Geografia II
Geografia II
Geografia II
Fase II
Vanguarda Instituto
de Educação
2ª FASE – ENSINO MÉDIO
Geografia
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Alaides Alves Mendieta – Pedagoga Especialista
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO
Joilson Ventura – Geógrafo Especialista
CAPA E DIAGRAMAÇÃO
Bruno Luis Duarte Vieira Fernandes
Emanuela Amaral
Geografia - Fase II
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Geografia - Fase II
b) Endividamento externo: normalmente, todos os pa- A industrialização existente nesses países na verdade é
íses subdesenvolvidos possuem grandes dívidas com bancos sustentada por países desenvolvidos, que os utilizam para ex-
internacionais. pandir seus parques industriais e garantir lucros vultuosos. Um
c) Relações comerciais desfavoráveis: geralmente, os exemplo nítido de expansão industrial é o caso dos Dragões
países subdesenvolvidos exportam para as nações ricas pro- Asiáticos que evoluíram enormemente nas últimas décadas,
dutos primários (não industrializados), tais como café, cacau, principalmente no setor industrial através do capital e tecno-
soja, algodão, manganês etc. As importações, por sua vez con- logia japonesa.
sistem basicamente em artigos manufaturados (industrializa-
dos), e tecnologia avançada, aviões, computadores, máquinas Alguns fatores atraem esses investimentos estrangeiros
automatizadas etc. Os artigos importados têm preços bem mais para os países subdesenvolvidos, como:
altos que os exportados. Tais relações mostram-se desvantajo- • Mão de obra barata e numerosa;
sas. • Muitas vezes são isentos de pagamento de impostos;
d) Influência de empresas estrangeiras: uma grande • Doação de terrenos por parte do governo;
parcela do lucro dessas empresas é remetida para as matrizes, • Remessa de lucro das transnacionais para a sede des-
o que provoca acentuada descapitalização nos países subdesen- sas empresas;
volvidos. • Legislação flexível.
Os países subdesenvolvidos ou periféricos possuem 80% Na visão de alguns escritores como Demétrio Magnoli “A
da população mundial.A maior parte dos países subdesenvolvi- grande mutação na economia mundial e na geopolítica plane-
dos ficam na Ásia,na África e na América Latina. tária agravou as desigualdades entre a acumulação de rique-
Entre os aspectos relacionados ao quadro zas e a disseminação da pobreza. O desenvolvimento assume
humano,destacamos: padrões crescentemente perversos, marginalizando parcelas
• O acelerado crescimento populacional,consequência maiores da população. Em escala mundial, a década de 80 pre-
das elevadas taxas de natalidade. senciou uma ampliação da fratura econômica entre o Norte e o
• O baixo nível de renda de grande parte da Sul. Atualmente, os 20% mais ricos da população do planeta
população,determinando a formação de grande bolsões de po- repartem entre si 82,7% da riqueza, enquanto os 20% mais po-
breza nos países subdesenvolvidos.Além disso a distribuição bres dispõem apenas de 1,4%”.
A partir daí podemos afirmar que o desenvolvimento em
de renda é imperfeita.
partes dos países centrais são de fato sustentados à custa da
• As precárias condições de saúde,reflexo da subali-
exploração dos países periféricos.
mentação que atinge grande parte da população e das péssimas
condições assistenciais,principalmente médico-hospitalares.
• As péssimas condições de moradia,uma vez que gran- ANOTAÇÕES
de parte da população vive em favelas e cortiços desprovidos
de infraestrutura básica(água encanada, esgoto,etc.),o que in-
tensifica o êxodo rural.
A luta por melhores condições de vida da população é vi-
sível, principalmente no que diz respeito a uma melhor distri- —————————————————————————
buição de renda, não existindo grandes disparidades entre uma —————————————————————————
classe social e outra. Para que isso fosse possível foi necessária
a participação direta da sociedade, exigindo dos seus governan- —————————————————————————
tes uma postura voltada para os interesses da população. —————————————————————————
Os governos passaram a cobrar mais impostos das classes
sociais mais favorecidas em prol da sociedade. Os impostos —————————————————————————
cobrados são direcionados à construção de escolas, habitações, —————————————————————————
estradas, hospitais, programas de saúde, aposentadorias mais
justas, etc., isto foi possível graças ao engajamento consciente —————————————————————————
de todos os cidadãos na formação do Estado Democrático. —————————————————————————
A democracia existe de fato nas nações desenvolvidas, e
consiste num Estado de direito que resulta de reivindicações —————————————————————————
permanentes por parte dos cidadãos. A democracia é um pro- —————————————————————————
cesso contínuo de invenção e reivindicações de novos direitos.
Existem países subdesenvolvidos que são fortemente in- —————————————————————————
dustrializados como é o caso do Brasil, México, Argentina,
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Dragões Asiáticos, etc.
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Geografia - Fase II
Unidade II
AMÉRICA LATINA
Neste capítulo vamos percorrer alguns países que têm muita coisa em comum com o nosso. São os nossos vizinhos, que, justa-
mente com o Brasil, formam a América Latina.
Esse conjunto de países é assim denominado porque toda essa vasta área de terras foi colonizada por povos latinos, principalmen-
te portugueses e espanhóis. A América Latina abrange o México, na América do Norte, e os países da América Central e da América
do Sul.
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Geografia - Fase II
A América Latina está conformada por países da América O idioma mais falado na região é o espanhol, seguido pelo
do Sul, América Central e México (América do Norte). É ba- português (por conta da grande população brasileira) e pelo
nhada pelos Oceanos Atlântico e Pacífico e abriga importantes francês.
recursos naturais, contemplando a floresta amazônica que pos-
sui pelo menos metade de todas as espécies vivas conhecidas. Aspectos econômicos
O conceito “América Latina” para muitos estudiosos apresenta Considerada economicamente subdesenvolvida, a América
problemas quando se pensa na questão de identidade cultural, Latina caracteriza-se por ser grande exportadora de produtos
social e até geográfica. No entanto, esse conceito, originário agrícolas e minerais para os países desenvolvidos. O setor pri-
no século XIX sob a influência política da França e Estados mário, portanto, é muito importante para a economia de seus
Unidos, foi se consolidando a partir do momento em que mui- países e emprega parcela significativa da população regional.
tas nações foram estabelecendo suas independências dos países
colonizadores, e ao final da segunda guerra mundial se firmou Extrativismo mineral: alguns dos maiores produtores
quando adotado por instituições internacionais ao se referirem mundiais de determinados minerais são latino americanos. Isso
ao conjunto de países dessa região. Do México à Argentina a ocorre, por exemplo, com o petróleo (com Venezuela, México
região foi colonizada pelos países ibéricos, Portugal e Espanha, e, agora, o Brasil, por conta da camada pré-sal), o ferro (Chile e
nos séculos XVI e XVII, consolidando uma cultura “latina” Brasil são primeiro e o segundo maiores produtores mundiais),
advinda dos países assim considerados na Europa devido às o manganês (Brasil é o segundo maior produtor mundial), o es-
línguas românicas. A América Latina tem também profundas tanho (Bolívia), a prata (México e Peru) e a platina (Colômbia).
raízes nas culturas indígenas estabelecidas na região quando de
seu descobrimento pelos europeus e, além disso, foi o principal Agropecuária: na América Latina, o setor é marcado por
destino de milhões de pessoas escravizadas vindas da África, grande concentração de terras, que gera diversos conflitos fun-
e de correntes imigratórias de muitos países no final do século diários – especialmente no México, no Brasil e na Bolívia. Em
XIX e inicio do século XX, ampliando ainda mais a sua diver- geral, a agricultura e a pecuária tradicional (culturas extensi-
sidade sócio-cultural. Os países latino-americanos vivenciaram vas, com técnicas primitivas e sem seleção de plantel), forne-
um processo semelhante de conquista e colonização, e a grande cem alimentos para as populações urbanas e rurais. Quando
moderna e mecanizada, a produção agropecuária regional está
maioria tornou-se independente na mesma época (século XIX)
muito vinculada ao capital externo e destina-se, sobretudo, à
e lutando com problemas semelhantes até o século XX, tanto
exportação.
de ordem política como econômica, para estabelecer o desen-
volvimento pleno de sua população. A partir dos anos de 1990,
Indústria: Brasil, Argentina e México possuem parques
a América Latina deixou para trás décadas de dívida externa,
industriais expressivos, com indústria de base e de tecnologias
inflação e estagnação, obtendo a recuperação da democracia e
de ponta, mas são exceções. A maior parte dos países latino-
da economia, possibilitando consignar noções de direitos hu-
-americanos detém apenas indústrias tradicionais têxteis, ali-
manos, cidadania e integração política e econômica regional.
mentícias e de beneficiamento de matérias-primas para expor-
Aspectos Físico-Naturais
tação.
A maior parte das terras latino americanas está na zona in-
tertropical, que condiciona suas vegetações e climas. O relevo Unidade III
da região varia das altas cordilheiras na porção oeste (derivadas
de dobramentos modernos) a grandes planícies fluviais (como a AMÉRICA ANGLO-SAXÔNICA
do rio Amazonas). De forma geral, a oeste, o relevo é recente e Convencionou-se chamar de “América Anglo-saxônica”
elevado. A leste é antigo, desgastado e rebaixado. ao conjunto dos países: Canadá e EUA, em oposição ao ter-
mo “América Latina” que denomina os países da América do
Aspectos políticos e humanos Sul e Central, e em algumas definições, também o México e o
Toda a América Latina é marcada pelo subdesenvolvimen- Caribe.
to, pela industrialização tardia e dependente de capital externo, Essa denominação deve-se ao fato de que estes países tive-
pelos problemas sociais e políticos e, em certa medida, pela ram sua colonização realizada majoritariamente por países de
instabilidade política. origem anglo-saxônica: “anglo-saxões” é a denominação dada
A região engloba diversas etnias, principalmente por causa aos habitantes da Inglaterra após a vitória dos saxões, povo ger-
de movimentos demográficos ocorridos durante a época colo- mânico, sobre os bretões.
nial – como a chegada forçada de negros da África Subsaariana Entretanto, essa divisão é um pouco controversa, visto que
e a vinda de europeus na passagem do século XIX ao XX. não engloba alguns países e outros territórios caribenhos que
Assim, há países com expressiva população descendente tem com íngua oficial o inglês ou outras línguas de origem ger-
de ameríndios (caso de Bolívia e Peru), de africanos (Brasil, mânica, e estão ou estiveram sobdomínio dos ingleses (a maior
Venezuela, Colômbia e países do Caribe) e de europeus (Ar- parte das ilhas caribenhas foi colonizada por espanhóis, porém
gentina, Uruguai e Chile). passaram ao domínio dos ingleses, posteriormente).
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Geografia - Fase II
Aspectos físico-naturais
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Geografia - Fase II
Existem países, como o Canadá, considerados anglo-saxô- A expansão das multinacionais e do comércio ocorreu a
nicos, mas que falam tanto o inglês como o Francês (isso em partir da segunda metade do século XX, as multinacionais nor-
algumas partes do país), língua derivada do latim. te-americanas dominaram ainda mais o processo de acumula-
ção de capitais, os investimentos nas multinacionais ocorreram
Estados Unidos da América primeiramente em países europeus e depois em mercados em
expansão como os países subdesenvolvidos.
EUA: Maior Potência As primeiras multinacionais norte-americanas foram
GENERAL MOTORS E FORD, TEXACO e ESSO, COCA-
Atualmente os Estados Unidos são considerados a princi- -COLA, NABISCO, JOHNSON & JOHNSON e GILLETE.
pal potência do mundo, mas essa condição alcançada não ocor- A expansão das multinacionais norte-americanas no mercado
reu repentinamente, foram necessários vários fatores para que internacional intensificou o ritmo de crescimento econômico,
este se consolidasse como uma das nações mais importantes foi grande gerador de fluxos de mercadorias, hoje o comércio
do planeta. externo americano corresponde a 16% do total mundial, o país
As raízes do crescimento econômico norte-americano fo- mantêm relações comerciais com grande parte das nações.
ram fundamentais para o seu desenvolvimento. Foram menos Dívida Externa: uma discussão
de quatro séculos para que os EUA passassem da condição de A dívida externa é um dos assuntos mais polêmicos da atu-
colônia para superpotência, um dos motivos para essa transfor- alidade, porque envolve todos os países do terceiro mundo e
mação rápida foi a ascensão econômica no sul, que tinha como ainda, uma grande parte do primeiro; porém, a dívida começa
principal atividade a produção monocultora, pois o sul possui a existir, a partir das relações internacionais de compra e ven-
clima de características tropicais favoráveis ao cultivo, já no da de produtos. O mundo inteiro está perplexo com a situação
norte as atividades eram distintas, esse apresenta clima tempe- da dívida global, quer dizer muitos países estão em situação
rado, no sul a economia era voltada para o comércio, possuía difícil, levando a nação ao desespero incontrolável. As diver-
os principais centros urbanos, surgiram as primeiras indústrias sas guerras que o mundo presencia tem origem no desejo de
e instituições financeiras. independência, de rompimento com os países ricos que pro-
vocaram esta nefasta subordinação. Esta dependência gera os
Os EUA contavam com diversos recursos naturais que famigerados terroristas, os grupos paramilitares, as associações
eram extremamente importantes para as indústrias que estavam de chanceleres e muitos outros mecanismos que procuram a
surgindo no nordeste, isso desencadeou vários avanços. Esses satisfação de sua nação, ou de seu grupo.
impulsionaram a aceleração comercial como a expansão do Contudo, foi no intuito de salvaguardar os países em di-
mercado interno que gerou prosperidade econômica, maciços ficuldades, é que surgiu o Fundo Monetário Nacional - FMI.
investimentos em mineração no século XIX, aumentando ainda Este órgão tinha como objetivo principal, socorrer os países
mais a produção. filiados que estivessem em dificuldades; todavia, que essa difi-
culdade fosse de curto prazo. O Fundo funcionava da seguinte
No final do século XIX, a descoberta e a extração do pe- maneira: muitos países se associaram num agrupamento conhe-
tróleo deram novos rumos à economia norte-americana, pois cido como FMI, participando com uma cota paga anualmente
esse momento promoveu uma revolução nos transportes, com a para suprir os problemas que qualquer país enfrente; mas, que
criação do automóvel pelo empresário Henry Ford. Esse criou seja resolvido num espaço de tempo curto. Entretanto, para os
um novo modelo de produção na linha de montagem, e uma casos de longo prazo, o FMI, só subsidia qualquer nação, de-
nova forma de ver o mercado, para ele a produção deveria ser terminando os caminhos que esse país deva seguir, para que o
em massa, assim como o consumo, o trabalhador deveria ter dinheiro empregado tenha o devido retorno.
momentos de descanso para poder consumir os produtos das A busca ao FMI, não é só feita pelos países do terceiro
indústrias. mundo. Os países industrializados também recorrem a este
A ascensão da economia norte-americana deve-se princi- órgão, tais como o Japão, a França, os Estados Unidos, a In-
palmente pela intensa acumulação de capital ocorrida na se- glaterra e muitos outros também recorreram ao Fundo para su-
gunda metade do século XIX.No início do século XX, o país primirem seus problemas de imediato. Outrossim, sabe-se que
já possuía grandes empresas que detinham os monopólios do os objetivos do FMI foram ao longo dos anos, deturpados, em
petróleo, aço, automóveis e ferrovias. benefício das grandes nações e o objetivo de socorro aos países
O crescimento da economia norte-americana também foi endividados, não é a meta de primeira linha. Foi neste sentido
propiciado por acontecimentos históricos como a Primeira que as dívidas se multiplicaram. Que os países ficaram a mercê
Guerra Mundial (1914-1918), e a Segunda Guerra Mundial da inadimplência. E que aos poucos atrelaram o FMI, a um
(1939-1945) momento em que a Europa se encontrava em instrumento de dependência das nações pobres aos países ricos.
reconstrução, então os EUA forneceram empréstimos e mer- O FMI hoje é um policial dos trustes internacionais, que busca
cadorias, resultando num gigantesco crescimento do PIB e se conciliar as partes sem mexer no poderio do grande capital mo-
consolidando definitivamente como a maior potência mundial. nopolístico internacional.
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Geografia - Fase II
Mas, o que tem a ver o FMI, com as dívidas externas do ter- Onde foi aplicado tal recurso e como foi alocado? Insiste-
ceiro mundo? Responder-se-á facilmente que nada. Entretanto, -se muito pela suspensão dos pagamentos feitos ao exterior;
atrapalha o andamento das negociações e o poder político entre no entanto, sem saber as consequências de tal medida. É preci-
os países. A dívida externa vem de longas datas; no entanto, o so que se verifique a pauta de importações do país, verificar se
processo inflacionário, que se tem deflagrado nos últimos anos, é produto necessário ou não, e se uma moratória não vai atra-
deixou os débitos do terceiro mundo, num patamar nunca visto; sar muito mais a economia nacional, tendo em consideração
a um ponto tal que a renda nacional tem um alto percentual que os insumos básicos domésticos vêm do exterior e poderão
comprometido com o exterior. Esta dependência da renda na- ser cortados. Por isso, é muito difícil uma decisão levada pela
cional, com o resto do mundo, tem dificultado muito uma di- emoção, sem medir as consequências que virão mais cedo ou
namização da economia interna, devido às obrigações impostas mais tarde e, neste caso, muito mais cedo do que se pensa.
pela alta taxa de juros internacionais, pelo forte pagamento de É verdade que o país passa por uma crise e deve ser rapi-
spreads, serviços da dívida e muitos outros comprometimentos damente sanada. A solução deste problema não deve ser em
com os banqueiros externos ao país. detrimento do mísero salário do trabalhador, que não aguenta
A dívida externa hoje é o maior problema que os países mais se sufocar por uma causa que não foi provocada por ele.
pobres enfrentam, não pelo fato de dever; contudo, pelas difi- Deve-se verificar que a dívida cresceu mais rapidamente nos
culdades impostas ao desenvolvimento de cada nação. Assim, governos da “Revolução” e se pergunta, a quem serviu a for-
ver-se claramente as dificuldades enfrentadas pelo México. Os mação desta dívida? Ora, se não serviu ao trabalhador, deve-
problemas que cercam Nicarágua. Os atropelos que enfrenta El -se buscar recursos nos bolsos daqueles que usufruíram desse
Salvador. As Imposições à Argentina. Enfim, a dívida externa é dinheiro, não os trabalhadores que não sabem nem sequer seu
um compromisso intercapitalismo; todavia, tornou-se um ins- significado. A moratória seria a solução se a economia brasilei-
trumento de imposição e destronamento de governos fracos. O ra estivesse suficientemente abastecida em termos de insumos
pagamento da dívida externa é como uma compra a crédito ata- para poder suportar as pressões internacionais; entretanto, isso
cadista, onde o gerente diz sem vacilar, pode levar a vontade, não acontece, porque os problemas internos seriam cada vez
o pagamento não é problema e na hora de pagar, esse mesmo maiores e sem solução.
gerente insiste em deixar uma parte para ser pago depois. Isto A pobreza do terceiro mundo é uma resposta aos serven-
significa dependência. tuários da dívida externa; pois, enquanto engrandece a riqueza
O problema da dívida externa, não é privilégio de países dos que já têm, enfraquece cada vez mais os que não têm nada.
capitalistas, unicamente. Os países socialistas também passam É muito fácil ver o quanto sofre hoje o povo brasileiro em bus-
por este tipo de dificuldade; e, quem tem acesso às estatísticas ca de equilíbrio de sua economia; entretanto, as dificuldades do
da dívida externa de Cuba, de Polônia, de Iugoslávia, de Hun- país aumentam de maneira assustadora. Não se pode suportar
gria, e de muitos outros países do bloco comunista, verifica-se os juros altos que são cobrados ao Brasil, e que o povo brasi-
o mesmo problema, também sem solução de curto e médio pra- leiro ter que suportar tamanha imposição. O alto débito do país
zo. A questão é que os débitos internacionais são males que não que fez com que milhares e milhares de famílias passassem
devem perdurar; pois, dessa forma, a luta armada não se distan- fome e o mesmo débito que faz com que os banqueiros interna-
cia, pelo contrário, cada vez mais se aproxima, tendo em vista cionais engordem suas contas e deliciem os grandes banquetes
que o mundo não deve esperar se acabar de fome, sabendo que de luxúria e prazer particulares.
tem condições de cuidar de sua própria sobrevivência. Pode-se A preocupação do povo brasileiro não é calote em nin-
até dizer que, se acontecer essa luta, não será guerra ideológica; guém; mas, exigir dos banqueiros internacionais, uma maneira
mas, uma contenda onde prevalece a dor da barriga. de pagamento sem aumentar a miséria interna do país. A luta se
Aqui no Brasil a coisa não é diferente. A dívida externa processa por um acordo que faça com que se possa dinamizar
data de muitos e muitos anos; porém, não tinha a dimensão que a economia do lado nacional e quando tiver condições, que se
tomou a partir de 1964, ao considerar que a taxa de crescimento pague todo débito que foi contraído no exterior. A população
da dívida brasileira cresceu a uma taxa assustadora. Como se brasileira precisa de um espaço de tempo e recursos para or-
verifica, a dívida externa bruta brasileira em 1964 era apenas ganizar a economia, para depois, pensar em pagar seus débitos
de US$ 3.101,1 bilhões; no entanto, em 1987, esta dívida já se que não foram contraídos para implementar a economia inter-
encontra num patamar de mais ou menos US$ 120 bilhões. Veja na. A pobreza do país já chegou aos seus limites e não há para
que o período de tal crescimento foi muito curto para tão volu- onde seguir mais; o jeito agora é partir para uma posição mais
moso débito internacional, e isto vai continuar se não se tomar séria, quanto à conjuntura interna, mesmo que seja em detri-
uma medida mais enérgica, quanto a este estado de coisas; pois, mento dos credores internacionais.
a preocupação não é uma saída quanto à dívida externa, mas Portanto, a dívida externa brasileira é um mal imperdoável,
uma arrumação política de quem está no poder. porque foi contraída sem o aval de seu povo. Buscou-se dinhei-
Acredita-se que a questão não é moratória, ou coisa se- ro internacional e se gastou, onde não se sabe. Foram recursos
melhante. É necessário que se verifiquem as raízes da dívida. que chegaram e ninguém sabe onde entraram, apenas só resta
Quem contraiu tal débito e porque efetivou? o compromisso que massacra impiedosamente a sua gente que
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Geografia - Fase II
Unidade IV
Brasil
As Fronteiras Brasileiras
- Guiana Francesa: 655 km de fronteira, situada totalmente
no estado do Amapá.
- Suriname: 593 km de fronteira, sendo no estado do Ama-
pá (52 km) e no Pará (541 km).
- Guiana: 1.606 km de fronteira, sendo no estado do Pará
(642 km) e Roraima (964 km).
- Venezuela: 1.492 km de fronteira, sendo em Roraima
(954 km) e Amazonas (538 km).
- Colômbia: 644 km de fronteira, situada totalmente no ter-
ritório do estado do Amazonas.
- Peru: 2.995 km de fronteira, sendo no Amazonas (1.565
km) e Acre (1.430 km).
Área: 8.514.876,599 km² (fonte IBGE) - Bolívia: 3.126 km de fronteira, sendo no Acre (618 km),
Capital: Brasília Rondônia (1.342 km), Mato Grosso (780 km) e Mato Grosso
População: 190.732.694 milhões (censo 2010) do Sul (386 km)
Quantidade de municípios: 5.435 - Paraguai: 1.339 km de fronteira, sendo no Mato Grosso
Moeda: real ( R$ ) do Sul (1.131 km) e Paraná (208 km).
Nome oficial: república federativa do Brasil - Argentina: 1.263 km de fronteira, sendo no Paraná (293
Nacionalidade: brasileira km), Santa Catarina (246 km) e Rio Grande do Sul (724 km).
Datas nacionais: 7 de setembro (dia da independência ) e - Uruguai: 1.003 km de fronteira, totalmente com o Rio
15 de novembro ( proclamação da república ) Grande do Sul.
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Geografia - Fase II
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA
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Geografia - Fase II
A Mata Atlântica:
• é menos densa que a Floresta Amazônica;
• quase 100% dela já foi destruída, porém, antes podí-
amos encontrar o pau-brasil, cedro, peroba e o jacarandá (leia
mais sobre o desmatamento da Mata Atlântica).
• Os micos-leões, a lontra, a onça-pintada, o tatu-ca-
nastra e a arara-azul-pintada são originários da Mata Atlântica,
porém estão ameaçados de extinção vivem ainda na mata, os
gambás, tamanduás, preguiça, mas estão fora do perigo da ex-
tinção.]
• Em razão da Mata Atlântica tenha sido muito utilizada
É a área compreendida por um rio principal, seus afluentes no passado para a fabricação de móveis, hoje calcula-se que
e subafluentes. apenas 5% de sua área ainda permaneça.
Principais Bacias Hidrográficas do Brasil:
Caatinga:
Bacia Amazônica: considerada a maior do planeta, ela • vegetação típica do clima semiárido do sertão nordes-
abrange na América do Sul, uma área de 6 milhões de km. tino;
• vegetação pobre, com plantas que são adaptadas à ari-
Bacia do Tocantins: ocupa quase 10% do território nacio- dez, são as chamadas plantas xerófilas (mandacaru, xiquexique,
nal. É a maior bacia localizada inteiramente dentro do território faveiro), elas possuem folhas atrofiadas, caules grossos e raízes
brasileiro. profundas para suportar o longo período de estiagem;
• arbustos e pequenas árvores (juazeiro, aroeira e braú-
Bacia do São Francisco: também é totalmente brasileira, na) também fazem parte da paisagem.
juntamente com a Bacia do Tocantins.
Mata de Araucária:
Bacia do Paraná: essa bacia é usada na construção de usi- • corresponde às áreas de clima subtropical, é uma mata
nas hidrelétricas, dentre elas, Furnas, Marimbondo e a maior homogênea, pois há o predomínio de pinheiros, erva-mate, im-
hidrelétrica do mundo – Itaipu – (entre o Brasil e Paraguai). buia, canela, cedros e ipês;
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http://www.copa2014.org.br/o-pais/
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ANOTAÇÕES
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ANOTAÇÕES
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