no
Pacifico.
Por último, os italianos, não obstante uma fracassada guerra de conquista contra a
Etiópia, em 1896, acabaram por ficar com a Eritreia, a Somália italiana e a Tripolitânia,
na África, entre 1890 e 1912.
Apontar-se-ão apenas alguns dos feitos maiores desses notáveis portugueses. Quanto às
dificuldades que tiveram de vencer, no que toca ao clima, às florestas, cursos de águas,
animais selvagens, dificuldades de orientações e caminhos, além de mil imprevistos de
tão arriscados empreendimentos, tudo isso só lhes é possível imaginá-lo, que não
descrevê-lo aqui.
Dirigia então Bismarck a política alemã, não lhe foi difícil atrair à sua causa a França e
a Bélgica, para exigir a anulação do referido tratado anglo-português . A seguir , o
chanceler alemão , de acordo com o governo francês, convidou as potencias europeias a
reunirem-se em Berlim, a fim de aí se resolverem alguns problemas postos pela recente
ocupação dos territórios africanos. Portugal também foi convidado, pelo governo
alemão, para essa Conferência de Berlim , que teve o seu inicio no dia 15 de Novembro
de 1884 a 26 de Fevereiro de 1885. É nela essencialmente se procurou estabelecer a
liberdade comercial na bacia e foz do rio Congo (como convinha às grandes potencias) e
definir de modo original, as formalidades necessárias para que se pudesses considerar-se
efectiva qualquer nova ocupação da África Interior, pelas potencias já instaladas na
costa africana.
As consequências das decisões tomadas nessa conferência vão, a breve trecho, fazer-se
sentir na política ultramarina portuguesa, a propósito dos territórios situados entre
Angola e Moçambique.
Não era, porém, tão fácil como parecia a execução de tal projeto. Outros visavam o
mesmo objetivo: ingleses, alemães e boers. Mas era sobretudo de temer a concorrência
dos ingleses, cuja política imperialista em África, dirigida por Cecil Rdes, se sintetizava
na conhecida frase “ do cabo ao Cairo”. Fácil seria á Inglaterra fazer jogar a seu favor,
nesta questão, o princípio da ocupação efectiva aprovado em Berlim aprovado em
Berlim, dado o potencial humano e militar de que dispunha.
Este grande incidente veio a fazer-lhes compreender quanto era necessário proceder à
ocupação efectiva dos seus territórios africanos, mal submetidos ainda, em largas zonas,
ao domínio português. Vários chefes indígenas de tribos aguerridas mantinham, perante
a Metrópole, uma atitude de quase total independência, não raro incitados por potencias
estrangeiras, interessadas em tirar proveito dessa rebeldia.
O governo português resolveu, então, pôr termo a tal estado de coisas. Não foi nada
fácil essa tarefa; e muitas centenas de portugueses aí foram vitimas de cruéis e
imprevistos ataques.
Na Guiné, foi preciso realizar várias operações militares, a partir de 1894, para submeter
os indígenas, nelas se distinguiram principalmente Teixiera Pinto, nomeado chefe do
Estado Maior daquela região, em 1911.
Vários régulos vêm declarar-se vassalo de Portugal, Gungunhana pede, uma vez mais,
auxilio aos ingleses. Mas estes, descrentes já do êxito do seu aliado, aconselharam-no a
submeter-se.
A Gungunhana mandou Mouzinho amarrar as mãos atrás das costas, levando-o depois,
consigo, para Lourenço Marques, depois para a Lisboa. Foi julgado e condenado a
deportação perpétua para Angra do Heroísmo, onde morreu alguns anos mais tarde.
Face ao crescente interesse das potências europeias por África no final do século XIX,
tornou-se claro que Portugal deveria também definir uma nova politica já que a
crescente presença inglesa, francesa e alemã naquele continente ameaçava a tradicional
hegemonia portuguesa nas zonas costeiras de Angola e Moçambique.
Portugal , que tinha interesse em Angola e Moçambique com mais de três séculos e o
sonho de controlar a região de África situada entre aquelas duas coloniais, decidiu aliar-
se à Alemanha, uma grande potencia industrial e militar europeia, para tentar obter o
controlo daquela zona. O chamado, mapa-cor-de-rosa, seria o documento representativo
Professor Agostinho António Ialá Júnior 26
da retenção de Portugal de soberania sobre os territórios sitos entre Angola e
Moçambique, nos quais se situa a Zâmbia, o Zimbabwe e o Malawi.
Causas próximas
A Conferência de Berlim foi proposta por Portugal e organizada pelo Chanceler Otto
Von Bismarck da Alemanha, país anfitrião que não tinha ainda colónias africanas, mas
tinha esse desejo e viu-o satisfeito, passando a administrar o Sudeste africano, atual
Namíbia e a Tanganica. Participaram ainda nos trabalhos a Grã-Bretanha, França,
Espanha, Itália, Bélgica, Holanda, Dinamarca, EUA, Suécia, Austria-Hungria, Império
Otomano. Os EUA não possuíam colónias em África, mas era uma potência em
ascensão e tinha passado recentemente por uma guerra civil (1861 - 1865) relacionada
com abolição de escravatura no país.
Num momento desta conferência, Portugal apresentou um projeto, o famoso mapa cor-
de-rosa, que consistia em ligar Angola e Moçambique de forma a permitir uma
comunicação entre as duas colónias, facilitando o comércio e o transporte de
mercadorias. No entanto, ente documento, apesar de todos concordarem com o projeto,
mas não se concretizou. A Inglaterra, supostamente um antigo aliado dos portugueses,
surpreendeeu com a negação face ao projeto e fez um ultimato, conhecido como
ultimato britânico de 1890, ameaçando Portugal com uma declaração de guerra caso não
acabasse com não o projeto. Portugal, com receio de uma crise, não criou um conflito
com a Inglaterra e todo o projeto foi abandonado.
1. Para África
a) Foi concluída a divisão do continente, sociais africanos sem respeitar as
realidades políticas, sociais e culturais africanas;
b) As nacionalidades africanas desapareceram, ficando sem domínio europeu os
territórios da Etiópia e da Libéria;
c) O continente africano é cada vez mais explorado, assim como as suas riquezas,
ficando deste modo subdesenvolvido.
2. Para Europa
a) As rivalidades entre os vários países europeus continuaram;
b) Os capitalistas europeus obtém grandes riquezas, graças à exploracao das
matérias-primas para as suas industriais e a novos mercados para os seus
produtos industriais;
c) A Europa enriquece cada vez mais a custa de África.
As resistências africanas
As resistências africanas à ocupação europeia foram muitas das vezes tardias, dispersas
e desiguais. No inicio os colonialistas penetraram pacificamente no continente,
adormecendo as desconfianças distribuindo presentes e fazendo crer que eles se
interessavam exclusivamente em fazer comércio. Mas com ajuda dos seus próprios
começaram a impor a sua dominação, exigindo o pagamento de impostos, impondo
simultaneamente o trabalho forçado
Alguns chefes menos crédulos e mais prevenidos recusaram-se desde inicio a serem
auxiliares dos invasores , defendendo assim a dignidade africana e obtendo apoio
popular . Porém a inferioridade em armamento e a sua incapacidade de unirem
esforços acabou por levar ao fracasso destas formas de resistências .
Formas de resistências
Resistência passiva – esta consiste muita das vezes na recusa e na desobediência às
ordens ou a certas exigências dos brancos de determinadas contestações tais como
reacções contra o pagamento dos impostos, as requisitaçôes dos viveres, trabalho
forçado, etc
Por motivos religiosos o Damel conservava um poder de tipo mágico que lhe era
atribuído, pelo facto no dia da sua iniciação em M´Bul capital do reino de Cayor ,
recebe o turbante , assim como um vaso de semente , passando na floresta sagrada
Foi o último damel (rei) de Cayor , no Senegal , no pais de Wolof . Foi um rei
inteligente, ao mesmo tempo um guerreiro fogoso, tenaz, duma personalidade vincada.
Para tentar ultrapassar as divisões que o separava e opunha aos guerreiros indiferentes,
feiticistas e marabus , ele converteu-se ao islamismo .
Em 1864, Faiderbe consegue expulsa-lo pela primeira vez no cayor , que foi anexado à
colónia francesa do Senegal . Mas em 1870, após a partida de Faiderbe , Lat Dior Diop
Professor Agostinho António Ialá Júnior 29
retoma o Cayor . Em 1879, os franceses, Empreendem a construção do caminho-de-
ferro de Dakar a Saint Louis , passando pelo seu território , comportando-se como se
tivesse num país conquistado .
A guerra recomeça em 1882 e não acaba senão com a sua morte em combate no ano de
1886, na batalha de Dhkele
Cedo fez a guerra por sua própria conta e aliando a astúcia e a força , unifica sob a sua
autoridade a Alta Guiné e as vizinhas regiões do Mali e da Costa do Marfim .
Samori Turé viveu a sua vida de resistente contra a dominação francesa, entre a
diplomacia e guerrilha.
Ele organizou o seu estado em dez (10) governos, esforçando-se para vencer as
imposições tribais, organizou um exército dividido em sete (7) e depois com dez (10)
corpos, mais uma guarda de elite que estacionava na sua capital Bissandugo.
Zona militar Norte: comandada por Massaram Mamadu, depois por Diara Diamondé .
Controlava a rota do Norte.
Zona militar Oeste: comandado por Langmala Falé Bilali e Side Bamba, mais forte,
por ser munido de armas modernas. Protegia o comércio de armas.
Zona militar Leste: comandada por Tammari (condenado a morte depois da sua derrota
ao enfrentar Tieba) depois por Bolu Mamadu Mamadi. Tem como a missão assegurar
Kong (zona de escravo)
Professor Agostinho António Ialá Júnior 30
Tácticas de guerra
Usava a táctica de mobilidade, que consistia atacar depois retirar e reagrupar num lugar
previamente combinado. Com esta táctica venceu os reinos de Futa-Djalon e os de Segu
. Samori previa um confronto com os franceses e a importância da zona costeira no
abastecimento da guerra ou controle do Norte, Sul e Leste
Em 1886 – 1887, esforça-se para tomar Sikasso , no entanto esta campanha foi um erro ,
pois não pode ocupar a cidade , poderosamente fortificada , por falta de canhões .
Enfraqueceu inutilmente as suas forças, provocando revolta nas suas fileiras.
Com esta derrota, estando no seu isolamento, não podia aguentar por muito tempo o seu
império, adoptou uma nova táctica, dividindo as suas tropas em três grupos :
1o Grupo – constituindo por jovens com armas modernas de tiro rápido para travar o
avanço dos franceses e retirar, queimando tudo para não permitir o inimigo ter acesso a
lamentação;
2o Grupo – constituídos por velhos com armas tradicional, que tinham como a missão
de organizar e administrar zonas libertadas;
30 Grupo – constituídos por militares de idade médios, com armas modernas de tiro
menos rápido, que têm como a missão conquistar novas terras para transferência da
População.
Em 1891, os franceses tendo tomado Nioro , decidem liquida-lo . Pensavam acabar com
ele numa única ou duas campanhas. Mas de fato, conseguiu prosseguir com a sua
resistência durante mais sete (7) anos (1891 - 1898).
A organização das suas forças em três grupos: defesa do território, evacuação das
populações e conquista territorial permitir-lhe-á uma coisa única na história , durante
sete (7) anos o seu povo mudara todos os anos de país para país , penetrando em novas
regiões a Leste , mas já submetidas e organizadas , sem deixar ao vencedor nem um
velho e nem um grão de milho .
Em 1898, cercado , ele volta a Oeste e é feito prisioneiro de surpresa no seu quartel-
general em Guelemou. Deportado para gabão, ali morre em 1900 .
Pela sua qualidade de chefe de estado, chefe militar, pela sua tenacidade irredutível,
Almami Samori Turé coloca-se entre os maiores resistentes africanos.
Tal como nos impérios fulas dos séculos XVII e XIX, estes movimentos fulas na sua
origem traduziam o descontentamento dos pastores fulas oprimidos na sociedade feudal
mandinga .
O verdadeiro chefe ou senhor de Gabu , no finais do século XIX não era o almami de
Timbo (capital histórica de Futa-Djalon) cuja autoridade era completamente teórica ,
mas o seu poderoso vassalo , o chefe da província de Labe. Instalado em Kade (Fula-
Mori) , que se situa a igual distância de Labe e Gabu ,desconfia dos seus compatriotas
de Labe , suportam mal a sua autoridade e apoiam-se sobretudo nos seus súbditos
mandingas de Gabu que lhe são aparentado pela sua mãe , filha do último rei de Gabu .
No entanto, a ocupação francesa, que se torna cada vez mais evidente, e a atribuição
deste território de Gabu a Portugal, colocam o Alfa Iaia , em dificuldades. Em 1905 é
preso e deportado pelos franceses. Os seus vassalos fulas de Gabu , encontravam-se
neste contexto .
Pelo contrario o litoral onde não há autoridade com quem negociar permanece livre , e
as expedições portuguesas contenta-se , em caso de sucesso , em incendiar e pilhar as
aldeias para em seguida se retirarem sem podido ocupar os territórios por falta de
efectivos . Em 1900 expedições contra os Bijagós na ilha de canhabaque; em 1901
expedição contra os Felupes; Em 1902 expedição contra os Oincas (vingança da derrota
de 1867) e a submissão dos Oincas em 1903; ataque aos Felupes em 1904; expedições
contra os papeis que bloqueavam o posto de Cacheu ; expedições à Formosa.
Estes auxiliares estão equipados com armas modernas, mas não pagos pelos
colonialistas portugueses, pagar-se-ão com a pilhagem efectuadas, fazendo cativos,
onde um destes (auxiliares), serão nomeados chefes dos territórios conquistados.
Os abusos e crimes cometidos pelo capitão Teixeira Pinto e do auxiliar Abdu Indjai,
provocaram a transferência do capitão em 19915, para a Moçambique , onde veio a
morrer em combate com as tropas alemãs , em 1817.
País conquistados pela força ou anexados após acordos pacíficos concluídos com os
chefes tradicionais, as “ colónias” colocaram problemas às nações europeias que tendo a
gloria de concessão destas colónias, tinham a responsabilidade das mesmas. Os
primeiros problemas que se põem são as da sua organização sobre bases sociais
duráveis e rentáveis. As coloniais serão administradas pela Metrópole ou amplamente
autónomas? os autóctones participarão e em que medida no seu governo? No local ou
junto do parlamento da Metrópole?
Assim :
Em 1894, o Ministério das Colónias foi criado para gerir os territórios longínquos,
pois que até ai tinham dependido do Ministério da Marinha.
a) As colónias
Resultado de conjunto
Foi através destes diversos sistemas que a primeira organizada colonial atingiu os
objectivos que tinham sido fixados pelos europeus (económicos e políticos e Aida a
abertura de África ao mundo moderno).
Como já sabes, desde finais do século XIX que a confrontação era latente. Os países
europeus encontravam-se divididos em blocos opostos (Tripla Aliança e Tripla Entente)
cada vez mais agressivos, com armamento mais sofisticados (metralhadoras e carros
blindados) e prestes a atuar em zonas perfeitamente marcadas – Alsácia-lorena,
Península Balcânica e África.
A Sérvia país até então independente, foi considerado pela Áustria como cúmplice no
assassinato do arquiduque. Esta alegada cumplicidade foi utilizado pelo Império
Austríaco como justificação para a ocupação militar desse país, pensando concretizar o
seu velho sonho de domínio da Península Balcânica. Mas a Rússia, que pretendia
também exercer a sua hegemonia sobre esta zona, estava atenta, não permitindo
qualquer intervenção
Ao mesmo tempo que se desenvolvia que se envolvia em luta com a Rússia, Guilherme
II pediu a França que mantivesse a neutralidade. Este pedido compreende-se, pois seria
muito difícil para a Alemanha manter uma Guerra em duas frentes. A França, no
entanto, considerou-o ofensivo, recusando-se a aceitá-lo, ao que a Alemanha respondeu
igualmente com a declaração de Guerra.
No inicio da guerra o número de soldados mobilizados eram semelhante nos dois blocos
em oposição, mas a Alemanha dispunha de uma superioridade em relação ao
armamento, especialmente metralhadoras e artilharia pesada. No que diz respeito ao
domínio do mar a superioridade era inglesa, o que permitiu às forças da Entente
bloquear o abastecimento marítimo dos impérios centrais.
O conflito não decorreu de acordo com as convicções das potencias nelas envolvidas,
vindo a terminar em 1918 depois de ter feito cerca de oito milhões e meio de mortos.
o plano da guerra alemão havia sido traçado em 1905 por Schieffen, demonstrando que
este conflito era esperado há muito tempo.
De acordo com este plano, a guerra ficaria resolvida em três ou quatro meses. Mas a
realidade foi bem diferente. Quando o general Moltke, comandando as tropas alemães
no inicio da guerra, pôs em pratica a generalidade do plano Schieffen, parecia que tudo
iria decorrer como estava previsto. Dez dias foram suficientes para a Alemanha dominar
a Bélgica, avançando rapidamente para a fronteira francesa e invadindo este país. Joffre,
general francês, faz então recuar as suas tropas n direcção de paris.
A guera relâmpago era um êxito. Mas no dia 15 de Agosto, na frente oriental, a Rússia
invadia o território alemão. A participação rápida da Rússia na guerra contrariava os
projectos alemães. Deste modo, o general Moltke vê-se privado de algumas divisões,
deslocadas para a frente oriental. Apesar disso, os alemães pensavam levar a bom termo
a guerra n Ocidente, já que os seus inimigos haviam recuado, fazendo prever a vitória.
Entretanto, o general Joffre reunia os seus exércitos em fuga e, juntamente com auxílio
inglês, organiza a defesa no Marne. Nesta zona vão conseguir a sua primeira vitória, que
focou conhecida como o “ milagre de Marne”. A colaboração dos taxistas de Paris, que
em duas viagens transportaram cerca de 6000 soldados, foi fundamental para este
resultado.
Este sucesso das forças das Ententes pôs em causa a realização do plano alemão e
forçou os dois blocos opostos a entrar numa nova estratégia de guerra.
Durante três longos anos as posicoes dos exércitos em confronto vão estabilizar-se e os
soldados vão enterrar-se em trincheiras protegidas por arame farpado. A conquista das
posições inimigas vai ser o seu objectivo neste período, em que não se assiste a
A vida dos soldados nas trincheiras era penosa. Além do frio, da fome, dos vermes que
os atacavam, sofriam também com os bombardeamentos e com os gases asfixiantes.
Também no mar os germânicos procuraram romper o bloqueio que lhes era movido
pelos inglese. No Mar de Norte dá-se a batalha de Jutlândia, que não resultou em vitória
para qualquer das forças em presença, já que se os ingleses perderam mais unidades
navais que os alemães, as perdas sofridas por estes foram tão gravosas para a sua frota
que se retiraram e não voltaram a desafiar os britânicos para uma batalha no mar.
Podemos concluir assim que até Abril de 1917 se mantiveram as posições ocupadas em
fins de 1914.
O ano de 1917 foi decisivo para o desfecho da guerra. Os Estados Unidos da América,
se havia colocado ao lado dos aliados, desequilibrando as forças que há anos se
defrontavam.
Desde o inicio do conflito que os E.U.A. se haviam colocado, ao lado das forças da
Entente, fornecendo-lhes armas, munições e produtos alimentares, auxilio que levou os
E.U.A. a uma grande prosperidade económica.
Muito dos produtos americanos enviados para a Europa não eram pagos em dinheiro,
mas fornecidos a crédito. Deste modo, não convinha aos seus comerciantes a derrota da
Entente.
Também no ano de 1917 se assiste o abandono da guerra por parte da Rússia. Como
estudarás mais adiante, na Rússia tiveram lugar neste ano duas revoluções – a de
Fevereiro (burguesa) e a de Outubro (socialista).
O abandono da guerra por parte da Rússia permitiu aos alemães acalentar algumas
esperanças quanto ao seu desenlace.
O Japão participou também na Primeira Guerra Mundial logo desde início. Aproveitou
o facto de a Alemanha estar ocupada na Europa para se apoderar das suas colónias no
Pacífico. A força crescente do Japão e o seu enriquecimento fizeram dele uma força
temida. Embora lutando contra a Alemanha, o Japão nunca enviou o auxilio que a
Entente lhe solicitou. Pelo contrário, aproveitou a guerra para afastar os europeus da sua
vizinhança e dominar a China. Várias exigências foram feitas pelos nipónicos aos
chineses, que se viram obrigados a aceitá-las na sua quase totalidade, pois nem a
Inglaterra nem a França estavam em condições de os ajudar.
Com o abandono da guerra por parte da Rússia, os alemães puderam deslocar grande
parte das suas forças para o Ocidente. Vão então tentar lançar a ofensiva final em 15 de
Julho de 1918.
Esta ofensiva alemã não surtiu efeito, já os soldados americanos já se tinham unidos
aos franceses e ingleses. Os exércitos aliados, chefiados por Foch, vão lançar-se na
contra-ofensiva a partir de Agosto desse ano.
Dispondo de material bélico mais moderno, fornecido pelos Estados Unidos (veículos
blindados), a França vai desalojar os alemães do seu território em apenas dois meses.
Quanto à Península Balcânica, a luta travava-se aí entre austríacos, que como sabemos
apoiavam os alemães, e italianos, que haviam entrado na guerra ao lado da Entente em
1915.
Esta agitação levou à queda do imperador Guilherme II, que em 1918 se viu obrigado a
abdicar e a fugir para a Holanda. A Republica foi proclamada a 9 de Novembro de
1918.
Foi o governo republicano que, perante os desaires sofridos pelas tropas germânicas,
pediu o armistício, que foi assinado dois dias depois da proclamação da república. Por
este armistício a Alemanha entregava grande quantidade do seu material de guerra às
forças da Entente. Estavam terminada a guerra e as negociações de paz.
Desde final do século XIX que Portugal assistia à cobiça alemã sobre as suas colónias,
cobiça partilhada alias pelos ingleses. Com efeito, em 1913 a Alemanha e a Inglaterra
tinham realizado negociações secretas com o objectivo de partilharem entre si as
colónias portuguesas.
Este fato justificava a participação de Portugal na Primeira Guerra Mundial ao lado das
forças aliadas. Após a vitória final, era convicção do governo português que, ao tomar
parte nas negociações de paz, poderia mais facilmente defender os seus interesses. Por
outro lado, a República, recentemente implantada em Portugal, sairia mais reforçado
depois da participação na guerra, contando com o triunfo das potências defensoras da
democracia e do parlamentarismo.
A partida das tropas para a frente de batalha tanto na Europa como em Moçambique,
onde os alemães atacavam continuamente esta colónia, trouxe graves consequências
económicas ao país. A fome começou a grassar nas cidades e o número de feridos e
mortos assustava a população.
Esta situação, juntamente com o fato de não haver em Portugal força militar capaz de
defender a República, tornou possível em 5 de Dezembro de 1917 uma revolta
encabeçada por Sidónio Pai instaurasse uma ditadura militar em Portugal.
Sidónio Pais defendeu a saída de Portugal na guerra, não por razões humanitárias ou por
razões de reconstrução da economia nacional, mas simplesmente porque era um
admirador dos alemães. Os soldados em combates nas frentes deixaram de se rendidos,
regressando ao país.
Portugal foi um dos países que fez parte da Sociedade das Nações desde o primeiro
momento, tendo sido Afonso Costa o chefe da representação portuguesa na sua região
inaugural.
Uma vez redigido, os delegados alemães foram chamados à capital francesa para dele
tomarem conhecimento e o assinarem. Segundo este tratado, a Alemanha era a grande
responsável pela guerra. Deste modo perdia todas as suas colónias, quer em África –
onde seriam distribuídas pela França e pela Inglaterra – quer no Oriente, onde foram
ocupadas pelo Japão. Era obrigada a restituir a Alsácia-Lorena aos franceses; a zona da
Renânia era desmilitarizada; era-lhe proibido ultrapassar os cem mil homens armados e
construir aviões ou navios de guerra. Além de tudo isso a Alemanha viu-se obrigada ao
pagamento de uma grande indemnização aos países por ela invadidos.
Este tratado foi considerado humilhante para os alemães, tendo mesmo alguns membros
do recém-criado governo republicano alemão pedido a sua demissão para o não
assinarem.
Alemanha contava com uma paz negociada, ela tem uma constituição republicana
semelhante às dos países aliados; mas depois de lhe terem levado as armas e os meios
de defesa, os aliados têm vindo a abusar da sua fraqueza.; isolaram em Versalhes os
representantes dos portugueses, rejeitaram as suas objecções e contra-propostas,
recusaram toda a discussão sobre eles; impuseram à Alemanha uma paz que não foi
livremente negociada, mas ditada – um Diktat;
Por um artigo particularmente odioso deste diktat, o artigo 231, a Alemanha foi
obrigada a reconhecer-se culpada da guerra; daí obrigarem-na a pagar reparacoes
astronómicas, e depois de tudo isto não lhe abriram o acesso à Sociedade da Nacoes.
A Alemanha assinou este tratado porque foi agrilhoada e não podi fazer outra coisa, mas
esta assinatura extorquida não a obriga a nada. OS alemães quebraram as cadeias com
que os amarraram logo que lhes seja possível.
Alguns anos mais tarde, a U.R.S.S. e a Alemanha acabaram por entrar na referida
Sociedade. Era no entanto, tarde. Quando esta organização internacional pretende impor
o seu princípio de resolução de conflitos pela via diplomática, os países ou não aceitam
as suas decisões ou simplesmente a abandonem, caso da Alemanha e do Japão em 1933.
A Sociedade das Nações foi sempre, no que diz respeito às questões políticas, uma
organização sem força e que foi auto-extinguido, até à sua dissolução depois da
Segunda Guerra Mundial.
A Rússia dos finais do século XIX e início do século XX era um país da Europa de
contrastes sociais mais chocantes. Em simultâneo com indústria moderna e o capital
financeiro existiam formas medievais de propriedade de terra, o que traduzia na
manutenção de estruturas semi-feudais no mundo rural.
A industria, graças ao apoio estatal e aos investimentos estrangeiro, sobretudo por parte
da França, conheceu um desenvolvimento de tal forma acentuado que o país ocupava o
quinto lugar na produção industrial mundial, se bem que a produção per capita fosse dez
vezes menor que a dos E.U.A.. Este surto industrial era, no entanto, ilusório, uma vez
que a Rússia não produzia máquinas para a sua indústria, ao mesmo tempo que somente
1/5 da sua população se ocupava neste sector.
No plano político, a Rússia tendo como pilares uma poderosa aristocracia detentoras de
terrae e um forte esquema burocrático, estruturava o seu regime numa monarquia
absoluta à frente da qual pontificava a figura de Czar. Este regime vai confrontar-se
com uma oposição com objectivos e inspirações ideológicas diferentes. De um lado a
burguesia desejosa de se sentar nas cadeiras do poder e que propunha, como meio de
alcançar, eleições livres de um parlamento nacional; do outro lado os intelectuais e
operários que, perfilhando uma ideologia socialista, se revelam bastante mais radicais
quanto aos processos para derrubar o Czar e que desde os meados do século XIX se
vinham agrupando clandestinamente em pequenos núcleos de reflexão e ação políticas.
Não havia, no entanto, no seio destes intelectuais, unanimidade quanto à linha de ação a
desenvolver para desencadear o processo de revolucionário. Uns, apoiados na
agressividade demonstrada pelo proletariado nas áreas industriais, traduzida nos vários
movimentos grevistas, vão buscar o fundamento para a sua tese à doutrina de Karl
Marx, defendendo que a revolução só seria possível graças à ação do proletariado
industrial nascido e explorado na sequência do desenvolvimento do capitalismo. É nesta
perspectiva que fundam em 1898 o Partido Social-Democrata.
Outros defendiam que a revolução devia começar pelos campos, uma vez que a
exploração a que estava sujeito o campesinato lhes aguçava o desejo para a sublevacao.
Para eles, o socialismo era possível sem passar pela fase de desenvolvimento capitalista,
sendo dentro desta linha de orientação política que fundam em 1901, o Partido
Socialista revolucionaria.
Contrastando com este dois processo de actuacao, a burguesia, informada por uma
filosofia reformista, funda em 1903 o Partido Constitucional Democrata. É ainda neste
mesmo ano de 1903 que se realiza em Londres e Bruxelas o segundo Congresso do
Partido Social-Democrata, donde resulta uma cisão em dois blocos: O menchevique,
minoritário e o Bolchevique, o maioritário . Com o bloco menchevique se encontrava
muito próximo da linha de actuação dos marxistas ocidentais, nomeadamente os
alemães e a repressão era grande na Rússia, tornando difícil a aplicação das medidas por
eles preconizadas. O chefe de fila do partido bolchevique, Vladimir Illich Ulianov
(Lenine), defende uma nova concepção de partido , constituído por homens predispostos
O programa deste governo teve como coordenadas os quatros pontos atrás enunciados,
sendo nesta perspectiva que, perante um ataque do exército alemão, foi assinada em
18918 a paz de Brest-Litovsk ao mesmo tempo que, por medida de precaução e defesa,
a capital se transfere de Petrogrado para Moscovo. Em simultâneo com estes fatos, o
partido bolchevique passa a designar-se partido comunista, enquanto Trotsky deixa os
negócios estrangeiros para se ocupar exclusivamente a guerra.
Mas o governo presidido por Lenine não teve tarefa fácil. No interior do próprio país
ganhavam forma de oposicao as forças constituídas pelos saudosistas do czarismo, os
liberais burgueses, alguns socialistas revolucionários e uma forte componente
Durante a guerra civil houve necessidade de não descurar a tão débil e deficitária
economia russa, procedendo-se então à nacionalização dos grandes complexos
empresariais e colocando sob o controlo dos sovietes operários as pequenas e médias
empresas. Para assegurar os circuitos comerciais dos campos para as cidades e evitar a
retenção dos excedentes nas zonas rurais, procedeu-se à sua requisitação, ao mesmo
tempo que se constituíram sovietes de camponeses encarregados de fiscalizar a ação dos
kulaks e evitar o bloqueio dos produtos alimentares. Foi esta política económica que se
designou por comunismo de guerra.
Uma vez terminada a guerra civil, impunha-se com carácter de urgência o estímulo da
economia. Em 1921, após o X Congresso do Partido Comunista (Bolchevique) da
Rússia, é posta em marcha uma Nova Politica Económica (N.E.P). Dentro dos
parâmetros estabelecidos pelas zonas agrárias em função da situação material de cada
um: Os pobres ficavam isentos, os camponeses médios pagavam parcialmente e os
kulaks pagavam por inteiro. Depois de pago o imposto, os camponeses ficavam com a
liberdade de vender os excedentes, o que vem ativar o comércio privado, ao mesmo
tempo que o comércio corporativo e estatal inicia o seu desenvolvimento.
Este conjunto de medidas ajuda a recuperar a economia nacional, ao mesmo tempo que
confirma nas mãos do Estado os sectores-chave da máquina económica, como sejam a
grande e média industria, os transportes, a terra e o monopólio do comércio externo, em
simultâneo com a redução gradual e progressiva dos elementos de natureza capitalista.
Estavam assim lançados as bases de uma forte aliança económica entre operários e
camponeses, reforçado o poder de Estado e abertas as portas para a consolidação de
uma economia de tipo socialista, que só será plenamente atingida quando se
concentrarem nas mãos do Estado todos os instrumentos de produção. Mas tais
objetivos, segundo Lenine defende na sua obra O Estado e a Revolução, só serão
possíveis quando o proletariado se assumir como classe dominante dentro de uma
organização estatal centralizada, de modo a poder esmagar os exploradores de índole
capitalista e dirigir a grande massa do povo soviético – era a ditadura do proletariado
Um problema teve, no entanto, que ser resolvido. O território era muito vasto, com
povos de línguas e culturas muito diversificadas que, alguns anos após a Revolução, se
tinham constituído em República Soviéticas autónomas, como foi o caso da Ucrânia, da
Bielorrússia, da Estónia, da Letónia, da Azerbaijão, da Arménia e da Geórgia, e que
Professor Agostinho António Ialá Júnior 49
foram reconhecidas pelo Governo da República Soviética da Rússia a que presidia
Lenine. Todas estas repúblicas, logo que terminou a guerra civil, sentiram a necessidade
de entre si manterem laços de cooperação económica e militar, fato que levou o líder de
Revolução de Outubro a conceber a formação a formação de um Estado Federal
baseado numa absoluta igualdade de direitos. Deste modo, todas as Repúblicas
renunciaram em favor do Estado Federativo a alguns dos seus direitos soberanos,
nomeadamente a gestão da política externa, da defesa, das finanças e da planificação da
economia nacional. Quanto à instrução, saúde publica e segurança social, as Repúblicas
eram perfeitamente autónomas.
Esta concepção de Lenine para a formação do Estado Soviético foi aprovada pelo
Congresso das Delegações dos Sovietes das repúblicas da Rússia, Bielo-Rússia,
Ucrânia, Azerbaijão, Arménia e Geórgia que, reunido em Moscovo a 30 de Dezembro
de 1922, fundou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.), para dois
anos mais tarde aprovar a Constituição da União Soviética.
Vladimir Ilich Ulianov (Lenine) morreu em 1924. Vai suceder-lhe Estaline (1879 -
1953) na conducao d partido comunista e na liderança do Estado Soviético, depois de
afastar Trotsky. Este, inspirado no internacionalismo marxista, defendia a ideia de “
revolução permanente”; acreditando que o socialismo só triunfaria na União Soviética
quando a Revolução tivesse uma dimen
são à escala internacional; por sua vez, Estaline contrapunha que o socialismo podia ser
constituído num só país e que a União Soviética tinha, só por si, capacidade de erguer
uma sociedade verdadeiramente socialista.
Convencido da justeza da sua posição, o então líder do Estado Soviético vai submeter
toda a produção a uma organização municiona, criado para tal, em 1927, um
departamento na dependência do governo central – o Gosplan – incumbindo da
planificação da economia. Foi este departamento que fixou até 1955, para períodos de 5
anos, as quantidades a produzir, a taxa de preços para cada artigo e os salários a auferir
pelos trabalhadores. Em contrapartida recebiam das chefias das empresas relatórios
onde se dava conta das matérias-primas, maquinaria e mão-de-obra necessárias para
atingir os índices de produção exigidos pelo plano.
Aplicando com êxito, os planos quinquenais vão contribui de maneira decisiva para
transformar a União Soviética, de um Estado feudal que efectivamente era no inicio do
século, na segunda potência mundial na década de 50.
A prosperidade geral que os E.U.A. tinham conhecido nos anos 1924 – 1929 estava com
efeito ameaçada por graves desequilíbrios do sistema económico. A produção industrial
americana oferecia cada vez mais produtos a uma sociedade onde a procura de bens de
consumo apresentava tendência para diminuir ou estabilizar. Os rendimentos do
trabalhador assalariado, que constitua a maioria da população urbana, eram insuficiente
para lhe assegurar um poder de compra comparável com o ritmo de crescimentos
desejável para a produção industrial.
Depois de vários anos de especulação com acções começavam a derrocada deste jogo
perigoso. Para muitos, os que recorreram ao empréstimo tudo arriscavam na compra dos
títulos mais cotados, isto significavam a ruína completa.
Todos queriam vender os seus valores para fazer frente às dívidas, e isso provocava a
baixa constante das cotações. A derrocada da bolsa significou a corrida ao dinheiro
depositados nos bancos, provocando a falência destes. Nos últimos meses de 1929
faliram 346 bancos em várias zonas de país, e de 1929 a 1932 pelo menos mais 5 mil
fecharam as suas portas.
Os têxteis (de lã e algodão) são substituídos por novas fibras e o carvão atinge um preço
elevado. Novas fontes de energia – o petróleo e a electricidade – começam a ter uma
utilização generalizada.
A guerra agrava esta situação, que não é ultrapassada na década de 20. A crise de 1929
acaba por conduzir a economia britânica a uma autêntica paralisia. A balança
económica inglesa regista um défice inédito e o governo britânico vê-se na contingência
de recorrer às suas reservas de ouro e à desvalorização de libra. O desemprego atinge
uma percentagem elevada.
Em França a crise económica fez-se sentir um pouco mais tarde. Os “anos 20”
corresponderam neste país a uma fase de prosperidade, em que aumentaram a produção
e a produtividade. As novas industriais tiveram um forte crescimento a seguir à guerra:
a indústria de produtos eléctricos triplicou a sua produção; a do automóvel (Citröen e
Renault) sextuplicou-a; a produção do aço e do ferro conheceu um impulso novo com a
incorporação das minas e fábricas da Lorena; e mesmo a industria química, sem atingir
os níveis da Alemanha ou do E.U.A., progrediu consideravelmente. Os preços e os
salários subiram e os trabalhadores participaram desta prosperidade.
As primeiras medidas que os governos europeus tomaram para suster a crise foram,
como já viste, de deflação, ou seja, a descida de preços e salários, com estagnação geral
das actividades produtivas e restrição de créditos bancários. A desvalorização da moeda
e as restrições às importações foram outra forma de proteger as economias nacionais. O
Estado passa a controlar as actividades bancárias, intervém nas empresas, reforça o setor
público, em suma, atua sobre toda a economia.
O Estado americano, através do seu presidente Hoover, não foi capaz de prever a crise e
mostra-se incapaz de a deter. Em 1932 o desemprego atingia 15 milhões de pessoas e 10
milhões de camponeses debatiam-se com um excesso da produção. Os bancos estavam
em risco de encerrar as suas portas.
É este presidente que vai procurar encontrar o caminho para salvar o sistema capitalista
americano.
Mais as decisões que mais impacto tiveram sobre a generalidade dos cidadãos foram as
que se relacionam com o desemprego. Um organismo estatal encarregou-se de contratar
numerosos desempregados para a construção de obras públicas – estradas, barragens,
pontes, parques, escolas e hospitais. Apesar de receberem salários ligeiramente
inferiores aos habituais, a ajuda do Estado foi bem colhida por milhares de
desempregados.
No dia 24 de Outubro de 1922, Mussolini fez um ultimato ao governo para lhe entregar
o poder, sob ameaça de marchar sobre a capital. Em 28 de Outubro, uma “ Marcha
sobre Roma” obriga, de fato, o governo a demitir-se. O rei Vítor Manuel III, temendo
uma guerra civil, encarregou Mussolini de formar governo, em 29 de Outubro.
Uma vez no governo, Mussolini começou a lançar as bases de Estado. Em 1924, venceu
as eleições e tornou-se o senhor absoluto, concentrando em si os poderes legislativo e
executivo e convertendo o parlamento em mero órgão consultivo. Foi assim posta em
marcha a construção do Estado ditatorial fascista, cujos pilares essenciais eram os
seguintes:
Para além destes meios, usou a força e a violência através das milícias armadas
(“camisas negras”) e da polícia política (OVRA).
O Estado forte que Mussolini queria construir tinha que ter uma sólida base econ´mica e
ser auto-suficiente – autarcia. Assim, promoveu a construção de grandes obras públicas
(estradas, caminho-de-ferro, barragens, etc.) para diminuir o desemprego e desenvolver
o país. No plano agrícola, procurou aumentar a produção, introduzindo novos grãos,
Foi em 1921 que, em plena crise económica, social e anímica provocada pela guerra e
pelo diktat de Versalhes, Adolfo Hitler surgiu na vida política alemã a chefiar um
pequeno partido, o Partido Nazi. Logo em 1923 tentou um golpe de Estado, mas o
falhanço acabou por conduzi-lo à prisão.