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SUSTENTABILIDADE
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vivencial e a moralidade pública, exigindo transparência e práticas de avaliação
e controle pela coletividade sobre as formulações das políticas públicas. Assim,
podemos compreender que a conduta da ação se reflete na prática da
moralidade, cujos princípios são normativos e revelados pela conformidade ou
não aos bons costumes.
A ação estatal é norteada por diversos princípios, e a administração
pública, em suas diversas instâncias (federal, estadual, distrital e municipal),
constitui-se no instrumento de base do qual o Estado dispõe para dar
consecução às demandas da população e executar as prioridades do governo.
Ao analisar essas informações e, nesse sentido, a legalidade, tanto a
veracidade como a transparência são elementos constitutivos de todos os
momentos da tomada de decisão e da implementação das ações planejadas e
executadas; portanto, devemos também compreender a importância da
transparência no setor público.
Diante de constatações de desvio de condutas na gestão dos recursos
públicos, surge uma ampla rede de agências e instituições de fiscalização,
avaliação e prestação de contas. Exigindo por parte da Administração Pública
uma maior necessidade de avaliação, acompanhamento e controle das ações e
dos atos públicos, podemos citar dois exemplos de órgãos que fazem o controle
externo das ações do Poder Público: o Ministério Público e os Tribunais de
Contas.
Por intermédio da atuação das instâncias de controle, o princípio da
transparência, ao lado do princípio da legalidade, permite e estimula o
exercício da cidadania ativa e, portanto, distingue os âmbitos de ação e avaliação
da moral social, que se caracteriza pela unilateralidade de suas normas. A
moralidade como princípio da gestão pública leva ao entendimento de que o
gestor público deve obediência à moral legal e pública, o que implica em ações
de acordo com aquilo que, no senso comum, conhecemos por honestidade.
Desse modo, é de extrema importância a participação efetiva da população
no processo de controle das políticas públicas, o que nos remete à chamada
cidadania ativa e plena.
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• Cidadania plena: relaciona-se com o republicanismo clássico, que se
expressa pela preocupação com a res publica.
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No processo de ampliação das esferas de avaliação e controle, de
deveres e direitos da cidadania, surge o Programa Brasil Transparente, voltado
especificamente para aplicar a Lei n. 12.527/2011. Ele é um mecanismo de
controle e avaliação dos processos de acesso à informação e do direito dos
cidadãos à transparência no setor público. A Portaria n. 277/2013, editada pela
CGU (Controladoria Geral da União), apresenta os objetivos do Programa Brasil
Transparente:
TEMA 3 – GOVERNANÇA
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que são sistemas de competição, e nas redes, que são sistemas de cooperação.
Podemos então concluir que a governança não existe somente nas organizações
públicas, responsáveis pela direção política do Estado, mas também nas
empresas privadas que administram e dirigem seus empregados com o objetivo
de obter o lucro; elas possuem regras e implementam suas decisões.
O governo do Estado é exercido por meio de um processo interativo entre
os atores sociais, como os representantes dos Estado (eleitos, concursados,
terceirizados) e os representantes da sociedade civil. Assim, a governança é
exercida por diversos atores envolvidos ou partes interessadas (stakeholders),
por meio de instituições formais e informais (leis, regulamentos normas,
costumes) os quais regulam o processo de tomada de decisão.
Então podemos perguntar: Para que servem as boas práticas de
governança?
Para aprimorar a qualidade do processo decisório, para garantir o respeito
aos princípios éticos e as normas legais, para dar a legitimidade da gestão
perante os atores sociais, para gerir as decisões, controles e ações para o
alcance de objetivos, para aumentar o valor econômico e social da organização,
e para alinhar os objetivos organizacionais, ou seja, a missão.
Concluímos, desse modo, que a governança é a estrutura que assimila os
processos de direção e controle, estabelecendo os modos de interação entre os
gestores nas empresas públicas, ou os proprietários nas empresas privadas
(shareholders) e as partes interessadas, como a sociedade representada por
uma associação ou sindicato, ou, ainda, por uma organização não
governamental, bem como no setor privado o cliente ou fornecedor de matéria-
prima (stakeholders).
Assim sendo, é necessário conhecermos mais dois termos: gestão de
riscos e integridade; Vieira e Barreto (2019) definem a gestão de riscos como o
conjunto de procedimentos por meio dos quais as organizações identificam,
analisam, avaliam, tratam e monitoram os riscos que podem afetar
negativamente o alcance dos objetivos.
Podemos então concluir que a gestão de riscos é um mecanismo para
melhorar o desempenho das organizações públicas ou privadas por meio da
identificação de oportunidades e da garantia dos princípios éticos das normas
legais.
Já a integridade, também conhecida como compliance, é uma estrutura
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que coordena as ações que asseguram a conformidade dos agentes aos
princípios éticos e às normas legais.
Podemos, portanto, afirmar que a governança, em um regime
democrático, deve:
TEMA 4 – COMPLIANCE
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Devido a necessidades do mercado financeiro e a partir de uma série de
convenções internacionais e da adoção de leis anticorrupção pelos países. Um
marco importante foi a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção,
realizada no ano de 2003, também conhecida como “Convenção de Mérida”, na
qual foi elaborado um documento estabelecendo que os Estados deveriam
adotar medidas para prevenir a corrupção e melhorar as normas contábeis e de
auditoria no setor privado. No Brasil, são dois os marcos importantes para a
entrada do compliance na legislação: a Lei de Lavagem de Dinheiro, de 2012, e
a Lei Anticorrupção, de 2013.
Quais são os benefícios do compliance?
Inserir nas instituições públicas ou privadas uma cultura baseada no que
é correto, ou seja, com o objetivo de prevenir riscos, respeitar a legislação,
manter uma boa imagem para o público, respeitar as normas jurídicas e os
preceitos éticos, criar um ambiente saudável para os funcionários e
fornecedores, aumentar a produtividade, diminuir chances de penalidades e
reduzir custos.
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NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 5 out. 1988.
Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso
em: 24 maio 2023.
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