Nos Bastidores Da Prece - Andre Sant - Ana
Nos Bastidores Da Prece - Andre Sant - Ana
Nos Bastidores Da Prece - Andre Sant - Ana
Abril de 2006
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Projeto Editorial
Capa: Marco Aurélio Lopes Sant 'Ana
Diagramação: Editora Ave Luz
Revisão: Elaine Gaivão
Simone Gaivão
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ISBN: 85-88871-02-5
CDD: 133.9
André Sant 'Ana
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DEDJCATÓRJA
Abdullah Lashmallah
tões.
auxílio.
Muita Paz,
O&sis da
Cfralernidade
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estudar e se especializam em inúmeras áreas, particular
mente as que dizem respeito às energias irradiadas pelos
pensamentos, palavras e atitudes.
Na minha última encarnação, no Oriente, fui discí
pulo de um sábio na Índia, onde vivi e aprendi muito; mas
infelizmente me dediquei mais a mim mesmo e pouco ao
meu próximo, por isso, solicitei uma oportunidade para
colocar em prática a minha experiência, e graças a Deus,
consegui uma vaga de estágio aqui nesta colónia.
Aqui, temos como diretriz máxima o Cristianismo
Redivivo, conhecido como Espiritismo, que eu não co
nheci quando encarnado, mas que estou aprendendo a
amar, sem fazer esforço, pois no Ashram, já estudávamos
tanto o Bhagavad Gita, quanto o Evangelho de Jesus.
Aqui, aprendi que o Espiritismo é uma Doutrina, que
poderá unir todas as religiões sob um único baluarte: a
Fraternidade Universal, esclarecendo o Amor que Jesus
nos exemplificou, e que tantos outros enviados por Ele,
também mostraram. Ao Espiritismo está confiada uma ta
refa das mais sublimes que é a transformação moral da
Humanidade.
Aliás, o nome da nossa colónia, pois já me sinto como
parte dela, exemplifica bem isso. Desde que aqui cheguei,
vislumbrei monges, yogues, freis, freiras, inúmeros espíri
tos, de várias doutrinas e religiões. Todos com o mesmo
ideal: aprender a servir e a amar ao próximo em nome de
Jesus, o Mestre de todos.
Logo que cheguei, fui apresentado a Jean que foi um
dos pioneiros na implantação do Espiritismo, quando tudo
começou na França, com Allan Kardec.
ashram
Comunidade espiritual muito comum na Índia, onde geral
mente os gurus moram junto aos seus discípulos.
18
Jean me disse que antes de encarnar na França, para
ser um dos colaboradores do Espiritismo nascente, pas
sou pela Índia para aumentar a sua espiritualidade e, dessa
forma, ficar mais favorável às informações que seriam
trazidas por Allan Kardec.
É ele, pessoalmente, que tem me explicado um pou
co do funcionamento da colónia, mas nesses dias, ele este
ve muito compromissado; envolvido com as comemora
ções que se darão na Estrelas do Sol.
Nesse dia de grande felicidade é sempre esperada a
presença do Benfeitor que fundou a colónia. Disse Jean
que ele sempre vem trazer palavras de incentivo e orienta
ção a todos os seus colaboradores e passa toda a noite no
Oásis, confraternizando com todos.
A colónia em si não é muito grande. Creio, a que eu
morava era maior. Temos ao centro as construções volta
das ao intercâmbio superior. Um pouco antes, ao redor,
ficam as casas dos moradores e, nas extremidades, temos
as diversas academias e instituições, como a Casa da Paz,
que é aonde eu moro e que ainda tem uma ala verde, a
Casa da Harmonia, para aqueles que estão em tratamen
to.
O tempo passou rápido e, finalmente, chegou a hora
do evento. Era noite e todos da colónia estavam na área
chamada Estrelas do Sol, que é um imenso bosque, aber
to, com muito verde, muitas árvores, e muitas lindas flo
res, e que tem ao centro algo parecido com um palanque.
Na verdade, lembra mais um pequeno monte. Acho que o
bosque tem esse nome porque é um local propício para
ver as estrelas, mas sinceramente não imagino o porquê
do sol.
Sentamos todos, formando um grande círculo ao re
dor do pequeno monte. Havia uma certa expectativa no
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Jesus?
Tão logo consegui encontrar Jean na multidão fiz
lhe a pergunta:
-Jean, quem era esse irmão que me pareceu o mais
J
próximo de um anjo que eu já pude estar? Por acaso, era
um dos apóstolos diretos de Jesus?
- Saulo, o fundador da nossa casa, foi um dos gran
des colaboradores indiretos de Jesus. Pouco se tem na his
tória universal sobre ele. Há uma obra de Filostrato so
bre a sua vida, mas está incompleta. Não existem muitos
registras, mas só esse pouco é suficiente para demonstrar
a grandeza espiritual da sua pessoa.
Ele foi contemporâneo de Jesus, mas não o conhe
ceu pessoalmente. Era rigorosamente vegetariano, tanto
na alimentação quanto no vestuário, por amor ao pró
ximo em todos os graus.
Andava sempre descalço e jamais cortou sua barba
ou seu cabelo, na busca de uma vida simples e com o
estritamente necessário.
Foi portador de várias possibilidades psíquicas, den
tre elas a cura e a clarividência, que sempre utilizou com
retidão e elevação, ajudando sempre aos que precisavam.
Jamais buscou fazer discípulos, mas irmãos de ideal.
Por isso, viajou muito, aprendendo e ensinando sobre a
Fraternidade Universal.
Ficou muito conhecido na época, por causa dessa
"veia" fraternalista, quando valorizava sempre a essên
cia dos ensinamentos, jamais a fôrma.
Ajudava as pessoas a desvelarem suas religiões dos
rituais e misticismos para que pudessem usufruir ao má
ximo dos ensinamentos que elas traziam.
Seu objetivo, nesse sentido, não era de fazer proséli
tos para o que ele ensinava, mas o de auxiliar todos a
22
J alcançarem a Felicidade em sua própria religião.
Era de personalidade austera, mas com uma doçura
e afabilidade incomum. Caridoso, jamais perdia a opor
tunidade de auxiliar aos que o procuravam. Portador de
uma moral ilibada, sempre se colocava a serviço do Bem
de todos. Foi sem dúvida, um grande cristão, na verda
deira acepção da palavra.
Quanto a essa questão, nas cartas do apóstolo Pau
lo, há referência a um certo Apolo que acredito se tratar
do nosso venerável Benfeitor.
Célebre também os seus ensinamentos, à época, so
bre a reencarnação, existindo inclusive uma carta dele
dissertando sobre esse fundamento a um nobre que ha
via perdido um ente querido.
Quando retornou à pátria espiritual, antes de subir
às Esferas Superiores, decidiu fundar um local, onde as
pessoas pudessem adquirir Sabedoria, se preparando para
colocá-la em prática nas mais diversas doutrinas e religi
ões, disseminando a consciência da Verdade por todos os
cantos. Isso em conjunto com a Caridade, numa união
que pudesse se transformar ininterrupta no Bem, através
dos pensamentos, palavras e atitudes.
E m razão disso, a missão desta casa é a d a
Fraternidade Universal, colocando todas a s doutrinas e
religiões como irmãs, pois são todas vindas de Deus. To
dos aqueles, imbuídos desse sentimento verdadeiro de
Fraternidade, encontram aqui a sua casa, pemanecendo,
se for da vontade, marcado pela fôrma que tiveram na
Terra, mas vivendo a essência do Amor que Jesus nos dei
xou.
Nos dias atuais, utilizamos a bússola da Doutrina
Espírita para nos guiar. Foi uma orientação pessoal do
nosso fundador, para que nos mantivéssemos sempre na
2.1
direção do Alto, pois como todos sabemos, ela é a Tercei
ra Revelação, direcionada pelo próprioMestre jesus para
a redenção de todos nós.
Assim, todos que aqui estagiarem, estarão auferindo
os ensinamentos e a vivência espírita, para quando
reencarnarem, os seus postulados serem tidos a conta de
naturais, facilitando a transformação de si mesmos, em
qualquer fônna religiosa que estejam.
Como é fácil perceber, os ensinamentos espíritas ain
da estão em número reduzido em relação às outras dou
trinas antigas, e não poderia ser diferente, pois a Nature
za não dá saltos, mas cada vez mais nossos irmãos se
engajam em outras religiões e doutrinas, levando o apren
dizado e a experiência do Oásis da Fraternidade, e assim,
se tomam desta forma favoráveis intimamente à Dou
trina Espírita, auxiliando assim, na fôrma que se encon
trarem, na disseminação e compreensão dos postulados
espíritas.
-Mas como funciona isso? Por exemplo, um irmão
nosso da colônia que tenha sido frei n a última
encarnação, poderia reencarnar novamente na fônna da
Igreja?
- Como não?Se assim estiver na sua programação
reencarnatória... só que levará consigo a Terceira Reve
lação de fonna inata, e isso propiciará a ele excelentes
ensejos para servir no papel que for chamado.
Além do que ele estará sempre pronto a ajudar na
propagação da fraternidade, não oferecendo oposição ou
perseguição sistemática, como às vezes ainda acontece �
ao Espiritismo ou, a qualquer outra Doutrina ou Reli f
I
gião, na fôrma religiosa que participe, pois que aqui, essa
virtude que todos possuem de forma latente, é desenvol
vida ao máximo, para que ao encarnarmos ela possa
24 2S
direção do Alto, pois como todos sabemos, ela é a Tercei aflorar com facilidade.
ra Revelação, direcionada pelo próprioMestre jesus para E aproveitando que estou contigo, posso dizer-lhe
a redenção de todos nós. que temos um tarefa para você, junto a um ponto de luz
Assim, todos que aqui estagiarem, estarão auferindo que foi fundado na Terra por alguns dos nossos integran
os ensinamentos e a vivência espírita, para quando tes encarnados. O que me, diz?
reencarnarem, os seus postulados serem tidos a conta de -Digo que estou aqui para servir!
naturais, facilitando a transformação de si mesmos, em - Excelente! Amanhã na primeira hora procure por
qualquer fônna religiosa que estejam. mim em minha sala na Universidade!
Como é fácil perceber, os ensinamentos espíritas ain Às sete horas da manhã, fui então, encontrar-me com
da estão em número reduzido em relação às outras dou Jean.
trinas antigas, e não poderia ser diferente, pois a Nature - Bom dia, Saulo! Fique à vontade. Deixe-me apre
za não dá saltos, mas cada vez mais nossos irmãos se sentar o nosso nobre irmão Agar que será o seu instrutor
engajam em outras religiões e doutrinas, levando o apren nessa tarefa que se inicia.
dizado e a experiência do Oásis da Fraternidade, e assim, Você irá acompanhá-lo por um período breve, até
se tomam desta forma favoráveis intimamente à Dou que tenha o suficiente em infonnações, que o capacita
trina Espírita, auxiliando assim, na fôrma que se encon rão posterionnente, a assumir algumas responsabilida
trarem, na disseminação e compreensão dos postulados des em nossa comunidade.
espíritas. Assim como você, ele também veio do Oriente. Acre
-Mas como funciona isso? Por exemplo, um irmão dito que isso irá facilitar a sua adaptação e compreensão
nosso da colônia que tenha sido frei n a última dos fatos que serão vivenciados.
encarnação, poderia reencarnar novamente na fônna da -De acordo, Saulo?
Igreja? -Sem dúvida, Agar. Quando partiremos?
- Como não?Se assim estiver na sua programação - Hoje ainda tenho que resolver algumas questões.
reencarnatória... só que levará consigo a Terceira Reve Amanhã, às 14 horas, iniciaremos nossos estudos visi
lação de fonna inata, e isso propiciará a ele excelentes tando a reunião pública de um dos centros espíritas liga
ensejos para servir no papel que for chamado. dos a nossa colônia.
Além do que ele estará sempre pronto a ajudar na
propagação da fraternidade, não oferecendo oposição ou
perseguição sistemática, como às vezes ainda acontece �
ao Espiritismo ou, a qualquer outra Doutrina ou Reli f
I
gião, na fôrma religiosa que participe, pois que aqui, essa
virtude que todos possuem de forma latente, é desenvol
vida ao máximo, para que ao encarnarmos ela possa
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9! élssísfêncíél
espírífut1!
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I assistência.
Agar então, começou a me mostrar as diversas tarefas
realizadas na assistência que iria se iniciar ao público, dali
a duas horas.
- Saulo, primeiro vamos conhecer o salão principal.
Lá chegando, observei vários espíritos espalhando
energias específicas, que pela sua tonalidade amarela de
veriam servir para auxiliar na concentração.
- Saulo, o que você está vendo é a preparação
energética desse ambiente.
Essas energias que estão sendo distribuídas pelo sa
lão, ajudarão os nossos irmãos encarnados na concen
tração. Noutras salas, outras energias estão sendo dis
tribuídas, de acordo com o caráter de cada ambiente.
Na câmara, utilizada para aplicar os passes, por
exemplo, você poderá vislumbrar outra energia predo
minante. Vamos até lá.
Realmente, se no salão estavam utilizando uma ener
gia que estimulava a consciência, na câmara utilizavam uma
outra que auxiliava na interiorização; mas o que chamou
mais a minha atenção foi o trânsito de espíritos, indo e
vindo dela.
Alguns com anotações semelhantes aos boletins mé
dicos terrenos, outros pareciam manipular fórmulas e ex
tratos, medicamentos diversos. A impressão que eu tinha
é de que tínhamos adentrado um complexo laboratório
medicinal.
O próprio espaço em si, era muito maior do que o
destinado à tarefa de transfusão de energias no plano físi
co.
Com tantas novidades, não pude deixar de indagar a
Agar sobre o fato.
- Agar, será que estamos diante de uma farmácia em
29
plena câmara de passes?
- Sim, Saulo, você está certo. Estamos numa verda
deira farmácia espiritual.
Esses nobres irmãos são médicos e manipuladores
de essências vigentes em nosso plano.
Utilizam-nas em várias questões de relevância jun
to a tarefa de transfusão de energias, tais como a
fluidificação das águas e o tratamento espiritual das pes
soas que aqui vêm.
É necessária uma maior especialização porque esta
casa dispõe de um serviço de fluidificação de águas, bas
ta que a pessoa coloque o nome e os sintomas em uma
garrafa que a água receberá medicamentos específicos
para o problema apresentado.
- E as pessoas saberão como deve se tomar essas
águas fluidificadas em prol do seu restabelecimento?
- A posologia fica a cargo da intuição de cada um,
sabe-se somente que deve ser ingerida, mas se for da von
tade da pessoa uma água para passar em algum local, isto
deve ser especificado na mesma etiqueta identificadora
dos sintomas.
- Mas é um serviço fantástico!
- Esse é um processo comum nas casas espíritas, e
que, em hipótese alguma, pode dispensar o tratamento
pela medicina terrena, pois que o objetivo não é substi
tuí-la, mas complementar a inestimável ajuda que ela
proporciona aos enfermos.
- E quanto ao tratamento espiritual dessas pessoas
por essa casa? Seria algo com relação ao que eu vi? As
pomadas, compressas e outras substâncias que estavam
sendo preparadas dentro da câmara?
- De posse da ficha médica de cada um que aqui vêm
em busca de ajuda, feita pelos espíritos e atualizada re-
30
gularmente, nossos irmãos ainda podem aumentar, gra
ças a infinita misericórdia Divina, o já extenso campo
de atuação na Seara de jesus.
Assim, aliada a excelente água fluída, busca-se au
mentar a ajuda através da manipulação de inúmeras subs
tâncias da nossa realidade.' Pomadas, ungüentos, cremes
e outros medicamentos são feitos para o tratamento das
pessoas antes, durante e depois do passe, pois não é ape
nas na câmara que recebem esses medicamentos.
Comumente, durante a explanação, já recebem, os nos
sos irmãos, essas preciosas bênçãos do Alto.
- Outrossim, vi que existia uma bancada com diver
sos aparelhos que me pareciam ser da área medica, pois
alguns lembravam equipamentos utilizados por essa área
de trabalho. São para auxiliar nessas tarefas?
- Sim, Saulo, temos aqui também aparelhos comple
mentares para diagnóstico, análise e acompanhamento
daqueles que buscam a nossa ajuda, pois às vezes eles in
formam algo nos rótulos diferente da verdadeira proble
mática que os aflige.
Temos, então, um certo cuidado para ofertar-lhes o
remédio correto, aquele que poderá auxiliar na cura de
seus males, quando isso for posssível, ou ao menos con
tribuir para o alívio de suas dores.
Lembrando que todos que aqui vêm recebem ainda
o mais importante medicamento desta casa: o despertar
da consciência. Que favorece a cura real e definitiva, que
está no campo da reforma íntima, do espírito, e não do
corpo físico.
Eu estava extasiado com tudo que estava aprenden
do e vendo. Jamais imaginei tamanha assistência por parte
do plano espiritual às nossas mazelas, tamanha dedicação
em favor do semelhante.
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37
estar e não aproveitar esse ambiente? Essas energias?
-Existe uma clara diferença entre sensações e vibra
çôes. Na primeira percebemos, e na segunda sintoniza
mos.
Imagine que você está sentado, num dia de sol, no
banoo de uma praça, lendo um livro. Sua mente está em
alta freqüência e conseqüentemente o seu campo mental
estará elevado.
De repente, a temperatura começa a aumentar sen
sivelmente. Essa percepção não lhe impedirá de continu
ar lendo o livro edificante, nem lhe tirará a sua alta fre
qüência vibratória, se você permanecer concentrado na
leitura.
Se desejar, pode até procurar um lugar mais fresco,
mais agradável, para não sair da elevação mental em que
se encontra por causa do incómodo causado pela sensa
ção de calor.
Aqui presenciamos a mesma situação. Não será, in
felizmente, somente por causa das excelentes energias de
caráter balsãmico, que as pessoas irão modificar os seus
pensamentos, a freqüência vibratória de suas ondas men
tais, elevando-os.
Para isso, é necessário a pré-disposição íntima de
cada um em querer se concentrar em algo mais elevado
do que se coloca no momento.
- Mas então, é dispensável esse trabalho dos nossos
irmãos energizando a sala?
-Em nenhuma hipótese será essa ajuda dispensável,
Saulo.
Se as energias não servirem ao propósito de auxiliar
na elevação dos pensamentos, não por causa dela em si,
mas pela condição íntima das pessoas, servirão, então,
como um bálsamo, pois de qualquer jeito as pessoas en-
38
trarão em contato com elas, absorvendo-a$ mais ou me
nos.
E note também, que na sua hipotética leitura
edificante, o calor poderia influenciar você a uma mu
dança vibratória, não pel(l percepção do mesmo em si,
ou seja, por agora estar com calor, mas pela sua postura
em relação a ele e ao que você se concentrava no mo
mento.
Como conseqüência pela percepção do calor, você
poderia ficar incomodado, indisposto, indo embora e dei
xando a leitura para outra hora, saindo então da alta
freqüência em que se encontrava.
Da mesma forma, uma pessoa em desequilíbrio ao
entrar em contato com as excelentes energias desta casa,
terá uma sensação de bem-estar, de leveza, de paz, poden
do se envolver com elas a tal ponto que conseguirá mo
dificar os seus pensamentos, elevando-os.
!intendeu a diferença?
- Sim, Agar, mas será que todos conseguem sentir
essas energias psíquicas?
- Sem dúvida! Apenas difere o grau de percepção e a
consciência dessa percepção.
- E esse grau de percepção influencia nos efeitos que
a energia proporcionará sobre a pessoa?
- Claro que não, Saulo. Não é a consciência que fará
a fJessoa se sentir bem, mas a quantidade, e a qualidade,
de energia absorvida por cada um.
F: como num medicamento. Ele fará bem ao doente
independentemente da sua confiança, ou conhecimento
do mesmo. Não importa a ele conhecer como foi feito
ou como ele agirá sobre o seu organismo, restabelecen
do-o. É um fato, após tomá-lo obterá os resultados.
- Agar, é possível alguém não absorver a energia es-
39
tando dentro do ambiente?
- Saulo, a absorção sempre será feita, mas nem sem
pre em quantidade e qualidade que proporcione uma in
fluência para mudar a freqüência vibratória dos seus pen
samentos.
Na verdade, cada pessoa possui um campo mental
único e nele, encontraremos diversas energias que
1·'
delineam o caráter moral de cada um. Essas energias tan
to podem prejudicar quanto ajudar nessa absorção.
I
Estudemos, na prática, algumas dessas circunstân
czas.
Nos dirigimos, então, a primeira fila do salão. Lá es
tava Geraldo, freqüentador assíduo da nobre instituição,
segundo nos informou um dos trabalhadores do nosso
plano.
Em sua aura havia diversas formas-pensamento que
demonstravam um único teor: o vício do jogo.
Geraldo era um jogador contumaz, e isso se refletia
claramente em seu campo mental.
Impressionante perceber que sua concentração era ta
manha nessa questão que as formas-pensamento eram bem
definidas. Ficavam ao seu redor, como estivessem em sua
"órbita", influenciando-o, num processo simbiótico, do
ando e recebendo energias dele.
Como este é um fato que leva muitas pessoas a cha
mada auto-obsessão, resolvi me aprofundar com o nobre
mentor.
- Agar, esse seria um caso de auto-obsessão?
-Infelizmente, Saulo! As formas-pensamento por te-
rem essência e vida artificial estarão sempre irradiando
energias que influenciam as pessoas que, por ventura, com
elas sintonizarem. Assim, q u a n do não têm
endereçamento, como é o caso em questão, elas ficam
40
rodeando o seu criador e o influenciando com a essência
que ele mesmo projetou.
Esta é uma das maneiras de se auto-perturbar, ou se
auto-obsidiar, pois ele não está sendo influenciado por
ninguém encarnado ou desçncarnado, mas pelas suas pró
prias criações mentais, que exigem mais e mais energias
afins para se manterem "vivas".
Paralela a essa questão, está o nosso ambiente, im
I
mas-pensamento criadas por ele, sendo várias dissipadas
aqui e durante o passe. Mas ele não aproveita essa ajuda,
pois raramente consegue se manter em concentração di
ferente que a do jogo.
Como pode ver, também ele absorve as energias do
nosso ambiente, mas não a ponto de lhe chegar as fibras
íntimas, por causa da densa camada em que se encontra
envolvido por interesse e descuido próprio.
As energias então, nesse caso, não o influencia, mas
de qualquer forma o beneficia, higienizando-o psiquica
mente. Ao sair, estará ele com menos energia negativa
em sua psicosfera do que quando entrou na casa.
E foi o que observei. Parecia uma luta psíquica, de
um lado, as boas energias tentando higienizar a sua
psicosfera e de outro, a sua mente, concentrada no vício,
fortalecendo as suas criações. Se alguma era dissipada,
outra aparecia logo depois gerada pela sua mente, mas,
gradativamente, a "pressão" psíquica exercida pelas ener
gias balsâmicas iam superando as energias negativas.
O mais curioso acontecia quando ele começava a se
concentrar em outra coisa, que não o vício, mudando a
freqüência dos seus pensamentos, e eu via perfeitamente
as formas-pensamento tentando influenciá-lo para retornar
a freqüência delas. Algumas vezes ele resistiu, noutras não.
41
- Saulo, alguns espíritos conhecem esse mecanismo
de influência das formas-pensamento, bem como suas pro
priedades, e se utilizam dessas informações para realizar
incontáveis perturbações que se não forem interrompi
das em tempo hábil, podem acarretar graves conseqüên
cias para as pessoas envolvidas.
Outros fazem esse processo de maneira inconscien
te, desconhecendo totalmente o que fazem, mas nem por
isso são menos inofensivos os seus pensamentos.
Observe aquele senhor na segunda fila, o que vê?
- Vejo algumas formas-pensamento com determina
do padrão e outras totalmente diferentes.
- As que se destacam pela cor berrante e pela
contextura bizarra são as formas-fJensamento produzi
das, enviadas, e mantidas por aquele grupo ali.
Eram quatro pessoas que estavam do lado de fora do
salão, mas não tiravam os olhos do senhor, observando-o.
-Atente, Saulo, que para nós a diferença é marcante,
mas para a mente do senhor, não. Ele ainda não conse
gue distinguir o seu pensamento dos pensamentos pro
duzidos por outros, o que, infelizmente, acontece com a
grande maioria. Falta-lhe um hábito que o conduziria a
excelentes resultados nesse mister: a auto-análise.
- Mas como uma auto-análise o ajudaria nesse sen
tido, já que ele não pç_rcebe as energias ao seu redor?
-A auto-análise, Saulo, como o próprio nome já diz,
é para nos conhecermos melhor através da análise que
realizamos de nós mesmos. Ora, conhecendo quem so
mos fica mais fácil perceber quando somos sutilmente
influenciados por outras mentes para caminhos que não
são aqueles que nos impulsionam para a Luz.
Verifique que o infeliz grupo não está projetando
energias a esmo, utilizaram-se de uma análise, com inte-
42
resses negativos, para perturbá-lo.
-Como assim?
-Esses espíritos analisaram o senhor por alguns dias
e descobriram que ele é uma pessoa que se impressiona
fácil, que tem muitos medos.
Começaram então, d lhe sugerir mentalmente situ
ações que ele teme, projetando, inconscientemente, for
mas-pensamento desse teor para ele.
Eles não sabem que as produzem, nada conhecem
sobre as energias da mente, mas percebem que está ha
vendo alguns resultados, pois o senhor tem se mantido
mais temeroso desde que eles iniciaram a mentalização
perturbadora.
Isto acontece, porque as formas-pensamento que eles
estão criando, e mantendo vivas, pela incessante
mentalização, encontrou a sintonia junto ao senhor, que
a continuar nesse intercâmbio o colocará à mercê desses
espíritos.
-Mas o que ele pode fazer para evitar isso? Não existe
nenhuma maneira dele se defender contra essas energi
as?
- Lembre-se, Saulo, que tudo é uma questão de
sintonia. Bastaria esse senhor mudar o seu modo de agir,
de pensar, que essas formas-pensamento lhe seriam inó
cuas, o que fatalmente aconteceria com a auto-análise
que nos referenciamos a pouco.
Ademais, essas são formas-pensamento frágeis que
poderiam também ser destruídas através da oração, de
uma leitura edificante, de um estudo dos ensinamentos
de Jesus... uma pequena dose de luz, mas infelizmente o
que se vê no cotidiano desse nosso irmão é uma forte
tendência de mentalizar energias negativas de todas as
espécies.
43
Nesse caso, o ponto de luz que é o centro espírita,
poderá auxiliá-lo momentaneamente, através não só do
passe, mas também da palestra e da própria psicosfera
superior da casa, a se libertar por alguns instantes dessas
influências exteriores. Mas cabe a ele a reforma mental
que o imunizará dessas e de outras energias negativas.
- Agar, gostaria de tentar auxiliá-lo endereçando
formas-pensamento voltadas para o bem dele, será que
isso é possível?
- Experimente! Os resultados nos fornecerão uma
boa experiência prática sobre as energias.
Concentrei-me então e comecei a pensar para que o
senhor tivesse forças para resistir, que pudesse ter fé, que
nada de mal lhe aconteceria, e mais alguns outros pensa
mentos afins com o intuito de lhe dar confiança.
Isso gerou algumas formas-pensamento que foram
na direção dele, mas ao invés de ficarem adstritas no seu
campo mental, permaneceram ao seu redor incapazes de
oferecer qualquer ajuda.
- O campo mental dele, por ser de baixa vibração
nem ao menos captou as suas formas-pensamento. É ne
cessário alterar a freqüência vibratória em que ele se
encontra nesse momento para que aconteça a sintonia.
Isso é possível de se fazer aproximando alguém, por
exemplo, que tenha um campo mental elevado que o in
fluenciaria. Ao conve(;;ar com essa pessoa sobre algum
assunto elevado ele teria maior facilidade para mudar a
freqüência mental e captar a sua ajuda.
O que também poderá acontecer, daqui a instantes
com a palestra, desde que ele concentre-se nela.
Observe agora aquela jovem ao fundo do salão e ana
lise a situação.
Agar já sabia de antemão que a minha ansiedade iria
44
me proporcionar um ensinamento prático, por isso me
permitiu tentar ajudar sem que o próprio ajudado o qui
sesse, ou pudesse.
Ele já tinha me orientado da sintonia, mas eu não aten
tei e me deixei levar pela emoção, sacrificando a razão.
Quanto a jovem, ela �stava acompanhada de dois es
píritos que pareciam odiá-la muito, mas as energias men
tais que eles projetavam não a atingia.
Pude verificar que o seu campo mental estava com
uma cor amarela bem suave, o que demonstrava a alta fre
qüência de suas ondas mentais, e as formas-pensamento,
em sua maioria, eram elevadas.
- Nossa irmã mantém seus pensamentos elevados
pela constante concentração no Bem, o que impossibili
ta a atuação dos que a perseguem.
Também eles, geram formas-pensamento, ainda mais
nocivas que aquelas que analisamos, extremamente den
sas, mas que se desvanecem ao entrar em contato com o
campo psíquico da nossa irmã.
A diferença é que esses fazem o mesmo processo com
a premeditação de tentar utilizar as energias da mente
para desequilibrá-la.
Na verdade, eles não conseguem nem ao menos fi
car próximos a nossa irmã durante o cotidiano, graças a
sua conduta moral. Aqui, o seu Espírito Guia facilitou a
aproximação deles para que pudessem entrar na casa e
usufruir das elevadas energias que impregnam esse ambi
ente, que lhes fará um grande bem posteriormente.
Aguardemos agora a palestra para novas observa
ções, pois nosso irmão Telésforo já adentrou o ambien
te.
Faltavam ainda alguns minutos, para que o palestrante
da noite iniciasse a exposição doutrinária, quando do nosso
45
lado Telésforo se aproximou da mesa. Informou-me Agar
que ele se encontrava em outras tarefas na própria casa.
Só aí que eu pude notar, enquanto não começava a
palestra, que a música também exercia importante papel
li
I
Conforme a palestra ia se desenvolvendo, variavam
li!
as ondas e a intensidade delas.
Era interessante observar esse fenômeno do nosso
lado, pois quando a palestra tinha um rumo de sabedoria,
'
I
freqüência vibratória que produz uma cor amarela e as
pessoas que com ela se afinizavam, e assim por diante.
- Saulo, vamos estudar o que está ocorrendo com
aqueles dois irmãos na terceira fila. O que vês?
Eram duas pessoas que estavam dormindo durante a
palestra. Concentrei-me.
- Parece-me Agar, que a primeira pessoa está ligada
psiquicamente a algué11Jfora do salão. Da sua mente par
te um fio que se perde de vista, e que está mais brilhante
46
--
- Não consegui visualizar nenhuma interferência de
fora, j70r isso acredito que ela esteja se permitindo um
relax, inconscientemente, devido ao cantata com as ener
gias elevadas que não deve estar acostumada. É isso?
li
I
realizar diversas tarefas junto aos encarnados e aos
li!
desencarnados presentes. Tarefas essas tão diversas quan
to complexas, pois que até a clássica desobsesssão funcio
nava, paralelamente, naquela outra sala, no nosso plano
'
de ação.
I! Vários foram desligados de seus algozes nesse mo
mento, proporcionando-os, não apenas, uma maior pos
I
sibilidade de absorção das energias do ambiente, mas tam
bém uma maior lucidez mental para compreender o que
estava sendo elucidado pelo palestrante.
finda a palestra, eu fiquei no salão ajudando na con
centração daqueles que desejavam tomar o passe, enquanto
Agar foi para a câmara auxiliar na transfusão de energias e
na fluidificação das águas.
Disse-me que essas são mais duas bênçãos, diferentes
entre si, que nossos irmãos recebem ao término da pales
li tra.
Ambas auxiliam no refazimento energético e na
reestruturação da harmonia fisio-psíquica do Ser, comba
tendo as energias negativas, só diferindo a maneira como
atuam. Uma faz isso de dentro para fora, é a água
fluidificada, e a outra de fora para dentro, é o passe.
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47
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ondt1s menft1fs
II I
li
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- Aguardemos agora a prece final quando se reali
zam as chamadas vibrações coletivas, que oferecem um
memorável auxílio às nossas tarefas.
Verônica, a dirigente espiritual da atividade da noite,
iniciou a preparação em nosso plano, orientando vários
espíritos quanto ao posicionamento junto aos encarna
dos.
Havia, para cada integrante da casa, pelo menos qua
I'
I tro trabalhadores do plano espiritual, especializados em
tarefas dessa magnitude.
Alguns espíritos trouxeram aparelhos. Creio eu que
I! I
"
serão utilizados durante as vibrações, mas é difícil identifi
car para que servem.
49
I
.
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j!
50
I
.
'
'
j!
51
vados.
Era Agar que me_falava, percebendo minha atenção,
algo que admirado, por tanta luz que se irradiava ao nos
so lado. Realmente, se todos pudessem ver o que aconte
ce nos bastidores das irradiações, talvez elas fossem feitas
não em alguns momentos, mas várias vezes ao dia. É um
verdadeiro manancial de bênçãos.
,I Enquanto ocorria as vibrações, no nosso lado, ostra
52
1 J •
nos permitem avaliar qual a melhor maneira de utilizar
mos essas energzas.
Alguns desses fluidos têm característica medicinal,
ou seja, ajudarão no refazimento energético de pessoas
que estejam doentes, e até ifZesmo na cura em alguns ca
sos. Especificamente, quanto a essa potencialidade, ain
da poderemos identificar em qual doença ele atuará me
,I lhor, como se estivéssemos de posse do remédio mais apro
53
1 J •
..,,
�
I
durante as irradiações o (atar vontade, que é u m
catalisador, e m conjunto c o m a união, q u e é u m
multiplicador, produzem inúmeras possibilidades em
nome doBem.
E devido haver por parte do dirigente encarnado,
uma certa conscientização da relevância dessas tarefas
de vibrações, teremos, daqui a algumas horas, o mesmo
cenário de bênçãos reproduzido.
Quando já se encontrarem isolados fisicamente, em
suas casas, proporcionarão outro fenômeno na área das
correntes, com outras ricas possibilidades de auxílio, di
ferente daqui quando estavam juntos tanto psiquicamen
te quanto fisicamente, uns dos outros.
Aqui tivemos uma corrente que reuniu ondas men
tais e formas-pensamento, o que auxiliou ainda mais na
produção energética; acolá, teremos somente a forma
ção de uma corrente de ondas, mas nem por isso menos
significativa, ou menos relevante, para as nossas tarefas.
Passaram-se apenas alguns minutos, cinco ou sete, do
início ao término das vibrações, e a quantidade de energia
produzida por cerca de quase vinte pessoas conseguiu atin
gir elevados índices em todos os aparelhos que as coleta
vam.
54
..,,
�
I
Terminada a tarefa despedimo-nos da irmã Verónica
para nos dirigirmos a residência de um dos integrantes da
casa espírita, no interesse de acompanhar o fenômeno da
corrente formada por pessoas fisicamente distantes umas
das outras.
Lá chegando, com mais ou menos dez minutos de
folga para o horário estabelecido para as vibrações, en
contramos três irmãos especialistas nessa tarefa, integran
tes da equipe Estrelas Silenciosas.
Eles colocaram na cabeça do nosso irmão encarna
do, um aparelho que ligaram no horário combinado para
se iniciar a oração. Evitei perguntar para que ele servia, já
que havia se iniciado a tarefa.
Vi então chegar a esse aparelho um fio azul, que vi
nha de fora da casa do jovem, que se ligou a ele no início
da irradiação.
Um dos técnicos abriu uma maleta que continha algo
similar a um computador de bolso. E na sua tela podia se
vislumbrar algo que se assemelhava a um radar.
Eu devia estar realmente demonstrando que não es
tava entendendo nada, pois o técnico que manejava o
micro aparelho começou a me explicar.
- O aparelho que foi colocado na cabeça do nosso
54 55
força da onda mental de cada um, a qualidade das energi
as, a constância, quem consegue manter por mais tempo
o pensamento elevado... e assim, podemos estruturar a
corrente de acordo com essas informações, pois aqueles
que têm mais potência ligamos àqueles de menor potên
cia para influênciá-los e sustentá-los. E, aqueles que
manteém o pensamento elevado por mais tempo, liga
mos o "plug" inicial e final para "fechar" a corrente no
período.
- É simplesmente fantástico! E como é absorvida a
energia produzida por essas ondas?
- São absorvidas pelos próprios aparelhos que estão
ligados à corrente e que manteém a energia armazenada
para depois serem descarregadas no armazém central.
-E esse outro aparelho onde vemos a "teia" mental,
parece um minúsculo computador?
- Sim! Mas muito mais sofisticado. Ele realmente
conta com princípios desta área tecnológica.
- E essas energias seguem a mesma diversidade da
outra corrente que se estabeleceu no centro espírita?
- Claro! São as mesmas energias mentais, só que
coletadas, e produzidas, de maneira diferente.
-E no caso de alguém s� desconcentrar ou tiver que
interromper a sua irradiação por um motivo qualquer?
-Também é para isso que existe uma equipe de acom
panhamento. Eles então assumiriam o lugar da pessoa e
restabeleceriam a corrente, impedindo que ela se enfra
quecesse ou se rompesse, pois aqui, temos de certa for
ma, uma analogia com a corrente elétrica, não podendo
perder uma ligação psíquica porque desligaria o circuito
energético.
- Um dos espíritos assumiria o lugar então do encar
nado? Falei, surpreso com a possibilidade.
56 57
- Por que não? É tudo uma questão de sintonia, de
estar na mesma freqüencia vibratória. Não importa se a
pessoa está encarnada ou desencarnada.
-E qual seria a vantagem dessa corrente sobre a ou
tra, se é que existe?
- Vantagens não há, existe uma diferença. Esta, por
ser feita em local aberto, faz um ângulo maior e possibi
lita uma maior abrangência, outras pessoas podem sin
tonizar com a freqüência emitida, aumentando a potên
cia da mesma. Já a outra tem menor poder de alcance,
apesar de ter maior produção energética por causa da forte
influência psíquica, que não só o centro espírita exerce,
mas também, cada fJessoa exerce sobre a outra.
Acompanhe você mesmo, aqui pelo vídeo, a exten
são da nossa corrente!
Eu estava admirado com as luzes brilhando nas suas
diversas tonalidades no vídeo. Era um espetáculo muito
bonito. Parecia realmente o desenho de uma grande "teia",
a se desdobrar por extensa área do mapa.
- Agora você sabe o porquê do nome Estrelas Silen
ciosas, dado à nossa equipe. Foi inspirado desse efeito
deslumbrante, que acontece quando se realizam essas vi
brações, onde uma pessoa, em horário pré-determinado,
se liga a outra para irradiar luz no meio de tanta escuri
dão. Sendo feita à noite, em um momento de meditação,
o nome está em perfeita concordância com o fenômeno.
57
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58
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54 corrente de
jormt1s-penst1menfo
58 59
--
I
��I um hospital onde haviam duas senhoras, sendo uma bem
idosa.
- Observe a s construções mentais e m suas
psicosferas, a maioria demonstra a preocupação com a
alimentação. Essas senhoras estão na rua à procura de
alimento, vamos tentar inspirar as pessoas para ajudá
las.
Coloque toda a sua concentração numa forte von
tade em ajudá-las.
Eu me concentrei, e como Agar fez o mesmo, as nos
sas formas-pensamento se uniram.
Dessa união, fez-se uma corrente de formas-pensa
mento com a essência de ajudar as duas senhoras.
Ficamos, então, aguardando que algum transeunte
se sensibilizasse com a situação e entrasse em contato com
a nossa corrente de formas-pensamento.
Várias pessoas passaram indiferentes ao quadro, mas
depois de algum tempo, um senhor ficou sensibilizado e
diminuiu o passo, observando-as.
Ao se envolver com o can;po vibratório da corrente
entrando em contato psíquico com ela, ele mostrou-se mais
reflexivo com a situação absurda e disse a si mesmo men
talmente:
- O governo precisa fazer algo aqui à noite... que
situação dessas senhoras ... e uma já é bem idosa...
E foi embora... Ele entrou em contato com a corren
te, recebendo a influência dela, mas nem ao menos estabe
leceu uma conexão, ou seja, não houve a sintonia porque
não havia nenhum interesse no seu íntimo de ajudar aquelas
pessoas, apenas de lamentar o governo ...
Logo depois, passou uma senhora que também ficou
sensibilizada com o fato. Diferente do senhor, ao entrar
em contato com a corrente aconteceu a sintonia, estabele-
60
��I ceu-se uma conexão, demonstrando que existia alguma
vontade real em ajudá-las.
Disse ela às duas senhoras:
- Boa noite, vocês estão com fome?
- Sim senhora, estamos o dia todo sem comer...
- Ah, meu Deus... esperem um pouco que eu vou com-
prar algo para vocês!
Foi, então, ao restaurante próximo e comprou uma
refeição para ambas.
Elas ficaram muito agradecidas e emocionadas.
Já-tinha se passado três horas que estávamos ali e nin
guém as havia ajudado.
A indiferença ainda é uma das grandes chagas da Hu
manidade, filha direta do egoísmo.
Por pensar que já havíamos atingido o nosso objeti
vo, já que a ajuda tinha sido realizada, indagei a Agar:
- E agora Agar, retornamos à colónia?
- Tenhamos tento, pois a situação merece maior al-
cance por parte de quem tiver verdadeiro interesse em
ajudá-las.
Foi, quando passou uma jovem do centro espírita de
onde viemos e, antes mesmo de entrar em contato com a
corrente, ela se pôs a conversar.
- Boa noite! Vocês estão com fome?
- Não, muito obrigada! Graças a Deus, uma senho-
ra que passou ainda há pouco nos deu um jantar.
Só agora eu tinha percebido que a refeição tinha sido
feita em velocidade espantosa, pois na verdade elas não
deveriam se alimentar já fazia muito tempo, talvez desde
ontem e não só hoje, como elas informaram.
Nesse ínterim, a jovem envolveu-se de tal forma com
a corrente que passou a receber e a doar energias para ela,
como nós. Estávamos os três interligados psiquicamente,
61
graças a corrente, que por causa da energia que recebia da
jovem estava maior.
A jovem estava totalmente envolvida porque come
çou a confabular, mentalmente, que não podia deixar es
sas pessoas entregues à própria sorte. E procurou se intei
rar mais do problema.
- Onde vocês moram?
- Morávamos no morro, mas tivemos que sair. Os
traficantes pediram a casa para guardar drogas para eles,
e disseram que era isso ou rua.
O drama era inacreditável.
- E vocês não tem para onde ir?
- Nós estamos há um mês morando na rua...
-Mas e a vovó? Quantos anos você tem?
- Cento e cinco anos.
A resposta teve o efeito de um choque no bondoso
coração da menina. A situação era estarrecedora. Eu mes
I
mo no lado de cá, mal poderia imaginar tamanho drama.
Uma senhora dessa idade dormindo na rua... Como iria
fazer suas necessidades? Como ,repousar? Como se ali ''
I
gado à corrente, e vice-versa, isso poderia prejudicar a nossa
irmã, na sustentação psíquica que estávamos realizando,
além de também me desligar da mesma. Passei então, a me
concentrar mais, para manter o estado anterior.
Olhei para nossa irmã e vi que ela ficou perplexa com
as circunstâncias, mas a forte ligação com a corrente, e
t
62
I
conosco indiretamente, sustentava-a e inspirava-a para
maiores realizações no serviço ao próximo.
- Qual é o seu nome?
-Maria Helena.
-E o seu, vó?
-Zulmira.
- Onde vocês vão ficar? Aqui?
- Não, só estamos aqui para conseguir comida.
Como já conseguimos, estamos agora, indo dormir.
-Aonde?
- Lá no início da subida da Rua fernandes, embaixo
da marquise.
- Eu sei aonde fica. Olha, eu vou tentar ajudá-las,
conseguindo um local para dormir, pelo menos por hoje,
o que vocês acham?
-Ah, minha filha! Seria uma benção de Deus!
-Ah! Deus lhe pa[.,IUC, muito obrigada, minha filha!
I
Elas estavam emocionadas. Finalmente alguém esta
va tratando-as como seres humanos, como pessoas... Al
'' guém estava se interessando pelo drama delas, com verda
deira vontade de ajudar.
Beatriz partiu então na direção da sua casa para bus
car auxílio, e algo muito interessante aconteceu... a cor
rente estava indo junto com ela.
Existia um fio que partia da mente dela e ligava-a à
l
;
corrente. E nós, que ficamos no mesmo lugar, continuá
vamos também ligados; mas nossos fios estavam se esti
I
cando.
Interessante, que todos os outros que tiveram um
contato com a corrente, não tinham feito uma ligação com
ela através das suas ondas mentais.
-Estás surpreso? Perguntou Agar ao verificar que eu
I 63
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68
II
6
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I,
(,9
1,,
minutos que se formaram várias "teias" de baixo teor
vibratório e está aumentando cada vez mais.
A sala era grande e tinha vários aparelhos semelhan
tes aos computadores do plano físico e um grande telão,
como um cinema ao fundo.
A tela mostrava algo que parecia uma espécie de ra
dar. Havia vários pontos coloridos, e algumas linhas li
gando esses pontos, sendo que ao fundo estava o mapa
da cidade do Rio de Janeiro.
- Saulo, o que você está observando é o nosso radar
mental. Nessa grande tela podemos observar qualquer lo
calidade do Estado do Rio de janeiro em minúcias de de
talhes. Os pontos coloridos representam mentes de pes
soas e suas respectivas freqüências, ou seja, o que elas
estão irradiando no momento. E as linhas representam a
ligação entre as pessoas.
Nesse momento, uma legenda apareceu no canto su
perior direito do radar com as freqüências, suas respecti
vas cores, e uma breve descrição. Fácil ficou para eu en
tender que a cor verde musgo, por exemplo, representava
pessoas gue estavam com inveja naquele exato momento,
irradiando energias de baixa freqüência vibratória confor
me demonstrado na tela.
- Veja que agora só aparece uma determinada faixa
vibratória no radar. Selecionamos uma faixa vibratória
onde estão as freqüências do medo, angústia, raiva, ódio
e afins, são energias muito baixas que se você observar
começam a se ligar em vários pontos.
Era verdade; já podia se ver dois pontos roxos liga-
faixa vibratória
Conjunto de freqüências vibratorias próximas umas as outras.
Por exemplo a faixa 90 poderia, de uma forma hipotética, ser
composta das freqüências vibratórias 89, 90, 91, 92 e 93.
70
I
1,,
dos, vários vermelhos, muitos cinzas, num espetáculo cu
rioso, e se eu não soubesse que era extremamente negati
vo diria belo ...
- Como pode ver, começam a se formar o que cha
mamos de "teias" pois é o que parecem vistas nesse ra
dar. Na verdade, são cor;entes de ondas mentais facil
mente produzidas por aqueles que estão sintonizados na
mesma freqüência. O que está diferente hoje é o aumen
to rápido da quantidade de pessoas ligadas umas as ou
tras e a duração desse fenômeno, o que demonstra que
algo de grave está acontecendo, conforme prevíamos.
Nesse momento, Julius parou de me explicar e co
meçou a dar diversas intruções à razoável equipe que ope
rava os computadores.
À esquerda do radar surgiu uma imagem em tama
nho menor, que segundo entendi registraria o ponto má
ximo da concentração de energia negativa, seria algo como
o foco daquela negatividade.
Pudemos então ver que o fato era extremamente de
licado; um ônibus estava cercado de policiais e dentro dele
uma pessoa bastante nervosa com reféns. Mas isso, por si
só, não justificaria a corrente de ondas mentais que se es
tendia muito além do foco. O que estava contribuindo
p<ua esse quadro dantesco, na questão energética, era a
transmissão ao vivo que estava sendo feita pelas emissoras
de TV da região carioca.
1-'oi então que à direita do radar, no canto inferior,
surgiu outra mini tela com nomes e endereços. Julius ha
via pedido ao pessoal da sua equipe que fizesse um filtro
para que a colónia pudesse iniciar um trabalho de auxílio
às pessoas, interrompendo essa corrente negativa.
Vários grupos, ou mini-teias, começaram a aparecer
na tela, separados por áreas, quando Agar aproveitou para
71
I
sugerir a nossa participação.
-Julius, se você desejar, eu e Saulo podemos nos di
rigir a drea B, para desligar essa mini-teia que se formou.
-Seria excelente Agar, pois pelo que eu vejo precisa
remos de toda ajuda possível nesse caso.
A área B era o bairro onde ficava o centro espírita
que visitamos. Fomos então, sem demora, na direção de
um prédio onde se formou uma dessas mini-teias.
-Agar, porque não fomos até o local do problema?
- Porque existe ordem e disciplina para tudo, Saulo.
Aquela região estd sob a supervisão de outra colónia.
Como pode ver o problema se alastra e trard conseqüên
cias inúmeras ao cotidiano das pessoas. Cada tarefeiro é
chamado a servir na sua drea com os recursos que dis
põe. Por acaso como auxiliaríamos a delicada situação?
Você tem alguma idéia?
-Não!
-Não saberíamos o que fazer para ajudar na delica-
da situação. Para servir é preciso muito mais que boa
vontade ou simples intenção de ajudar. É necessdrio sa
ber o quf}_ se estd fazendo. Por isso, iremos até a casa de
pessoas que estão em nossa drea de atuação, mas nada
impediria de irmos até o foco, desde que fôssemos solici
tados, pudéssemos, e soubéssemos ajudar realmente.
Chegamos então a casa de Eulália e Celestina. O
ambiente estava bem tenso, Eulália estava revoltado com
a situação, reclamando da violência, da impunidade, do
governo, e criando ao seu redor várias formas-pensamen
to negativas, bastante disformes.
Do nosso lado o "ar" estava mais denso, via-se já com
dificuldade por causa também das energias negativas que
I!
1 eram irradiadas continuamente pela TV. Além da violên
cia e da tensão natural produzidas por imagens verdadei-
I
72
ras, ao vivo, o canal sintonizado transmitia a informação
com um sensacionalismo exacerbado, aumentando consi
deravelmente o problema.
Mas se Eulália estava totalmente envolvido na ques
tão, Celestina, apesar de se !"ncontrar no mesmo local, não
estava concentrada no fato. Ela apenas acompanhava, às
vezes, exclamando: "- Ih, não quero ver isso não, pois
isso vai acabar mal...".
O seu campo psíquico estava com um aspecto de an
gústia, como se desejasse que aquilo acabasse logo.
Agar então pediu para que eu tentasse trasmitir boas
energias à Celestina, sugestionando calma e irradiando boas
energias, enquanto ele faria o mesmo a Eulália.
Ela, por estar mais receptiva, teve facilidade para ab
sorver as energias que eu estava doando e, rapidamente,
ficou mais harmonizada.
Nesse instante, Agar aproveitou para sugerir a Eulália
que desligasse a TV, porque isso estava lhe fazendo mal, e
pediu que eu fizesse o mesmo com Celestina.
Esta captou meu pensamento e lembrou ao marido
as lições que haviam recebido no centro espírita, de que
não devemos nos envolver com o mal seja de que forma
ele estiver, a não ser que possamos fazer algo para ajudar,
e que ali eles só estavam ficando tensos, nervosos, assusta
dos e até com um certo mal-estar.
O marido, que estava envolvido por Agar ficou re
ceptivo à orientação da esposa e decidiu desligar o apare-
campo psíquico
Trata-se de uma área ao nosso redor formada pela extensão
das ondas mentais que irradiamos. Qualquer energia que adentrar
1
nessa área (onda mental, forma-pensamento ou derivados) es
I! tará em contato psíquico conosco. Nele permanecem diversas
energias que irradiamos e atraímos.
I
73
lho de TV. Ele ainda tentou mudar de canal mas
verificou
que agora todas as emissoras passavam ao vivo
as cenas
dramáticas.
Eulálio falou então, consigo mesmo, que o melh
or a
fazer era mesmo se deitar, no que Celestina
concordou
dizendo que também iria.
Pensei que nossa tarefa havia terminado mas
Agar me
esclareceu que deveríamos acompanhar o
descanso de
ambos para verificarmos as tristes conseqüên
cias que iri
am ter por causa das energias a que se entregaram
antes de
dormir.
- Nesses momentos, o certo seria haver uma
con
centração em algo elevado. Eulálio e Celes
tina poderi
am ler algo edzficante antes de dormir ou fazer
uma ora
ção, com o coração e a mente ligados ao Alto
. Esses são
recursos indisfJensáveis para uma boa harm
onização e
que ajudariam a minimizar as impressões negat
ivas que
estão vivamente gravadas na mente de amho
s.
ii
- Mas eles já estão psiquicamente "limpos", graças
aos passes que aplicamos. Não vejo na aura deles for
mas-pensqmento que possam causar-lhes perturbação, e
a freqüência das ondas de ambos sugere um momento
mais harmónico do que há alguns minutos...
- Sem dúvida, o quadro energético ao redor de am
bos, graças a nossa intervenção, ficou muito melhor do
que se encontrava, mas permanecer desta forma é algo
que foge às nossas possibilidades, pois o nosso exterior é
o reflexo do nosso foro íntimo; atuamos no efeito, mas
só eles podem atuar na causa.
arquivo mental
Trata-se de uma área em nossa mente onde
ficam registradas,
'I
!I 74
------- ---
A nossa mente possui o que podemos chamar de ar
quivo mental, e este é dividido em áreas de acesso fácil,
médio, difícil e inacessível.As informações gravadas mais
recentes, ficam sempre na parte fdcil desse arquivo, onde
o acesso é instântaneo, por isso apesar deles não estarem
mais em contato com as imagens transmitidas, a mente
ainda se encontra concentrada nas fortes emoções que
tiveram há pouco. Como nada foi feito para mudar esse
foco negativo, ou seja, não se buscou gravar informa
ções salutares, alterando a concentração para algo ele
vado, as últimas informações, que serão acessadas
involuntariamente, produzirão mais energias afins, on
das e formas-pensamento, com o teor negativo que
higienizamos exteriormente.
- Mas eles estarão dormindo...
-A mente não...
Não demorou muito para que ambos dormissem.
Apesar das aparências serem favoráveis, o íntimo de am
ii
bos ainda estava em desequilíbrio devido o envolvimento
com os fatos da noite.
Concentrei-me em Eulálio. Ele não se desdobrou e
começou a produzir várias formas-pensamento descone
xas, a emitir ondas de teor negativo que não escondiam o
que ele estava sonhando, era um típico pesadelo que se
desenrolava tendo o próprio Eulália como participante.
Celestina, apesar de também não ter se desdobrado,
não estava irradiando formas-pensamento negativas, eram
energias mais leves conquanto não serem elevadas.
- Nossos irmãos colhem o que semearam. Enquanto
Euldlio tem dificuldades para relaxar graças a tensão men
tal que se submeteu por livre e espôntanea vontade,
II
Celestina está conseguindo ter um momento menos per
turbado de descanso porque buscou ao máximo evitar as
'I
!I 75
------- ---
cenas negativas que ficaram gravadas no arquivo mental
de Eulália. Por ele ter preenchido os espaços reservados
à área de fácil acesso do seu arquivo mental com grava
ções negativas e não ter procurado realizar outras grava
ções que fossem elevadas, sua mente está acessando essas
informações e causando o desequilíbrio que estamos pre
senciando.
Por enquanto, nossa presença aqui é dispensável.
Continuemos nossa ajuda a equipe visitando outros ir
mãos nesta área. Pela manhã retornaremos, para verifi
carmos se ainda existirão resquícios dessa noite agitada.
No dia seguinte, retornamos um pouco antes do ca
sal acordar.
Eulálio quando despertou reclamou bastante da noi
te mal dormida. Disse que teve pesadelos a noite toda. Já
Celestina falou que teve um sono muito "pesado" mas
que não se lembrava de nenhuma impressão negativa.
-Acredito, meu amor, que tudo isso é reflexo daque
las imagens de ontem à noite. Eu lhe disse que aquilo ia
acabar nos fazendo mal.
-É mesmo,
�
Celeste! Devem ter sido aquelas cenas de
tensão que acabaram me fazendo mal à noite, pois eu
sonhei que estava naquele ônibus e várias coisas horrí
veis aconteceram.
E, sem perceberem, estavam novamente começando
a gerar energias de teor ruim que iriam sintonizar com
outras afins, prejudicando-os ainda mais.
- Observe, Saulo, como é importante termos cuida
do com o que falamos; se esta conversa continuar nesse
rumo eles terão ainda mais dissabores por conta do acon
tecido de ontem.
Mas as próprias circunstâncias do cotidiano fizeram
cessar a conversação, pois Eulálio acabou de se arrumar e
76
saiu para o trabalho. Celestina saiu logo depois, e nós fo
mos então acompanhá-la para verificar o possível efeito
desta conversa que já havia gerado mais formas-pensamen
to negativas pela casa, que nós dissipamos, mantendo o
lar livre dessas energias negativas relacionadas ao triste
acontecimento.
Ao sairmos à rua, era grande a movimentação
energética, várias pessoas conversavam sobre o assunto
com riquezas de detalhes e muitas correntes de formas
pensamento negativas podiam ser vistas se ligando às pes
soas.
Celestina se dirigiu ao ponto de ônibus. Naturalmente
acabou escutando as conversas, participando mentalmen
te, sem que tivesse forças para desviar a concentração do
assunto.
Por causa disso, no mesmo momento em que subiu
na viação ela começou a relembrar o episódio. E isso fez
com que ela analisasse todos os passageiros. Fácil foi per
ceber que ela havia se colocado na baixíssima freqüência
vibratória do medo.
Foi um reflexo; a mente de Celestina apenas acessou
a parte fácil dos seus arquivos mentais, graças a influência
externa negativa que ela se permitiu envolver minutos
antes, ao dar ouvidos a conversa.
O ônibus serviu como identificador psíquico para
relembrar o episódio e nesse caso perturbá-la.
Esse fenômeno é muito mais comum do que imagi-
identificador psíquico
um
Toda informaçã� gravada em nosso arquivo mental possui
algo como uma chave, que nos permite
identificador psíquico,
, tanto
recuperar qualquer informação que tenha sido gravada
de forma consciente quanto inconsc ienteme nte.
77
namos... quantas vezes é o odor de um perfume, é o som
de uma música, é a imagem de uma foto, que nos traz
lembranças boas ou ruins, independente do que estáva
mos concentrados, pensando, antes?
Quando algum fator externo nos é familiar e impres
siona os nossos sentidos, a mente traz "à tona" as infor
mações relacionadas que foram arquivadas no nosso ar
quivo mental. E essa recuperação é sempre de uma forma
muito viva, pois não só relembramos o acontecido como
podemos reviver as impressões que ele nos causou.
Por exemplo, se o cheiro do perfume está associado
a um momento feliz de nossa vida sentimos novamente
esse bem-estar que foi causado à época, no instante da re
cordação.
Se a música traz uma lembrança triste, uma decep
ção, vivenciamos também esse dissabor, e assim acontece
com todas os acessos que fazemos ao arquivo mental, pois
quando lembramos de alguma informação revivemos tam
bém as energias que nós geramos quando da gravação.
Voltando a concentração para a nossa irmã Celestina
1
do toda pessoa que subia na viação. No nosso lado, eu
pude observar as energias negativas que saiam da sua mente
e se uniam às outras que estavam sendo produzidas por
outros no ônibus. Na verdade, quase todos os passagei
ros estavam tensos, se auto-perturbando pela lembrança
automática do que tinha acontecido na noite anterior.
Essas energias formavam uma forte massa escura so
bre o teto do ônibus, uma corrente de formas-pensamen
to densa, muito negativa.
Observei que conforme iam saltando do ônibus al
gumas pessoas se desligavam dessa corrente e outras ain-
78
da permaneciam ligadas a ela.
Como eu não estava entendendo, perguntei a Agar o
porquê disso.
-Tudo está relacionado a intensidade da ligação, al
guns estão fortemente ligados, outros não. Assim ao
sairem do ônibus, alguns se concentram facilmente em
outra coisa, se desligando do processo de sintonia, ou
tros permanecem ligados a corrente quando saem por
que continuam perturbados, concentram-se ainda na pro
blemática, suprindo-a e recebendo dela energias que au
mentam a perturbação.
Se continuarem ligados por muito tempo, poderão
ter as síndromes de difícil diagnóstico tão em voga hoje
em dia. Aliás, ainda veremos esse quadro lamentável por
algum tempo, pois como pode perceber, os fatos ainda
são comentados exaustivamente pelas pessoas gerando
energias para esssas correntes negativas e mantendo as
pessoas como que concentradas nesse assunto.
A corrente faz com que a pessoa fique "presa'" psi
quicamente a esse tipo de pensamento, favorecendo a per
79
""
I II
I
i
1:
ii'
80
""
I II ,7
I
i
1:
Csclt1recímenfos
oporfunos
81
Apesar de não ter tido cantata com a "escola" espí
rita e não ter podido utilizar o método de excelência dei
xado por Allan Kardec, você conseguiu um razoável apri
moramento, mas incompleto. Assim, certos nuances mais
complexos das questões energéticas que presenciamos,
passaram despercebidos por você.
- E você conseguiu vê-los? Conseguiu vislumbrar a
"teia" que vimos no radar?
- Sim, Saulo, mas não há nada de especial nisso, com
a experiência, a prática, constante estudo e análise, to
dos aprofundamos as nossas possibilidades, e faculdades
anímicas e mediúnicas. É
. assim em qualquer lugar, sob
I
qualquer aspecto.
- E como eu não consegui visualizar nada você po
deria me esclarecer como se processou esse fenômeno?
Ambos estavam ligados nas correntes de ondas mentais?
- Sabemos que todos nós irradiamos ondas mentais
ininterruptamente, em conjunto com as formas-pensa
mento; que seriam como a fotografia do que estamos pen
sando, com uma diferença substancial: elas possuem vida
própria, podendo ser considerado como um ser artifici-
•
ai.
A extensão das ondas mentais que irradiamos, cons
trói o que chamamos de um campo psíquico mental onde
�
acontecem todos os fenômenos, onde entramos em can
tata e interagimos com as energias da mente de outrem,
82
.J
I
em alguns, menos comuns, esse campo se estende de for
ma muito mais impressionante.
Através desse mecanismo, a expansão de seu campo
de influência mental, nosso irmão Eulália entrou em can
tata com seu vizinho, que estava na mesma freqüência
vibratória, favorecendo a-sintonia. Este, por sua vez, es
tava ligado a outrem e assim por diante, formando a ex
tensa corrente de ondas mentais.
Ao identificar os pontos chaves da corrente pelo ra
dar, pudemos enfraquecê-la, contribuindo para que ela
se desfizesse ou perdesse a sua força.
Qualquer corrente de ondas mentais é um comple
I
xo circuito de energias; se desligarmos em determinado
ponto interrompemos a transmissão da energia, à seme
lhança de um circuito de distribuição de energias elétri
cas em que você ao causar uma pane numa sub-estação,
corta o abastecimento de energia daqueles que estiverem
a ela ligados.
Celestina, apesar de estar em faixa vibratória nega
tiva, sofrendo a sua cota participativa, não estava na
mesma freqüência vibratória. Por isso, utilizamos ela para
a tarefa de desligar parte da corrente e causar uma "pane"
no sistema energético, já que ele, Eulália, era como uma
sub-estação da "teia", devido a potência energética com
�
que irradiava sua energia mental naquela área. Estava
ele ligado a mais de oito pessoas diretamente.
83
.J
I
desfazer aquelas que são nocivas às pessoas e por conse
guinte à Humanidade que todos pertencemos.
- Pelo que eu pude concluir uma corrente de ondas
mentais só prejudica, ou auxilia, àqueles que estiverem
ligados à elas.
- Isso se ficarmos somente no efeito esquecendo as
conseqüências indiretas. É necessário uma análise mais
abrangente, pois aumentada a potência energética e a con
centração da pessoa, as formas-pensamento que ela pro
duz passam também a ter mais força e conseqüentemen
te maior possibilidade de vida, além de existir uma possi
bilidade maior de inúmeras outras estarem sendo produ
zidas pelas outras pessoas da corrente de ondas.
Naturalmente, essas formas-pensamento podem de
pois se unirem e formarem então uma corrente de for
mas-pensamento, o que é altamente prejudicial à saúde
psíquica, à paz e à harmonia de quem estiver ao seu re
l
dor, se ela for de teor negativo, ou seja de baixa freqüên
cia vibratória.
Foi assim que nossa irmã, que não se envolveu na
corrente de ondas mentais, acabou sendo "vítima" no
dia seguinte'de uma das incontáveis correntes de formas
pensamento que se formaram do episódio infeliz, e so
freu-lhe as conseqüências.
I I,
As correntes de ondas mentais são, por natureza,
grandes produtoras de correntes de formas de pensamen
to; não necessariamente como algo feito consciente, mas
como conseqüência, pois as formas-pensamento geradas
sob a influência de correntes de ondas mentais duram
muito mais tempo e ficam mais resistentes, ganhando
tempo para se unirem.
Eu estava perplexo com as questões realmente com
plexas, e para mim totalmente novas... eu sabia que quan-
84
_j,
do fazemos uma oração conjunta temos mais força psí
quica, mas jamais iria imaginar tantas conseqüências
advindas dos nossos pensamentos. Arrisquei então
aprofundar ainda mais o meu aprendizado com o nobre
Mentor.
- Acredito que os meios de comunicação de massa
contribuíram para que as correntes ficassem tão poten
tes e influentes nos dias atuais, não é mesmo?
-Sem dúvida. Fácil perceber que a Humanidade sem
pre construiu correntes tanto de ondas mentais quanto
de formas-pensamento, mas antes elas eram localizadas,
pois eram circunscritas aos locais e às pessoas que ali
estivessem. Agora com a facilidade de comunicação en
tre todas as partes do mundo elas passaram a ser mundi
ais. Tivemos um exemplo recentemente com as duas gran
des correntes mundiais que se formaram a favor e contra
a guerra que os Estados Unidos queriam, e empreende
l
ram, contra o Iraque.
Grande é a responsabilidade dos meios de comuni
cação, pois hoje eles influenciam na geração de
incontáveis correntes ao redor do mundo.
Lembrando ainda que se uma forma-pensamento
pode perturbar ou auxiliar uma pessoa, uma corrente de
formas-pensamento aumenta essa possibilidade em um
I I,
sem número de vezes.
- Agar, pelo que eu consegui observar até agora, pos
so concluir que as formas-pensamento, devido as suas
características, conseguem obsidiar as pessoas. Mas isso
não seria somente o resultado de uma influência negati
va encarnada, ou desencarnada, sobre alguma pessoa tam
bém encarnada, ou desencarnada?
- Saulo, Allan Kardec, no Livro dos Médiuns, esta
belece uma definição clara do que seria a palavra obses-
85
_j,
são para a Doutrina Espírita, confonne você colocou. Já
os dicionaristas da Terra estabelecem que se trata de uma
idéia fixa a nos perseguir.
Se optannos por esses últimos o tenno estaria bem
colocado, por esclarecer essa possibilidade de perturba
ção pennanente que pode ser exercida por uma fonna
R
pensamento. Mas por nossa condição espírita, se adotar
mos esse vocábulo isso traria certa confusão desnecessá
ria. Em vista disso utilizemo-nos do termo perturbação,
já que toda forma-pensamento produz uma influência
de acordo com o seu teor energético, e se essa energia for
negativa ela irá causar perturbação a quem adentrar o
seu campo de influência. Podendo esta perturbação au
mentar gradativamente se a pessoa se permitir estabele
cer uma ligação psíquica.
Infelizmente esse é um acontecimento comum, in
clusive comumente utilizado pelas inteligências contrá
rias ao Bem para favorecer os seus objetivos infelizes. '
I
�
1-
86
Lj
I
R
uíndrome
� ,
pJzquzca
'
I
\
I
Passei todo o dia seguinte estudando na colônia, para
poder acompanhar, à noite, alguma tarefa "desobsessiva"
de formas-pensamento.
� Na hora combinada, Agar solicitou ao Julius a per
1- missão para a tarefa. Minutos depois nos foram apresen
tadas Mirele e Viviane, que estavam de saída para ajudar a
uma senhora que teve o nome colocado no cesto de irra
diação.
Desde o domingo retrasado, dia da reunião pública
no centro espírita, que ela está sendo monitorada, para
conseguirmos descobrir a melhor forma de ajudá-la.
Todo nome, e endereço, que é colocado no cesto é
· sempre muito estudado e analisado, planejado mesmo, até
87
Lj
I
o momento efetivo da ação, salvo os casos urgentes que
requerem um auxílio imediato.
l
No caminho até a casa da irmã que seria auxiliada,
Viviane e Mirele nos colocaram a par da situação. Angela,
estava quase sofrendo de síndrome do pânico e, a cada
dia, seu quadro tinha uma piora, devido a diversas cir
cunstâncias do seu cotidiano.
Quando chegamos à casa dela, Agar me informou que
a nossa tarefa seria a de auxiliar no que Mirele e Viviane
precisassem. Pediu-me então, para observar os fatos que
eu iria presenciar e ficar vigilante.
E se ele estava me pedindo uma maior concentração
e atenção, era porque o problema não estava só na tal
síndrome, havia algo mais...
Angela havia acabado de chegar e estava aparente
mente normal. As energias que irradiava não estavam em
uma faixa negativa.
Me chamou a atenção uma boa quantidade de for
mas-pensamento, muito bizarras. Era como se fossem
protozoários misturados com cabeças de tênias. Elas esta
vam mais nas paredes e nos objetos da sala: sofá, estante,
'
I
Foi quando Agar me alertou para não me concentrar nas
formas, pois senão, elas seriam atraídas até a mim.
Angela se sentou no sofá e começou a ler o jornal do
dia. Nesse instante iniciaram-se os fenômenos. Quando I
88
I
j.,
I
mas-pensamento que estavam pela sala.
- Angela estd agora, clinicamente falando, com a cha
l
mada síndrome de pânico. Ao interagir psiquicamente
com as formas-pensamento que estão no ambiente, ela
passou do receio para o medo e deste para o pânico de
-
que algo de ruim aconteça com ela.
As alterações fisiológicas não tardarão, palpitação,
suar frio, mãos geladas...
Conforme pode se observar pela reação instântanea
junto às formas-pensamento, ela é uma sensitiva; possui
sensibilidade psíquica, mas não o sabe, situação essa muito
comum nos dias atuais e que, nesse caso, atua como um
agravante.
- E se ela não fosse sensitiva isto estaria acontecen
do? Perguntei à Viviane, que tinha começado a me escla
recer sobre o fenômeno de atração e absorção das formas
pensamento.
- Como não, apenas mudaria a velocidade e a inten
sidade imediata das conseqüências, mas a problemdtica
persistiria. Não é a mediunidade ou a sensibilidade psí
quica a causadora da síndrome que vemos, mas a postu
ra mental, e as características íntimas, da mesma que fa
vorecem o contato e a absorção das energias negativas, e
I
que trazem a ela esse reflexo fisio-psíquico.
Imagine se ela não fosse sensitiva, a única diferença
seria na percepção das energias que ela possui, mas não
I sabe analisar. As conseqüências, que no caso dela é a
síndrome, apareceriam da mesma forma, mas não seria
de forma tão abrupta, no mesmo momento da leitura de
um jornal como vimos. Seria mais sutil, podendo apare
cer em outra hora, em outro dia... demoraria mais tem
po para se refletir no físico o contato que foi feito com
as energias negativas.
89
I
j.,
I
Enquanto isso, Angela se levantou, já em desequilíbrio
psíquico e foi até à porta verificar se estava fechada. De
pois dirigiu-se ao quarto com a intenção de ficar isolada lá
dentro. O temor tinha se apoderado dela.
Quando entramos junto com ela no ambiente tomei
um susto. Quase o triplo de formas-pensamento pareci
das com as que estavam na sala se encontravam no quar
to.
- Não se espante! Sempre quando fica em crise, ela
vem para cá. Por isso, o aumento da quantidade desses
"seres" bizarros neste ambiente. Mas, tenho certeza, de
que hoje conseguiremos modificar essa situação. Fui in
formada de que em poucos instantes Ricardo já estará
chegando com os nossos irmãos.
- ?! Não entendi Mire/e... quem é Ricardo e que ir
mãos estarão chegando?
- Desculpe, Saulo. Ricardo é o o Guia familiar desta
casa e hoje, ele ficou de trazer o juvenal, um amigo do
Jorge, que é o esposo da nossa Angela. Ele é espírita e tem
despertado o interesse do Jorge pelo comportamento
invulgar, pela, conduta exemplar que o mesmo tem pe
rante o dia a dia de trabalho. Ambos, convivem no mes
mo escritório, sob muitas pressões e dificuldades, mas
juvenal com seu caráter e honestidade, se destaca da imo
ralidade e desonestidade, hoje reinantes em parte da so
ciedade.
já faz algum tempo que Ricardo tenta afastar Angela
das energias negativas, inclusive destruindo as formas
pensamento. Mas como sabemos, se não existir a mu
dança de postura íntima, até esse paleativo se mostrará
ineficaz.
Algumas vezes, ele também consegue evitar que as
sistam aos programas noturnos de 7V dedicados ao noti- I
'I'
I
90 í
I·
I
.e
ciário da violência, que são como um "combustível" para
essas formas-pensamento. Mas, a tarefa parece não ter
fim, já que tudo que é feito, atua somente nos efeitos e
não na causa.
Ademais, quando o ambiente consegue ficar mais
harmónico, os agentes retornam, trazendo mais uma ma
triz de forma-pensamento. Temos esperança de que hoje
consigamos atuar na causa de todo esse mal, porque só a
própria Angela pode mudar o comportamento, o seu qua
dro mental, para que realmente consiga a paz que tanto
almeja.
Confesso que eu estava muito curioso, pois Viviane
falou em agentes... matriz de forma-pensamento... mas a
campainha estava tocando. Era Jorge e Juvenal, que havi
am chegado.
Ricardo, rapidamente, relatou que teve dificuldades,
pois os agentes estavam seguindoJorge e, chegariam a qual
quer momento. Agar então falou-lhe:
- Irei ao encontro de nossos irmãos. Dêem continui
dade ao que foi planejado. Estarei de volta assim que pu
der. Saulo, permaneça em oração e vigilância, pois o mo
mento requer o máximo de cada um de nós.
Ele estava sério, como sempre, mas agora ainda mais.
Percebi a delicadeza da situação e decidi ficar mais con
centrado ainda, no que estava acontecendo.
Jorge foi direto ao quarto pedindo paraJuvenal ficar
à vontade. Chegando, verificou que a esposa estava dife
rente, como que acuada, sem que soubesse a causa. Ele já
tinha conhecimento do fato e, trouxe Juvenal exatamente
para que pudesse auxiliá-la de alguma forma, com aquela
I
filosofia de vida que ele tanto falava.
- Meu amor, eu trouxe o juvenal, lembra? Aquele
amigo do trabalho que eu lhe falei...
'I'
I
I· í 91
I
.e
- Sim, eu me lembro. Vou me arrumar e estarei na
sala em instantes.
- Está tudo bem?
- Sim, já passou, não se preocupe, foi apenas uma
indisposição ...
'
Na verdade foi Mirele que a ajudou com um passe.
E Jorge, .então voltou para a sala para conversar com
Juvenal.
Em minutos Angela apareceu. Aparentemente me
lhor, mas para nós que olhávamos as energias ao seu re
dor, a melhora não havia sido muita. De bom, somente a
saída do seu quarto.
- Boa noite, Seu juvenal! O jorginho, não pára de
falar bem de você.
III -Boa noite, Dona Angela! É bondade de seu esposo,
já que trabalhamos juntos.
- Que nada, juvenal! Você é o único que presta na
quela empresa. E hoje eu sei que essa sua conduta, é devi
do à Doutrina Espírita que começo a admirar.
-E por falar no Espiritismo, permitam-me presenteá
los com dois ljvros básicos de nossa querida Doutrina.
Num, vocês terão a filosofia, e noutro, a sublime mensa
gem de jesus, como vocês nunca viram antes.
- Não precisava, juvenal.
- Sou eu que faço questão!
- O Livro dos Espíritos e O Evangelho segundo o
Espiritismo...
- Sim, Dona Angela, eu espero que assim vocês pos
sam aprofundar seus conhecimentos da doutrina. O Li
vro dos Espíritos foi codificado por Allan Kardec no for
mato de perguntas e respostas. já o Evangelho, está de
uma forma mais dissertativa, trazendo as elucidações do
mundo espiritual junto com as reflexões dé Kardec sobre
92
�
-"
os ensinamentos de jesus.
E a conversa não parou mais. Tanto Angela quanto
Jorge, passaram a fazer perguntas sobre espíritos, Jesus,
mediunidade... e, enquanto iam conversando, do nosso
lado a movimentação era intensa.
Angela, agora, estava muito diferente psiquicamente.
As formas-pensamento que estavam próximas à sua aura,
foram afastadas; e outras, que estavam mais próximas ain
da, foram destruídas pela irradiação dos três.
Na verdade, quanto mais eles falavam, mais luz se fa
zia no ambiente; uma conseqüência natural, já que a con
versa estava muito edificante.
Várias formas-pensamento, belíssimas, eram produ
zidas pelos três e, muita luz se irradiava através dos pensa
III mentos de cada um.
Parte dessa energia, Ricardo estava manipulando,
construindo algo, que me parecia uma "corda". Aos pou
cos, ele ia colocando essa "corda" nas portas e janelas de
acesso à casa, como que vedando as entradas.
Viviane estava utilizando outra parte; particularmen
te, a produzida pelo Juvenal, para destruir todas as for
mas-pensamento negativas, restantes nos outros cômodos.
Mirele, estava utilizando uma outra parte, para
fluidificar a água que eles estavam bebendo, para a limpe
za energética dos objetos e móveis da sala, assim como
dos outros cômodos.
Agar, que já havia retornado, e eu, estávamos susten
tando a conversação superior. Eu, inspirando ao casal, e
Agar, ao Juvenal, auxiliando-o nas respostas.
Já era quase nove horas da noite, quando Juvenal se
despediu da família, para retornar ao seu lar. Angela, não
era nem a sombra daquela que havíamos visto horas atrás.
Estava agora, irradiando uma luz azul muito suave, tendo
93
�
-"
r
ao seu redor formas-pensamento muito diferentes das que
estavam na sua casa. E, quando entrou no seu quarto, ha
viam pouquíssimas daquelas formas-pensamento negati
vas, sendo que conforme sua aura entrava em contato com
elas, quase todas iam se dissipando. Restaram somente al
gumas que foram afastadas, refratadas.
Agar me explicou que a energia produzida p� los três
foi semelhante a de um estudo do Evangelho. Foi tanta
energia gerada que possibilitou a limpeza psíquica do am
biente e a destruição da grande quantidade de formas-pen
samento negativas, que ali se encontravam. Além de for
necer material para a construção de uma cerca de prote
ção nas entradas da casa, que segundo ele, duraria pelo
menos 72 horas; tempo suficiente para as próximas tare I
fas. E continuou sua explicação:
I,
- Observe, Saulo, que a energia elevada gerada não
foi suficiente para destruir todas as formas-pensamento !
negativas. Nas restantes, utilizaremos a energia da cor
rente que Mire/e trouxe para dissipá-las. Isto acontece,
como pode ver, porque cada forma-pensamento tem a sua
potência energética; precisando sempre existir uma po
'
tência superior, para eliminá-la.
Apesar de ter sido produzida bastante energia supe
rior, com a conversa edificante, ela não foi suficiente para
fazermos a limpeza completa e não podemos deixar ne
J
nhuma cópia da matriz "viva", pois do contrário o re
torno ao cotidiano poderá prejudicar todo o esforço da
noite.
- Você acha que tudo pode voltar ao que estava ho
ras atrás? I,
- Como você não desconhece, é preciso ter muito
cuidado com as energias. A televisão, além de irradiá-las,
como é fácil de se constatar, influencia ainda pelo senti-
94
r
do visual e auditivo na produção de energias diversas,
que serão elevadas, ou não, de acordo com o que estiver
mos assistindo. O mesmo é válido com as ondas hertz
que nos oferecem o som. Ao serem transmitidas, condu
zem energia que nos influencia, por si só, à produção de
mais energias. Sem contarmos com a leitura que sempre
faz com que a nossa produção mental aumente devido a
concentração que exercemos.
Assim sendo, uma conversa edificante, um estudo
do Evangelho, uma música elevada, a incomparável ação
no Bem, servindo ao próximo, produzem energias eleva
das, salutares, harmonizantes e sublimes, que estabele
cem uma fJsicosfera de paz e harmonia.
I Mas, se a escolha for utilizar esses recursos de outra
J
- Sim. Daquelas que nós vimos serem coletadas, tanto
na tarefa de irradiações quanto na corrente produzida
pelos integrantes do centro espírita.
Nesse instante, ela está dissipando as formas-pensa
mento restantes com o auxílio de certo aparelho, que é
utilizado para essa finalidade.
- Agar, eu percebi também que essas formas-pensa
mento eram algo pegajosas, e estavam como que "an-
95
dando" pelas paredes e objetos. Porque não havia nenhu
ma flutuando pela sala?
- Existem formas-pensamento que são etéreas,
diáfanas; outras são pegajosas, aderentes, como as que
vimos. A contextura delas irá sempre depender da ener
gia com a qual foram produzidas.
Não tive tempo para mais perguntas, pois Viviane
chamava-nos para novas tarefas.
- Agar, o que você me diz de deixarmos a Mire/e jun
to ao Ricardo, para nos avisar de qualquer emergência e,
irmos nós três, até os agentes para evitarmos novas per
turbações?
- Penso, que o que for decidido por você, será a me
lhor decisão a ser tomada, querida irmã.
96
9
Oemeadura
ínfelíz
96 97
11:'
,[li - Quer dizer que, aquela forma-pensamento na casa
da Angela foi produzida por alguém que tinha o intuito
de perturbá-la?
- Exatamente! Essa é uma das sofisticadas formas
que as inteligências contrárias ao Bem utilizam, há mui
to tempo, para causar perturbaçües.
Há tempo que estamos monitorando a ação desse
infeliz grupo, e acredito que está chegando a hora de con
seguirmos desmantelá-lo, socorrendo-os em grande par
te para uma renovação íntima. Começaremos essa nova
fase com os seus ditos agentes, que sofrerão significativa
baixa durante esses dias.
-Mas como eles conseguem fazer isso?
- Esses irmãos fazem parte de um vale comandado
por antigos magos da ldadeMédia, que produzem as ma
trizes de formas-pensamento. Primeiramente, eles anali
sam as pessoas durante certo tempo, seus costumes, há
bitos, receios, até terem a análise do que devem produzir
para perturbar a pessoa alvo e, chegar aos seus indigitados
objetivos.
Descobe[ta a energia apropriada, eles coletam-na
para construir a fonna-pensamento.
E gerada a forma-pensamento negativa os agentes
levam-na ao local predestinado, esperando o clima psí
quico favorável; muitas vezes, criados por eles mesmos,
para implantar a matriz.
já faz tempo, que nossa irmã Viviane está acompa
nhando os dois infelizes agentes, para podermos desman
telar esse "braço" da extensa organização.
A técnica é parecida, na forma, com a que utiliza
mos, apenas mais rudimentar e frágil, podendo qualquer
matriz ser destruída de maneira muito simples, como
veremos a seguir. Mas o que acontece, é que geralmente
'1, 98
,I
11:'
,[li ocorre o inverso, as pessoas a sustentam, por causa dos
péssimos hábitos do cotidiano, em conjunto com a dis
tância que manteém da vivência dos ensinamentos cris
tãos.
O processo de armazenar as energias, e dar a elas
um aspecto, é feito ininterruptamente pelas nossas men
tes; mas, poucos conhecem ou se interessam em saber.
Assim como vamos aos locais em que são produzi
das energias que podem servir aos nossos objetivos ele
vados, eles também vão aos locais onde se irradiam ener
gias luxuriantes, sensuais, negativas... de ambição, vai
dade, cobiça, inveja... enfim, onde haja matéria-prima
para se produzir as matrizes desse teor.
Quando Agar acabou de falar, já nos encontrávamos
dentro do shopping, que irradiava uma energia muito
ruim, apesar das pessoas estarem aparentemente alegres.
Suas auras, estavam na sua maioria, irradiando diversas
energias negativas.
Ficamos ao lado de dois espíritos, que Viviane me
falou mentalmente serem os agentes que procurávamos.
Eles estavam com dois aparelhos.
Agar me explicou que um servia para identificar o
tipo de energia e o outro, para armazená-la.
- Vamos logo, Gas! Precisamos buscar muitas ener
gias! Os magos estão preocupados; acham que estamos
sendo perseguidos pelos "cordeirinhos" e querem inten
sificar os ataques.
- Até agora eu não entendi como não conseguimos
voltar para a casa daquela Angela.
- Nem eu cara! E qual é mesmo a nossa meta hoje,
Rick?
- Temos que encher as cápsulas com cinco tipos de
energias: sensualidade, ciúme, vaidade, inveja e orgulho.
'1, 99
,I
"
100
"
101
cas próprias, que diferem da mesma água em estado gaso
so.
Depois de coletadas as energias, caberá às pessoas
que irão manipulá-la, saber como se utilizar de cada tipo
específico.
Enquanto Agar me elucidava, fomos caminhando em
direção a um posto de socorro, ligado à nossa casa, para
fazermos certos ajustes espirituais, pois teríamos que ir até
o vale, onde os agentes estavam levando o material
energético.
O processo de preparo foi rápido. Já havia uma equi
pe no posto esperando por nós. Seguimos então rapida
mente ao tal vale.
Viviane estava à frente do nosso pequeno grupo de
oito pessoas, mostrando o prévio conhecimento que ti
nha do lugar.
Já dentro do vale nos dividimos em dois grupos de
quatro. O nosso grupo, liderado por Agar, não teve difi
culdade para chegar até um determinado lugar, parecido
com um laboratório de aspecto bruxuleante.
Agar con'<'ersou algo com os guardas e esses nos per
mitiram entrar no recinto.
Dentro dele havia uma ante-sala, onde estavam vári
os agentes aguardando o preparo das formas-pensamen
to. De imediato, reconheci os dois agentes do shopping.
Agar falou com Ahmed, que era um dos que estavam
em nossa pequena equipe e pediu que eu o acompanhas
se, com vigilãncia mental, pois a situação era delicada.
Logo depois ele entrou no laboratório junto com
Bastos, enquanto Ahmed se aproximou de mim e falou:
- Saulo, enquanto eu estiver conversando com os
agentes, mentalize um cerco de isolamento sobre nós três.
Esse aparelho que estou lhe dando, potencializa a nossa
102
l --lo....J
__
I
irradiação mental. Gradue o seu pensamento, para só
atingir os que estiverem nesta sala. Nossos irmãos, fica
rão num estado de torpor que não os permitirá interferir
em nossa conversa.
Coloquei então o aparelho, que parecia uma tiara e
me concentrei para abranger somente a sala que estáva
mos. A energia, visível à minha percepção, foi fácil de ser
controlada.
Sem perda de tempo, Ahmed, iniciou a conversa com
os dois agentes.
- Boa noite!
-Quem é você? Um novo agente?
-Digamos que sim, só que um agente diferente, vol-
tado para as questões nobres.
- ?!
- Sou um dos "agentes" do Bem. E, gostaria de fazer
um convite a ambos para modificarem essa situação, que
sabemos não ser mais do interesse de vocês.
-Que situação?
- Sabemos que vocês já estão cansados de trabalhar
para os magos; mas com medo das severas punições que
são aplicadas, não conseguem forças para se libertarem
do jugo. Saibam, meus irmãos, que esse é o grande mo
mento.
Busquem essa disposição íntima para se tornarem
agentes de jesus, renovando o espírito de cada um para a
ascensão.
Alicercem-se na esperança do porvir, a chance de
redimirem-se dos equívocos, auxiliando, aonde prejudi
caram.
fortaleçam-se com a fé Naquele que é o dispensador
de bençãos, de todo o nosso Orbe, e que jamais nos de
sampara, aguardando somente o nosso retorno para o
103
l --lo....J
__
I
seu aprisco redentor.
Quando o arrependimento brotar no íntimo de vocês,
permitam que a oração banhe as suas almas com o bálsa
mo, com o refrigério, de um novo amanhã, que os aguar
da.
Fiquem em Paz!
Os agentes, que estavam estupefatos de início, fica
ram mudos e sensibilizados ao final.
Ahmed, com a mesma naturalidade que chegou pró
ximo a eles, se afastou, falando-me muito discretamente
para que saíssemos do local pois nossa tarefa ali estava
encerrada.
Pouco depois, Agar também saiu com Bastos da sala,
e nos encontramos os quatro com Viviane e seu grupo,
que já nos esperavam em outro local, dentro do vale, com
alguns irmãos que eles tinham socorrido nesse período.
104
10
9l mafrfz de
JenJualídade
105
em casa, mas isso não tinha a menor importância para eles,
como eu pude observar. Foram para o quarto da jovem e
ali, fixaram uma daquelas matrizes negativas. Percebia-se
que a irradiação dela atingia toda uma área próxima ao
espelho que havia no quarto.
Agar me disse que os magos tinham ordenado para
que fosse colocada nessa casa a forma-pensamento que
tinha uma aparência aracnídea, e que irradiava certa ener
gia sensual. Era uma energia com um tom vermelho pas
toso, como se estivesse sujo.
Cada uma das cinco matrizes tinham que ser coloca
das em um local específico dentro do ambiente que se des
tinavam, e não podiam, em hipótese alguma, serem
trocadas de endereço. Isto faria com que o efeito delas
fosse inócuo, já que cada uma possui a sua área de influ
ência e a sua essência energética.
Os agentes partiram tão logo colocaram a matriz.
Agar aproveitou então para conversar algo com o guia
espiritual da família, Joaquim, que estava presente e me
pareceu consciente de toda a situação. Não demorou muito
e Clarissa chegou. Apressada, foi direto fazer sua higiene
pessoal, pois q�eria se trocar para ir à uma festa.
Nesse ínterim, Agar me pôs a par da situação.
- Nossa irmã é muito influenciada pelos modismos
de comportamento em voga, tanto no vestir quanto na
própria conduta.
Cônscios desse fato, os magos então geraram essa
matriz, que buscará influenciar as características sensu
ais de Clarissa, permitindo, posteriormente, a atuação
de determinados espíritos de outra região do mesmo vale
que estivemos, que tentam estabelecer, gradativamente,
um processo obsessivo sobre a nossa irmã.
Essas brechas farão com que não haja dificuldades
106
L .�
I
para que aconteça uma sintonia, quando houver um can
tata psíquico dela com a matriz.
Foi com base nessas informações que os agentes es
colheram colocar a matriz junto ao espelho. Sendo em
frente a ele que ela se veste, fica esse instante, sendo o
mais propício para que áconteça o cantata psíquico fa
vorável, pois são maiores as possibilidades dela estar ir
radiando energias sensuais.
Como sabemos é preciso haver a sintonia, para que
o momento do cantata psíquico seja favorável às infeli
zes iniciativas dos que são contrários ao Bem.
Clarissa já se encontrava com a aura energeticamente
diferente de quando havia entrado na casa; embora ainda
não tivesse tido nenhum contato psíquico com a matriz.
As energias que estavam sendo irradiadas tinham uma fre
qüência inferior, devido o aumento da sua concentração
na tal festa. Não estava ela ocupando a mente na intenção
de se alegrar na festa, de se divertir, o que seria o normal;
mas de despertar o interesse dos outros jovens, de que
eles a admirassem, de causar inveja às outras meninas...
Ao se colocar de frente ao espelho foi então facilmente
envolvida pelas irradiações da forma-pensamento inferi
or. Estabelecida a completa sintonia ela acabou se decidin
do por escolher uma roupa altamente sensual, vulgar,
muito transparente, que a deixaria algo exposta na festa.
Nesse processo de sintonia, a matriz ficou ainda mais
"viva", graças às energias que recebeu de Clarissa. Foi quan
do Agar me pediu para sairmos do quarto, para não inva
dirmos a privacidade dela, pois escolhida a roupa, ou a
pouca roupa, ela iria se vestir.
Logo depois ela saiu, já com a sua psicosfera repleta
de energias do mesmo teor da forma-pensamento negati
va. Ainda não se via formas-pensamento claras ao seu re-
107
L .�
I
dor que fossem parecidas com a matriz; mas as energias
que eram irradiadas já demonstravam a forte influência
negativa que o contato psíquico com a matriz exerceu
sobre ela.
A calça apertada mostrando os detalhes do corpo e a
blusa muito decotada no colo e curta, causavam um efeito
devastador, se é que posso dizer assim, de energias sensu
ais, ocasionando um intercâmbio inferior dela com os tran
seuntes.
Durante o trajeto, ela estava se sentindo muito "fe
liz", pois estava chamando a atenção dos homens que pas
savam por ela e a olhavam. O que ela não sabia é que tam
bém eles estavam irradiando energias negativas, que ela
absorvia por se sentir à vontade com elas, aumentando
assim a sua sensualidade.
Agar, pediu-me então, para auscultar seus pensamen
tos, pois agora já se podia observar várias formas-pensa
mento parecidas com a da matriz em sua psicosfera. A sua
mente fervilhava, imaginando quantas pessoas iria "ficar"
na mesma noite. Queria ela beijar o maior número de pes
soas possível, numa triste promiscuidade. Parecia um re
torno à épocas tribais, e para minha surpresa, era assim
mesmo que ela se auto-denominava, uma "tribalista".
- Veja agora, muito atentamente, o que realmente
acontece quando as pessoas olham para ela.
Fiquei então mais atento quando ela atravessou a rua,
e de dentro de um carro, parado no sinal, vinha uma ener
gia, semelhante a um tênue fio de cor vermelha, que era
absorvida pela aura dela. Na ponta dessa energia, estava
um homem que a irradiava através dos seus olhos...
- Popularmente se diria aqui, nessa cidade, que se
trata de um caso de "mau-olhado". As pessoas têm uma
certa consciência de que existe alguma força psíquica no
108
olhar, mas não se dão o direito de aprofundar, de buscar
realmente para encontrar, conforme Jesus nos orienta,
ficando muito no místico, no fantasioso, no maravilho
so, sem descobrir a verdade e, por consequinte, deixando
de se esclarecer.
Não pude deixar de perceber que enquanto Agar me
elucidava o olhar do motorista e a energia, acompanhou a
jovem até onde foi possível enxergá-la.
- Ela, por estar na freqüência vibratória propícia,
está absorvendo todas as energias sensuais que estão ir
radiando para ela, aumentando a carga tóxica ao seu re
dor e, naturalmente, começando a atrair entidades de
igual teor que estão à espreita, aguardando o momento
ideal para se aproximarem... São os espíritos que me re
feri instantes atrás.
Agora percebi, que alguns espíritos acompanham-na
a uma certa distância, já interessados em usufruir das ener
gias que ela estaria propiciando, e se aproveitar da brecha
estabelecida para perturbar.
O quadro estava a cada minuto, e falo minuto mes
mo, se complicando cada vez mais do nosso lado. Por onde
Clarissa passava, vários e vários olhares foram dados, sen
do que foram raros os homens que não projetaram ener
gia sensual, lasciva, promíscua, sobre ela.
Interessante ver que algumas pessoas dizem que
"olhar não arranca pedaço", "olhar não faz mal a nin
guém", mas talvez se pudessem eles próprios verem o que
sai de seus olhos, e de suas mentes, nesses momentos, te
nho certeza que iriam rever as suas convicçôes sobre essa
questão.
Mas, foi quando ela chegou na entrada da tal festa
que me surpreendi. Outros jovens projetaram olhares
numa energia ainda mais densa, inclusive direcionando
109
·---�
110
·---�
111
totalmente envolvida pelas energias sensuais, já tinha bei
jado, ou "ficado" na sua linguagem vulgar, duas pessoas e
estava se encaminhando para a terceira... Só que essa pes
soa era um dos tais jovens, vigiados pela polícia, que ela
admirava e que tinha muito interesse em namorar.
Energeticamente, ela já apresentava agora, diversas
o
112
Clarissa ficou em desespero, pois "acordou" para a
grave situação em que se encontrava... Os jovens eram tra
ficantes da classe alta e ela estava sendo presa junto deles
e, de usuários diversos, por causa das ilusões que cons
truiu para si.
Os espíritos inferiores que a envolviam tentavam ao
máximo se aproveitar da situação, perturbando-a com pen
samentos de suicídio, por causa dos pais, da família, dos
amigos; sugeriam horrores que iriam acontecer com ela
na prisão. Em desespero com a situação, ela tinha dificul
dade até para pensar... lamentável ver uma pessoa tão nova
junto a tantas outras, se auto-destruindo.
Eu não entendia como ela pode receber ajuda da equi
pe, pois não me parece que ela frequente uma casa espíri
ta. Perguntei então a Agar.
- Saulo, também ela teve o nome colocado na cor
rente de irradiação. Intercessão da sua avó materna pre
ocupada com as atitudes da jovem e da "educação" de
"liberdade" dos pais, por isso aqui estamos participando
desse auxílio.
Enquanto Mara estará amparando-a no retorno ao
lar e preparando-a para um novo amanhã, vamos a casa
de um dos nossos jovens espíritas, que poderemos inspi
rar para auxiliar a nossa irmã.
-E quanto a matriz?Deixaremos lá no quarto dela?
-De forma alguma! Vários trabalhadores da equipe
estão atuando não só naquela casa, mas em outras, para
a conclusão das tarefas dessa grande noite de bençãos
que estamos tendo, sob a égide de Jesus.
Nesse instante, quase uma hora da madrugada, nos
dirigimos à casa de um jovem que estava estudando uma
palestra em fita de vídeo, do conhecido médium orador
Divaldo Franco.
113
Agar me contou que ele tem um carinho especial pela
jovem Clarissa e, seria então, favorável à nossa orienta
ção.
Não tive como deixar de comparar... dois jovens e
dois "mundos" tão diferentes: um buscando iluminar a
sua vida, e a outra buscando destruir... Enquanto ele esta
va até altas horas da madrugada concentrado em algo que
lhe trazia a verdade, ela utilizava o mesmo tempo para se
iludir...
Esperamos que ele dormisse para conversarmos so
bre Clarissa, expondo-o o fato e as medidas que poderi
am ser tomadas por ele para ajudar na situação.
Naturalmente, que ele não conseguiria lembrar do
nosso encontro no mundo espiritual, mas iria acordar com
uma forte vontade de se encontrar com ela e, quem sabe,
presenteá-la com nm dos livros do médium que tanto ad
mtramos.
Enquanto isso, Mara concluiu a tarefa que tinha se
proposto; desbaratou a quadrilha de jovens infratores por
alguns meses, já que a possibilidade deles retornarem às
atividades infelizes era grande. E foi se encontrar conosco.
Informou-nos que Clarissa já estava em casa. Ela havia
sido liberada depois de prestar depoimento. Como me
nor de idade·, seus pais tiveram que ir buscá-la.
Joaquim, o Guia familiar, aproveitou então a oportu
nidade e, junto a outros irmãos espirituais, inspirou os
pais da Clarissa para realizar uma reunião em família, onde
foram debatidos os graves problemas da noite.
Na continuação do dia, pela manhã, nos encaminha
mos, eu e Agar, junto a Rafael, enquanto Mara acompa
nhava Clarissa para o encontro adredemente planejado.
- Oi, Clarissa!
- Oi, Rafa!
114
-Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa? Olha
Clarissa não fique assim. Você sabe que somos amigos há
muito e estou sempre pronto para lhe ajudar no que eu
puder. ..
-Ah, Rafa! Está tudo, dando errado na minha vida ...
Ontem, eu quase fui presa, recebi um sermão dos meus
pais e o pior, quase que eu me envolvo com drogas, e quem
fornecia era o Paco ...
- Nossa, Clarissa ... tudo naquela festa de ontem?
-Foi Rafa ...
- Vem cá, vamos sentar no jardim porque tenho uma
surpresa para você e eu tenho certeza que você vai gos
tar.
Quando eles se sentaram no banco fizemos, uma
corrente de energias, para isolar o local das influências
contrárias, e fortalecer a inspiração superior que ambos
estavam recebendo.
- Um livro? Daqueles que você abre e vem uma men
sagem? Ah Rafinha muito obrigada, só você mesmo para
me alegrar depois de tantos problemas ...
O livro era o Vida Feliz, ditado por Joanna de Ângelis
a Divaldo Franco, e Mara a inspirou para abrir na página
145, capítulo CXIV, que diz o seguinte:
115
Mantém-te jovem em todas as idades, através de uma
consciência se1n retnorsos e de urna conduta reta."
116
ll
9! fôrmtl
A J
e t1 essenczt1
117
matriz, está nas características.
i
Como você já sabe, toda e qualquer forma-pensa
mento que construirmos, atenderá, resumidamente, aos
fatores de qualidade, quantidade e potência.
A qualidade, relaciona-se a pureza de suas energias;
a quantidade, diz respeito à vitalidade e, a potência, de-
·
118
i através da irradiação de sua energia, a pessoa alvo, a ge
rar outras formas-pensamento semelhantes, que confor
me são produzidas a auto-influencia, aonde estiver, com
a essência da matriz, pois essas cópias estarão presentes
na sua psicosfera.
São inúmeras as conseqüências desta influência,
podendo inclusive ocasionar processos de auto-pertur
bação graves, ou de auto-iluminação sublimes, confor
me o tipo de matriz que estivermos analisando.
E essas matrizes, de teor negativo, assemelham-se
ainda a um "depósito" de lixo energético, oferecendo con
dições para a proliferação de corpúsculos, de péssimos
resultados, para a saúde das pessoas, além da emanação
de miasmas que impregnam todo o ambiente, pesando a
psicosfera, impestiando a tudo e a todos que ali estive
rem, assumindo uma característica contagiosa.
- Sem contar, que as cópias, que são geradas pela pes
soa, podem também ocasionar uma prorrogação do tem
po de vida da matriz, já que posteriormente, elas acaba
rão entrando em cantata psíquico com ela, favorecen
do-a em vitalidade. Estou certo?
- Perfeitamente! Qualquer forma-pensamento, por
ser durável, pode exercer determinada influência até o
momento do seu esgotamento energético, que dependen
do das circunstâncias pode variar de minutos a anos. Mas,
se houver ainda a cooperação energética das pessoas ou
de outras formas-pensamento, contribuindo com uma
interação de energias, esse processo pode perdurar inde
finidamente, pois estaríamos diante de um círculo vicio-
so.
A matriz influencia a pessoa, esta gera as cópias, e
quando se aproxima novamente do campo de influência
da matriz ela pode absorver as energias das cópias, ou da
119
própria pessoa, e assim conseguir mais vitalidade para
continuar a impregnar o ambiente ao seu redor com a
sua energza.
- E como uma pessoa pode se defender de tal situa
ção psíquica? Pois tanto a Clarissa quanto a Angela não
eram espíritas; não tinham conhecimento desses fatos ...
- Essa talvez seja a tarefa mais fdcil.
- ?!...
- Não é por ser espírita, ou ter ciência desses fenô-
menos, que uma pessoa pode se defender dessas energias
negativas. Basta, em qualquer situação, buscar a essên
cia dos ensinamentos da Doutrina ou Religião que pro
fessa, já que todas elas seguem a essência do Evangelho
de Jesus.
-Mas ambas tem religião!
- Sim, são religiosas, mas se preocupam mais em se-
guir a fôrma, e não a essência, da sua religião.
-Como assim?
- As pessoas têm à sua disposição inúmeros meios
para se tomarem melhores; se elevando espiritualmente
e alcançando a verdadeira Felicidade, conforme a orien
tação do Astro Rei, que é Jesus.
Esse meios, que seriam as Doutrinas e Religiões, pos
'
suem fôrmas diferentes, mas contém a mesma essência
do ';<\mar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo
como a si mesmo", como bússola libertadora.
Entretanto, as pessoas ainda preferem ater-se as fôr
mas, ao invés de vivenciar essa essência Sublime contida
em todas elas, perdendo-se então do caminho redentor
que Jesus nos deixou. Não basta, portanto ter uma reli
gião, mas primordialmente ser, ou viver, a essência da
religião.
Assim, se a pessoa é católica, protestante, budista,
120
teosofista, hinduísta, umbandista, ou de qualquer outra
denominação, não lhe bastará somente a freqüência aos
locais religiosos para conseguir alcançar a Plenitude do
seu Ser. Deve-se buscar, no dia a dia, aplicar os
ensinamentos recebidos, s_e tomando, gradativamente,
uma pessoa melhor no sentido espiritual, ou seja, estar
mais voltada aos valores do espírito, e não aos prazeres
ilusórios da matéria. É ainda a conquista daquele "te
souro, que as traças não podem roer e os ladrões não
podem roubar".
Bastaria portanto, para as nossas irmãs se defende
rem das matrizes, uma oração antes de dormir ou ao acor
dar, uma leitura edificante, um estudo do Evangelho, uma
ação no Bem, ou uma simples conversa elevada, como
aquela que presenciamos na casa da nossa irmã Angela,
que muito auxiliou na limpeza psíquica do seu lar. En
fim, um comportamento mais enobrecedor, que produzi
ria energias elevadas que dissipariam por completo quais
quer matrizes, em qualquer lugar.
-Mas, então bastaria que elas fossem espíritas, por
que esse é o roteiro que eles procuram imprimir no seu
dia a dia...
- De forma alguma, pois até mesmo os espíritas se
deixam iludir pelas questões da fôrma.
-Mas como? A Doutrina não é desprovida de ritu
ais, dogmas, hierarquias, e tantas outras questões exteri
ores?
- Sim, mas ainda assim é possível, e posso te dizer
até muito comum, que a pessoa estabeleça uma fôrma
espírita, acreditando, inconscientemente, estar se elevan
do.
Caracteriza-se para ele, esta fôrma espírita incons
ciente, se ele acomodar-se com a sua colocação dentro
121
11
1
I da casa espírita, iludindo-se que isso por si só o eleva. O
que eleva o Ser não é o que ele faz, mas fundamental
l
I mente como ele faz.
Faz ele as leituras edificantes, realiza o estudo do
"I
Evangelho no Lar, dedica-se ao centro espírita algumas
4ezes na semana, colocando-se para o passe, realiza pa
lestras, tarefas assistenciais e doa-se n a sessão
mediúnica... mas, nada disso terá resultados, se não acon
tecer melhorias em sua esfera íntima, transformando-se
não só do lado de dentro, mas também do lado de fora,
da casa espírita que atua.
Qualquer pessoa pode se adaptar a essa fôrma: o ciu
mento, o avaro, o hipócrita, o orgulhoso, o egoísta, sem
que necessariamente, modifiquem-se intimamente.
Um estudo do Evangelho feito por esse espírita, afei
çoado a fôrma e não a essência, não terá compromisso
algum com a sua iluminação interior, será para ele afJe
nas como um "ritual" que deve ser cumprido.
Fará o estudo de forma enfadonha, desinteressada,
sem ao menos preparar o ambiente e a si mesmo antes,
algo afoito para terminar aquele "compromisso". E tão
logo termina liga a televisão, já se desviando na atenção
para outra coisa, não se permitindo nem mesmo alongar
as reflexões sobre o tema por alguns breves minutos de
pois. Verifica-se nesse exemplo hipotético, a total falta
de envolvimento, de interesse, para com o estudo.
Da mesma forma, um estudo feito desta maneira não
obterá efeito algum de melhoria sobre as energias do am
biente, pelo contrário, pode-se até piorá-lo pelas energi
as contrárias ao Bem que estarão sendo produzidas, além
do que a pessoa jamais conseguirá utilizar esse "estudo"
como ferramenta para sua iluminação, já que não absor
ve nada dos ensinamentos que foram debatidos. A ênfase
122
11
1
I
l está na fôrma e não na essência.
- E o que se deve fazer para buscar não cair nessa
I "armadilha" da fôrma?
- Um sábio já disse que é somente nos momentos
"I
difíceis que nos revelamos, que mostramos o nosso ínti
mo. Por isso deve-se sempre buscar uma auto-análise di
ária, conforme nos receitou Agostinho, na célebre ques
tão 919 do Livro dos Espíritos, para sabermos quem so
mos realmente, indagando a nossa consciência se estamos
melhor hoje do que éramos ontem.
Aliás esta é uma diretriz excelente para se alcançar
a condição de espírita cristão, conquistando as caracte
rísticas nobres da pessoa de Bem descritas por Allan
Kardec no Evangelho segundo o Espiritismo.
É necessária muita atenção e vigildncia de cada um
consigo mesmo, para que não se perca a oportunidade
redentora de se realizar verdadeiramente a reforma ínti
ma e não somente a reforma exterior. Aquele que assim
proceder, aonde estiver, irá esparzir luz, caminhando para
a sua transformação plena em pensamentos, palavras e
atitudes.
A lição tinha refletido fundo em meu íntimo... não
era essa aliás a minha atual situação, pois também eu me
dediquei a fôrma religiosa e não vivenciei a essência que
minha religião orientava. Talvez, percebendo a minha pos
tura mental Agar me falou paternalmente.
- Saulo, Saulo... Essa é a condição de todos nós que
estagiamos nessa abençoada escola. Amadurecendo cons
tantemente pelas experiências iluminativas no Bem, va
mos conseguir todos atingir a vivência plena do Amor,
conforme o Divino Amigo nos demonstrou com o Seu
exemplo, há mais de dois mil anos. Mas, por enquanto,
vamos todos caminhando com erros e acertos, que são
123
naturais para a inferioridade que nos encontramos.
I
'i
�Ir
Modificando imediatamente a minha postura mental (
aduzi outras questões ...
- Agar, você me falou em irradiar luz com as energi
as dos pensamentos, palavras e atitudes, mas as energias
que irradiamos através do olhar, também não tem rele
vância nesse aspecto?
- A energia do olhar é conhecida popularmente já
há muito tempo, mas pouco ainda foi estudada.
Quando olhamos irradiamos energia que pode ser
boa ou ruim dependendo sempre do nosso foro íntimo.
Como na energia das palavras e a energia do nosso
magnetismo pessoal, tem a sua causa na nossa mente,
que por sua vez é acionada pelo espírito.
O seu alcance é sempre proporcional à visão da pes
soa analisada.
O olhar como que irradia a energia até o alcance da
visão, e esta será mais intensa quanto mais perto você
estiver do ponto de irradiação. Por isso seu alcance é
maior do que o proporcionado pelo nosso magnetismo
pessoal, porém menos intenso, já que se estabelece como
um fio de energia, enquanto o outro assemelha-se a um
"jato" de energia.
Como qualquer energia irradiada por nós, a concen
tração, a vontade e a moral são fatores preponderantes
na quantidade, na qualidade e na potência da mesma.
- Agar, seria possível uma pessoa receber um passe
pela energia do olhar?
- Tanto é possível se equilibrar quanto se desequili
brar pelo olhar de outrem, partindo do princípio que
qualquer transfusão de energias é um passe, pura e sim
plesmente.
Esse fato, aliás, é verificado comumente no cotidia-
124
I
'i
l
no das pessoas. A diferença dessa transmissão de energias
�Ir
( para o passe magnético tradicional está na quantidade e
qualidade, proporcionalmente e essencialmente falando.
Na verdade, essa é uma questão que merece um es
tudo mais aprofundado, não para se estabelecer uma nova
forma de transmissão de energias, que seria inferior a já
estabelecida magneticamente, mas para se compreender
melhor essa interação que se faz constante, e como ela
poderia prejudicar ou auxiliar a si mesmo e a outrem.
- E um passe, uma transmissão de energias, que se
utilizasse da geração de formas-pensamento?
- Verifico excelentes possibilidades numa técnica que
se utilizasse da mentalização de formas-pensamento, pois
essas teriam na vitalidade, e na sua conseqüente influên
cia psíquica continuada, fatores de alta significância para
o auxílio às pessoas.
Aguardemos. Brevemente {mderemos ter experiênci
as edificantes nessa área junto às casas espíritas. Nobres
tarefeiros de nossa colônia estão organizando-se para dar
orientação e suporte a uma experiência ímpar nessa di
reção.
Percebi que Agar resumiu-se, porque já nos encon
trávamos à "porta" do Departamento e Julius estava vin
do em nossa direção, mas ainda assim, lembrei-me de es
clarecer uma questão relacionada com os agentes que eu
não havia entendido...
- Agar, ainda tenho uma dúvida... Por que falamos
com os agentes dentro do laboratório e não fora do vale,
onde a atmosfera estaria mais favorável para nossa atu
ação?
- Em breve saberás. A abordagem que foi realizada
faz parte da estratégia que estabelecemos para desarticu
lar aquela região.
125
I
126
12,
90ootlrS
oporfunídtlderS
I
mento a questão dos agentes.
Sem perda de tempo, Julius nos direcionou a outro
salão. Explicou-me que ali era a ala que monitorava certos
locais onde viviam os espíritos. Eu fiquei surpreso, não
sabia que isso era possível.
A aparência das aparelhagens era quase idêntica a ou
tra ala que monitorava os encarnados.
- Daqui Saulo, poderemos acompanhar nossos dois
agentes que, segundo nos informaram, foram presos pe
los magos, responsabilizados pelo fracasso retumbante
em seus objetivos.
127
- Quer dizer que todas as matrizes foram dissipadas
pela equipe?
- Nós acompanhamos apenas um dos focos que eles
iriam implantar, mas as outras equipes, acompanhadas
deViviane e Ahmed, se empenharam para dissipar as ou
tras formas-pensamento negativas, higienizando os am
bientes onde foram colocadas, e naufragando com os pla
nos dos magos.
E agora, isolados e temerosos das graves conseqüên
cias que podem ocorrer com ambos, serão os dois leva
dos a um processo que você já conhece, lembrar de fatos
recentes através do acesso a área fácil do arquivo men
tal. Ambos vislumbrarão da janela, Ahmed, e como que
rem ser ajudados, ele servirá como identificador psíqui
co fazendo-os lembrar da conversa que tiveram há pou
cas horas, na qual foram convidados à oração. Se assim
procederem, Viviane está pronta com sua equipe para
encaminhá-los a outra casa espírita, também ligada a
nossa colónia, onde acontecerá uma reunião mediúnica.
Por isso, adredemente planejamos orientá-los naque
le local. Sabíamos de antemão que isso ajudaria forte
mente na lembrança das informações.
No grande telão estava destacada a prisão onde os
dois se encontravam. Era possível ouvi-los e ve-Ios com
muita clareza. A imagem era muito nítida e impressionan
te, parecia que estávamos lá.
- E agora, o que faremos?
-Não sei! Até agora não entendi o que aconteceu de
errado...
- Será que foi no momento do transporte?
- Quer saber? Eu estou cansado dessa situação, e
agora os magos vão nos responsabilizar pelos fracassos
que podem ter ocorrido por causa deles mesmos na pre-
!
128
paração das matrizes.
- Eu lamento ter começado isso tudo!
-Eu também...
-No início pensei que era o máximo, pois todo mun-
do nos respeita aqui no vale.
- É, mas agora iremos passar pelos mesmos proble
mas que outros passaram quando falharam...
- Ei, olhe aqui na janela... não é aquele oriental?
-Não pode ser! É ele mesmo... o que ele está fazendo
aqui? Ele devia saber de tudo... lembra que ele nos disse
algo sobre ter uma chance se nos arrependêssemos.
- Lembro, ele disse que a oração seria um bálsamo,
qualquer coisa assim...
-Vamos rezar então? Quem sabe eles nos ajudam a
sair daqui? Eu não aguento mais essa vida.
- Mas eu não sei mais...
-E eu também não me lembro mais... faz tanto tem-
po...
- Oh, meu Deus! Como me arrependo de ter chegado
a esse ponto... como pude...desculpa Pai...
Não pode continuar, as lágrimas corriam abundan
tes, estava ele pronto psiquicamente para o socorro do
Alto.
Seu companheiro de cela não estava tão arrependi
do, mas estava bastante reflexivo. Nesse momento, Viviane
adentra o recinto com sua equipe induzindo-os ao sono
para o devido transporte ao centro espírita.
Soube, mais tarde, que essa é outra tarefa em que ela
é especialista, adentrar as celas e masmorras do vale para
retirar espíritos em condições para o tratamento.
Foram cerca de quatorze, os espíritos socorridos na
quela noite por ela e sua equipe.
Enquanto os dois agentes eram conduzidos ao cen-
!
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tro espírita, Ahmed e sua equipe, que estavam do lado de
fora do laboratório, convidaram a todos os outros agen
I'
I
tes, mais ou menos vinte e cinco espíritos, para também
participarem da reunião.
Disse que era assunto do interesse de todos e que
poderiam voltar, assim que se encerrasse a reunião. Al
guns quiseram se revoltar, mas foram contidos magneti
camente pela equipe.
O Alto havia deliberado que todos deveriam ter a
oportunidade libertadora, cabendo a cada um aproveitá
la ou não posteriormente.
À noite nos encontramos todos, eu, Agar e Ahmed
no centro espírita. Não era o mesmo que estávamos acom
panhando, era outro centro também ligado a nossa coló
nia, e que naturalmente possuía uma tarefa de irradiação
amparada pelas Estrelas Silenciosas.
Lá chegando, fui apresentado por Agar a Ceres, que
era o responsável em nosso plano pela desobsessão. Ele,
então, pediu-me para acompanhar Ahmed enquanto Agar
ficaria na sala mediúnica.
A casa estava muito cheia do nosso lado, contrastan
do com os encarnados que eram apenas oito, todos traba
lhadores da equipe mediúnica.
Fomos ao salão de palestras. Devia ter cerca de cin
qüenta espíritos sendo assistidos pela equipe do Ahmed.
li
Ele fez uma oração, convidando todos a aproveita
rem a grande porta que se abria, impregnando o ambiente
de fluidos balsâmicos. Segundos depois da oração, um
telão se projetou à frente das pessoas. Nele, podia se acom
panhar em tempo real tudo que acontecia na sala
mediúnica, era um processo que permitia aos que não
podiam se manifestar uma orientação compartilhada. E
que teve bons frutos.
130
Ao final da sessão mediúnica, poucos foram os agen
tes que não aproveitaram a oportunidade bendita, e para
I'
I
esses, Ahmed me explicou que ainda haveria uma conti
nuidade, agora talvez de forma mais direta na sala
mediúnica. Dependeria do planejamento do Ceres junto
a colónia.
Agar veio ao nosso encontro jubiloso com os resul
tados obtidos. Esclareceu-me que esse "braço" da com
plexa organização tinha sido desmantelado, e isso fará um
grande abalo na estrutura montada pelo dirigente do vale.
Os magos serão chamados por ele para se explica
rem, abrindo possibilidades para também eles serem auxi
liados pelo Alto brevemente, pois que terão agora que sair
do laboratório e do vale para "recrutar" novos agentes.
- Jesus nos proporcionou uma noite repleta de
bençãos, mas os trabalhos só se iniciaram, ainda há mui
to a se fazer.
Nossos irmãos encarnados da casa que iniciamos as
tarefas redentoras sofrerão o desforço da organização em
represália a esses acontecimentos.
Esta casa irmã que nos encontramos agora também
terá sua cota de retaliação. Mas, como vês, esses irmãos
já estão devidamente alicerçados, possuindo a melhor de
fesa para qualquer investida das sombras: o trabalho in
fatigável, perseverante, na Seara do Divino Amigo.
li
Precisamos planejar o início, em caráter de urgên
cia, da educação mediúnica do outro grupo, pois já está
11a hora de nos apresentarmos e começarmos a ajudar
diretamente nossos irmãos que se aproximarão, ainda
wntrários a Seara de Jesus.
É chegado o momento de descerrarmos as portas do
mundo espiritual. Retornemos ao Oásis da Fraternidade
para organizarmos os próximos passos junto a Sarnira,
131
Iii que é a irmã responsável pela área mediúnica,
Agar retornou, enquanto eu ainda fiquei auxiliando,
T
e aprendendo um pouco mais, na conclusão das tarefas
da noite.
Horas depois, eu, Ahmed e sua equipe, rumamos para
<l colônia, mais especificamente ao já conhecido. Departa
mento.
Ao adentrá-lo, uma grata surpresa, Jean estava pre
sente no hall de entrada.
- Estava esperando por vocês! Venham, sigamos ime
diatamente ao Auditório onde somos aguardados.
O que seria dessa vez? Fiquei reflexivo... o que pode
ria estar acontecendo para que também Jean fosse convo
cado. Será que algo de mais grave aconteceu e teríamos
que retornar ao vale? Será que os magos já iriam tentar
invadir o centro espírita que estivemos? O que seria, afi
nal...?
Foi nesse estado reflexivo que entrei no Auditório,
mas... Oh! Jubilosa surpresa... um hino de bençãos estava
sendo entoado por um grupo de jovens... Julius, Ahmed,
Viviane, e outros responsáveis por equipes estavam à frente
de inúmeros irmãos que integram as Estrelas Silenciosas
me recebendo com um sorriso fraternál.
- Querido irmão Saulo, sob as bençãos de Jesus você
se dedicou nos últimos meses ao aprendizado sublime.
Adquiriu o conhecimento que ilumina...
Aprofundou suas raízes no Bem...
Alargou os horizontes da alma.. .
Como o fruto que amadurece após a semeadura chega
então o teu momento de se unir àqueles que buscam fa
zer com que a grande noite, que nos envolve a todos, seja
o mais breve possível, tornando-te fiel cumpridor dos de
veres cristãos e diligente servidor da Seara do Amor.
1:1
132
Iii
T Desta noite em diante, passa você a ser mais um in
tegrante da nobre equipe Estrelas Silenciosas.
Toma então a tua charrua e inicia o labor redentor
sob a égide de jesus!
Era Agar e estava transfigurado, suas palavras e de
pois o seu abraço paternal me fizeram chorar copiosamen
te, numa emoção indescritível.
Estive ao lado deste amado Benfeitor por vários dias
e só agora pude perceber que ele é um dos Espíritos
Mentores da nossa colônia.
O Auditório estava lotado, praticamente com todos
os grupos que compõem as Estrelas Silenciosas. Todos vi
eram me parabenizar, desejando-me bençãos e glórias.
E eu só posso agradecer a Jesus por essa noite ines
quecível, por essa felicidade que jamais senti e o que é mais
maravilhoso, por poder agora finalmente, me colocar a
serviço do Alto, ser útil ao meu próximo, aprendendo a
servi-lo e a amá-lo em Teu nome.
De todo o meu coração,
1:1
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Posfácio
'
135
r
A
migo leitor, agora que você terminou a sua
1•1!
elucidativa, convido-o a experimentar o que você aca-
ações.
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r
1•1!
sos que servirão na realização de inúmeras assistências
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