A Idade Média - Resumo
A Idade Média - Resumo
A Idade Média - Resumo
A mão de obra predominante na Idade Média foi a servil. Havia grande influência da Igreja Católica sobre a
sociedade da época.
A Idade Média é o período da História que começa no século IV, com a queda do Império Romano do
Ocidente, e vai até o século XV, logo após a tomada de Constantinopla pelo Império Turco-Otomano. Ao
longo dos mais de 1000 anos, o antigo território pertencente aos romanos foi ocupado pelos povos bárbaros,
que formaram reinos e associaram suas culturas com o legado de Roma.
Nesse período, a Igreja Católica se tornou a principal instituição, e a fé cristã se espalhou pelos povos
bárbaros. Os senhores feudais exerceram seus domínios sobre os feudos até o final da Baixa Idade Média, no
século XV, quando o comércio e as cidades ressurgiram, encerrando o período medieval.
Além das críticas ao período em questão, os modernos também valorizavam a cultura greco-romana. Para
eles, o parâmetro da produção do homem não era mais Deus, como ocorreu na Idade Média, mas sim Grécia e
Roma Antiga. Para esses pensadores, a Idade Média era o meio, ou seja, o tempo que os separava da
Antiguidade Clássica. Porém, com novos estudos sobre o período medieval, notou-se que não foi um tempo
obscuro e de ignorância. Ao longo da Idade Média, a humanidade, sob a influência da Igreja Católica, teve
sim produção intelectual e artística.
Por exemplo, na Filosofia, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino se destacaram na formação da doutrina
católica. Ambos sustentaram suas ideias tendo como base a Filosofia antiga, como a de Platão e Aristóteles.
Além disso, as catedrais foram construídas para conectar a realidade com o sagrado. As imagens de santos e
personagens bíblicos adornavam esses templos, incluindo seus vitrais.
Início da Idade Média
A Idade Média teve início no século IV. Nessa época, o Império Romano do Ocidente atravessava uma grave
crise, que o levou à ruína. Os povos bárbaros começaram a invadir seu território, já que habitavam as
fronteiras do império, até alcançarem Roma, a capital, e saqueá-la. Esses povos eram chamados assim por não
possuírem cidadania romana.
A crise escravista fez com que faltasse mão de obra para o pleno funcionamento do império e de suas
atividades econômicas. Além disso, a autoridade do imperador foi questionada pelos generais romanos e pelos
cristãos, que não reconheciam o poder divino do chefe de Roma.
Por conta das invasões bárbaras, a população que vivia nas cidades fugiu para o campo, em busca de
segurança e trabalho. As grandes propriedades de terra abriram espaço para acolher essa quantidade de
pessoas que fugiram das cidades invadidas pelos bárbaros. Formou-se, assim, a classe social dos servos, que
não era escrava e que se tornou mão de obra.
Nos primeiros tempos medievais, a Igreja Católica se tornou uma instituição influente e dominante. O
papa, chefe maior do clero, fez alianças com os reis bárbaros, o que permitiu o acesso da fé cristã aos povos
bárbaros, que abraçaram a nova religião. Boa parte do legado romano foi mantido pela Igreja, como a língua
latina, que se tornou predominante por toda a Europa.
A ruralização europeia fez com que as atividades comerciais diminuíssem sensivelmente, favorecendo a
agricultura, que se tornou a principal fonte de renda. A terra foi valorizada, e quem era seu dono tinha amplos
poderes.
A sociedade feudal tinha como característica a estabilidade, isto é, não havia mobilidade social. No topo
da pirâmide estava o clero, os representantes da Igreja Católica. Logo abaixo, estavam os nobres, compostos
pelo senhor feudal, os cavaleiros e os reis, que eram chefes militares. Por fim, na base da pirâmide estavam os
servos. Eles tinham o dever de trabalhar na terra e eram obrigados a pagar inúmeros impostos aos seus
senhores.
Durante a Alta Idade Média, os mosteiros se tornaram os principais locais culturais. Os monges copistas
eram aqueles que, além das atividades religiosas, cuidavam da preservação das obras produzidas
na Antiguidade e eram responsáveis por copiá-las manualmente para que não se perdessem ao longo do
tempo. Além disso, os mosteiros eram importantes locais para a formação de religiosos.
São Bento se tornou referência nisso, com a promulgação de sua regra, isto é, um conjunto de normas que os
monges deveriam seguir. Essa regra tinha como base a expressão latina ora et labora, ou seja, “rezar e
trabalhar”. Os monges beneditinos deveriam conciliar a vida de oração com o trabalho dentro dos mosteiros.
Os mosteiros abrigavam, a propósito, inúmeros livros e textos da Antiguidade. Surgia, então, a figura do
monge copista, responsável por preservar essa produção literária e reproduzi-la manualmente.
A filosofia cristã despontou na primeira fase da Idade Média. A Patrística foi a primeira escola filosófica a
basear teoricamente a doutrina católica. Ancorada nos pensadores gregos como Platão, os padres (por isso o
termo Patrística) elaboraram um arcabouço filosófico que explicava a fé cristã para os pagãos, auxiliando-os
em suas conversões e nos estudos dos futuros integrantes do clero. Santo Agostinho, no século IV, se tornou o
principal nome da Patrística e elaborou seu pensamento filosófico a partir das ideias platônicas.
• Império Carolíngio
Os francos foram um dos povos bárbaros que invadiram o Império Romano e, entre os séculos VIII e X,
estabeleceram um reino no território outrora pertencente a Roma. Em 751, Pepino, o Breve foi coroado rei
franco, dando início à dinastia Carolíngia. Após a sua morte, em 768, seu filho Carlos Magno herdou o reino e
deu início à expansão do domínio franco sobre a Europa Ocidental, o que deu origem ao Império Carolíngio.
O imperador Carlos Magno entrou em conflito com outros povos para conquistar mais terras para os francos.
Além disso, ele manteve sua aliança com a Igreja Católica e promoveu a conversão dos povos derrotados ao
Cristianismo. Sob o comando de Carlos Magno, os francos derrotaram outros povos bárbaros, como os
lombardos, os saxões e os bretões, e evitaram que os muçulmanos se expandissem pelo centro da Europa, uma
vez que eles haviam conquistado a Península Ibérica (Portugal e Espanha).
Na questão administrativa, Carlos Magno fez alianças com os nobres em troca de sua fidelidade. Eram
concedidas terras à nobreza para que esta se mantivesse fiel ao imperador. Outras medidas que ajudaram na
manutenção da unidade territorial foram a instituição de leis que vigoraram em todo o império, fazendo valer
as ordens imperiais, e o surgimento do missi dominici, ou seja, o “enviado do senhor”, que era o funcionário
encarregado de fiscalizar o pleno funcionamento das ordens do imperador.
Com a morte de Carlos Magno, em 814, seu filho Luís, o Piedoso assumiu o trono do Império Carolíngio, mas
sem o mesmo sucesso administrativo do pai. Isso favoreceu o enfraquecimento do império, que contou
também com a invasão de outros povos bárbaros, como os húngaros e vikings.
A partir do século XI, essas expedições dominariam a Europa Ocidental e a aproximaria do Oriente. As
especiarias, temperos e outros produtos orientais haviam ganhado o gosto dos europeus, e as atividades
comerciais voltaram a acontecer no continente. As cidades italianas de Gênova e Veneza fizeram acordos com
os muçulmanos e garantiram acesso seguro ao mercado das especiarias.
A Baixa Idade Média teve início a partir do século XI, quando essas mudanças — o retorno da população
às cidades e o ressurgimento do comércio — se tornaram constantes na Europa Ocidental. Nesse
período, surgiu a burguesia, classe social formada por comerciantes que enriqueceram com as especiarias.
Ao redor dos feudos, formaram-se as primeiras feiras, para comercializar os produtos vindos do Oriente.
No século XII, surgiram as universidades, que logo se transformaram em importantes centros de estudos e
discussões, favorecendo a livre circulação de ideias. Para se adequar a este novo momento cultural vivido
pela Europa, a filosofia cristã entrou em uma nova fase, denominada escolástica. Santo Tomás de Aquino se
tornou referência nas reflexões sobre a doutrina católica, buscando, a partir do pensamento de Aristóteles,
responder aos questionamentos que eram feitos à Igreja Católica.
Outro destaque da Baixa Idade Média foi o renascimento comercial e urbano. A retomada das atividades
comerciais e o aumento populacional proporcionaram o crescimento das cidades. Os burgueses, nova classe
social constituída por comerciantes ricos, formaram as primeiras feiras ao redor dos feudos, sendo que alguns
deles cresceram e se transformaram em cidades, como Champagne, na França. Além disso, o renascimento
cultural trouxe de volta a centralidade do homem nas produções artísticas, uma herança da cultura greco-
romana.
Com as transformações ocorridas na Baixa Idade Média, o teocentrismo deu lugar ao antropocentrismo, ou
seja, o homem como centro do universo em vez de Deus. A produção cultural voltava suas atenções para o
homem, valorizando sua forma física e o pensamento racional. Os burgueses, que enriqueceram com a
retomada das atividades comerciais, financiaram o trabalho de vários artistas e filósofos.
Feudalismo
O feudalismo foi um sistema de organização social, política, econômica e cultural que vigorou em boa
parte da Idade Média. As relações sociais eram estabelecidas mediante a fidelidade entre suseranos, aqueles
que cediam bens, e os vassalos, os que recebiam esses bens. Inúmeras terras foram doadas a partir dessa
relação.
A agricultura foi a principal atividade econômica dos feudos. A produção era direcionada para o sustento
de seus habitantes, isto é, pautada na subsistência. A terra passou a ser valorizada e cuidada de forma que sua
fertilidade fosse mantida. A rotação de cultura, ou seja, o uso de uma parte da terra enquanto outra ficava em
descanso, era a técnica mais utilizada para esse fim.
Durante a Alta Idade Média, em especial nos reinos francos, como o Império Carolíngio, houve o início da
prática de doação de terras para a Igreja Católica. Acreditava-se que a doação para o clero garantiria ao
doador um lugar no céu. Até meados do século XIX, quando ocorreu a unificação italiana, a Igreja Católica
mantinha na Península Itálica terras doadas no período da Idade Média.
A doação de terras se transformou em objeto de troca entre a nobreza medieval. A relação de fidelidade
estabelecida entre suseranos e vassalos se concretizava na doação de territórios. Os primeiros doavam
terras para os segundos esperando a sua ajuda militar em caso de guerra ou para outras necessidades.
No feudalismo, a organização social foi estamental, sem possibilidade de ascensão das classes baixas. O
clero e a nobreza estavam no topo da pirâmide social, por conta dos seus privilégios e riquezas, enquanto os
servos estavam na base, servindo de mão de obra durante toda a Idade Média.
Os senhores feudais exerciam seus domínios nos feudos. Logo após o fim do Império Carolíngio, no século
IX, o poder se descentralizou nas mãos dos proprietários de terras, vigorando dessa forma até a crise do século
XV, que levou ao fim da Idade Média. Para saber mais sobre esse sistema de organização social,
• Peste Negra
A reaproximação entre Ocidente e Oriente proporcionou não somente a retomada da atividade comercial, mas
também doenças. A Peste Negra, como era chamada a Peste Bubônica, veio do Oriente e provocou a morte de
mais de 30% da população europeia. A falta de higiene causou a rápida disseminação da doença.
Essa guerra demonstrou a força dos reis, que deixaram de ser apenas chefes militares para se tornarem
monarcas absolutistas, unindo seus súditos para lutarem contra os inimigos do reino. A ascensão dos reis
representou o enfraquecimento dos senhores feudais, colaborando para a formação dos Estados Nacionais a
partir do século XV.
A queda de
Constantinopla pelo Império Turco-Otomano, em 1453, representou o fim da Idade Média.[1]
As transformações ocorridas na Europa Ocidental fizeram ruir as estruturas social, econômica, política e
cultural que vigoraram durante a Idade Média. O fortalecimento do poder dos reis, que culminou na formação
dos Estados Nacionais, a ampliação do comércio, que fez ressurgir as moedas, e a sobreposição da ciência
moderna ao pensamento religioso consumaram a transição da Idade Média para a Idade Moderna.
É importante ressaltar que Constantinopla havia se tornado a principal cidade para os romanos depois da
queda de Roma, no século IV d.C., e fez-se capital do Império Bizantino, representando a continuidade do
Império Romano do Oriente. A queda da cidade pela invasão dos muçulmanos foi um duro golpe para os
cristãos, uma vez que aquela era a principal ligação entre o Ocidente e o Oriente.