Gestao de Conflitos Organizacionais II
Gestao de Conflitos Organizacionais II
Gestao de Conflitos Organizacionais II
CV5 – GRH
• Formando:
1
Sumário
Introdução ......................................................................................................................... 1
Objectivos ......................................................................................................................... 2
Objectivo Geral................................................................................................................. 2
Objectivos Específicos ..................................................................................................... 2
Revisão Bibliográfica ....................................................................................................... 2
Formas de lidar com conflitos: ......................................................................................... 2
Evitar o conflito: ............................................................................................................... 2
Reprimir o conflito: .......................................................................................................... 3
Abordagens de gestão de conflitos ................................................................................... 4
Abordagem estrutural: ...................................................................................................... 4
Abordagem de processo: .................................................................................................. 4
Abordagem mista: ............................................................................................................ 5
Estilos de gestão de conflitos............................................................................................ 6
Estilo de evitação: ............................................................................................................. 6
Estilo de compromisso: .................................................................................................... 7
Estilo de acomodação; ...................................................................................................... 7
Estilo de colaboração: ....................................................................................................... 8
Apresentação da Empresa................................................................................................. 8
Atribuições da Autoridade Tributaria ............................................................................... 9
Objectivos da Autoridade Tributaria ................................................................................ 9
Missão............................................................................................................................. 10
Visão ............................................................................................................................... 10
Valores ............................................................................................................................ 10
Conflitos que potencialmente surgiram na Autoridade Tributaria ................................. 10
Formas de lidar com os conflitos.................................................................................... 11
Abordagem de gestão de conflitos utilizada ................................................................... 12
Estilo de gestão de conflitos utilizado ............................................................................ 13
Sugestões ........................................................................................................................ 14
Conclusão ....................................................................................................................... 15
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 16
Introdução
A gestão de conflitos é um campo de estudo multidisciplinar que busca entender as
causas, dinâmicas e soluções para discordâncias entre partes. Segundo Fisher, Ury, e
Patton (1991), em seu renomado livro "Getting to Yes", a gestão eficaz de conflitos não
apenas resolve desentendimentos, mas também transforma relações, promovendo um
ambiente mais cooperativo e produtivo. Este relatório tem como objetivo explorar um
estudo de caso específico na Autoridade Tributária, identificando e analisando os tipos de
conflitos que surgem nesse contexto e as abordagens e habilidades de gestão de conflitos
aplicadas para sua resolução.
O ambiente da Autoridade Tributária, por sua natureza, é propenso a conflitos, dado o seu
papel crucial na administração fiscal e na implementação de leis tributárias que afetam
indivíduos e empresas. Os conflitos podem surgir de diversas fontes, incluindo disputas
sobre interpretações de leis, avaliações de impostos, penalidades e o cumprimento de
obrigações fiscais. Com base nesse entendimento, o estudo de caso a ser apresentado
ilustrará não apenas a natureza desses conflitos, mas também como diferentes
abordagens, como a negociação baseada em interesses, mediação e arbitragem, podem
ser empregadas para alcançar resoluções eficazes.
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Objectivos
Objectivo Geral
• Caracterizar determinados tipos de conflitos utilizando diferentes abordagens e
habilidades de gestão de conflitos.
Objectivos Específicos
Revisão Bibliográfica
Evitar o conflito:
Deborah M. Kolb e Judith Williams (2000)
Deborah M. Kolb e Judith Williams, em seu livro "The Shadow Negotiation", não se
limitam estritamente à evitação de conflitos, mas abordam a dinâmica do poder nas
negociações e como as estratégias indiretas podem influenciar os resultados. Kolb e
Williams discutem como, em algumas circunstâncias, evitar o confronto direto pode ser
uma tática para preservar relacionamentos ou ganhar tempo até que as condições sejam
mais favoráveis para a negociação. Embora seu foco não seja exclusivamente sobre a
evitação de conflitos, eles reconhecem que a evitação pode ser uma estratégia deliberada
dentro de um contexto mais amplo de negociação.
Amy Edmondson, em seu trabalho sobre "Psychological Safety and Learning Behavior
in Work Teams" (Segurança Psicológica e Comportamento de Aprendizagem em Equipes
de Trabalho), publicado no "Administrative Science Quarterly", embora não se concentre
diretamente na evitação de conflitos, oferece insights relevantes sobre como a dinâmica
de grupo pode levar à evitação de conflitos. Edmondson introduz o conceito de segurança
psicológica, que descreve um clima em que os membros da equipe se sentem seguros para
expressar opiniões divergentes e cometer erros sem medo de punição. Em ambientes com
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baixa segurança psicológica, as pessoas podem recorrer à evitação de conflitos como
mecanismo de defesa para evitar a exposição a julgamentos negativos.
Reprimir o conflito:
Teoria da Dissonância Cognitiva (Leon Festinger, 1957): Embora Festinger não
aborde diretamente a repressão de conflitos em ambientes organizacionais, sua teoria
oferece uma base para entender como a dissonância (ou seja, o desconforto resultante de
manter duas crenças contraditórias simultaneamente) pode levar os indivíduos a evitar ou
reprimir conflitos. A tentativa de minimizar a dissonância pode resultar em evitar
discussões abertas sobre questões controversas.
Estimular o conflito:
Mary Parker Follett (1924)
Mary Parker Follett foi uma pioneira na teoria da organização e gestão que enfatizou a
importância do conflito para o progresso organizacional. Em seu trabalho, ela argumentou
que o conflito não deveria ser visto como algo a ser evitado, mas como uma oportunidade
para alcançar uma solução criativa. Follett propôs o conceito de "integração de
interesses", onde, através do diálogo e da negociação, as partes envolvidas em um conflito
poderiam encontrar uma solução que atendesse aos interesses de todos, em vez de recorrer
a um compromisso.
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soluções mais criativas e benéficas para todos os envolvidos, em contraste com conflitos
baseados na competição, que tendem a ser destrutivos e prejudiciais.
Solucionar o conflito:
William Ury, Jeanne M. Brett, e Stephen B. Goldberg (1988): Em "Getting Disputes
Resolved: Designing Systems to Cut the Costs of Conflict", os autores focam em métodos
eficazes para solucionar conflitos, destacando a importância de sistemas de resolução de
conflitos que sejam eficientes, justos e duradouros.
Roger Fisher e William Ury (1981): No livro "Getting to Yes: Negotiating Agreement
Without Giving In", Fisher e Ury introduzem o conceito de negociação baseada em
interesses, um método para solucionar conflitos que busca atender aos interesses
subjacentes das partes envolvidas, em vez de se concentrar em posições inamovíveis.
Abordagem estrutural:
Robert Blake e Jane Mouton (1964):
Abordagem de processo:
John Burton (1990):
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(como segurança, identidade e reconhecimento) para resolver conflitos de maneira
sustentável. Burton promoveu a "análise de conflito e resolução" como um processo que
busca entender profundamente as causas raízes do conflito, indo além das manifestações
superficiais e trabalhando para satisfazer as necessidades subjacentes de todas as partes.
Morton Deutsch é amplamente conhecido por sua teoria do conflito cooperativo versus
competitivo. Ele defendeu que a natureza da interação entre as partes (cooperativa versus
competitiva) tem um impacto significativo no resultado do conflito. Deutsch argumenta
que uma abordagem cooperativa para a resolução de conflitos, que enfatiza a escuta ativa,
a empatia e a busca de soluções mutuamente benéficas, é mais provável que resulte em
resultados positivos tanto para os indivíduos quanto para as organizações.
Abordagem mista:
Mary Parker Follett (1924):
Embora Follett seja mais conhecida por suas contribuições à abordagem de processo, com
ênfase na negociação e na mediação como meios de resolver conflitos, suas ideias
também sugerem uma abordagem mista. Ela reconheceu a importância das estruturas
organizacionais e dos sistemas de poder na criação de conflitos e defendeu a
reorganização do trabalho e a distribuição de poder para prevenir e resolver conflitos.
Assim, suas ideias prenunciam a abordagem mista ao sugerir tanto a alteração estrutural
quanto a melhoria dos processos interpessoais.
Isso implica uma abordagem mista, onde a adaptação das estruturas organizacionais e a
escolha das estratégias de processo são vistas como complementares e igualmente
importantes para a gestão eficaz de conflitos.
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Estilos de gestão de conflitos
Estilo competitivo:
Morton Deutsch, um dos precursores no estudo dos conflitos e cooperação, explorou
profundamente a dinâmica entre abordagens competitivas e cooperativas em sua teoria
do conflito. Em sua obra seminal "The Resolution of Conflict: Constructive and
Destructive Processes" (1973), Deutsch argumenta que os conflitos são influenciados pela
forma como as partes percebem suas metas, seja como compatíveis (levando a abordagens
mais cooperativas) ou incompatíveis (levando a abordagens mais competitivas). Ele
sugere que a competição, enquanto estilo de enfrentamento de conflito, tende a ser
destrutiva quando as partes envolvidas veem suas metas como exclusivamente opostas.
Estilo de evitação:
William Ury, Jeanne M. Brett e Stephen B. Goldberg (1988):
Em seu livro "Getting Disputes Resolved: Designing Systems to Cut the Costs of
Conflict", William Ury, juntamente com Jeanne M. Brett e Stephen B. Goldberg,
discutem a importância de sistemas de resolução de conflitos eficazes nas organizações.
Embora o foco do livro não esteja diretamente na evitação de conflitos como estilo, ele
reconhece a tendência de indivíduos e organizações evitarem conflitos devido aos custos
percebidos e explora estratégias alternativas para abordá-los de maneira construtiva. A
obra, publicada em 1988, sugere indiretamente que a evitação pode ser uma resposta a
sistemas de resolução de conflitos inadequados ou ineficientes.
Amy Edmondson, em seu trabalho sobre "Psychological Safety and Learning Behavior
in Work Teams" publicado na Administrative Science Quarterly em 1999, não aborda
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diretamente a evitação de conflitos. No entanto, seu conceito de segurança psicológica
tem implicações importantes para entender por que as pessoas podem optar por evitar
conflitos. A falta de segurança psicológica em equipes pode levar membros a evitar
levantar questões ou preocupações conflitantes, optando por uma abordagem de evitação
para minimizar o risco de exposição a julgamentos negativos ou sanções. Embora
Edmondson não se concentre especificamente na evitação de conflitos, sua pesquisa ajuda
a explicar um dos motivos subjacentes que levam indivíduos a adotar essa abordagem.
Estilo de compromisso:
Mary Parker Follett (1924):
Embora Mary Parker Follett não tenha usado o termo "estilo de compromisso" em seu
trabalho, suas ideias sobre conflito e "integração" foram fundamentais para o
desenvolvimento de teorias subsequentes sobre gestão de conflitos. Em sua obra
"Creative Experience" (1924), Follett propõe que o conflito deve ser visto como uma
oportunidade para criar novas soluções, enfatizando a importância do diálogo e da
negociação. Sua abordagem preconiza encontrar um terreno comum que possa ser
considerado um precursor do conceito moderno de compromisso.
Dean Tjosvold, em várias de suas pesquisas durante os anos 80 e 90, focou na eficácia da
colaboração e do compromisso em situações de conflito organizacional. Em seu artigo
"The Conflict-Positive Organization: It Depends Upon Us" (Journal of Organizational
Behavior, 1991), Tjosvold discute como conflitos, quando gerenciados adequadamente,
podem ser benéficos para a organização. Ele sugere que o compromisso é uma estratégia
eficaz para resolver disputas de maneira que ambas as partes saiam ganhando algo,
promovendo assim um ambiente de trabalho mais colaborativo e produtivo.
Estilo de acomodação;
M. Afzalur Rahim (1983):
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como a acomodação pode ser eficaz em situações onde é importante preservar a relação
ou quando a questão é mais significativa para a outra parte.
Bruce W. Dayton, em seu livro "Understanding Conflict Resolution: War, Peace and the
Global System" (2009), aborda a acomodação no contexto da resolução de conflitos
internacionais. Embora o foco principal de Dayton seja em conflitos de larga escala, como
guerras e disputas entre nações, os princípios discutidos podem ser aplicados a conflitos
organizacionais e interpessoais. Ele argumenta que a acomodação pode ser uma estratégia
útil para evitar escaladas desnecessárias e para manter a paz, especialmente quando os
custos de um conflito superam os benefícios de uma vitória.
Estilo de colaboração:
Morton Deutsch (1973):
Apresentação da Empresa
De acordo com o artigo 4 da lei 1/2006 de 22 de Março, A Autoridade Tributaria é um
órgão do Aparelho do Estado com autonomia administrativa, tutelado pelo Ministro que
superintende a área das Finanças.
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A Autoridade Tributária foi criada em 2006, através da lei 1/2006 de 22 de Março. A sua
criação visava, essencialmente, agregar duas instituições autónomas, mas que se
complementavam: a Direcção Geral de Impostos e a Direcção Geral das Alfândegas.
Além dessas direcções, a Autoridade Tributaria conta com outros órgãos, nomeadamente:
Conselho Superior Tributário; o Presidente da Autoridade Tributária; o Conselho
Directivo, a Direcção Geral dos Serviços Comuns; o Gabinete do Controlo Interno; e, O
Gabinete do Planeamento, Estudos e Cooperação Internacional.
Segundo a alínea 2, artigo 13, do Decreto 9/2010 de 15 de Abril, a estrutura a nível central
integra, ainda, o Gabinete de Comunicação Interna e o Gabinete do Presidente, que
equiparam-se a Direcções de Serviço.
Desse número, 468 ocupam cargos de Chefia e de Direcção e os restantes 4432 exercem
as diferentes carreiras profissionais da instituição.
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comodidade para os contribuintes no cumprimento das obrigações fiscais e criando uma
maior capacidade de detecção sobre o incumprimento e evasão fiscais.
Missão
Arrecadar receitas, de forma justa e transparente, para o financiamento da despesa pública
e proteger a economia e a sociedade.
Visão
Ser referência internacional na arrecadação de receitas e prestação de serviços tributários.
Valores
✓ Legalidade;
✓ Eficiência;
✓ Integridade.
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5. RH vs. Logística e Infraestrutura – Condições de Trabalho: Conflitos ocorreram
quando funcionários do departamento de Logística e Infraestrutura expressaram
insatisfação com suas condições de trabalho e o departamento de RH teve dificuldades
em atender às suas demandas devido a limitações financeiras e logísticas.
8. Finanças vs. TIC's – Priorização de Projetos de TI: Conflitos sobre quais projetos de
TI deveriam ser priorizados, com o departamento de Finanças buscando otimizar custos
e o departamento de TIC's enfatizando a importância de atualizações tecnológicas para a
segurança e eficiência operacional.
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Comunicação Aberta: Encorajou-se um diálogo aberto e honesto entre os funcionários
do departamento de logística e infraestrutura e o departamento de recursos humanos para
entender claramente as preocupações e necessidades de ambas as partes.
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construir um entendimento mútuo e a promover um ambiente de trabalho mais
colaborativo.
Aborda as Causas Raízes: Este estilo permite que ambas as partes discutam abertamente
suas preocupações e necessidades, ajudando a identificar as causas subjacentes do
conflito, em vez de apenas tratar os sintomas.
Constrói Relacionamentos: Este estilo não apenas resolve o conflito em questão, mas
também fortalece os laços entre os departamentos, estabelecendo uma base sólida para a
cooperação futura e a prevenção de conflitos.
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Sugestões
Promover a Comunicação Aberta e Honesta: Encoraje todas as partes a expressar seus
sentimentos, preocupações e necessidades de forma aberta e respeitosa. A comunicação
eficaz é a base para entender os pontos de vista alheios e encontrar soluções
compartilhadas.
Utilizar a Escuta Ativa: Encoraje cada parte a ouvir ativamente o outro lado, o que
significa ouvir para entender, não apenas para responder. Isso pode ajudar a reduzir mal-
entendidos e promover a empatia.
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Conclusão
Este trabalho explorou a complexidade dos conflitos dentro de uma organização,
especificamente na Autoridade Tributária, destacando um caso entre o departamento de
logística e infraestrutura e o departamento de recursos humanos. A situação ilustra como
desafios financeiros e logísticos podem exacerbar tensões e levar a conflitos relacionados
às condições de trabalho.
A análise revelou que a gestão eficaz de conflitos é crucial para manter um ambiente de
trabalho saudável e produtivo. Foi identificado que o estilo de colaboração, combinado
com uma abordagem mista que incorpora elementos tanto estruturais quanto de processo,
é particularmente eficaz para abordar e resolver conflitos deste tipo. Essa combinação não
só aborda as questões imediatas e as preocupações dos funcionários de forma eficaz, mas
também promove mudanças estruturais e de processo de longo prazo que podem prevenir
a ocorrência de conflitos semelhantes no futuro.
Concluir este estudo de caso na Autoridade Tributária reforça a ideia de que o conflito,
embora muitas vezes visto como negativo, pode ser uma oportunidade para crescimento
e melhoria quando gerenciado de forma adequada. As organizações que investem em
habilidades de gestão de conflitos e promovem uma cultura de comunicação aberta e
colaboração estão melhor equipadas para enfrentar desafios, adaptar-se a mudanças e
prosperar em um ambiente empresarial cada vez mais complexo. Portanto, a gestão eficaz
de conflitos é uma competência essencial para líderes e gestores que buscam não apenas
resolver disputas, mas também construir uma fundação sólida para o sucesso
organizacional a longo prazo.
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Referências Bibliográficas
Dayton, B. W. (2009). Understanding Conflict Resolution: War, Peace and the Global
System. Sage Publications Ltd.
Ury, W., Brett, J. M., & Goldberg, S. B. (1988). Getting Disputes Resolved: Designing
Systems to Cut the Costs of Conflict. Jossey-Bass.
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