Fisica 1
Fisica 1
Fisica 1
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
Objetivo da disciplina
Cronograma
Bibliografia sugerida
Bibliografia básica
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos da física: mecânica. 10 ed. Rio de
Janeiro: LTC, 2016b. v. 1. (4, v. 1). ISBN 9788521632047.
Bibliografia complementar
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: mecânica, oscilações e
ondas, termodinâmica. 6. ed. São Paulo: Grupo Gen - LTC, 2011. v. 1. (4, v. 1). ISBN
9788521617105.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física: mecânica. 14. ed. São Paulo: Pearson Education
do Brasil, 2016. v. 1. (4, v. 1). ISBN 9788543018133.
1 - Medição
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
O que é Física?
Áreas da física:
Mecânica – relaciona as forças que agem nos corpos com seus movimentos;
Termologia – aborda os fenômenos térmicos em geral;
Óptica – estuda a energia luminosa e suas interações com a matéria;
Ondulatória – estuda as ondas e a Acústica;
Eletromagnetismo – estuda os fenômenos relacionados simultaneamente à eletricidade e
ao magnetismo;
Física Moderna – ramo da Física que no século XX revolucionou o estudo dos movimentos,
da energia e da matéria, entre outras implicações, como avanços na Medicina.
No século XIII, Roger Bacon propôs a observação da natureza e a experimentação como funda-
mentos do conhecimento natural.
Ele descreveu o método científico como um ciclo composto de observação, hipótese, experimen-
tação e verificação independente.
Entretanto, algumas leis ou princípios foram reconhecidos como teoremas bem depois de terem
sido enunciados, a partir do momento que puderam ser demonstrados com base em outras
premissas.
Sistemas unidades
Grandeza é tudo aquilo que podemos comparar a um padrão efetuando uma medição.
Unidade é a quantidade específica que serve de comparação entre grandezas de mesma espécie.
As grandezas básicas são as grandezas mutualmente independentes entre si, uma vez que ne-
nhuma grandeza de básica pode ser expressa como um produto de potências de outras grandezas
básicas.
No SI são sete grandezas básicas: comprimento, massa, tempo, intensidade de corrente elétrica,
intensidade luminosa, temperatura termodinâmica e quantidade de matéria.
Grandeza SI Inglês
Dimensão
Nome Símbolo Nome Símbolo Nome Símbolo
comprimento l, x, r . . . L metro m pé ft
massa m M quilograma kg libra lb
tempo t T segundo s segundo s
corrente elétrica I, i I ampere A ampere A
temperatura
T θ kelvin K Rankine R
termodinâmica
intensidade
Iv J candela cd candela cd
luminosa
quantidade de
n N mol mol mol mol
substância
Análise dimensional
Múltiplos e submúltiplos
Múltiplos e submúltiplos
Conversão de unidades
Para conversão de múltiplos ou submúltiplos de uma mesma unidade basta multiplicar o valor
inicial pelo fator de conversão entre as unidades desejadas. Ex.:
1000 g
2,5 kg = 2,5 [kg] · = 2500 g
1 kg
km km 1000 h m i 1 h m
72 = 72 · · = 20
h h 1 km 3600 s s
(a) Supondo que a água tenha uma massa específica de exatamente 1 g/cm3 , determine a massa
de um metro cúbico de água em quilogramas. (b) Suponha que são necessárias 10,0 h para
drenar um recipiente com 5700 m3 de água. Qual é a “vazão mássica” da água do recipiente,
em quilogramas por segundo?
Um campo quadrado que mede 100,0 m por 100,0 m possui uma área de 1,0 hectare. Um acre
corresponde a uma área de 4.046,84 m2 . Se um terreno possui uma área de 12,0 acres, qual é
sua área em hectares?
Notação científica
Notação científica é a técnica de escrever números reais muito pequenos ou muito grandes por
meio do uso de uma potência de base dez.
Qualquer número real x pode ser escrito como o produto de um número a por uma potência de
10 com expoente n:
x = a · 10n (1.1)
Algarismos significativos
LA = 9,7 cm
LB = 9,65 cm
Usando uma régua de madeira, você mede o comprimento de uma placa metálica retangular e
encontra 12 mm. Usando um micrômetro para medir a largura da placa, você encontra 5,98 mm.
Forneça as respostas dos seguintes itens com o número correto de algarismos significativos. (a)
Qual a área do retângulo? (b) Qual a razão entre a largura do retângulo e seu comprimento?
(c) Qual o perímetro do retângulo? (d) Qual a diferença entre o comprimento do retângulo e
sua largura? (e) Qual a razão entre o comprimento do retângulo e sua largura?
Ordem de grandeza
1 + 10
a < 5,5 ⇒ OG = 10n ;
= 5,5 logo,
2 a ≥ 5,5 ⇒ OG = 10n+1
Quantos litros de gasolina são consumidos no Brasil em um dia? Suponha que haja um carro
para cada quatro pessoas, que cada carro seja dirigido por uma média de 10.000 quilômetros
por ano e que um carro percorra em média 14 quilômetros por litro de gasolina.
2 - Movimento retilíneo
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
Posição e deslocamento
A posição (x) de uma partícula em um eixo x mostra a que distância a partícula se encontra da
origem.
A posição pode ser positiva ou negativa, dependendo da orientação da trajetória.
∆x = x2 − x1 (2.1)
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 30 / 351
2 - Movimento retilíneo 2.1 - Posição, deslocamento e velocidade média
Posição e deslocamento
Se você está dirigindo um carro a 90 km/h, e seus olhos permanecem fechados por 0,50s por
causa de um espirro, qual é a distância percorrida pelo carro até você abrir novamente os olhos?
Um carro sobe uma ladeira a uma velocidade constante de 40 km/h e desce a ladeira a uma
velocidade constante de 60 km/h. Calcule a velocidade escalar média durante a viagem de ida
e volta.
∆x dx
v = lim = (2.4)
∆t→0 ∆t dt
Velocidade escalar instantânea é o módulo da velocidade, ou seja, a velocidade desprovida de
qualquer indicação de orientação.
A posição de um elétron que se move ao longo do eixo x é dada por x=16te−t m, em que t está
em segundos. A que distância da origem está o elétron quando para momentaneamente?
A posição de uma partícula que se move ao longo do eixo x é dada por x=9,75+1,50t3 , em
que x está em centímetros e t em segundos. Calcule (a) a velocidade média durante o intervalo
de tempo de t=2,00 s a t=3,00 s; (b) a velocidade instantânea em t=2,00 s; (c) a velocidade
instantânea em t=3,00 s; (d) a velocidade instantânea em t=2,50 s; (e) a velocidade instantânea
quando a partícula está na metade da distância entre as posições em t=2,00 s e t=3,00 s. (f)
Plote o gráfico de x em função de t e indique suas respostas graficamente.
2.3 - Aceleração
∆v v2 − v1
améd = = (2.5)
∆t t2 − t1
∆v dv d dx d2 x
a = lim = = = 2 (2.6)
∆t→0 ∆t dt dt dt dt
A posição de uma partícula que se move ao longo do eixo x é dada por x=12t2 −2t3 , em que x
está em metros e t em segundos. Determine (a) a posição, (b) a velocidade e (c) a aceleração
da partícula em t=3,0 s. (d) Qual é a coordenada positiva máxima alcançada pela partícula e
(e) em que instante de tempo é alcançada? (f) Qual é a velocidade positiva máxima alcançada
pela partícula e (g) em que instante de tempo é alcançada? (h) Qual é a aceleração da partícula
no instante em que a partícula não está se movendo (além do instante t=0)? (i) Determine a
velocidade média da partícula entre t=0 e t=3,0 s.
De t=0 a t=5,00 min, um homem fica em pé sem se mover; de t=5,00 min a t=10,0 min, cami-
nha em linha reta com uma velocidade de 2,2 m/s. Qual é (a) a velocidade média vm«ed e (b)
qual a aceleração média am«ed do homem no intervalo de tempo de 2,00 min a 8,00 min? (c)
Qual é vm«ed e (d) qual é am«ed no intervalo de tempo de 3,00 min a 9,00 min? (e) Plote x em
função de t e v em função de t, e indique como as respostas de (a) a (d) podem ser obtidas a
partir dos gráficos.
v = v0 + a t (2.8)
(equação horária da velocidade no MRUV p/ t0 =0)
x − x0 x − x0
vméd = = (2.9)
t − t0 ∆t
Para aceleração constante, o gráfico v×t é apresenta uma reta, logo:
v0 + v v0 + v0 + a ∆t a ∆t
vméd = = = v0 + (2.10)
2 2 2
Igualando as duas equações, temos:
a ∆t2
x − x0 = v0 ∆t + (equação horária da posição no MRUV) (2.11)
2
Para t0 =0, podemos escrever ∆t=t, logo:
a t2
x − x0 = v0 t + (equação horária da posição no MRUV p/ t0 =0) (2.12)
2
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 46 / 351
2 - Movimento retilíneo 2.4 - Aceleração constante
Equação de Torricelli
v − v0 a v − v0 2 v0 v − v0 v − 2 v0 v + v0
2 2 2
x − x0 = v0 + = + ⇒
a 2 a a 2a
2 a ∆x = 2 v0 v − 2 v20 + v2 − 2 v0 v + v20 ⇒
Um veículo elétrico parte do repouso e acelera em linha reta a uma taxa de 2,0 m/s2 até atingir
a velocidade de 20 m/s. Em seguida, o veículo desacelera a uma taxa constante de 1,0 m/s2 até
parar. (a) Quanto tempo transcorre entre a partida e a parada? (b) Qual é a distância percorrida
pelo veículo desde a partida até a parada?
Como g é o módulo de uma grandeza vetorial, ele é sempre um número positivo. Se você
considerar que o sentido positivo (orientação da trajetória) está para cima, como fazemos na
maioria das situações envolvendo queda livre, a aceleração é negativa e igual a −g.
Um tatu assustado pula verticalmente para cima, subindo 0,544 m nos primeiros 0,200 s. (a)
Qual é a velocidade do animal ao deixar o solo? (b) Qual é a velocidade na altura de 0,544 m?
(c) Qual é a altura adicional que o animal atinge?
dv = a dt
Agora calculamos a integral em ambos os lados da equa-
ção.
Z v2 Z t2 Z t2
dv = a dt ⇒ v2 − v1 = a dt ⇒
v1 t1 t1
Z t2
∆v = a dt (2.16)
t1
Figura 2.3: YOUNG, FREEDMAN (2016).
dx = v dt
Calculamos a integral indefinida em ambos os lados da
equação.
Z x2 Z t2 Z t2
dx = v dt ⇒ x2 − x1 = v dt ⇒
x1 t1 t1
Z t2
∆x = v dt (2.17)
t1
Duas partículas se movem ao longo do eixo x. A posição da partícula 1 é dada por x=6,00 t2 +3,00 t+
em que x está em metros e t em segundos; a aceleração da partícula 2 é dada por a=−8,00 t, em
que a está em metros por segundo ao quadrado, e t em segundos. No instante t=0, a velocidade
da partícula 2 é 20 m/s. Qual é a velocidade das partículas no instante em que elas têm a mesma
velocidade?
3 - Vetores
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
Definição de vetor
Na Física, vetor pode ser definido como um segmento de reta orientado, apresentando valor
numérico (tamanho), direção e sentido.
sentido
onde: F~ → vetor F;
direção F~ F ou |F~| → módulo do vetor F.
lo
du
mó
r
Os vetores são usados para expressarmos grandezas físicas vetoriais, que só podem ser comple-
tamente definidas se conhecemos o seu valor numérico, direção (vertical, horizontal, etc.) e
sentido (para cima, para esquerda, etc.).
Características de um vetor
Dois ou mais vetores são equipolentes se seus módulos, direções e sentidos forem iguais.
~
R r
(r//s)
~
S s
Dois vetores são opostos quando possuem o mesmo módulo, mesma direção, porém seus senti-
dos são opostos.
~
R r
(r//s)
~
−R s
a~ −
~0
a
~b
~
b
Fazendo ~s = a
~+b~ed ~=a ~−b ~ podemos calcular os módulos da soma e diferença de vetores
utilizando um pouco de trigonometria. Assim temos:
s = a2 + b2 + 2 a b cos θ d = a2 + b2 − 2 a b cos θ
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 63 / 351
3 - Vetores 3.1 - Vetores e suas propriedades
~
b
~
a ~
a
~ início fim
~c b ~c
~ + ~c
~+b
a
~ + ~v = ~v + u
u ~ (Lei comutativa) ~ + (~v + w)
u ~ = (~
u + ~v) + w
~ (Lei associativa)
Existe um vetor ~ ~ de R2 , se tem:
o = (0, 0) em R2 tal que para todo vetor u
~ ~=u
o+u ~ (elemento neutro)
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 64 / 351
3 - Vetores 3.1 - Vetores e suas propriedades
Quais são (a) a componente x e (b) a componente y de um vetor a ~ do plano xy que faz um
◦
ângulo de 250 no sentido anti-horário como o semieixo x positivo e tem um módulo de 7,3 m?
O objetivo de um navio é chegar a um porto situado 120 km ao norte do ponto de partida, mas
uma tempestade inesperada o leva para um local situado 100 km a leste do ponto de partida.
(a) Que distância o navio deve percorrer e (b) que rumo deve tomar para chegar ao destino?
~sx
~=a
a ~x + a
~y a2 = a2x + a2y
ax
~
b ~y
b cos θ = ⇒ ax = a cos θ
a
~s ay
φ senθ = ⇒ ay = a senθ
~sy a
ay ay −1 ay
~x tgθ = ⇒ θ = arctg tg
b ax ax ax
~
a ~y
a
~sx = a ~x
~x + b ~sy = a ~y
~y + b
θ
~x
a ~s = (ax + bx , ay + by )
Vetores unitários
~eb
Os vetores a ~ da figura têm o mesmo módulo, 10,0 m, e os ângulos mostrados na figura são
θ1 =30 e θ2 =105◦ . Determine as componentes (a) x e (b) y da soma vetorial ~r dos dois vetores,
◦
Uma roda com um raio de 45,0 cm rola, sem escorregar, em um piso horizontal (figura). No
instante t1 , o ponto P pintado na borda da roda está no ponto de contato entre a roda e o piso.
Em um instante posterior t2 , a roda descreveu meia revolução. Determine (a) o módulo e (b) o
ângulo (em relação ao piso) do deslocamento do ponto P.
Produto escalar
~ é designado por
~eb
O produto escalar de dois vetores a
~ b.
a • ~
a ~ = a b cos φ
~•b (3.1)
Como a propriedade comutativa se aplica ao produto
escalar, podemos escrever:
a ~=b
~•b ~•a
~ (3.2)
~ = ax ı̂ + ay ̂ + az k̂ • bx ı̂ + by ̂ + bz k̂ ⇒
~•b
a
a ~ = a x bx + a y by + a z bz
~•b (3.3)
Figura 3.2: HALLIDAY, RESNICK, WALKER (2016b).
Produto vetorial
~ é escrito como a
~eb
O produto vetorial de a ~ e resulta em um terceiro vetor ~c, sendo:
~×b
c = a b senφ (3.4)
a ~ = −b
~×b ~×a
~ (3.5)
~ = ax ı̂ + ay ̂ + az k̂ × bx ı̂ + by ̂ + bz k̂ ⇒
~×b
a (3.6)
ı̂ ̂ k̂
a ~
~ × b = det x ay az
a (3.7)
bx by bz
ı̂ ĵ k̂ ı̂ ̂
ax ay az ax ay
bx by bz bx by
⊕ ⊕ ⊕
= ay bz ı̂ + az bx ̂ + ax by k̂ − ay bx k̂ − az by ı̂ − ax bz ̂
= ay bz − by az ı̂ + (az bx − bz ax ) ̂ + ax by − bx ay k̂
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 78 / 351
3 - Vetores 3.3 - Multiplicação de vetores
A rotação no sentido anti-horário resulta no sentido positivo do vetor resultante enquanto que
a rotação no sentido horário resulta no sentido negativo do vetor resultante.
Para os vetores da figura, com a=4, b=3 e c=5, determine (a) o módulo e (b) a orientação de
~ (c) o módulo e (d) a orientação de a
~×b,
a ~ c. (Embora
~×~c e (e) o módulo e (f) orientação de b×~
exista, o eixo z não é mostrado na figura.)
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
Posição e deslocamento
Iniciamos com o vetor ~r escrito na forma de vetores unitá-
rios.
~r = xı̂ + y ̂ + z k̂ (4.1)
Quando uma partícula se move, o vetor posição varia de tal
forma que sempre liga o ponto de referência (origem) à par-
tícula. Se o vetor posição varia de ~r1 para ~r2 , ocorrerá um
deslocamento ∆~r, onde:
O vetor posição de um elétron é ~r=(5,0 m)ı̂−(3,0 m) ̂+(2,0 m) k̂. (a) Determine o módulo de
~r. (b) Desenhe o vetor em um sistema de coordenadas dextrogiro.
∆~r d~r
= ~v = lim (4.5)
∆t→0 ∆t dt
A direção da velocidade instantânea ~v de uma partícula é sempre tangente à trajetória da par-
tícula na posição da partícula.
d dx dy dz
~v = xı̂ + y ̂ + z k̂ = ı̂ + ̂ + k̂ (4.6)
dt dt dt dt
Simplificando a equação, temos
~v = vx ı̂ + vy ̂ + vz k̂ (4.7)
dx dy dz
vx = , vy = , vz = (4.8)
dt dt dt
A posição de um elétron é dada por ~r=3,00 tı̂−4,00 t2 ̂+2,00 k̂ com t em segundos e ~r em metros.
(a) Qual é a velocidade ~v(t) do elétron na notação dos vetores unitários? Quanto vale ~v(t) no
instante t=2,00 s (b) na notação dos vetores unitários e como (c) um módulo e (d) um ângulo
em relação ao sentido positivo do eixo x?
Um avião voa 483 km para leste, da cidade A para a cidade B, em 45,0 min, e depois 966 km
para o sul, da cidade B para a cidade C, em 1,50 h. Determine, para a viagem inteira, (a) o
módulo e (b) a direção do deslocamento do avião, (c) o módulo e (d) a direção da velocidade
média e (e) a velocidade escalar média.
∆~v d~v
~ = lim
a = (4.10)
∆t→0 ∆t dt
Se o módulo ou a orientação da velocidade varia (ou se ambos variam), a partícula possui uma
aceleração.
d dv dvy dv
~=
a vx ı̂ + vy ̂ + vz k̂ = x ı̂ + ̂ + z k̂ (4.11)
dt dt dt dt
Simplificando a equação, temos
~ = ax ı̂ + ay ̂ + az k̂
a (4.12)
dvx dvy dv
ax =
, ay = , az = z (4.13)
dt dt dt
A orientação de a~ é usada para mostrar a direção instantânea da aceleração de uma partícula
localizada na origem do vetor.
Em certo instante, um ciclista está 40,0 m a leste do mastro de um parque, indo para o sul com
uma velocidade de 10,0 m/s. Após 30,0 s, o ciclista está 40,0 m ao norte do mastro, dirigindo-se
para leste com uma velocidade de 10,0 m/s. Para o ciclista, nesse intervalo de 30,0 s, quais são
(a) o módulo e (b) a direção do deslocamento, (c) o módulo e (d) a direção da velocidade média
e (e) o módulo e (f) a direção da aceleração média?
Um carro se move em um plano xy com componentes da aceleração ax =4,0 m/s2 e ay =−2,0 m/s2 .
A velocidade inicial tem componentes v0x =8,0 m/s e v0y =12 m/s. Qual é a velocidade do carro,
na notação dos vetores unitários, quando atinge a maior coordenada y?
Movimento balístico
Considera-se movimento balístico quando uma partícula se move em um plano vertical com
velocidade inicial ~v0 e com uma aceleração constante, igual à aceleração de queda livre ~g.
θ0 ~vx
x
~vx v2y = v20y + 2g (y − y0 ) (4.19)
~vy
~v
Fazendo x0 =y0 =0, a equação da trajetória g x2
y = (tgθ0 ) x − (4.20)
pode ser simplificada para: 2 (v0 cos θ0 )2
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 101 / 351
4 - Movimento em duas e três dimensões 4.4 - Movimento balístico
θ0 ~vx
x v20
~vx ~vy R= sen(2θ0 ) (4.23)
R g
Uma pequena bola rola horizontalmente até a borda de uma mesa de 1,20 m de altura e cai no
chão. A bola chega ao chão a uma distância horizontal de 1,52 m da borda da mesa. (a) Por
quanto tempo a bola fica no ar? (b) Qual é a velocidade da bola no instante em que ela chega
à borda da mesa?
Na figura, uma pedra é lançada para o alto de um rochedo de altura h com uma velocidade inicial
de 42,0 m/s e um ângulo θ0 =60,0◦ com a horizontal. A pedra cai em um ponto A, 5,50 s após
o lançamento. Determine (a) a altura h do rochedo, (b) a velocidade da pedra imediatamente
antes do impacto em A e (c) a altura máxima H alcançada acima do solo.
4 π2 r
acp = (4.26)
#»
v T2
∆v ∆r v ∆r
= ⇒ ∆v =
v r r
Agora utilizamos a equação da aceleração instantânea.
v ∆r
∆v v v v2
a = lim = lim r = lim =
∆t→0 ∆t ∆t→0 ∆t ∆t→0 r r
Um carrossel de um parque de diversões gira em torno de um eixo vertical com velocidade an-
gular constante. Um homem em pé na borda do carrossel tem uma velocidade escalar constante
de 3,66 m/s e uma aceleração centrípeta a ~ de módulo 1,83 m/s2 . O vetor posição ~r indica a po-
sição do homem em relação ao eixo do carrossel. (a) Qual é o módulo de ~r ? Qual é o sentido
de ~r quando a
~ aponta (b) para leste e (c) para o sul?
dxPA dx dx
= PB + BA ⇒ vPA = vPB + vBA (4.28)
dt dt dt
dvPA dv dv
= PB + BA ⇒ aPA = aPB (4.29)
dt dt dt
A aceleração de uma partícula é a mesma para observadores em referenciais que se movem com
velocidade constante um em relação ao outro.
Um barco está navegando rio acima, no sentido positivo de um eixo x, a 14 km/h em relação
à água do rio. A água do rio está correndo a 9,0 km/h em relação à margem. Quais são (a) o
módulo e (b) a orientação da velocidade do barco em relação à margem? Uma criança que está
no barco caminha da popa para a proa a 6,0 km/h em relação ao barco. Quais são (c) o módulo
e (d) a orientação da velocidade da criança em relação à margem?
Um homem de aparência suspeita corre o mais depressa que pode por uma esteira rolante,
levando 2,5 s para ir de uma extremidade à outra. Os seguranças aparecem e o homem volta
ao ponto de partida, correndo o mais depressa que pode e levando 10,0 s. Qual é a razão entre
a velocidade do homem e a velocidade da esteira?
#»
r PA = #»
r PB + #»
r BA (4.30)
#»
v PA = #»
v PB + #»
v BA (4.31)
#»
a PA = #»
a PB (4.32)
A aceleração de uma partícula medida por observadores em referenciais que se movem com
velocidade constante um em relação ao outro é a mesma.
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 116 / 351
4 - Movimento em duas e três dimensões 4.7 - Movimento relativo em duas dimensões
Depois de voar por 15 min em um vento de 42 km/h a um ângulo de 20◦ ao sul do leste, o piloto
de um avião sobrevoa uma cidade que está a 55 km ao norte do ponto de partida. Qual é a
velocidade escalar do avião em relação ao ar?
5 - Força e movimento I
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
Primeira Lei de Newton: Se nenhuma força atua sobre um corpo, sua velocidade não pode
mudar, ou seja, o corpo não pode sofrer aceleração.
A primeira lei de Newton não se aplica a todos os referenciais, mas em todas as situações pode-
mos encontrar referenciais nos quais essa lei é verdadeira. Esses referenciais são chamados de
referenciais inerciais.
Segunda Lei de Newton: A força resultante que age sobre um corpo é igual ao produto da
massa do corpo pela aceleração.
#»
F res = m #»
a (Segunda lei de Newton) (5.1)
#»
Nessa equação F res deve ser a soma vetorial de todas as forças que atuam sobre esse corpo.
Para um sistema tridimensional, essa equação pode ser dividida em três equações independen-
tes.
Fres,x = m ax Fres,y = m ay Fres,z = m az (5.2)
Terceira Lei de Newton: quando um corpo A exerce uma força sobre um corpo B (uma “ação”),
o corpo B exerce uma força sobre o corpo A (uma “reação”). Essas duas forças têm o mesmo
módulo e a mesma direção, mas possuem sentidos opostos.
Apenas duas forças horizontais atuam em um corpo de 3,0 kg que pode se mover em um piso
sem atrito. Uma força é de 9,0 N e aponta para o leste; a outra é de 8,0 N e atua 62◦ ao norte
do oeste. Qual é o módulo da aceleração do corpo?
Se um corpo-padrão de 1,00 kg tem uma aceleração de 2,00 m/s2 a 20,0◦ com o semieixo x
positivo, qual é (a) a componente x e (b) qual é a componente y da força resultante a que o
corpo está submetido e (c) qual é a força resultante na notação dos vetores unitários?
Sob a ação de duas forças, uma partícula se move com velocidade constante ~v=(3,0 m/s)ı̂+(−4,0 m
Uma das forças é F~1 =(2,0 N)ı̂+(−6,0 N) ̂. Qual é a outra força?
Força gravitacional
#»
A força gravitacional F g exercida sobre um corpo próximo a Terra é uma força de atração na
direção do centro da Terra. Posterior discutiremos a natureza dessa força.
#»
Fg = m #»
g (5.4)
Peso
#»
O peso P de um corpo é o módulo da força necessária para impedir que o corpo caia livremente,
medida em relação ao solo.
Considerando um corpo com aceleração nula em relação ao solo, considerado referencial iner-
cial, temos.
#»
P = m #»
g (5.5)
Caso, a medição seja realizado em um elevador acelerado, será obtida uma leitura diferente da
anterior, por causa da aceleração. Um peso medido dessa forma é chamado de peso aparente.
#»
P = m ( #»
g ± #»
a) (5.6)
Força normal
Quando um corpo exerce uma força sobre uma superfície, a superfície (ainda que aparente-
#»
mente rígida) se deforma e empurra o corpo com uma força normal F N que é perpendicular à
superfície.
#»
FN = m #»
g (5.7)
Atrito
Quando empurramos ou tentamos empurrar um corpo que está apoiado em uma superfície, a
interação dos átomos do corpo com os átomos da superfície faz com que haja uma resistência
ao movimento.
#»
A resistência é considerada como uma única força f que recebe o nome de força de atrito, ou
simplesmente atrito.
Essa força é paralela à superfície e aponta no sentido oposto ao do movimento ou tendência ao
movimento.
Tração
Quando uma corda (ou um fio, cabo ou outro objeto do mesmo tipo) é presa a um corpo e
#»
esticada, a corda aplica ao corpo uma força T orientada na direção da corda. Essa força é
chamada de força de tração porque a corda está sendo tracionada (puxada).
Um bloco com um peso de 3,0 N está em repouso em uma superfície horizontal. Uma força para
cima de 1,0 N é aplicada ao corpo por meio de uma mola vertical. Qual é (a) o módulo e (b)
qual o sentido da força exercida pelo bloco sobre a superfície horizontal?
Forças em um elevador
Na figura, a massa do bloco é 8,5 kg e o ângulo θ é 30◦ . Determine (a) a tração da corda e (b) a
força normal que age sobre o bloco. (c) Determine o módulo da aceleração do bloco se a corda
for cortada.
Qual é o módulo da força necessária para acelerar um trenó foguete de 500 kg até 1600 km/h
em 1,8 s, partindo do repouso?
Um elevador e sua carga têm uma massa total de 1600 kg. Determine a tração do cabo de sus-
tentação quando o elevador, que estava descendo a 12 m/s, é levado ao repouso com aceleração
constante em uma distância de 42 m.
A velocidade de uma partícula de 3,00 kg é dada por ~v=(8,00t î + 3,00t2 ĵ) m/s, com o tempo t
em segundos. No instante em que a força resultante que age sobre a partícula tem um módulo
de 35,0 N, qual é a orientação (em relação ao sentido positivo do eixo x) (a) da força resultante
e (b) do movimento da partícula?
A figura mostra dois blocos ligados por uma corda (de massa des-
prezível) que passa por uma polia sem atrito (também de massa
desprezível). O conjunto é conhecido como máquina de Atwood.
Um bloco tem massa m1 =1,3 kg; o outro tem massa m2 =2,8 kg.
Qual é (a) o módulo da aceleração dos blocos e (b) qual a tração
da corda?
Na figura, três blocos conectados são puxados para a direita em uma mesa horizontal sem atrito
por uma força de módulo T3 =65,0 N. Se m1 =12,0 kg, m2 =24,0 kg e m3 =31,0 kg, calcule (a) o
módulo da aceleração do sistema, (b) a tração T1 e (c) a tração T2 .
6 - Força e movimento II
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
6.1 - Atrito
Força de atrito
Atrito é a força de contato que atua quando dois corpos se tocam e há tendência ao movimento,
dependendo do material e da rugosidade dos corpos.
Visão microscópica
A força de atrito é a soma vetorial de muitas forças que agem entre os átomos das superfície de
ambos os corpos.
Propriedades do atrito
#»
Quando um corpo repousa em uma superfície e uma força F tenta fazer o corpo deslizar ao
longo da superfície:
#»
se o corpo não se move, a força de atrito estático ~fs e a componente de F paralela à
superfície se equilibram, com módulos iguais e sentidos opostos;
O módulo de ~fs possui um valor máximo (fs,max ) que é dado por:
onde: µs → coeficiente de atrito estático e;
fs,max = µs FN (6.1). FN → módulo da força normal sobre o corpo.
Uma cômoda com uma massa de 45 kg, incluindo as gavetas e as roupas, está em repouso no
piso. (a) Se o coeficiente de atrito estático entre a cômoda e o piso é 0,45, qual é o módulo da
menor força horizontal necessária para fazer a cômoda entrar em movimento? (b) Se as gavetas
e as roupas, com uma massa total de 17 kg, são removidas antes de empurrar a cômoda, qual é
o novo módulo mínimo?
Um bloco de 3,5 kg é empurrado em um piso horizontal por uma força de módulo 15 N que faz
um ângulo θ =40◦ com a horizontal (figura). O coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o
piso é 0,25. Calcule (a) o módulo da força de atrito que o piso exerce sobre o bloco e (b) o
módulo da aceleração do bloco.
Na figura, uma força atua sobre um bloco com 45 N de peso. O bloco está inicialmente em
repouso em um plano inclinado de ângulo θ =15◦ com a horizontal. O sentido positivo do eixo
x é para cima ao longo do plano. Os coeficientes de atrito entre o bloco e o plano são µs =0,50
e µk =0,34. Na notação dos vetores unitários, qual é a força de atrito exercida pelo plano sobre
o bloco quando P~ é igual a (a) (−5,0 N) î, (b) (−8,0 N) î e (c) (−15,0 N) î?
Quando os três blocos da figura são liberados a partir do repouso, eles aceleram com um módulo
de 0,500 m/s2 . O bloco 1 tem massa M, o bloco 2 tem massa 2 M e o bloco 3 tem massa 2 M.
Qual é o coeficiente de atrito cinético entre o bloco 2 e a mesa?
Em um movimento relativo de um sólido dentro de um meio fluido, o sólido sofre uma força
~ ).
contrária ao movimento denominada força de arrasto (D
1
~=
D C ρ A v2 (6.3)
2
Velocidade terminal
Um corpo que sofre força de arrasto durante o deslocamento em um meio fluido tem sua veloci-
dade estabilizada quando as forças que atuam nesse corpo gerarem uma força resultante nula.
Essa velocidade é conhecida como velocidade terminal.
~ + F~g = 0 ∴
D (6.4)
D = Fg ⇒
1
C ρ A v2 = m g ⇒
2
v
t2mg
v= (6.5)
CρA
Calcule a razão entre a força de arrasto experimentada por um avião a jato voando a 1000 km/h
a uma altitude de 10 km e a força de arrasto experimentada por um avião a hélice voando a
metade da altitude com metade da velocidade. A massa específica do ar é 0,38 kg/m3 a 10 km
e 0,67 kg/m3 a 5,0 km. Suponha que os aviões possuem a mesma área de seção reta efetiva e o
mesmo coeficiente de arrasto C.
Em um movimento circular uniforme, uma força centrípeta (Fcp ) fornece ao corpo uma acele-
ração centrípeta (acp ), modificando a direção da velocidade do corpo sem mudar a velocidade
escalar (v).
#»
v
r
Fcp = m acp ⇒
#» A
Fcp
#» m v2
ω a cp
Fcp = = m ω2 r (6.6)
O r
#»
r Como v é constante, os módulos de acp e Fcp também
são constantes.
Suponha que o coeficiente de atrito estático entre a estrada e os pneus de um carro é 0,60 e
não há sustentação negativa. Que velocidade deixa o carro na iminência de derrapar quando
faz uma curva não compensada com 30,5 m de raio?
Na figura, um carro passa com velocidade constante por uma colina circular e por um vale
circular de mesmo raio. No alto da colina, a força normal exercida sobre o motorista pelo
assento do carro é zero. A massa do motorista é de 70,0 kg. Qual é o módulo da força normal
exercida pelo assento sobre o motorista quando o carro passa pelo fundo do vale?
Um bonde antigo dobra uma esquina fazendo uma curva plana com 9,1 m de raio a 16 km/h.
Qual é o ângulo que as alças de mão penduradas no teto fazem com a vertical?
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
Energia cinética
Energia cinética (K) é a energia associada ao estado de movimento de um objeto. Quanto maior
a velocidade, maior é a energia cinética do objeto.
Para um objeto de massa m cuja velocidade v é muito menor que a velocidade da luz,
1
K= m v2 (7.1)
2
kg·m2
1J = 1 (7.2)
s2
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 169 / 351
7 - Energia cinética e trabalho 7.1 - Energia cinética
Um próton (massa m=1,67×10−27 kg) está sendo acelerado, em linha reta, a 3,6×1015 m/s2 em
um acelerador de partículas. Se o próton tem velocidade inicial de 2,4×107 m/s e se desloca
3,5 cm, determine (a) a velocidade e (b) o aumento da energia cinética do próton.
Em uma corrida, um pai tem metade da energia cinética do filho, que tem metade da massa do
pai. Aumentando a velocidade em 1,0 m/s, o pai passa a ter a mesma energia cinética do filho.
Qual é a velocidade escalar inicial (a) do pai e (b) do filho?
Trabalho (W) é a energia transferida para um objeto ou de um objeto por meio de uma força
que age sobre o mesmo.
Quando a energia é transferida para o objeto, o trabalho é positivo; quando a energia é trans-
ferida do objeto, o trabalho é negativo.
W = Fd (7.3)
onde: F → componente da força no sentido
do deslocamento;
d → deslocamento.
Para calcular o trabalho que uma força realiza sobre um objeto quando este sofre um desloca-
mento, usamos apenas a componente da força paralela ao deslocamento do objeto. A compo-
nente da força perpendicular ao deslocamento não realiza trabalho.
W = F d cos φ (7.4)
O trabalho realizado por uma força é positivo, se a força possui uma componente vetorial no
sentido do deslocamento, e negativo, se a força possui uma componente vetorial no sentido
oposto. Se a força não possui uma componente vetorial na direção do deslocamento, o trabalho
é nulo.
∆K = Kf − Ki = W (7.5)
Essa relação, conhecida como teorema do trabalho e energia cinética para partículas, vale para
trabalhos positivos e negativos, podendo também ser escrita como
Kf = Ki + W (7.6)
Se o trabalho total realizado sobre uma partícula é positivo, a energia cinética da partícula
aumenta de um valor igual ao trabalho realizado; se o trabalho total é negativo, a energia
cinética da partícula diminui de um valor igual ao trabalho realizado.
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 175 / 351
7 - Energia cinética e trabalho 7.2 - Trabalho e energia cinética
Uma força de 12,0 N e com orientação fixa realiza trabalho sobre uma partícula que sofre um
~
deslocamento d=(2,00 î−4,00 ĵ+3,00 k̂) m. Qual é o ângulo entre a força e o deslocamento se a
variação da energia cinética da partícula é (a) +30,0 J e (b) −30,0 J?
Imaginemos um tomate de massa m que se comporta como partícula, arremessado para cima
com velocidade inicial v0 .
Wg = m g d cos φ (7.7)
#»
Durante a subida, a força F g tem o sentido contrá-
#»
rio ao do deslocamento d , realizando um trabalho
negativo. Na descida, o sentido é o mesmo do des-
locamento, realizando trabalho positivo.
Um helicóptero levanta verticalmente, por meio de um cabo, uma astronauta de 72 kg até uma
altura 15 m acima da superfície do oceano. A aceleração da astronauta é g/10. Qual é o tra-
balho realizado sobre a astronauta (a) pela força do helicóptero e (b) pela força gravitacional?
Imediatamente antes de a astronauta chegar ao helicóptero, quais são (c) sua energia cinética
e (d) sua velocidade?
Um bloco é lançado para cima em uma rampa sem atrito, ao longo de um eixo x que aponta
para cima. A figura mostra a energia cinética do bloco em função da posição x; a escala vertical
do gráfico é definida por Ks =40,0 J. Se a velocidade inicial do bloco é 4,00 m/s, qual é a força
normal que age sobre o bloco?
1
We = k (xi2 − xf2 ) (7.9)
2
We pode ser negativo ou positivo, dependendo da transfe-
rência total de energia ser do bloco para a mola ou da mola
para o bloco quando este se move de xi para xf .
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 183 / 351
7 - Energia cinética e trabalho 7.4 - Trabalho realizado por uma força elástica
Na figura, devemos aplicar uma força de módulo 80 N para manter o bloco estacionário em
x=−2,0 cm. A partir dessa posição, deslocamos o bloco lentamente até que a força aplicada
realize um trabalho de +4,0 J sobre o sistema massa-mola. A partir desse instante, o bloco per-
manece em repouso. Qual é a posição do bloco? (Sugestão: Existem duas respostas possíveis.)
Na figura A, um bloco de massa m repousa em uma superfície horizontal sem atrito e está preso
a uma mola horizontal (de constante elástica k) cuja outra extremidade é mantida fixa. O
bloco está parado na posição onde a mola está relaxada (x=0) quando uma força F~ no sentido
positivo do eixo x é aplicada. A figura B mostra o gráfico da energia cinética do bloco em função
da posição x após a aplicação da força. A escala vertical do gráfico é definida por Ks =4,0 J. (a)
Qual é o módulo de F~? (b) Qual é o valor de k?
Z f Z f Z f
W= Fx dx + Fy dy + Fz dz (7.10)
i i i
A força a que uma partícula está submetida aponta ao longo de um eixo x e é dada por F =
F0 (x/x0 −1). Determine o trabalho realizado pela força ao mover a partícula de x=0 a x=2x0 de
duas formas: (a) plotando F(x) e medindo o trabalho no gráfico; (b) integrando F(x).
7.6 - Potência
Potência
A potência desenvolvida por uma força é a taxa com a qual a força realiza trabalho sobre um
objeto.
Se uma força realiza um trabalho W durante um intervalo de tempo ∆t, a potência média (Pmed )
desenvolvida pela força nesse intervalo de tempo é dada por
W
Pmed = (7.12)
∆t
Potência instantânea (P) é a taxa instantânea com a qual um trabalho é realizado:
dW
P= (7.13)
dt
No caso de uma força F~ que faz um ângulo φ com a velocidade ~v de um objeto, a potência
instantânea é dada por
P = F v cos φ = F~ • ~v (7.14)
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 191 / 351
7 - Energia cinética e trabalho 7.6 - Potência
Um elevador carregado tem massa de 3,0×103 kg e sobe 210 m em 23 s, com velocidade cons-
tante. Qual é a taxa média com a qual a força do cabo do elevador realiza trabalho sobre o
elevador?
Uma máquina transporta um pacote de 4,0 kg de uma posição inicial d ~i =(0,50 m) î+(0,75 m) ĵ+
~f =(7,50 m) î+(12,0 m) ĵ+(7,20 m) k̂ em t=12 s. A força
(0,20 m) k̂ em t=0 até uma posição final d
constante aplicada pela máquina ao pacote é F~=(2,00 N) î+(4,00 N) ĵ+(6,00 N) k̂. Para esse des-
locamento, determine (a) o trabalho realizado pela força da máquina sobre o pacote e (b) a
potência média desenvolvida pela força.
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
dU dE
U⇔K F=− =0 (8.1)
dx dt
Exemplos: energia cinética, energia potencial gravitacional e energia potencial elástica.
Forças dissipativas transformam a energia mecânica em outras formas de energia, como ener-
gia sonora ou energia térmica.
As forças conservativas removem energia do sistema.
dE
6= 0 (8.2)
dt
Exemplos: força de atrito cinético, força de arrasto (viscosidade) e resistência elétrica.
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 196 / 351
8 - Energia potencial e conservação da energia 8.1 - Energia Potencial
Forças conservativas
Uma força é conservativa se o trabalho realizado pela força sobre uma partícula que descreve
um percurso fechado (posição final coincide com a posição inicial), é zero.
O trabalho realizado por uma força conservativa não depende da trajetória da partícula.
As forças gravitacional e elástica são conservativas; a força de atrito cinético não é uma força
conservativa.
U − Ui = m g (y − yi ) (8.4)
Tomamos Ui como a energia potencial gravitacional do sistema quando o sistema está em uma
configuração de referência na qual a partícula se encontra em um ponto de referência yi . Nor-
malmente, tomamos Ui = 0 e yi = 0. Logo:
k xf2
U(x) = (Energia pontencial elástica) (8.7)
2
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 200 / 351
8 - Energia potencial e conservação da energia 8.1 - Energia Potencial
Qual é a constante elástica de uma mola que armazena 25 J de energia potencial ao ser compri-
mida 7,5 cm?
Uma bola de gude de 5,0 g é lançada verticalmente para cima usando uma espingarda de mola.
A mola deve ser comprimida 8,0 cm para que a bola apenas toque um alvo 20 m acima da
posição da bola de gude na mola comprimida. (a) Qual é a variação ∆Ug da energia potencial
gravitacional do sistema bola de gude-Terra durante a subida de 20 m? (b) Qual é a variação
∆Us da energia potencial elástica da mola durante o lançamento da bola de gude? (c) Qual é a
constante elástica da mola?
Na figura, um caminhão perdeu os freios quando estava descendo uma ladeira a 130 km/h e
o motorista dirigiu o veículo para uma rampa de emergência, sem atrito, com uma inclinação
θ =15◦ . A massa do caminhão é 1,2×104 kg. (a) Qual é o menor comprimento L que a rampa
deve ter para que o caminhão pare (momentaneamente) antes de chegar ao final? (Suponha que
o caminhão pode ser tratado como uma partícula e justifique essa suposição.) O comprimento
mínimo L aumenta, diminui ou permanece o mesmo (b) se a massa do caminhão for menor e
(c) se a velocidade for menor?
Se o movimento de uma partícula ocorre apenas em uma dimensão, o trabalho W realizado por
uma força F que age sobre a partícula quando a partícula percorre uma distância ∆x é F(x) ∆x.
dU(x)
F=− (8.11)
dx
Figura 8.2: HALLIDAY, RESNICK (2016a).
Trabalho é a energia transferida para um sistema ou de um sistema por meio de uma força
externa que age sobre o sistema.
W = ∆K + ∆U = ∆Emec (8.12)
O trabalho realizado pela força aplicada é transformado em energia cinética e energia térmica.
W = ∆Emec + ∆Et (trabalho realizado em um sistema com atrito) (8.14)
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 212 / 351
8 - Energia potencial e conservação da energia 8.4 - Trabalho realizado por uma força externa sobre um sistema
Um collie arrasta a caixa de dormir em um piso, aplicando uma força horizontal de 8,0 N. O
módulo da força de atrito cinético que age sobre a caixa é 5,0 N. Quando a caixa é arrastada por
uma distância de 0,7 m, qual é (a) o trabalho realizado pela força do cão e (b) qual o aumento
de energia térmica da caixa e do piso?
Uma corda é usada para puxar um bloco de 3,57 kg com velocidade constante, por 4,06 m, em
um piso horizontal. A força que a corda exerce sobre o bloco é 7,68 N, 15,0◦ acima da horizontal.
Qual é (a) o trabalho realizado pela força da corda, (b) qual o aumento na energia térmica do
sistema bloco-piso e (c) qual o coeficiente de atrito cinético entre o bloco e o piso?
Conservação da energia
A energia total E de um sistema pode mudar apenas por meio da transferência de energia para
dentro do sistema ou para fora do sistema.
Um disco de plástico de 75 g é arremessado de um ponto 1,1 m acima do solo, com uma veloci-
dade escalar de 12 m/s. Quando o disco atinge uma altura de 2,1 m, sua velocidade é 10,5 m/s.
Qual é a redução da Emec do sistema disco-Terra produzida pela força de arrasto do ar?
Na figura, um bloco de massa m=2,5 kg desliza de encontro a uma mola de constante elástica
k=320 N/m. O bloco para após comprimir a mola 7,5 cm. O coeficiente de atrito cinético entre
o bloco e o piso é 0,25. Para o intervalo em que o bloco está em contato com a mola e sendo
levado ao repouso, determine (a) o trabalho total realizado pela mola e (b) o aumento da
energia térmica do sistema bloco-piso. (c) Qual é a velocidade do bloco imediatamente antes
de se chocar com a mola?
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
Definição
Definimos o centro de massa (CM) de um sistema de partículas (uma pessoa, por exemplo) para
podermos determinar com mais facilidade o movimento do sistema.
O centro de massa de um sistema de partículas é o ponto que se move como se:
toda a massa do sistema estivesse concentrada nesse ponto e;
todas as forças externas estivessem aplicadas nesse ponto.
Sistemas de partículas
Para duas partículas de massas m1 e m2 com posições x1 e x2 , definimos a posição do centro de
massa (CM) desse sistema como:
m1 x1 + m2 x2
xCM = (9.1)
m1 + m2
Em uma situação mais geral, na qual n partículas estão posicionadas ao longo do eixo x. Nesse
caso, a massa total é M = m1 + m2 + · · · + mn e a posição do centro de massa é dada por:
n
m1 x1 + m2 x2 + m3 x3 + ... + mn xn 1 X
xCM = = mi xi (9.2)
M M i=1
Sistemas de partículas
Se as partículas estão distribuídas em três dimensões, a posição do centro de massa deve ser
especificada por três coordenadas.
n n n
1 X 1 X 1 X
xCM = mi xi yCM = mi yi zCM = mi z i (9.3)
M i=1 M i=1 M i=1
O centro de massa também pode ser definido vetorialmente. Como a posição de uma partícula
de coordenadas xi , yi e zi é dada pelo vetor posição ~r.
~ri = xi î + yi ĵ + zi k̂ (9.4)
As três equações escalares podem ser substituídas por uma única equação vetorial.
n
1 X
~rCM = mi ~ri (9.5)
M i=1
Corpos maciços
Um objeto comum contém tantas partículas (átomos) que podemos aproximá-lo por uma dis-
tribuição contínua de massa. As “partículas” tornam-se elementos infinitesimais de massa dm e
as coordenadas do centro de massa são definidas como:
Z Z Z
1 1 1
xCM = x dm yCM = y dm zCM = z dm (9.6)
M M M
Considerando apenas objetos homogêneos, a massa específica (ρ) é a mesma para todos os
elementos infinitesimais do objeto.
dm M M
ρ= = ⇒ dm = dV (9.7)
dV V V
Substituindo dm nas integrais, obtemos:
Z Z Z
1 1 1
xCM = x dV yCM = y dV zCM = z dV (9.8)
V V V
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 224 / 351
9 - Centro de massa e momento linear 9.1 - Centro de massa
Uma partícula de 2,00 kg tem coordenadas xy (−1,20 m; 0,500 m), e uma partícula de 4,00 kg
tem coordenadas xy (0,600 m; −0,750 m). Ambas estão em um plano horizontal. Em que coor-
denada (a) x e (b) y deve ser posicionada uma terceira partícula de 3,00 kg para que o centro
de massa do sistema de três partículas tenha coordenadas (−0,500 m; −0,700 m)?
F~res = M a
~CM (9.9)
onde: F~res → força resultante de todas as forças externas que agem sobre o sistema;
M → massa total de um sistema isolado;
a~CM → aceleração do centro de massa do sistema.
F~res,x = M a
~CM,x F~res,y = M a
~CM,y F~res,z = M a
~CM,z (9.10)
Uma pedra é deixada cair em t=0. Uma segunda pedra, com massa duas vezes maior, é deixada
cair do mesmo ponto em t=100 ms. (a) A que distância do ponto inicial da queda está o centro
de massa das duas pedras em t=300 ms? (Suponha que as pedras ainda não chegaram ao solo.)
(b) Qual é a velocidade do centro de massa das duas pedras nesse instante?
Uma grande azeitona (m=0,50 kg) está na origem de um sistema de coordenadas xy, e uma
grande castanha-do-pará (M=1,5 kg) está no ponto (1,0; 2,0) m. Em t=0, uma força F~a =
(2,0 î+3,0 ĵ) N começa a agir sobre a azeitona, e uma força F~c =(−3,0 î − 2,0 ĵ) N começa a agir
sobre a castanha. Na notação dos vetores unitários, qual é o deslocamento do centro de massa
do sistema azeitona-castanha em t=4,0 s em relação à posição em t=0?
Momento linear
A taxa de variação com o tempo do momento de uma partícula é igual à força resultante que
age sobre a partícula e tem a mesma orientação que a força resultante.
d~
p
F~res = (9.12)
dt
~ = M ~vCM
P (momento linear de um sistema de partículas) (9.13)
A taxa de variação com o tempo do momento de um sistema de partículas é igual à força resul-
tante que age sobre o sistema e tem a mesma orientação que a força resultante.
~
dP
F~res = (9.14)
dt
Um caminhão de 2100 kg viajando para o norte a 41 km/h vira para leste e acelera até 51 km/h.
(a) Qual é a variação da energia cinética do caminhão? Qual é (b) o módulo e (c) qual é o
sentido da variação do momento?
Uma bola de softball de 0,30 kg tem uma velocidade de 15 m/s que faz um ângulo de 35◦ abaixo
da horizontal imediatamente antes de ser golpeada por um taco. Qual é o módulo da variação
do momento linear da bola na colisão com o taco se a bola adquire uma velocidade escalar (a)
de 20 m/s, verticalmente para baixo; (b) de 20 m/s, horizontalmente na direção do lançador?
Colisão simples
A aplicação da segunda lei de Newton na forma de momento a um corpo envolvido em uma
colisão leva ao teorema do impulso e momento linear:
Z tf
~J = F~(t) dt (definição de impulso) (9.15)
ti
J = Fmed ∆t (9.17)
Colisões em série
Em uma série contínua de colisões com um alvo fixo de projéteis de massa m e velocidade v, a
força média que os projéteis exercem sobre o alvo é dada por:
n n ∆m
Fmed = − ∆p = − m ∆v = − ∆v (9.18)
∆t ∆t ∆t
∆m/∆t é a taxa mássica das colisões. ∆v=−v se os projéteis ficam em repouso depois de cada
choque, e ∆v=−2 v se ricocheteiam com a mesma velocidade escalar.
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 238 / 351
9 - Centro de massa e momento linear 9.4 - Colisão e impulso
Uma bola de 1,2 kg cai verticalmente em um piso com uma velocidade de 25 m/s e ricocheteia
com uma velocidade inicial de 10 m/s. (a) Qual é o impulso recebido pela bola durante o contato
com o piso? (b) Se a bola fica em contato com o piso por 0,020 s, qual é a força média exercida
pela bola sobre o piso?
Um bandido aponta uma metralhadora para o peito do Super-Homem e dispara 100 balas/min.
Suponha que a massa de cada bala é 3 g, a velocidade das balas é 500 m/s e as balas ricocheteiam
no peito do super-herói sem perder velocidade. Qual é o módulo da força média que as balas
exercem sobre o peito do Super-Homem?
~ = cte
P ∴ ~f = P
P ~i (sistema fechado e isolado) (9.19)
Se uma das componentes da força externa aplicada a um sistema fechado é nula, a componente
do momento linear do sistema em relação ao mesmo eixo não pode variar.
Uma nave espacial está se movendo a 4300 km/h em relação à Terra quando, após ter queimado
todo o combustível, o motor do foguete (de massa 4 m) é desacoplado e ejetado para trás com
uma velocidade de 82 km/h em relação ao módulo de comando (de massa m). Qual é a veloci-
dade do módulo de comando em relação à Terra imediatamente após a separação?
~f = P~i
P (conservação do momento linear do sistema) (9.20)
Uma bala com 10 g de massa se choca com um pêndulo balístico com 2,00 kg de massa. O centro
de massa do pêndulo sobe uma distância vertical de 12 cm. Supondo que a bala fica alojada no
pêndulo, calcule a velocidade inicial da bala.
Na figura a, uma bala de 3,50 g é disparada horizontalmente contra dois blocos inicialmente
em repouso em uma mesa sem atrito. A bala atravessa o bloco 1 (com 1,20 kg de massa) e fica
alojada no bloco 2 (com 1,80 kg de massa). A velocidade final do bloco 1 é v1 =0,630 m/s, e a
do bloco 2 é v2 =1,40 m/s (figura b). Desprezando o material removido do bloco 1 pela bala,
calcule a velocidade da bala (a) ao sair do bloco 1 e (b) ao entrar no bloco 1.
Nas colisões elásticas, a energia cinética dos corpos envolvidos na colisão pode variar, mas a
energia cinética total do sistema permanece a mesma.
~f = P~i
P (conservação do momento linear do sistema) (9.23)
Kf = Ki (conservação da energia cinética do sistema) (9.24)
Um carrinho de massa com 340 g de massa, que se move em uma pista de ar sem atrito com
uma velocidade inicial de 1,2 m/s, sofre uma colisão elástica com um carrinho inicialmente
em repouso, de massa desconhecida. Após a colisão, o primeiro carrinho continua a se mover
na mesma direção e sentido com uma velocidade escalar de 0,66 m/s. (a) Qual é a massa do
segundo carrinho? (b) Qual é a velocidade do segundo carrinho após a colisão? (c) Qual é a
velocidade do centro de massa do sistema dos dois carrinhos?
Duas esferas de titânio se aproximam com a mesma velocidade escalar e sofrem uma colisão
elástica frontal. Após a colisão, uma das esferas, cuja massa é 300 g, permanece em repouso.
(a) Qual é a massa da outra esfera? (b) Qual é a velocidade do centro de massa das duas esferas
se a velocidade escalar inicial de cada esfera é de 2,00 m/s?
~f = P~i
P (9.25)
(conservação do momento linear do sistema)
Se a colisão também é elástica (um caso especial), a energia cinética total também é conservada:
Após uma colisão perfeitamente inelástica, dois objetos de mesma massa e mesma velocidade
escalar inicial deslocam-se juntos com metade da velocidade inicial. Determine o ângulo entre
as velocidades iniciais dos objetos.
Dois corpos de 2,0 kg, A e B, sofrem uma colisão. As velocidades antes da colisão são ~vA =
(15 î+30 ĵ) m/s e ~vB =(−10 î+5,0 ĵ) m/s. Após a colisão, ~vA0 =(−5,0 î+20 ĵ) m/s. Determine (a) a
velocidade final de B e (b) a variação da energia cinética total (incluindo o sinal).
Um foguete
A maior parte da massa de um foguete é constituída de combustível, que é queimado e ejetado
pelo sistema de propulsão.
Consideramos a variação da massa do foguete aplicando a segunda lei de Newton, não ao fo-
guete, mas ao conjunto formado pelo foguete e pelos produtos ejetados.
Z vf Z Mf
dM dM
dv = vrel ⇒ dv = vrel ⇒
M vi Mi M
Mf
vf − vi = vrel ln (segunda equação do foguete) (9.30)
Mi
Uma sonda espacial de 6090 kg, movendo-se com o nariz à frente em direção a Júpiter a uma
velocidade de 105 m/s em relação ao Sol, aciona o motor, ejetando 80,0 kg de produtos de
combustão a uma velocidade de 253 m/s em relação à nave. Qual é a velocidade final da nave?
10 - Rotação
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
∆θ
ωmed = (velocidade angular média) (10.4)
∆t
A velocidade angular (instantânea) ω é:
∆θ dθ
ω = lim = (velocidade angular) (10.5)
∆t→0 ∆t dt
O módulo da velocidade angular é chamado de velocidade angular escalar e também é repre-
sentado por ω.
∆ω
αmed = (aceleração angular média) (10.6)
∆t
A aceleração angular (instantânea) é o limite dessa grandeza quando ∆t tende a zero:
∆ω dω
α = lim = (aceleração angular) (10.7)
∆t→0 ∆t dt
As unidades de aceleração angular mais usadas são o radiano por segundo ao quadrado (rad/s2 )
e a revolução por segundo ao quadrado (rev/s2 ).
Quando uma torrada com manteiga é deixada cair de uma mesa, ela adquire um movimento
de rotação. Supondo que a distância da mesa ao chão é 76 cm e que a torrada não descreve
uma revolução completa, determine (a) a menor e (b) a maior velocidade angular para a qual
a torrada cai com a manteiga para baixo.
A aceleração angular de uma roda é α=6,0t4 −4,0t2 , com α em radianos por segundo ao qua-
drado e t em segundos. No instante t=0, a roda tem uma velocidade angular de +2,0 rad/s e
uma posição angular de +1,0 rad. Escreva expressões (a) para a velocidade angular (em rad/s)
e (b) para a posição angular (em rad) em função do tempo (em s).
v = v0 + a t ω = ω0 + α t
a t2 α t2
x − x0 = v0 t + θ − θ0 = ω0 t +
2 2
v2 = v20 + 2 a (x − x0 ) ω2 = ω20 + 2 α (θ − θ0 )
v0 + v ω0 + ω
x − x0 = t θ − θ0 = t
2 2
a t2 α t2
x − x0 = v t − θ − θ0 = ω t −
2 2
Um disco, inicialmente girando a 120 rad/s, é freado com uma aceleração angular constante
de módulo 4,0 rad/s2 . (a) Quanto tempo o disco leva para parar? (b) Qual é o ângulo total
descrito pelo disco durante esse tempo?
Uma roda tem uma aceleração angular constante de 3,0 rad/s2 . Durante certo intervalo de 4,0 s,
ela descreve um ângulo de 120 rad. Supondo que a roda partiu do repouso, por quanto tempo
ela já estava em movimento no início desse intervalo de 4,0 s?
ds dθ
v= = r = ωr (velocidade) (10.9)
dt dt
2π r 2π
T= = (período) (10.10)
v ω
dv dω
aceleração
at = = r = αr (10.11)
dt dt tangencial
v2
aceleração radial,
ar = = ω2 r (10.12)
r centrípeta
Na figura, uma roda A de raio rA =10 cm está acoplada por uma correia B a uma roda C de
raio rC =25 cm. A velocidade angular da roda A é aumentada a partir do repouso a uma taxa
constante de 1,6 rad/s2 . Determine o tempo necessário para que a roda C atinja uma velocidade
angular de 100 rev/min, supondo que a correia não desliza. (Sugestão: Se a correia não desliza,
as bordas dos dois discos têm a mesma velocidade linear.)
X1
K= mi (ω ri )2
2
1 X
= mi ri2 ω2 ⇒
2
1
energia cinética
K = I ω2 (10.13)
2 de rotação
Onde:
X momento de
I= mi ri2 (10.14)
inércia
Momento de inércia
O momento de inércia para um corpo com distribuição contínua de massa é definida como:
Z
2 momento de inércia
I = r dm (10.15)
corpo contínuo
Seja uma barra homogênea fina girando em torno a um eixo central perpendicular à maior
dimensão.
L/2
M x3 L3 −L3
M
= = − ⇒
L 3 −L/2 L 3·8 3·8
M L2
M dm M ICM = (10.16)
ρ= = ⇒ dm = dx 12
L dx L
Z Z Z Z
= x +y dm − 2a x dm − 2b y dm + a2 +b2 dm
2 2
Z Z
= R dm − 2a M xCM − 2b M yCM + h2 dm
2
⇒
I = ICM + M h2 (10.17)
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 286 / 351
10 - Rotação 10.5 - Cálculo do momento de inércia
Calcule o momento de inércia de uma régua de um metro, com massa de 0,56 kg, em relação a
um eixo perpendicular à régua na marca de 20 cm. (Trate a régua como uma barra fina.)
Alguns caminhões utilizam a energia armazenada em um volante que um motor elétrico acelera
até uma velocidade de 200π rad/s. Suponha que um desses volantes é um cilindro homogêneo
com massa de 500 kg e raio de 1,0 m. (a) Qual é a energia cinética do volante quando está
girando à velocidade máxima? (b) Se o caminhão desenvolve uma potência média de 8,0 kW,
por quantos minutos ele pode operar sem que o volante seja novamente acelerado?
10.6 - Torque
Torque
τ
~ = ~r × F~ ∴ τ = r F senφ (10.18)
τ = r Ft = r⊥ F (10.19)
O corpo da figura pode girar em torno de um eixo perpendicular ao papel passando por O e
está submetido a duas forças, como mostra a figura. Se r1 =1,30 m, r2 =2,15 m, F1 =4,20 N,
F2 =4,90 N, θ1 =75,0◦ e θ2 =60,0◦ , qual é o torque resultante em relação ao eixo?
Ft = m at ∴ τ = Ft r = m at r
= m (α r) r = m r2 α ⇒
τ = Iα (10.20)
τres = I α (10.21)
I ω2f I ω2i
∆K = Kf − Ki = − =W (teorema do trabalho e energia cinética) (10.22)
2 2
Z θf
W= τ dθ (trabalho para rotação em torno de um eixo fixo) (10.23)
θi
dW
P= = τω (potência de rotação em torno de um eixo fixo) (10.25)
dt
P = τω (potência para velocidade angular constante) (10.26)
W
Pméd = (potência média para velocidade angular constante) (10.27)
∆t
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 297 / 351
10 - Rotação 10.8 - Trabalho e energia cinética de rotação
Uma roda de 32,0 kg, que pode ser considerada um aro fino com 1,20 m de raio, está girando a
280 rev/min. A roda precisa ser parada em 15,0 s. (a) Qual é o trabalho necessário para fazê-la
parar? (b) Qual é a potência média necessária?
6 Força e movimento II
1 Medição
7 Energia cinética e trabalho
2 Movimento retilíneo
3 Vetores 8 Energia potencial e conservação da energia
4 Movimento em duas e três dimensões 9 Centro de massa e momento linear
5 Força e movimento I 10 Rotação
11 Rolagem, torque e momento angular
Vamos considerar apenas objetos que rolam suavemente em uma superfície, ou seja, que rolam
sem escorregar ou quicar na superfície.
A rolagem pode ser vista como uma rotação pura, com veloci-
dade angular ω, em torno de um eixo que sempre passa por P. Os
vetores mostram as velocidades lineares instantâneas de alguns
pontos da roda.
Um carro se move a 80,0 km/h em uma estrada plana no sentido positivo de um eixo x. Os
pneus têm um diâmetro de 66 cm. Em relação a uma mulher que viaja no carro e na notação
dos vetores unitários, determine a velocidade (a) no centro, (b) no alto e (c) na base de cada
pneu e o módulo a da aceleração (d) no centro, (e) no alto e (f) na base de cada pneu. Em
relação a uma pessoa parada no acostamento da estrada e na notação dos vetores unitários,
determine a velocidade (g) no centro, (h) no alto e (i) na base de cada pneu e o módulo da
aceleração a (j) no centro, (k) no alto e (l) na base de cada pneu.
Os pneus de um automóvel que se move a 80 km/h têm 75,0 cm de diâmetro. (a) Qual é a
velocidade angular dos pneus em relação aos respectivos eixos? (b) Se o carro é freado com
aceleração constante e as rodas descrevem 30 voltas completas (sem deslizamento), qual é o
módulo da aceleração angular das rodas? (c) Que distância o carro percorre durante a frena-
gem?
Forças de rolagem
Uma roda que rola com velocidade constante não tende a deslizar
no ponto de contato P e, portanto, não está sujeita a uma força de
atrito. Entretanto, se uma força age sobre a roda para aumentar
ou diminuir a velocidade, essa força produz uma aceleração a ~CM
do centro de massa na direção do movimento.
Se a roda não desliza, a força é a força de atrito estático fs e o
movimento é de rolagem suave. Nesse caso, podemos relacionar
a aceleração linear aCM à aceleração angular α.
Figura 11.4: HALLIDAY, RESNICK, WALKER
(2016b).
aCM = α R (rolagem suave) (11.4)
Um carro de 1000 kg tem quatro rodas de 10 kg. Quando o carro está em movimento, que fração
da energia cinética total se deve à rotação das rodas em torno dos respectivos eixos? Suponha
que as rodas tenham o mesmo momento de inércia que discos homogêneos de mesma massa e
tamanho. Por que não é preciso conhecer o raio das rodas?
11.3 - O ioiô
Aceleração de um ioiô
Aceleração de um ioiô
2◦ lei de Newton para as componentes do eixo y.
T − M g = M aCM ⇒ T = M aCM + M g
Igualando as equações:
aCM
M (aCM + g) = −ICM ⇒
R20
g
aCM = − (11.6)
Figura 11.7: HALLIDAY, RESNICK,
1 + ICM /M R20
WALKER (2016b).
FERREIRA, S. P. (IFCE) Física 1 Fortaleza, 13 de agosto de 2022 316 / 351
11 - Rolagem, torque e momento angular 11.3 - O ioiô
Um ioiô possui um momento de inércia de 950 g·cm2 e uma massa de 120 g. O raio do eixo é
3,2 mm e a corda tem 120 cm de comprimento. O ioiô rola para baixo, a partir do repouso, até
a extremidade da corda. (a) Qual é o módulo da aceleração linear do ioiô? (b) Quanto tempo
o ioiô leva para chegar à extremidade da corda? Ao chegar à extremidade da corda, (c) qual é
a velocidade linear, (d) qual é a energia cinética de translação, (e) qual é a energia cinética de
rotação e (f) qual é a velocidade angular?
Torque
Na notação dos vetores unitários, qual é o torque resultante em relação à origem a que está sub-
metida uma pulga localizada nas coordenadas (0; −4,0 m; 5,0 m) quando as forças F~1 =(3,0 N)k̂
e F~2 =(−2,0 N)̂ agem sobre a pulga?
Uma partícula se move em um sistema de coordenadas xyz sob a ação de uma força. Quando o
vetor posição da partícula é ~r=(2,00 m)ı̂−(3,00 m)̂+(2,00 m)k̂ a força é
F~=Fx ı̂+(7,00 N)̂−(6,00 N)k̂ e o torque correspondente em relação à origem é
τ=(4,00 N·m)ı̂+(2,00 N·m)̂−(1,00 N·m)k̂. Determine Fx .
Momento angular
O momento angular ~` de uma partícula de mo-
~, massa m e velocidade linear ~v é
mento linear p
uma grandeza vetorial definida em relação a um
ponto fixo (em geral, a origem de um sistema de
coordenadas) por meio da equação:
~` = ~r × p
~ = m (~r × ~v) (11.7)
(momento angular)
` = r ⊥ p = r ⊥ mv (11.8)
Figura 11.9: HALLIDAY, RESNICK, WALKER (2016b).
(módulo do momento angular)
Em certo instante, a força F~=4,0 ̂ N age sobre um objeto de 0,25 kg cujo vetor posição é
~r=(2,0ı̂−2,0 k̂) m e cujo vetor velocidade é ~v=(−5,0ı̂+5,0 k̂) m/s. Em relação à origem e na
notação dos vetores unitários, determine (a) o momento angular do objeto e (b) o torque que
age sobre o objeto.
~` = m (~r × ~v) ⇒
d~`
τ
~ res = (partícula isolada) (11.9)
dt
A soma (vetorial) dos torques que agem sobre uma partícula é igual à taxa de variação com o
tempo do momento angular da partícula.
Uma partícula sofre a ação de dois torques em relação à origem: τ~1 tem um módulo de 2,0 N·m
e aponta no sentido positivo do eixo x; τ~2 tem um módulo de 4,0 N·m e aponta no sentido
negativo do eixo y. Determine d`/dt, em que ` é o momento angular da partícula em relação à
origem, em termos dos vetores unitários.
No instante t=0, uma partícula de 3,0 kg com uma velocidade ~v=(5,0 m/s)ı̂−(6,0 m/s) ̂ está
passando pelo ponto x=3,0 m, y=8,0 m. A partícula é puxada por uma força de 7,0 N no sentido
negativo do eixo x. Determine, em relação à origem, (a) o momento angular da partícula, (b)
o torque que age sobre a partícula e (c) a taxa com a qual o momento angular está variando.
Uma partícula se move em um plano xy, em torno da origem, no sentido horário, do ponto de
vista do lado positivo do eixo z. Na notação dos vetores unitários, qual é o torque que age sobre
a partícula se o módulo do momento angular da partícula em relação à origem é (a) 4,0 kg·m2 /s,
p
(b) 4,0 t2 kg·m2 /s, (c) 4,0 t kg·m2 /s e (d) 4,0/t2 kg·m2 /s?
No instante t, o vetor ~r=4,0 t2 ı̂−(2,0 t+6,0 t2 ) ̂ fornece a posição de uma partícula de 3,0 kg
em relação à origem de um sistema de coordenadas xy (~r está em metros e t em segundos).
(a) Escreva uma expressão para o torque em relação à origem que age sobre a partícula. (b) O
módulo do momento angular da partícula em relação à origem está aumentando, diminuindo
ou permanece o mesmo?
O momento angular total de um sistema é a soma (vetorial) dos momentos angulares das par-
tículas do mesmo:
n
L = ~`1 + ~`2 + ~`3 + · · · + ~`n = ~`i
X
~ (11.10)
i=1
d~
L
τ
~ res = (sistema de partículas) (11.11)
dt
`i = mi (ri ω) ri = mi ri2 ω
X X
L= `i = mi ri2 ω ⇒
momento angular de um
!
~
L = Iω
~ corpo rígido girando em torno (11.13)
de um eixo de simetria
A figura mostra três discos homogêneos acoplados por duas correias. Uma correia passa pelas
bordas dos discos A e C; a outra passa por um cubo do disco A e pela borda do disco B. As
correias se movem suavemente, sem deslizar nas bordas e no cubo. O disco A tem raio R e seu
cubo tem raio 0,5000R; o disco B tem raio 0,2500R; o disco C tem raio 2,000R. Os discos B e
C têm a mesma massa específica (massa por unidade de volume) e a mesma espessura. Qual é
a razão entre o módulo do momento angular do disco C e o módulo do momento angular do
disco B?
Um disco com um momento de inércia de 7,00 kg·m2 gira como um carrossel sob o efeito de
um torque variável dado por τ=(5,00+2,00 t) N·m. No instante t=1,00 s, o momento angular
do disco é 5,00 kg·m2 /s. Qual é o momento angular do disco no instante t=3,00 s?
d~
L
=0 ∴ ~
L = constante (11.14)
dt
Se a componente do torque externo resultante que age sobre um sistema
ao longo de um eixo é nula, a componente do momento angular do sistema
ao longo desse eixo permanece constante, sejam quais forem as mudanças
que ocorrem dentro do sistema.
Ii ω i = If ω f (11.15)
Translação Rotação
Força F~ Torque τ
~ (= ~r × F~)
Momento linear ~
p Momento angular ~` (= ~r × p
~)
~ = ~ ~`i
P
~i L =
P
Momento linear do sistema P p Momento angular do sistema
Uma barata, de massa 0,17 kg, corre no sentido anti-horário na borda de um disco circular de
raio 15 cm e momento de inércia 5,0×10−3 kg·m2 , montado em um eixo vertical com atrito
desprezível. A velocidade da barata (em relação ao chão) é 2,0 m/s, e o disco gira no sentido
horário com uma velocidade angular ω0 =2,8 rad/s. A barata encontra uma migalha de pão na
borda e, obviamente, para. (a) Qual é a velocidade angular do disco depois que a barata para?
(b) A energia mecânica é conservada quando a barata para?
Uma roda está girando livremente com uma velocidade angular de 800 rev/min em torno de
um eixo cujo momento de inércia é desprezível. Uma segunda roda, inicialmente em repouso e
com um momento de inércia duas vezes maior que a primeira, é acoplada à mesma haste. (a)
Qual é a velocidade angular da combinação resultante do eixo e duas rodas? (b) Que fração da
energia cinética de rotação inicial é perdida?
Uma barra fina, homogênea, com 0,500 m de comprimento e 4,00 kg de massa, pode girar em
um plano horizontal em torno de um eixo vertical que passa pelo centro da barra. A barra está
em repouso quando uma bala de 3,0 g é disparada, no plano de rotação, em direção a uma das
extremidades. Vista de cima, a trajetória da bala faz um ângulo θ =60,0◦ com a barra (figura).
Se a bala se aloja na barra e a velocidade angular da barra é 10 rad/s imediatamente após a
colisão, qual era a velocidade da bala imediatamente antes do impacto?
Precessão de um giroscópio
Precessão é um fenômeno físico que consiste na mudança do eixo de rotação de um objeto. Esse
efeito giroscópico pode ser explicado pela análise vetorial das grandezas envolvidas, torque e
momento angular.
Um giroscópio pode realizar, em torno de um eixo ver-
tical que passa pelo suporte, um movimento de pre-
cessão a uma velocidade angular (Ω) dada por:
dφ Mgr
velocidade de
Ω= = (11.16)
dt Iω pressessão
dL = τ dt = M g r dt
Quando ~ L varia de um valor incremental durante um
tempo incremental dt, o eixo e ~L precessam em torno
do eixo z de um ângulo incremental dφ.
dL M g r dt dφ Mgr
dφ = = ⇒ =
L Iω dt Iω
Figura 11.13: YOUNG, FREEDMAN (2016).
Um pião gira a 30 rev/s em torno de um eixo que faz um ângulo de 30◦ com a vertical. A massa
do pião é 0,50 kg, o momento de inércia em relação ao eixo central é 5,0×10−4 kg·m2 e o centro
de massa está a 4,0 cm do ponto de apoio. Se a rotação é no sentido horário quando o pião é
visto de cima, qual é (a) a taxa de precessão e (b) qual é o sentido da precessão quando o pião
é visto de cima?
Bibliografia
RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; WALKER, J. Fundamentos de física: gravitação, ondas e termodinâmica.
10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2016. v. 2. (4, v. 2). ISBN 9788521632061.
RESNICK, R.; HALLIDAY, D.; WALKER, J. Fundamentos de física: mecânica. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016. v. 1. (4, v. 1). ISBN 9788521632047.
TIPLER, P. A.; MOSCA, G. Física para cientistas e engenheiros: mecânica, oscilações e ondas,
termodinâmica. 6. ed. São Paulo: Grupo Gen - LTC, 2011. v. 1. (4, v. 1). ISBN 9788521617105.
YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A. Física: mecânica. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016.
v. 1. (4, v. 1). ISBN 9788543018133.