Este documento discute a Teoria Crítica desenvolvida pela Escola de Frankfurt e seus conceitos de razão instrumental e indústria cultural. A razão instrumental é criticada por desconsiderar aspectos éticos e sociais em favor da eficiência. A indústria cultural é definida como a mercantilização da arte sob a lógica capitalista, padronizando a cultura para maximizar lucros.
Este documento discute a Teoria Crítica desenvolvida pela Escola de Frankfurt e seus conceitos de razão instrumental e indústria cultural. A razão instrumental é criticada por desconsiderar aspectos éticos e sociais em favor da eficiência. A indústria cultural é definida como a mercantilização da arte sob a lógica capitalista, padronizando a cultura para maximizar lucros.
Este documento discute a Teoria Crítica desenvolvida pela Escola de Frankfurt e seus conceitos de razão instrumental e indústria cultural. A razão instrumental é criticada por desconsiderar aspectos éticos e sociais em favor da eficiência. A indústria cultural é definida como a mercantilização da arte sob a lógica capitalista, padronizando a cultura para maximizar lucros.
Este documento discute a Teoria Crítica desenvolvida pela Escola de Frankfurt e seus conceitos de razão instrumental e indústria cultural. A razão instrumental é criticada por desconsiderar aspectos éticos e sociais em favor da eficiência. A indústria cultural é definida como a mercantilização da arte sob a lógica capitalista, padronizando a cultura para maximizar lucros.
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Teoria Crítica e
Indústria Cultural
Prof. Friedrich Maier - 2º EM - Colégio Interação
O Instituto Para Pesquisa Social de Frankfurt ● Convencionou-se chamar de “Escola de Frankfurt” o conjunto de pensadores que desempenharam importantes contribuições no campo da Filosofia e das Ciências Sociais desde as primeiras décadas do século XX. ● Esses pensadores tinham uma matriz de pensamento marxista, contudo, estavam insatisfeitos com a “ortodoxia marxista”, acusando muitos de seus disseminadores de meros reprodutores de pensamentos e ideias “doutrinárias”. ● De modo diverso, procuraram inspiração na crítica social proposta por Marx para avançar uma Teoria Crítica, capaz de se adequar à nova conjuntura histórica e social do capitalismo. O Instituto Para Pesquisa Social de Frankfurt ● O nome “Escola de Frankfurt" advém do fato de que muitos desses autores desenvolveram suas pesquisas no Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt, na Alemanha. ● À inspiração marxista e sua proposta de mudança social, esses autores procuraram contribuições de outras tradições de pensamento, como a filosofia existencialista, a psicologia e a psicanálise, a sociologia weberiana, a filosofia idealista alemã (Kant e Hegel) etc. ● Diante da diversidade e pluralidade de pensamento, esses autores tinham em comum a pretensão da crítica, isto é, a consciência da necessidade de superação dos raciocínios positivistas, deterministas, materialista ortodoxo e da própria racionalidade capitalista. Max Horkheimer (1895-1973) Theodor W. Adorno (1903-1969) Herbert Marcuse (1898-1979) Erich Fromm (1900-1980) Walter Benjamin (1892-1940) Jürgen Habermas (1929-presente) 2ª Geração da Escola de Frankfurt Axel Honneth (1949-presente) 2ª Geração da Escola de Frankfurt A crítica à Razão Instrumental ● Um dos elementos que unifica o pensamento dos autores da Escola de Frankfurt é a crítica à racionalidade capitalista. ● Utilizando o conceito de razão instrumental, os autores procuram se referir à forma de pensamento oriunda de movimentos como a Revolução Científica e o Iluminismo e intensificada com o advento da sociedade capitalista. ● A razão instrumental é uma forma de pensar, agir e organizar a realidade a partir de princípios como a efetividade, o determinismo, o empirismo, a lucratividade e a eficiência, desconsiderando parcial ou completamente os impactos éticos e sociais. A crítica à Razão Instrumental ● Para compreender melhor o que os autores da Teoria Crítica apresentam, basta pensar um pouco no contexto histórico do século XX. ○ Após a efervescência científica e industrial do século XIX, o que a humanidade conseguiu com toda essa razão instrumental? ■ guerras com proporções nunca antes vistas, destruição, miséria social, miséria intelectual, destruição, mortes em escala industrial… ○ A metralhadora, o gás mostarda e o agente laranja, os aviões bombardeiros, os campos de concentração, as bombas atômicas, as migrações forçadas, os campos de trabalho forçados, a segregação racial, os alimentos ultraprocessados, a destruição ambiental são todos frutos dessa razão instrumental… A Teoria Crítica ● A razão instrumental está relacionada ainda aos aspectos da alienação, uma vez as pessoas podem se tornar cegas aos aspectos mais amplos e às consequências não intencionais de suas ações quando estão focadas apenas na eficiência e no sucesso imediato. ● Além disso, essa forma de racionalidade serve para perpetuar as estruturas de dominação, pois regimes autoritários usam a razão instrumental para justificar a repressão de dissidentes como um meio de manter o poder. A Teoria Crítica ● Em oposição às formas de racionalidade instrumentais, os teóricos de Frankfurt apontavam a necessidade de uma razão crítica, capaz de (re)pensar as questões da humanidade para além dos princípios da efetividade, eficiência e lucratividade, refletindo sobre o futuro da humanidade a partir de princípios éticos, de emancipação social, econômica, política e intelectual. Max Horkheimer (1895-1973) Theodor W. Adorno (1903-1969) Indústria Cultural ● Conceito criado por Max Horkheimer e Theodor Adorno em 1947 para dar conta do processo de mercantilização da arte e da cultura, promovido pelas sociedades capitalistas no século XX. ● A lógica capitalista implica na submissão de toda a realidade às leis do mercado e, com isso, a transformação de tudo em… mercadoria. ● São mercadorias no capitalismo: as pessoas, a terra, o dinheiro, os objetos, os afetos, a história e até mesmo a Cultura e a Arte. ● É um conceito poderoso para criticar a formação das sociedades de massa e a introdução da lógica capitalista no campo artístico e cultural. Indústria Cultural: modo de fazer ● A partir do advento dos meios de comunicação em massa (primeiro o rádio, depois o cinema e a TV) cria-se um contexto de fácil difusão da informação e dos produtos artísticos. ● Com isso a expressão artística passa a seguir uma lógica de mercado: ao invés de expressão de genialidade, singularidade e talento de artistas, passa a ser um produto que deve vender mais, gerar mais lucro. ● Assim, a arte passa a produzir padrões baseados num “gosto médio” que tem a capacidade de vender mais. A complexidade, a possibilidade de reflexão crítica e de questionamento cedem lugar à diversão e ao entretenimento, o novo espaço ocupado pela arte. Indústria Cultural e Cultura de Massas ● O bom produto cultural é aquele que “vende bem”, que “atinge o maior público” e que, portanto, passa a ser produzido justamente com essa finalidade. ● A arte passa a ser padronizada, repetindo clichês e formas de apresentação baseados na expectativa de um “consumidor médio”. Com isso, empobrece-se. ● Cria-se a cultura de massas, padronizada, pasteurizada e largamente disseminada pelos novos meios de comunicação. ● Nesse processo, a própria indústria cultural passa a “produzir” a subjetividade do seu público: acostuma-o a produtos prontos, fáceis de consumir. Indústria Cultural e suas influências ● Assim, essa indústria se torna capaz de influenciar a sociedade, criando novos hábitos, ditando modas, disseminando estereótipos e valores sociais que, ao fim e ao cabo, estão determinados pela lógica capitalista (e pela sua racionalidade instrumental). ● Nas palavras de Adorno e Horkheimer: "A indústria cultural está corrompida, mas não como uma Babilônia do pecado, e sim como catedral do divertimento de alto nível. O divertimento - protocolarmente - da indústria cultural, em si, não possibilita capacidade de resistência. Tem grande probabilidade de ser mera diversão, distração. Não oferece, em si, possibilidade de emancipação, nem de crítica ao status quo. [...] É na verdade uma fuga [...] da última ideia de resistência que essa realidade ainda deixa subsistir” Indústria Cultural e técnica ● A crítica dos autores é ainda mais profunda e mira também os elementos técnicos da indústria cultural. ● Os produtos culturais passam a se aproveitar da técnica, cada vez mais desenvolvida, para garantir a lucratividade e a aceitação dos produtos culturais, sendo assim, centram os esforços na reprodução do cotidiano, da própria realidade. ● Principalmente no campo do audiovisual (TV, cinema, streaming e jogos eletrônicos) a técnica se aperfeiçoa para mostrar a tela como um prolongamento da realidade. ● A precisão da imagem e do som são centrais para essa técnica reprodutivista. Indústria Cultural e técnica ● Ao espectador cabe um único papel: o passivo. ● Recebe extasiado a explosão de cores e sons hiper realistas, a narrativa rápida e cheia de clichês, a velocidade com que as cenas se alteram, a passagem dos quadros cada vez mais intensa… ● Ao fim do momento da fruição, não precisa pensar, não precisa refletir, tamanho é o impacto ao qual foi submetido. ● Mais uma vez, Adorno e Horkheimer: “Não somente os tipos das canções de sucesso, os astros, as novelas ressurgem ciclicamente como invariantes fixos, mas o conteúdo específico do espetáculo só varia na aparência. O fracasso temporário do herói, que ele sabe suportar como bom esportista que é; a boa palmada que a namorada recebe da mão forte do astro, são, como todos os detalhes, clichês prontos para serem empregados arbitrariamente aqui e ali e completamente definidos pela finalidade que lhes cabe no esquema. Desde o começo do filme já se sabe como ele termina, quem é recompensado, e, ao escutar a música ligeira, o ouvido treinado é perfeitamente capaz, desde os primeiros compassos, de adivinhar o desenvolvimento do tema e sente-se feliz quando ele tem lugar como previsto. O número médio de palavras é algo em que não se pode mexer. Sua produção é administrada por especialistas, e sua pequena diversidade permite reparti-las facilmente no escritório.” Walter Benjamin (1892-1940) A contribuição de Walter Benjamin: a arte engajada ● Por mais que não diretamente relacionado com a crítica da indústria cultural, encontramos uma reflexão importante do autor sobre o tema, ● Ao criticar a reprodutibilidade técnica da arte, isto é, a capacidade - cada vez maior - de reproduzir os elementos artísticos, Benjamin observa como o fazer artístico passa a reproduzir a ideologia burguesa. ● Numa contraposição, o autor advoga a arte engajada, isto é, a arte deveria se tornar um meio de oportunizar aos sujeitos uma compreensão crítica do mundo e das relações à sua volta, despertando a reflexão e a crítica na audiência.