Or 1292577
Or 1292577
Or 1292577
D E
S E T E C A B E Ç A S ,
E
< D E*Z C O R N O S, A
.WMVTORUV/Ò X.Úxpi F
N A P O L E A Õ,
IMPERADOR DOS FRANCEZES.
. EXPOSIÇÃO UTXERAL
. ; ' H ' fcqto f n o o < i M g v w . U q b firo wjup : hled
4
LISBOA. M. D C C C . I X .
fP0
i———»——^mmm—*
NA O F . D E J O A Q U I M T H O M A Z D E A Q U I N O B U L H Õ E S .
Com Liçtn$a da Mtyi do Desembargo do Paço,
Oiã in captivitatèiti duàerit, in mptivttatem va-
det: qiú in gladio occiderit, opportet ettm gladio oc-
'idi. Hic eji patientia, & fides SanSlorwn.
Q Apocalfp. "Cap.. X l l f . v. 10.'
m r
T X J I A C I H A o;:J.iYViò^fn i- iK
. A D A J & W K I a a A a i 3 A a O H H Í Í I V
.. I . ^ X I .M .AOI21-1
fcMviia.
PROLOGO Ai O/ LEITOR
ou
INTRODUCÇAÕ CONVENIENTE A' SEGUINTE.
E X P O S I Ç AÕ,
; V
' i
v í r a õ c o m pouco a p r e ç o o Sagrado L i v r o d o A p ç c a l y p í e ,
jõmentc porque o naõ entendiaõ. S. D i o n y í i o de A l e x a n -
dria rfereveo doutamente, contra elles ? e reprehcndco íua
impiedade c o m admirável defçrj-p.çaõ. •>» E u , Jliçs dizia ef-
>» te Santo Padre , naõ pofTo entender ó s efçiiros enigmas
i> deftc D i v i n o L i v r o j porém creio que nelles eftaõ e i c c n -
» d i d o s alguns grandes m y í t e r i o s , mui fuperiores á minha
» inteJligencia: naõ d e v o m e d i r , nem ponderar cilas c o u -
» fas. c p m a minha propria capacidade , fenaõ venerar
» com p r o f u n d o acatamento tudo o que hc Div.ino , e ar-
» tribuír á lua ; muita e l e v a ç a õ , e á fé a obfcijridauc que'
» tem a refpeito de n ó s : naõ reprovo , em fim , o que naõ
» e n t e n d o ; mas antes a d m i r o m u i t o , reconhecendo a mi-
» nha infufliciencia , tudo o que se eleva fobre as Juzes
u d o meu entendimento. >> ( i )
O u t r o s Sábios mais t í m i d o s , e defeonfiados de fi
m e f m o s , do que i r r e l i g i o í o s , taõ p o u c o quizeraõ dedienr-
jc ao cftudo defie Sagrado L i v r o , porque fe perTiwdíiaõ
que feus emblemas myíleriofos annunciavaõ fuccefios mui
diftantes $ e que naõ era pofiivel decifrallos até que ehe-
gafle o t e m p o d o feu cumprimento. E m parte poderamos
defeulpar fí» n e g l i g e n c i a , fe S. J o a õ naõ iiouvera e x h o n a -
A ii do
C O P I A
D O
C A P I T U L O XIII. D O APOCALYPSE ,
B ii EX-
(I»>
EXPOSIÇÃO LITTERAL
DESTE CAPITULO.
V e r f o x. •E
Vi huma bejia que em feu nafcimento
f o i , coino rodas as creaturas humanas, l i v r e , racional e
íèmelhíiícé á imagem fubftartcial de D e o s , por cujos m é -
ritos foi também e l e v a d a , nas agoas d o b a p t i í m o , á alta
dignidade de filha fua adoptiva ; mas ella c o m horrível
ingratidão defprezou eftas honras D i v i n a s , quiz comparar-
íe ás beftas que naó tem entendimento e f e g u i n d o em tu-
do feu3 brutíies appetites fe fez femelhante a ellas. V i ,
pois , que efta befta fahia do mar que rodêa huma peque-
na Ilha d o T i r r e n o , ( 7 ) chamada Corfega , e tinha jete
cabeças, e dez cornos , e fobre -os cornos dez coroas. E:n
huma cabeça , q ie era c o . n o a mais natural , e própria
da beíla tinha quatro cornos coroados que demonftravaõ
outras tantas potetlades ftipremas , de que fe fez d o n o c o m
a aftucía , e a violência no Continente da Europa : a
F r a n ç a , a I t a l i a , ou l l é p u b l i c a C i f à l p i n a , a Gênova 3 e a
Veneza. As outras feis cabeças que nafciaò c o m o de feus
d o i s cofiados tinhaS cada huma outra haíle c o m fua co-
roa , as quaes erao outros ramos de fua familia a quem
c o m iguaes , e maiores injuftiças fez Príncipes em diftin-
élas P r o v í n c i a s , e R e i n o s c o m o Hollanda , Westfalia , Ba-
vie-
( 7 ) Mar T i r r e n o chamai) os G e o g r a f o s ao que fe efteiidc d e f d e a
Calabria á Sicilia até ás Curtas Hefpanliollas d o Mediterrâneo , porém
rigorofairrente Mar T i r r e n o , ou I.iferno , dilfe Flores e m fua clave G e o -
gwfica , lis o q u e medeia entre a T o f c a u a , e a C o i í e g a , e detce até
i Sitilk.
( x3 )
viera , N á p o l e s , P o r t u g a l , e Hefpanha. Sobre todas ejlas
cabeças ejlavaõ efcritos nomet de blasfêmias , porque á
grãa befta fc attribuia hum p o d e r abloluto , i l l i m i t a d o , e
independente para obrar , e outras p e r f e i ç õ e s , que faó
p r ó p r i a s , e privativas d o Ser Supremo.
2.° E a besta que vi era femelhante a hum Leopar-
do , em cuja variedade de m a n c h a s , e cores eftava íigni-
ficada a facilidade c o m que a aftuta befta fe a c c o m m o d a -
va á obferyancia das diverfas S e i t a s , e R e l i g i õ e s que fe-
g u e m os h o m e n s , f e g u n d o era conveniente para confeguir
feus depravados intentos. H u m a s v e z e s parecia M u l u l m a -
n o entie o s M a h o m e t a n o s : outras hum z e l o f o R a b b i n o nas
S y n a g o g a s : ante o primeiro Vigário de Jeíii Chrifto pa-
recia ler hum perfeito C a t h o l i c o , e o mais o b e d i e n t e fi-
l h o da Igreja Apoílolica Romana : entre c s Lu t hera n o s ,
C a l v i n i f t a s , e outros Se&arios mofava de muitos artigos
que c r ê , e enfina a Santa Igreja Çatljolica , e dos princi-
paes p o n t o s de lua venerável d i f e i p l i n a : e entre o s a b o -
mináveis Deiftas , e Materialiftas fallava com í m p i o def-
prezo da immortalidade da alma , da ReíurreiçaÕ, e caí-
t i g o eterno d o s máos. Aílim andava a horrenda befta en-
tre h u m a s , e outras g e n t e s , defeubrindo f u c c e l f i v r m e n t e
as diverlãs manchas de fua pelle. M a s quando a n d a v a ,
J,eus pés erao como pés deUrJ*, mui parecidos certamen-
te ás plantas h u m a n a s , pois á maneira que fsbia fingir
a efpecie de religião que mais lhe convinha a d o p t a r , af-
fedtava igualmente em feus procedimenios muitas virtudes
m o r a e s , que faõ próprias dos homens b o n s ; huma verda-
deira a m i z a d e , defejos de p a z , a felicidade d o s h o m e n « ,
e a profperidade de feus a m i g o s , e a l l i a d o s ; p o r é m cora
eftes paíTos, ao parecer taõ h u m a n o s , quando o j u l g a v a
o p p o r t u n o , obrava fubitamente c o m o o U r f o , c o m a maior
v i o l ê n c i a , d e s h u m a n i d a d e , e fereza. Efua boca era coma
boca de Lea 5- devorava cruelmente . . R e i n o s , e Províncias
inteiras, f e m . c o m p a d e c e r - f e jamais dos l a m e n t o s , e q u e i -
xumes das infelices V i & i m a s mas á maneira d o L e a õ naô
tia-
X 14 )
trtgava â befta todos os dèípôjos de Tuas grandes p r e z a s ,
deixada dellas vários p e d a ç o s , para que os comeílem ou-
tras féras de fua caíhi , e fequito. E para que o m o nitro
podeíte caufar eítes horriveis eítragos em tantos p ó v o s , e
e m taõ diveríos P a i z e s , lhe deo o DragaÕ infernal, per-
mittindo-o D e o s , para caítigar muitos d e l i d o s dos h o m e n s ,
fiu poder, e grande forca.
0
E vi huma de fuás Cabeças como ferida de nun''
te. Ella cabeça era o mefmo R e i n o da F r a n ç a , que nos
princípios da fuá efparitòfa revolução , e íingularmenre no
tempo dp terrorifmO, e da dorn inação de Robespierre ef-
teve 1 mui d i v i d i d o em íi mefmo \ fem ordem , e padecendo
convulçoe? taõ horríveis , que hom-era lido certamente
delToiacto , e f e i t o d e f p o j o de féus i n i m i g o s que por todas
as paites o c e r c a v a õ , e combatiaõ. M a s nelte m e f m o tem-
p o em que a f e n d a parecia inturarel , voltou a beíta d o
E g y p t o aonde havi'a i d o pelejar c o m outras f é r a s , c o n h e -
c e o a debilidade do : gloverno e c o m maravilhoía intrepi-
d e z , e manha fe apoderou do mando da R é p u b i i c a , fal-
l o u imperioíamente, e principiou a governalla c o m o ti-
tulo de Primeiro C o n f u l , d e o nova forma a todas as c o u -
f a s , celtruio d i v e r f o s pártidos , reunio as vontades d o s
C i d a d ã o s , organizou o s E x é r c i t o s , e iilipôz muito refpei-
t o y e metió aos i n i m i g o s m c e r n o s , -e e x t e r n o s , e delta for-
te foi curada fua ferida mortal, e fe maravilhou toda a
terra, quando vio eíta cura ta6 extraordinaria , e prodi-
g i o f a : e todos iaõ apoz> da befla , celebrando c o m admi-
rações feu muito poder , fabedoria , e deítreza.
4 . 0 A pòuca R e l i g i ã o de íeus néfcios a d m i r a d o r e s ,
e a exceífiva : àdulaçaõ de leüs Panegyriítas o s levou ao ex-
tremo de celebrar também os v i c i o s , e as injuítiças da bef-
ta : veneravaõ fua ajtiva f o b e r b a , fua deteítavel a í t u c i a , e
fua fereza c o m o dotes mais que humanos ou perfeições
divinas ; e deite rhodo vieraõ a adorar , e adorárao ¿éga-
niente ao DragaS, que d e o ipoddr á beíta, d o qual c o m o
o r i g e m procede a tyrannía, a aítucia, e a f o b e r b a ; p e l o
c- . que
(i*)
que fe diífe no L i v r o de J o b . ( 8 ) que foi coníUtqido",
defde o p r i n c í p i o , C h é f e fupremo , ou R e i fohre todos os
filhos da foberba. E adordraõ tambçm a befa c o m o , a hu-
ma coufa divina , d i z e n d o ; quim ba.Jcmcíbavtc d befa ?
N i n g u é m defender-nos c o m o e l l a : feu .valor, lua forca ir-
n?fiílivel, e fuá grande fabedoria o fazem d i g n o de que
feja lempre o nolTo C h é f e I u p r e m o , e de que ie perpetue
n è l l e , c cm leus delccndentes a authoridade fuprema. E
quem poderá pelejar ctm a befa i taÔ cheia de p o d e r , e
authoridade , que até , c h e i o s de temor , os Principes das
P o t e n c i a s v i í j n h a s , o l h a v a o já c o m o próxima a fuá ruina.
5" c E ñeñe t e m p o Ibe foi dada também Loca , e 1 ín-
gua para fallar, e efetivamente faliava c o m muita m a g e f -
tade cou fas grandes , e x p r e f s e e s e n f a t i c a s , e e l e g a n t e s , e
cheias de arrogancia , e a l t i v e z : e em m e i o de Iras pa-
lavras miltuiava militas blasfemias contn 5 as coufas Sani-
tas , interpretando ç o m impiedade a Santa Lei de D é o s ,
e torcendo c o m violencia muitas Sentenças do E v a n g e l h o ,
applicando-as em hum f e n t i d o mui contrario ás intenções
de leu D i v i n o Author. Porém D e o s que aborrece loore-
maneira aos blasfemos , e foberbos c o m o o v i m o s nos c a f -
t i g o s dos R e i s S e n n a c h e r i b , N a b u c o , e Balthalar naõ ha
querido foffrer por muito t e m p o fuas blasfemias horroro-
fas , nem fua inchada foberba. E lhe deo poder para que
obrajfe com e f a altivez , defpotijmo, e tyrannia quaren-
ta e dois mezes , e nada . m a i s ; cujo t e m p o foi também
ítlTignalado a outros tyrannos mui femelhantes á bella , c o -
m o foraò A n t i c c o E p i f a n e s , fegundo lemos no L i v r o San-
t o de D a n i e l , ( 9 ) a D i o c l e c i a n o , V a l e r i a n o , M a x i m i n o ,
L i c í n i o , c Juliano o a p o l l a r a , c o m o dizem as hiílorias das
p e r f e g u i ç õ e s da Igreja. ( i o ) D e v e , p o i s , netar-fe que c i -
ta beíla de quem fallamos , foi coroada , e enthronizada
folemnemente em 2 de D e z e m b r o de 1 8 0 4 , e p r o c l a m a d a
em os- dias immediatos nas P r o v i n c i a s , ou D e p a r t a m e n t o s
da
0 0 *• Cap. '4*
]l
( 7 )
dós'mu¡ros Principes d á í E u r o p a , f e u s E x é r c i t o s por f o r ç a ,
ou c o m vil aílucia , o c c u p i r a ó innunr.eraveis P t c v i n c i a s , e
a be ña eftendeó Jeu poder , e d c m i n s ç a õ tyrannica fobre
teda a Tribit, e Povo, e 1ingua , e blafao da parte mais
cuka , e poderofa d o M u n d o .
y. E o adorara* todos os moradores da terra , nao
os boiis Cliriítaos , nem o s h o m e n s h e r r a d o s ; fenad os
m á o s , os í m p i o s , o s eípirites d é b e i s , e inccnñantes cujos
nomes nao ejiao ejeritos no Livro da vida do Cordeiro,
que foi morto entre as íoir.bias e figuras dos antigos fa-
crificios , dej'de o principio do Mundo.
y . ° Porém v ó s - o u t r o s , homens iíluflrados, e . v i i t u o f o s
que aborreceis a mentira , a i n i q u i d a d e , e a perfidia, ain-
da que eftejaó cobertas c e m , os eíplendores d o T L i o n o , e
a p o m p a d o manto imperial nao acrediteis que o fer Su-
p r e m o verá c o m indifrerença t a 0 a t r o 7 e s . c i i i r . e s , ou que
i'ua juítiça i n e x h o i a v e l nao caftigará- para efearmento de
muitos taõ efcandalolas a b o m i n a ç õ e s : vós-Outrí>s principal-
m e n t e , oh C h r i í l ã o s , cujas orelhas abrió o Sagrado M i -
niltro em o b a p t i f m o c o m a f a l i v a myíteriola , para que p o -
deííeis ouvir as D i v i n a s R e v e l a ç õ e s , e crer feus innefaveis
m y iberios, ouvi .fe ainda con fervaes abertas voJJ'a.s orelhas,
iltp 1¡C'!, a fé fobrenatural que erítaõ.fe v o s i n f u n d i o , ouvi
a Sentença irrevogável que tem decretado o E t e r n o , o
Immutavel , o O m n i p o t e n t e , o Jufto contra a bella hor-
renda que fe attreveo a -pôr luas iniquas mãos lobre feus
U n g i d o s , e manchar feu T a b e r n á c u l o e a levantar fuá
o r g u l h o í a f r o n t e , e v o z lacrilega contra o Ceo< .
i o . O que fizer a cutro ejeravo , em eferavidao aca-
bará : e quem com ejpada matar, com ejpada he precifo
que morra. C a t i v e i r o , e morte faõ as penas que eítaó de-
cretadas no. C e o contra o T y r a n n o d o M u n d o . Eíte lu-
gar h e o único da Santa Biblia aonde íe lê a primeira
parte delta Sentença , e m e parece que nella fe nos quer
fígnificar a fumma injuítiça , a horrível perfidia c o m que
N a p o l e a õ tem f e i t o C a t i v o feu ao i n n o c e n t e , ao arnavel,
C ao
( i8 )
ao verdadeiro R e i Cátholico das H e f p a n h a s Fernando V H .
á injuita, a facrilega , e eleindaiòfa oppreüaõ. d o Primei-
ro Vigário de Jefu Chriflb o Papa Pio VII. o Pacifico.
Cativeiros execráveis, que carecem de e x e m p l o nas hiltor
rias attendidas as circuftancias dc a m i z a d e , e b e n e f i c i e m ,
ingênua com que haviaó honrado conftantemasnte a d e l c c -
nhecida beíta eítas duas Columnas da R e l i g i ã o Catholica.
E d a horrível ingratidaõ, e negra perfídia, nunca conimet-
tida entre puros h o m e n s , haõ elevado até ao fummo eíla
efpecie de deliétos ; ou c o m o dilfe S. J o ã o em outro Ca-
p i t u l o : ( 1 2 ) eíles peccados tem c h e g a d o até ao C e o •>
D e o s tem chamado a j u í z o eftas raras iniquidades taõ fin-
gularmente monítruoías, e tem decretado contra a delin-
quente beíta huma Sentença particular que nunca havia pro-
ferido . O que fi-ztr a outro eferavo em eferavidao acaba-
rá. Depois conv-e:'i também que íeja cumprida a outra
parte da Sentença D i v i n a : quem com efpada matar, com
efpada be precífa que morra; a qual pronunciou D e o s a
primeira vez faílando com N o é ao fahir da arca c o m fua
familia. ( 1 5 ) A mefma que repetio Jefu Chriílo fallando
Com S. Pedro , e agora noviífiiiíámente o Evangeliíta Sao
J o ã o , fallando contra a beíta. E m feu cumprimento: me
parece que eftou já vendo a Napoleão, agitado da. negra
cólera, e lua trémula maõ armada de hum inftrumento.de
morte para privur-ie de huma vida que deve fer aborreci-
da até de fi meíino. C o n v é m , p o i s , que feja derramado
feu fangue c o m o o de outros tyrannos ; que derramara©
taõ cruelmente c o m o elle o fangne humano. Aqui , pois ,
em o infallivel cumprimento delia Sentença Divina eftá apoia-
da a paciência , o foífrimento ; e a confiança dos Santos,
e homens b o n s , aos quaes tem mortificado a belta c o m
luas crueldades, e guerras injuftas, e tyrannas. Oxalá -que
noíTos peccados naó retarde:« o cumprimento' deita Sen-
tença , ou que nolfa ingratidaõ, e pouca v e n e r a ç a õ a o D e o s
O s ExpoíTtores m ó d e r n o s c o m o B o u í T ú e t , C a l m e t y e
o u t r o s muitos q u e o s l e g u e m , crerão que p o r efta befta
efteve annuríèiado ' algúfti d o s mays^ cruéis Imperadores
e t h n i c o s que p e r f e g u í r a ó a ígreja de J e f u C h r i f t o ; bufeá^
iaÕ
( )
ra6 o n ú m e r o d o p j p p o í t o e n i g m a e m feus - n o m e s , e o
acháraô em D i o c l e c i a n o : d i z e m q u e feu v e r d a d e i r o n o m e
f o i D i o c l e s , e q u e fe a o n o m e ajuntarmos em latim Au-
gujtus, refulta d o valor de todas citas letras o n u m e r o f e i s -
c e n t o s e felfenta e féis , f e g u n d o a v i r t u d e d o s n ú m e r o s
r o m a n o s j c o m o o demonítra a conta f e g u i n t e :
S .
A . 0
, tf.. . •• ê, t
5
G . »VI O l~ti' . * 0
-' - c
... u . '*(• ;J!.'| - • • • j • • • •
í Á *
, A - • • a « • • » Q
T . • . . « * * > « % • O
U . < n t w
.... •
f * *í\ * '• * ?
S.. * • .!».:-»; i ovi&cui
* «
famifij dos Urfinhs , demais dó qui! exprcffa o mefmo Sello. Hum: Car-
deal da Santa Igreja Roman» fe charòou Nopoie*di>Urfi»o : e ã m e t m o
f
noine teve ' h u m a n s íyraÀno» que R o n ^ d u r a n t e o Uinpo
q u e os Papas r ^ r f í f i Õ env A v í n W I f c j M f e ' hiina, c o i l e c ^ Õ 4 « vir,os
opufculòs (motuirr.eri tos da idade'" , fní'dia : )' fm«tilada : Sfinhltc httiww.
inipreíTá e m Rc«W : t m o anno de ITS» - T é t f O Uf* « u f c r tf>* » ¿ H i d e
il
Commentario de Zanetto- " v. L .1. ' . "
Somma 666 rir.
( í 9 ) Defgr^çado o n o f í o t e m p o . , cm que h a v e m o s v i í t o
hum T / r a n n o , quf íenao for o annunciadò por S. J o ã o
n e k t C i p i e u l o , o parece "tanto que fe equivocara leinpre
comii%:ri-yiç r 9 a 4j5tfft original. Porem fe. "Napoléáo 'ror o
monftró "figurado nefta befta m a r i n h a , felizes nós , ' d s f H e f -
panhoes , que temos v i n d o a c o u h e c e l l o quanclo CÍÍá j á
c u m p r i d o o termo d o feu poder. O t e m i v e l he , e d i g n o
d o maior fentimento , que nolTos peccados polTaõ dilatar
feu caítigo , e noíla efcandalofa impenitencia fazer-nos par-
ticipantes das h o r r í v e i s penas que eftaõ já decretadas c o n -
tra elle. S a ó muitos os H e f p a n h o e s que l e v a õ t o d a v i a
fobre íí o caradler a b o m i n a v e l da beíta a quem v e m o s
proftrar-fe f e m pudor ante fua i m a g e m para tributar-lhe
adorações.
'•> li <1 A
1 Buonaparte N
N . 40
... -j A • • • •
A • . I
P . 69
O .
D 4
L • 20
É »; . ? E . 5
F . • , 6 A • .V 1
G . • • 7 N . 40
H . • . 8 LI . 2
I . . • 9 „ 1 lo
ni9J -"'P {•&-
oh ) r L%
X 10
*<>
O . 51»
N • 40
r.í)i;b Ei M • .r. ; I
A
N . . . 40
P . B 44
O . . • 5» 1
A •
P . . • So
R •
Q . . • 70 I 00
T «
K . . . «o
B > 5
S . • '• 90
X , . 100 666
u . . . "O
en „.,i,njn de erntat
naó lie o que nós recebemos dos Roma-
Wthodo d^ccmur . i acabar c m
noS , n e m fci o q f o m e n t e pa,a .cbar o nú-
. „ o nome S a p r e c i a i F a,a m i m o ver o u * e m
mero revelado. Mas kmp.,e e n, t t q u e Naf>oíeaô hc
Inglaterra fe venera efia ^ « » ^ ¿ ^ „ i S e m achír no feu n o m e
penfan.cnto , acJiando-ll-e a> S um
valor.
direita nvjifos vis H é í p A l i Q e s / A gcamle rivaíetrfa qUÃ v i o
S. Jon6 aíTentad.i fobre'a feeftü atariAha, ( 2 0 ) a - m y f t e n o -
fá Babylonia , F r a n ç a , M a i fecunda de abominações , ( 2 1 )
tem embriagado a muitos - Prinoipes., e t a úhaume.raveis ha-
I
manchado as noíías almas a impudica m e r e t r i z , e detefte-
m o s para ,'íempre' f—s impiedades , e blasfêmias. Aífim c o n -
O feguiremo3 que acçelere D e o s o cáftigo da b e f t a , e a ruí-
ryj
na d o feu império ; que deprelTa cante a Hefpanha a de-
m fejada V i t t o r i a , (ua liberdade, e independencia', e celebre
o os triunfos do C o r d e i r o D i v i n o c o m aquelle C â n t i c o n o -
v o , que fómqnre podem cantar os filhos de D e o s repre-
ír fentados nos cento quarenta e quatro m i t , . ( 2 4 . ) que tem
nas luas frentes o nome a d o r a v e l - d e Jefus , •com o d e
<
< feu Eterno P a i , a quem c o m o E l p i r i t o Santo feja dada
a v i r t u d e , divindade , f a b e d o r i a , Fortaleza , e b e n ç ã o .
rt- Amen. ( 2 5 ) -
I I to
oi O . S. C . S. E . C. A . R:
%
(20) AjMtfilyp. Cap. 17. 0 0 Ibid < ¥ 2 ) Ibid. '
( » 0 A pocalyp. Cap. »*. • ' ( i ^ ) ' Apocatyp. Cap. 14
(»;) Apocalyp. 5;' v. i i . 14..
r ,