Grávida Do Bilionário Arrogante - Julliany Soares

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Nota da autora

Olá, querida leitora! Grávida do bilionário arrogante é um romance


recomendado para maiores de dezoito anos, devido à linguagem imprópria e
cenas explícitas de sexo. Se você tem menos de dezoito anos, este livro não
é recomendado para você.

Com carinho,
Julliany Soares
Sumário
Nota da autora
Sinopse
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Agradecimentos:

Copyright © 2023 Julliany Soares

Diagramação: Adri Luna


Revisão: Marta Ceccatto
Capa: Maya Silva

Livro registrado na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, em setembro de


2023.
Recife – Pernambuco, Brasil, 2023.

Todos os direitos reservados. Informamos que todos os direitos desta obra


são reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte
ou personagens deste livro, sem a autorização prévia da autora por escrito e
registrada, poderá ser reproduzido ou transmitido, seja em quais forem os
meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou
quaisquer outros.
Esta é uma obra fictícia, quaisquer semelhanças com pessoas reais vivas ou
mortas é mera coincidência.
CONTATO:

E-mail: jullianysoaresnina@gmail.com
Instagram: @autorajulliany
Dedico a todas leitoras que lutam constantemente
por seus sonhos e não desistem de sua felicidade,
vocês são leoas e eu as admiro muito pela coragem
e força que possuem.
Sinopse

O poderoso Bilionário Jack Collins, precisa saciar suas fantasias secretas e


busca uma mulher com quem realizar seus desejos peculiares e primitivos.
Emma, uma mulher casada, descobre a traição do seu esposo com a filha do
chefe dele, após o divórcio ela perde o emprego, casa e economias.
Jack, a procura de uma nova submissa, conhece Emma de forma abrupta e
movido por um desejo incontrolável de torná-la dele, o mesmo não hesita
em fazer um acordo irrecusável, desde que Emma aceite os termos mais
perversos do sedutor Bilionário.
O que ela não esperava era se encontrar por seis meses em um mundo de
luxúria e submissão, onde não há limites para o prazer.
Capítulo 01

Emma Soares

Acreditei, por um tempo, que minha vida era perfeita. Que ironia. É
a maneira mais fantasiosa de imaginar o meu caos disfarçado de felicidade,
nos últimos três anos. Precisei amadurecer cedo. Minha mãe faleceu quando
eu tinha apenas dez anos, meu pai tentava não culpar a minha irmã, que na
época era uma recém-nascida, já que a mulher da vida dele faleceu por
complicações no parto. Poucos anos depois, ele faleceu após descobrir tarde
demais um câncer de próstata.
Passei por momentos tensos, mas hoje aos vinte e oito anos, me
esforço dando aulas particulares e trabalho a noite em um hotel de luxo,
ajudando na recepção como intérprete para os gringos que visitam o Brasil
e se hospedam no hotel que trabalho. É exaustivo, mas essa foi a herança
que meus avós paternos deixaram para mim, após a morte do meu pai. Fui
para fora do país e aprendi inglês e espanhol, voltei para o Brasil após o
falecimento dos meus avós. Consegui fazer com muito esforço o curso de
letras, mas meu maior sonho é conseguir uma vaga na editora Collins.
Coloquei o sonho da minha irmã em primeiro lugar, ela conseguiu passar no
curso de medicina como bolsista em Harvard. Juntei por cinco anos na
poupança que fiz, uma quantia para dar a ela no seu aniversário de dezoito
anos.
Helena sempre foi muito esforçada e levava para a escola doces para
vender, juntando cada centavo do seu lucro para realizar o seu sonho, mas
hoje estou aqui, em frente ao trabalho do Rick, queria fazer uma surpresa
após ter terminado de dar uma aula no mesmo bairro, mas quem foi
surpreendida fui eu, ao vê-lo beijando uma mulher mais jovem em frente a
empresa.
Pensei muito em ir até eles, mas preferi segui-los, os dois foram até
o restaurante próximo do trabalho e assim que vejo ao longe os dois juntos
lado a lado em uma mesa, íntimos, lembro da minha avó dizendo que uma
escolha errada poderia me levar a caminhos difíceis, mas quando se trata
dos nossos sentimentos não há como escolher o caminho racional, desta
maneira nem sempre o que sentimos nos levará ao que esperamos.
Meu celular toca, mas eu não consigo sequer atendê-lo. O mundo
todo parecia estar como numa das séries da Netflix, que minha irmã sempre
pausa para fazer uma pipoca, mas acontece que essa é a droga da série da
minha vida. Meus pensamentos estão tumultuados pareciam estar pausados
na pior cena, ao ver Rick com outra mulher, eu estava com ele a quase cinco
anos e faziam três anos desde que nos casamos no civil.
Saio em direção ao banco, tento não chorar, mas naquele momento,
as lágrimas que escorriam pela minha face, mostravam que eu não era forte
o suficiente para suportar a dor que mais uma vez invadiu a minha vida.
Respiro profundamente, seco minhas lágrimas e novamente o meu
celular toca, atendo e digo: — Helena, estou ocupada agora, assim que eu
chegar em casa falo com você.
— Emma, eu não estou encontrando aquele vestido que o Rick
comprou para mim no último natal. Sabe onde ele está? — ela me
perguntou, mas naquele momento tudo que me lembrasse o Rick era
insuportável e me causava repulsa.
— Vai no meu quarto e pega aquele meu vestido azul que você
gosta, pode usar ele. Não volta tarde, tenho uma surpresa. Por favor, não
comece a beber. Já conversamos sobre isso.
— Tudo bem irmã, não irei beber. Preciso desligar, beijo — ela
desligou a chamada e eu continuei meu percurso a pé, até conseguir pegar
um táxi.
Assim que chego ao banco, espero meu número para o atendimento
ser chamado, mas o que realmente queria fazer naquele momento, eram as
malas do Rick. A raiva que eu sinto é tão intensa que meus pensamentos
são apenas em uma forma de me vingar.
Finalmente chega a minha vez e então me levanto. Estava distraída e
não percebi o homem que passava, acabo derrubando alguns papéis dele.
Jack Collins

— Acredito que seja cega, caso contrário não faria isso não é moça?
— pergunto enquanto vejo ela catar os meus documentos que estão
espalhados no chão. Logo Connor aproxima-se e a ajuda com a bagunça
que a desastrada fez.
— Senhor, eu sinto muito, mas quer saber? Você sequer abaixou-se
para pegar os seus papéis. Então talvez tenha merecido isso. A propósito,
não sou cega e mesmo que eu fosse, o senhor não tem o direito de ofender
as pessoas.
Ele parecia estar me encarando. Acredito que ele achava que por ser
americano e eu uma brasileira, não entenderia o que ele disse. Dou as costas
para ele e saio correndo para ser atendida, já que ouço algumas pessoas
repetirem o número da minha senha.

Ela não parece ser uma mulher comum. Não imaginava que no
primeiro dia que eu chegasse ao Brasil já encontraria alguém que entende a
minha língua e que ela seria uma mulher, que forma peculiar e abrupta de
conhecer uma mulher.
— Senhor Collins? — Ouço o meu assistente me chamando e então
olho para ele.
— Connor. Qual a probabilidade de um americano conhecer uma
brasileira que entende o que ele diz e ainda ela ser atraente?
— Senhor, eu preciso responder mesmo? Achei que a sua vinda ao
Brasil seria por causa da beleza e inteligência das mulheres deste país —
Certamente o Connor tinha razão, mas não esperava encontrar tão rápido
uma mulher que estimula os meus desejos primitivos e ocultos.
Fico de longe a observando, seus cabelos cacheados, seu corpo, a
pele dela. Começo a imaginar cenas e algumas ações que desejo fazer com
ela. Talvez por eu ser um escritor, seja tão fácil imaginar o que eu faria se
essa mulher fosse minha por um tempo, mas há um pequeno detalhe nela
que percebo. Então desvio o meu olhar e saio do banco com o Connor
segurando todos os documentos e olhando para mim, sem entender nada.
— Senhor Collins, há algo que eu possa fazer? Já escolheu de
quantos meses será o contrato com a mansão que escolheu passar sua
temporada de pesquisa de campo aqui no Brasil?
Connor sabia que tipo de pesquisa eu costumava fazer, ele era um
homem inteligente e por isso trabalhava para mim a pouco mais de oito
anos. Foi o único que mesmo sabendo de todos meus segredos, jamais
questiona a forma como eu lido com tudo que faço ou desejo.
— Se você conseguir fazer uma máquina do tempo, para que uma
mulher casada, volte a ser solteira e nunca tenha conhecido o esposo, para
que ela seja a minha submissa. Eu posso lhe responder a sua pergunta de
quanto tempo irei fazer o contrato, caso contrário, só posso lhe dar uma
resposta, para sua pergunta, quando eu encontrar alguma outra mulher.
Ele fica em silêncio e eu entro no carro. Connor dirige e logo penso
naquele maldito defeito que aquela mulher tinha. Ter em meus
pensamentos, uma mulher que usa aliança, vai contra todos os meus
princípios. Apesar de que eu não tenho limites para nada do que quero,
meus instintos são os piores. Não amo, não sinto paixão, tudo para mim se
resume a prazer e a como me sinto quando escrevo ou pratico o BDSM,
com a minha submissa da vez, já estive com muitas mulheres lindas e
nenhuma delas me fez sentir algo além do prazer. Talvez minha mãe tenha
razão. Dentro do meu coração há uma cidade inteira de gelo, onde ninguém
é capaz de suportar o meu lado frio e arrogante.
Desde que meu irmão Jonathan se tornou pai, minha mãe parou de
se importar. Ela está muito ocupada ajudando na criação do seu neto que
nasceu órfão de mãe. Meu irmão tem uma parcela de culpa por meu coração
ser frio como gelo. Ver ele sofrendo com a morte da mulher que amou, me
fez perceber que as minhas escolhas são as mais viáveis e fáceis de se lidar.
Capítulo 02

Emma Soares

Enquanto eu esperava, meu celular toca, atendo e o dono do hotel


em que trabalho a noite, me pediu para no dia seguinte eu chegar cedo.
— Senhor Montreal, não posso chegar cedo, estou trabalhando no
hotel a dois anos e sempre fiquei no turno da noite, pela manhã eu dou aulas
particulares.
Ele não parecia estar feliz com a minha resposta, então disse: —
Chegou um cliente que fará algumas entrevistas e ele precisa de uma
intérprete amanhã com ele o dia inteiro. Ele irá pagar em apenas um dia o
que você recebe em três meses. Tem certeza de que não pode adiar suas
aulas particulares? — ele me perguntou como se soubesse que eu não
recusaria e realmente eu não posso recusar um valor assim tão substancial,
principalmente agora.
— Tudo bem senhor, estarei pela manhã no hotel. Obrigada por
ligar, tenha uma boa noite.
— Boa noite Emma. Como passou o dia meu amor? — Ouço a voz
de Rick. Logo sinto os braços dele me abraçando, enquanto eu estava de
costas.
Viro-me para ele e então falo: — Estive no banco hoje e fiquei
surpresa, ao chegar lá, parece que você precisou pegar o dinheiro que não
era seu, então preciso que devolva.
— Emma, acha mesmo que eu iria pegar dinheiro da sua conta?
Você mora aqui na minha casa. Quem paga as contas e despesas sou eu e
ainda acha que ia pegar a mixaria que estava no banco? — ele parecia estar
irritado, ao mesmo tempo com um olhar de inocência, mas ele não poderia
me enganar mais, não depois do que eu vi mais cedo.
— Rick, eu não estou te culpando. Eu tenho certeza que foi você
quem roubou o dinheiro da Helena. Você sabia que não era meu. Sabia que
a anos o junto para ajudar a minha irmã a ter uma formação, mas você não
está se importando com nada.
Rick se aproxima de mim, segura firme meus braços e olha para
mim como se fosse um outro homem. parecia que eu estava diante de um
animal em fúria.
— O que você está insinuando Emma? Que não estou me
importando? Você passa o dia todo dando aulas e quando chega a noite
ainda vai trabalhar no hotel. Você não se importa com nosso casamento, só
pensa em si mesma e na sua irmã. Ela tinha que escolher justo o curso de
medicina, ainda mais tem que ser em Harvard? Vocês duas são patéticas.
Sonham alto demais e só vivem no chão — ele me puxa e em seguida me
derruba no chão.
— Suas malas já estão prontas, pode ir embora. Fique com sua
amante. Não mereço estar com um homem que não posso sequer confiar,
você hoje mostrou a sua verdadeira face.
Me levanto e ele olha para mim, com um sorriso no rosto ele
começa a soltar gargalhadas. Eu procuro todas minhas forças e continuo
sem derramar sequer uma lágrima.
— Você está me expulsando da minha própria casa? — ele me
perguntou ainda soltando gargalhadas, como se estivesse zombando de
mim.
— Só saio da casa que você diz ser sua, quando devolver o valor
que retirou da conta da minha irmã.
Ele vai até o corredor da casa, que fica entre os quartos e pega as
malas, o vejo indo em direção a porta da saída e então ele para, vira para
mim e diz: — Olha só para você, está preocupada com o dinheiro, mas nem
me perguntou sobre a mulher que julga ser minha amante.
— O que quer que eu pergunte? Se você a ama mais do que fingiu
me amar nos últimos três anos? Eu não preciso buscar respostas para as
perguntas como por que me traiu, se ela é mais bonita, o que eu fiz de
errado. A partir do momento que vi você com aquela mulher aos beijos, eu
tive a certeza de que você nunca me amou. Então não tenho perguntas sobre
a sua falta de amor. Espero que nunca se arrependa do que está fazendo
comigo, pois quando esse dia chegar e vai chegar, não irei... — ele me
interrompe tentando me beijar e eu dou um tapa no rosto dele.
A minha paciência já tinha se esgotado. Ele toca no rosto e me olha
com seu olhar irônico, cheio de si e diz: — Você não irá o quê? Eu sei que
você me ama. Acha que não percebi seu semblante de quem chorou
bastante? — ele fala enquanto aproxima-se novamente.
— Ao contrário de você, eu não me casaria se não o amasse, mas a
decepção que você me causou foi tão grande que não consigo sentir nada
por você, nem mesmo ódio.

Pego as malas dele e coloco fora de casa, ele sorri dizendo que vou
me arrepender por tirar ele da própria casa, bato a porta e tranco com as
chaves, depois sento ali, no chão e choro.
A dor que eu sentia por saber que por amar e confiar em um homem,
que ele destruiu os sonhos da única pessoa que eu ainda tinha como chamar
de minha família, invadiu meus pensamentos. Tudo o que eu queria saber,
era como iria contar a minha irmã que todas as economias dela e as minhas
foram roubadas pelo homem que pensei ser o amor da minha vida.

Jack Collins

— Senhor Collins, o senhor Montreal me pediu para informá-lo que


conseguiu entrar em contato com a funcionária do hotel que trabalha como
intérprete e ela poderá vir amanhã para ajudá-lo com as entrevistas —
Connor falou, enquanto eu estava a frente da tela do meu notebook,
iniciando a escrita de mais um romance.
Poucas pessoas sabiam, mas meu hobby era a escrita. A cada três
meses, eu sumia do meu mundo dos negócios para vivenciar experiências
que costumava escrevê-las. Parece irônico, mas me tornei um escritor de
romances que não se interessa pelo romance. As mulheres parecem ficar
sedentas por cada novo livro que publicam, talvez pelo simples motivo de
que despertam nelas a curiosidade de viverem a sexualidade de forma
intensa e inovadora. Passar para as leitoras o desejo de saber o que vai
acontecer após uma mulher frágil e delicada aceitar um acordo onde ela se
torna submissa dele, é como colocar a fome com a vontade de comer no
mesmo lugar.
Agradeço ao Connor e peço que ele se retire para descansar, no dia
seguinte teremos pesquisa de campo, preciso encontrar uma submissa.
Levanto-me e vou em direção a cama, meu corpo parecia estar cansado,
mas meus pensamentos não me deixavam dormir, eu sabia que isso iria
acontecer, que ela ficaria nos meus pensamentos. Nunca aconteceu de eu
desejar uma mulher casada, sempre que quero algo eu tenho. Essa era a
primeira vez que eu não poderia ter algo que desejava, não enquanto ela
tivesse aquela aliança que a marca como um fruto proibido.
Viro-me para o lado da cama e acabo retirando o travesseiro da
minha cabeça. Eu estava consumido pelo desejo e pela incapacidade de
realizar as minhas expectativas. Levanto e me sento de frente para o meu
notebook e então começo a escrever.
Ela sabia que beijar a minha boca seria como entrar em um labirinto.
Talvez não pudesse retornar a saída, eu estava disposto a não a deixar
encontrar a verdadeira saída. Iria mostrar a ela que era melhor estar dentro
do desconhecido do que em uma vida irrelevante sem que me tenha ao seu
lado.
Capítulo 03

Jack Collins

O beijo era molhado e quente, era como se eu pudesse sentir o gosto


doce do mais delicioso sabor de um chocolate quente em frente a lareira.
Ela sabia que nossos corpos estavam em chamas. Eu poderia sentir nossos
corações acelerados, nossos lábios dançavam como se dependêssemos
daquela dança para continuarmos respirando. Ela para nosso beijo e com
seu olhar fugaz, sorri para mim e toca em minhas mãos, a levando para a
sua intimidade. Não precisava dizer mais nada, eu pego meu cinto, desço a
saia que ela usava e para minha surpresa, ela não usava calcinha.
Com o meu cinto em uma das minhas mãos, a viro de costas para
mim e a mando colocar seus braços para trás, ela me obedece sem hesitar.
Prendo seus braços finos, e em seguida ordeno que ela ande até a cadeira, a
inclino e abro as pernas dela.
Desço a minha língua até o bumbum dela, depois me levanto e beijo
o seu pescoço, enquanto alguns dos meus dedos pincelam a intimidade dela
que estava úmida.
— Senhor Collins, Senhor Collins, acorde — Ouço a voz do
Connor. Então abro os meus olhos e vejo diante de mim, a mulher que não
deixou que eu dormisse a noite passada.
— O que ela faz aqui?
— Senhor Collins. Sou a funcionária do hotel que trabalha como
intérprete. O senhor Montreal me ligou ontem a noite, informando sobre o
seu interesse em contratar uma pessoa que pudesse lhe ajudar com isso.
— Connor saia já do meu quarto com essa intérprete — Senhor
Collins, estamos na sala, acredito que acabou pegando no sono mais uma
vez enquanto usava o seu notebook — Connor falou em tom baixo,
sussurrando para mim.
Levanto-me da cadeira confortável em que provavelmente acabei
cochilando e pego o meu notebook, saindo em direção ao meu quarto. Fico
um pouco confuso, talvez seja pelo fato de ter sido acordado, mas logo
lembro-me que escrevi na noite passada e não era uma espécie de sonho que
tive. Logo vejo na tela parágrafos escritos e os apago, não posso alimentar
um desejo que não vou concretizar.

— Senhor Collins, me chamo Emma. Sinto muito sobre o dia anterior. O senhor precisa que eu o
acompanhe até alguma reunião? Passeio? Talvez algum lugar em especial? — A vejo diante de mim,
eu a desejava, penso estar com os meus lábios na boca dela, sugando sua boca, literalmente eu a
comia com os olhos.
Levanto , continuo a encarando, o que noto que ela parecia um pouco
constrangida. Ela é uma linda mulher.
— É costume as mulheres brasileiras irem para o trabalho sem
aliança? — pergunto, olhando para a mão dela, notando que a mesma não
usava a sua aliança naquela manhã.

Olho para ela, imaginando o motivo pelo qual a mesma está sem a
aliança. Então antes que ela falasse algo, o Connor, aproxima-se de nós dois
com três mulheres, todas eram lindas, de corpo bem feito, arrumadas, bem
maquiadas e com roupas que delineiam os corpos delas.
Continuo encarando ela, mesmo com a presença daquelas mulheres
na sala da melhor suíte do hotel Montreal.
— Senhor Collins, acredito que queira uma entrevista com as
mulheres que acabaram de entrar, então podemos começar na hora que o
senhor desejar.
A coloco contra a parede, sem nem sequer me importar com as
mulheres que estavam ali, me encarando, afinal quem eu queria estava bem
na minha frente — Acredito que possa imaginar o que eu realmente desejo
— ela abaixou sua cabeça, o que me deixou louco, eu estava obcecado por
ela e não me importava com nada mais.
— Senhor Collins, o que o senhor deseja?

— Primeiro responda a minha pergunta — eu falo enquanto toco nas


mãos dela e aliso o dedo em que ela usava a aliança no dia anterior.
— Acredito que por ser de outro país, não esteja entendendo, mas
quando uma mulher honesta do meu país, retira a aliança de casamento, é
porque ela não é mais uma mulher comprometida.
— Então você está solteira? — pergunto enquanto toco meu rosto
no dela, sussurrando em seu ouvido.
Ela fica arrepiada e minha obsessão só aumenta.

Emma Soares

O perfume dele era marcante, seu olhar penetrante, eu era inocente, mas
não o suficiente para não entender o que ele estava querendo, mas como
precisava de dinheiro e não poderia recusar o trabalho de intérprete pelo
qual ele irá me pagar muito bem, decidi arriscar, mesmo sabendo que a
resposta não seja o que eu desejo escutar.
— Senhor Collins, eu preciso do trabalho, mas acredito que está
passando dos limites, se não pode se conter, melhor procurar outra pessoa
para ser intérprete.
As mulheres ficam me encarando, elas pareciam não entender o que
eu dizia. Afinal só falava com ele em inglês, ao contrário delas, o
funcionário dele, entendia o que eu dizia e parecia estar surpreso, o que era
compreensível da parte dele, já que o chefe dele era um homem muito
lindo, talvez nunca tenha visto o Senhor Collins ser rejeitado.
— Tudo bem Emma. Não irei ser inconveniente com você, por
enquanto.
Ele sai de cima de mim, senta em uma das poltronas e me pede que
sente na poltrona ao lado.
— Connor, quero que deixe duas esperando lá fora e apenas entre
uma por vez, para a entrevista, como diz a minha querida intérprete.
Uma das três moças era ruiva, tinha olhos castanhos claros e um
corpo marcante. Ela senta de frente para o senhor Collins, ele fica me
olhando por alguns segundos e então diz: — Agradeça a senhorita por ter
vindo e que o Connor dará uma quantia a ela pelo seu tempo desperdiçado
por vir até aqui.
— Quer que eu a mande embora? Não irá nem ao menos dar a
chance dela ser entrevistada? — Esses ricos hipócritas, olham para a pessoa
e nem se importam no tempo que tivemos para chegar até o local da
entrevista.
— Ele não vai me entrevistar? — a mulher ruiva me perguntou após
ouvir o que eu disse sobre ele.
— Sinto muito, senhorita, mas ele me pediu para avisar que irá
receber uma quantia com o Connor que está lá fora esperando com as
outras, só pelo seu tempo perdido — ela levanta e sai um pouco triste.
Olho para ele um pouco irritada, ele então sorri. Eu fico indignada, ele me
faz mandar a moça ir embora e ainda fica zombando.
— Senhor Collins, acha que tudo se resume a dinheiro? Dólares e
mais dólares?
— Você está aqui por mim, ou pelo valor que irá ganhar? — ele
perguntou friamente, enquanto me encarava com seu olhar sério.
Engoli seco, ele era um homem lindo, atraente, mas bastante
arrogante, o que para mim, deixava ele feio — Pelo que vou ganhar senhor
— falei sem hesitar.
Capítulo 04

Jack Collins

— Então sendo assim, não me chame de hipócrita. Você está aqui


para trabalhar para mim, não me ofender.
— Sabe, minha avó costumava falar que eu não conseguia ser o tipo
de pessoa que fica em silêncio, mesmo que seja em situações que eu deva
silenciar. Não acho que será bom para mim trabalhar com o senhor. Então
em respeito às duas mulheres que estão lá fora, irei continuar meu trabalho,
mas depois peço que me perdoe, não posso trabalhar para homens como
você.
— Homens como eu? Que paga pelos seus serviços?
— Não. Eu não falo da relação que um chefe tem com uma
funcionária. Falo da falta de respeito que está tendo. Desde que cheguei
aqui você não para de me encarar, fez uma pergunta invasiva e pessoal
sobre a minha vida. Não sei como está acostumado a tratar as mulheres no
seu país, mas eu não sou uma delas.
Nossa, eu quero muito essa mulher na minha cama. Ela é audaciosa,
o que acaba a deixando mais atraente — Isso é tudo? —pergunto olhando
para ela que pega um copo de água, bebe e por alguns segundos, fico
imaginando aquela água descendo pelo pescoço fino dela. A minha mente
insana estava com grandes ideias de como domar essa leoa.
— Se não for pedir muito, pare de ficar me encarando. Eu não vou
ser sua refeição senhor Collins.
Isso é o que veremos minha pequena leoa. Você será minha
submissa, não importa o preço ou o que eu tenha que fazer para que isso
aconteça.
Connor entra e então peço que ele chame a próxima mulher. A loira
alta, com um bumbum bem saliente, um corpo gostoso, entra e senta, ela
parecia muito amigável e feliz. Pensei em dizer o mesmo que pedi a Emma
ao mandar a ruiva ir embora, mas decidi entrar no jogo da minha leoa e
futura submissa.
— Emma, pergunte a ela o seu nome e idade.
Emma olha para a mulher e então pergunta, a mesma logo responde
e peço para perguntar se ela é solteira, Patrícia sorri e parece estar sem
graça, mas balança a cabeça em sinal positivo.
— Diz que sabemos que ela está mentindo — Emma olha para mim e ao mesmo tempo direciona o
seu olhar para Patrícia.
— Ele sabe que está mentindo, entendo que você precisa do
emprego, mas ele só quer contratar com o requisito de que esteja solteira,
não foi nem a marca da sua aliança que a entregou, mas a forma como
respondeu. Sinto muito, mas por seu tempo perdido, o senhor Collins irá
pagar uma quantia substancial para que ajude você e seu noivo no
momento.

Emma Soares

A loira levanta e sai agradecendo a mim e ao senhor Collins, ele me


olha — O que foi? Não iria mesmo dispensar ela desde o começo? Apenas
lhe poupei de me pedir para informar sobre o pagamento pelo tempo
perdido dela.
— Garanto que meu tempo vale muito mais que todos os
funcionários deste hotel juntos e essas três mulheres que vieram aqui hoje.
— Claro senhor Collins. Por isso estou lhe ajudando a não perder
tanto dinheiro ou dólar como achar melhor — ele me olha com sua cara
cínica e eu faço a decência de sorrir para que ele se sinta mais soberano e
supremo. Esse homem é tão arrogante que ainda bem que é lindo, senão
nem mesmo pagando as pessoas iriam querer trabalhar para ele.
A terceira mulher entra, senta no colo do senhor Collins. Eu fiquei
de certa forma constrangida. Será que ela está apelando já que as outras
duas não foram contratadas? Nossa, a situação deve estar bem difícil para
ela já se jogar nos braços dele, ou talvez eu seja ingênua em achar que os
serviços que ele quer, sejam para satisfazer as vontades dele, até mesmo se
for na cama.
— Emma, peça que essa mulher saia de cima de mim — eu me
levanto e seguro na mão da mulher e peço para ela ir embora apenas. Essa
daí não vai ganhar nada por perder o tempo dela vindo para a entrevista.
Espera, eu estou com ciúmes?
— Senhor Collins, estou liberada também? Acredito que meu
trabalho já acabou. Sinto muito por não conseguir uma funcionária do seu
agrado — pego minha bolsa e saio em direção a porta.
Ele grita uma única vez, com sua voz grave e carregada de
arrogância. Viro-me e acabo me assustando, ele já estava a minha frente.
Engoli em seco e coloquei a minha mão no coração.
— Emma. Eu tenho uma proposta para lhe fazer e não importa o
quanto me peça, o que desejar você irá ter, mas terá que ser a minha
submissa.
Olho para o senhor Collins que parecia estar falando sério sobre eu
ser a submissa dele. Essa palavra só tinha visto nos livros do meu autor
favorito, J.C Peterson, então sabia muito bem o que uma submissa tinha que
fazer. Eu não estava disposta a ter que obedecer a homem nenhum, pelo
contrário, só quero que o Rick me devolva tudo o que ele roubou. A minha
irmã ainda sequer desconfia do que aconteceu, mas assim que eu voltar para
casa, não poderei esconder dela.
— Senhor Collins, agradeço a sua oferta, mas não sou o tipo de
mulher que é submissa, o senhor precisa de algo a mais?
— Não há nada que você queira? Talvez você não tenha entendido o
que eu quero dizer. Quando falo que você pode ter tudo, absolutamente tudo
o que desejar, se é claro, aceitar ser a minha submissa — ele perguntou
novamente, olhei pela primeira vez nos olhos dele, por um momento quis
que aquilo não fosse real, mas ultimamente minha vida estava um caos e o
senhor Collins queria bagunçar de vez o meu mundo.
— Sinto muito, mas não tenho preço, eu tenho valor, tenha um bom
dia senhor Collins, adeus.
— Qual o seu valor em números? — Já estava saindo e ele continua
me perguntando qual o meu valor. Respirei profundamente buscando ter
paciência e então eu disse: — Nem mesmo toda sua riqueza, seus bens,
herança e todos dólares existentes em seu país, seriam suficientes para
pagar o valor que eu tenho. Não é sobre o quanto você possui, mas o quão
valorosa eu sou. Sinto muito se não está acostumado com rejeição, minha
vida está um caos e eu não estou a venda.
— Tudo tem um preço. É só questão de tempo até você vir a mim e
aceitar a minha proposta — ele falou, enquanto tocava em algumas mechas
dos meus cabelos convencido de que terá poder sobre mim.
Aproximo-me dele. Toco em um de seus ombros e ele exibe um
sorriso sarcástico. Coloco uma das minhas mãos no coração dele e então o
deixo ciente de que sentimentos reais valem mais que qualquer preço que se
oferece por uma pessoa, pois o amor é tão sublime que exige de nós grandes
sacrifícios. Que talvez ele nunca saiba como é sentir isso, já que prefere
números e prazer ao invés de emoções.
Capítulo 05

Emma Soares

Saio de lá o deixando irritado, ele parecia abominar o amor, ou


qualquer tipo de sentimento. Connor não estava na entrada, então decido ir
direto até a empresa em que Rick trabalha. Preciso que ele pague tudo o que
deve. Não vou deixar que ele estrague os sonhos da minha irmã, como a
empresa fica perto do hotel Montreal vou caminhando. Assim que chego na
recepção uma senhora libera a minha entrada e eu entro no elevador, o
andar que ele trabalhava era o vigésimo quarto. Então vou subindo os
andares até que o elevador para em um dos andares e abre, justamente a
mulher que vi aos beijos com Rick, estava entrando. Ela olha para mim
como se soubesse quem eu sou, desvio o meu olhar e as portas do elevador
se fecham.
— Então você é a Emma? O que veio fazer aqui? — disse a amante
do meu ainda esposo — ela me pergunta como se eu devesse dar satisfações
por estar ali. Era uma mulher atraente e mais nova, talvez fosse apenas dois
anos mais velha que a minha irmã.
Pego o celular que estava em minha bolsa e então mandou
mensagem para o Rick. Ela se irrita com a minha falta de interesse em dar
uma resposta para a pergunta dela e puxa o meu celular.
— Qual é o seu problema? Ter se tornado a amante do meu esposo
foi pouco para você e agora quer também o meu celular?
— Eu quero que você deixe o Rick em paz. Ele já pediu o divórcio a
você e não há nada para você fazer aqui no local de trabalho dele.
— Ele pediu o divórcio? Ah entendi, ele deve ter ido para sua casa
após eu ter expulsado ele, foi isso que ele disse para você? Olha você é
jovem, ainda está começando a sua vida, então toma cuidado, ele me
roubou e talvez esteja com você para fazer o mesmo.
As portas do elevador abrem e logo saio em direção a sala do Rick.
— Que mulher dissimulada, você não sabe aceitar que ele não te
ama mais? O Rick está comigo a seis meses e ele sempre tentou terminar o
relacionamento falido de vocês, deixa o meu homem em paz sua patética —
disse ela, tentando me puxar.
Naquele momento meu sangue fervia de raiva. Segurei no braço
dela e disse: — Não tenho nenhum interesse nele, sejam muito felizes. Já vi
que você o ama, uma pena que tenha feito a mesma escolha errada que eu
fiz ao me casar com ele.
Ela me dá um tapa e em seguida o Rick aparece e diz: — O que
você está fazendo Summer?
— Ela está insegura. Pensa que estou aqui para pedir que volte
comigo. Algo que enquanto eu viver nunca acontecerá, Rick eu preciso que
você me devolva o dinheiro que pegou da conta que eu fiz para a minha
irmã, eu vou lhe dar um dia para me devolver tudo.
— De que dinheiro você está falando? Nos últimos três anos eu
quem paguei todas as suas despesas e as da sua irmã, eu não lhe devo nada.
Por favor Emma, vá embora e não me procure mais. Já disse que eu não
quero continuar em um relacionamento fracassado. Você já me machucou
demais. Agora que eu tenho a Summer, quero que você me deixe em paz —
disse o meu esposo que me traiu e me roubou.
Olho para os dois e a única coisa que faço é dar gargalhadas.
Sinceramente não tive como me conter ao ver ele fazendo cena em frente a
sua amante para deixá-la feliz e acreditando que eu estava querendo um lixo
de homem como ele, de volta para mim.
— Summer, você parece ser uma moça inteligente. Só fez uma
péssima escolha. Não te julgo, pois também já caí no papinho desse
dissimulado. A única razão de vocês estarem me vendo aqui é que não
posso deixar que ele destrua os sonhos da única pessoa que eu amo. A
minha irmã passou anos juntando dinheiro comigo e eu confiei nesse
homem que também está lhe enganando, eu só quero que ele me devolva o
que não pertence a ele.
— Emma, querida. O Rick já me contou sobre as suas economias,
mas ele não te roubou, você ficou três anos com ele e nunca pagou sequer
suas contas, além do mais ele ainda bancou a sua irmã, acha que ele é o seu
banco por acaso? Saia já daqui e não volte mais, ou prefere que eu chame
os seguranças?
— Rick, você vai se arrepender por tudo que está fazendo, desde
que te conheci, sempre arquei com minhas despesas e as da minha irmã.
Jamais permiti que você tivesse que arcar com as despesas sozinho, mas
não vou ficar falando com vocês o que eu fiz ou deixei de fazer. Vou
procurar os meus direitos e pode ter certeza que sua máscara vai cair.
— Vai perder seu tempo. Somos a melhor empresa de advocacia.
Duvido que você ganhe algo. Além do mais, você não tem dinheiro sequer
para conseguir pagar um advogado que esteja a nossa altura. Adeus querida
— disse a amante do Rick com um sorriso largo.
Eu estava saindo quando o Rick pede que eu assine os papéis do
divórcio. Pego a caneta que a secretária dele estava segurando e assino com
muita satisfação. Tudo o que eu queria era me ver livre dele, até olhar para
ele estava me causando repulsa. Ele era um verme e eu uma boba por ter
um dia acreditado que ele era o homem da minha vida, o amor que eu
pensei que um dia iria ter.
Entro no elevador. Assim que as portas se fecham eu começo a
chorar. Parecia que eu estava descendo para o precipício. Eu me sentia tão
mal por ter me envolvido com um homem que destruiu os sonhos da minha
irmã, que me viu sem saída. Mesmo que eu vendesse a casa, não
conseguiria obter o dinheiro que perdi.
Saio da empresa e vou andando de volta para o hotel Montreal,
como se eu não tivesse nenhum outro lugar para ir.
Ouço alguém chamando o meu nome e assim que me viro, vejo
Connor, andando em passos largos em minha direção.
— Senhorita Emma, o meu chefe pediu para encontrá-la e entregar a
quantia que havia combinado com o senhor Montreal que iria lhe pagar.
— Onde está o seu chefe?
Connor aponta em direção ao carro e então vou em direção a ele,
que estava em pé, do lado de fora de um carro luxuoso. Aproximo-me dele,
mas o mesmo sequer olha para mim, parecia que eu estava invisível para ele
naquele momento.
— Senhor Collins? — o chamo tentando chamar a sua atenção.
— O que foi Emma? Esqueceu de que me chamou de animal
irracional? Ou está aqui para pedir desculpas?
Eu estava desesperada em realizar os sonhos da minha irmã. Não poderia
naquele momento ser orgulhosa e apesar de ser humilhante, a saída que eu
encontrei ser algo que ia contra os meus princípios, me fez pensar no
quanto eu amo a minha irmã e no que eu seria capaz de me sacrificar e fazer
por amor a ela.
Capítulo 06

Jack Collins

Emma parecia nervosa, como se precisasse me contar algo, mas eu


não queria ter que ouvir outra vez ela me ofendendo. Então perdi a minha
paciência com ela e me virei, prestes a entrar no meu carro. Ela puxa a
minha mão e me beija de forma abrupta, toca em minhas costas e continua
me beijando. Seguro em sua cintura e correspondo ao beijo dela chupando a
sua língua. Não sabia o que tinha acontecido para ela mudar de ideia, mas
era certo que ela agora seria minha.
Olho para ela e trocamos olhares, então abro a porta do carro e
ordeno que ela entre, em seguida pego as chaves com o Connor e entro.
Ela parecia estar nervosa, o que estava bem nítido, ao ver a forma
que ela segurava as suas mãos, como se estivesse tentando tirar algo que
não existia ali entre os seus dedos.
Ligo o carro e dirijo até a mansão que aluguei próximo a
Copacabana. Não conhecia muito o trajeto, mas por sorte estava com uma
brasileira ao meu lado que além de entender a minha língua, sabia o
caminho, o que a deixou um pouco mais à vontade.
Assim que chegamos na mansão, alguns funcionários no local vêm
até nós e então o mordomo aparece.
— Senhor Collins, peço que me perdoe. Não sabia que viria mais
cedo, mas de qualquer forma todos os quartos e área interna da mansão
estão em ordem. O senhor deseja algo?
Olho para Emma, que entende o que eu desejo. Em seguida
agradeço ao mordomo e peço para que não seja incomodado por ninguém, a
não ser que eu o chame.
Ergo o meu braço para Emma, que me acompanha subindo as
escadas até o meu quarto, após entrarmos, tranco a porta e digo: — Sente-se
na cama.
Ela senta e eu conhecia muito bem aquele olhar amedrontado que
ela carrega em seu semblante, fico de frente para ela.
— Senhor Collins, achei que iríamos conversar primeiro. Pensei que
teriam algumas regras e detalhes antes de me trazer até aqui.
— Quero que me diga Emma, o que fez você mudar de ideia tão
rápido. A pouco tempo atrás você fez um discurso de que tem valor, depois
me beija. O que foi uma surpresa para mim. Você entende que terá que fazer
tudo o que eu desejar, seja aqui nesse quarto ou onde eu quiser que seja.
Então lhe pergunto, você compreende que será minha submissa?
— Senhor Collins, eu não estaria aqui se não fosse a minha
necessidade em colocar quem eu amo, acima dos meus valores.
Ela parecia precisar bastante do que eu estava oferecendo, sua
hesitação em ser minha submissa, agora se tornou em uma necessidade.
Não sei o que em tão pouco tempo aconteceu para que ela mudasse de ideia,
mas havia algo nela que era diferente de todas as sub que eu já tive. Sua
coragem em dizer que seria um sacrifício que valeria a pena por amor, me
fez querer protegê-la de mim mesmo.
Meus instintos carnais estavam fora de controle. Eu a desejava de
uma forma intensa que jamais pensei sentir isso por uma das minhas
submissas, em tão pouco tempo, Emma se tornou o meu maior vício.
— Ajoelhe-se e olhe para mim — ordenei e ela o fez — Me diga
Emma. Você aceita ser minha submissa?
— Sim, eu aceito — ela falou em tom baixo.
— Entende que seu corpo a partir de agora será todo meu. Que será
apenas minha. Que vai me deixar usar o que eu desejar para o nosso prazer,
aqui neste quarto ou onde eu desejar ter você? — Perguntei, enquanto
olhava para ela me encarando e derrubando algumas lágrimas.
— Sim! Senhor Collins — disse ela em tom baixo.
Toco nos cabelos dela, a levanto e a pego em meus braços, a
levando para o sofá que tinha no meu quarto, a deito. Passo os meus dedos
pela boca dela e vou até o closet e tiro de uma das minhas malas um
contrato.
Vou em direção a ela e a vejo deita da mesma forma que a deixei.
Ela parecia entender muito bem como uma submissa deve se comportar
diante do seu dominador.

— Leia tudo que está aqui e se tiver alguma dúvida me pergunte.


Depois me diga o que quer. Só peço que seja rápida, estou ansioso para tirar
cada peça de roupa que está usando neste momento — digo entregando a
ela o contrato.

Ela olha para mim,e então abro o envelope com o contrato, antes
que a mesma começasse a ler, o seu celular toca.
— Atenda a ligação, mas essa é a última vez que você irá pegar em
seu celular enquanto estivermos aqui, dentro do meu quarto — disse,
enquanto sentava e olhava para ela.

Emma Soares
— Helena, aconteceu algo?
— Emma, alguns homens estavam aqui em casa, jogaram nossas
coisas para fora. Eles não quiseram dizer nada irmã. Eu implorei dizendo
que eles estavam cometendo um erro, mas falaram que foi o Rick quem
mandou nos tirar da casa. Onde você está? Preciso que venha para cá
irmã.
Helena parecia nervosa e falava enquanto chorava. Tento acalmá-la
e então digo: — Estou indo agora mesmo aí — digo preocupada e assim
que desligo a chamada, ele me olha com seus braços largos apontando o
contrato para mim.
— Você não vai sair sem que tenhamos feito o contrato.
— Senhor Collins, aconteceu algo e preciso ir agora. Peço que deixe
que eu saia, eu só tenho a minha irmã e ela está precisando de mim neste
momento.
Ele levanta e me acompanha até o carro. Connor estava na área
externa da mansão próximo a outro carro luxuoso. Ele se aproxima de nós e
entrega um envelope para o seu chefe e logo o ouço dizendo: — Connor,
quero que acompanhe a senhorita Emma para onde ela desejar ir, porém só
retorne se ela estiver voltando com você, caso contrário, não precisa voltar.
Olho para ele que encara o Connor, como se eles tivessem uma
linguagem visual entre eles, naquele momento o seu funcionário entra no
carro e o senhor Collins, toca em minha cintura e desce até a minha bunda,
aperta e segura firme, enquanto me encara e então eu sussurro para ele
dizendo: — Preciso ir, prometo que volto.
— A deixarei ir, mas você terá que cumprir com sua promessa. Você
pode não ter assinado o contrato ainda, mas você já é minha, está
entendendo?
— Sim senhor Collins, eu sou sua.
— Agora entre nesse carro logo, antes que eu me arrependa de
deixar que saia.
— Preciso que me solte senhor Collins — disse, ainda sentindo o
toque de uma de suas mãos, na minha cintura.
Ele me solta e então entro no carro, Connor dirige e eu respiro
aliviada por ele ter deixado que eu saísse. A minha irmã precisa de mim e
mais uma vez Rick está destruindo a minha vida, mesmo eu tendo assinado
os papéis do divórcio.
Capítulo 07

Jack Collins

Abro o envelope que Connor pegou com um detetive particular e


descubro o que preciso saber sobre a Emma. Descubro sobre ela e as
pessoas que a cercavam, uma irmã que fez dezoito anos no dia anterior, um
esposo que a traiu com a filha do seu chefe no escritório de advocacia mais
renomado do país.
Ela está falida, conta no banco zerada, com um pedido de divórcio
requerido esta manhã, continuo lendo as informações sobre a sua família,
que estão todos mortos, exceto a única pessoa que ela pode chamar de
família, sua irmã mais nova, com notas altas e uma bolsa de estudos para
estudar em Harvard.
— Então o seu ponto fraco é a sua irmã, é por ela que decidiu ser
minha submissa, que interessante.
— Senhor Collins? Pediu algo? — disse o mordomo ao me ouvir
falando sozinho na sala.
— Senhor Hunter, peça ao motorista para ligar o carro e mande ele
me levar até esse endereço, o senhor irá comigo, caso eu precise de um
intermediário com o dono desta empresa.
Vejo o mordomo sair e continuo lendo informações sobre Emma,
após alguns minutos, saio da mansão e entro no carro, Hunter e o motorista
vão no caminho em silêncio, apesar de que eles dois são pai e filho.
— Senhor Collins, chegamos ao local. Aqui é a empresa em que
pediu que o levasse — disse o mordomo, abrindo a porta do carro para
mim, o agradeço e então entro com ele.
— Olá. Gostaríamos de falar com o Ceo desta empresa — Digo
olhando para a recepcionista.
— Qual o seu nome? Tem hora marcada com o senhor Bernardo?
— Senhorita, acredite em mim, quando digo que meu chefe não
precisa marcar um horário com o seu chefe, se eu estivesse no seu lugar,
nos levaria até a sala do senhor Bernardo imediatamente — disse Hunter
enquanto olhava para a recepcionista e para mim com classe.
Por isso que os mordomos acabam se tornando os melhores amigos
de seus chefes. Eles facilitam nossas vidas o suficiente para termos respeito
por eles.
A recepcionista nos leva até o elevador e nos acompanha até o andar
em que se encontra a sala do CEO da empresa em que o Rick de merda
trabalha.
Logo a secretária pergunta o meu nome, após isso ela fala com a
recepcionista e liga para o seu chefe, que pede que entremos em sua sala.
— Olá senhor Jack Collins, é uma honra conhecê-lo, já ouvi muito
sobre o senhor e o seu irmão Joseph, os irmãos Collins e suas grandes
conquistas no mercado tecnológico. Sente-se e me conte como posso ajudá-
lo hoje?
— Quero que me venda a sua empresa — digo enquanto olho para o
porta-retrato que tinha uma foto dele com sua adorável filha, em cima de
sua mesa.
Bernardo era o pai da Summer, a amante do merdinha que causou
alguns estragos na vida da minha Emma, olho para ele e com um sorriso no
rosto.
— Senhor Collins, eu não posso vender a minha empresa, ela foi do
meu bisavô, que passou para o meu avô e depois para meu pai que passou
para mim, eu pretendo fazer o mesmo entregando ela para a minha filha.
— Senhor Bernardo, lamento informar, mas sua filha não tem
capacidade de ser a Céu dessa empresa, ela e o amante dela acabará falindo
seu negócio que foi passado de geração em geração e o senhor irá se
arrepender se não vender para mim agora.
— Senhor Collins, não sei se está acostumado com essa abordagem
em seu país, mas eu sou um homem honesto e exijo que respeite a honra da
minha filha. O senhor chega aqui, sem ter marcado um horário, te recebo e
além de querer fazer uma oferta para a minha empresa, quer colocar a honra
da minha filha em risco?
— Sinto muito, achei que soubesse que sua filha está a seis meses se
envolvendo com um homem que até esta manhã era casado, sem contar que
ele é um dos seus funcionários, mas quanto a desonrar a sua filha, ela
mesma quem fez isso com o senhor, assim que resolveu se envolver com o
Rick.
O Senhor Bernardo estava irritado e furioso, o que era de se esperar,
já que ele era um homem amoroso e esperava ter uma filha com a mesma
honra que ele possuía. Decidi contar a ele tudo que o Rick fez com a Emma,
a mulher que foi casada com o homem que a sua filha era amante.
O vejo interfonar para a sua secretária, pedindo que chame o Rick e
a Summer. Continuei sentado, esperando o show começar. Já ouvi dizer que
os brasileiros não lidam bem com pessoas que os enganam.
A porta se abre e uma loira, magra e nova, entra com um sorriso no
rosto em direção ao seu pai. Eu poderia conhecer de longe uma atriz e ela
era uma, mas só que seu rostinho não negava que nunca levaria o papel de
mocinha, mas de vilã.
Rick entra pedindo licença e cumprimenta o meu mordomo e ergue
sua mão para mim, mas não vou sujar minhas mãos nem meu tempo com
um merdinha como ele.
— Summer e Rick, esse é o senhor Jack Collins. Acredito que vocês
já ouviram falar da família Collins. Ele hoje veio me propor que eu venda
para ele a empresa — disse o Bernardo, que logo foi interrompido por sua
filha.
— Papai o senhor não irá vender, não é? Sabe que estou seguindo os
mesmos passos do senhor. Tenho vindo todos os dias e me dedico bastante
na empresa da nossa família.
— Da mesma forma que você tem se dedicado tornando-se amante
do Rick minha filha? Acha que sou um idiota? Você não contou a mim
quem era seu namorado. Por que estava com um homem casado Summer,
um homem casado? — disse o Bernardo bastante exaltado e falando em
tom alto.
— Papai calma, as pessoas podem ouvir. É melhor sairmos daqui e
conversar, o Rick e eu nos amamos, ele se separou da mulher e iremos nos
casar.
— Acredito que pela pressa da sua filha, ela irá te dar logo, logo um
netinho — Hunter, o que me fez gostar de seu sarcasmo.
— Você está grávida desse homem Summer? Você quer me matar?
—Papai, calma, o senhor não pode ficar exaltado.
Olho para Rick como uma estátua, em meio ao caos, sabia que ele
não diria nada, então me levanto e digo: — Senhor Bernardo, não vou
tomar mais o seu tempo, muito menos perder o meu. Então vou lhe
perguntar pela última vez. Eu lhe pago o valor que desejar, não importa o
preço, mas quero uma resposta imediata, prefere que sua empresa fique nas
mãos do seu futuro genro que em questão de pouco tempo irá te falir, ou
vendê-la para mim?
Capítulo 08

Jack Collins

— E quanto aos meus funcionários? Eles têm família. Irá


permanecer com todos eles?
— Com todos, inclusive o senhor continuará sendo o CEO e lhe
darei poder para tomar as decisões, mas exceto um único detalhe, quero o
seu futuro genro e a sua filha fora desta empresa, e então o que me diz?
— Eu não vou perder a minha empresa por uma escolha errada da
minha filha, então volte aqui amanhã para acertarmos tudo.
— Papai, o senhor não pode estar falando sério, eu não posso
acreditar que vai vender a empresa da nossa família. Já parou para pensar
por que ele quer a nossa empresa?
— Não importa os motivos dele. Você traiu a minha confiança a
partir do momento que se envolveu com esse homem minha filha, um
homem casado Summer?
Saio da sala com o Hunter, enquanto ouço o senhor Bernardo
brigando com sua filha. Os funcionários que estavam fora, conversavam
entre si, pareciam que já sabiam sobre o caso da filha do chefe com um
homem casado, só o chefe que não sabia.

Meu celular toca, atendo a chamada e o Connor conta tudo o que


aconteceu e como a Emma e a sua irmã estão. Peço a ele que me envie o
endereço e me apresso até o carro.
Entrego o meu celular ao motorista e digo: — Preciso que me leve
até esse endereço o mais rápido possível.
Hunter fala ao seu filho o que eu disse e logo dirige rapidamente,
em questão de vinte e cinco minutos chegamos ao local e vejo Emma e sua
irmã, em frente à casa, chorando. Olho para os lados e havia móveis,
objetos e roupas espalhadas, jogadas no chão.
Aproximo-me delas e Emma rapidamente me puxa até o carro e
implora que eu compre imediatamente uma passagem para a sua irmã e que
arque com todas despesas para que ela faça o curso de medicina em
Harvard.
A irmã dela olha ao longe para mim, confusa. Eu toco no queixo da
Emma e com o meu dedo polegar passo lentamente em seu rosto, limpando
as suas lágrimas e digo: — Pegue apenas os documentos de vocês.
Mandarei que levem roupas para a mansão e hoje a noite, iremos deixar a
sua irmã no aeroporto. Assim que ela chegar nos Estados Unidos, já terá
alguém a aguardando para cuidar de tudo. Darei um apartamento para ela
perto da universidade e ela não irá precisar se preocupar com nada, apenas
em estudar, considere isso feito.
Ela me abraça e fico um pouco constrangido. Não estou acostumado
a ser abraçado por nenhuma mulher, muito menos por uma mulher que vejo
apenas como a minha submissa.
— Obrigada Jack, quer dizer, senhor Collins. Farei tudo o que
desejar, eu prometo — disse Emma enquanto me encarava.
Pela primeira vez, eu estava diante de uma submissa que não
buscava ter algo para si como recompensa. Ela estava se entregando a mim,
por amor a sua irmã. Para realizar um sonho que não era dela. Quanto mais
tempo eu passava ao lado da Emma, mais intenso e significativo era o meu
desejo em tê-la. De certa forma tive medo, não porque ela estava vulnerável
a mim, para tornar a felicidade e sonho da sua irmã real, mas porque havia
algo nela que me atraía e me fazia querer cuidá-la e protegê-la contra tudo e
todos que pudessem feri-la.
A pego em meus braços e a coloco no carro. A sua irmã já nos
esperava dentro do carro com o Connor, entro e vamos direto para a
mansão.
Helena parecia estar curiosa, já que não havia sequer dias que sua
irmã se separou e estava claro que eu estava com ela, foi então que eu disse:
— Sou amigo da sua irmã desde a época em que ela foi fazer o curso de
inglês nos Estados Unidos.
Emma olhou para mim com um sorriso de canto, como se estivesse
me agradecendo por mentir de forma agradável que não fez com que sua
irmã mais nova soubesse sobre a verdade.

Emma e Helena já haviam feito as malas com todas as roupas que


uma loja de roupas luxuosa enviou muitas peças para a mansão. As duas
foram comigo e o Connor para o aeroporto. Helena antes de entrar no meu
avião, olhou para mim e disse: — Senhor Collins, muito obrigada por tudo
que está fazendo pela minha irmã e por mim. Promete que vai cuidar dela?
— Não se preocupe com nada. Quando chegar, o meu irmão Joseph
estará lhe aguardando. Apenas foque nos seus estudos. A sua irmã quer que
você concretize o seu sonho. Então não a decepcione.
— Pode deixar. Irei dar muito orgulho a ela — disse Helena
sorrindo para sua irmã.
As duas se abraçaram e então se despediram. Saio do aeroporto e
entro no carro, logo em seguida a Emma entra e eu digo: — Sente em meu
colo!
— Está falando sério? — disse incrédula com o meu pedido.
— Acaso acha que estou pedindo? Vamos Emma, sente no meu
colo.
Ela aproxima-se de mim, olha para o Connor que está no banco do
motorista dirigindo. Em seguida ela senta no meu colo, colocando seu braço
atrás da minha nuca. Eu sinto o cheiro dela, beijo o seu pescoço e
sussurrando em seu ouvido, eu digo: — Me beija! — disse enquanto
passava a minha mão entre as pernas dela, por baixo do vestido que ela
usava.
Emma me beija e tenta puxar a minha mão que chega até a
intimidade dela que para minha surpresa já estava úmida, a viro e faço ela
colocar suas pernas abertas de frente para mim, coloco seus seios para fora
de tal forma que apenas eu os veja, ela estava com um vestido solto, o que
facilitava para mim, sentir ela sem precisar deixá-la nua.
Capítulo 09

Emma Soares

— Senhor Collins, sei que não posso negar as suas vontades, mas será que podemos esperar até
chegarmos? — sussurro entre o nosso beijo.
— Relaxe Emma. Não vou deixá-la nua dentro do carro, não com o
Connor dentro dele. Se tem uma coisa que não permito é deixar que outro
homem veja a minha submissa nua, você é minha, apenas minha — engulo
em seco. Ele não iria parar. Olho para os lados e me sinto um pouco
aliviada, por ver que os vidros eram escuros. Connor dirigia e acredito eu
que essa não era a primeira vez que ele tinha que dirigir para seu chefe, que
parece um viciado em sexo.
Jack puxa o bico dos meus seios com sua boca, fico arrepiada. A
barba dele bem-feita quando toca o meu pescoço acaba me fazendo sentir
cócegas. Ele abre o zíper da sua calça e coloca a minha mão, para que eu
pudesse ver o quanto ele estava excitado. Faz algumas semanas que eu não
tinha relações com o Rick, o meu corpo parecia desejar as sensações,
desejos e prazer que ele estava me oferecendo.
Ele desce a minha calcinha e eu consigo sentir a intimidade dele
enroscada ao meu clitóris, ele suga os meus seios indo de um para o outro
com vontade. Eu estava com muito tesão, apenas por sentir a intimidade
dele. Acabo esquecendo do meu autocontrole e sem perceber estava
cavalgando nele apenas encostando o meu clitóris no delicioso e grosso pau
dele.
Ele me puxa para o lado, o que me deixa um pouco confusa. Ordena
que eu suba a minha calcinha. Fico o vendo fechar a sua calça, enquanto eu
o desejo dentro de mim de forma incontrolável. Logo volto a realidade e me
arrumo, fico envergonhada, após a sensação de prazer sair do meu corpo.
O celular dele toca e o mesmo olha para o visor e não atende. Em
seguida ele olha para mim com aquele olhar fatal dele, respiro
profundamente, ficamos em silêncio. Assim que chegamos o telefone dele
que já havia tocado algumas outras vezes, volta a tocar.

Jack Collins — Emma, suba, tome um banho e me espere na cama, não


use nada, quero chegar e vê-la totalmente nua — observo ela subindo as
escadas e então vou para o escritório.
— Senhor Collins, precisa de algo? — disse Hunter, enquanto me
via passando, pela sala.
— Senhor Hunter. Quero que dispense todos os empregados, eles só
precisam retornar na segunda, o senhor também está dispensado, não vou
precisar de nenhum funcionário esses dias.
— Como quiser senhor Collins. Com licença, tenha uma boa noite e
bom final de semana.
Entro no escritório e retorno a ligação, em pouco tempo ele atende a
chamada.
— Jack, onde você está? — meu irmão pergunta.
— No Brasil Joseph. Vou precisar que me ajude com algo. Amanhã
quero que mande o seu motorista buscar uma moça, chamada Helena no
aeroporto. O meu motorista está de férias, por isso peço que me faça esse
favor.
— Acontece meu irmão, que o homem que você diz ser o seu
motorista é o meu motorista. Você sempre teve o Connor, que vai com você
em todas suas viagens a negócios, e como você mesmo disse, o Harry está
de férias. Não poderei lhe ajudar dessa vez.
— Joseph, você sabe que detesto favores, mas preciso que você me
ajude com isso. A moça nunca foi para os Estados Unidos, ela vai estudar
medicina em Harvard. Não quero que qualquer pessoa vá buscá-la e levá-la
até o meu apartamento que fica próximo a universidade. Faça isso por mim
que estarei em dúvida com você.
— Já perdi as contas de quanto você me deve. Sempre viajo todos
anos, por seis meses, deixando que eu cuide sozinho das empresas. Não
acha que está sendo egoísta ao me pedir para ser motorista de uma garota
no único dia que posso ficar em casa com o meu filho?
— Eu vou dar um jeito. Só não queria que a moça, que não conhece
ninguém, acabasse se perdendo. Agora preciso desligar.

— Espere, qual o nome dela? — disse Joseph sendo mais uma vez
um bom samaritano.
— Helena. Ela já está no voo em um dos nossos aviões. Em algumas
horas, ela estará chegando. Como está o Clark e a nossa mãe?
— Ele está bem e nossa mãe também está. Ela quer fazer uma
viagem na próxima semana e eu estou tendo que procurar uma babá para
cuidar do Clark por um mês.
— Boa sorte com isso. Preciso desligar. Obrigado mais uma vez.
Capítulo 10

Jack Collins

Assim que desligo a chamada, passo pela cozinha, pego um vinho e


duas taças. Não havia mais funcionários na mansão, exceto o Connor, que
sabia muito bem sobre tudo o que costumo fazer. Ele já estava em seu
quarto e permaneceria lá até que eu precisasse dele.
Passo em um dos quartos especiais que mandei preparar antes da
minha chegada. Pego dois objetos que estavam em uma das gavetas e então
subo até o meu quarto.
Emma não estava na cama, então deixo a garrafa do vinho e as taças
na mesa que tinha próximo a varanda do quarto e vou atrás dela, a encontro
no closet, olhando uma das minhas gavetas com objetos que proporcionam
prazer.
— O que faz aqui? Não mandei você me esperar na cama? — ela
parecia assustada, com o meu tom de voz e arrogância.
— Senhor Collins, sinto muito. Estava procurando o meu celular e
acabei abrindo uma de suas gavetas.
— Eu joguei fora o seu celular. Não vou permitir que use um celular
como aquele.
— Por que fez isso? Você é louco? Eu preciso que me devolva o
meu celular. Não posso perder aquele celular — disse desesperada como se
sua vida dependesse daquele celular velho.
— O que há de tão importante naquele celular que você está tão
histérica? — ela sentou em um Puff e começou a chorar. Eu não sabia o que
fazer e o motivo dela estar aos prantos. Abro a minha gaveta com meias e
retiro o celular dela de lá, ergo a minha mão e o entrego.
Ela estava cabisbaixa e então ergue a sua cabeça e olha para mim
como se eu fosse um bom samaritano, mal sabia ela que eu sou o pior dos
homens.
Sinto o abraço dela apertado, enquanto me agradecia por não ter
jogado fora o celular dela, o que me deixa intrigado, então pergunto: — O
que há de tão valioso nesse celular que você não pode perdê-lo?
Ela exibe um sorriso e olha para mim com carinho, o que me faz
sentir um pouco de medo. Não pode me olhar como um cordeiro, mas sim
como um lobo que está ali para comer cada parte dela.
A viro, então puxo o robe que ela usava, bato em sua bunda, e pego
o celular dela e coloco ali em cima da mesinha com as jóias.
A viro de frente para mim e passo as minhas mãos pelo corpo dela.
Olho cada parte nos mínimos detalhes, o que me faz perceber um sinal
perto da sua intimidade. Sua pele macia e seus seios bem desenhados.
Aperto o bico dos seios dela e a beijo. Em seguida desço as minhas mãos
pelas costas dela, até chegar na sua bunda, então a levanto e levo-a até a
cama.
— Você é muito sexy e gostosa minha pequena leoa.
Abro as pernas dela e retiro do meu bolso uma das mordaças que
gosto de usar, a deixando de boca aberta e sentindo prazer em seus seios.
— Abra a boca! — ordeno e ela faz o que peço imediatamente. Em
seguida com dois dos meus dedos coloco na boca dela e depois passo a
mordaça pelo pescoço dela como uma coleira, por fim chupo com gosto
cada um dos seus bicos dos seios, para prepará-la para os grampos que
ficam em seus mamilos.
Ela geme e então eu tiro minha roupa, abro as pernas dela que
estava se contorcendo com o prazer.
Chupo o clitóris dela e a vejo se contorcendo de prazer, entre os seus
gemidos, ela estava encharcada, eu a sugava com muito gosto.

Emma Soares
— Senhor Collins, eu quero senti-lo — disse tomada pelo desejo e
prazer indescritível, que eu estava sentindo. Eu não conseguia mais me
controlar, precisava dele dentro de mim, como se a minha vida dependesse
disso, pela primeira vez eu estava fora de controle.
Ele deita na cama e com sua intimidade em meu rosto ele coloca em
minha boca e eu o chupo, na mesma proporção que ele me chupa de forma
devastadora.

Ele estava no auge do prazer. O vejo levantar e de forma


devastadora ele vira-me e sinto o encaixe perfeito e devastador. Ele parecia
um animal feroz e faminto enquanto transavamos. Gemeu e naquele
momento ele sai de dentro de mim e olho para ele aproximando-se de mim
e retirando a mordaça delicadamente.
Sinto o toque das suas mãos em minhas costas e ele me leva em seus
braços até a banheira que fica na suíte, ele passa o sabonete pelo meu corpo
de forma delicada, já dentro da banheira, atrás de mim.
Parecia loucura, mas eu estava gostando da forma como ele me
tratava. Pela primeira vez me senti protegida, o que chegava a ser irônico, já
que os gostos dele eram peculiares que poderiam me causar dor, uma que eu
acreditava não fosse me dar prazer.
Ficamos alguns minutos em silêncio. Ele tocava em meu corpo
como se fosse deixar seu nome em minha pele, com suas mãos firmes e
dedos úmidos, ele continuava dedilhando em meu corpo e beijando meu
pescoço.
Ele toca nos bicos dos meus seios e eu acabo soltando um pequeno
gemido abafado, as pregas os deixaram sensíveis e doloridos, mas Jack
levanta e se abaixa olhando para mim dentro da banheira e delicadamente
beija os meus seios.
Ele então sai de lá, me deixando sozinha, para terminar o meu
banho.
Demoro um pouco e finalmente saio e visto um pijama, então saio
do quarto e para minha surpresa o vejo voltando, apenas com uma toalha
que cobria seu corpo da cintura para baixo.
— Onde pensa que vai? — disse com um olhar fulminante ao me
ver vestida.
— Estava lhe procurando Senhor Collins. — Assim que falo, ele
segura a minha mão e entra comigo de volta para o quarto, me leva até a
varanda e abre o vinho, em seguida coloca um pouco na taça e me entrega.
— Espere aqui, eu já volto.

Ele vai em direção ao closet e eu bebo um gole do vinho. Logo ele


vem vestido com uma calça moletom e senta ao meu lado. O vejo erguer
seus braços, como sinal de que é para me sentar no seu colo.
Sento no colo dele e fico um pouco constrangida, ele tinha um
cheiro tão gostoso quanto o mesmo era.

— O que torna o seu celular tão importante para você? O que há


nele que é tão valioso? — disse enquanto a encarava, esperando respostas.
Ela me olha de forma serena. Seus cabelos cacheados ainda estavam
molhados, mas tinha um cheiro doce, assim como o seu semblante.
— Eu consegui salvar algumas mensagens da minha avó. Ela era
muito sábia e costumava me enviar reflexões quando eu estava fora do país,
eu tenho todas elas anotadas, mas parece uma bobagem. Só que quando as
vejo desse celular, é como se eu conseguisse vivenciar o momento em que
as li quando foram enviadas para mim.
— Leia para mim uma das frases da sua avó. – Ela fecha os olhos,
mas continuava com seu sorriso cativante.
— No amor, não são as nossas fraquezas que nos ferem, mas a quem
escolhemos amar. Ela acreditava que o amor não era uma fraqueza, mas a
quem dávamos o nosso coração. Sim, pois se amamos quem não podemos
ter, adquirimos uma doença invisível e incurável, que sentimos, sofremos,
mas nunca iremos ter do outro o amor que possuímos.
— Preciso dormir. Amanhã sairemos cedo, esteja pronta às sete da
manhã – disse me levantado.
Ela me olhou confusa, acreditando que eu estivesse com raiva dela.
É melhor que seja assim, não quero que ela pense que tenho sentimentos
por ela.
Capítulo 11

Jack Collins

Em meio a tantas frases que sua avó mandou, ela foi escolher justo a
que eu vivenciei. Nunca expus meus sentimentos a ninguém, mas Emma,
sem me conhecer, tocou na maior das minhas feridas, o amor doentio que
carreguei por anos ao amar a esposa do meu irmão, a Júlia. Ela nem sempre
foi a esposa dele, no passado, estudamos juntos administração, ela acabou
se tornando a minha melhor amiga, mas quando a levei para minha casa, ela
e o meu irmão pareciam encontrar-se um no outro e de forma rápida e letal,
se apaixonaram e casaram, ainda sofro com a morte dela, apesar de nunca
ter tido a chance de ser amado da mesma forma que eu a amei.
Entro no meu quarto e deito, ouço alguém batendo a minha porta e
então Emma abre. Ela parecia saber quando eu estava precisando dela, ela
deita do meu lado e olha para mim.
— Senhor Collins, peço que me perdoe se disse ou falei algo que o
desagradou.
— Saia do meu quarto Emma.
— Senhor Collins, não posso deixá-lo sozinho. Apesar de ser sua
submissa e ter que fazer tudo o que me pedir, dessa vez não poderei cumprir
com o que está me pedindo.
Ela parecia uma leoa, enfrentando-me, então rasgo seu vestido de
seda e tiro a minha roupa, a viro de costas e a coloco contra a parede.
— Parece que você está desejando muito mais de mim não é Emma?
Vou mostrar a você que quando eu mandar fazer o que quer que seja, você
fará.
Seguro as mãos dela e a levo em direção ao meu quarto do prazer.

— Senhor Collins, por favor, solte o meu braço, está me


machucando.
— Você não sabe o que é sentir dor Emma. Eu apenas estou a
segurando — digo enquanto abria a porta do quarto do prazer.
A seguro em meus braços e dou alguns tapas no bumbum dela. A
mesma pede para que eu pare e a solte, mas agora já é tarde demais.
Entro no quarto com ela e a coloco no chão, ela não parecia tão
surpresa com tudo o que via. Seu semblante estava mais para uma pessoa
curiosa, como uma criança que vai ao parque de diversões pela primeira
vez.
— Ajoelhe-se — digo quando a vejo olhando para alguns chicotes.
Ela se abaixa e assim que se ajoelha olha para mim e diz: — É assim
que você esconde sua dor? Machucando as suas submissas?
— Eu sabia que você me causaria problemas Emma. Não devia ter
aceitado que fosse a minha submissa, você não nasceu para isso. Quanto a
sentir dor, eu não causo dor a nenhuma de minhas submissas, também a
tratarei da mesma forma. A única coisa que causo é prazer, isso eu sei que
você quer. Não teria ido até o meu quarto se não quisesse estar aqui, agora
tire a sua calcinha e chupe essa bola.
A vejo levantar para tirar a calcinha e então ordeno que ela retire
ainda de joelhos, ela olha para mim com ironia e fazendo gestos de
deboche, rasga uma das laterais da sua peça íntima.
— Satisfeito senhor Collins?
— Se eu estivesse satisfeito, não estaríamos aqui, minha pequena
leoa, abra a boca—ela abre e imediatamente eu coloco uma bola dentro da
boca dela e depois peço para ela chupar e me devolver.
Assim que ela devolve, eu me viro indo em direção as costas dela,
mandei ela levantar e então encaixo três dedos na intimidade dela.
— Ahhhh — disse Emma gemendo. — Encaixo a bola do prazer
dentro dela e depois pego uma das cordas e a levo para uma espécie de
maca giratória.
Ela deita e eu amarro os seus braços e pernas. Em seguida a coloco
de cabeça para baixo e aproximo-me dela.
— Você sabe que se quiser parar é só dizer a palavra de segurança,
não sabe? — digo enquanto aliso os seios dela e a olho com sua cabeça para
baixo.
— Sim, senhor Collins.
— E você não vai dizer?
— Não, senhor Collins — disse Emma, enquanto olhava para minha
intimidade que já estava alterada. Ela me desejava e isso me excitava. Era a
minha primeira submissa a aceitar ficar de cabeça para baixo. Eu viro a
maca e a deixo em pé, Emma estava imóvel. Suas pernas e braços estavam
amarrados e ela não tirava seus olhos de mim, ou melhor, do meu grosso
pau...
Começo a chupar os seios dela, em seguida chupo o seu pescoço, eu
sabia que deixaria marcas, mas ela era minha e de mais ninguém. Ela gemia
com o meu pau tocando na intimidade gostosa e molhada dela.
Então encaixo-me nela e enquanto a beijo eu socava com força, ela
gemia alto e eu gostava do som da sua voz ao ter prazer em me ter.
A bola do prazer estoura e eu posso sentir a agradável refrescância
do sabor de menta, ela estava muito excitada e suas pernas começam a se
contrair.
— Está sentindo dor? Quer dizer a palavra de segurança Emma —
digo colocando um dos meus dedos na boca dela, ela o chupa me
encarando. Não consigo me controlar, tiro as cordas de suas mãos e pernas e
ela avança como uma leoa para os meus braços. A deito na cama e ela se
vira, subindo em cima de mim, cavalgando enquanto eu aperto seus seios.
Ela estava muito excitada e parecia ter desenvolvido um tesão singular,
nenhuma submissa ousou tomar o controle do prazer, mas ela era uma leoa
em cima de mim. Sinto suas unhas rasgando as minhas costas, após eu
sentar na cama e ela continuar cavalgando como se precisasse me fazer
sentir prazer e ela conseguiu. Não conseguia me controlar. Ela continuou
abrindo cada vez mais as suas pernas, enquanto estava sentada em cima de
mim em uma espécie de gangorra satisfatória, subindo e descendo.
Nossa noite foi intensa, a comi em cada cômodo da mansão.
Algumas horas se passaram e sinto o sol tocando o meu corpo, assim que
me viro para cobrir meu rosto, lá estava ela, nua, deitada ao meu lado com
um lençol de seda cobrindo apenas suas pernas.
Fiquei a admirando e toquei em um dos cachos do seu cabelo.
— Senhor Collins, deixa eu dormir só mais um pouco, por favor —
disse Emma ainda com seus olhos fechados e uma voz suave embargada
pelo cansaço.

Olho para ela com um sorriso no rosto e depois noto que eu estava
sorrindo. Ela tinha algo diferente e isso me amedrontava. Não posso sentir
por ela nada mais do que o desejo de tê-la na minha cama.
— Você dorme quando voltar. Agora precisamos nos arrumar e sair,
tenho um compromisso importante e você vem comigo — ela abre os olhos
lentamente e levanta os seus braços, se espreguiçando.
Entro no banho e não demoro muito, ela entra e ficamos em
silêncio, molhando nossos corpos, eu a abraço e a beijo, ela sorri e então eu
me viro e termino meu banho.
Capítulo 12

Jack Collins

Após uma hora...


Chegamos em frente a empresa do Bernardo e Emma olha para mim
receosa.
— Senhor Collins, eu posso esperar aqui no carro?
— Não. Você vem comigo.
Saio do carro e ergo a minha não para ela, Emma estava corada. Ela
não sabia que eu conhecia o seu mundo, mas vê-la daquele jeito, me
motivou a continuar com os meus planos.
Não demora muito e os olhares que já estavam sendo direcionados a
nós dois, assim que entramos no elevador e chegamos no andar que
propositalmente era o mesmo em que o ex-esposo dela e a amante do
mesmo ficavam. Somos pegos de surpresa, com os dois nos encarando
assim que as portas se abrem.
— Agora posso compreender o real motivo pelo qual o Jack Collins
quer a nossa empresa — disse Summer olhando com indiferença para
Emma.
O senhor Collins parecia saber sobre a minha vida. Eu não sabia o
que ele queria ali naquela empresa, mas ao escutar o que a Summer diz,
logo entendo que se tratava de vingança, ele estaria se vingando por mim?
Será que ele ainda tinha um pouco de humanidade em seu coração frio que
só tinha espaço para o prazer? Continuo andando ao lado dele que continua
segurando a minha mão, até que sinto uma dor em minha cabeça, eu estava
sendo puxada pelos meus cabelos pela amante do Rick.
Pela primeira vez eu vi o Senhor Collins em fúria. Ele começou a
jogar algumas ornamentações que havia no local, na parede e gritou furioso,
mandando a Summer me soltar, mas ela parecia um animal que queria
atacar a presa, ele então puxou a mesma e a sentou em uma poltrona.
— Da próxima vez que você tocar em um fio de cabelo da minha
mulher, eu vou deixar você careca, está me entendendo? — ele falava com
ela enquanto puxava os cabelos da Summer que chorava como uma mulher
fraca.

Emma Soares

Rick era tão patético, sequer fez nada, o que fez Summer olhar para
ele de forma desapontada.
— Meu amor, se acalme, solte os cabelos dela.
Ele olha para mim, como se estivesse surpreso. Eu coloco a minha
mão no ombro dele e o mesmo diz: — Não vou deixar que ela te humilhe e
não pague pelo que fez. Não enquanto eu estiver ao seu lado. Então
Summer vai pedir desculpas a minha mulher ou prefere que eu faça um
corte em seu cabelo agora mesmo?
— Desculpa Emma — ela disse sem olhar para mim.
— Alguém traga uma tesoura aqui agora mesmo — ele grita em
fúria.
— Eu já pedi desculpas. O que quer que eu faça agora?
— Você vai se ajoelhar, junto com o merdinha que não está se
importando com você e os dois irão pedir desculpas para Emma.
Summer olha para Rick que parecia estar indiferente, mas ele era tão
ganancioso que estava disposto a se humilhar para conseguir o que queria.
Afinal, um ator não para de atuar até que consiga o ápice de sua fama.
Os dois se ajoelham e pedem desculpas. Eu viro o meu rosto, só de
olhar para o Rick sentia um nojo tão grande dele que poderia cuspir ali
mesmo naquele merdinha.

— Podemos ir meu amor?


— Ainda não, querida. Não será apenas um pedido de desculpas que
eles dizem sem intenção verdadeira e arrependimento, que irá me fazer
perdoá-los. Não hoje, não comigo, considere-se uma mulher de sorte
Summer, pois poderia tirar tudo de você, mas vejo que logo irá descobrir
com quem você está se envolvendo. Eu espero que consiga enxergar, senão,
que perca tudo, não é possível que seu pai não tenha lhe ensinado a saber
ver quando alguém lhe quer dar um golpe. Ao menos uma certeza eu tenho,
não irei jamais ir ao tribunal com você como minha advogada, não gosto de
pessoas patéticas.
Olho para o senhor Collins boquiaberta, ele conseguia humilhar uma
pessoa com classe e todos o olhavam.
Ele olha para mim e continuamos andando até a sala do Ceo.
O senhor Bernardo era um homem muito educado, o senhor Collins
me apresenta a ele e logo o pai da Summer me pede desculpas pelas ações
da filha.
— Não precisa se desculpar senhor Bernardo. De certa forma sou
grata a sua filha por ter tirado de mim um homem que não vale sequer uma
moeda de um centavo, que tanto eu, quanto o senhor sabemos que hoje não
vale nada.
Ele entrega os papéis ao Senhor Collins e após ele ler
cuidadosamente, me entrega uma caneta, pedindo que eu assine os
documentos.
Eu assino, ainda confusa pois não sabia onde ele estava me
metendo.
— Obrigado senhor Bernardo. Agora podemos ir querida.
— Senhor Collins, o que eu exatamente assinei? — digo confusa.
— Você é dona de setenta por cento das ações desta empresa.
— Isso não fazia parte do nosso acordo senhor Collins — digo
enquanto entrávamos no elevador.
— Você tem sido uma boa submissa. Então quis lhe fazer uma
surpresa, já que não me parece que seja o tipo de mulher que goste de jóias,
roupas, sapatos e bolsas, ou eu estou errado?
— Senhor Collins, você comprou uma empresa, tem noção disso?
Uma empresa? — digo absurdamente chocada como ele age com
naturalidade.
— O que foi Emma? Não foi você mesma que dias atrás me disse
que não tem preço, mas sim valor? Então vai deixar que eu a menospreze
agora?

Olho para ele que estava me encarando com um semblante


totalmente sério e sereno, eu não consigo me conter e dou gargalhadas.
— Você é doido, mas confesso que me sinto muito bem em saber
que o Rick agora vai ser meu funcionário.
— Lamento informar, mas estava no contrato que ele tinha que ser
demitido, junto com a amante dele — disse ele, tocando minha cintura.
— Então você conseguiu com que o próprio pai demitisse a herdeira
da empresa? Uau, devo tomar cuidado com você senhor Collins.
— Não conheço nenhuma herdeira a não ser a mulher linda, uma
leoa, que está em minha frente.
— Obrigada senhor Collins. Desse jeito vai ser difícil não gostar de
você.
— Você pode gostar, só não pode me amar. Você entende isso não é
Emma?
— Fique tranquilo, não sou capaz de me entregar facilmente ao
amor. Além do mais, nosso contrato tem validade e sei que logo você irá
partir e eu voltarei a ter a minha vida de volta e minha liberdade. Acha que
a Helena já chegou nos Estados Unidos? — digo pensando na minha irmã,
ele olha para o relógio em seu pulso.
— Provavelmente ela está chegando nesse momento no aeroporto.

Joseph Collins

Estados Unidos, Cambridge....


Estava com meu filho Clark a pouco mais de meia hora no
aeroporto, esperando a moça que meu irmão Jack havia pedido para ajudá-
la a chegar no apartamento. Ao longe vejo uma jovem, com duas malas,
olhando para os lados, ela parecia ansiosa e impaciente ao mesmo tempo.
Estava indo em direção a ela, quando o meu filho me pediu para ir
ao banheiro, o levei rapidamente e assim que saio a moça que também saia
do banheiro, me pergunta que horas são.
— A senhorita está esperando alguém?
— É que não sei o nome dele. Não consigo falar com a minha irmã,
meu celular está descarregado.
Não acredito que seja ela, mas decidi perguntar o nome dela.
— Qual o seu nome?
— Me chamo Emma.
— Emma, também estou esperando por uma pessoa.
— Papai, a convida para esperar conosco — disse meu filho,que
parecia ter gostado da moça.
— Claro príncipe, se não for incomodo é claro — ela diz, enquanto
o meu filho segura na mão dela.
Ficamos por uma hora lá esperando, o Jack não atende a ligação, o
que me deixa irritado e decidi não esperar mais.
Clark implora para ajudarmos a Emma e acabo decidindo ajudá-la a
levando até a minha casa para conseguir ligar o seu celular.
Minha mãe nos recebe e logo pergunta: — Ela é a nova babá filho?
Ela é nova e muito linda, como se chama, minha querida?
— Me chamo Helena.
Olho para a moça surpreso, ela mentiu sobre o seu nome e isso tirou
horas do meu tempo.
— Ela não é a babá mamãe. Essa é a moça que o Jack me pediu para
buscar no aeroporto. Demoramos porque ela não foi sincera sobre o seu
nome. Me fez perder tempo esperando por uma Helena que adivinha, estava
do meu lado por demasiado tempo.
— Nossa, que homem grosso — digo em português para ele não
saber que o estou ofendendo.
— Não precisa falar a sua língua, eu sei muito bem o que acabou de
dizer — digo irritado.
— Papai, a Helena pode ser a minha babá?
Capítulo 13

Helena Soares

— Clark, meu filho, ela é uma amiga do seu tio, que veio apenas
para estudar, mas não se preocupe, encontrarei uma babá que você goste.
— Mas papai, eu gosto da Helena.
— Senhor Collins, desculpa interromper a sua conversa com o seu
filho, mas minhas aulas não irão começar agora. Então se caso concordar,
posso ser a babá do Clark por no máximo um mês, ou até o senhor
encontrar uma babá. Sei que não me conhece, mas sou irmã da amiga do
seu irmão, falo inglês como pode ouvir e também posso até ensinar
português ao pequeno Clark. Só tenho dezoito anos, mas sou organizada e
muito inteligente, o que pode ser bom para mim também, ganhar enquanto
minhas aulas não começam.
— Quanto você quer? — disse o senhor Joseph olhando para mim
com menosprezo, ao contrário do filho dele que parecia muito feliz.
— Quanto o senhor está oferecendo para cuidar do seu bem mais
precioso? — pergunto o fazendo pensar bem que um valor baixo para
cuidar do melhor dos melhores diamantes dele, tem que ser no mínimo três
vezes o que eu ganharia no Brasil como babá.
Ele olha para o seu filho que o abraça agradecendo por deixar que
eu seja a babá dele. Eu de certa forma fico feliz, pois não será muito, mas já
posso ajudar a minha irmã com esse emprego.
— Irei lhe pagar semanalmente um valor apropriado, que julgo ser o
justo por cuidar do meu filho. Enquanto eu estiver fora a trabalho, aos
sábados, você estará dispensada e a sua única função será cuidar do meu
filho. Você realmente consegue fazer isso?
— Senhor, não duvide da minha capacidade só por ver o quão nova
eu sou. Prometo que cuidarei dele com todo amor que ele merece — ele
continua me olhando e o Clark me abraça. Eu o pego no colo e subo com
ele até o quarto, para ver seus brinquedos e conhecer o quarto dele.
Sempre fui boa com crianças, o que me motiva após concluir meu
curso de medicina, me especializar em pediatria.
Brinco com o Clark por duas horas e ela acaba dormindo. Eu o
coloco na cama e então quando me viro o ouço dizendo: — Helena!
— Oi pequeno, está com fome? — pergunto, mas ele balança sua
cabeça em sinal negativo, com seus olhinhos quase fechados, ele estica seu
braço e eu seguro a mão dele, depois ele fecha os seus olhos.
Fico sentada no chão, segurando a mão dele e tento não fechar os
meus olhos que pareciam pesados, mas acabo cochilando.

Joseph Collins — Mãe, não sei se fiz certo aceitando que a essa jovem
fosse a babá do Clark.
— Joseph meu filho, ela me pareceu ser uma boa moça, ela é linda.
Não sei qual a relação que ela tem com o seu irmão Jack, mas o que importa
é que o nosso pequeno Clark gostou dela e sendo sincera, fico aliviada.
Assim posso viajar tranquila, eu não vou me mudar, não vou passar meses
fora, será apenas um mês, assim que eu voltar, poderá continuar contando
comigo para cuidar do meu neto que é a minha maior alegria.
— Tudo bem mãe. Não posso ser egoísta e pedir que a senhora
fique. Sou grato por tudo o que tem feito por mim nesses últimos três anos.
— Joseph, hoje à noite, eu preciso que você vá a um restaurante,
faça isso por sua mãe, eu só te peço isso, que dessa vez não se recuse a ir.
— minha mãe esteve comigo desde a morte da Júlia. Desde então não
consigo me envolver com ninguém e ela tenta fazer com que eu saia de
casa, conheça mulheres até mesmo já me fez expulsar uma do meu
escritório, o que me deixou irritado, já que as mulheres são bastantes
motivadas a chamar a minha atenção.
— Mãe, se eu for a esse encontro, me prometa que não irá mais me
colocar nessa situação constrangedora? Eu não estou pronto para me
envolver com ninguém. A senhora precisa parar com esses encontros com
as filhas de suas amigas. — disse enquanto caminhava com ela.
— Prometo meu filho. Até porque a Carolina é a última que sobrou
entre todas filhas de minhas amigas que você já conheceu. Ela é uma
mulher inteligente, tem uma personalidade forte, trabalha como professora
em Harvard e é bastante ocupada, assim como você. Acredito que você vai
gostar dela, se não gostar, eu desisto, pois não haverá mais nenhum tipo de
mulher que possa ser do seu agrado.
Capítulo 14

Joseph Collins
Olho para minha mãe confiante de que dessa vez, ela terá uma nora,
mas não estou disposto a ter nenhuma outra mulher, nenhuma delas é a
Júlia. A minha hemorragia interna não foi curada e não acredito que eu
possa ser curado pela perda do meu grande amor. Queria ser forte, às vezes
invejo o Jack por não ser capaz de amar. Ele pode ter seu coração vazio,
mas não saberá o que é tê-lo em pedaços.
Entro no quarto do meu filho, e vejo o Clark deitado na cama,
segurando a mão da Helena que também dormia, sentada, ao lado da cama
do meu filho.
Aproximo-me deles. Lentamente solto a mão do meu filho e tento
acordá-la, mas parece que ela tem um sono pesado e não acorda, apesar do
meu filho escutar, dando sinais que eu estava fazendo barulho.
Fico pensando no quanto ela deve ser pesada e decido pegá-la em
meus braços. A levo até o quarto de hóspedes e a deito na cama, ela acaba
segurando o meu pescoço. Eu tento lentamente soltar, mas ela acaba me
virando e sem querer, fico deitado de forma desconfortável, com o seu
corpo em cima de mim.
— Como vou sair daqui agora? — digo em voz alta, o que parece ter
feito ela abrir os seus olhos, assim que ela me olha fica assustada.
— Joseph? — Helena levanta assustada e pega o abajur que tinha
próximo a cabeceira da cama e aponta para mim. Sento-me na cama e olho
para ela.
— Ainda bem que acordou. — digo levantando-me.
— Seu pervertido. Eu não estou aqui para brincar de mamãe e papai
com você. Só quero o emprego de babá, como pode se aproveitar de mim?
Saia daqui agora, ou eu vou gritar.
— Do que você está falando? – Eu devia ter deixado ela naquele
chão. Agora vai me acusar de ter me aproveitado dela.
— Eu estou aqui. Não precisa ficar falando como se eu não
estivesse. Então você só me trouxe até a cama, mas quando chegou aqui,
achou que eu precisava de você como o meu travesseiro é? — digo, ainda
segurando o abajur, apontando em direção a ele.
— Abaixe esse abajur. Não tenho o menor interesse que seja em me
aproveitar de você mocinha. — disse Joseph saindo do meu quarto e então
eu coloco o abajur no local e vou até o corredor. — Joseph, da próxima vez,
pode me deixar onde eu estiver, ou talvez tente me acordar apenas, não
precisa me carregar em seus braços até uma cama.
— Mas acontece que você não acordou mocinha. Isso é o que dá se
preocupar com as pessoas. Agora você colocou na sua cabeça que eu estava
me aproveitando de você. Acredite, não tenho intenção nenhuma em me
envolver com uma moça, poderia muito bem ser seu pai Helena.
— Se meu pai estivesse vivo, eu acordaria, mas se você diz que não
conseguiu me acordar, vou ter que acreditar, mas acho estranho, muito
estranho.
— Eu vou ter que repetir quantas vezes que tentei acordá-la, só que
parece que nem você sabe o quanto tem um sono pesado.
— Se meu sono é pesado, como eu acordei vendo você na cama ao
meu lado?
— Com licença. Tenho mais o que fazer. Não vou continuar essa
discussão sem sentido com você Helena.
— Isso, vai mesmo e não esqueça, nada de ficar me carregando no
seus braços. — ela diz, entrando no quarto, fecha a porta e a ouço rindo.

Emma Soares Brasil...


Estou deitada, após dormir por poucas horas, assim que acordo sou
surpreendida por ele, que está sentado em uma poltrona próxima a cama,
segurando um copo ao que parece ter Whisky dentro.
— Senhor Collins? — digo um pouco assustada, após vê-lo
silencioso, sentado.
— Oi Emma. Espero não ter assustado.
Ele vem em minha direção, esvaziando o seu copo, em seguida deita
ao meu lado.
— Você não dorme? — pergunto, sentindo-o passar uma de suas
mãos pela minha barriga.
— Conseguiu falar com a sua irmã? — ele toca em meus seios e
lança seu olhar frio para mim.
— Ainda não consegui. Já tem notícias sobre ela?
— Ela está na casa do Joseph. Parece que vai ajudá-lo cuidando do
Clark até que suas aulas comecem.
— Quem são Joseph e Clark? Jack ela só tem dezoito anos. Por
favor, não deixe que ela fique perto de homens que não sejam da sua
confiança.
— Fique tranquila. Nenhum dos dois irá tirar a inocência e a
virgindade da sua irmã Emma. Clark é o meu sobrinho, ele só tem quatro
anos e Joseph, é o meu irmão mais velho e viúvo. Não consegue ter olhos
para nenhuma outra mulher, a Júlia causa esse efeito, até mesmo morta a
dor continua sendo uma barreira para ele voltar a amar.
— E quanto ao irmão mais novo? O que o deixou dessa forma?
Buscando apenas prazer e com o coração escondido dentro de uma casa de
iglu gelada e fria?
— Emma, há certos assuntos que não iremos sequer tocar. Esse é
um deles.
— Senhor Collins. Cresci aprendendo que ouvir e planejar a cura,
seja qual ela for, não é pedir por um milagre, mas ser o milagre. Há muitas
dores que não são as doenças que causam sofrimentos e dor, mas uma ferida
aberta que não sara é como uma escolha vivida, não tem como mudar ou
vivê-la novamente.
Capítulo 15

Emma Soares

— Você fala como se já sofresse o suficiente para ser capaz de


distinguir a vida das pessoas, acaso também estudou psicologia?
— O sofrimento esteve em minha vida muito mais do que as
pessoas que eu amei.
— Uma dessas pessoas seria o seu ex-esposo? — ele me perguntou
como se sentisse ciúmes do Rick.
— Está com ciúmes senhor Collins?
— Vai responder a minha pergunta com outra pergunta Emma?
— Não sou hipócrita. Eu por um tempo, acreditei que amava o Rick,
mas me enganei. Às vezes acreditamos que amamos algo ou alguém só pela
necessidade de não nos sentirmos sozinhos, mas a verdade é que o amor
não é egoísta. Quando estamos com uma pessoa pela necessidade de não
estar só, apenas estamos a usando. O que é claro pode acontecer não só com
um dos dois, mas ambos — digo enquanto ele me olha, estávamos deitados
de lado naquele momento, ele parecia à vontade.
— Isso é humano. As pessoas usam umas às outras, umas para o
bem do outro e outras para o seu próprio bem — disse, logo depois ele
ficou em silêncio.
— Senhor Collins, posso lhe perguntar algo pessoal? — digo,
enquanto sento-me na cama.

Jack Collins
— O que quer saber Emma? — pergunto sabendo que irei me
arrepender de permitir que ela continue com tal assunto.
— Já amou verdadeiramente uma pessoa que por ela, foi capaz de
não ser egoísta? — disse Emma, bastante interessada em minha vida. Eu a
contratei para ser minha submissa e parecia que eu estava com uma mulher
romântica, cativante e simplesmente boa com suas palavras de reflexão.
— Sim. A amei de tal maneira que jamais você ouvirá eu dizer que
fui capaz de não ser egoísta como fui com ela.
— Então você só criou essa casca dura em você, para não ter que
ferir a si mesmo novamente. Foi um amor impossível?
— Essa é a última pergunta que lhe responderei. Tem certeza de que
quer usar sua última com essa? — pergunto enquanto retiro o short que ela
usava.
— Apenas me responda, senhor Collins — ela parecia interessada
no meu passado, ou talvez no que me levou a ser o que sou hoje.

— Não acredito em amor impossível, mas não foi um amor


impossível, eu apenas desisti dela. Achei que a vê-la feliz, seria o
suficiente.
— O suficiente para ela, não para o senhor, senhor Collins.
Fico em fúria. Levanto-me da cama e sai indo em direção a porta, ela
consegue me alcançar. Ela para na minha frente e diz: — Sinto muito. Não
tocarei mais neste assunto. Como uma prova real do que estou lhe dizendo é
verdade, deixo que me pergunte o que quiser que lhe responderei.
— O que você realmente fez ontem após o almoço na biblioteca?
— Eu escrevo. Tenho alguns enredos e tenho escrito um livro, com a
esperança de que um dia, possa levá-lo a editora J.C.
— Então você escreve romances? Achei que fosse professora e
intérprete.
—Isso é o que pagam as contas, mas sonho com o dia que meus
romances sejam não só o que me sustenta, mas também o que me permite,
sentir a felicidade de tornar real o que hoje é apenas um sonho.
— Quais livros costuma ler, ou melhor, qual autora você gosta?
— Na verdade, gosto muito de um autor. Ele tem a sutileza em
esconder os seus sentimentos dentro dos livros, mas mostra de forma nua,
como é se entregar ao outro que acaba sempre se apaixonado pelo mocinho,
que para mim ele está sendo apenas o vilão para si mesmo, afastando
sempre o amor da vida dele. Já li toda a coleção dele e aguardo o próximo
livro com grande intensidade. Acredito que já tenha ouvido falar dele o
autor J.C, já que você gosta do sexo com BDSM, ele escreve sobre isso e as
submissas do seu protagonista, sempre o mesmo personagem masculino em
cada livro lançado, mas nunca a mesma mulher. Espero que o autor possa,
dessa vez, mostrar que ele curou o seu lado vilão, ao se apaixonar pela
mocinha.
— O que te faz pensar que ele pode criar um livro assim, já que
todos os outros não terminam com um final feliz?
— Os livros dele não são sobre finais felizes, mas sobre a
descoberta incansável do protagonista em encontrar a si mesmo, em meio
ao caos que ele acredita viver feliz sem o amor. Ele, na verdade, está apenas
se escondendo de si mesmo. É por isso que espero que o autor, faça com
que o seu protagonista possa curar-se para assim se permitir viver, pois eu
não acredito que possamos viver felizes sem o amor, seja ele pelo outro, ou
para si mesmo.
Ela parecia determinada e talvez fosse essa coragem dela que me
fazia sentir confortável ao seu lado, ao ponto de vê-la não apenas como uma
submissa, mas também como uma amiga, insistente e motivada a sempre
querer saber mais sobre mim, ou até me ver melhor do que eu pudesse me
descrever para alguém.
— Emma, o quanto você gosta de água gelada?
— O que está pensando senhor Collins? — ela parecia um pouco
curiosa, mas o meu interesse em sua curiosidade era apenas em saber qual o
limite dela.
— Quero mostrar a você o quanto pode ser prazeroso ser fria, fique
aqui. Não saia até que eu volte. — digo. Em seguida toco no vestido que ela
usava e o tiro, ainda com ela contra a parede, chupo o seu pescoço e dou
leve mordidas em seus seios, ela suspira de prazer e eu continuo mordendo
e a lambendo, abro as pernas dela e a levanto um pouco contra a porta e ela
se segura em mim. Eu toco na intimidade dela e vejo que já está molhada,
com um sorriso nada inocente, a desço e saio sentindo o cheiro dela em
minhas mãos.
Chamo o Connor e peço que providencie cubos de gelos para
colocar na banheira do quarto do prazer, ele sabe o que quero fazer, não era
a primeira vez que o pedia isso.
Não demorou muito e tudo estava preparado, fui até o quarto em que
a Emma estava, em minhas mãos estavam um roupão e uma venda,
coloquei a venda nela, em seguida sussurrei dizendo: — Espero que esteja
pronta, mas caso não suporte o que pretendo fazer, diga a palavra de
segurança, preciso lembrá-la?
— Não senhor Collins, eu me lembro.
Ela apertava seus lábios. Não conseguia ver nada após colocar uma
venda em seus olhos. Em seguida peguei o roupão e a vesti, segurei em sua
mão e a levei para o quarto do prazer.
— Senhor Collins, estamos no quarto do prazer, não é?
— Está conseguindo ver através dessa venda Emma?
— Não, mas meu corpo consegue sentir o calor que esse lugar me
causa. — disse sem imaginar o quanto iria precisar e desejar seu corpo em
chamas.
— Quero que abra as suas pernas. — digo retirando o roupão do
corpo dela.
Assim que a vejo abrir suas pernas a pego e coloco lentamente na
banheira com gelo, ela dá um leve grito e depois fica paralisada com sua
intimidade sentindo o gelo passando pelas suas pernas.
Pego a minha xícara de chocolate e ainda morna, bebo um pouco e
beijo os lábios dela.
Em seguida bebo outro gole e beijo o seu pescoço, novamente dou
outro gole e então a levanto e chupo o seu clitóris, ela geme alto, o prazer
que sentia era devastador, sua intimidade gelada, sendo sugada pela minha
boca quente, a fazia se contorcer e não era de frio.
A levo para a cama e jogo o chocolate nela, começo a passar minha
boca por cada pedaço do corpo dela, acabo me surpreendendo ao vê-la subir
em cima de mim, ela estava com seu corpo gelado, mas parecia sentir um
intenso calor, seu suor escorria, sua necessidade em cavalgar em cima de
mim, parecia uma devassa.
Eu a viro e continuo fodendo-a e após juntos atingirmos o auge do
prazer, saímos para o quarto.
— Iremos jantar fora. Tome um banho e vista-se. — digo e logo saio
descendo as escadas até a cozinha.
— Senhor Collins, deseja que a cozinheira coloque a mesa para o
jantar? — disse Hunter olhando para mim.
— Agradeço, mas não será necessário. Hoje irei almoçar fora.
— Sim senhor, como queira.
Bebo água na cozinha e em seguida subo novamente...
Capítulo 16

Jack Collins

Dias depois...

Entro no restaurante com Emma, ela estava linda, um pouco


desconfortável com as joias que usava, mas insisti que aquela noite seria
especial e precisava dela extravagante naquela noite. Ela apesar de ser
minha, não assinou o verdadeiro contrato, apesar de ser corajosa. Meus
planos eram de tê-la como a minha submissa da maneira mais contratual
possível. Eu não queria me preocupar com os meus desejos, apesar de ela
ter um jeito especial e me causar um sentimento que quero evitar a todo
custo.
Assim que acabamos de sentar em uma das mesas, ela me pergunta:
— Por qual motivo estamos aqui? Esse restaurante é o mais requisitado do
Rio de Janeiro e também nunca o vi tão vazio como hoje.
— Ele está do jeito que desejo que esteja, vazio, com bebidas e com
o tipo de comida que gosto.
— Você gosta de comer massas?
—Na verdade, a única comida neste restaurante que tenho vontade
de saborear é você. Então não me pergunte novamente sobre o que eu
gostaria de comer, senão eu vou foder você aqui nesta mesa. — digo e logo
a vejo corada, com um sorriso no rosto.
Levanto-me e estico o meu braço em direção a ela, que logo levanta.
A levo comigo até a cozinha e ela me pergunta: — Não há ninguém
aqui?
— Hoje irei cozinhar para você Emma. — disse enquanto tirava
meu terno e colocava um avental.

Emma Soares

Olho para o senhor Collins e acabo suspirando. Nunca vi nenhum


homem em uma cozinha, para preparar algo para mim. Pela primeira vez,
desde que me tornei submissa dele, senti que eu parecia estar apaixonada
por ele, fiquei com medo. Eu não poderia me apaixonar tão fácil. Só o
conhecia ele a poucos dias, no que eu estou pensando? Isso é apenas um
contrato, um contrato de seis meses que ainda sequer assinei. A necessidade
da minha irmã e meu desespero me fizeram aceitar algo que nem consigo
imaginar o que preciso fazer para ser sua submissa.
Preciso parar de fantasiar esses momentos em que ele me faz sentir
como sua namorada. Não quero ter que me machucar novamente. Ele já
deixou claro que sou apenas sua submissa e é nisso que tenho que acreditar.
Ele me olha com um sorriso cativante, enquanto cortava alguns
legumes. Sem que eu imaginasse, estava ali babando por ele, volto ao meu
juízo nada perfeito e pergunto: — Precisa de ajuda?
— Escolha uma garrafa de vinho na adega e depois traga para nós.
Saio da cozinha e acabo escutando-o me chamar, volto e ele pede
que eu me aproxime, ele me beija e eu acabo sorrindo para ele — Emma,
que droga você está usando? Parece uma mulher apaixonada. Precisa parar
com esses sorrisos, vai acabar demonstrando que está gostando dele — digo
enquanto ando em direção a adega.
Assim que entro, abro um vinho e acabo dando um belo gole direto
da garrafa. Respiro fundo e repito para mim mesma que não vou deixar que
minhas emoções sejam expostas só por que estou me sentindo amada. Ele
sabe como conquistar uma mulher. Sabe tudo o que poderia fazer para me
motivar a desejá-lo de forma incrivelmente única.
— Mas que merda. Eu estou apaixonada pelo senhor Collins. Como
eu deixei isso acontecer? — digo em voz alta. Então bebo outro gole do
vinho que abri a pouco tempo e já parecia estar chegando a metade da
garrafa.
Eu estava nervosa. Comecei a sentir calor e acabo escutando a voz
dele me chamando.
Deixo a garrafa que abri, lá na adega e pego uma nova. Assim que
chego, ele se aproxima de mim, toca na minha cintura e então tira a garrafa
das minhas mãos e abre, colocando um pouco de vinho nas taças que
estavam naquela bancada de vidro da cozinha.
— Senhor Collins, estou faminta. O que iremos comer?
Ele olha para mim, então pega um pedaço do pão australiano que
tinha em uma cesta, coloca um pouco do molho que fez e pede que eu
experimente.
O sabor era magnífico, um doce sabor adocicado e apimentado. Pela
primeira vez o meu paladar sentiu aquele sabor.
— Eu poderia comer apenas esse molho no jantar e me sentiria
satisfeita — digo ainda com o gosto em minha boca. Ele prepara os nossos
pratos e finalmente voltamos para a mesa. Nesse momento um garçom
aparece e o ajuda a colocar alguns itens que faltavam em nossa mesa.
O sabor era delicioso, assim como quem o fez.
— Emma, tenho algo para você. Sei que estamos a alguns dias
juntos, você acabou se tornando muito mais que minha submissa. Já paguei
todas despesas que sua irmã venha a ter no curso em que ela está prestes a
começar em Harvard, então preciso lhe perguntar...
— Senhor Collins, eu aceito – disse prestes a beijá-lo. Ele então
colocou um envelope na mesa, olhei para ele e então decidi abrir e comecei
a ler.
Capítulo 17

Emma Soares

CONTRATO
No dia 30 de Maio de 2023
O Sr J. Collins e A Srta. Emma Santos AS PARTES DEVEM
SEGUIR TODAS CLÁUSULAS: 1. A seguir estão os termos de um
contrato vinculativo entre o Dominador e a sua Submissa apenas por
contrato.
2. O propósito fundamental deste contrato é apenas para que a
submissa por seis meses sinta e dê prazer ao Dominador, visto que esse
relacionamento apenas seja para explorar limites dos desejos do Dominado,
de forma segura, com o devido respeito e cuidar de suas necessidades, as
necessidades, principalmente do Dominador, o bem-estar de ambos, sendo
proibido que a submissa se apaixone pelo seu dominador, o traía ou se
relacione com outro homem que não seja o Dominador.
3. Não será permitido que fale ou comente sobre sua relação de
prazer com outras pessoas. Ambos viverão na mesma moradia, dormirão no
mesmo quarto e admitem que tudo o que aconteça sob os termos deste
contrato será consensual e confidencial. Podem acrescentar-se limites e
procedimentos de segurança adicionais.
4. O Dominador e a submissa garantem que não terão relações
sexuais com outros e durante a vigência do contrato que está definido
abaixo ou de qualquer ampliação do mesmo, caso uma das partes for
diagnosticada ou tiver conhecimento de padecer de alguma doença,
compromete-se a informar à outra imediatamente e em todo caso, sendo
dever de continuar com o contrato até que o outro se recupere de qualquer
que seja a enfermidade.
5. É preciso cumprir as garantias e os acordos mencionados (e todo
limite e procedimento de segurança. Toda infração invalidará este contrato
com caráter imediato e ambas as partes aceitam assumir totalmente ante a
outra as consequências.
6. Todos os pontos deste contrato devem ser cumpridos conforme a
necessidade de ambos.
7. O Dominador será responsável pelo bem-estar e por qualquer
necessidade física ou material de sua submissa. Decidirá o tipo de locais
que a mesma pode frequentar, sendo proibida de trabalhar fora ou fazer
qualquer tipo de serviço que envolva seu esforço físico, dentro da moradia
em que eles estiverem atendendo aos termos do seu Dominador.
8. Se em algum momento o Dominador não quiser continuar o
contrato, ele pagará uma multa referente a cinco milhões de dólares. Se a
submissa não continuar com o tempo estipulado do contrato e por qualquer
razão quiser obter quebra de contrato terá que pagar a multa deixando tudo
que lhe foi dado pelo Dominador.
9. O Dominador e sua submissa assinam este contrato na data de
início, conscientes de todas cláusulas, comprometendo-se a aceitar todas
regras e suas condições sem exceção.
10. Este contrato terá efeito durante um período de seis meses,
exceto se o Dominador cancelar ou mudar. Ao expirar a vigência, as partes
comentarão se este contrato e o disposto por eles no mesmo, são
satisfatórios e se estiverem satisfeitas as necessidades de cada parte. Ambas
as partes não podem propor nem ampliar o contrato se estiverem precisando
ainda da ajuda do outro. Ajustar os termos ou os acordos que nele se
estabelecem.
O contrato concluirá e ambas as partes serão livres para seguir sua
vida separados.
11. A submissa estará disponível para o Dominante a qualquer dia,
hora em que ele desejar.
12. O Dominador dará tudo que a submissa desejar, ela terá um
valor mensal para usufruir como quiser, exceto para bebidas. Estará
proibida de ingerir bebidas alcoólicas sem a companhia do Dominador e
jamais deverá chegar tarde em casa sem que tenha uma razão sensata.
13. O Dominador deve priorizar em todo momento a saúde e a
segurança da submissa, portanto ela deverá ligar e comunicar caso seja
necessário fazer algo que a motive a ir a um hospital.
14. A submissa aceita o Dominador como seu namorado de fachada
e entende que agora é de sua responsabilidade a vida dela e que está ao seu
dispor quando o Dominador lhe agrade durante a vigência do contrato em
geral, mas especialmente nas horas em que estiverem juntos no quarto do
prazer.
15. A submissa tomará medidas necessárias para cuidar de sua
saúde. Terá que fazer exames a cada quinze dias e solicitará ou procurará
atenção médica quando a necessitar, seja o que for, e em todo momento
manterá informado o Dominador de qualquer problema de saúde que possa
surgir.
15. A submissa aceitará sem questionar todas e cada uma das ações
disciplinadoras que o Dominador considere necessárias, e em todo
momento recordará seu papel e sua função como submissa.
16. A submissa aceitará todos presentes que o seu Dominador
comprar, e uma quantia no valor mensal de cem mil dólares.
17. A partir do momento que o contrato for assinado, a submissa
terá uma transferência imediata de todo o valor pedido, na sua conta
bancária.
CONCLUSÃO
18. Os abaixo assinantes têm lido e entendido totalmente o que
estipula este contrato.
Aceitamos livremente os termos deste contrato e com nossa
assinatura damos nossa conformidade e concordamos com tudo que foi
apresentada.
___________ Dominador: J.Collins Data:30/05/2023
________
Submissa: Emma Santos Data:30/05/2023
Capítulo 18

Emma Soares

Após ler todo o contrato, olho para ele. O senhor Collins estava
segurando uma caneta, ergo a minha mão e ele a me entrega, assino o
contrato, em seguida digo: — Podemos ir embora senhor Collins?
— Achei que estivesse gostando do jantar. O que houve? Não está
se sentindo bem?
— Não é isso. Estou com dor de cabeça. Acho que não sou muito
boa com bebidas. Talvez o vinho que tomei acabou me deixando assim. —
digo, tocando em minha cabeça e fingindo estar realmente sentindo dor.
— Tudo bem! — disse tocando em minha mão e logo nos
levantamos e saímos em direção ao carro. O garçom vem atrás de nós,
trazendo algumas sacolas, o que eu acredito ser o jantar que não foi
terminado.
Entro no carro e fecho os meus olhos. Meus pensamentos eram de
que ele por um momento, pudesse me deixar sozinha. Eu precisava disso, o
que acredito ser difícil.
O caminho todo, ele não falou nada, não me pediu nada, apenas me
olhava. Eu via o reflexo dele me encarando pela janela do carro naquela
noite iluminada. Tudo se baseia em um contrato e eu preciso focar nisso.
Não posso me permitir continuar apaixonada por ele. Não quero outro
sofrimento na minha vida caótica.
Chegamos na mansão e ele me acompanha, quando chegamos na
porta do quarto, ele beija a minha testa e pede que eu tome o remédio que o
senhor Hunter trará.
Apenas aceno com a cabeça e assim que entro no quarto me deito na
cama e acabo derramando algumas lágrimas.

Jack Collins

Desço as escadas preocupado. Sabia que a dor de cabeça de Emma


não era devido ao vinho. Já havíamos tomado muito mais vinho na noite
passada e ela acordou bem na manhã seguinte. Havia algo que estava
acontecendo, mas ela não queria dizer. Achei que estávamos bem. Será que
havia algo no contrato que a deixou desse jeito?
Emma precisava entender que o que eu estava sentindo por ela só
poderia ser prazer, apesar de negar a mim mesmo que eu a queria com todas
minhas forças na minha vida, e eu não posso permitir que isso se torne
amor.
— Senhor Hunter. Preciso que mande alguém levar um remédio
para dor de cabeça para a Emma.
— Claro senhor Collins. Deseja algo mais? — disse Hunter,
enquanto me via pensativo, parado em frente a ele.
— Não, apenas isso. Obrigado — digo. Em seguida saio para o meu
escritório, abro o meu notebook e continuo escrevendo novos capítulos do
meu próximo livro.

A submissa era destemida, nada a fazia sentir medo. Foi a primeira a


suportar as primeiras duas semanas sem falar a palavra de segurança, talvez
sua vida já fosse cercada por tanta dor, que não consegue mais dar um
limite a sua dor física.
Há dores que são mais fortes do que a que sentimos na nossa pele. A
dor emocional pode tirar de nós tudo o que nos torna frágeis ou sensíveis.
O desejo que sinto em protegê-la, excede a todas as outras
submissas que já tive, mas não há uma cura para a doença que me corrói.
Descobri através daquela que insisto e hesito com todas as minhas forças
em não a amar. Que eu estou em um labirinto criado por mim mesmo, só eu
posso sair dele, mas não há nada, ou ao menos não havia até ela aparecer, o
que buscar fora dele.
Paro de escrever e fico pensando no que Emma falou sobre mim
dias atrás, sobre O J.C cujo autor coloca sua vida em um livro.
Talvez, esse seja meu último livro da saga "Submissa" talvez eu não
possa continuar me escondendo, não posso deixar que meu vício, faça com
que eu me perca de mim mesmo.

Emma Soares

Acordo e olho para os lados, não vejo o senhor Collins. Pela


primeira vez acordo sozinha, sem qualquer rastro da presença dele, desde a
noite passada. Respiro profundamente e continuo deitada, olhando para o
teto. Tentando tirá-lo dos meus pensamentos, mesmo sabendo que já o
guardo em meu coração.
Decido me levantar. Tomo um banho e me visto. Assim que desço, o
senhor Hunter aproxima-se de mim e pergunta: — Senhorita Emma. Como
se sente esta manhã?
— Eu estou bem senhor Hunter. Obrigada por perguntar — digo
indo em direção a mesa que já estava pronta com o café da manhã.
Olho para os lados e não noto a presença do Connor e nem do
senhor Collins.
— O senhor Collins me pediu para informá-la que ele precisou
resolver algumas coisas e que em dois dias retornaria. O motorista estará à
sua disposição — disse o Hunter, que parecia saber que eu estava intrigada
com o sumiço do seu chefe.
— Obrigada senhor Hunter.
Tomo meu café da manhã. Em seguida subo e troco de roupa. Decidi
sair para um passeio, visitar uma amiga que desde que saí do meu trabalho
no hotel, não consegui sequer me despedir.
Não demoro muito e já desço e vou até o motorista que já me
aguardava.
Entro no carro e o informo onde eu quero ir. Meu celular toca no
caminho, assim que atendo ouço a voz grossa e arrogante do senhor Collins.
— Posso saber onde está indo? — em um tom alto, fazendo com
que eu fechasse os meus olhos com o grito que ele deu no outro lado da
linha.
— Bom dia senhor Collins. Receio que não está de bom humor essa
manhã. Acredito que deva pagar melhor ao seu informante, já que só
conseguiu saber que estou saindo e não para onde eu vou.
— Vejo que ao contrário de mim, você dormiu muito bem. O que
não me agrada nada, já que eu te proíbo de se sentir melhor na minha
ausência.
— Senhor Collins, posso estar enganada, mas duvido que eu esteja,
não recordo de uma cláusula dizendo que na sua ausência eu deva sofrer, ou
fingir tal ato — digo com um sorriso no rosto.
— Então você decorou o contrato? Espero que tenha o decorado
mesmo, pois sabe muito bem que não pode me trair.
— Se ligou para saber se a sua submissa irá traí-lo na sua ausência,
o recado já está dado. Agora se não há nada mais me dizer, preciso desligar.
— Te proíbo de desligar. Fui eu quem liguei, serei eu o primeiro a
desligar.
Fico em silêncio, segurando o celular, esperando ele dizer algo.
— Não vai falar nada Emma? — disse com seu tom arrogante.
— Senhor Collins, o que quer que eu fale? — digo sem entender o
motivo da ligação dele.
— Eu sinto sua falta. Liguei para escutar a sua voz. Você está
melhor da sua dor de cabeça?
— Alô? Poderia passar para o senhor Collins por favor — digo em
tom de ironia já que ele parecia agora estar amável e calmo.
— Emma, apenas fale comigo. Eu estou preocupado com você. Pare
com suas brincadeiras — disse sério. Ele parecia realmente se importar
comigo.
— Senhor Collins, o que realmente quer comigo? Está sentindo a
minha falta ou do que faz comigo?
— Emma, eu gosto de você. Não te escolheria como minha
submissa se não a desejasse, mas você é a primeira submissa que me causa
um certo tipo de medo.
— Senhor Collins. Nossas experiências, frustrações e os medos que
possuímos vem de nós mesmos, ninguém além de você pode os enfrentar.
— Você não entende. Talvez tenha sofrido bastante, mas nunca
entenderá tudo que preciso suportar sozinho e eu não quero feri-la. Não vou
deixar que o que temos hoje possa passar de uma relação entre dominador e
submissa.
Capítulo 19

Emma Soares
— Uma vez a minha avó me disse que quando alguém não se
permite amar, ou viver o seu destino, é uma pessoa tão solitária que suga a
própria vida. Talvez você não consiga ver senhor Collins, mas está sugando
a felicidade e o amor da sua vida.
Desligo a chamada e em menos de dez segundos, o celular toca
novamente. Eu não o atendo, ele continua insistindo me ligando, então
resolvo desligar o meu celular.
Assim que chego no hotel, vou até a recepção e vejo a Anna, ela
estava atendendo um homem elegante, assim que chego próximo a eles,
ouço a voz dele dizendo: — Emma, é você mesmo?
— Gabriel? O que faz aqui?
— Achei que não conseguisse lhe encontrar nunca mais, mas aqui
estamos. Você continua linda, mas respondendo a sua pergunta, vim ao
Brasil para visitar minha irmã, ela teve um bebê e decidi não adiar a visita.
— Entendo, fico feliz pela sua, agora você é tio, parabéns Gabriel.
— E você Emma, onde está morando? Decidiu ficar de vez no
Brasil ou só está aqui à passeio?
— Eu estou morando no Brasil, mas acredito que terei que ir para os
Estados Unidos em alguns meses. A minha irmã logo começará o curso de
medicina em Harvard e ela já está lá.
— Entendo. A propósito, será que poderia dizer a recepcionista que
preciso de uma suíte, ela está tentando se comunicar comigo, mas receio
que isso não esteja funcionando. — disse Gabriel me encarando.
Olho para a Anna e então digo: — Amiga, ele quer uma suíte. Achei
que o Fernando estaria aqui, ele não trabalhava no turno do dia e eu a noite?
— O Fernando se demitiu amiga, depois que você saiu. Ele teve que ficar
trabalhando vinte e quatro horas no hotel. Não conseguimos ninguém para
ocupar o seu lugar e sobrou para ele. Então hoje ele surtou e simplesmente
foi embora.
— Nossa. Vou ver se consigo alguém para ajudá-los. — digo
enquanto o Gabriel continua ainda me olhando, viro-me o olho também.
— Foi muito bom te ver Emma. Será que poderíamos jantar?
Olho para ele e me lembro do quanto era divertido estar com ele.
Nos conhecemos nos Estados Unidos, quando eu estudava no cursinho para
aprender inglês. A família dele era muito influente, sua mãe era brasileira e
seu pai americano. Éramos inseparáveis e eu me sentia bem ao lado dele.
Foi difícil voltar para o Brasil sem nem sequer me despedir dele. Minha avó
estava muito doente e eu precisava voltar.

— Gabriel, eu não sei se a noite conseguirei vê-lo. Então o que acha


de almoçarmos juntos? Tem um restaurante aqui perto do hotel.
— Estarei aqui te esperando ansiosamente. — disse, aproximando-
se de mim e dando um beijo em minha bochecha.
Ele saiu e Anna me puxa perguntando quem era o Gabriel e como eu
conhecia um homem tão lindo como ele.
Fico rindo com ela e então digo: — Amiga, eu tenho tanto para lhe
contar e ao mesmo tempo nada posso dizer.
— Só pode estar brincando, achou que eu não saberia? O Rick está
hospedado aqui no hotel, aquela sonsa da Summer também. Já sei de tudo.
As pessoas comentam. O pai da Summer esteve aqui ontem e fez o maior
barraco querendo levar sua filha e acabou que ela preferiu ficar com o traste
do Rick. Ela vai se arrepender tanto da escolha mais burra da vida dela.

— Você sempre esteve certa em não suportar o Rick, sempre teve


faro para homens lixo.
— Claro amiga. Na escola que eu estudei, nenhuma mulher entra,
sequer passa perto. Já sofri demais na mão de homem escroto. Então eu
reconheço de longe fruta podre, madura e suculenta, no caso esse que você
estava agora não só é suculento como também é super gostoso.
— Ai Anna. Só você mesmo para me fazer rir. — digo enquanto
ligo o meu celular.
— Agora me conte. O que você está fazendo? Soube que está
trabalhando para um homem poderoso, sendo a intérprete dele.
Se a Anna soubesse o que eu interpretava para ele, iria dizer que sou
mais safada que ela, mas o que me faz novamente lembrar do contrato. Não
posso contar a ninguém sobre isso, apenas tento pensar em outro assunto e
digo: — Eu preciso fazer uma ligação. Vim apenas te ver. Vou ficar um
pouco mais e depois terei que ir a um lugar.
— Tudo bem amiga, foi muito bom te ver — disse Anna me
abraçando e depois ela foi atender um casal na recepção.
Olho para meu celular, vejo quarenta e sete chamadas perdidas e
então retorno para o senhor Collins, ele atende rapidamente.
— Emma, sabe que vou lhe castigar assim que estiver ao seu lado
não sabe? — disse ele com fúria.
— Mesmo que eu não faça nada, já sou castigada. Então estou
ciente das minhas ações senhor Collins.
— Onde você está?
— No hotel, visitando uma amiga — digo enquanto sento na
poltrona que havia na recepção.
— Quem era aquele homem com quem você falou? — disse
friamente, olho para os lados, pensando que ele pode estar me espionando.
— Onde está? — digo ainda o procurando.
— Não adianta procurar por mim. Infelizmente estou longe de você.
Lembre-se que você é minha, não quero você com outro homem.
— Ele é apenas um amigo. Irei almoçar com ele hoje senhor
Collins.
— Não. Você não vai almoçar com ele.
— Acho que não entendeu senhor Collins. Não estou lhe pedindo,
estou lhe avisando. Assim eu poupo o trabalho do seu motorista e mordomo
em ter que dizer tudo o que eu estou fazendo e com quem eu estou.
— Emma. Volte agora para a mansão.
— Tenha um bom dia senhor Collins. Até breve.
Jack Collins

— Emma, não desligue a chamada — digo irritado, mas é em vão.


Ela desliga novamente e eu jogo um dos vasos de vidro que estava no meu
quarto do hospital em que eu estava internado.
— Senhor Collins, preciso que fique calmo. Lembre-se do que veio
fazer aqui. O senhor está no hospital — disse Connor me olhando como se
eu fosse um filho dele.
— Connor, preciso que vá imediatamente para a mansão e cuide da
Emma. Não quero que a deixe sozinha, ou melhor, vá até o hotel em que
nos hospedamos quando chegamos ao Brasil.
— Senhor Collins o seu médico ainda está chegando. Tem certeza
de que quer que eu saia agora? Como irá se comunicar com as pessoas
daqui?
— Você tem razão. Que droga Emma, você vai acabar me causando
um infarto.
— Senhor, se acalme. Ela me parece ser uma mulher diferenciada.
Não irá lhe causar nenhum problema.
Olho para o Connor e volto a sentir dor novamente, logo ele chama
uma enfermeira e pede que me deem um sedativo.
A alguns anos atrás descobri que meu pai me deixou muito mais que
uma herança bilionária. Recebi dele uma doença genética, a mesma que o
levou à morte. Decidi esconder de todos, exceto do Connor, que sempre me
ajudou a esconder quando eu tinha as crises causadas, de tempos em tempos
por ela, a Porfiria aguda, não era um problema constante em minha vida,
mas certos momentos em que eu lido com algo que vai além do meu
controle, acabo tendo reações e alguns sintomas que essa doença silenciosa
ocasiona em meu corpo.
Falando em termos médicos a porfiria é um grupo de doenças raras
causadas por um defeito na produção de enzimas da hemoglobina,
responsável pelo transporte de oxigênio no sangue. Existem dois tipos de
porfirias. A primeira diz respeito à genética hereditária, que é o meu caso.
Nem todo o meu dinheiro será suficiente para achar uma cura, já que
não existe nenhuma para ela. O que posso fazer é tentar evitar com que os
sintomas apareçam. Como não sou a calmaria em pessoa, o estresse também
não me ajuda, mais uma vez o meu médico dirá que preciso parar de beber.
Segundo ele, isso também tem influência nos sintomas que tenho quando
eles surgem. O pior deles são as convulsões, mas o mais doloroso, são as
dores que sinto internamente em meu corpo, como se parte dos meus ossos
estivessem sendo esmagados nas costas, pernas e meu peito.
Sofro quase sempre com as alucinações que são como um sinal de
que os outros sintomas virão. Eu estava feliz por estar ao lado da Emma,
queria estar com ela a cada minuto, mas precisei vir às pressas para um
hospital e esperar meu médico pegar um voo para me passar outra receita
do remédio que havia acabado e que eu negligenciei em continuar o
tomando.
O efeito da sedação começa e eu sinto os meus olhos ficarem
pesados e acabo dormindo.

Connor Bennet

— Olá Connor. Vim o mais rápido que pude. O seu chefe gosta de
assustá-lo, não é mesmo? O que houve dessa vez? — disse o doutor Otho.
— Ele estava no seu escritório trabalhando. Então fui até lá para vê-
lo, foi quando o vi convulsionando. Fiz como me orientou nesses casos e
decidi trazê-lo a esse hospital.
— Você fez bem Connor. Como anda a alimentação do seu chefe?
Ele continua bebendo? — disse o médico.
— A alimentação está de acordo com suas orientações, mas quanto
à bebida, ele não parou. Acredito que o problema está no fato dele ter vindo
ao Brasil sem o remédio. Tentei comprar por aqui, mas sem a receita e sem
que ele descobrisse, receio que não está sendo fácil. — digo enquanto olho
para o Jack dormindo.
— Agora estou aqui, pode ficar tranquilo. Trouxe os remédios do
Jack.
— Senhor Otho, preciso fazer um favor ao meu chefe, caso o senhor
precise de mim, me ligue.
— Fique tranquilo, eu falo português, melhor até que você eu diria.
Tenho uma filha que mora no Brasil — disse Otho.
Acabo sorrindo junto com o senhor Otho. Afinal o meu português
era básico. Fui forçado a estudar antes de vir ao Brasil, para conseguir falar
o necessário para as pessoas.
O deixo lá e vou em direção ao hotel para encontrar a senhorita
Emma.
Assim que chego no hotel, procuro pela senhorita Emma e então
vejo uma recepcionista que tentava se comunicar com um americano que
pedia para encomendar flores e chocolates.
— Senhorita, ele quer encomendar flores e chocolates.
Anna olha para Connor e logo diz: — Aí graças a Deus, um gringo
que entende o que eu falo, diz a ele que logo levarão ao quarto dele.
Digo ao homem sobre o que ele está pedindo ser direcionado ao
quarto do hotel em que ele está hospedado, o mesmo agradece e sai.
— Senhorita. Onde posso encontrar a senhorita Emma?
Capítulo 20

Connor Bennet

— Você está procurando pela Emma? Nossa, o que há de errado


comigo? Todos os homens lindos que entram nesse hotel, estão atrás dela.
Ela precisou sair. Disse que conseguiria uma pessoa para ser intérprete do
hotel e que logo voltaria.
Sento-me em uma das poltronas e olho para o meu relógio no pulso.
Fico a aguardando e a recepcionista aproxima-se de mim e fica me
encarando. Ela era uma mulher bonita, mas bem ousada, toca em meu rosto
e então eu me levanto.
— Você me parece familiar, só não consigo lembrar de onde —
disse ela ainda tocando em meu rosto.
— Talvez tenha sido daqui senhorita, me hospedei dias atrás neste
hotel.
— Ah, claro. Agora me lembro de você. É o segurança daquele
homem que a Emma trabalha. Hoje eu estou de folga, caso queira almoçar
comigo bonitão, estou disponível.
Ela me olha enquanto pisca os seus olhos, então pergunto: —A
senhorita está bem?
Ela sorri, como se eu tivesse contado algo engraçado. Ela parecia
uma louca, mas era uma mulher atraente.
— De onde você veio, as mulheres não te chamam para sair ou te
paqueram? — — Está me chamando para sair?
— Claro gringo delícia. Estou lhe chamando para te oferecer a
melhor refeição que você vai comer em sua vida, que no caso, sou eu. Sua
sorte é que estou no trabalho, se não eu mostraria a você como uma
brasileira gosta de uma calabresa bem assada.
— Calabresa? — disse confuso sem entender o que eu estava
falando, mas não precisava entender a minha língua, ou falar o meu idioma
bem, eu queria aquele gringo e estava determinada a chamar a atenção dele.
Emma chega e ele logo vai em direção a ela. Volto para o meu
trabalho e Emma me apresenta a Regiane, para ser a nova intérprete do
hotel.

Emma Soares

— Connor? O que faz aqui? Achei que estivesse com o senhor


Collins em uma viagem a negócios.
— O senhor Collins pediu que eu ficasse com a senhorita. Ele não
viajou. Estávamos em outro lugar, resolvendo assuntos pessoais dele.
— Ele está bem? — digo preocupada.
— Ele ficará bem senhorita Emma — disse Connor receoso, como
se estivesse escondendo algo de mim.
— Onde ele está Connor? — digo enquanto o encaro.
— Em um local que o ajuda a descansar, senhorita Emma.
Olho para Anna que encarava Connor e ele parecia distante como se
estivesse escondendo algo importante.
Ajudo a Regiane, explicando como funciona o trabalho e logo
depois ela me agradece por ter lembrado dela.
As horas passaram rapidamente e Anna já estava saindo para o
almoço. Connor me segue juntamente com ela e a mesma antes que saísse
do hotel, puxa o Connor e o beija, depois sussurra algo no ouvido dele e o
leva depressa em direção ao elevador. Eu nem procuro entender, apenas fico
na entrada do hotel esperando o Gabriel que logo aparece com um buquê de
flores e chocolates.
— Não precisava disso, não é um encontro — digo envergonhada.
— Emma, como foi maravilhoso te encontrar. Encontro ou não,
você merece ser valorizada.
— Virou prostituta de gringos agora Emma? — disse Rick ao lado
da Summer, saindo do hotel.
— Você é tão idiota Rick. Se tem um pingo de decência, faça o
favor de passar por mim como se eu não existisse.
— Fica difícil queridinha. Você costuma tomar bastante espaço, sem
contar que gosta de se vender para homens ricos.
Entrego as flores ao Gabriel, ele as segura e então dou um tapa no
rosto da Summer. Ela levanta sua mão para devolver na mesma moeda.
— Lembre-se que não pode tocar em um fio sequer do meu cabelo,
caso contrário você irá desejar não ter tocado.
Ela se afasta de mim e sai com o Rick, furiosa, parecia uma mulher
incrivelmente furiosa, ao ver suas vontades reprimidas.
— O que aconteceu? — disse Gabriel, enquanto devolvia o meu
buquê de flores.
— Não foi nada. Podemos almoçar? — digo prestes a entrar no
carro com o motorista do senhor Collins, Gabriel também entra e logo
saímos em direção ao restaurante que tinha ali perto.
Assim que chegamos ao restaurante, lembro-me do senhor Collins.
O local em que sentamos tinha um casal, olho para eles e me imagino
sentada ali com ele, pensando em como tudo poderia ter sido diferente,
volto a realidade com o Gabriel tocando em minha mão.
Nos sentamos e logo ele começa a falar sobre seus negócios e como
estava feliz por me ver. Eu parecia estar ali em corpo, mas meus
pensamentos eram apenas para o senhor Collins. Almoçamos e eu mal
toquei no prato, o Gabriel parecia ter notado que eu não estava dando
importância a ele e logo pediu a conta, sem nem me oferecer uma
sobremesa.
— Gabriel, eu sinto muito, não quis ofendê-lo. É que não me sinto
muito bem hoje.
— Emma, eu volto para os Estados Unidos no próximo mês. Caso
tenha interesse em uma oferta de trabalho no meu jornal, me ligue. — disse
o Gabriel, enquanto me entregava o seu cartão.
Saímos para fora do restaurante e ele pega um táxi. Não parecia
mais estar feliz, de como o vi antes do nosso almoço.
Ele me abraça e entra no táxi. Eu atravesso a pista e sem querer
acabo deixando cair o buquê de flores. Olho para os lados, vejo que não
está vindo nenhum carro e me abaixo para pegá-las.
Naquele momento, uma moto vinha em minha direção. Eu me
levanto assustada e sinto alguém tocar em meu braço e me puxar. Quando
levanto o meu rosto e olho para a pessoa que acabou me salvando de um
possível acidente, logo me assusto. Era o senhor Collins, ele estava ali,
diante de mim, com seu olhar fatal, fulminante e muito frio.
Eu o abracei e disse-lhe: — Eu senti a sua falta, senhor Collins.
— E precisava se jogar na pista por desespero da minha ausência
Emma?
— Engraçadinho. Eu não sou uma lunática, capaz de morrer por
amor.
— Amor? Você não pode me amar Emma. Achei que estivesse
ciente de que não estamos em um relacionamento. Você é apenas a minha
submissa.
— Senhor Collins, apenas hoje, pare de fingir que não tem
sentimentos. Por favor, seja apenas o meu namorado. Hoje, apenas hoje,
você consegue ser romântico, atencioso e mesmo assim dominador? Então
só hoje seja apenas você. — ela queria que eu fosse eu, fosse o lado
romântico pelo qual ela parecia estar amando. Decidi não a confrontar sobre
o homem com quem ela almoçou. Ela não se importava com ele. Foi a mim
que disse sentir falta. Então vou dar a ela um pouco de confiança da minha
parte.
— Você parece pálido. Onde esteve?
— Lidando com alguns dos meus problemas.
— Achei que um homem como você não precisasse lidar com seus
problemas, que teria pessoas para isso.
— Por falar em pessoas, onde está o Connor? — disse ele, me
encarando.
— Ele está lidando com problemas pessoais de uma amiga minha.
— digo pensando no grande problema que ele deve estar passando com a
Anna que parece uma felina que se pudesse marcava o homem por
completo.
Coloco minha cabeça no ombro dele e sinto a sua mão tocando em
meus cabelos, o beijo e ele continua intensificando cada vez mais, me
tocando e beijando como se eu pudesse sentir que ele também sentiu a
minha falta na noite passada.
Capítulo 21

Joseph Collins
Estados Unidos...
— Joseph, sei que não me perguntou, mas não acho que a mulher
com quem está saindo seja apropriada para você — disse Helena, me
encarando, andando comigo pela mansão.
— Você tem razão Helena, não lhe perguntei. — digo enquanto
procuro as chaves do meu carro — Sei que precisa disso. De sentir o que é
ser amado. Que tem alguém que é atraente, bonita e charmosa, mas ela não
é o tipo de mulher que gosta de crianças. Ela odeia crianças, como você
pode se envolver com uma mulher dessas?
— Helena, você precisa parar de se envolver na minha vida. Será
que não tem nada melhor para fazer? Suas aulas começam semana que vem.
Procure investir seus pensamentos e tempo nisso — digo ainda procurando
as minhas chaves.
— Eu vou mostrar a você que ela só quer você, mas seu filho não
está nos planos dela. Parece um cavalo, que não gosta de ninguém que
possa colocar rédeas em você, não é mesmo?
— Helena. Onde você colocou as minhas chaves?
— Divirta-se procurando. Nunca irá encontrá-las, pois as guardei
comigo.
— Acha que eu não tenho coragem de pegar de você? — aproximo-
me dela e a coloco contra a parede. Ela parecia nervosa. Consigo sentir sua
respiração ofegante e ela coloca seus braços cobrindo seus seios, onde
supostamente está a chave do meu carro.
— Joseph? — ela chama o meu nome, como se estivesse
implorando para eu hesitar em tirar a força dela, o que me pertence.
Coloco a minha boca em seu ouvido e digo: — Entregue-me as
chaves agora Helena.
— Eu sinto muito Joseph, mas não vou fazer isso.
Olho para ela, a encaro e estava prestes a tirar minhas chaves dela,
mas a mesma também me olhava de forma penetrante. Seus olhos
brilhavam, e acabo olhando para sua boca e ela sem pensar duas vezes, toca
os meus lábios, acabo cedendo e retribuo, a beijando.
— Me desculpe Helena. Não foi intencional. Agora me entregue a
chave do carro. — digo enquanto me afasto dela.
Ela parecia envergonhada, puxa a minha chave do seu bolso, o que
me faz pensar que ela me enganou, me fazendo acreditar que estivesse em
seus seios.
Ela entrega a chave na minha mão e não diz nada, apenas sobe as
escadas indo em direção ao que parece ser o quarto do meu filho.
— Joseph. Essa foi a última vez em que te alertei sobre a Carolina,
não direi mais nada — disse ela em um tom alto, nas escadas.
Talvez a Helena tivesse razão. Eu deveria observar a Carolina. Não
me envolver tão rapidamente com ela, sem saber o quanto ela gosta de
crianças.
Helena era a pessoa preferida do meu filho e eu não posso permitir
que esse erro que cometi ao beijá-la, seja um problema. O Clark se apegou
emocionalmente a ela, como nunca o vi gostar tanto de alguém.

Helena Soares

— Seu pai é tão teimoso. Queria ter o poder de fazê-lo enxergar que
essa Carolina não pode ser sua madrasta. Ele devia ter visto o que ela me
disse sobre você, mas da próxima vez, irei gravar tudo meu anjo. Só quero
que você fique bem. Eu vou sentir tanta saudade de você. Virei sempre que
eu puder, mesmo contra a vontade do seu pai, para lhe ver, eu prometo meu
anjo. — digo enquanto aliso os cabelos do Clark, que dormia
profundamente.
Saio do quarto dele. Vou para o meu quarto e assim que entro deito
na cama. Fico pensando no beijo que eu dei no Joseph. Ele era um homem
mais velho, isso estava nítido, mas tinha algo nele que me atraía.
— Será que ele pensa que estou com ciúmes dele? Nossa. Eu não
devia ter feito isso. Agora ele vai se sentir convencido de que eu estou
apaixonada por ele e por isso estou implicando com ele de estar se
envolvendo com aquela bruxa da Carolina — digo em voz alta e acabo
voltando meus pensamentos para o beijo em que dei nele.
Levanto, troco de roupa e tento dormir, mas a minha inquietude
estava em meus pensamentos. Só conseguia pensar nele, no nosso beijo e
no que ele poderia estar fazendo com a Carolina naquele momento.
Olho para o relógio e só havia se passado uma hora desde que o
Joseph saiu. Eu desço as escadas, vou até a cozinha e pego um pote de
sorvete de quatrocentos mililitros. Com uma colher na mão e o pote na
outra eu saio da mansão, indo para o jardim. Me sento perto da piscina e
começo a tomar o sorvete.
Antes que eu colocasse a colher na minha boca novamente, ouço o
barulho e vejo um carro chegando, era o Joseph. Ele sai do carro e a
primeira visão que ele tem de fora, sou eu. Então viro o meu rosto e
continuo tomando o meu sorvete.
— O que faz aqui fora a essa hora?
— A única criança que tem nesta mansão é o seu filho. Então não
vejo problema algum em estar aqui, aproveitando a noite, enquanto tomo o
meu sorvete.
— Helena, você é muito complicada. Nossa que moça difícil. —ele
diz, pegando a colher da minha boca, tira do pote um pouco do sorvete e
coloca na sua boca.
Eu pensei em discutir com ele, por ter pego a minha colher, mas
quando vi ele experimentando o meu sorvete, não consegui resistir e fiquei
olhando para a boca dele e pensando no nosso beijo.
— Como você consegue gostar de um sorvete tão doce como esse?
— Parece que você gostou também, até sujou a boca. — digo me
aproximando dele e limpo com meu dedo.
Por um momento ficamos em silêncio, nos encarando. O olhar dele,
sua forma única em me encarar e o seu jeito, me vejo envergonhada outra
vez.
Capítulo 22

Helena Soares

— Helena, precisamos falar sobre o beijo.


— Que beijo?
— Helena não comece agora. Eu sei que quer fingir que nada
aconteceu, mas aconteceu e não há o que fazer para apagar isso.
— Joseph, fique tranquilo. Você já pediu desculpas e eu ouvi. Não
precisa prolongar sobre esse assunto.
— A questão é que eu não quero que você se afaste. O Clark gosta
muito de você e eu temo que devido ao que aconteceu hoje, você possa ficar
constrangida e queira afastar-se.
— Joseph. Você não entende mesmo, não é? Deixa-me só deixar
claro. Fui eu quem o beijei. Posso ser nova, mas não sou tão impulsiva
como pensa. Eu quis isso. Não posso fazer nada se você, no momento que
sentiu que eu o beijei, não me parou. Aceite que nos beijamos e assim
encerramos o assunto. A propósito, eu não vou me afastar do Clark por
causa de algo que eu quis fazer. Não sou o tipo de mulher que tem vergonha
das ações que eu mesma causo. Sinto muito se não gostou do meu beijo,
mas eu não vou pedir desculpas por isso. Agora me devolva a minha colher
que eu vou tomar meu sorvete doce. A propósito, gosto desse sorvete, pois
ter que passar o dia com um homem azedo como você não é fácil — digo e
logo me levanto, saio em direção a mansão.
— Espere Helena. Você não vai me deixar desse jeito, não depois do
que disse.
— Pare de gritar. As pessoas estão dormindo. — digo enquanto
ando, sem olhar para ele.
Ele segura o meu braço e me viro para ele que me pergunta:
— O que você quer, Helena?
— O que eu quero? Você só pode estar brincando.
— Por que beijou Helena. Acha que sou um homem que você pode
brincar? Fazer sempre as suas vontades e fingir que nada aconteceu? Eu não
sou um capricho seu, garota. Olha para mim. Tenho idade para ser o seu pai.
Acha que eu não me sinto atraído a você? Acha que quando eu a vi pela
primeira vez, naquele aeroporto, eu não lutei comigo mesmo para não ter
atração por você? Todas as vezes que você cuidou do meu filho, a forma
como você o trata, como me olha, como é corajosa e espontânea, eu estou
lutando comigo mesmo, com todas as minhas forças. Até sair com a
Carolina, que não consigo sentir nada por ela, eu tenho saído. Tudo para
tentar tirar você dos meus pensamentos, você me deixa louco Helena.
— Você prefere se iludir do que enfrentar o que está sentindo? Sabe
como eu tenho me sentido, por não só amar o seu filho, mas como desejar
com todas as minhas forças ter você? Essa sua vontade insana de se afastar
de mim, de não gostar da ideia de me querer, só porque sou mais nova que
você, isso é egoísmo.
Saio de perto dele, entro na mansão, vou até a cozinha e coloco o
sorvete de volta na geladeira, lavo a colher e quando me viro para subir até
o meu quarto, ele está ali diante de mim, me encarando. Respiro
profundamente, então olho nos olhos dele e digo:
— Com licença, preciso passar.
Ele toca em meu rosto, passa suas mãos pelas minhas costas e me
levanta, me fazendo sentar na bancada da cozinha e então sussurra em meu
ouvido. Eu posso sentir sua barba tocando o meu rosto. Sinto meu coração
acelerar, até que o ouço dizendo:
— Helena, eu vou parar de ser egoísta. Eu quero você em minha
vida. Nunca pensei que diria isso, principalmente a uma mulher tão jovem,
que conheci a tão pouco tempo.
— Se você conseguir me ver apenas como uma mulher, a nossa
diferença de idade, não importará, pois eu também quero você Joseph.
Nos beijamos, agora com desejo, de forma leve e quente, nós dois
sabíamos que tudo apenas estava começando.
Capítulo 23

Emma Soares Brasil...


— Senhor Collins. Eu sinto falta da minha irmã. Será que eu poderia
vê-la?
— Você quer viajar para os Estados Unidos Emma?
— Eu sinto a falta da Helena. Sei que ela está bem. Que seu irmão a
acolheu na casa dele, e que o seu sobrinho gosta muito dela, mas já faziam
anos que eu não ficava assim distante da minha irmã. Eu sinto a falta dela.
— Eu preciso resolver algumas coisas. A minha mãe me convidou
para jantar neste final de semana. Ela disse que o Joseph finalmente
conheceu uma mulher e já saiu com ela algumas vezes. Então ela a
convidou para jantar com a família. Preciso ver se isso é verdade mesmo.
Meu irmão, desde que a Júlia faleceu, ele não quis se envolver com
ninguém. Então acredito que ele esteja saindo com essa mulher, apenas para
que nossa mãe o deixe em paz.
— Se sua mãe soubesse como o filho mais novo dela é, talvez ela
estaria procurando uma esposa para você, não para o seu irmão. — digo
rindo. Ele me olha com um sorriso no rosto.
— Está pronta para conhecer a minha família?
— Sua mãe deve estar cansada de ter que ver sempre uma nova
mulher, todas as vezes que você leva uma nova submissa para um jantar em
família.
— Emma. Você é a primeira mulher que levo para a casa da minha
família. Receio até que minha mãe irá pensar que estamos juntos.
— E como você pretende me apresentar a sua mãe? Como uma
namorada? Assim como colocou no contrato ou uma amiga? Eu vou poupar
você de ter que fingir um dos dois. Eu vou me apresentar como a irmã da
Helena, já que ela já conhece a sua mãe e também estará lá nesse jantar. —
digo e ele fica em silêncio.
Estava deitada. Eu podia sentir a respiração dele através do seu
peito. Os movimentos que ele fazia, com minha cabeça deitada perto do
coração dele, eu poderia escutar as batidas. Queria que aquele momento
fosse eterno. Que esse sonho nunca acabasse, não parecia real. Apesar de eu
estar acordada, nua, deitada em cima dele.
— No que está pensando? — disse ele, enquanto dedilhava com
seus dedos, em minhas costas.
— Em nada. Apenas estou escutando seu coração. As pessoas
costumam dizer que os sentimentos vivem dentro dele, mas eu não
concordo com isso. Eu acredito que, quando o amor é real, ele é tão sublime
que até mesmo quando um coração para de bater, aquele amor permanece.
Deus é tão grandioso e amoroso, que nos permite viver esse sentimento
puro e imensurável, mas o amor é para poucos, pois todos podem tê-lo, mas
poucos conseguem deixar-se entregar.
— O amor é uma fraqueza. Aqueles que o possuem, sempre serão
traídos. Até mesmo o filho de Deus, que tem um amor grandioso, foi traído.
Sofreu por pessoas vazias, aqueles que amam são fracos.
— Fracos não são os que amam, pois Deus é amor. A fraqueza
humana está em negar a si mesmo que o amor move o mundo, move a vida.
Todos os dias o amor nasce em um bebê que vem ao mundo através da sua
mãe, o amor nasce ao despertar de uma pessoa que acorda e abre os seus
olhos para mais um dia, o amor nasce quando você não tem muito, mas
mesmo assim ajuda a quem precisa, você pode insistir que o amor é uma
fraqueza senhor Collins, mas a maior fraqueza humana é a indiferença, pois
só ela mostra o desprezo e falta de amor com o próximo e com a si mesmo.
Ele levanta e sai do quarto sem dizer nada. Nem sempre, as pessoas
estão preparadas para ouvir verdades que ferem ou que negam a si mesmos.
Dessa vez o deixei ir e decidi arrumar as minhas malas. Eu estou
apaixonada por ele, mas acima de tudo, não posso mudar o que acredito e
quem eu sou, para alimentar os caprichos dele.
Após me vestir, começo a arrumar minha mala, então ouço alguém
me chamando junto com o som das batidas na porta. Coloco um robe por
cima do meu pijama e saio em direção a porta.
— Senhorita Emma, o senhor Collins pediu para avisá-la que em
trinta minutos estará saindo para o aeroporto. Ele me pediu para ajudá-la
com o que precisar para que esteja pronta — disse a esposa do senhor
Hunter que trabalhava na cozinha da mansão.
— Agradeço, mas não precisa, senhora Sanders.

Ela sai e então continuo colocando algumas peças de roupas na


minha mala. Pego o meu celular, olho a hora, tomo banho e me arrumo, não
demora muito. Desço e lá estava ele, com um olhar frio. Por incrível que
pudesse parecer, ele exalava arrogância e demonstrava nitidamente que não
estava interessado em sequer estar diante da minha presença.
Passo por ele e continuo andando sem olhar para trás, em direção ao
carro. O motorista abre a porta, entro e ele logo entra e senta ao meu lado.
Ficamos o caminho todo, até o aeroporto, sem nos falarmos. Assim que
desço do carro, sinto a mão dele me puxando de volta para dentro do carro.
— O que houve senhor Collins? Achei que estivesse com pressa.
— Emma. Quero que me prometa que, a partir de agora, não irá
falar sobre o amor para mim. A vida não é um sonho ou ilusão e entendo
que você acredita que tudo pode se tornar como um romance que você até
hoje não ousou publicar. Nem sei se chegou a escrever. Então apenas
lembre-se de que é a minha submissa — disse ele com sua arrogância e tom
de voz nada sutil.
— Como quiser senhor Collins — digo tentando segurar a minha
raiva, principalmente por estar apaixonada por um homem tão patético e
prepotente como ele.
Assim que entramos no avião luxuoso dele, sou levada até uma
cama que tinha dentro. Ele tira a minha roupa e começa a me chupar.
Depois soube lentamente com sua língua passeando pelo meu corpo, até
chegar ao meu pescoço. Queria resistir, mas era impossível não sentir prazer
e acabo me entregando de corpo e alma ao melhor sexo que já tive em toda
a minha vida.
Ouço a voz dele me chamando. Logo noto que acabei dormindo
após transarmos três vezes naquela cama, dentro do avião que estava nos
levando para os Estados Unidos.
— Emma, já chegamos. Acorde e vista-se — disse ele, sentado ao
meu lado. Assim que abro os meus olhos, fico admirando-o. Pela primeira
vez, estava vendo-o vestido com um terno branco, parecia um anjo, até eu
lembrar do temperamento instável dele.
Levanto e enrolada a um lençol, pego da minha mala um vestido.
Assim que fico pronta, saio com ele do avião e um carro já nos aguardava.
Não demora muito e logo chegamos à mansão dele, em um bairro de rico
como se fosse um condomínio privado de mansões.
— Achei que iriamos ficar na casa do seu irmão? — digo um pouco
confusa.

— Ele mora na casa vizinha. Tome um banho, se arrume e logo


iremos para lá. A minha mãe já me ligou várias vezes e está ansiosa para
saber quem é a convidada que estarei levando comigo.
Olho para ele e em seguida saio de perto dele, vou até o quarto,
minha mala já estava lá. Penso em ligar para a minha irmã, para dizer a ela
que estou bem perto dela, mais do que ela possa imaginar, mas acabo
desistindo para que eu possa deixá-la surpresa.
Após um banho quente, coloco um vestido vermelho, faço uma
maquiagem leve e passo um batom vermelho, assim que eu fico pronta, saio
do quarto. Passo por um corredor enorme, sem querer acabo me esbarrando
em uma das portas de um dos quartos, fazendo com que ela se abra, parecia
o paraíso dos escritores, era um lugar amplo, confortável, como se estivesse
em um jardim e biblioteca ao mesmo tempo, fico vislumbrando o lugar,
vejo a coleção inteira do meu autor favorito, como se cada livro fosse uma
pintura de um quadro valioso.
Capítulo 24

Emma Soares

No meio daquele cômodo, havia uma caixa, me aproximo e acabo


não me contendo em curiosidade, abro a caixa e dentro dela havia um
quadro, pintado à mão do senhor Collins com uma linda mulher. Ele parecia
mais jovem na pintura, a mulher linda ao lado dele, exibia um lindo sorriso
no porta-retrato.
Ouço a voz do Connor chamando o meu nome. Saio depressa
daquele cômodo e finjo estar perdida.
— Senhorita Emma, o senhor Collins está à sua procura.
— Connor? Não esperava vê-lo aqui. Como conseguiu chegar aqui?
Enfim eu não posso me atrasar. Sabe como o seu chefe é. Poderia me ajudar
mostrando o caminho? Essa mansão é enorme. — digo, enquanto
caminhamos.

Jack Collins
Ela descia as escadas e nossa como ela estava linda e radiante
naquela noite. Eu estava louco por essa mulher, o que me lembrava de como
eu deveria ser frio e arrogante com ela. Às vezes, eu esquecia de que ela era
apenas a minha submissa e isso me causava medo. A Emma, era sem
sombra de dúvidas, uma mulher incrível, sedutora e sexy, mas eu não podia
continuar fingindo que não sentia nada por ela. Não queria mais ter que ser
apenas o dominador dela, cada vez que a tratava como uma submissa,
minha arrogância com ela me consumia, fazendo com que eu sentisse uma
dor profunda em meu peito. Era tarde demais, sabia que agora já era tarde
demais para negar o que eu sentia por ela. Precisava dela e deixá-la ir não
estava em meus planos. Apesar de meus pensamentos serem apenas de
encerrar o contrato com ela e me afastar, para não a ver nunca mais e parar
de alimentar esse desejo de sentir com ela o amor pelo qual ela tanto
defende e luta.

Seguro em sua mão e juntos andamos até a casa do meu irmão.


Assim que aperto a campainha, a olho e ela passa sua mão em seu cabelo,
então eu digo: — Emma, você está incrivelmente linda.
— Não consigo entender seu temperamento e sua inconstância no
seu humor, mas agradeço o elogio senhor Collins — disse ela, enquanto me
encarava de forma serena e radiante.
A puxo para perto de mim e sussurro em seu ouvido, dizendo: —
Não acho viável que me chame de senhor Collins na frente da minha
família.
— Como devo chamá-lo?
— Como chamaria o homem que você está completamente
apaixonada? Eu a chamarei de querida.
A porta se abre. Minha mãe logo aparece abraçando Emma que a
cumprimenta. Em seguida, a Helena, que estava descendo as escadas com o
meu sobrinho, corre em direção a sua irmã e a abraça. As duas pareciam
não se verem por longos anos, mas só faziam semanas que estavam
distantes uma da outra.
— Que surpresa irmão. Não esperava pela sua visita, muito menos
que viria acompanhado — disse Joseph, enquanto aproximava-se de mim.
O abraço e logo digo: — A mamãe me falou que você finalmente
estava saindo com uma pessoa. Então precisava vir até aqui pessoalmente
para acreditar que não é apenas um boato. Onde está ela? — digo olhando
para ele que parecia surpreso pelo que eu falei.
— Mamãe. A senhora não inventou que o Joseph estava com
alguém só para que eu pudesse estar aqui, não é?
— Acha que eu, por acaso, forçaria você a vir aqui com essa
desculpa? Filho, eu estou ficando velha, não louca.
— Onde está então a namorada do Joseph?
A campainha toca e antes que o meu irmão ou minha mãe falasse
algo, a Helena vai depressa até a porta e a abre.
Carolina entra, dando a sua bolsa a Helena e a tratando como uma
funcionária. Ela passa sem nem sequer cumprimentá-la, seguindo em
direção ao Joseph, dando um selinho nele. meu irmão parecia surpreso,
parecia que aquele jantar foi arquitetado pela minha mãe e nem ele esperava
naquela noite pela sua suposta namorada.
— Mamãe, o que está acontecendo? — disse Joseph mostrando que
não estava feliz com a presença de Carolina. Ele olha para Helena que ainda
segurava a bolsa daquela visita surpresa, enquanto encarava o Joseph com
descontentamento.
— O que foi filho? Parece que não gostou da surpresa. Eu convidei
a sua namorada para jantar conosco essa noite. Até o seu irmão quis vir
conhecê-la e trouxe a Emma, que espero que seja a namorada dele.
Helena vai em direção a Carolina, entrega a bolsa dela e em seguida
diz: — Acredito que isso seja seu.
Carolina olha com desdém para Helena e em seguida diz: —
Amorzinho. Acho que essa babá não é apropriada para o Clark. Ela não
sabe sequer se comportar como uma empregada.
— Carolina. Acredito que minha mãe e você estão equivocadas. Eu
saí com você apenas duas vezes e em nenhum momento a levei a acreditar
que estávamos namorando. Quanto a Helena, ela não se comporta como
uma empregada, por que ela não é a minha empregada e mesmo que fosse,
não seria designado a ela ter que pegar itens de visitas.
— Achei que estivéssemos juntos. Você saiu comigo, disse que
tínhamos coisas em comum. Não entendo por que que agora diz isso.
Espere, o que foi que essa babá disse a você? Ela é muito ardilosa e eu vi
como ela olha para você, conheço pessoas interesseiras de longe.
— O que você está querendo dizer com isso? — disse Emma
irritada com as insinuações de Carolina.
— Acho que você consegue entender muito bem o que eu quis dizer.
Afinal está com o irmão do Joseph e sei que as duas são do tipo de
mulheres que buscam viver a vida de forma fácil.
Emma olha para mim e diz: — Sinto muito por envergonhá-lo esta
noite.
Antes que eu tentasse entender o que ela queria dizer, Emma dá um
soco no rosto da Carolina. Confesso que fiquei excitado ao ver minha
pequena leoa defendendo a sua honra e a da sua irmã.
Carolina gritava mandando-a parar e minha mãe ficava horrorizada
com a cena. Emma parecia uma leoa em fúria ao ver uma pessoa
machucando a sua cria. Os cristais que estavam na mesa do jantar foram
derrubados ao chão. Pela primeira vez vejo um furacão, para ser mais
específico, uma mulher de personalidade forte, sedenta por ouvir a Carolina
se desculpar com ela e sua irmã.
— Vamos, eu quero que peça desculpas. Eu não vou admitir que
desonre a minha irmã, não na minha frente.
— Emma, pare. Não vale a pena. Deixe-a ir. Não vamos estragar a
noite por uma pessoa como ela irmã — disse Helena, tentando puxar a sua
irmã.
Aproximo-me da Emma e digo: — Meu amor, ouça a sua irmã. Essa
mulher não vale nada. Não quero que fique com suas mãos machucadas.
Ela não vale a pena.
Assim que digo isso, Emma solta a Carolina e olha para os lados,
vendo como ficou o local devastado. Minha mãe não parecia feliz ao ver
seu conjunto de pratos caros quebrados no chão.
— Senhora Collins, eu sinto muito, me perdoe. Eu vou repor tudo
que quebrei.
— Agora entendo porque meu filho está apaixonado por você. Tem
um temperamento único que atrai ele.
— Ela é única e ao contrário do que a Carolina disse sobre a minha
futura esposa, ela nunca permitiria que homem nenhum tirasse sua honra
por nada. Agora saia daqui Carolina, não é bem-vinda — digo olhando para
Emma e logo depois peço que tragam gelo para colocar nas mãos da mulher
que entrou em minha vida a pouco tempo, mas quero que permaneça em
minha vida, assim como já a coloquei em meu coração.

Joseph Collins
Carolina sai da mansão sem nem sequer falar com a minha mãe que
a convidou. Olho para meu irmão Jack, ele estava literalmente apaixonado
pela irmã da Helena. Me perco em meus pensamentos, imaginando como
vou revelar sobre estar envolvido com a irmã da Emma. O que vão pensar
disso e como vou lidar com tudo.

— Clark, não vai dar o abraço do seu tio favorito? — disse Jack,
olhando para o meu filho, olho os dois abraçados.
Sinto o toque da Helena em uma das minhas mãos, sem que
ninguém notasse. Pergunto se ela está bem e ela acena com a cabeça em
sinal afirmativo. Seu sorriso iluminado me leva a acreditar que posso
enfrentar tudo e todos por ela.
— O que acham de jantarmos fora? — disse a minha mãe olhando
para o que seria o nosso jantar, espalhado no chão da sala de estar.
Capítulo 25

Joseph Collins

— Antes de irmos, tenho algo que preciso falar, para que cenas
como a que ocorreu a pouco, possam ser evitadas. Entendo que a senhora
mãe, não sabia sobre mim e a Carolina, mas ela não é a pessoa certa para
mim. Inclusive quero pedir a senhora que pare de procurar por mulheres
para marcar encontros comigo. Isso não será mais necessário.
— Na verdade filho, como lhe prometi, não irei mais buscar lhe
ajudar com isso, eu cansei. Olha seu irmão, o deixei em paz e já está
apaixonado, por uma mulher que foi destinado a encontrar — disse minha
mãe olhando para Emma e Jack.
— Na verdade, acredito que também já encontrei. A conheci a
pouco tempo e quero aproveitar a presença de todos aqui para falar que
estou namorando — digo olhando para a Helena que segurava o meu filho
em seus braços.
Todos olham para mim, surpresos. Minha mãe parecia ter notado de
quem eu estava falando, ao me pegar olhando para Helena e ver nossas
trocas de olhares.
— Quando iremos conhecê-la Joseph? — disse Jack.
— Em breve. Irei falar com ela e ver se está pronta para esse passo
no nosso relacionamento. Ainda estamos nos conhecendo — digo e em
seguida pego a chave do meu carro e saímos para o restaurante.
Jack Collins

No caminho de volta, após jantarmos, estou sozinho no meu carro


com a Emma, ela começa a rir, então eu decido perguntá-la: — O que
houve?
— Não sei com o que sua família trabalha, mas confesso senhor
Collins que conseguiria facilmente ser um bom ator de novelas e filmes. Era
tão convincente com suas palavras que quase me levou a acreditar que tem
sentimentos reais por mim. A sua mãe estava radiante em ver que seu filho
mais novo pretende se casar. Talvez ela não conheça esse seu dom para
atuar.
Olho para ela que continuava sorrindo, continuo dirigindo.
Estávamos perto de um dos meus apartamentos. Assim que paro o carro, ela
olha para os lados, e então toco em seu pescoço e digo: — Esta noite fui
sincero com tudo o que disse. Eu quero que seja minha, só minha Emma,
desde o dia que eu a conheci. Não consigo mais dormir direito. Não paro de
pensar em nós como um casal. Tenho evitado de todas as formas
demonstrar o que eu tenho sentido por você, mas isso está me fazendo
machucá-la e te ver sofrendo com a minha indiferença é mais doloroso que
uma espada em meu peito. Tentei negar que estou apaixonado por você,
mas hoje, sendo eu mesmo, me senti bem e não quero perdê-la quando o
nosso contrato acabar.
— Senhor Collins... — disse ela, mas eu a interrompi, aproximando-
me dela, pressionando a minha boca com os lábios suculentos dela. Foi um
beijo quente, intenso e puro.
Antes que ela ousasse dizer algo, a tirei do carro e a levei para o
meu apartamento. Assim que abri a porta, a peguei em meus braços,
levando até o sofá da sala e a deitei lentamente, enquanto a beijava. Nos
olhamos por segundos, depois puxei o seu vestido e ela rapidamente retirou
sua lingerie. Apertei seus seios e a vi se contorcer de desejo, mal sabia ela
que eu estava excitado.
Voltamos a nos beijar e ela agarrou suas mãos em meu pescoço, me
fazendo deitar no chão da sala, no tapete aveludado da cor do desejo que eu
sentia por ela.
Ela se aproximou de mim, deitou seu corpo sobre o meu, beijou o
meu pescoço, em seguida ela sentou sobre mim e eu a penetrei lentamente.
Ela parecia insaciável, experimentamos tudo, tudo o que eu já desejei fazer
com uma mulher e tudo o que jamais imaginei fazer. Foram horas e horas
de prazer, dor e satisfação. Emma parecia incontrolável e provocativa. Era
flexível, nossos corpos pareciam resistentes a tudo e não desejávamos parar.

Emma Soares

Na manhã seguinte acordo com o meu corpo dolorido. A cama era


bastante espaçosa, mas o braço do senhor Collins estava sobre minha
barriga. Ele parecia estar bastante cansado. Não havia uma parte do meu
corpo que não estivesse dolorida. Retiro o braço dele lentamente de cima de
mim e vou caminhando a passos curtos até o banheiro. Eu estava apertada,
mas meu corpo não tinha sequer forças para andar sem que eu precisasse
me esforçar. Parecia que eu carregava um peso imenso em meu corpo, mas
na verdade eu estava sentindo exaustão por causa do esforço físico
prazeroso que tive por horas.
Sinto tontura, mas fico aliviada de estar no banheiro. Jogo uma água
em meu rosto e logo sinto enjoo e me vejo segurando a pia para não cair no
chão. Enquanto eu coloco tudo para fora, entro na banheira e fico lá por um
tempo, com a água quentinha em meu corpo.
Novamente sinto enjoo e fraqueza. Não bastava o meu corpo estar
exausto. Eu tinha que estar com enjoo agora, levanto e continuo com as
náuseas. Escovo os meus dentes, tomo banho duas vezes para me sentir
melhor e então apenas de roupão volto para a cama e durmo novamente.
Jack Collins

— Acorde meu amor. Temos que nos encontrar com a sua irmã —
digo enquanto toco nos cabelos cacheados de Emma.
Ela abre os olhos lentamente, olha para mim com um lindo sorriso,
eu a beijo e ela pergunta: — Que horas são?
— Está tarde. Preciso que acorde. Não podemos nos atrasar. Sua
irmã já ligou várias vezes, mas você parecia tão cansada que eu não quis
acordá-la — disse enquanto olhava para ela, sentando na cama e segurando
a minha mão.
— Senhor Collins, sobre ontem a noite... — a interrompi, dando-lhe
um beijo.

— O que precisa saber sobre ontem é que tudo o que lhe falei é real,
assim como tudo o que tivemos no Brasil. Sobre o contrato, ele será
queimado, você estará livre. Se decidir ficar comigo, farei tudo para
demonstrar que realmente estou apaixonado por você, mas se decidir voltar
para o Brasil, entenderei que não sente nada por mim e quanto a sua irmã,
não se preocupe com nada, o curso e todos os gastos que ela fizer ao longo
dos anos em que estiver na universidade, estarão pagos.
— Senhor Collins.
— Apenas Jack, me chame apenas de Jack. A partir de hoje não a
tratarei como minha submissa Emma.
— Jack, eu não posso ir embora como se o que vivemos nessas
últimas semanas fosse apenas um contrato entre o dominador e sua
submissa. Eu estou apaixonada por você, mas tenho medo de que tudo isso
seja apenas um sonho.
— É real. Eu não consigo mais controlar o que eu sinto. Tive muitas
submissas, mas nenhuma delas conseguiu tirar essa proteção que construí
em minha vida. Nenhuma delas ousou me decifrar assim como você.
— Você está disposto a ser verdadeiro comigo? Sabe que fui casada
a pouco tempo e eu não quero ter que passar por incertezas. Eu confio no
senhor, ops, confio em você Jack. Estou apaixonada por você e isso é
assustador, pois tudo o que eu passei a semanas atrás, ao ver o Rick aos
beijos com outra, enquanto ainda estava casado comigo, é que eu não queria
me arriscar a ficar apaixonada novamente por um homem que eu mal
conheço.
— Emma. Eu vivi parte da minha vida amando uma mulher que
jamais seria minha. Não vou deixar que a minha arrogância, o meu medo e
minhas inseguranças, façam afastar-me de você. O que o futuro nos
reserva? Não sei, mas não há nada que eu mais queira hoje, do que estar ao
seu lado, ser seu homem e fazer você feliz, minha pequena leoa — digo
tocando em seu pescoço, a encarando com meu rosto bem próximo ao dela.
Ela me beija e levanta da cama. Espero ela ficar pronta e depois
saímos para a casa do meu irmão, para que ela e a Helena possam sair
juntas, apenas as duas irmãs, em um passeio.
Assim que chegamos, vejo Clark chorando por saber que a Helena
vai sair e ele não irá junto. Abraço o meu sobrinho e o prometo levá-lo ao
parque no dia seguinte. Noto que ele está bastante apegado a irmã da
Emma. As duas saem com o motorista e meu irmão me chama para irmos
até o escritório.

— Não estou aqui hoje para ter que ouvir você falar sobre negócios
irmão. Já disse que fique tranquilo quanto ao prazo do esboço que o autor
J.C, ele sempre entrega, mesmo que com dias de atraso.
— Não lhe chamei aqui para falar sobre trabalho. Na verdade, tenho
que lhe dizer algo antes que os outros saibam — disse Joseph como se
estivesse preocupado.
— O que está acontecendo irmão? O único que costuma dar trabalho
a família sou eu. Então não pense em tomar o meu lugar, mas diga, o que é
tão importante que precisou me trazer até o escritório?
— É sobre a mulher com quem estou namorando, ela é a Helena.
— Que Helena? Não recordo de nenhuma mulher com esse nome,
ela é da empresa? Da sua turma de faculdade? — digo tentando recordar de
onde esse nome me parece familiar.
— Ela é a irmã da sua Emma.
— Você só pode estar de brincadeira comigo. Joseph você tem quase
quarenta anos, a Helena é nova. Ela veio para os Estados Unidos para
estudar, não para se envolver com um homem mais velho. Seja lá o que
vocês já fizeram, acho melhor pararem. Você não a levou para cama, não é?
— Jack. Você sabe muito bem que não sou o tipo de homem que
você costuma ser. Eu não vou usar a Helena. Estamos nos conhecendo, e eu
gosto dela. Tenho receio do que as pessoas vão achar e certamente estou
certo de que não será fácil, a começar por suas conclusões.
— Joseph, você não entende. A Emma se sacrificou por Helena. Ela
fez tudo o que pôde por anos para que a irmã pudesse estar aqui, para
estudar, não para se envolver com um homem mais velho e com um filho.
Precisa entender que isso é loucura. Entendo que deve estar tomado por um
desejo, mas ela é muito nova irmão. Não tem a maturidade que você tem.
Então seja o realista, ela é nova demais, precisa focar nos estudos, na
carreira e não pode se tornar uma mãe e esposa. Eu o conheço e sei que se
continuar com isso, ela vai acabar fazendo o mesmo que a Júlia fez,
deixando de lado todos os sonhos para viver ao seu lado.
— Jack. Não ouse falar da Júlia. Nós dois nos amávamos. Ela
escolheu a mim. Não tirei dela a escolha, foi uma decisão dela, mas você
não sabe dos sacrifícios que as pessoas fazem por amor, nunca foi capaz de
amar ninguém.
Olho para meu irmão, eu estava furioso. Ele não sabia do que eu fui
capaz de sacrificar para vê-lo feliz ao lado da mulher que também o amava,
levanto e antes de sair digo: — Se o que você sente pela Helena é real, é
verdadeiro, saberá que esse é o momento de você colocar em prática o que
acabou de me dizer sobre os sacrifícios que um homem é capaz de fazer por
amor.
Capítulo 26

Joseph Collins

Jack parecia furioso, o que eu já imaginava que aconteceria. A


Helena era jovem, eu tinha o dobro da idade dela, mas de alguma forma,
não estava disposto a deixar que isso ou o que as pessoas pensarão a
respeito do nosso relacionamento, fosse mudar o que eu sinto por ela.
Levanto e saio do escritório, tentando alcançar o Jack. O vejo
conversando com a minha mãe, então acabo deixando os dois a sós e subo
até o meu quarto.
— Jack, você não precisa ir para casa assim. Nunca vi você e seu
irmão brigar por nada durante todos esses anos, até hoje. O que aconteceu?
— disse a minha mãe preocupada.
— O Joseph costuma acreditar que eu não tenho coração. Inclusive
disse que eu não sou capaz de me sacrificar por amor. Acredita que ele está
apaixonado pela Helena?
— Eu já sei sobre eles. Quando voltei da viagem, notei a troca de
olhares entre eles. A forma como os dois ficam perto um do outro, está
muito óbvio que estão apaixonados — disse minha mãe, enquanto sentava
no sofá e pedia que eu sentasse ao lado dela.

Jack Collins
— E a senhora não vai dizer nada ao seu filho? Ela só tem dezoito
anos. O Joseph tem o dobro da idade dela. Está esperando-o vir lhe contar?
— Jack, meu filho. Acho que você deveria ser o primeiro a entender
que não podemos mandar no nosso coração, desejos e paixões que
sentimos. Você me lembra muito o seu pai. Ele sempre enfrentou tudo com
uma força incrível e na vida dele houveram sacrifícios que precisou lidar,
assim como você ao ver a mulher que era perdidamente apaixonado, com o
seu irmão. Não sei como superou, mas sei que seu coração é gigante e irá
aceitar que a Helena é a única pessoa que deve dizer se o que sente por ele é
mais importante que a diferença de idade deles.
— Quando soube sobre a Júlia? — digo intrigado. Acreditava que
ninguém sabia sobre os meus sentimentos por ela.
— Eu sou sua mãe Jack. Uma mãe sempre conhece o seu filho.
Nunca comentei com você sobre isso, pois assim como o seu pai, você é o
tipo de homem que gosta de manter segredos, mas não se preocupe, esse
segredo manterei guardado. A Júlia era uma boa amiga, mas o destino dela
estava ligado ao do seu irmão. Sei que não foi fácil para você perdê-la para
o seu irmão. Eu lhe admiro muito por ter priorizado a felicidade dela, mas
você merece ser feliz meu filho. Então não estraga tudo com a Emma. Ela
me parece ser uma mulher muito especial e pelo que notei ontem, ela te
olha como eu olhava o seu pai, com amor e paixão.
— Ela é muito especial, disso não tenha dúvidas. Eu não consigo
tirar ela dos meus pensamentos, desde que a conheci no Brasil.
— Espero que seja muito feliz meu filho. Você merece isso. Quanto
ao seu irmão, não se preocupe. Ele não seria capaz de entrar na vida da
Helena para tirar os sonhos dela. Posso dizer também, que mesmo ela sendo
nova, tem uma personalidade forte. Saberá lidar com tudo, seja lá o que for
que ela sinta pelo seu irmão.
— Mãe, a Emma teve que fazer sacrifícios para que a Helena
estivesse aqui. Eu só temo que ela acabe deixando de lado os estudos, para
se tornar uma mãe para o Clark e uma esposa para o Joseph.
— Jack a Helena não é a Júlia, mas também você precisa saber que
o sonho da sua melhor amiga, era se tornar mãe. Quando ela deixou a
empresa no passado, não foi por escolha do Joseph, essa foi uma escolha
dela. E por mais que você esteja preocupado com o futuro da irmã da
mulher que você ama, pare de se preocupar com os outros. Tente viver
intensamente o seu presente e olhe apenas para o seu futuro meu filho —
disse minha mãe, enquanto tocava em minha mão, como se ela quisesse me
dizer que estava na hora de eu deixar de ser apenas o escritor das minhas
experiências, mas ser o autor da minha história, do meu tempo e da minha
vida.
— Eu preciso ir mãe. Tenho que resolver algumas coisas antes da
Emma voltar com a Helena do passeio — digo levantando. Ela me abraça e
eu saio em direção a porta.
— Eu te amo filho.
— Também te amo mãe.

Emma Soares

Estávamos em uma loja de brinquedos, a Helena queria levar um


presente para o Clark. Algo nela parecia diferente. Éramos muito próximas
e nunca houveram segredos entre nós duas. Ela parecia estar escondendo
algo e sua ansiedade, o jeito como ela ficava me olhando como se quisesse
contar algo, mas não sabia como isso estava me incomodando.
— O que aconteceu, Helena?
— Como assim Emma? — disse ela nervosa. O que me levou a ter a
certeza de que algo estava acontecendo.
— Olha Helena. Não sei o que está acontecendo, mas nunca tivemos
segredos uma com a outra. Espero que o fato de você agora estar aqui nos
Estados Unidos, isso não mude. Me diz logo o que está acontecendo, eu já
estou ficando preocupada.
— Eu não sei como lhe contar. Preciso, mas não sei como. É como
se na minha cabeça, já ouvisse você dizer que não concorda. Que não é
certo. Que tudo pode dar errado, entre outras coisas.
— Helena, apenas começa. Eu sou sua irmã e mesmo que eu não
concorde com algo, só quero que seja feliz e possa sempre confiar em mim,
contar tudo, só temos uma a outra. Somos a nossa família de duas pessoas.
Prometi a nossa mãe, que faria tudo que estivesse ao meu alcance, para
sempre estar presente em sua vida e seja lá o que for que tenha que me
dizer, apenas comece — digo, segurando nos ombros dela, enquanto a olho
cabisbaixa.
— Eu estou perdidamente apaixonada. Eu não queria isso agora, é
algo assustador. Sinto como se meu coração fosse sair pela boca quando eu
o vejo. É uma sensação indescritível quando ouço a voz dele. Sei que não
esperávamos por isso, que vim para os Estados Unidos apenas para estudar,
realizar o meu sonho que desde nova vivo por ele, mas é mais forte que eu
Emma. É algo que não consigo esquecer, apenas virar, como uma página de
um livro. Estou com medo, mas não consigo tirar ele da minha vida, como
se ele fizesse parte de mim e eu não posso arrancar. Não quero perdê-lo e
nem desistir do meu sonho.
— Irmã, está tudo bem. É normal sentir medo, mas você não precisa
ter que decidir entre o seu sonho e a paixão que está sentindo. Sabemos o
quanto você se esforçou pelo seu sonho. Ele agora se tornou concreto, real e
daqui a dois dias você começa a realizá-lo, mas nunca se esqueça que a sua
vida não se resume apenas na sua carreira. Sei que saberá e irá conseguir
conciliar tudo. Você é nova, sua vida está começando e estar apaixonada
causa medo, mas se tem uma pessoa corajosa que saberá lidar com os
sentimentos que estão dentro desse coração bondoso, essa pessoa é você,
apenas sinta.
— Emma. É o Joseph, o irmão do seu melhor amigo Jack.
— O Joseph?
— Sim. Eu sei que ele é mais velho. Sei que vai dizer que ele tem
um filho, mas eu me apeguei ao Clark e gosto muito do meu pequeno. Me
sinto feliz por também saber que o Joseph quer namorar comigo. Ele
também está apaixonado por mim.
— Helena. Eu só quero que seja feliz. A idade, o fato dele ser um
homem que já tem um filho, isso não é motivo para que eu não concorde
com o namoro de vocês. Só me importo com a sua felicidade — digo
enxugando as lágrimas que escorriam pelo rosto da minha irmã. Ela me
abraça forte e naquele momento percebo que não foi apenas o meu destino
que mudou depois que conheci o Jack, mas também o da minha irmã estava
apaixonada pelo irmão do homem que a pouco tempo eu era a sua
submissa.
— É melhor pagarmos logo por esse brinquedo. Eu não quero que as
pessoas pensem que somos duas choronas — disse ela com um lindo sorriso
no rosto.
A Helena já sofreu bastante, merecia ser feliz. Viver a emoção do
seu primeiro amor, o Joseph me parece ser um bom homem e o pequeno
Clark estava muito apegado a ela. Eu estava feliz por ela e com medo, mas
não posso permitir que os meus medos, a façam ficar guardada em uma
bolha que eu mesmo criei para que ela não possa sofrer mais. Nossas vidas
foram grandes batalhas e quase todas nós duas só perdemos, não foi fácil
perder as pessoas que amamos.
Eu quero acreditar que agora é o nosso momento de vencer, preciso
acreditar nisso. Afinal o que move a vida humana, não são as dores e perdas
que enfrentamos, mas a esperança de que acima de todas nossas feridas e
marcas, a felicidade virá. O amanhã pode não ser o que almejamos, mas ele
virá e que seja para arrancar nossos curativos e nos dar o que sempre
acreditamos que merecemos ter, mesmo que hoje não nos seja dado, um
sonho, uma conquista, um amor, a estabilidade que lutamos para ter.

— Emma? O seu celular está tocando, não vai atender? — disse a


minha irmã o retiro da minha bolsa e logo o atendo.

— Onde você está Emma? — disse Anna.

— Estou nos Estados Unidos. Aconteceu alguma coisa?


— Amiga não surta, mas eu acho que eu cometi uma loucura
imensa. Estou no aeroporto, apenas com uma passagem de ida para os
Estados Unidos. O Connor me pediu para ir com ele, quando ele voltou,
mas eu tive medo e disse não. Ele deixou uma passagem na esperança de
que eu fosse com ele, mas o que faria em um país que sequer falo inglês, só
por causa de um homem que apenas tive a melhor transa da minha vida?
Seria louca se pegasse um avião e fosse atrás dele do outro lado do mundo?
— disse Anna, eufórica.
— Eu acho que ele ficaria feliz em te ver, mas que loucura amiga.
Nossa, nunca imaginei que o Connor fosse capaz de ser esse tipo de homem
que corre atrás do que quer, mas vem linda, sem medo. Se nada der certo,
ao menos você conheceu os Estados Unidos e eu estarei aqui. Posso lhe
ajudar com uma pequena questão relacionada a você não falar quase nada
em inglês.
— Preciso desligar Emma. Tenho que entrar em um avião. Te vejo
nos Estados Unidos, amiga.
Desligo a chamada. Fico conversando com Helena no caminho de
volta para a mansão do Joseph. Assim que chegamos, o Clark corre para
abraçá-la e acabo subindo com eles para ver os brinquedos e o quarto do
pequeno.
Havia um porta-retratos no quarto, que me chamou a atenção, me
aproximei e o segurei. Nele estava uma foto da mesma mulher que vi em
um dos cômodos na mansão do Jack.
— É a minha mamãe — disse o Clark enquanto brincava com o jogo
que a Helena havia comprado.

Parei um pouco para pensar e como um choque, acabei desvendando


um quebra-cabeça que talvez ninguém tenha notado. Será que a falecida
mulher do Joseph é a mesma mulher que o Jack foi perdidamente
apaixonado?
Por qual motivo ele teria uma foto da sua cunhada, guardada, como
um tesouro escondido em um dos cômodos da sua mansão? Meus
pensamentos ficam confusos, mas sou pega de surpresa, ao sentir as mãos
do Jack em minha cintura. Coloco o porta-retratos de volta no lugar onde
encontrei rapidamente e viro-me em direção a ele.

— Sentiu a minha falta? — disse ele, em seguida me beijou.

Olho para ele, tento disfarçar tudo o que estou pensando, com um
sorriso e logo digo: — Acredito que não fui eu quem senti tanto a sua falta,
a julgar pela forma como está me abraçando.
— Podemos ir? — disse ele segurando uma das minhas mãos.
— Na verdade, a sua mãe nos convidou para ficarmos para o jantar.
Não sei o que aconteceu, mas ela me pediu para convencê-lo.
Ele olha para o Clark e Helena, pede licença e sai comigo para fora
do quarto do seu sobrinho, desce as escadas comigo e eu fico sem entender
onde ele quer me levar.
— Jack, o que está acontecendo?
— Tem algo que precisa saber, não sei como vou contar, mas não
posso adiar isso — disse ele enquanto caminhava comigo para o jardim da
mansão.
Será que ele iria me contar sobre o que eu estava pensando? Será
que ele viu que eu segurava a foto da falecida esposa do irmão dele? Paro
perto da piscina e então digo: — Jack eu acho que sei o que você quer me
contar. Eu não queria entrar lá de propósito. Sei que estou a pouco tempo na
sua vida. Entendo que não deve ter sido fácil, mas... — ele me interrompe,
dizendo: — O meu irmão está com a Helena. Eu sinto muito Emma.
— Então é sobre isso?
— Do que você estava falando? — disse ele, me olhando confuso.
— Não é nada. Eu só achei que fosse me dizer algo sobre o seu
passado.
— Você escutou o que eu disse Emma?
— Que Joseph e Helena estão juntos? Sim! Mas não entendi por que
sente muito. Seu irmão por acaso tem os mesmos gostos peculiares que
você? Devo me preocupar com isso?
— Não. O meu irmão, ao contrário de mim, não se envolve com
mulheres por puro prazer. Ele estava sozinho, desde a morte da Júlia até a
chegada da sua irmã. Eu sinto muito por confiar nele. Achei que ele não
ficaria apaixonado por uma moça tão jovem, que tem idade para ser filha
dele. Sei o quanto se esforçou, para sua irmã estar aqui com o propósito de
realizar um sonho. Temo que esse relacionamento possa prejudicá-la.

— Jack. Agradeço a sua preocupação, mas a minha irmã precisa


realizar seus sonhos da maneira que ela se sinta feliz. Um sonho realizado é
capaz de causar a emoção em que duas pessoas podem dar e receber amor.
Nem tudo se resume na concretização dos sonhos. A vida é valiosa e única.
Não sabemos quanto tempo vamos ter para experimentar cada emoção que
sentimos. Então não se preocupe com a Helena, comigo, ou com o seu
irmão estar com uma mulher mais jovem. Assim como não se mede o
tempo que temos para viver os momentos valiosos com quem amamos, não
podemos medir o que sentimos. Nada importa. Apenas que eles se gostem e
sejam felizes.
— Por isso estou perdido. Eu não consigo medir o que tenho sentido
por você. A cada vez você tem feito aumentar o que eu sinto, e isso
continua numa escala de proporção incontrolável.
— Como diria a minha avó, nada como uma paixão para mudar até
mesmo um coração frio.

Jack Collins

Ela sorri e eu fico a encarando. Queria guardar na minha memória,


cada momento vivido ao lado dela. O seu sorriso contagiante e sublime. A
forma como ela desvia seu olhar e toca os seus cabelos. Ela parecia ter um
encanto que certamente me deixava enfeitiçado. Uma sereia sem cauda e
seu canto era sua forma de dizer as palavras certas, mesmo que viesse
acompanhada de grandes verdades.
— O que foi Jack? Você não para de olhar para mim. Está me
deixando constrangida. É melhor entrarmos.
— Só depois de me dar um beijo — digo puxando-a para perto de
mim.
— É um pedido ou uma ordem? — disse ela sussurrando.
— Me beija Emma.
Ela sorri e me beija. Eu coloco minhas mãos na nuca dela. Continuo
a beijando intensamente até ser incomodado pelo Connor que me chamava.
Capítulo 27

Jack Collins

— Senhor Collins. Peço desculpas, não sabia que estava ocupado.


— O que você quer Connor? — digo irritado.
— Jack. Agora que sou sua namorada, não vou permitir que
continue com essa arrogância, não na minha frente. O Connor não merece
isso.
— Emma. Você é ingênua. Até gosto disso, mas o Connor me
conhece a anos e sabe como sou. Então não se preocupe com isso.
— Tudo bem senhor Collins. Quando começar a tratar as pessoas
que te cercam melhor, volto a tratá-lo como meu namorado. Até que isso
aconteça, espero ouvir um pedido de desculpas para o Connor.
— Emma. Não vou mudar minha personalidade por causa da sua
chantagem.
— Com licença, a chantagista aqui, vai se afastar do arrogante, para
não falar algo que possa ofender o chefe.
— Emma, volte aqui! — digo enquanto a vejo sair. A continuo
chamando, mas ela sequer olha para trás.
— Senhor Collins, mais uma vez peço desculpas pelo que causei ao
senhor, mas no momento temos um problema maior, que requer a sua
atenção.
— O que houve Connor? — digo o encarando.
— A Isabela está na sua mansão. Disse que não sairá de lá até que o
veja.
— O que aquela mulher quer? A Emma não vai gostar de ver outra
mulher quando voltarmos. Deixe que eu vou pessoalmente expulsá-la.
Vou até a minha mansão que ficava próxima a do meu irmão. Assim
que chego lá, a vejo sentada na cadeira do meu escritório, apenas de
lingerie.
— O que faz aqui Isabela?
— Vim apenas a negócios senhor Collins — disse ela levantando e
vindo em minha direção.
— O nosso contrato já acabou. Você foi muito bem paga. Não sei
como conseguiu o meu endereço, mas não voltará mais aqui.
— Senhor Collins. Acha que eu tenho cara de palhaça? O que você
fez comigo foi prazeroso, marcante e inesquecível, mas existe algo que não
colocou no seu contrato, me senti enganada e estou aqui para dizer que para
pagar pelo meu silêncio, terá que me satisfazer aqui e agora.
— Eu não vou fazer nada do que quer. Não sei do que está falando e
não cometo erros. No contrato não havia nada que te dê o poder de vir até a
minha casa, e exigir algo que não terá.
— Você tem razão. Não foi colocado no contrato que você poderia
escrever sobre o que faz com suas submissas, senhor J.C. Eu não sou como
as suas outras submissas. Achou que eu não descobriria que esse seu desejo
secreto é uma forma de estudar e descrever o que faz com as suas submissas
nos seus livros?
Pego o vestido dela e jogo para ela dizendo: — Vista-se Isabela. Isso
é uma ordem.
Ela coloca o seu vestido e então ajoelha-se de frente para mim, toca
no meu cinto, querendo tirar a minha calça. Eu tiro a mão dela de mim e
então me abaixo um pouco, seguro o queixo dela e então digo: — Volte
para sua casa. Connor vai deixá-la lá e não volte mais aqui. Vou te dar uma
quantia substancial pelo seu silêncio, mas é só isso que você terá e nada
mais.
Ela levanta, retira a sua calcinha e joga em mim, depois sai, eu pego
a lingerie dela e jogo no lixo do escritório.

Pego um copo e coloco Whisky, bebo um gole e em seguida jogo no


chão, tudo que estava na minha mesa. Eu estava furioso, odiava a ideia de
saber que ela agora sabia sobre a minha identidade como escritor.
Saio do meu escritório e a vejo na sala, o Connor aparece e então
mando ele levá-la até a casa dela. Peço também que avise aos seguranças e
na portaria do condomínio que não quero vê-la novamente aqui.
— Connor fique tranquilo. Não será preciso falar com os seguranças
do seu chefe, nem muito menos com a portaria do condomínio. A propósito,
senhor Collins, como estava viajando, acredito que não ficou sabendo, mas
eu me mudei.
— Eu não estou interessado em sua vida. Só quero que saia daqui,
antes que eu mande os seguranças levarem-na para fora do condomínio.
— Não será preciso vizinho. Voltarei para a minha mansão, que
graças a você, consegui comprar, quer dizer, graças ao prazer que você
pagou para usufruir comigo.
— Você é louca!
— Não se preocupe, senhor Collins. O seu segredo ficará guardado
comigo, mas saiba que não sou tão paciente. Estarei aguardando por uma
visita sua, afinal de contas, não lhe pedi dinheiro, o que eu quero pelo meu
silêncio, só você pode dar.
— Do que ela está falando Jack? — disse Emma aparecendo logo
atrás da Isabela.
Naquele momento vejo a Isabela olhando para Emma. Me aproximo
delas e levo a minha antiga submissa até a porta.
— Não se preocupe querida, sou apenas uma vizinha — disse
Isabela com um sarcasmo e cinismo estampado em seu rosto.
Assim que ela sai, olho para Emma e pergunto: — O que faz aqui?
— A sua mãe me pediu para vir buscá-lo. Achei que tivesse vindo
para casa para evitar jantar com sua família, mas vejo que estava enganada,
com licença — disse Emma novamente dando as costas para mim e saindo,
dessa vez eu a alcancei e a abracei.
— Emma, sobre a mulher que você acabou de conhecer...

— Eu sei que ela não é apenas sua vizinha Jack. Vi como ela te
olhava. Ela foi sua submissa, não foi?
— Sim, ela foi. Só quero que saiba, que não sinto nada por ela,
apesar de ela estar obcecada por mim. Quando a contratei, como minha
submissa, ela não era a minha vizinha. Então entenda que ela é louca, e eu
não vou ceder, nem permitir que ela continue com essa obsessão.
Ela vira-se para mim, olha nos meus olhos e diz: — Jack. Apenas
prometa que vai continuar sendo verdadeiro comigo. Não me importo com
o motivo que aquela mulher veio lhe procurar, mas não vou aceitar que me
engane ou esconda de mim as coisas.
Ela estava me pedindo mais do que eu poderia dar a ela. Eu a beijei
e fomos juntos até a casa do meu irmão.
Assim que chegamos, todos estavam na sala de estar, sentados,
conversando. Joseph levanta como se quisesse sair, eu me aproximo dele e
digo: — Desculpa irmão. Só quero que seja feliz. Então fique tranquilo.
Não precisa sair de perto de mim, estou na sua casa.
— Obrigado Jack. Significa muito para mim, que esteja me
apoiando. Sabe que não faria nada para machucá-la, muito menos a faria
escolher entre os sonhos dela e a mim.
— Então está na hora de vocês dois parar de esconder o que estão
sentindo para os outros. Somos uma família e acredito que todos aqui
sabem, exceto pelo Clark.
— O Clark já sabe — disse Helena com um sorriso no rosto.
— Todos nós sabemos — disse a minha mãe.
Nos dirigimos para a mesa. Olho para a Helena e o Joseph juntos e
estava claro que eram um casal apaixonado. Emma parecia distante, não sei
se foi pelo o que aconteceu a pouco com a visita da Isabela, ou por algo que
nem mesmo eu poderia imaginar.
Após o jantar ficamos conversando no jardim. A noite estava
agradável. Clark parecia muito feliz, o que me levou a lembrar de Júlia, ele
tem o mesmo sorriso da mãe.
Nos despedimos deles, depois Connor chegou com o carro e entrei
com Emma.
— A noite está agradável. Podíamos ir caminhando para sua casa.

— Não ficaremos aqui esta noite. Preciso te levar a um lugar.


— Jack. Eu sei que você não gosta de falar sobre o seu passado, mas
tem algo que gostaria de lhe perguntar.
— Emma. Eu nunca levei nenhuma submissa para a minha casa,
para o apartamento onde estivemos na noite anterior. Não estive apaixonado
por nenhuma. Você é a primeira com quem eu me relaciono amorosamente.
— Jack. Não é sobre isso, mas confesso que fico feliz em ouvir o
que acabou de me dizer.
— O que gostaria de saber então?
— A mulher que você amou no passado, cujo amor, não foi
recíproco e acabou o deixando de certa forma, com medo de sentir
novamente, por outra mulher o que sentiu por ela, talvez por achar que seria
rejeitado novamente, ela é a falecida esposa do seu irmão? — disse Emma
me encarando. Olho para frente e o Connor me olha através do retrovisor.
Ele sabia sobre a Júlia, mas nunca ninguém ousou me perguntar sobre isso.
Olho para ela e antes que eu falasse algo, o celular dela toca. Ela
atende a ligação e eu fico pensando em como ela descobriu sobre isso. As
únicas pessoas que sabem sobre isso, não contariam a ela.
— Olá Emma. A sua amiga me deu o seu número. Espero que não
seja um problema.
— Gabriel? — digo enquanto olho para o Jack.
— Está ocupada? Devo ligar outra hora?
—Não, tudo bem. O que aconteceu? — digo envergonhada, ao ver o
semblante fechado e o olhar furioso e fulminante do Jack.
— Na verdade gostaria de saber se está ocupada amanhã. Desejaria
te falar algo importante. Volto para os Estados Unidos na próxima semana e
queria falar com você antes de voltar.
— Acontece que estou nos Estados Unidos, Gabriel. Vim visitar a
minha irmã e não sei quando volto para o Brasil, nem mesmo se eu voltarei.
— Então quando eu voltar para os Estados Unidos, marco algo com
você, boa noite Emma.

— Tudo bem Gabriel, boa noite. Até mais — digo olhando para o
Jack. Ele pega o meu celular e desliga a chamada.
— Quem é Gabriel?
— Um amigo que conheci nos Estados Unidos, anos atrás, quando
fazia o cursinho.
— Não sei se você é ingênua ou está apenas querendo me ver
irritado. Sabe que esse Gabriel está querendo o que é meu, não sabe?
— O que é seu? Eu não sou sua propriedade Jack. Sou sua
namorada, e o Gabriel e eu, somos amigos de longa data. Se tivesse algo
acontecendo entre nós, teria acontecido a muito tempo.
— Você é minha Emma!
— Jack. O que houve entre você e sua cunhada? — digo voltando
ao assunto que estávamos antes do Gabriel ligar.
— Emma a Júlia era minha melhor amiga. O Joseph conheceu ela
através de mim, quando a convidei para um almoço lá em casa alguns anos
atrás. Foi assim que ela se tornou minha cunhada.
— Entendo. Então vocês eram apenas amigos, como o meu caso e o
do Gabriel?
— Antes de se tornar minha cunhada, ela era minha amiga.
— Então por qual motivo, você tem fotos dela na sua casa? Eu
nunca guardei fotos do Gabriel ou de nenhum amigo, não em locais que
levassem os outros acreditar que era um segredo, algo que não poderia ser
exposto.
— Emma. Aonde você quer chegar com essas especulações?
— Só quero que diga a verdade. A Júlia, era a mulher que você foi
apaixonado por muito tempo, e abriu mão dela para que a mesma fosse feliz
com o seu irmão?
— Emma. Eu gosto de você. Não vamos falar sobre o passado.
Quero apenas que pense no nosso futuro.
— Jack. Se não quer falar sobre isso, eu posso compreender. Sei o
quanto deve ter sido difícil para você, ver a pessoa que amava, feliz ao lado
do homem que você nem poderia sentir raiva. Carregasse um enorme peso
por muito tempo, tendo que esconder de todos seus sentimentos e ainda ter
que renunciar a eles, para ver as pessoas que você amava, juntos e felizes.
Sua vida não deve ter sido fácil, mas eu estou aqui, de coração leve e
entregue a você. Eu tive que suportar grandes dores, que jamais pensei que
conseguiria lidar, até elas serem colocadas diante de mim. Perdi os meus
pais, e em seguida meus avós. Queria que soubesse que não precisa
enfrentar suas dores do passado sozinho. Estou aqui por você Jack.
Ele olha para mim, me beija e o carro para. Olho para os lados e
vejo uma mansão que parecia ser um castelo, miro Jack e então pergunto:
— Onde estamos?
— Na mansão do seu escritor predileto.
— Você conhece ele, mas como? Ninguém nunca o viu e nem sabe
como ele é. Eu vou conhecê-lo?
— Nossa, desse jeito irei ficar com ciúmes desse escritor — digo
com um sorriso no rosto. Chega a ser engraçado eu ter ciúmes de mim
mesmo.
— Ele é talentoso. Acredito que também seja charmoso e lindo, mas
não se preocupe. Não é o tipo de homem que se apaixonaria por mim.
— Emma. Você é uma mulher fantástica e incrivelmente sedutora.
Sua beleza não está apenas na sua aparência, mas também nas suas
palavras. Qualquer homem que tenha o prazer em conhecê-la, seria sortudo.
Então, não acredito que ele não se apaixonaria por você, mas confesso que
eu sou inteligente o suficiente para não deixar que você se apaixone por
outro. Sou o único homem que a fará feliz.
— Isso foi lindo. Obrigada Jack, mas confesso que não esperava
pela última frase que disse. Você até para me elogiar precisa sempre gabar-
se.
— Eu não diria que estou me gabando. Estou sendo realista. Sei que
você me ama Emma. Que sou o homem que a faz sentir-se feliz, e o único
capaz de dar tudo a você, inclusive um prazer como nunca pensou sentir.
— Eu não posso discordar — digo enquanto ele toca em minha
cintura e desce lentamente seus dedos até o meu bumbum.
— Podemos entrar? — digo entusiasmada e em completa euforia.
— Claro, minha pequena leoa. Não te traria até aqui para ficar
apenas admirando o castelo do seu escritor favorito.

Ela parecia entusiasmada em me conhecer, o que era engraçado, já


que eu estava ali ao lado dela, mas ela sequer imaginava que eu era o
verdadeiro J.C do mundo dos livros de romances eróticos.
Ela passava lentamente por cada cômodo da minha mansão. Eu
gostava de ficar lá sempre que precisava me recuperar das minhas dores que
vinham sem aviso. Parecia ser a minha cura, mesmo com minha
alimentação balanceada, bebendo o mínimo de bebidas alcoólicas, tomando
medicações que ajudavam nos efeitos colaterais da minha doença. A dor era
algo, que por anos se tornou a minha companhia.
Quando comecei com o meu primeiro livro de romance erótico, quis
experimentar a dominação e submissão. No começo, não imaginava que
meus desejos colocados em um livro, fossem vender, mas assim que foi
lançado, fui surpreendido com o grande público, além dos filmes, séries e
marketing para os meus livros.
Nunca quis me expor. Pretendo continuar anônimo e não será uma
submissa como a Isabela que fará com que o J.C tenha um rosto, nem que
para isso eu traga à tona um perfil falso para se tornar o meu eu para o
público.
— Jack. Será que poderia perguntar ao seu amigo se terá um
próximo livro? — disse ela, olhando para mim com bastante curiosidade.
— Sim!
— Sim, para um novo livro? Ou que vai perguntar a ele se haverá
outro?
— Haverá outro. Ele inclusive já está escrevendo. Só não sei quando
ficará pronto.
— Espero que nesse, ele possa ter encontrado o amor que ele tanto
procura.
— Ele não procura um amor. Quando ele escreve sobre os casos que
tem com suas submissas, ele não acredita que uma submissa possa fazê-lo
amá-la, ao menos não até agora.
— Ai Jack. Ele é seu amigo e mesmo assim não o compreende? O
J.C não se envolve com suas submissas para encontrar numa delas o amor.
Está envolvido em cada livro, com uma mulher diferente, mas não para
encontrar em alguma delas o que ele precisa, pois para ele, cada mulher,
cada submissa é apenas seu objeto de luxúria e prazer. O que ele procura é o
amor que ele nunca teve, a sensação de saber que é amado. Isso nenhuma
submissa foi capaz de demonstrá-lo. Seu amigo, não consegue amar
nenhuma submissa, pois nenhuma delas o ama verdadeiramente, se
entregando de corpo e alma, se é que você me entende — disse ela me
olhando de forma sedutora e muito atraente.
— Mas, e quanto a você Emma. Você me ama?
— Apesar do seu humor, a forma como entrou em minha vida, tudo
que vivemos juntos nesse último mês, sei que parece loucura, mas eu me
apaixonei por você e não há nada que me deixe mais feliz que saber que
você também sente o mesmo por mim, mesmo que tenha tentado me evitar
ou sentir o que eu sinto.
A beijo. Levanto o seu vestido longo, rasgo a lateral da sua calcinha
e a coloco em cima da bancada espelhada, desço a minha calça e a como ali,
enquanto sinto ela arranhar as minhas costas, gemendo de prazer ao sentir
minha boca sugando os seus seios, enquanto eu penetrava nela.
Transo com ela em cada canto do castelo. A deixo destruída, mas ela
parecia uma leoa selvagem. Nunca tive tanto prazer com nenhuma das
minhas submissas, como eu estava tendo com ela. É perfeita par mim, mas
a verdade é que amo essa mulher. Ela é a minha cura.
— Jack, eu estou exausta, preciso dormir — disse ela deitada no
chão do quarto.
A beijo e a pego em meus braços, a levo para a cama e a cubro, me
deito ao lado dela e a fico observando.
— Obrigada Jack, por me trazer até aqui. Não sei se seu amigo vai
gostar de saber que fizemos amor em cada parte do castelo dele, mas espero
que você não conte nada a ele.
— Não será preciso. Esse castelo é meu.
— Claro. Esqueci que você tem essa mania de tudo comprar.
— Será que seu amigo ficava aqui com as submissas dele? Podemos
estar em uma das camas que ele esteve com elas.
— Ele nunca usou esse castelo para isso. Aqui é o refúgio dele. Não
faria isso com você. Eu quero que saiba, que apesar de termos começado
com você sendo minha submissa, não a vejo mais como uma. Quero ser
melhor por você, mas preciso que me prometa que não irá fazer nada que
coloque a sua vida em risco, isso inclui inclusive ficar grávida.
— Jack. Eu já te falei sobre isso, quando me pediu para tomar o
anticoncepcional, desde a época em que eu estava com o Rick, fomos ao
médico e após fazer alguns exames, eu não posso ter filhos.
— Eu não quero filhos. Não poderia ficar com você, se tivesse a
vontade de ser mãe. Não posso perdê-la, e uma gravidez é muito arriscada.
Fico aliviado que não possa ter filhos — digo olhando para ela, mas Emma
já estava dormindo.
Emma Soares

Dois meses se passaram e eu estava feliz com Jack. A Anna agora


morava conosco. Ela estava fazendo cursinho para aprender inglês, Connor
e ela estão apaixonados. O que me deixava feliz por eles, e de certa forma
também me senti bem em saber que minha melhor amiga, agora estava
pertinho de mim. Dessa forma, eu não me sentia sozinha durante o dia,
enquanto o Jack estava em seu trabalho. Finalmente comecei a escrever um
romance, apesar de não estar preparada para enviá-lo para a editora.
Estava no hospital com Anna, que marcou uma consulta
ginecológica para nós duas, e naquele momento, com minhas pernas
abertas, eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo comigo, eu
estava grávida?
— Doutora. Será que não está se enganando? A sua máquina está
com defeito? — digo assustada.
— Senhorita Emma. Entendo que esteja assustada, mas a máquina
não falha. Espere um momento, mostrarei que não há defeito algum —
disse ela pegando o aparelho da ultrassonografia na minha barriga. Eu
estava em choque, e a Anna segurava a minha mão tentando me acalmar.
A doutora mostra na tela o meu bebê. Aqueles pequenos bracinhos,
o seu corpinho, eu começo a chorar emocionada, e Anna me abraça e então
digo: — Como eu posso estar grávida? Fiz muitos exames e me disseram
que eu não poderia engravidar.
— Não sei quem lhe disse isso, senhorita, mas não há nada de
errado. É perfeitamente saudável e está grávida de quase três meses. Seu
bebê está com onze semanas e dois dias.
— O Jack vai ficar muito feliz amiga — disse Anna, com um sorriso
no rosto, o que me levou a pensar no quanto ele já me disse que não quer
filhos. Que não estaria comigo se eu pudesse engravidar.
Capítulo 28

Emma Soares

— Anna. Você não pode contar nada ao Jack. Ele não quer ter filhos.
— Amiga, mas ele é o pai. Como você vai fazer? Vai esconder sua
barriga dele a cada mês? Sabe que é impossível esconder uma gestação, não
sabe?
Anna tinha razão. Eu não poderia esconder de Jack que estava
grávida, mas o fato é que eu não vou permitir que ele me faça escolher entre
nosso filho e ele.
Coloco minhas mãos na minha cabeça. Penso no caos que ele vai
ficar, assim que eu contar a ele sobre minha gravidez.
Começo a chorar e Anna me abraça, preocupada comigo.
— Amiga, não chora. Sei que acreditava que não poderia ter filhos,
mas eu estou aqui com você. Tudo vai ficar bem.
— Amiga, eu sei que parece loucura, mas estou chorando de
felicidade. Sempre quis ser mãe e quando recebi a notícia de que eu não
poderia ter filhos, fiquei destruída. Acabei me conformando, mas aqui estou
eu grávida. Não sei como o Jack vai reagir com essa notícia, mas eu o amo
e sei que ele também me ama e vamos juntos nos tornar pais.
Saio do consultório com a ultrassonografia. Decido esperar o melhor
momento para contar ao Jack. Anna estava muito empolgada, me fez ir até
uma loja de produtos para bebês. Eu estava tão feliz, comprei um macacão
amarelo com a frase escrita Best gift “melhor presente. ”
O meu bebê realmente era o meu melhor presente. A Anna comprou
pequenos sapatinhos e logo voltamos para casa.
Jack e Connor já haviam chegado. Anna foi rapidamente para perto
do seu homem e o beijou. Eu estava com as sacolas da loja de bebês e não
sabia como esconder dele naquele momento.
— Já se cansou de mim Emma? — disse ele sentado, me encarando.
Eu tentei disfarçar com um sorriso no rosto. Anna olhou para mim e
logo percebeu. Ela correu em minha direção, pegou as sacolas e disse: —
Obrigada pelos presentes amiga.
Connor pega as sacolas e acaba pegando o macacão. Ele entende
tudo errado e beija a Anna, acreditando que ela está grávida.
Jack vai até ele e o abraça e parabeniza a Anna, que me olha como
se não soubesse o que fazer. Eu olho para ela como se implorasse para não
falar nada e então ela acaba deixando que eles pensem que ela é a grávida.
— É Connor. Parece que vou precisar mandar o meu alfaiate
preparar outro terno, um para o meu casamento e outro para o seu.
— Jack e Connor, a Anna não está grávida.
— Como não? De quem são esses presentes então? Não vai me
dizer que a Helena quem está grávida, é isso Emma? — disse Jack olhando
para mim.
— Vamos Connor. Preciso de uma ajuda na cozinha, venha comigo
— disse Anna, saindo da sala com seu namorado, me deixando a sós com o
Jack.
Aproximo-me dele e então respiro profundamente. Eu não sabia
como ele reagiria ao que estava prestes a dizer, mas não suporto mentiras.
Precisava dizer a verdade de uma vez.
— Jack, a Helena não está grávida, mas eu estou.
Naquele momento, me senti como um objeto de vidro, sendo jogado
e quebrado em pedacinhos. O maior pesadelo se tornou realidade. Como um
homem, como eu poderia ter um filho? Eu estava feliz ao lado da Emma,
mas é sempre assim. Quando me sinto feliz, a vida sempre traz à tona, o
quanto não mereço isso. Não sabia o que falar, diante dessa notícia. Como
vou dizer a mulher que eu amo, que não posso me tornar pai do nosso bebê?
De que maneira vou lidar com a minha doença? A possível situação de risco
que ela pode estar com uma gravidez não planejada.
— Jack. Sei que você não esperava por isso agora. Eu te amo e nada
vai mudar. Tenho ciência que tem medo do novo, mas tenho certeza que
será um bom pai — disse ela, enquanto tocava em uma das minhas mãos,
eu mal conseguia olhar para ela.
Levanto e subo até o nosso quarto. Eu não estava preparado para
aceitar essa gravidez, mas também não estava disposto a perdê-la.
Ela parecia entender que era difícil para mim. Não veio atrás de
mim. Se quer questionou o fato de não ter dito nada após a sua confissão.
Aquela noite seria longa. Minha cabeça parecia pesada demais. Pego
uma garrafa de Whisky que guardei dentro de uma caixa no closet e começo
a beber, sem pensar nas consequências do que poderia acontecer comigo.
— Senhor Collins? — disse o Connor enquanto batia na porta do
meu quarto.
— O que quer Connor? — digo indo em direção a porta.
— Senhor Collins. A senhorita Emma pegou o carro e saiu sozinha.
Ela não parecia bem e a Anna está bastante preocupada.
— Deixe que ela saia para onde quiser Connor. Não a culpo por
estar com raiva de mim.
— Ao menos com isso tenho que concordar com o seu chefe
Connor. Se não pode ser um bom homem para Emma e fazê-la feliz, que
não a faça perder tempo com você.
— Anna! Não fale assim com o senhor Collins querida.
— Connor. Sei que ele é o seu chefe, mas não posso ficar do lado
dele, nem mesmo do seu, não enquanto esse idiota estiver errado — disse
Anna bastante irritada comigo.
Eu fecho a porta e acabo sentindo uma tontura, tento me segurar e
acabo derrubando algumas coisas no chão, consigo chegar na cama e antes
que eu deitasse acabo caindo no chão. Ouço vozes ao fundo e antes que eu
tentasse me levantar, ouço a voz do Connor.
— Senhor Collins, acorde! Senhor Collins.
— O que houve com ele Connor? — disse Anna ao meu lado.
— Anna. Preciso que chame uma ambulância e não conte a ninguém
sobre o que aconteceu aqui, nem mesmo a sua amiga Emma. Vou precisar
sair com ele. Então não se preocupe comigo.
Não demora muito e a ambulância chega. Anna não entendia o que
estava acontecendo, mas a fiz prometer não contar sobre nada do que
aconteceu com o senhor Collins.
Assim que chegamos ao hospital o médico já estava o aguardando.
Levam ele depressa, fico pensando em tudo que ele está passando e fico
triste. Trabalho com o Jack um pouco mais que cinco anos, quando o
conheci no hospital. Não esperava que ele fosse me contratar para ser o seu
funcionário. Eu visitava a minha mãe todos os dias e um dia, ele estava em
frente a máquina do café, pediu que eu lhe comprasse um e depois daquele
dia, acabamos nos tornando amigos.
Sempre o achei solitário, mas o mesmo dizia que tinha a mim para
ser ele mesmo como um amigo que poderia contar.
Com esse trabalho consegui fazer meu curso, pagar as despesas do
hospital e tive um amigo no momento mais difícil da minha vida, após
perder a minha mãe.
O senhor Collins, como costumo chamá-lo, nunca me tratou como
um empregado, apesar de que eu sempre o tratei como meu chefe.
Ele já tinha enfrentado muitas situações em sua vida. Eu sempre
soube da sua paixão pela Julia. Da forma que ele tratava as suas submissas e
como ele era um homem frio que escondia, até mesmo da sua família, a
doença genética que o seu pai tivera anos atrás, o levando a falecer.
Pela primeira vez, desde que trabalho para ele, o vi feliz ao lado da
Emma, mas o medo que ele tem de um futuro que ele julga não conseguir
viver, o faz com que se afaste de tudo que ele ame. Prefere acreditar que a
Júlia nunca o amou e perdeu a oportunidade para o irmão dele, do que
pensar no que realmente aconteceu quando ela pensou em dizer que tinha
sentimentos por ele, antes mesmo de chegar a conhecer o Joseph.
— Connor, o seu chefe está fora de perigo. Ele agora está sedado,
mas receio que se ele continuar ingerindo bebidas alcoólicas e tendo esses
níveis altos de estresse, não sei se ele conseguirá viver uma vida normal.
— Doutor. O que seria uma vida normal para um homem que tem
porfiria aguda? Eu estou a anos trabalhando com ele, e já o vi ter muitos
episódios, como os de hoje. Não acho que ele evitando o estresse e bebida
ele possa viver como uma pessoa que não tem essa doença — digo e logo
vejo o doutor sair, meu celular toca e atendo.
— Oi Anna!
— O seu chefe, como ele está?
— Não se preocupe. Ele está bem, foi só uma queda de pressão, mas
ele já foi atendido.
— Caso ele esteja preocupado com a Emma, avisa a ele que ela já
chegou e está no quarto dormindo.
— Tudo bem meu amor. Obrigado por avisar.
— Você volta hoje? — disse Anna.
— Só amanhã. Não precisa esperar por mim.
Me despeço dela e desligo a chamada. Após algumas horas acabo
cochilando na poltrona ao lado do quarto em que o Jack estava internado.

No dia seguinte acordo e olho para os lados ainda deitada na cama e


não vejo o Jack. Essa obsessão dele em não ter filhos estava ferindo o meu
coração. Estávamos felizes e sempre dormíamos e acordávamos juntos,
desde que me mudei para o Estados Unidos com ele.
Levanto da cama, tomo um banho, me arrumo e desço para tomar o
café da manhã. Ele estava sentado na mesa com o Connor e a Anna. Os três
pareciam falar sobre algo, mas assim que me viram, silenciaram, como se
estivessem guardando um segredo que eu não poderia descobrir.
— Bom dia! — digo enquanto pego um prato, coloco uma fruta, um
pedaço de bolo e uma torrada com geleia. Em seguida saio, indo para um
dos cômodos que eu me instalei para escrever o meu livro.
Antes que eu me afastasse deles o suficiente, Jack me chama
dizendo: — Espere Emma!
Eu paro tentando respirar profundamente. Não me viro, apenas
espero que ele diga algo ou venha até mim, já que me pediu para esperar
por ele.
Ele me entrega um copo com suco de laranja e diz: — Você precisa
beber bastante líquido.
— Obrigada Jack. Eu e o bebê agradecemos por sua preocupação —
digo em tom de sarcasmo, enquanto o encaro, mas ele nem sequer olha para
mim.
Assim que entro no meu escritório, vejo um buquê de flores de rosas
vermelhas e um cartão. Apesar de estar confusa com as atitudes dele, fico
feliz pelo gesto. Pego o cartão e leio em voz alta.
— Irmã, a Anna me contou ontem mesmo sobre a notícia em que
vai se tornar mãe. Nunca pensei que eu seria tia, mas estou muito feliz por
você. Assim que terminar a aula hoje, passo aí para te ver. Te amo, com
carinho Helena.
Capítulo 29

Emma Soares

Segurando o cartão e olhando para as rosas, a única vontade que


tenho é de chorar. Foi naquele momento que decidi não esperar pelo apoio
do Jack.
Passei o dia inteiro, escrevendo, para fugir da minha realidade
caótica. Os dias foram passando e ele continuava me evitando. Apesar de
parecer, às vezes, se importar comigo. Se passaram semanas, desde que eu
soube da gravidez. Ele não dormia mais no mesmo quarto que eu. Me
evitava a maior parte do dia, parecia me evitar a todo custo. A Anna sempre
me acompanhava nas consultas. Eu queria sair daquela mansão, mas o amor
que eu sentia por ele me prendia. Já estava com seis meses de gestação. Por
vários dias, tentei contar a ele que estávamos esperando por uma menina,
mas ele se esforçava em sair antes que eu me acordasse.
Eu estava no meu quarto, sozinha, o Connor e a Anna, viajaram
naquele fim de semana e não havia ninguém na mansão, além de mim e do
meu bebê.
Jack saiu na noite anterior e sequer voltou. Se bem que, mesmo ele
voltando, eu não o veria. A mansão era tão grande, que ele poderia se
esconder de mim, para evitar a minha presença.
Vou até a janela e olho as gotas da chuva caindo e tocando o vidro.
Fico por um tempo pensando em tudo que estava acontecendo. Sinto
algumas pontadas fortes, dores intensas, como cólicas e ligo para a minha
irmã. O celular dela toca por várias vezes e então me lembro que ela foi
para uma palestra em uma cidade vizinha, mesmo que ela atendesse não
poderia me ajudar.
Desço as escadas sentindo muita dor. As lágrimas percorriam a
minha face, na mesma intensidade que a minha dor.

Assim que consigo descer e pegar a chave do carro, me sinto tonta,


seguro no corrimão e respiro profundamente. Eu não queria perder minha
filha. Me senti desesperada e tentei controlar a dor que eu estava sentindo,
buscando forças e andando com muita dificuldade até o carro.
Eu não sabia como estava conseguindo dirigir. A todo momento, só
pedia a Deus que ajudasse a chegar no hospital, e que nada acontecesse com
minha filha.
O sinal fecha e havia um carro na minha frente. Eu buzino várias
vezes, mas é em vão. O sinal fica verde e quando eu busco forças para
continuar dirigindo, sinto algo escorrer pelas minhas pernas, era sangue.
Naquele momento, não conseguia fazer mais nada. Sai lentamente do carro,
sentei no chão da pista e comecei a chorar.
Comecei a escutar algumas pessoas me perguntando se eu estava
bem. Quando viram o sangue em minhas pernas, começaram a ligar para a
urgência.
Um homem aproximou-se de mim, me segurou e levou para dentro
do seu carro.
— Senhorita, eu sou médico. Me chamo Caleb. Estou te levando
para o hospital mais próximo. Fique calma. Você ficará bem. Está de
quantos meses?
Olho para ele, que segura em meu queixo, para que eu pare de olhar
para o sangue escorrendo pelas minhas pernas e digo: — Seis meses. Não
posso perder a minha bebê.
— Apenas respire fundo e tente se acalmar. A sua bebê vai ficar
bem, mas ela precisa que você esteja bem, para que ele não sofra. Sou
obstetra e essa fluidez sanguínea, apesar de ser assustadora, não quer dizer
que seu bebê não esteja bem. Tente ficar calma. Eu farei tudo para que a
senhorita e seu bebê fiquem bem-disse ele tentando me acalmar.
Não demorou muito, rapidamente me vi em uma maca, sendo levada
para uma sala. Foram feitos exames e assim que eu escutei o coração da
minha filha bater, chorei aliviada.
Após algumas horas o doutor que me tirou daquela pista, entra no
quarto em que eu estava e me pergunta: — Sente-se melhor?
— Sim. Obrigada doutor por tudo. Eu não sei o que teria acontecido
se não aparecesse naquele momento.

— É o meu trabalho. Aqui está o meu celular. Pode ficar à vontade e


ligar para dar notícias. Devem estar preocupados com seu sumiço.
— Na verdade, eu não tenho ninguém para ligar — digo pensando
no Jack que prefere se esconder de mim, a ter que me ver.
— Eu iria te dar alta, mas como não tem ninguém, acredito que não
seja a melhor opção — disse o doutor com um sorriso no rosto.
— Não se preocupe comigo. Vou passar o final de semana em um
hotel.
— Já sabe para onde ir? Eu estou hospedado em um aqui perto do
hospital. Você poderia descansar e ainda teria pessoas gentis cuidando de
você. Também estaria perto do hospital, o que seria melhor, mas peço que
evite se estressar e se alimente melhor. Nos seus exames deram anemia.
— Será que poderia me passar o endereço desse hotel?
Ele pega papel e caneta e anota. Após horas no hospital eu saio e
pego um táxi, indo até a mansão. A cozinheira me pergunta se eu vou jantar.
Peço a ela que me ajude pegando algumas roupas e objetos pessoais no meu
quarto. Também faz a mala para mim, enquanto eu pego na minha
escrivaninha onde escrevo, os meus materiais.
Assim que ela desce, vou até o táxi com ela que me ajuda a levar a
mala. Assim que chego no hotel ouço meu celular tocar, era o Jack ligando.
Tiro ele da mala, que a cozinheira fez para mim e o desligo.

Jack Collins

— Senhor Collins. Para onde quer que levemos o seu carro?


Olho para o assento com sangue e ligo novamente para Emma, mas
o celular dela agora estava desligado. Saio do local, em direção ao hospital
mais próximo.

Saio depressa até o hospital. Me sinto culpado por tudo que está
acontecendo. Evitá-la foi doloroso e agora tudo o que eu mais desejo é que
ela esteja bem.
Assim que chego no hospital, pergunto sobre ela, mas não havia
nada lá que pudesse comprovar que ela estava lá.
— Preciso ver as câmeras desse hospital — digo furioso.
— Senhor. Tente ficar calmo. Não tenho acesso às câmeras. Não
acho que isso seja possível — disse a recepcionista do hospital.
— Nada é impossível para mim — digo e em seguida vou até a sala
do diretor do hospital.
Logo sou atendido pelo diretor que me leva até a sala de acesso às
câmeras do hospital. Vejo os vídeos salvos e encontro a Emma.
— Como se chama esse médico? — digo, olhando para a tela.
O funcionário aproxima a imagem do homem e logo me diz: — Ele
é o doutor Caleb. É o novo obstetra do hospital. Um bom homem. As
pessoas falam muito bem dele.
Saio de lá procurando pelo doutor Caleb, foi quando eu o vi
passando pelo corredor.
— Doutor Caleb? — digo o encarando, enquanto o vejo caminhar
em direção a um dos quartos. Então paro de frente para ele.
— Como posso ajudá-lo? — disse ele com um sorriso no rosto, que
fez com que eu me lembrasse que trouxe Emma para este hospital.
— Onde está a minha mulher?
— Qual o nome da sua mulher? O senhor já tentou perguntar na
recepção?
— Você a trouxe até este hospital. Onde está a Emma? — digo
irritado, segurando com força o jaleco que ele usava.
— Fala da mulher que estava dirigindo sozinha com risco de um
aborto ao tentar chegar ao hospital? Onde o senhor estava que ela precisou
passar por tudo isso sozinha?
— Eu não estou aqui para dar satisfações da minha vida ao senhor.
Quero que me diga onde ela está agora.
— Ela já teve alta médica. Apesar de não concordar que ela ficasse
sozinha, quando dei o meu celular para ela ligar para alguém da família, a
mesma disse que não tinha ninguém. Acho melhor se afastar dela. Sei muito
bem que não é o esposo dela, não há alianças, nem na mão dela e muito
menos na sua. Deixe-a em paz.
— Olha aqui doutor, acredito que não seja daqui. Não sabe com
quem está falando, mas parece que está muito interessado na minha mulher.
Vou deixá-lo avisado, que ela não está disponível, se não faço com que seja
demitido por ter sido você quem a trouxe até aqui, caso contrário, seria um
médico desempregado.
— Acho que não está sendo condizente senhor. Não há como me
demitir, mesmo que você fosse poderoso o suficiente até para tentar
comprar todos hospitais da rede Forster. Eu sou o CEO de todos hospitais,
que foram passados de geração em geração, e eu criei filiais por diversos
países. Espero que sua ganância pelo poder, não o faça diminuir as pessoas,
como tentou a pouco fazer comigo. Tenha uma boa vida. Com licença —
disse ele saindo como se nada tivesse acontecido.
Pego o meu celular e ligo para Emma, mas ainda continua
desligado. Saio do hospital em direção ao carro. Dirijo o mais rápido que
posso até a mansão. Assim que chego, subo até o quarto dela e não a vejo.
Apenas algumas roupas em cima da cama. Vou até o closet e noto alguns
cabides vazios.
Pego um vestido e seguro ele. Cheiro aquela peça de roupa e choro,
pensando em tudo que estava acontecendo. Ela apenas foi embora, não
atendia as minhas ligações e tudo que eu tive com ela, pareciam ser apenas
lembranças que estavam vivas em minhas memórias.
Dias se passaram e por mais que eu tentasse ligar para ela, sempre
deixava cair na caixa postal. Eu não conseguia comer, trabalhar. Apenas
escrevia tudo o que eu estava sentindo sem tê-la na minha vida.
Capítulo 30

Jack Collins

Ouço alguém batendo na porta do meu escritório, então digo: —


Entre!
— Não sei o motivo por qual você foi um babaca com a Emma, no
momento que ela mais precisava de você, também tinha medo. Um bebê
não estava nos planos dela, mas precisava ter visto como ela ficou feliz ao
saber da gravidez, meses atrás — ela sentou no sofá que ficava próximo a
poltrona em que eu estava.
— Anna, nada do que você diga agora vai mudar o que já aconteceu.
Sim, eu sei que fui um babaca, mas há muitas situações na minha vida que
não estão sob o meu domínio. Sempre tive tudo, mas se eu pudesse, daria
tudo o que tenho para que eu pudesse ser feliz ao lado da Emma.
— Jack. Peço desculpas, mas como você é tão hipócrita.
Sinceramente cansei da sua atitude. Se ama tanto a Emma, um filho não é
um fardo e você trata o seu filho que nem sequer nasceu como um grande
problema. A minha amiga está certa em querer ficar longe do seja lá o que
você se tornou — disse Anna, olhando com fúria para mim.
— Anna, deixa que eu falo com o senhor Collins — disse ele,
olhando para a sua namorada. Ela levanta e sai, me deixando a sós com ele.
— Connor. Você, mais do que ninguém, entende os motivos pelo
qual eu tive que me afastar da Emma.
— Jack. Vou falar como um amigo, que se preocupa com você. Pare
de ter medo, seja lá o que você precisa, para ter coragem. A hora é agora.
Quando você lamentou pela Júlia ter escolhido o seu irmão, ao invés de
você, não foi porque ela não tinha atração ou que nunca se sentiu
apaixonada por você. Por diversas vezes, ela lhe deu sinais de que sentia
algo a mais que amizade por você, mas essa sua doença, além de lhe causar
dor, o tornou um homem cego, medroso e hipócrita. Você prefere se apegar
ao fato de que irá morrer do que ter esperanças de um amanhã. Que tipo de
vida você quer que o seu filho e a mulher que você ama tenha? Eles, um dia
serão felizes, com ou sem você na vida deles, pois ambos terão um ao outro
e nada é mais forte que o amor de uma mãe e do seu filho.
— Onde você quer chegar com isso Connor? Acha que eu vou fazê-
los felizes, ao saberem que eu posso morrer a qualquer momento. Que
posso estar com eles em um passeio e ter que sair às pressas para o hospital
por causa dos sintomas da minha doença que vem sem aviso? O que você
quer que eu faça?
— Se você deixar que seu medo do futuro, seja maior que viver o
seu presente, não vale a pena continuar vivendo. Não terá nada do amanhã
que o faça se sentir melhor, já que não valoriza sequer as pessoas que te
amam hoje. Não cometa o mesmo erro duas vezes, a Júlia encontrou o seu
irmão e o esqueceu após saber como é ser amada, respeitada e valorizada.
Não deixe que Emma, faça o mesmo e siga a vida dela sem você. Ela está
indo para o aeroporto. Esteve aqui a pouco e se despediu de nós. Se você a
ama, precisa contar toda a verdade a ela, antes que seja tarde — disse
Connor, me deixando assustado.
Levanto e mando ele ligar o carro, subo até o meu quarto e pego a
aliança que havia comprado para pedi-la em casamento. Saio depressa e
assim que entro no carro, a Anna me olha e diz: — Vamos levar esse babaca
o mais rápido possível para o aeroporto.
— Anna, meu amor, precisa tomar cuidado com o que fala. Ele é o
meu chefe — disse Connor envergonhado.
— Não se preocupe Connor, ela não está mentindo. Eu sou um
babaca.
Connor dirigia como se já estivesse em uma corrida de fórmula um.
Ele parecia realmente querer que eu não perdesse a chance de ter a Emma
de volta em minha vida.
Anna pega o celular e ao que parece liga para Emma. Eu estava
nervoso, apesar de amá-la, fui um babaca como diz a namorada do Connor.
— Emma, não pega o avião.
Emma Soares

— Como assim Anna? O que aconteceu? A Helena está bem?


— A Helena está melhor que nós duas amiga. Eu só peço que
espere. Não entre nesse avião ainda, estamos chegando.
— Está tudo bem Emma? — disse Caleb que estava ao meu lado.
— A minha amiga Anna, ela pediu que eu esperasse. Será que
podemos esperar um pouco Caleb?
— Não se preocupe. Podemos esperar o tempo que for necessário. O
avião sairá quando quisermos.
— O hospital. Quem mandou um avião?
— Na verdade, é sobre isso que gostaria de falar com você mais
cedo. Eu não sou apenas um médico do hospital Forster. Sou o dono de toda
rede de hospitais.
— Isso é sério? Você não parece como os outros.
— Não preciso ser como os outros. Eu não sou o tipo de homem que
precisa exibir tudo que tenho. Alguns dizem que, por eu não nascer de
família rica e poderosa, quando eu estava cursando medicina, a minha
família só tinha apenas um hospital. Quando me formei, busquei ampliar a
rede de hospitais e tudo o que tenho hoje foi graças a colaboração de todos
que trabalham comigo, desde que éramos apenas um único prédio para
hospital de urgência. Você irá amar trabalhar comigo lá, enquanto o nosso
valioso presente não nasce.
— Caleb. Obrigada por tudo o que tem feito por mim e pela minha
bebê. Você sempre fala que ela é um presente valioso para você. Por que diz
isso?
— Quando eu era criança, minha mãe ficou grávida do meu irmão,
minha família estava feliz, mas próximo ao sétimo mês, a minha mãe
acabou tendo um aborto. A perda do meu irmão, destruiu a minha mãe.
Desde aquele dia, eu decidi que me tornaria médico, para salvar bebês e ver
a felicidade no rosto da mãe e de sua família com a chegada de um presente
tão valioso. A vida é tão valiosa, quanto toda riqueza que um homem pode
possuir. Confesso que, quando fiz a especialização em obstetrícia, a cada
parto, sinto a necessidade de me tornar pai.
— Você é um bom homem. Tenho certeza que será um bom pai —
digo envergonhada, ao ver ele me encarando sem tirar os olhos de mim.
— E também serei um bom esposo, quando eu tiver a felicidade de
encontrar uma mulher como você.
— Como eu? — digo tentando me afastar dele que parecia estar se
aproximando cada vez mais.

— Atenciosa, amiga, humilde, linda e extremamente sincera —


disse ele. Em seguida olho para o meu celular e ligo para Anna.
— Emma! — Ouço a voz da Anna, correndo atrás de mim.
— O que aconteceu Anna? — digo enquanto vejo ela ofegante na
minha frente.
— Amiga, me desculpa ter feito você esperar por nada. Boa viagem.
Assim que encontrar o apartamento me diz. Irei passar alguns meses com
você para lhe ajudar com o nosso príncipe.
— Eu achei que fosse algo importante. Você só veio para me dizer
isso? — digo olhando para os lados.
— Me perdoa amiga. Eu só quero que seja feliz — disse Anna,
chorando enquanto me abraçava.
Me despeço dela e saio com o Caleb em direção ao avião. Acabo
olhando pela última vez para trás e vejo a minha amiga parada, chorando ao
me ver caminhando.
— Me perdoa Emma. Eu queria muito que o Jack conseguisse estar
aqui. Queria lhe contar tudo, mas ele me fez prometer que não a fizesse
sofrer — digo em voz alta para mim mesma. Logo pegou um táxi para ir até
o hospital em que o Connor precisou levar o seu chefe às pressas.
O amor é tão complicado. Logo agora que ele estava tão perto, essa
doença vem como um ladrão para roubar dele os bons momentos que
poderia ter ao lado de quem ama.
Meu coração estava apertadinho, querendo contar tudo a Emma.
Que situação. Eu não posso nem contar a verdade, que não me compete,
para a minha melhor amiga.
Capítulo 31

Jack Collins

Acordo sentindo uma dor intensa em meu corpo. Olho para os lados
e vejo que estou em uma cama de hospital. Tento me levantar, mas me sinto
fraco. Sinto náusea e uma dor que me incomodava bastante. Vejo o Connor
com o médico, então digo: — O que houve dessa vez?
—Senhor Collins. Connor lhe trouxe aqui após um episódio de
convulsão, chegando aqui desmaiado.
— Connor e a Emma?
— Eu sinto muito senhor Collins, ela já partiu.
— Descubra para onde ela foi. Iremos para o aeroporto, ligue para o
piloto imediatamente — digo tentando me levantar.
— Senhor Collins. Precisa tomar as medicações. Não há nada que
possa fazer agora. Necessita ao menos se recuperar — respondeu
preocupado. Me levantei e antes que eu começasse a andar em direção a
porta, minhas pernas estavam doloridas. Tive que me sentar novamente e
acabei vomitando. Além da dor, das convulsões, as náuseas agora faziam
parte dos meus sintomas.
— Connor, quero que descubra imediatamente onde está a Emma.
Eu não vou perder ela, não enquanto eu estiver vivo.
Olho para a enfermeira que entra no quarto e coloca uma das
medicações por via intravenosa. Eu peço a ela que me dê um sonífero.
Precisava o mais breve possível ficar bem para me encontrar com Emma.
Sinto os meus olhos pesarem e antes que eu conseguisse ligar para ela,
acabo fechando os olhos sob o efeito do sonífero — Connor? O que faz
aqui? Onde está o seu chefe? — disse Cassie preocupada. Eu precisava
dizer toda a verdade a ela.
— Senhora Collins. Sinto muito ter vindo aqui sem avisar, mas
preciso falar algo.
— Sente-se Connor. Aconteceu algo com o Jack? Ele está bem?
— Sinto muito ter que lhe trazer notícias preocupantes, mas há algo
que o meu chefe vem escondendo da família. Talvez por não querer que
fiquem preocupados com ele, mas eu não me sentiria bem se dessa vez eu
chegasse até a sua casa com uma notícia triste.
— Connor. Diz logo o que está acontecendo. Você está me deixando
nervosa.
— O seu filho vem escondendo, há alguns anos, que também possui
porfiria aguda. Ele estava aparentemente bem a meses atrás, mas algumas
situações na vida dele, tem o feito piorar. Os sintomas atacam o corpo dele,
e no momento ele está muito frágil. Está no hospital. Queria trazer boas
notícias, mas infelizmente o médico me informou que esse momento era a
hora da família saber. Eu acredito que ele não esteja melhorando com as
medicações — digo, enquanto vejo a mãe do Jack chorar.
— Ele suportou todas as dores e nunca me disse nada. Como eu não
percebi que havia algo de errado com o meu filho? Que tipo de mãe eu sou?
Connor eu vou pegar minha bolsa e você irá me levar imediatamente para o
hospital.
Levanto ainda em choque. Vejo a Helena e o Joseph passando,
sorrindo e os dois me olham assustados.

Joseph Collins

— Sogra. O que aconteceu? — disse Helena segurando a mão da


minha mãe.
— Mãe, está tudo bem? Connor, o que faz aqui? Onde está o Jack?
— Ele está no hospital. Jack também tem porfiria Joseph. Estava por
anos sofrendo. Não nos contou nada sobre estar sofrendo da mesma doença
que o seu pai.
Joseph senta no sofá, devastado com a notícia. Assim como eu, ele
não imaginava que o Jack estava passando por tudo isso sozinho, sem nosso
apoio.
— Onde está o Jack? — perguntou Joseph me encarando.
— Ele está no hospital.
— Vamos imediatamente para lá. Helena eu vou pedir ao motorista
para levá-la e vou com minha mãe para o hospital.

Connor Bennet

— Não se preocupe com isso. Eu não vou deixar vocês sozinhos,


irei com vocês — disse Helena abraçando o Joseph e a Cassie.
Connor, a Emma não sabe que o Jack está doente, não é? —
perguntou Helena, enquanto andávamos em direção ao carro.
Naquele momento, eu não podia mais esconder nada. Já tinha
revelado a família do meu chefe sobre um dos segredos dele. Olhei para
Helena e disse: — Ele escondeu dela também, mas estava disposto a ser
sincero. Fomos até o aeroporto e antes que ele descesse do carro, acabou
tendo alguns sintomas e tive que levá-lo ao hospital.
Não demorou muito e chegamos ao hospital. Jack estava no quarto,
dormindo sob o efeito dos medicamentos por via intravenosa.
— Ele parece tão frágil. Passou por tudo isso sozinho por anos, só
para não me ver chorar e me sentir triste. Como eu posso me sentir bem, ao
saber que o meu filho está assim? Ele afastou a Emma da vida dele. Sempre
viajava para esconder de nós seus momentos de crise. Eu me sinto tão triste.
Ficamos aqui por horas, olhando para ele dormindo. Helena tentava
ligar para Emma, ela precisava contar a verdade para sua irmã.
— Sogra. Tem algo que preciso contar, antes que eu consiga falar
com a Emma. Ela me pediu para manter segredo, mas não posso continuar
escondendo depois de tudo o que descobrimos hoje.
— O que houve?
— Ela está grávida. O Jack parecia não concordar com a gestação e
a tratou com indiferença. Ela acabou recebendo uma proposta de emprego
repentina e foi para Chicago.
— Então toda vez que eu a chamava para sair nos últimos dois
meses ela me evitava por causa disso? Por que esconder de mim a gravidez?
— Ela estava envergonhada por Jack não querer o filho e ela não
queria que forçasse ele a aceitar o filho que o mesmo rejeitou.
— Ligue para ela, Jack não faria isso se ele não tivesse bons
motivos. Eu acredito que ele não tinha como suportar a doença e a notícia
de que seria pai, mas ele jamais rejeitaria um filho. Sei que ele ama Emma,
e que nunca teria a levado para me conhecer, se não a amasse.
— Com licença, eu vou ligar para Emma.
Saio do quarto, vou até uma área aberta do hospital e ligo para
Emma. Após insistir algumas vezes, ela atende.

Emma Soares

— Helena, eu estou ocupada. Não é uma boa hora para nos


falarmos. Te ligo mais tarde, tudo bem?
— Emma, não desligue. O Jack está no hospital. No dia que você
viajou, ele chegou a ir para o aeroporto, mas está doente há alguns anos e
estamos aqui no hospital em que ele está internado.
— O Jack vai ficar bem? O que aconteceu? Como ele está?
— Ele está sedado, tem porfiria aguda, uma doença genética, a
mesma que o pai dele tinha.
— Mas o pai dele faleceu com essa doença. Me mande o endereço
do hospital. Vou pegar o primeiro voo para Cambridge.
— Assim que estiver chegando, me liga. Pedirei ao Connor que a
busque.
Desligo a chamada e o Caleb que estava na mesma sala que eu, olha
para mim como se quisesse entender o que estava acontecendo.
— Eu sinto muito, mas preciso viajar para Cambridge agora mesmo.
— O que houve? Primeiro tenta se acalmar, suas mãos estão
tremendo. Não é bom para você e para a bebê que fique assim — disse ele,
pegando um copo e colocando água, assim que me entrega eu bebo um
pouco e respiro profundamente.
— O Jack está no hospital. Eu preciso vê-lo.
— Emma. O que aconteceu? Tem certeza disso?
— Sim. Eu tenho certeza. A minha irmã não mentiria para mim.
Sinto muito Caleb, agradeço pela oportunidade de emprego, por cuidar de
mim e da minha filha quando mais precisei, mas não voltarei, o Jack precisa
de mim.
— É só ele ficar doente que você deixa tudo e vai para ele, mas e
quando você precisou dele, onde ele estava? — disse ele irritado, o que me
deixou incomodada.
— Eu não vou deixar que ele passe por esse momento difícil
sozinho. Não agora que ele precisa de apoio e compreensão. Mesmo que
não mereça, ele continua sendo o homem que eu amo e o pai da minha
filha.
— Você tem razão, vamos para o terraço. O piloto precisa ir para a
filial de Cambridge e pode te levar agora mesmo.
— Obrigada Caleb, por tudo. Não vou esquecer o quanto me ajudou
quando eu mais precisei — digo e logo saio em direção ao terraço, pego o
elevador e entro para ir até o terraço.
Assim que entro no helicóptero, o Caleb estava dentro. Olho para
ele surpresa e digo: — Como chegou antes de mim?
— Vim pelas escadas. Gosto de me exercitar.
Capítulo 32

Emma Soares

Fico em silêncio na viagem. Apesar de não conhecer muito a rota de


Chicago até Cambridge, algo parecia errado. Paramos em um lugar que eu
desconhecia, já que conhecia o aeroporto onde eu teria que estar.
— Onde estamos? Aconteceu algo?
Vejo o Caleb aproximando-se de mim e antes que eu falasse algo ele
me olha e diz: — Emma. Eu sei que você é uma pessoa bondosa e sempre
vê as necessidades dos outros acima das suas, por isso estou lhe protegendo
de si mesma. Não quero que cometa o mesmo erro duas vezes.
— O que você está falando? Caleb o que está fazendo? Eu não gosto
desse tipo de brincadeira. Por favor me solte.
— Você nunca mais verá o pai da sua filha. Eu farei com que se
esqueça dele e você será apenas minha. Sempre te amei e vou ser o melhor
pai que a sua filha terá.
Ele coloca um pano em meu rosto, dou um chute nele e assim que
começo a correr, sinto uma tontura, até que o Caleb toca em mim, me
segurando.
— Não adianta escapar de mim, você agora é minha. Não sabe o
quanto eu tive que esperar para tê-la em minha vida. Jack Collins nunca a
mereceu — digo enquanto olho para ela desmaiada em meus braços.

Acordo com dor de cabeça. Olho para os lados acreditando ter


apenas tido um pesadelo, mas quando olho para um quadro que estava
pendurado na parede fico um pouco assustada.
Tinha uma foto minha com o Caleb, ao que parecia ser nosso
casamento. Eu não consigo entender o que eu estava vendo. Era algo
surreal, estava sendo prisioneira de um homem completamente louco.
O que me deixa intrigada é que a foto não parecia ser uma
montagem, parecia real. Algo que acabou me deixando desnorteada.
Ouço um barulho de chaves abrindo a porta do quarto em que eu
estava, com toda certeza sendo mantida naquele local contra a minha
vontade, Caleb entra sorrindo como se nada estivesse acontecendo, com
uma bandeja em suas mãos.
— Você acordou! Espero que esteja com fome. Trouxe tudo que
gosta meu amor.
— Caleb. Você está enganado. Eu não sou essa mulher. Não sou a
sua esposa. Eu não sei o que está acontecendo, mas isso tudo é um grande
engano.
— Você já viu? Coloquei nosso quadro aí para que pudesse lembrar
de quando você estava feliz ao meu lado. Quando você sofreu o acidente de
carro e esqueceu de tudo que vivemos, decidiu me deixar e foi para o
Brasil, me senti devastado. Não conseguia mais continuar vivendo sem seu
amor, seu toque, sei cheiro. Foi então que a alguns meses atrás a Isabela me
ligou, dizendo que você estava em Cambridge. Fiquei por meses te
observando, descobrindo por que estava com o Jack Collins. Quando voltou
comigo para Chicago, achei que teria a oportunidade de tê-la novamente.
Estava disposto a tudo, inclusive criar a sua filha, porque ele é um pedaço
de você e não há nada mais valioso que ter você em minha vida — disse ele
tocando em minhas mãos.
Afasto-me dele e então digo: — Eu não sou essa mulher. Nunca
sofri um acidente, nasci no Brasil. É algo assustador o fato dela ser muito
parecida comigo, mas não sou ela. Não sou a sua mulher, precisa acreditar
em mim.
— Calma meu amor. Não quero que fique nervosa. Sei que eu
pareço um estranho, mas não sou. Com o tempo, verá que não a estou
mantendo aqui como prisioneira. Nós somos casados. Você quis ir embora
depois do acidente. Eu nunca a mantive presa a mim, mas agora preciso que
se lembre de mim. Caso tudo o que vivemos volte a sua memória e mesmo
assim não queira continuar comigo, eu te deixarei ir.
— Não posso lembrar de algo que eu não vivi, Caleb. Eu sinto
muito por tudo que passou. É doloroso viver uma vida com quem amamos e
subitamente perdermos o amor de quem nunca deixamos de amar, mas se
esperar para que eu me lembre de você, vou ser sua prisioneira até a minha
morte. Precisa acreditar em mim. Eu não sou a sua esposa. Tem que haver
algo que possa ter certeza de que não sou ela.
Ele me olha confuso. Então vai até às minhas costas e levanta os
meus cabelos. Acredito que ele esteja vendo alguma espécie de marca ou
sinal que a esposa dele deva ter. Assim que ele solta os meus cabelos, joga o
abajur que tinha ao lado da cama no chão, e sai irritado, talvez por ter visto
que não sou a sua esposa.

Helena Soares

Cambridge...

— Joseph, eu estou preocupada. A Emma disse que viria. Depois de


algumas horas mandou mensagem dizendo que pensou melhor e não valia a
pena voltar pelo Jack, que ele não a merece. Só que ela nunca faria isso.
Uma vez quando uma mulher a agrediu pensando que ela era a amante do
esposo dela, a Emma simplesmente não fez nada. Ela apenas perdoou a
mulher pelo erro. Quando fomos despejadas uma vez de um apartamento,
meses depois ela ajudou o dono do prédio a arrecadar dinheiro com todos os
moradores para ele conseguir pagar a hipoteca atrasada. Eu poderia citar
muitos gestos que ela fez com pessoas que não mereciam, mas ela fez por
respeito e carinho. Ela ama o Jack. Então não consigo entender por que ela
mandou essa mensagem. Estou tentando ligar para ela, mas só está dando
na caixa postal, e estou aflita.

— Podemos ir até Chicago, se isso fizer você se sentir melhor meu


amor.
— Podemos mesmo? E se o seu irmão acordar?
— Com certeza meu irmão irá preferir ver o rosto da mulher que ele
ama do que o meu. Então vamos buscá-la.
— Obrigada Joseph, mas e o Clark?
— Ele está bem. O mordomo está cuidando dele. Assim que
voltarmos, verei como meu irmão está e podemos voltar para casa, para
ficar com o Clark. Ele sente mais a sua falta do que a minha.
— Seu bobo, ele te ama muito. Só que eu sou uma novidade para ele
e crianças amam o novo.
— Ele tem bom gosto. Sabe como você é única, linda e o quanto é
verdadeira com ele. Meu filho sabe o quanto você o ama. Eu com toda
certeza vejo em seus olhos quando o vê.
— E o que você vê através dos meus olhos quando eu olho para
você? — digo o abraçando.
— O que eu vejo? Uma linda mulher, carinhosa, espontânea,
sincera. Que luta pelos sonhos e por quem ama, mas acima de tudo, que
tornou a minha vida e a vida do nosso príncipe, feliz. Confesso que não tem
sido fácil. Vejo como algumas pessoas olham quando vou buscá-la após as
suas aulas, devem achar que sou o seu pai.
— Todos sabem que você é o meu namorado. Eu não bobo de deixar
as mulheres ficarem pensando que tem alguma chance com você.
Ele sorri para mim, me beija e estava cada vez mais difícil continuar
apenas nos beijos com ele. Eles estavam ficando cada vez mais intensos e
eu me sentia preparada para a qualquer momento perder a virgindade com o
Joseph.
Estávamos no carro, em direção ao aeroporto, quando ele para o
beijo me afastando dele.
— Helena, preciso que seja menos intensa. Sou homem e por mais
que eu me controle, sinto desejos que não quero ter que vivenciá-los ainda.
— E por que não quer? Somos namorados. Se for pelo fato de que
sou virgem, isso não pode ser um empecilho. Afinal não há outro homem
que eu queira e isso vai acontecer.
— Não vamos falar sobre isso agora — disse ele abrindo a porta do
carro, em frente ao aeroporto.
Ele abre novamente a porta e entra. Agora parecia triste. Não estava
mais com aquele sorriso espontâneo. Finalmente ele percebeu que eu não
sou a mulher dele.
— Emma. Eu sei que você não se lembra do que vivemos, mas eu
não tenho dúvidas de que você é a minha mulher.
— Eu só posso estar em um pesadelo. Como você pode ter certeza
de algo que nunca aconteceu? Caleb você é um bom homem e precisa fazer
o que é certo. Não pode permitir que o seu amor pela sua mulher o cegue da
verdade. Eu não posso te amar. Estou grávida do homem que amo. Você não
pode me manter aqui, só para alimentar a sua lembrança da vida que tinha
com a sua mulher. Isso não é o que a sua mulher gostaria. Já pensou na
possibilidade de que ela está em algum lugar, procurando por você? Não
deixe que sua necessidade seja maior que a coisa certa a se fazer.
Ele olha para mim chorando, me abraça e sussurra no meu ouvido:
— Eu não posso deixá-la ir, senão eu não terei motivos para continuar
vivendo.
Capítulo 33

Emma Soares

Empurro ele para longe de mim com todas as minhas forças e acabo
deixando que as lágrimas percorram a minha face.
— Eu não vou fazer o que quer. Não vou fingir ser sua esposa.
Nunca farei isso.
— Emma. Acho que você não entendeu. Não está aqui para fazer o
que quer, mas o que eu quero.
Ele aproxima-se de mim e toca em meus braços, eu cuspo nele, o
deixando irritado.
— Para o seu próprio bem, é melhor que não me desafie.
— Você pode estar cego de amor por sua esposa, mas talvez o que te
deixou desse jeito foi a forma como você a tratou. Mesmo que eu perdesse a
memória, não iria querer ficar com um homem como você. Por isso ela
provavelmente fugiu, seu louco.
Ele levanta a mão para mim e antes que eu pudesse me esquivar,
sinto o meu rosto arder com o soco que ele dá na minha bochecha.
— Emma. Eu sinto muito. Você me deixou irritado. Eu não queria
ter feito isso.
Cuspo sangue e olho para ele furiosa, pego a bandeja que estava na
cama e jogo nele. Saio pegando tudo o que eu posso e jogo nesse monstro.
— Fique longe de mim! — grito enquanto o vejo sair do quarto.
Vou até o banheiro, que ficava no quarto, olho no espelho e lavo o
meu rosto, minha boca que ainda sangrava e ao ver a minha imagem
refletida no espelho novamente eu choro.
Estar presa em um lugar desconhecido, com um homem que não
consegue controlar seus impulsos, grávida e pensando no Jack que está no
hospital, me deixa completamente desnorteada. Eu não posso sequer ter
notícias dele. Pela primeira vez senti medo de não conseguir enxergar o
meu futuro, mas eu precisava fazer algo para sair desse lugar.

— Isabela. Você me enganou. Emma não é a Manuela.


— Caleb, como você é patético. Esqueceu que você deixou a
Manuela entre a vida e a morte na porta de um hospital? A mamãe tinha
razão sobre eu ter procurado um hospital psiquiátrico para você. Não
deveria ter acreditado que mudaria maninho.
— Eu não sou louco. Você está me ouvindo — disse ele furioso,
segurando os meus braços.
— Me solte agora Caleb — grito, irritada com ele.
Assim que ele me solta, sento no sofá e ele senta ao meu lado,
nervoso, como se fosse ter um dos seus surtos.
— A Manuela não pode estar morta Isabela. Eu sei que ela está viva.
— Como pode ter certeza que a Emma que está lá em cima não é a
sua esposa?
— A Manuela acabou se machucando após cair do cavalo e ficou
com uma marca na sua nuca.
— No caso, o cavalo que ela caiu, foi você que deu um coice nela
não foi? Sinceramente irmão, acho que você precisa parar com essa
obsessão pela Manuela. Ainda bem que ela fugiu de você, pois talvez o
único lugar que você a veria hoje seria em um túmulo. O que você vai fazer
com a Emma?
— Eu amo a Manuela. A Emma pode talvez ser a irmã dela, mas
não é a mulher que eu amo. Mesmo que as duas sejam muito parecidas, eu
não consigo manter uma mulher grávida aprisionada.
— Você melhor do que ninguém sabe como cuidar de uma mulher
grávida, ou comprou o seu diploma por acaso?
— Mas não sei se posso mantê-la aqui. Ela não é o tipo de mulher
que me ajudaria a controlar minha raiva. Eu bati nela a pouco. Me sinto
culpado por ter machucado uma mulher grávida. Prometi a mim mesmo que
não iria mais bater em nenhuma mulher.
— Você já bateu nela? Nossa Caleb. Como não consegue controlar
os seus impulsos? — Me levanto e pego a chave do quarto em que Emma
está presa.
— Onde você está indo?
—Vou levar gelo para ela e uma pomada. Vai deixar que ela fique
com um hematoma?
Ele me olha envergonhado e eu continuo andando até o quarto, abro
a porta e assim que entro, a vejo deitada na cama. Como se estivesse
amedrontada, ela sequer olha para mim, encolhe seu corpo e o cobre com
um lençol.
Vou até ela e puxo o lençol, a encaro. Vejo o seu rosto vermelho,
devia estar doendo bastante.
— Me desculpe pelo meu irmão. Ele não sabe se controlar. Acho
que por ter sido muito mimado quando era pequeno, acabou se tornado um
homem agressivo com o passar dos anos.
— Eu te conheço de algum lugar? — digo enquanto encaro a mulher
loira, que parecia não ser uma estranha para mim.
—Talvez tenha me visto perto da mansão do senhor Collins. Sou
vizinha dele.
— Claro. Você é a ex submissa do Jack.
— E quanto a você? O que se tornou dele? A atual submissa? —
disse enquanto sentava na cama.
— Já fui um dia, hoje não sou mais.
— Mas você o ama, não é? Ele até contou a você sobre mim, mas
ele também lhe contou sobre estar esses últimos meses transando comigo,
enquanto você estava lá naquela mansão sozinha, esperando que ele fosse
aceitar esse filho que você está esperando?
— Acho que você deve ter se apaixonado por ele. Por isso está
mentindo para mim, sobre ele ter transado com você, pois sabe muito bem,
já que foi submissa dele, que ele não transa, ele fode, foi aí que você acabou
se entregando querida.
— Acha que estou mentindo? Você não é boa em descobrir a
verdade, Jack esconde de você muito mais do que possa imaginar, por isso
não tenha tanta confiança em si mesma Emma.
— Parece que não foi só seu irmão que foi bastante mimado.
— Pensei em te tirar daqui, mas acho que o Jack irá gostar de saber
que a mãe do filho dele já está com outro homem. Afinal ele não sabia o
que fazer com você, desde que ele descobriu sobre a sua gravidez.
Ela sabia como tocar na minha ferida. Jack se afastou de mim desde
que descobriu a gravidez. Parecia saber mais sobre ele do que eu mesma
pudesse no tempo em que estivemos juntos.
— Jack está doente. Ele só se afastou de mim por medo. Tem medo
de não ter um futuro com nosso filho. Quanto ao seu joguinho, acho melhor
você tentar desistir, eu não caio na sua armadilha. Já lidei com muita coisa
nessa vida e não vai ser você ou seu irmão não me darão medo.

Helena Soares
Chicago…
Chegamos no hospital em que Emma está trabalhando desde que
chegou em Chicago e não consigo encontrá-la. Vou até a recepcionista e
pergunto: — Será que poderia me ajudar? A Emma começou a trabalhar
recentemente neste hospital. Eu sou a irmã dela. Poderia me informar se ela
ainda está trabalhando?
Uma enfermeira que passava, me olha e pergunta o que sou dela,
logo digo que somos irmãs. Ela me chama para ir até a cafeteria do hospital,
Joseph fica me aguardando na recepção.
— A sua irmã saiu hoje pela manhã, só que não saiu do hospital. Ela
subiu, acredito que eu, que deve ter ido para o terraço, o doutor Caleb saiu
da sala dele assim que ela pegou o elevador. Ele viajou com o helicóptero
do hospital.
— Como posso entrar em contato com o doutor Caleb? Teria como
conseguir o contato dele?
— Ele não é o tipo de homem que conversa com as enfermeiras. É
um homem muito reservado. Eu não tenho como ajudá-la com isso.
— Obrigada mesmo assim — digo me levantando e indo até a
recepção.
— Joseph. A Emma não está no hospital desde que eu liguei para
ela. Onde eu vou encontrá-la se não tenho nenhum endereço de onde ela
está morando aqui em Chicago? A enfermeira disse que ela saiu com Caleb.
— Precisamos descobrir onde o Caleb mora. Se descobrirmos onde
ele está, poderemos encontrar a Emma.

Jack Collins

Cambridge, dias depois...

Acordo ainda fraco, mas percebo que não sinto mais dor. Fiquei dias
neste hospital, tentando me recuperar das dores em meu corpo. Apesar de
que, maior que a dor intensa que tive nos últimos dias, a pior delas era a do
arrependimento. Eu deveria ter contado toda a verdade a mulher que eu
amo. Olho para o lado e vejo a minha mãe cochilando, sentada em uma
poltrona ao lado da minha cama, enquanto segurava a minha mão.
Ela abre os seus olhos e assim que me vê, aproxima-se de mim para
dar um abraço.
— O que faz aqui mãe?
— Jack, meu filho. Você esqueceu que tem uma mãe? Como que
fica doente e não me conta nada?
— Onde está o Connor? O que ele falou para a senhora?
— Ele falou tudo. Você não devia ter escondido da sua família isso.
Pode até achar que eu sou uma mulher fraca, mas eu suporto tudo por você
e pelo seu irmão. Me prometa filho, que não irá sofrer sozinho. Sou sua mãe
e quero que possa contar comigo.
Connor entra no quarto, olho para ele e a única coisa que consigo
pensar é na Emma.
— Onde está a Emma, conseguiu encontrá-la?
— Senhor receio que não vai gostar da notícia que descobri. O
detetive encontrou o endereço do Caleb, mas ele está registrado como nosso
vizinho. Quando fomos até lá, fomos recebidos pela Isabela.
— A Isabela? Onde quer chegar com isso? — digo levantando da
cama.
— A Isabela senhor, ela é a irmã do Caleb, mas há mais para
descobrir, do que eu possa lhe dizer. Acho melhor que o senhor veja tudo o
que o detetive conseguiu sobre o Caleb — disse Connor me entregando
uma pasta. Assim que abro, vejo fotos do casamento onde a Emma estava
com ele. Não consigo entender tudo o que vejo, até o Connor me mostrar
um laudo médico, de uma mulher chamada Manuela que parecia ser a
Emma.
— O que significa isso? — pergunto ao Connor confuso.
— A Emma tem uma irmã gêmea. Quando o detetive mostrou fotos
do Caleb com ela, mostrei a Helena que disse que a irmã não estava nos
Estados Unidos na época. Ela até conseguiu mostrar fotos da formatura da
irmã, do dia seguinte ao dia, que o Caleb e a irmã gêmea da Emma casaram.
Pego minhas roupas e vou até o banheiro me trocar. Minha mãe me
puxa dizendo que devo descansar e me recuperar, mas eu não vou ficar nem
mais um dia deitado nessa cama de hospital, enquanto que a mulher que eu
amo e o meu filho, podem estar em perigo.
Capítulo 34

Jack Collins

Assim que troco de roupa, saio com o Connor e minha mãe até o
nosso residencial. Assim que chego, vou até a casa da Isabela que comprou
uma ao lado da minha apenas para tentar me seduzir e ameaçar.
Assim que ela abre a porta eu a puxo até o sofá e jogo seu corpo
contra ele.
— Senti falta disso senhor Collins — ela se ajoelha diante de mim e
coloca um dedo em sua boca.
— Eu não estou aqui para lhe dar prazer sua louca. Quero que me
diga agora onde está o seu irmão. Ele não vai ficar com a minha mulher e
meu filho.
— Se quer tanto a sua atual submissa de volta, vai ter que me dar
prazer antes. O quanto você quer a Emma?
— Eu não vou foder com você sua ninfomaníaca. Acha que só você
sabe dos meus segredos?
— Você descobriu que sou viciada em sexo, mas não consegue
encontrar a Emma. Se quer tanto aquela mulher terá que foder comigo.
Tiro o meu cinto e amarro as mãos dela, a jogo no sofá e vejo ela se
contorcer imaginando que eu irei fazer o que ela tanto quer.
— Diga onde a Emma está! — sussurro no ouvido dela, a fazendo
suspirar de tesão.
— Ela está na antiga casa em que eu e meu irmão morávamos
quando crianças — ela diz enquanto coloco a minha mão no pescoço dela.
A viro de costas. Ela pede que eu tire a calcinha, mas eu ando em
direção a porta e saio a deixando lá amarrada gritando e chamando por
mim.
— Vamos Connor. Já sei onde a Emma está.
Entro no carro e dessa vez dirijo em direção ao local em que espero
ser onde a Emma está.
Após duas horas dirigindo, chego na casa e não penso sequer em
bater na porta ou tocar a campainha. Derrubo tudo por onde passo e assim
que vejo o Caleb, faço o mesmo com ele e dou um soco no rosto dele.
— Onde está ela? — pergunto ainda o socando sem piedade.
— Senhor Collins. Acho que ela está em um dos quartos lá em cima.
Deixe que eu cuido dele.
Subo as escadas e saio quebrando cada porta que encontro,
chamando por Emma, até que escuto uma voz rouca.
— Jack, eu estou aqui.
— Se afaste da porta Emma — conto até cinco e chuto a porta, a
derrubando. Assim que entro no quarto e a vejo, sinto uma imensa raiva do
Caleb.
— O que ele fez com você? Eu sinto muito Emma. Não devia ter
escondido de você sobre a minha doença. Se eu tivesse sido sincero, você
não estaria passando por isso — digo olhando para ela, que estava com
hematomas nos braços e no rosto. Me sinto culpado por tudo que ela
passou, que me abraça como se tivesse feliz em me ver.
— Jack. Você está aqui? Isso é real? — disse ela chorando ainda
abraçada a mim, que me segurava com força, como se não estivesse
acreditando que eu estava ali.
— Emma, não vou deixar que nada mais aconteça a você e ao nosso
filho — a pego em meus braços e saio com ela de lá, a levando para o
hospital.
Connor entrega o Caleb para a polícia, Isabela havia fugido. Mando
que preparem uma mala para mim e para Emma assim que saio do hospital
com ela. Nostálgico ao ouvir o coração do nosso bebê pela primeira vez;
emocionado e aliviado que ela e nosso filho. Filho não, mas sim uma filha e
elas estão bem.
— Para onde estamos indo? — disse ela com sua cabeça deitada em
meu ombro, que coloca a sua mão entre as minhas pernas e passa a língua
em sua boca, me deixando completamente excitado.
Eu a beijo e digo:
— Emma. Pare com isso. Você precisa se recuperar.
— Jack. Eu senti a sua falta. Pensei que o perderia. Tudo o que eu
mais quero é sentir você.
Eu toco nos lábios dela e a beijo dando leves chupadas em sua boca.
— Eu senti a sua falta. Eu te amo Emma.
Ela parecia loucamente insaciável. Segurava com firmeza enquanto
me acariciava, me fazendo querer parar o carro, tiro a mão dela e a beijo.
— Descanse um pouco. Não falta muito para chegarmos.
Ela deita sua cabeça no meu ombro e então me diz: — Jack. Me
promete que nunca mais esconderá nada de mim.
Olho para ela. Fico em silêncio pensando em como direi a ela, que
sou o escritor J.C? Como direi sobre ter amado a Júlia, a falecida esposa do
meu irmão? Esses eram os únicos segredos que ainda não havia revelado.
Ela olhava para mim, esperando que eu dissesse algo. O carro para e
o motorista abre a porta, saio com ela e digo: — Eu prometo ser sincero.
Eu sabia que não poderia esconder isso dela e estava disposto a
contar tudo. Não posso perdê-la outra vez.
Faziam anos que eu não ia à casa de praia da minha família. Era o
meu lugar preferido, mas acabou também se tornando o da Júlia após casar
com o Joseph. Meu irmão não suportava a ideia de que algum de nós
voltássemos para cá. Talvez por não querer que voltássemos a lembrar dela,
cuidando de cada parte dessa casa, como o seu lar.
Eu tinha boas lembranças do lugar em que passei anos vindo com o
meu pai. Era como se eu pudesse ainda ver aquelas lembranças que foram
apagadas com o passar dos anos pela ausência dele, após a sua morte.
Pego a Emma em meus braços e entro com ela na casa. A levo para
o quarto. Ela puxa a minha camisa social, a rasgando enquanto nos
beijamos. Eu a levo para a cama e toco em sua intimidade, puxo sua
calcinha. Em seguida ela tira o vestido, escuto ela gemer com dor ao ter
passado o vestido por um hematoma que está em seu braço.
Eu sento na cama olhando para o braço dela, preocupado e me
sentindo culpado. Ela me abraça e diz: — Está tudo bem. Logo vou me
recuperar.
Ela era uma mulher forte. A admirava e sentia como se toda a minha
felicidade estivesse diante dos meus olhos. Ela era tudo para mim. Eu não
podia continuar escondendo dela mais nada.
— Emma. Tem coisas que preciso lhe dizer.
— Seja o que for, pode esperar. Eu quero você. Quero sentir você.
Quero que me foda Jack — ela sussurrou em meu ouvido, enquanto abria o
zíper da minha calça. Eu estava alterado, louco para penetrar nela e fazê-la
gemer.

Me levanto e a levo em meus braços até a mesa que tinha na


varanda do quarto. Tiro o seu sutiã delicadamente e abro as pernas dela,
chupo o seu pescoço enquanto encaixo meus dedos na intimidade dela,
sentindo o quanto ela estava excitada e molhadinha. Desço a minha boca até
os seios dela, a deitando na mesa. Sugo seus seios com muita vontade, a
fazendo ter espasmos. Tiro minha mão da intimidade dela e sorvo seu
clitóris. Ela gemia alto, o que me deixava completamente louco. A sugava
com gosto, enquanto pincelava os bicos dos seus seios com vontade.
Capítulo 35

Jack Collins

Ela implorava para que eu a fodesse. Levantei seu corpo e a sentei


na mesa, penetrei ela, e saímos de lá ainda dentro dela, e a levando até a
cama.
Ela me pede para deitar e sobe em cima de mim, cavalgando e
apertando cada vez mais sua intimidade. Estava difícil segurar, eu
permanecia alterado e com muita vontade de gozar. Me seguro o máximo
que posso, mas ela subia e descia cada vez mais rápido, me fazendo gemer
de prazer.
Ela parecia insaciável, mas eu não queria que ela se sentisse exausta.
Não queria que ela se machucasse ou tivesse um sangramento Ela pega um
robe após o nosso sexo, o veste e me entrega outro pedindo que saíamos até
a praia que fica em frente à casa.
Coloco o robe e desço com ela em meus braços. Caminhamos de
mãos dadas naquela noite fria com nossos corpos quentes do prazer que
havíamos tido a pouco tempo atrás. Assim que chegamos perto do mar, ela
deita na areia e eu deito ao lado dela. Olhamos para o céu que parecia ter
sido pintado, com a lua e as estrelas que iluminavam o sorriso dela.
— Jack!
— Sim minha pequena leoa — digo, virando meu corpo de lado,
olhando nos olhos dela.
— Será que a água está gelada?
— Você quer entrar no mar Emma?
Ela levanta e sorri para mim, tira o robe ficando completamente nua
e corre em direção a água do mar, eu faço o mesmo e vou até ela. damos um
mergulho e depois nos olhamos, ela me abraça e eu a beijo.
Ela coloca a minha mão em seus seios e depois encaixa suas pernas
na minha. Fazemos amor ali, enquanto trocamos carícias.
A água estava gelada, mas tudo era intenso e quente com ela.
Saímos do mar e colocamos nossos robes que estavam
completamente sujos de areia.
Ela anda abraçada a mim até a casa. Tomamos banho juntos e
finalmente deitamos e dormimos juntos.

Acordo cedo. Olho para o Jack que ainda dormia. Desço as escadas
para pegar água e levou um susto ao ver diante de mim a mesma mulher
que vi apenas em retratos. Eu não acreditava que era um espírito, ela
parecia real, exceto pelo fato de que eu sabia que ela estava morta. Era isso
que eu acreditava que havia acontecido com a mãe do Clark, esposa do
irmão do Jack.
— Eu devo estar sonhando. Só pode ser isso.
— Quem é você? O que faz na minha casa? — disse Júlia me
encarando. Eu não sabia mais, se era real ou se pela primeira vez, eu estava
em um sonho em que falavam comigo.
Fecho os meus olhos e abro várias vezes. Ela continuava ali, parada,
me encarando.
Ouço Jack perguntar se estou bem enquanto o vejo descer as escadas
e assim que ele me olha. Ainda sem acreditar no que eu estou vendo eu
pergunto: — Você está vendo-a?
Jack tira o seu olhar de mim e assim que olha para a suposta falecida
esposa do Joseph, diz: — Júlia?
Ele parecia tão espantado quanto eu, até que ela se aproxima dele e
o abraça.

— Como você está viva? Eu fui para o seu velório. Meu irmão
chorou e ficou de luto por sua causa. O que realmente aconteceu? — digo e
logo a solto de mim.
— Jack. Eu não podia continuar com uma vida de farsas. Nunca
amei o seu irmão. A única pessoa que sabia que estava viva era a sua mãe.
— A minha mãe? Se você não amava o meu irmão, por que se casou
com ele Júlia? Você teve um filho dele. Fingiu por três anos estar
perdidamente apaixonada por ele. És com certeza uma boa atriz na vida da
minha família.
— Olha, eu vou subir. Acho que vocês têm muito o que falar meu
amor. Com licença — disse Emma, me olhando ainda assustada com toda a
situação.
— Não demoro muito meu amor. Já subo para tomar um banho e
irmos tomar o café da manhã em uma cafeteria que tem aqui próximo —
seguro na cintura dela e a beijo.
Assim que ela sobe, eu sento no sofá e olhando para Júlia. Aponto
para a poltrona que tinha na sala, ela senta e logo começa dizendo: — Você
é casado.
— Ainda não, mas muito em breve serei.
— Jack. O Joseph sempre foi muito atencioso, carinhoso e eu achei
que conseguiria ser feliz com ele, mas assim como você, me enganei.
— Assim como eu? Júlia você deixou seu filho sem mãe desde que
ele nasceu. A minha mãe deve ter um bom motivo para ter deixado que
você fosse embora e ainda sustentasse a mentira de que você estava morta.
— Desde o dia que eu te conheci, me apaixonei por você Jack. Dei
todos os sinais possíveis que uma mulher pode dar. Eu só não tive coragem
de dizer, mas você nunca notou ou talvez fingiu não perceber. Comecei a
me relacionar com o Joseph, acreditando que você iria perceber que eu
estava cometendo um erro, mas quem cometeu o maior dos erros, fui eu. A
sua mãe notou o que eu estava fazendo, me pediu para contar a verdade ao
Joseph, pois ele não merecia ser enganado. Foi então que fiquei grávida e
não podia continuar com a mentira. Apenas após o parto, eu fui para outro
hospital e troquei meu nome com a outra mulher que havia morrido no
parto. Sua mãe me ajudou a sustentar toda mentira e dessa forma, eu
comecei uma nova vida aqui, nessa casa de praia em que ela me deu.
— Eu acreditava que amava você. Achei que por causa da minha
doença, eu fugia desse amor, que na verdade não passou de uma paixão. Me
agarrei nessa possibilidade de que a amava, mas se eu realmente sentisse
por você algo que nunca fui capaz de sentir antes até encontrar a Emma, eu
não teria deixado que se casasse com o meu irmão. Vou sair com Emma
para a cafeteria e depois sairei daqui e encontrarei um hotel. Adeus Júlia.
— Jack. Tem algo que precisa saber.
— Acho que já chega por hoje Júlia. Você me falou muito mais do
que eu posso entender.
— Eu tenho câncer. Talvez mais alguns meses de vida, ou posso
morrer amanhã — disse, segurando o meu braço, enquanto eu subia as
escadas.
— Sinto muito. Aproveite seu pouco tempo de vida, da forma que
passou os últimos anos, fingindo estar morta. Não ouse voltar para a vida da
minha família. Jamais vou deixar que fira os sentimentos do meu irmão e
sobrinho.
— Você realmente ama a Emma?
Viro-me e olhando nos olhos dela, digo: — Um dia da minha vida
sem a presença dela é como o céu sem sol em plena manhã. Ela é tudo o
que eu mais busquei em uma mulher. Estive com muitas mulheres, mas
desde que a conheci, não há um só dia que não seja iluminado quando eu
acordo ao lado dela Ela solta o meu braço e continuo subindo as escadas.
Assim que entro no quarto, vou rapidamente em direção a Emma, que
estava sentada na varanda, de frente para o mar. Coloco a minha mão no
ombro dela e segurando sua mão a ajudo a levantar.
Toco em sua barriga e depois a beijo com muito desejo. Ela era
incrível e exalava calmaria.
A olho nos seus olhos castanhos e ela fixa seu olhar em direção ao
mar. Ficamos por alguns minutos ali, abraçados.
— Sabe o que esse mar e meu amor por você tem em comum?
— Ele é real? — diz ela, com um sorriso largo e um brilho intenso
em seu olhar.
— Ele é incapaz de ser medido. É como o amor que eu sinto por
você Emma.
— O que deu em você? Não conhecia esse seu lado romântico,
calmo e sereno.

— Isso é culpa sua. Me fez acreditar que o amor não é para os


fracos, apesar de não saber se teremos um longo futuro. Quero estar ao seu
lado. Não consigo mais acordar para o amanhã, sem saber se terei o meu
sol, ao meu lado da minha cama assim que eu despertar.
— Jack. Sei que passamos por muitas coisas, em tão pouco tempo,
mas quero que saiba que sou grata a Deus por tê-lo em minha vida. Ele me
trouxe o homem, que mesmo com todas imperfeições, me traz felicidade.
Estar em seus braços, sentir seu toque e ter esperanças de que não importa o
que aconteça no futuro, eu sempre te amarei.
— Emma. Eu sou seu, mas preciso que saiba que, por anos fui
aquele escritor que você tanto admira. Buscando o amor entre os prazeres
da carne. Escondendo de mim mesmo, fingindo viver como um homem que
sofria a perda de um amor, que na verdade, foi apenas uma ilusão. Esperei
por você, enquanto me alimentava de arrogância e luxúria, mas a encontrei,
e desde que descobri que eu a amo, ouço a melodia de uma orquestra ao
sentir o meu coração diante da sua presença, que é formado por uma única
plateia, criada para você. Eu sou seu, sou seu amor. Toda a minha face se
volta a sua. Quando me encontro diante de você, cada dia distante de você
me vejo, em um poço escuro.
Seus olhos estavam fitando os meus. Suas lágrimas se desviavam
em sua face que apresentava um sorriso largo, capaz de limpar a minha
mente e cortar os meus pensamentos. Suas bochechas ficaram rosadas.
Retribui com um sorriso e pela primeira vez também derramei lágrimas de
felicidade.
Capítulo 36

Jack Collins

Enxuguei o rosto dela e assim que me arrumei, saímos até a


cafeteria. Assim que chegamos, sou surpreendido pela Júlia, que veio até a
nossa mesa nos atender.
Emma pediu uma xícara de chocolate e algumas fatias de bolo, em
seguida ela acabou levantando.
— O que houve, meu amor? — disse levantando com ela.
— Eu só preciso ir ao toalete. Já volto.
Jack parecia um novo homem. Eu estava amando cada parte nova
que ele escondia. Lavo as minhas mãos e logo vejo através do reflexo no
espelho que estava na minha frente a Júlia entrando.

Emma Soares

— Você é bastante inteligente! — disse ela parada, me encarando.


Olho para ela e então digo: — Devo levar isso como um elogio?
— Claro! Eu não estou sendo sarcástica— ela falava com sarcasmo.
— Então, muito obrigado. Realmente eu sou inteligente, mas isso
não precisa ser dito. Afinal eu já sei.

— É do Jack? — ela apontou para a minha barriga.


— Achei que fosse inteligente também, mas tudo bem! Irei dizer o
óbvio. Estou esperando uma filha do Jack. Agora com licença. Tanto eu,
quanto a minha bebê, estou faminta.
— Espera! Tem algo que preciso lhe perguntar.
Respiro profundamente e volto a fixar meu olhar nela.
— Sim?
— O meu filho, ele sente a minha falta?
— Eu posso ser sincera? Quer dizer se me perguntou, quer ouvir,
não é? Como o Clark pode sentir falta de algo que nunca teve? Ele sente a
necessidade, é claro, do carinho, afeto e amor de uma mãe, mas ele nunca a
viu. Você sentiria falta de uma pessoa que nunca conheceu?
Ela fica em silêncio e saio de lá. Voltando para a mesa, bebo um
pouco do chocolate e vou pegando um pequeno pedaço de cada bolo que
pedi.
Ele me olhava com carinho. Eu me sentia segura e amada, como
nunca me senti. Pela primeira vez, eu sabia como era a experiência de
iniciar uma família. Perdi meus pais, meus avós, e por um bom tempo, só
tive a minha irmã, e hoje, sentada de frente para o homem que me deu o que
eu sonhava possuir, posso ter certeza da frase, que a minha avó dizia, uma
família, mesmo que pequena, é a maior das riquezas que uma pessoa pode
possuir.
O final de semana foi incrível. Assim que chegamos, fui até a casa
do Joseph. Eu estava ansiosa para ver a Helena.

— Vocês finalmente chegaram — disse Joseph, ao nos ver entrando.


— Onde está a Helena? — perguntei ansiosa para vê-la e abraçá-la.
— Estou aqui Emma — ouço a voz dela, enquanto descia as escadas
com o Clark em seus braços.
Naquele momento me lembrei da Júlia, e me senti aliviada por Clark
estar feliz. Ele era um menino amável e carinhoso.

Helena e Clark me abraçam. Logo ele olha para minha barriga e diz:
— Titia, vai ter um bebê?
— Sim Clark, a sua prima — digo o colocando em meus braços.
— Emma não segura o Clark. Não quero que faça esforço — Jack
aproxima-se de mim e coloca o Clark em seu colo.
Abraço a minha irmã novamente e a Cassie aparece. Jack solta o
Clark e vai até sua mãe a levando para fora da mansão. Eu sabia que ele iria
confrontá-la por saber sobre a Júlia. Só não imaginava que seria assim que a
visse.
— O que é isso meu filho? Como você sai me puxando para fora de
casa. Acaso ficou louco?
— Não tanto como a senhora mãe. Como consegue olhar nos olhos
do Joseph e do Clark e fingir por anos que a Júlia estava morta?
— O que você está dizendo Jack? — ela tenta disfarçar e continuar
com sua mentira.
— Eu estava na casa de praia mãe. Já sei que a Júlia está viva.
— Jack. É melhor ver meu filho sofrer, acreditando que a sua
mulher faleceu, do que ter que vê-lo sofrer por saber que foi enganado por
anos, ao lado de uma mulher que desejava o irmão dele.
— Espero que ela não venha até aqui para estragar a vida dele, pois
se ela contar a verdade que a senhora sabia sobre ela estar viva, o Joseph
não vai lhe perdoar.
Capítulo 37

Jack Collins

— Jack, meu filho. Eu não me arrependo de nada do que eu fiz. Ela


tentou destruir nossas vidas. O laço de união, que você e seu irmão tinham
quando a conheceu, ainda de luto pelo seu pai. Tanto você quanto o Joseph
ficaram cegos por ela. Viram nela uma fragilidade e dor que também
compartilhavam. Ela, uma mulher bonita, sem pais, vulnerável, ela nos
enfeitiçou. Agarramos a ideia de que poderíamos ser uma família para ela,
mas a partir do momento que descobri o jogo da Júlia, não deixei ela com
escolhas. Acha que eu não quis contar, por várias, vezes a verdade a você e
ao seu irmão?
— Mãe. Eu não posso permitir que continue escondendo isso de
Joseph. Se ela aparecer, vai destruir as nossas vidas, pois não posso confiar
em uma mulher que não tem sequer amor pelo próprio filho, ou tem algo a
mais está escondendo de mim? Se for esse o caso, quero que me fale agora.
— A Júlia pensou em contar tudo a você. Ela não queria continuar
com a farsa, mas descobriu a gravidez e eu insisti para que ela tivesse o
bebê. Não queria deixar o seu filho. iria tentar apaixonar-se pelo seu irmão,
mas quando a levei para uma consulta com o obstetra da família,
descobrimos que ela estava com câncer. Ainda tinha chances de não ser
maligno, mas após todas consultas, opiniões médicas, ela não teve bons
resultados. Teria chances maiores, se não fosse pela gestação. Escolheu não
interromper a gravidez. Então não fale que ela não tem amor ao filho, que
escolheu ter pouco tempo de vida, para dar a chance do seu filho sobreviver,
do que ela abortar o Clark e ter a chance de se curar. Essa é a verdade que
ela me pediu para nunca contar a você e ao Joseph. Quando a Júlia forjou
sua morte, foi pensando nela e em toda dor que sentiria ao ver seu filho que
iria crescer sem ela.
Joseph estava ao longe, no jardim, com Clark e Helena, eles
pareciam felizes e foi naquele momento que eu entendi que a Júlia pensou
na felicidade deles. Na vida que eles estariam tendo agora se estivessem ao
lado dela.
— Mãe. Preciso que cuide da Emma. Tenho que fazer algo — digo
indo em direção ao carro.
— Jack? Aonde está indo? — ouço a voz de Emma, gritando e
andando em direção ao carro. Espero ela aproximar para que possa entender
o que preciso fazer.
— Emma. Prometo chegar a tempo para o parto da nossa filha. Eu
não queria estar longe de você agora, mas tem algo que preciso fazer e não
posso adiar — digo, enquanto ela me olha, segurando as minhas mãos.
— Jack, se cuida. Leva o tempo que for preciso, mas não me deixe
ter o nosso filho, sozinha. Me liga e tome cuidado. Espero que o que precisa
fazer, seja breve e possa voltar logo para nossa família.
Saio do carro, abaixo-me e beijo a sua barriga. Em seguida, olho
para ela que exibia um sorriso largo, mas chorava deixando as lágrimas
tocarem em suas bochechas rosadas.
— Amo vocês. Até breve.
A beijo e em seguida entro no carro. Enquanto dirijo, olho pelo
retrovisor, a mulher que eu amo, tocando em sua barriga e olhando o meu
carro se distanciar dela.
Após algumas horas dirigindo chego a casa de praia. Não vejo a
Júlia, então vou até a cafeteria, onde ela trabalha.
— Com licença, poderia chamar a Júlia?
— A senhorita Júlia não vem ao café dia de hoje. Ela deve estar na
praia. Hoje é o dia da folga dela — disse uma das garçonetes.
Vou até a praia e começo a andar, até que vejo ao longe uma mulher
entrando cada vez mais no mar. Corro em direção a ela, e assim que consigo
tirar ela de lá, olho para ela e vejo que está acordando. Então notei que ela
usava uma peruca e seu corpo era tão leve que eu conseguia ver os seus
ossos.
— Jack? É você? — Ela parecia não acreditar que eu estivesse ali
com ela.
Eu a peguei e a levei em meus braços até a casa de praia. Ela subiu
até o quarto dela e tentou ficar seca. Fui até um dos quartos vazios e me
sequei. Peguei uma toalha e encontrei um robe com as iniciais do meu pai.
Coloco as mãos no bolso e lembro-me dele. Dentro de um deles havia um
pedaço de papel, pego-o e abro, logo leio o que ele havia escrito.
"Uma vida não pode ser medida pelo tempo, por isso é melhor
dedicar e usar cada segundo com quem ama. Afinal o amanhã pode nos ser
dado ou tirado, mas jamais apagará as lembranças das pessoas que amamos
e nos amam.
Ouço algumas batidas na porta, guardo o papel novamente e saio do
quarto. Júlia estava na porta, ela olha para mim, cruza os seus braços e
pergunta: — O que está fazendo aqui Jack?
— Quando sai daqui a última vez, tinha certeza que para mim era
uma mulher morta. Quis culpar a minha mãe, por guardar o seu segredo,
mas estava cego pela raiva. Você deveria ter me contado sobre tudo.
— Eu já estou morta para todos. Não adiantaria tocar em um
segredo do meu passado se eu não tenho um futuro.
— Um desejo. Vou lhe conceder um. O que mais você quer nesta
vida?
— Não posso pedir a você a única coisa que eu quero.
— Seja o que for, irei realizar. Então diga o que quer.
— Ver o meu filho!
— É isso o que quer? Você se contentaria em vê-lo mesmo que de
longe?
— Sim. Eu só quero isso. Não quero que ele me veja.
— Prepare uma mala, iremos daqui a pouco. Só preciso me trocar
— digo, enquanto subo as escadas. Entro no quarto e encontro algumas
peças de roupas que foram do meu pai. Coloco uma bermuda e camisa e
saio.
No caminho ela parecia ansiosa. Suas mãos não paravam de tocar
uma na outra. Usava uma peruca loira. Talvez para parecer irreconhecível,
já que sempre teve cabelos escuros.
Assim que chego a deixo em um hotel para que no dia seguinte ela
vá até o parque próximo a mansão. Vou até a casa do Joseph e convido o
Clark para jantar em uma pizzaria comigo e a Emma.
Joseph fica intrigado com meu pedido repentino. Nunca fui de sair
com meu sobrinho sem que ele fosse também, mas Emma acaba o
convencendo dizendo que precisa me ver em ação cuidando de uma criança.
Capítulo 38

Jack Collins

Clark estava animado, pela primeira vez ele iria dormir na minha
casa. Emma ainda não sabia sobre os meus planos, mas acabou me
ajudando. Talvez ela soubesse, ou apenas estivesse feliz, por me ver no
mesmo dia que lhe disse que talvez demorasse para voltar.
— Emma. Tenho que lhe dizer algo — meu celular toca e era a
Júlia. Ela parecia obstinada e me pedia que deixasse que ela visse o seu
filho naquela noite.
— Iremos para uma pizzaria. Te envio o endereço por mensagem.
Desligo a chamada e envio o endereço para ela, em seguida Emma
me olha e pergunta: — É sobre a Júlia, não é? — disse ela sussurrando
enquanto olhava para o Clark.
— Sim, mas como você sabe? — pergunto intrigado.
— Sua mãe sabia que iria até ela, talvez para tentar ajudá-la. Eu não
sei se é o certo, mas confio em você Jack. Então qual é o plano? — ela
estava radiante e eu sentia vontade de viver. Tinha esperanças para o futuro.
Não queria perder sequer um segundo da minha vida sem ela ao meu lado.
— Apenas realizar um desejo dela — digo sussurrando para ela.
— Que seria ver o filho? — disse ela me encarando.
Balancei a minha cabeça em sinal positivo. Entro no carro com
Clark e Emma e vamos direto para a pizzaria. Assim que terminamos de
jantar, olho para o lado da minha mesa e lá estava Júlia, sozinha, comendo
uma pizza enquanto aproveitava cada segundo daquela noite. Ao ver e ouvir
a voz do seu filho, mesmo que em uma outra mesa, ela parecia feliz e ao
mesmo tempo lágrimas desciam em sua face.
Levanto com Emma e Clark e Júlia acaba derrubando algo no chão,
o meu sobrinho rapidamente pega e entrega a ela. Júlia o abraça, Clark
retribui.
Olho para ela, que gesticula um obrigada, sem precisar deixar que
sua voz saísse.
Clark entrega a pequena caixa que Júlia havia derrubado, então ela
diz: — Pode ficar. Nunca se esqueça que um anjo o protege.
— Obrigado senhora. Tio Jack, eu posso ficar? — ele me pergunta,
mostrando um pingente de anjo para mim.
— Pode! — digo e logo saio com Emma e Clark.
Naquela mesma noite o gerente do hotel me liga, informando que a
Júlia havia falecido, enquanto entrava no hotel.
Ela precisava ver o seu filho, abriu mão do seu futuro, para que o
Clark pudesse ter um. Naquela noite, pela primeira vez, eu chorei como um
menino. Desde que meu pai havia morrido, eu nunca consegui derramar
uma lágrima, mas segurando aquele papel e o lendo novamente, em casa, ao
lado da Emma que dormia, tive medo de perdê-la, eu desejava viver como
nunca desejei tanto algo em minha vida.
— O que foi Jack? — pergunto assim que acordo e o vejo sentado
na cama.
Ele não diz nada, parecia distante. Eu o abraço e noto que ele
segurava um pequeno pedaço de papel. Ele vira-se para mim e diz: — Casa
comigo Emma!
Olho para ele confusa. Não parecia ser o tipo de homem que casaria
algum dia.— sinto suas mãos tocarem minhas costas.
— O que aconteceu Jack? Você estava chorando? O que houve?
— A Júlia está morta, o meu pai está morto. Eu não quero passar
mais nenhum dia da minha vida sem que eu possa chamá-la de minha
esposa.
— Jack. Eu preciso ir para o hospital, a minha bolsa acabou de
estourar.
Ele levanta rapidamente e fica desnorteado andando de um lado para
o outro, até que sinto o cheiro forte de xixi nos lençóis.
Começo a dar gargalhadas altas e ele se aproxima de mim, confuso.
— Estava mentindo Emma?
— Eu achei que a bolsa tinha estourado, mas foi apenas minha
bexiga cheia.
— Você fez xixi na cama? — ele dava gargalhadas e eu ficava
envergonhada, apesar de não parar de rir também.
— Eu aceito Jack!
— Devo me preocupar após o casamento? Irei precisar colocar
fraldas em você meu amor?
— Que engraçadinho. Acho que não vou aceitar me casar com você.
— Já aceitou. Não pode mudar de ideia. Você será minha e eu serei
seu para sempre, então não ouse dizer não, eu sei que você me ama.
— É verdade. Eu te amo Jack e amo esse novo homem que se
tornou.
— Isso é totalmente culpa sua Emma. Chegou na minha vida, como
um furacão, derrubando tudo e mudando o que eu precisava para tornar-me
um homem digno do seu amor.
Ela parecia feliz, me beijou e senti sua mão empurrando meu corpo
para o tapete que tinha no quarto.
Ela me deixa ali, enquanto vai até o banheiro tomar um banho, me
levanto e caminho em direção a ela, pego o sabonete e passo delicadamente
pelo seu corpo, ela sente minhas mãos acariciando os seus seios, enquanto
passo a minha barba em seu pescoço, a deixando arrepiada.
Assim que saímos do banho, a levo pro quarto do prazer, deitamos
na cama redonda com teto espelhado e ela me deixa completamente
excitado ao me chupar, a levanto e prendo seus braços na cabeceira da cama
e toco em seu clitóris, a fazendo gemer de prazer, em seguida encaixo
minha intimidade nela e coloco meus dedos em seus lábios enquanto
transamos.
Emma não queria um enorme casamento, os dias foram se passando
e minha mãe organizava com ela, uma pequena cerimônia na igreja. Ela
insistiu para que não tivesse uma festa, preferiu apenas um jantar em
família com poucos amigos.
A cada dia ela estava mais iluminada. Faltavam poucas semanas
para a nossa filha nascer. Eu nunca me vi em um terno para meu casamento,
mas aqui estou eu, provando um terno para no final de semana me casar.
— Como estou? — Joseph perguntou, enquanto olhava para o
espelho.
— Está parecendo que quem irá se casar será você. Achei que seu
terno seria azul marinho — digo intrigado.
— Esse terno é para uma outra ocasião. Não é para o seu casamento.
— Já está pensando em pedir a Helena em casamento?
— Sim! Hoje irei buscá-la na universidade e irei fazer o pedido. Em
seguida iremos para o hotel fazenda da nossa família — disse ele, logo pego
da minha carteira camisinhas e o entrego.
— O que significa isso Jack?
— Não engravide a irmã da Emma antes dela terminar o curso.

Joseph Collins

Pego da mão dele alguns preservativos e coloco no meu bolso da


calça que estava no provador.
Assim que saio de lá, passo na empresa e depois vou buscar Helena.
Ela estava conversando com uma amiga quando cheguei, e se despede da
moça que estava com ela e assim que entra no carro diz: — Onde está o
Clark?
— Ele está na casa do Jack. Essa noite seremos só nós dois.
— Iremos jantar fora? — Helena me pergunta curiosa.
— Não. Iremos passar a noite fora.
— E como só me diz agora Joseph? Eu não trouxe nada.
— Não se preocupe. A Emma me ajudou com isso. Ela fez uma
pequena mala para você.
No caminho pude notar que ela estava nervosa. Seguro em sua mão
e digo: — Fique calma. Eu não estou pensando em tirar a sua virgindade
esta noite.
Capítulo 39

Helena Soares

— Joseph. Apenas vamos viver o momento. Eu estou ansiosa por


esse momento. Quero você. Então não pensa no que vai ou não acontecer.
Apenas vamos deixar acontecer.
— Tudo bem, mas quero que saiba que não faria nada que não
quisesse. Sei que somos namorados. Que sou homem, mas eu te amo
Helena e não vou fazer nada que a deixe desconfortável. O meu interesse
nesta pequena viagem a sós, é para passarmos um tempo de qualidade
juntos. Apenas nós dois.
Assim que chegamos, fico encantada com o lugar. Era incrivelmente
lindo. Joseph me olhava de uma maneira que me deixava constrangida.
Alguns funcionários nos cumprimentam, o que me leva a acreditar que ele
parece ser o dono daquela fazenda.
Assim que paramos na recepção, logo vejo a placa com Collins
hotel fazenda. Claro, o que ele não teria? Ele pega as chaves e um dos
funcionários leva nossas duas pequenas malas.
Andamos lentamente, de mãos dadas, até um lindo chalé. Assim que
entro fico surpresa. O chão do chalé estava totalmente coberto por pétalas
de rosas. Tudo parecia tão lindo e romântico. Beijei Joseph e ele me levou
até a cama. Meu corpo estava quente, estava nervosa, mas eu queria estar
ali. Viver cada minuto e aproveitar cada segundo com ele. Me sentia
preparada para perder a minha virgindade.
Tiro o meu vestido e ele me olha.
— Eu preciso cuidar de algumas coisas. Toma um banho e se veste,
que nos encontramos daqui a pouco, tudo bem?
Desvio o meu olhar, envergonhada. Ele me dá um selinho sem nem
sequer olhar para o meu corpo e sai.
Pego a minha mala, assim que abro vejo um vestido longo azul
marinho, ele era novo, ainda estava com a etiqueta. Não entendo o motivo
da Emma ter colocado ele. Começo a imaginar mil motivos. Então decido
tomar um banho, em seguida o visto.
Assim que Joseph chega, eu saio do quarto e ele me olha da cabeça
aos pés.
Sinto as suas mãos tocarem as minhas costas nuas, ele sorri para
mim e logo diz: — Você está linda Helena.
— Obrigada Joseph. Você também está lindo com esse terno.
— Espero que esteja com fome — saímos em direção ao jardim,
estava escuro, até que começamos a andar por um caminho repleto de luzes.
Joseph parecia nervoso. Suas mãos estavam suando, ele sempre soltava a
minha mão para secar as suas, até que olho em minha direção um lindo
coração com a frase: Você quer se casar comigo em inglês.
Olho para o Joseph que já estava ajoelhado com uma pequena caixa
aberta em suas mãos.
— Helena. Existem muitas diferenças entre nós dois, a começar pela
nossa idade, mas você entrou em minha vida e tornou-se a pessoa preferida
do meu filho em tão pouco tempo, até que parei de mentir para mim mesmo
que você é a minha pessoa preferida. Eu quero você ao meu lado. Quero
ouvir meu filho te chamar de mãe e eu poder falar ao te olhar que és a
minha mulher, a minha esposa. Não achei que iria ser feliz novamente ou
capaz de construir a felicidade ao lado de outra mulher, que não fosse a
minha falecida esposa, mas tudo com você é único, é emocionante e
especial. Eu te amo, e por isso, não quero perder a oportunidade de lhe
pedir que seja a minha esposa, você aceita?
— Sim! É claro que aceito — digo enquanto o vejo colocar a aliança
em meu dedo.
Ele levantou e fomos até a mesa que tinha no jardim, jantamos e
assim que voltamos para a cabana, ele me beijou. Eu tirei a sua gravata e
comecei a desabotoar a camisa social dele.
Começo a ficar com muito tesão e vou o tocando. Só de sentir seu
corpo junto ao meu, começo a gemer. Parece que não estou respondendo a
minha consciência. Eu queria ele. Meu coração batia acelerado. Ele me
pega, levanta o meu corpo e continuamos nos beijando. Sinto suas mãos
tocarem em minha cintura, puxando o meu vestido longo. O ajudo a tirar o
meu vestido e ele desce as duas alças do meu sutiã com delicadeza,
enquanto beija o meu pescoço.
Joseph me olhava, com um olhar safado, e vindo em direção aos
meus seios, ele parecia não resistir mais a mim.

Ele chupava os meus seios me deixando excitada. Eu sentia um


prazer indescritível. Podia sentir que ele estava alterado, assim que toquei
na calça dele. Respirei profundamente e abri o zíper dele. Já estava ficando
louca de prazer só com as provocações dele, até que sussurro em seu
ouvido: — Joseph. Eu quero você!
Eu não resisti a aquele pedido. Peguei ela e deitamos na minha
cama, continuando nossos beijos e já estávamos entregues um ao outro.
Tinha cada parte do seu corpo, em meus braços, como se eu estivesse
faminto e sua intimidade estava toda molhadinha. Beijo o seu corpo até
descer até seus lábios internos. A chupo fazendo-a se contorcer, enquanto
seguro os seus seios deliciosos.

Sinto seu cheiro e vejo que ela já estava totalmente entregue e


arrepiada. Então olho para ela e pergunto: — Você realmente me quer?
Meu corpo estava pegando fogo e eu estava louca de prazer. Tudo o
que eu queria era senti-lo dentro de mim, não me importava mais se eu
sentiria dor. O que eu queria era continuar. Parecia que eu estava totalmente
entregue a ele e não conseguia pensar em mais nada, a não ser, em seu
corpo, seus beijos e senti-lo por completo.
Ele para e olha para mim perguntando se realmente o quero. Eu
estava tão excitada, meu corpo queimava de tanto prazer. Não conseguia
sequer pensar em mais nada, o desejava ele dentro de mim. Apenas olhei
para ele e disse: — Joseph, eu te quero por completo. Faz amor comigo.
O vejo colocar a camisinha e em seguida sinto ele penetrar
lentamente em mim. Sinto uma ardência, no começo, mas logo sinto a boca
dele chupar e passar a sua língua em meus seios, enquanto ele continuava
me dando prazer.
Ele começa a acelerar a cada estocada, sempre me perguntando se
eu estava sentindo dor, era doce e incrível comigo. Me sentia segura,
desejada e insaciável, fizemos amor por três vezes. Subo em cima dele e
cavalgo. Eu gemia enquanto sentia os dedos dele pincelando os bicos dos
meus seios. Já não conseguia me controlar, estava tonta. Minha intimidade
se contraía, eu não entendia muito bem o que eu estava sentindo, mas com
toda certeza estava tendo um orgasmo.
Tive uma noite de prazer que nunca tive antes. Ela se entregou por
completo para mim. parecia estar possuída de desejo, dormiu e eu fiquei a
olhando com medo de que eu a tivesse machucado, com os meus instintos e
desejo que pareciam ser libertos, após meses, desde que a desejei para mim.
Sua pele macia, seu corpo delicioso, ela dormia tranquila. A cubro e
coloco o meu braço em cima da sua cintura e acabo dormindo após dar um
selinho nela, enquanto dormia.
Capítulo 40

Emma Soares

Era manhã de sexta, eu estava bastante animada para conhecer o


J.C, principalmente por saber que ele estava interessado em meu livro. Eu
mal consegui dormir, pensando em como seria estar frente a frente com o
autor, a qual passei anos querendo conhecê-lo.
Assim que termino de me arrumar e desço para tomar o café da
manhã, vejo Jack com o pequeno Clark tomando o café da manhã.

— Jack, deveria ter me acordado. Hoje é um dia muito importante


para mim.
— Achei que o dia mais importante para você seria amanhã no
nosso casamento.

— É diferente meu amor. Estou nostálgica. Primeiro, que nem sabia


que você enviou o meu livro para o J.C; e segundo que ele gostou do meu
livro.
— Ele seria um louco se não gostasse. Afinal você escreveu a nossa
estória nele.
— Está tão óbvio assim? — ela me pergunta, enquanto senta ao lado
do Clark e beija a bochecha do meu sobrinho.
— E quanto a mim? Não ganho um beijo? — ela me olha com um
sorriso largo. Então vem até a mim e beija minha bochecha.
Fico olhando-a comer, como se estivesse com pressa. Minha mãe
chega para buscar o Clark e assim que nos despedimos deles. Entro no carro
com ela e então a ouço dizer: — Jack. Não quero que entre na sala comigo.
Ele não precisa saber que sou sua noiva, senão vai aceitar meu livro, na
editora dele, por causa de você.
Dou uma gargalhada. Ela parecia bastante nervosa para me
conhecer. Mal sabia ela, que sempre fui o seu autor favorito. Eu precisava
revelar essa verdade, antes do nosso casamento. Vê-la daquele jeito, me
deixava com ciúmes, apesar de que não havia motivos para eu ter isso de
mim mesmo.
— Do que está rindo?
— Logo saberá! — digo. Em seguida a beijo.
Assim que chegamos na empresa, ela sai do carro e eu espero que
entre. Fico alguns minutos aqui fora, dentro do carro, a vendo entrar.
Assim que entro, pego o meu elevador privativo que já para no meu
escritório.
Sento na minha cadeira e ouço a voz da secretária avisando que a
Emma chegou.
Peço que ela entre e continuo sentado com minha cadeira de costas
para ela.
— Quero dizer, antes de tudo, que sou uma grande fã sua, e que
estou feliz por finalmente conhecê-lo.
Viro-me para ela e Emma me olha, como se já soubesse a verdade.
Ela senta e então diz:
— Achei que iria demorar muito mais tempo para me contar a
verdade, mas como nos casaremos amanhã, não viu outra saída a não ser
contar logo a verdade, não é?
— Desde quando você já sabe minha pequena leoa?
— Já faz algum tempo, mas assim que estive na sua mansão, eu
comecei a ver os sinais que estavam ali, bem claros como o sol, ou você era
louco pelo J.C ou seria ele, mas não tinha um outro nome para dar ao seu
pseudônimo? Isso foi o que te entregou, Jack Collins. Espero que seu
próximo livro seja sobre esse novo homem que se tornou.
— Esse homem, que graças a você, é feliz e sabe como é abençoado
por ter a nossa pequena família. Eu te amo Emma.
Ela levantou, foi até a minha cadeira e puxou a minha gravata,
dizendo: — Vou lhe perguntar pela última vez. Ainda há algum segredo? A
hora é agora de me contar se houver.
— Não, nenhum segredo — rimos juntos e conversamos por um
bom tempo sobre algumas dúvidas dela sobre meus livros.
O nosso dia foi leve, animado e eu estava totalmente confortável em
saber que não havia mais segredos.
No dia seguinte eu me acordo e Emma já estava na casa do Joseph,
ela iria se arrumar lá para o nosso casamento.
Tomo meu banho, me arrumo e desço para o café da manhã, o
Connor aproxima-se de mim e me abraça.
— O que significa isso? Está tão ansioso para que eu me casasse um
dia, e pudesse se livrar de mim? — pergunto ao vê-lo tão feliz.
— Não é nada disso meu amigo. A Anna está grávida. Eu vou ser
pai.
— Então vamos comemorar. Vou pegar o vinho, que guardei para
beber em uma ocasião especial.
— É melhor que não beba. Lembre-se, que é para evitar bebidas
alcoólicas. Não ficaria feliz, se tivesse que levá-lo para o hospital no dia do
seu casamento.
— Tudo bem meu amigo. Obrigado por ter se tornado um bom
irmão para mim. Me ajudando, mesmo sem que eu merecesse.
— Eu nunca vou esquecer como ajudou a me recuperar do meu luto,
após o falecimento da minha mãe, me dando trabalho, um lar e a sua
amizade.
Abraço o Connor e digo:
— Também nunca esquecerei do que fez por mim por todos esses
anos. Meu presente para o seu bebê, será uma casa. Escolha com a Anna,
não importa onde seja, apenas escolham e será de vocês, para que possam
ter um lar com a chegada dessa nova vida que está por vir.
Tomamos o café da manhã juntos e passamos o dia com o meu
irmão Joseph e o pequeno Clark.
As horas foram passando e logo era noite. Eu estava no altar, com
meu irmão e minha mãe, esperando pela Emma.
Os músicos começam a tocar a música: Never Enough. As portas se
abrem e Emma entra com a sua irmã ao lado.
Ela estava linda. Eu fiquei enfeitiçado pela presença dela. Tudo
parecia ter sumido, exceto a presença dela, enquanto a via aproximar-se,
cada vez mais para perto de mim, andando em minha direção.
— Ela é toda a minha família. Espero que a trate como seu tudo —
ouço a Helena dizer, mas não consigo tirar meus olhos de Emma.
Beijo a mão de Emma e ela fica ao meu lado no altar, o padre então
diz: — Jack e Emma. Vocês estão aqui diante da casa de Deus, com seus
familiares, para se tornarem um só. Hoje partilharão de uma nova vida.
Receberão a benção de Deus para a união que estão prestes a firmar neste
altar. Deus juntou os vossos caminhos e guardou a vida dos dois separando-
as uma para o outro, para onde um for o outro irás onde um repousar o
outro repousará. Como diz em Rute no capítulo um, versículo dezesseis a
dezessete: Teu Deus será o Deus dele e teu caminho será o mesmo caminho
dela.
Olho para Emma e ainda segurando a sua mão digo: — Para sempre
serei seu. Você está linda.
— Jack. É de livre e espontânea vontade, que você aceita Emma,
como sua legítima esposa?" — perguntou o padre.
— Sim! — falei, enquanto alisava a mão dela e a olhava como se
meu mundo fosse apenas ela.
— Emma. É de livre e espontânea vontade, que você aceita o Jack,
como o seu legítimo esposo?
— Sim. Eu aceito! — ela deixou algumas lágrimas caírem em seu
rosto. Tirei o lenço do bolso do meu terno e enxuguei as suas lágrimas. O
padre então continua a cerimônia dizendo: — Desejo ao casal o que
Coríntios treze, capitulo quatro ao treze diz: O amor é paciente, o amor é
bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não
procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor
não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre,
tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
Fico de frente para o Jack e ficamos trocando olhares e sorrisos.
— Abraçando o Matrimônio, ides prometer amor e fidelidade um ao
outro. É por toda a vida que o prometeis? — perguntou o padre.
— Sim — respondemos juntos.
— Estais dispostos a receber com amor, os filhos que Deus vos
confiar. Educando-os na lei de Cristo e da Igreja? — Sim!
— Agora, convido vocês dois, a se darem as mãos, e firmarem a
sagrada aliança do matrimônio, manifestando diante de todos, o
consentimento de vocês.
Seguro na mão da Emma, e digo: — Eu, Jack, te recebo Emma, por
minha esposa e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na
tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, todos os dias de
nossas vidas.
— Eu, Emma, te recebo Jack, por meu esposo e te prometo ser fiel,
amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na
riqueza e na pobreza, todos os dias de nossas vidas.
— Agora, os noivos dirão os seus votos um ao outro — falou o
padre. Eu estava a fitando, encarando com muita alegria.
Emma estava tão linda. Seu sorriso iluminava a igreja. Eu não
conseguia parar de olhá-la estava prestes a me tornar o esposo dela, ter um
filho com ela. Minha vida miserável e escura, parecia ter mudado para a cor
mais linda e intensa que enchia os meus dias de esperança em viver cada
dia como se fosse ter uma eternidade ao lado dela.
— Emma. Eu estive por muito tempo na escuridão, mas desde o dia
em que a vi pela primeira vez, tudo se iluminou à minha volta. Precisava ter
você, mas era incompleto e vazio. Tentei tirar essa luz que sempre a
acompanhava. Me sentia devastado, por ser tão fraco e não conseguir te
mostrar nada além da minha completa escuridão. Até que eu pude ver que
sem você, eu estava vazio, sem cor, mas toda vez que eu pensava em você e
em como sempre me ajudou a superar cada parte de mim perdida. Vi uma
luz brilhar, e então acreditei que, não importava o quanto eu afastasse você
de mim, o meu vazio foi sendo preenchido e hoje estou aqui porque não
consigo viver está vida sem o meu pequeno sol, que é você, eu te amo e
prometo não ser o melhor esposo, mas o homem que te amará
incondicionalmente até o meu último dia da minha vida.
—Jack. Passamos por grandes momentos e posso dizer que sou
muito feliz ao seu lado, apesar de ter sido bastante relutante em deixar que
eu entrasse em seu coração, mas a vontade de Deus é maior, que nossas
correntes e cadeados, que cercam as nossas vidas com medo de viver o
amor. O senhor nos alcançou e nos trouxe para perto um do outro. Aprendi
também, que não é preciso buscar a pessoa certa, pois o senhor nos propõe
o amor, e esse sentimento é o que nos une. Mesmo com todas diferenças
que possuímos, por isso amar, sempre será a descoberta do inalcançável e
eu te amo com todas as minhas forças, e sempre estarei ao seu lado, para
todo sempre.
Ela era tudo o que eu sempre desejei em uma mulher e nosso
casamento foi marcante e especial. Nossos amigos e nossa família foram
jantar conosco em um restaurante após o nosso enlace. Não demoramos
muito e fomos para nossa casa. Cada dia ao lado dela era importante,
especial e único, eu continuava com medo de morrer, mas ela era a minha
luz e sempre que eu a olhava todos meus pensamentos se esvaziavam.
Os meses foram passando e quando menos esperei, sou acordado na
madrugada por ela dizendo que sua bolsa havia estourado.
— Tem certeza que não fez xixi meu amor?
— Eu tenho certeza. A dor que estou sentindo, não pode ser, porque
eu consegui esvaziar a minha bexiga.
Levanto com ela apertando o meu braço em meio a um grito dela ao
sentir as contrações.

Jack Collins
— Está tudo bem meu amor? — pergunto preocupado.
— Jack. Eu preciso tomar um banho e você precisa me ajudar
pegando as coisas e levando para o carro — ela entrou no chuveiro.
Enquanto ela tomava banho e eu pegava as malas, podia escutar ela gritar
de dor com as contrações.
A ajudei a se secar e ase vestir. Massageei as costas dela e assim que
as contrações cessaram, por alguns minutos desço com ela até o carro.
Connor já estava dentro do carro nos aguardando. Fui o caminho todo
fazendo massagens em suas costas.
Assim que chegamos ao hospital, ela foi diretamente para a sala de
parto. Entro junto e estava com cinco centímetros de dilatação, foram horas
até a nossa filha nascer. Emma foi forte e tentou parto normal, mas ela não
tinha passagem e foi feito uma cesariana. O que importava para mim,
naquele momento, era apenas elas duas.

Eram dezoito e trinta e cinco quando ouço o choro da nossa bebê,


sendo pega pela doutora na sala de cirurgia. Ela leva nossa filha até a
Emma. Naquele momento, o meu mundo parecia tão lindo, me sentia
completo, como nunca senti em toda minha vida.
— Você se chamará Abigail, que significa a alegria do Pai.
Emma olha para mim emocionada. Ela ainda não sabia sobre a
escolha do nome da nossa filha, mas eu quis que ela carregasse o mesmo
nome da mãe dela.
O dia do nascimento da nossa filha foi o melhor dia das nossas
vidas.
As rotinas das nossas vidas foram completamente mudadas assim
que voltamos para casa com nossa filha, mas eu não mudaria nada desde
que tivesse eles dois ao meu lado.
A Anna e o Connor passaram meses nos ajudando com a nossa
pequena Abigail. Após o nascimento da filha deles, os dois se mudaram e
abriram seu próprio hotel.
Isabela, finalmente foi presa, após a mulher do Caleb conseguir
fugir do local em que ela era mantida. Apesar de ser muito semelhante a
Emma, as duas não eram irmãs, mas a ajudamos e ela apesar de estar
traumatizada, se recupera dos dois irmãos malucos que destruíram parte da
vida dela.
Joseph e Helena continuaram noivos, eles decidiram se casar apenas
quando ela terminasse o seu curso de medicina.
Após três anos, finalmente consegui chegar ao capítulo final do meu
último livro da série de romances quentes e dessa vez o final seria diferente.
Olho para Emma dormindo ao lado da nossa filha na nossa cama,
levanto, desço até o meu escritório e ligo o meu notebook, volto a digitar o
capítulo final do meu livro, escrevendo: A vida das pessoas pode mudar
quando encontram, um motivo ou razão, para continuar incansavelmente
querendo viver.
Todos vivemos em um livro e para todos, assim como em toda
história, haverá um fim. Por isso devemos aproveitar a dádiva que é o hoje.
Todos temos pontos fracos, que nos afastam daqueles momentos simples,
que em cada despertar ganhamos. O sol que toca nossa pele, enquanto
passamos por lugares que precisamos ir, sem nem sequer olhar para tudo
que há à nossa volta, deixando que essas pequenas coisas passem
despercebidas.
O amor é o maior de todos os sentimentos, mas a vida o maior
presente. O que temos feito, com o melhor presente doado, a cada um de
nós todos os dias?
Aproveite esse belo presente e ao invés de deixá-lo dentro de uma
caixa por medo, frustrações, insegurança, por pessoas que sugam seus
sonhos, sua felicidade e planos, saia dessa caixa que guarda a sua vida e
viva.
Nada e nem ninguém pode usufruir da sua alegria, do seu amor e da
forma como você se dedica para o amanhã. Não seja refém. Seja a melhor
versão de si e enquanto respirar, viva cada dia intensamente. O amor está
em tudo e nós somos a maior prova existente dele.

Fim!
Agradecimentos:
Agradeço a Deus, em primeiro lugar, por seu infinito amor e por me proporcionar o dom da escrita,
um dos belos presentes que me confiou nesta vida repleta de pessoas que admiro e as tenho como
tesouros doados pelo Senhor.
Agradeço à minha mãe, uma mulher única, admirável, guerreira e de fibra, que sempre me ensina a
ter fé em todos momentos, por seu amor e carinho, por acreditar nos meus sonhos, mesmo que eles
ainda sejam apenas desejos do meu coração, sempre me motivando a continuar e me dando total
apoio, que Deus a conceda muitos anos para que juntas, possamos vivenciar nossas conquistas, pois
sem o seu amor, não seria a mulher que me tornei hoje.
Agradeço a minha família, meu esposo Michel, que foi o meu maior incentivador para que eu
iniciasse como autora de romances, acreditando em mim, antes mesmo que eu, me fazendo idealizar
esse sonho que se tornou realidade em minha vida, como escritora. Aos meus filhos que me torna a
cada dia uma mãe que não desiste de lutar e alcançar os sonhos, sou grata a Deus por ter vocês em
minha vida, os amo muito.
A Adri Luna que por muito tempo, me incentiva a iniciar minha carreira de escritora na Amazon, me
ajudando sempre, para que essa meta se tornasse realidade, Deus te abençoe amiga, muito obrigada
pelo carinho e pela persistência em acreditar no meu sucesso.
A minha editora e amiga Ingrid Lopes, muito obrigada por todo carinho, pela sua amizade, pelo seu
jeito especial de cuidar tão bem dos meus enredos e a delicadeza em doar-se, fazendo o seu melhor
como editora e amiga.
Somos todas estrelas, e eu não seria a autora que me tornei hoje sem as minhas lindas estrelas que são
as leitoras que me acompanham nessa jornada linda, apaixonante e envolvente, no mundo dos
romances. Muito obrigada por todo apoio e incentivo. Em especial a minha segunda família, todas
que fazem parte do grupo leoas literárias e a equipe de adms, que me ajudam diariamente e me fazem
sentir que sou querida e amada, muito obrigada pela dedicação, quero que saibam que vocês me
inspiram, amo vocês!
Muito obrigada a todas colaboradoras que fizeram parte do meu primeiro lançamento na amazon,
como Vick, designer, Marta Ceccato, revisora, Maya Silva, capista, Adriana Letícia, diagramadora e
Leticia Ribas, leitura coletiva.
Table of Contents
Nota da autora
Sinopse
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Agradecimentos:

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