Aula 6
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AULA 6
Pensamento Computacional e Cultura Digital: discussões sobre uma prática
para o letramento digital
estágio inicial, favorecem a inclusão. Além de trazer uma perspectiva inclusiva para
a importância do Pensamento Computacional, o artigo contribui apresentando uma
atividade que pode ser aplicada em outros contextos, junto com os principais
resultados percebidos da sua aplicação.
Contexto e Fundamentação
que não lhes era de direito conhecer. Assim, as atividades foram planejadas para:
conhecer o público-alvo e mostrar que, juntos de forma colaborativa e continuada,
todos têm condições de aprender sobre e como utilizar a tecnologia. Todas as
atividades foram pautadas na ideia de que a tecnologia pode (e deve) ser para
todos, mesmo com as dificuldades e possibilidades individuais. Do ponto de vista de
Pensamento Computacional, as atividades possibilitaram trabalharas habilidades de
algoritmos, análise de dados, reconhecimento de padrões, decomposição de
problemas, simulação e automação em situações cotidianas, com e sem o uso de
tecnologias, conversando sobre elas, para que servem, etc.
Em nossas atividades, assumimos que, ao aprender os passos para tirar uma
foto ou para fazer uma busca específica via comando de voz, por exemplo, as
pessoas vão desenvolvendo habilidades de pensamento algorítmico; e que quando
executam essas atividades repetidamente, em diferentes dispositivos e aplicativos,
vão desenvolvendo habilidades de reconhecimento de padrões e abstração, entre
outras habilidades. Nesse entendimento, em níveis básicos, as habilidades do
Pensamento Computacional são promissoras para promover a constituição da
cultura digital; em níveis intermediários, favorecem a apropriação e autonomia no
uso da tecnologia de acordo com as preferências e necessidades de seus usuários;
e em níveis avançados, são características de profissionais e entusiastas que criam
novas tecnologias e modificam as existentes.
A atividade apresentada nesta seção foi planejada e conduzida por 3
facilitadores, todos pesquisadores em Interação Humano-Computador e Informática
na Educação. A atividade teve duração de aproximadamente 2 horas e contou com
a participação de 12alunos da Educação de Jovens e Adultos (10 mulheres, 2
homens) com idades entre 21 e70 anos. Em atividades anteriores, que incluíram
uma dinâmica baseada em StoryTelling, os alunos mencionaram possuir parentes
que moram longe, com quem falam pelo celular, mas somente quando alguma outra
pessoa realiza ou atende a ligação por eles. Eles mesmos nunca haviam realizado
uma chamada. Como o aplicativo WhatsApp era popular e já havia sido discutido
com os alunos em encontros anteriores, a atividade foi conduzida para apresentar
uma sequência de passos para realizar ligações de áudio e vídeo por meio do
aplicativo em uma experiência colaborativa.
deveria atender, sucessivamente até que todos tivessem ligado e atendido uma
ligação.
Ao final da atividade, os alunos terão praticado ligações de áudio e vídeo,
tanto realizando a chamada quanto atendendo. Os alunos também terão praticado
as habilidade sem nível básico de algoritmos, automação e reconhecimento de
padrões por meio da interpretação e execução da lista ordenada de passos.
Resultados e Discussões
vários alunos comentaram que, agora, têm celular, pois ganharam de presente ou
compraram, e que estão ansiosos por uma nova temporada de encontros para fazer
novas atividades, agora usando os próprios celulares.
Ao conduzir esta atividade, sentimos a confiança nos alunos de que eles
haviam compreendido como deveriam interpretar aquela sequência de passos, e
que eles já não se colocavam mais na posição de não saber fazer o que estava
sendo proposto: eles apenas não tinham feito ainda. Em um relato específico, uma
aluna contou que, quando convidamos para as atividades, ela achou que não
conseguiria participar e realizar nenhuma das atividades. Porém, quando ela tirou a
primeira foto em uma prática conduzida no segundo encontro, ela decidiu que não
iria mais parar de aprender sobre tecnologia. E, de fato, tirou várias fotos do Natal
para mostrar às suas professoras e, agora, fotografa e mostra cada mudança que
faz em sua horta. Outra aluna comentou que agora “mexe” direto no YouTube para
procurar músicas e que conseguiu falar com o neto por meio de ligação de vídeo no
WhatsApp; também contou que tirou fotos da família no fim de semana: os parentes
acharam que ela não ia conseguir, mas ela conseguiu: “Perguntaram onde eu tinha
aprendido. Aprendi na escola!” disse ela.
Conclusão
Vá no tópico,
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Vídeo 4 – Pensamento Computacional E Cultura Digital
BIBLIOGRAFIA
PREECE, J., Rogers, Y., Sharp, H., Benyon, D., Holland, S., e Carey, T. (1994).
Humancomputer
interaction. Addison-Wesley Longman.