O documento é um recurso inominado interposto contra uma sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio por incapacidade laboral rural. O recorrente alega que possui doença que o incapacita para as atividades rurais, mas a perícia negou o benefício. O recorrente pede que a sentença seja reformada, alegando que o juiz não considerou devidamente a documentação médica apresentada e que o magistrado não está vinculado ao laudo pericial. Requer também os benefícios da justi
O documento é um recurso inominado interposto contra uma sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio por incapacidade laboral rural. O recorrente alega que possui doença que o incapacita para as atividades rurais, mas a perícia negou o benefício. O recorrente pede que a sentença seja reformada, alegando que o juiz não considerou devidamente a documentação médica apresentada e que o magistrado não está vinculado ao laudo pericial. Requer também os benefícios da justi
O documento é um recurso inominado interposto contra uma sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio por incapacidade laboral rural. O recorrente alega que possui doença que o incapacita para as atividades rurais, mas a perícia negou o benefício. O recorrente pede que a sentença seja reformada, alegando que o juiz não considerou devidamente a documentação médica apresentada e que o magistrado não está vinculado ao laudo pericial. Requer também os benefícios da justi
O documento é um recurso inominado interposto contra uma sentença que julgou improcedente o pedido de auxílio por incapacidade laboral rural. O recorrente alega que possui doença que o incapacita para as atividades rurais, mas a perícia negou o benefício. O recorrente pede que a sentença seja reformada, alegando que o juiz não considerou devidamente a documentação médica apresentada e que o magistrado não está vinculado ao laudo pericial. Requer também os benefícios da justi
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AO DOUTO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL FEDRAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA
DE JUAZEIRO - BA
AUTOS N°
PARTE, devidamente qualificada nos autos do processo em epígrafe,
que move em face de INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, vem, através de seu(s) advogado(s) que esta subscreve(m), à presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 41 e seguintes da Lei 9.099/95, interpor o presente RECURSO INOMINADO em face da douta sentença (ID) que julgou improcedente os pedidos autorais na presente Ação de Auxílio por Incapacidade Idade Rural c/c Pedido de Tutela Antecipada, com as razões anexas e requerendo que as mesmas sejam remetidas à TURMA RECURSAL para reforma da sentença ora recorrida.
Destarte, requer ainda, seja concedido o benefício da justiça
gratuita por não ter condições de arcar com custas processuais sem prejudicar seu sustento, motivo pelo qual deixa de efetuar o preparo, conforme declaração já anexa nos autos.
Nestes termos,
Pede-se deferimento.
Campo Alegre de Lourdes – BA, 26 de Agosto de 2022.
EGRÉGIA TURMA RECURSAL DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO
Razões do Recurso Inominado
COLENDA TURMA RECURSAL,
ÍNCLITOS JULGADORES.
1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
O presente recurso é próprio, tempestivo, as partes são legítimas e
estão devidamente representadas, portanto, preenchidos os pressupostos de admissibilidade.
2. DA TEMPESTIVIDADE
De acordo com o disposto no art. 41 e seguintes da Lei 9.099/95, o
Recurso Inominado será interposto no prazo de 10 dias a contar da intimação do recorrente.
Assim, o presente recurso é tempestivo.
3. PRELIMINARMENTE: DA JUSTIÇA GRATUITA
O Recorrente pleiteia os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA,
assegurados pela Lei nº 1060/50 e consoante o art. 98, caput, do Código de Processo Civil.
Infere-se dos artigos supracitados que qualquer uma das partes no
processo pode usufruir do benefício da justiça gratuita. Logo, o Recorrente faz jus ao benefício, haja vista não ter condições de arcar com as despesas do processo sem prejuízo de sua manutenção.
Mister frisar, ainda, que em conformidade com o art. 99, § 1º,
do Código de Processo Civil, o pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado por petição simples e durante o curso do processo, tendo em vista a possibilidade de se requerer em qualquer tempo e grau de jurisdição os benefícios da justiça gratuita, ante a alteração do status econômico.
Ainda sobre a gratuidade a que tem direito, o novo Código
Instrumentalista dispõe em seu art. 99, § 3º, que “presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural”. Assim, à pessoa natural basta a mera alegação de insuficiência de recursos, sendo desnecessária, num primeiro momento, a produção de provas da hipossuficiência financeira.
Assim, ex positis, pois, requer-se os benefícios da assistência
judiciária gratuita, razão pelo qual, deixa de recolher o preparo.
4. DO ESCORÇO FÁTICO E DECISÃO ATACADA
Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte Autora, ora
Recorrente, ante a decisão que julgou improcedente o pleito de concessão de Auxílio por Incapacidade Laboral rural na ação de Ação de Concessão de Auxílio por Incapacidade Laboral Rural c/c Pedido de Tutela Antecipada, processado perante o Juizado Especial Federal da Subseção Judiciária de Juazeiro - BA. Como já relatado em exordial, o Recorrente é portadora de doença autoimune, com o CID 10 G 36 (Outras Desmelinizações Disseminadas Agudas), doença que é diagnosticada desde 2016, e até o presente momento, o Recorrente se encontra impossibilitado de exercer sias atividades rurais, sendo proibido pelo seu médico de fazer atividades que necessitem de esforço físico. O Recorrente já havia recebido o referido benefício anteriormente com o NB. O Autor Requereu administrativamente o benefício em lide no dia 01 de Março de 2022. No ato da perícia junto a Recorrida, esta foi realizada de maneira superficial e de maneira rasa, sem olhar as particularidades da Recorrente, e equivocadamente negou o benefício, sob a falsa alegação de não constatação de incapacidade laboral. Irresignado com a negativa, o Recorrente ingressou na Justiça, requerendo em sede de liminar a concessão do benefício de Auxílio por Incapacidade Laboral. Realizada a perícia Judicial, a Sra. Perita entendeu não haver a incapacidade laboral da Recorrente, com a devida vênia, o que não condiz com a verdade real dos fatos, uma vez que as condições em que o Autor vive são totalmente impróprias para poder ter uma vida segura. Deve ser levado em consideração todos os aspectos em que o Recorrente está inserido: mora na zona rural, o seu labor requer bastante esforço, sendo que esta não possui mínimas condições para trabalhar, visto que sua doença ataca o sistema nervoso, além da visão do Autor. Frise-se que a doença do Recorrente é uma doença onde o seu tratamento é paliativo. Portanto, devem ser levados em consideração os aspectos biológicos, psicológicos e sociais, além de seu estado atual de saúde. A irresignação da Recorrente, atacando a r. sentença sob ID 1150170330, o qual o Douto Juízo, julgou improcedente o pleito exordial, nos seguintes termos:
“Friso que a parte autora foi regularmente intimada para se
manifestar sobre o laudo. Esgrimiu longa argumentação sem, contudo, respaldá-las em um único documento médico. No contraste entre a prova pericial e aquela produzida unilateralmente pela parte autora, prevalece a prova produzida em juízo. Posto isto, julgo improcedente o pedido. Defiro os benefícios da justiça gratuita. Sem custas e tampouco honorários advocatícios. Não havendo recurso, intime-se o INSS do trânsito em julgado da sentença. Interposta apelação, promova-se a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. Intimem-se. Arquivem-se, quando oportuno.”
Data vênia, a r. sentença prolatada pelo Douto Juízo a quo,
merece total reforma, posto que há grave nulidade na mesma, conforme demonstraremos a seguir.
5. DAS RAZÕES RECURSAIS
5.1. DA INCAPACIDADE LABORAL DO REQUERENTE.
Eminentes Julgadores, é óbvia e ululante a inobservância do Juiz A
Quo à documentação colacionada pelo Recorrente em peça vestibular, desprezando a condição em que este se encontra atualmente. O MM. Juiz ao prolatar a sentença se ateve tão somente ao laudo pericial, que elaborado de maneira genérica, não se ateve à incapacidade laboral do Recorrente, devendo ser, portanto, mitigado. Ademais, o julgador não pode somente se vincular ao laudo pericial. É necessária a oitiva da Parte Recorrente, a análise da documentação colacionada aos autos do processo, o que não aconteceu no caso em tela. Se vincular a perícia é perder o livre convencimento, e a jurisprudência pátria é uníssona em dizer que o Magistrado não se vincula ao Laudo Pericial, conforme exposto a seguir: AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. NÃO VINCULAÇÃO AO LAUDO PERICIAL. OUTROS ELEMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO. INCAPACIDADE DEFINITIVA. CUMPRIMENTO DE REQUISITO LEGAL. SÚMULA Nº 7/STJ. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que o magistrado não está adstrito ao laudo, devendo considerar também aspectos sócio- econômicos, profissionais e culturais do segurado a fim de aferir-lhe a possibilidade ou não, de retorno ao trabalho, ou de sua inserção no mercado de trabalho, mesmo porque a invalidez laborativa não é meramente o resultado de uma disfunção orgânica, mas uma somatória das condições de saúde e pessoais de cada indivíduo. ( AgRg no AREsp 81.329/PR, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA, julgado em 14/02/2012, DJe 01/03/2012) No mesmo sentido, o TRF 1 ainda decidiu assim: PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. REQUISITOS PRESENTES. EXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE DEFINITIVA PARA O TRABALHO. LAUDO PERICIAL CONTRÁRIO. SEQUELA DE POLIOMIELITE. NÃO VINCULAÇÃO DO JUIZ AO LAUDO. TERMO INICIAL DA INCAPACIDADE. CONSECTÁRIOS LEGAIS. SUCUMBÊNCIA. 1. São requisitos para a concessão dos benefícios de aposentadoria por invalidez e de auxílio-doença a comprovação da qualidade de segurado da Previdência Social e o preenchimento do período de carência de 12 (doze) contribuições mensais, com exceção das hipóteses enumeradas no artigo 26, III, c/c artigo 39, I, da Lei nº 8.213/91, assim como a comprovação de incapacidade para o exercício de atividade laborativa. 2. "O juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos" (art. 436, CPC). 3. Estando a apelada definitivamente incapacitada para o trabalho em decorrência de sequela de paralisia infantil, o termo inicial da incapacidade pode ser fixado em data recente, se demonstrado pelo conjunto probatório que a autora chegou a exercer, de fato, atividades laborativas, tendo a incapacidade decorrido de agravamento de sua lesão. 4. A correção monetária, incidente sobre as parcelas vencidas, deve ser feita com base nos índices do Manual de Cálculos da Justiça Federal, aplicando-se o INPC após a entrada em vigor da Lei nº 11.960/2009; os juros de mora são fixados em 1% ao mês, a contar da citação, em relação às parcelas a ela anteriores, e de cada vencimento, quanto às subsequentes, incidindo com essa taxa até a entrada em vigor da Lei nº 11.960/2009, a partir de quando serão reduzidos para 0,5% ao mês, caso a taxa SELIC ao ano seja superior a 8,5% ou 70% da taxa SELIC ao ano, mensalizada, nos demais casos, segundo Lei 12.703/2012 e nova redação do Manual de Cálculos da Justiça Federal. 5. Honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor das parcelas em atraso. Súmula 111 do STJ e § 4º do art. 20 do CPC. 6. Apelação do INSS a que se nega provimento e remessa oficial a que se dá parcial provimento. Decisão A Câmara, à unanimidade, negou provimento à apelação do INSS e deu parcial provimento à remessa oficial.
Diante da farta documentação acostada aos autos, diversos laudos,
receituários e exames analisados por especialistas da área, comprova-se a condição incapacitante da Recorrente, uma vez que este passou por diversos médicos, bem como já recebeu auxílio-doença em virtude da mesma doença que levou ao presente processo. Desta feita, em 19/08/2022, o Juízo a quo, de maneira equívoca, julgou improcedente o pleito inicial, e julgou improcedente o pedido de concessão de auxílio por incapacidade laboral rural. Embora o juízo a quo tenha entendido de maneira diversa, com a devida vênia, equivocadamente, consubstancialmente as provas se fazem inequívocas no que diz respeito à incapacidade laboral da Recorrente.
6. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
a. Que seja CONCEDIDA os benefícios da Justiça Gratuita nos termos do
art. 4° da Lei 1.060/50 e art. 98 do Código de Processo Civil, haja vista que a Recorrida não ter condições financeiras de arcar com as custas processuais;
b. O Recebimento, Conhecimento e Processamento do presente RECURSO
INOMINADO, em razão de ser próprio e tempestivo;
c. Seja intimado o recorrido, para querendo, apresentar contrarrazões no
prazo legal;
d. Que seja REFORMADA a sentença do juízo a quo em todos os seus termos,
em razão de conceder o benefício de auxílio por incapacidade laboral rural rural, com data retroativa à Data de Entrada do Requerimento corrigidas desde o respectivo vencimento e acrescidas de juros legais e moratórios, incidentes até a data do pagamento;
e. Seja a Recorrida condenada ao pagamento das custas e honorários
advocatícios no importe de 20% no valor da causa (Lei 9099, art. 55, segunda parte);
f. A juntada de novos documentos que comprovam a condição de
incapacidade da Recorrente;
Por derradeiro, sejam as notificações e intimações publicadas,
exclusivamente, em nome dos advogado THIEGO SILVA DE SENA, inscrito na OAB/BA nº 19.682, sob pena de nulidade.
Termos em que, Pede deferimento.
Campo Alegre de Lourdes - BA, 26 de Agosto de 2022.